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do, havendo a revista L’Illustrazione Italiana estampado em 1906 foto-

grafias do edifício onde ele funcionava, bem como de várias salas de


exposição.
É nomeado, em 1906, professor ordinário de Antropologia Criminal e
professor incaricato de Psiquiatria e Clínica Psiquiátrica, na Universidade
de Turim.
Nesse mesmo ano ocupa o cargo de inspetor dos Manicômios do Pie-
monte, e a “Sociedade Ética de Londres” eleva-o à presidência honorária.
A última distinção recebida em vida foi o título de Doctor juris, da
Universidade de Aberdeen (Escócia), em 1907.

Doutrinas científicas
Exporemos mui sucintamente os pontos capitais em que se condensa a
atividade científica de Lombroso, que derramou novas luzes sobre o
abismo doloroso de diferentes formas do mal, quais a loucura, o delito, a
prostituição, o alcoolismo, o cretinismo, a pelagra.
De início, há que ressaltar que o caráter específico da mente de Lom-
broso foi, antes de tudo, o constante e inexorável reconhecimento da
soberania do fato. Ele – segundo palavras do seu eminente discípulo e
continuador, Henrique Ferri – “cercava o fato como o cão de raça cerca
febrilmente a caça. E diante do fato seu cérebro se excitava e dele salta-
vam centelhas de intuições maravilhosas, emergindo do seu pensamento,
explicados no inesperado contato e confronto, os mais diferentes e abstru-
sos fenômenos”.
Só os fatos possuíam a força de fazê-lo mudar de ideia, e nisto reside
uma das grandes superioridades do seu espírito. Não se aferrava cega-
mente às suas próprias doutrinas ou teorias; defendia-as obstinadamente
quando acreditava responderem elas aos fatos, mas as modificava logo
que outros fatos viessem demonstrar-lhe a inexatidão ou a insuficiência
delas.
Como escreveu acertada e admiravelmente Lorenzo Ellero, Lombroso
teve “a coragem dos inovadores geniais, profundamente convencidos, ao
afrontar sozinho o mundo das ideias secularmente estereotipadas; mas
teve também uma coragem bem mais difícil: a de afrontar a si mesmo e a
si mesmo corrigir-se e contradizer-se, tudo por insaciável ardor pela
verdade”.

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