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Intervencionista
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
Introdução.................................................................................................................................... 8
Unidade I
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA.................................................. 11
Capítulo 1
Introdução à Enfermagem Intervencionista em Cardiologia.................................... 11
Capítulo 2
Construindo a segurança do paciente na unidade de terapia intensiva
em Cardiologia.................................................................................................................. 15
Capítulo 3
Avaliação cardiovascular............................................................................................... 19
Unidade iI
PROCEDIMENTOS INVASIVOS................................................................................................................ 32
Capítulo 1
Assistência de Enfermagem nas principais intervenções realizadas em unidades de
terapia intensivas com foco para cardiologia............................................................ 32
Capítulo 2
Assistência de enfermagem na circulação extracorpórea na UTI............................. 58
Unidade iII
SITUAÇÕES CRÍTICAS............................................................................................................................ 62
Capítulo 1
Assistência de enfermagem no infarto agudo do miocárdio e na
revascularização do miocárdio.................................................................................... 62
Capítulo 2
Choque cardiogênico..................................................................................................... 83
Capítulo 3
Assistência de enfermagem na parada cardiorrespiratória – atualização 2015
suporte avançado de vida em cardiologia................................................................... 89
Unidade iV
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE...................................................................................................... 103
Capítulo 1
Assistência de Enfermagem na captação de órgãos ao transplante cardíaco.... 103
Capítulo 2
Assistência de enfermagem ao paciente com sepse na UTI.......................................... 111
Unidade V
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA...................... 118
Capítulo 1
Assistência de enfermagem humanizada na unidade de terapia intensiva.................. 118
Referências................................................................................................................................. 131
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A unidade de terapia intensiva (UTI) pode ser um ambiente perturbador para o paciente.
Ao passar por esta unidade muitos descrevem lembranças do tipo, “o local é muito
barulhento” “tem um monte de coisa apitando ao mesmo tempo” “é cheio até alta horas
da noite” “dá medo de dormir”.
Para tanto, o enfermeiro intensivista, deve adquirir uma série de subsídios que vão
desde o conhecimento sobre afecções, assistência de enfermagem, liderança, gestão,
assim como a humanização da assistência de enfermagem. Somente assim, será possível
tratar do indivíduo internado na UTI de maneira integral.
As UTIs são unidades com espaço físico específico e complexo, recurso humano
especializado, que possuem recursos tecnológicos avançados, sendo destinados ao
atendimento de pacientes graves, o que as tornam unidades de alto custo. (CIAMPONE
et al., 2006)
Pelo fato de a UTI ser um setor preparado para o atendimento a pacientes graves ou
potencialmente graves, a assistência de qualidade e humanizada deve ser priorizada a
fim de maximizar as chances de sobrevida de cada paciente.
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_
pnh_folheto.pdf>.
8
Objetivos
»» Identificar a importância do estudo da assistência de Enfermagem
intervencionista em Cardiologia.
9
10
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM Unidade I
INTERVENCIONISTA EM
CARDIOLOGIA
Capítulo 1
Introdução à Enfermagem
Intervencionista em Cardiologia
Ressaltamos ainda que para prestar uma adequada assistência a pacientes com afecções
cardiovasculares, é necessário que o enfermeiro possua conhecimentos específicos,
atualizando-se constantemente, por meio do desenvolvimento contínuo de suas
habilidades, identificando o real problema assim como o risco para o problema, levando
em consideração a prevenção de agravos e a promoção da saúde.
Sendo assim, para garantir que todo o processo do cuidado ocorra de forma adequada,
o enfermeiro conta com a sistematização da assistência de enfermagem (SAE).
11
UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
A SAE é uma ferramenta que contribui para a interação entre o enfermeiro e o cliente,
ainda em fase de expansão dentro dos hospitais. Os fatores de interação enfermeiro/cliente
não são tão recentes quanto possa parecer. Florence Nightingale, em 1863, já previa
a necessidade de que os pacientes fossem agrupados para facilitar seu atendimento
durante o processo de cura. Nesse período, entre meados de 1940 até o final da década de
1950, a assistência de enfermagem aos pacientes graves foi se tornando mais complexa
e científica. Nos últimos anos, a pesquisa na área da enfermagem em terapia intensiva
foi incrementada, visando à melhora da qualidade da assistência, humanizando
as ações UTI, quanto na recuperação do cliente. (KUHNEN et al., 2007; PEREIRA;
SCHWANTZ, 2009)
Para Grittem, Méier, Gaievicz (2006) a operacionalização da SAE segue cinco momentos,
os quais, segundo os autores, devem ser anotados no prontuário do paciente, como
respaldo legal e garantia de continuidade dos cuidados de enfermagem. Os momentos
da SAE são:
12
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
Por outro lado, para a aplicabilidade dessa metodologia de trabalho é necessário que o
enfermeiro desenvolva competências que envolvam habilidades cognitivas, interpessoais
e psicomotoras, de uma forma integrada e simultânea aos instrumentos básicos do
processo básico do cuidar. A observação é descrita como o uso atentivo dos sentidos
(visão, audição, tato, olfato e paladar) para apreender características ou informações
de um evento, fenômeno e estrutura do corpo examinada. A interação, no contexto
do processo de enfermagem é compreendida como a troca recíproca de mensagens
verbais e não verbais entre duas ou mais pessoas e a mensuração consiste em medir
propriedades e características dos fenômenos e/ou estruturas examinadas, utilizando
unidades como referência. (BACHION, 2009)
Ainda se ressalta que o enfermeiro deve possuir uma série de competências para prestar
assistência de qualidade ao paciente na UTI.
1. competência geral,
2. competência profissional,
Nesse contexto, por se tratar a UTI de uma unidade cheia de procedimentos e ações
complexas, aprofundar o conhecimento sobre o processo de segurança do paciente é de
extrema importância para garantir que a assistência seja dada de maneira adequada.
(NORRIS, 2009; OMS, 2008)
Para tanto, o enfermeiro tem um papel central na garantia de que os pacientes recebam
uma assistência de alta complexidade, protegendo esses indivíduos de agravos e lesões,
implementando ações de segurança e proporcionando a si mesmo e a sua equipe
aprendizagem contínua, priorizando a comunicação efetiva com os demais membros
da equipe multidisciplinar, proporcionando alto nível de cuidados ao paciente crítico.
(MANSER, 2009)
15
UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
O fato de uma maior evidência de infecções por agentes multirresistentes nas UTIs
ocorre por serem consideradas como um núcleo de emergência e disseminação de
microrganismos resistentes, devido a algumas características peculiares, como:
As mãos, nesse contexto, possuem extrema relevância, visto que são os instrumentos
mais usados nos cuidados com os pacientes, além de entrar em contato com equipamentos
e mobílias, assim, estão expostas a uma grande variedade de micro-organismos. O contato
do pessoal da área de saúde com fontes de contaminação é inevitável, porque elas
são variáveis e abundantes nos hospitais e nos centros de saúde. Lavar as mãos é a
forma mais simples e importante de se prevenir à contaminação e quando realizada de
maneira adequada, diminui a contagem de microrganismos nas mãos e as tornam um
instrumento limpo e seguro para o cuidado com os pacientes. (LEITE, 2008)
16
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
contato físico com o paciente, assim sendo, tem uma importância e responsabilidade
maior dentro do processo de prevenção da infecção hospitalar. (LEITE, 2008; BRAGA,
2004)
A lavagem das mãos com água e sabão deve obedecer às seguintes indicações:
»» após ir ao banheiro;
Higienizar as mãos com antisséptico alcoólico também é uma medida importante, mas
só deve ser realizado quando a mãos não estiverem visivelmente sujas, no restante,
devem ser seguidas as indicações da lavagem das mãos. (BRASIL, 2002)
A utilização de EPIs é recomendada sempre que houver risco de contato com material
contaminado e em procedimentos que possam gerar respingos de sangue, fluidos
corporais, secreções ou excreções.
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
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Capítulo 3
Avaliação cardiovascular
Queixa principal
Pergunte detalhes sobre a queixa principal do paciente. Os pacientes com problemas
cardiovasculares citam tipicamente as queixas específicas, incluindo:
»» dor torácica;
»» tosse;
»» fraqueza ou fadiga;
»» tonteira;
»» cefaleia;
»» cirurgias prévias;
Quantificando a dor
Muitos pacientes com problemas cardiovasculares se queixam de dor torácica. Se o
paciente está experimentando dor torácica, peça a ele para quantificar a dor em uma
escala de 0 a 10, na qual 0 indica a ausência de dor e 10 indica a pior dor torácica
imaginável. É vital avaliar por completo a dor.
Se o paciente não está sofrendo, faça perguntas que demandem respostas além de sim
ou não. Utilize expressões familiares em lugar de termos médicos, sempre que possível.
Deixe que o paciente descreva sua condição em suas próprias palavras. Peça a
ele para descrever a localização, radiação, intensidade e duração da dor e de
quaisquer fatores precipitantes, exacerbadores ou de alívio para obter uma
descrição exata da dor torácica.
Exame físico
A doença cardiovascular afeta pessoas de todas as idades e pode assumir muitas formas.
Para identificar melhor as anormalidades, use uma conduta consistente e metodológica
para o exame físico.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
Como se apresenta Onde de localiza O que a agrava O que a causa O que a melhora
Dor contusa, opressiva, pressão, Subesternal; pode irradiar- Alimentação, esforço Angina de peito. Repouso, nitroglicerina.
maciça, em queimação; se para a mandíbula, físico, fumo, frio, estresse,
(Nota: a angina instável
geralmente diminui dentro de 10 pescoço, braços e costas. raiva, fome, deitar-se.
aparece mesmo em
minutos.
repouso).
Dor em aperto ou pressão; em Tipicamente através do Esforço, ansiedade. Infarto agudo do Analgésicos opioides,
queimação, contusa, possivelmente tórax, porém, pode irradiar- miocárdio como morfina,
acompanhada por falta de ar, se para a mandíbula, nitroglicerina.
sudorese, fraqueza, ansiedade pescoço, braços ou costas.
ou náusea; início súbito; dura 30
minutos a 2 horas.
Aguda e contínua; pode Subesternal; pode irradiar- Respiração profunda, Pericardite. Sentado, inclinado para
ser acompanhado por atrito se para o pescoço ou posição de decúbito a frente, agentes anti-
pericárdico; início súbito. braço esquerdo. dorsal. inflamatórios.
Dor excruciante, lacerante; pode Retroesternal, abdominal Não aplicável. Aneurisma Analgésicos, cirurgia.
ser acompanhada por diferença superior ou epigástrica; dissecante da
na pressão arterial entre os braços pode irradiar-se para as aorta.
esquerdo e direito; início súbito. costas, pescoço ou ombros.
Dor súbita, penetrante; pode Sobre a área pulmonar. Inspiração. Embolia pulmonar. Analgésicos.
ser acompanhada por cianose,
dispneia ou tosse com hemoptise.
Dor súbita e intensa; por vezes Lateral do tórax. Respiração normal. Pneumotórax. Analgésicos, inserção de
acompanhada por dispneia, dreno torácico.
frequência de pulso aumentada,
sons respiratórios diminuídos ou
desvio da traqueia.
»» inspeção;
»» palpação;
»» percussão;
»» ausculta.
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
Inspeção
Em primeiro lugar, despenda um tempo para avaliar a aparência geral do paciente.
O impulso apical fornece uma indicação do quão bem o ventrículo esquerdo está
atuando, porque ele corresponde ao ápice do coração. Para descobrir o impulso apical
em uma mulher com mamas grandes, desloque as mamas durante o exame.
Figura 1.
22
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
Figura 2.
Aqui estão alguns dos achados anormais que você pode perceber na inspeção e o que
tais achados lhe dizem:
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
Quadro 2.
Tipos de tórax
A inspeção pode revelar o tórax em barril (arcabouço torácico arredondado causado por
doença pulmonar obstrutiva crônica), escoliose (curvatura lateral da coluna vertebral),
ou cifose (curvatura convexa da coluna torácica). Quando suficientemente graves, essas
condições podem comprometer o débito cardíaco ao evitar a expansão torácica e ao
inibir o movimento do músculo cardíaco.
As retrações (indentações visíveis dos tecidos moles que cobrem a parede torácica)
ou o uso dos músculos acessórios para respirar resultam tipicamente de um distúrbio
respiratório, mas também podem acontecer com um defeito cardíaco congênito ou com
a insuficiência cardíaca.
Palpação
Observe a temperatura cutânea, turgor e textura da pele. Usando a palma de sua mão
e, em seguida, as pontas dos seus dedos, palpe delicadamente sobre o precórdio para
encontrar o impulso apical. Observe os impulsos ou frêmitos (vibrações finas que se
assemelham ao ronronar de um gato).
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
O impulso apical pode ser difícil de palpar nos pacientes que são obesos ou nas grávidas
e nos pacientes com paredes torácicas espessas. Se for difícil palpar com o paciente em
decúbito dorsal, faça com que ele fique em decúbito lateral esquerdo ou sente.
Percussão
A percussão é menos útil que outros métodos de avaliação, mas ela pode ajudar você a
localizar as bordas cardíacas.
Ausculta
Você pode aprender muito a respeito do coração ao auscultar os batimentos cardíacos.
A ausculta cardíaca requer uma conduta metódica e muita prática.
Em primeiro lugar, identifique os sítios da ausculta, o que inclui os sítios sobre as quatro
válvulas cardíacas, no ponto de Erb, e no terceiro espaço intercostal na borda esternal
esquerda. Utilize a campânula para ouvir os sons graves e o diafragma para ouvir os
sons agudos.
Comece por aquecer o estetoscópio em suas mãos. Ausculte os sons cardíacos com o
paciente em três posições:
2. Sentado.
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
Figura 3.
Utilize um padrão de ziguezague sobre o precórdio. Comece no ápice e prossiga para cima ou
para a base e siga para baixo. Qualquer que seja a conduta que você utilize, seja consistente.
Use o diafragma para ouvir à medida que você vai em uma direção; use a campânula
quando você volta em outra direção. Certifique-se de ouvir sobre todo o precórdio, não
apenas sobre as válvulas. Observe o ritmo e a frequência cardíaca do paciente.
Sístole e diástole
Escute o “tá”
Um B2 é mais bem ouvido na base do coração no final da sístole ventricular. Ele ocorre
quando as válvulas pulmonar e aórtica se fecham e, em geral, é descrito como soando
semelhante a “tá”.
Escute o “tum”
A partir da base do coração, mova-se para a área pulmonar e, em seguida, para baixo
até a área tricúspide. Depois, mova-se para a área mitral, onde B1 é o mais alto.
Um B1 é mais bem ouvido no ápice do coração. Ele ocorre com o fechamento das válvulas
mitral e tricúspide e, em geral, é descrito como soando semelhante a “tum”. Ele é grave
e maciço.
Na ausculta, você pode detectar os sons cardíacos B1 e B2 que estão acentuados, diminuídos
ou inaudíveis. Os outros sons cardíacos anormais – como B3, B4 e sopros – podem resultar
das alterações de pressão, disfunções valvulares e de defeitos de condução.
Galope de Kentucky
Seu ritmo se assemelha a um galope de cavalo, sendo que sua cadência se assemelha à
palavra “Ken-tuc-ky” (tum-tá-tá). Ouça o B3 com o paciente em uma posição de decúbito
dorsal ou de decúbito lateral esquerdo.
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
»» congestão pulmonar;
»» anemia;
»» tireotoxicose.
»» IAM;
»» hipertensão;
»» miocardiopatia;
»» angina;
»» anemia;
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
»» estenose aórtica.
Sopros
Um sopro que é ouvido por mais tempo que um batimento cardíaco provoca um ruído
de vibração, sopro ou ruflar. Exatamente como a água turbulenta em um fluxo de água
rumoreja quando ela atravessa um ponto estreito, o fluxo sanguíneo turbulento produz
um sopro.
Quando você detecta um sopro, identifique onde ele é mais audível, aponte o momento
em que ele ocorre durante o ciclo cardíaco, e descreva sua tonalidade, padrão, qualidade
e intensidade.
Para identificar a área de irradiação, ausculte a partir do local onde o sopro parece mais
alto até o local mais distante em que ele ainda é ouvido. Observe o marco anatômico
desse sítio mais distante.
Para identificar um sopro cardíaco, em primeiro lugar escute rigorosamente para determinar seu momento no ciclo cardíaco. Em seguida, determine
suas outras características, incluindo a qualidade, tonalidade e localização, bem como as possíveis causas.
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UNIDADE I │ ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA
Quadro 4.
Extremamente suave.
Grau I
Raramente audível mesmo para um ouvido treinado.
Suave e baixo.
Grau II
Facilmente audível para o ouvido treinado.
Moderadamente alto.
Grau III
Aproximadamente igual à intensidade dos sons cardíacos normais.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM INTERVENCIONISTA EM CARDIOLOGIA │ UNIDADE I
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PROCEDIMENTOS Unidade iI
INVASIVOS
Capítulo 1
Assistência de Enfermagem nas
principais intervenções realizadas em
unidades de terapia intensivas com
foco para cardiologia
1. Higienizar as mãos.
2. Conferir o pedido de exame e comunicar o que será realizado ao paciente.
3. Preparar etiqueta de identificação do material, com nome completo do paciente, hora da coleta, registro de internação, leito e data.
4. Preparar material na bandeja.
5. Higienizar as mãos com álcool gel.
6. Colocar equipamentos de proteção individual (EPIs).
7. Heparinizar a seringa e o escalpe (caso seja utilizado). Aspirar aproximadamente 0,1ml de heparina, puxando o êmbolo para trás em posição
vertical; logo após empurrar o embolo retirando toda heparina (somente a luz interna da seringa deve ficar heparinizada).
8. Identificar a seringa com a etiqueta do paciente.
9. Higienizar novamente as mãos com álcool gel.
10. Levar a bandeja até o leito do paciente e colocá-la na mesa de cabeceira.
32
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
20. Retirar a agulha comprimindo o local da punção com algodão ou gaze seca por aproximadamente 3 minutos ou até total hemostasia.
21. Realizar movimento centrifugo suave na seringa entre as mãos, para homogeneizar o sangue e a heparina.
Existem kits com seringas de plástico para gasometria arterial que se acompanham de
instruções específicas para o tipo de seringa de coleta oferecida.
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UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
›› resultar em pseudo-aneurisma,
34
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
»» PaCO2: 35 a 45.
35
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
»» Monitoração hemodinâmica:
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PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
O procedimento em si deve ser realizado pelo médico, contudo cabe à equipe de enfermagem
providenciar o material necessário para a passagem.
Procedimento
»» Fontes de erro:
37
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
Figura 4. Teste com infusão rápida. (A) Sistema amortecido demais. (B) Sistema infra-amortecido. (C)
Amortecimento ótimo.
Complicações
»» Trombose:
»» Embolização cerebral:
»» Infecção:
Local Complicação
Todos os locais Dor e edema
Trombose
»» Assintomática
»» Sintomática
Embolização
Hematoma
Hemorragia
Isquemia de um membro
Infecção relacionada com o cateter
»» Local
»» Sistêmica
Perda de sangue associada a exames realizados com fins diagnósticos
Pseudo-aneurisma
Trombocitopenia associada a heparina
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UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
Segundo Villela et al. (2010) o cateter venoso central (CVC) é utilizado para a infundir
soluções capazes de irritar a camada íntima vascular, como é o caso da nutrição parenteral
com alta osmolalidade (acima de 800 a 900mOsm/L) e dos fármacos utilizados na
quimioterapia do câncer, além de permitir o monitoramento hemodinâmico de doentes
graves. Entretanto, oferece risco de infecção que aumenta a morbidade, a mortalidade
e os custos decorrentes do tratamento.
Tendo em vista que os AVC’s respondem por uma parcela significativa das infecções
hospitalares, cuidados com a sua manutenção são fundamentais, tais como:
40
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
41
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
»» Monitorização da hidratação.
»» Hemodiálise.
Após o médico passar o cateter venoso central, é necessário solicitar radiografia de tórax
para confirmar a posição adequada do cateter e para garantir a ausência de pneumotórax.
42
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
A flebite é considerada uma das complicações mais frequentes e uma das principais
falhas da infusão ocasionando a interrupção da terapia intravenosa além de ser uma das
causas preveníveis, de morbimortalidade de pacientes. (SILVA et al., 2011; MAGEROTE
et al., 2011)
Em outras palavras a flebite consiste em uma inflamação das células endoteliais da parede
venosa, tornando-as inflamadas e ásperas, o que permite a aderência de plaquetas, e
podem ser causadas por fatores mecânicos, químicos ou infecciosos. (MAGEROTE
et al., 2011; VALENTE, GODOY’s, 2009; GOMES et al., 2011)
43
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
A fixação é outra questão que deve ser considerada. A utilização do material para a
fixação do acesso após a punção, seja ela uma película transparente, ou material adesivo
opaco, nos casos do esparadrapo, ou Micropore®, não influenciam na detecção precoce
de flebites, e sim os cuidados prestados diariamente, como, por exemplo, a troca de
fixação uma vez ao dia, identificar data da troca, data da punção, calibre do dispositivo,
entre outros. (USLUSOY; METE, 2008)
44
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
Para a manutenção da permeabilidade do acesso venoso, esse necessita ser lavado (flush)
entre uma medicação e outra e ao final do procedimento. Essa lavagem, conhecida
como “salinização”, consiste em administrar, sob pressão positiva, solução salina (soro
fisiológico a 0,9%) logo após o término da infusão da medicação, ou manter o acesso
aqualizado, onde se repete o procedimento anterior, só que com água destilada. (LEITE;
FIGUEIREDO, 2006)
45
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
pérvio para a próxima infusão. Para possibilitar a salinização, existem diversas opções
de obturadores, ou seja, tampas que fecham o cateter impedindo o retorno venoso,
porém, permitem a infusão do medicamento. (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE ESTUDOS
E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR, 2006)
O cateter de Swan Ganz foi desenvolvido em meados da década de 1970, e foi utilizado
inicialmente para o acompanhamento terapêutico de pacientes com infarto agudo
do miocárdio. Atualmente, pode ser utilizado tanto para fins diagnósticos como para
fins terapêuticos em pacientes classificados com críticos. (IRWIN, RIPPE, 2010).
A implantação desse dispositivo fornece informações sobre:
46
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
»» Orientar o tratamento.
»» Doença cardiovascular:
›› choque.
»» Período perioperatório:
›› cirurgia cardíaca;
»» Doenças críticas:
›› traumatismo importante;
›› queimaduras importantes;
47
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
›› vasoespasmo cerebral;
›› pré-eclampsia grave/eclampsia.
48
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
»» Ruptura do balão.
»» Dobradura do cateter.
»» Perfuração da AP:
49
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
»» Complicações tromboembólicas.
»» Lesão intracardíaca.
Marca-passo cardíaco
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PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
1. transcutâneo;
2. transvenoso;
3. epicárdico.
»» tratamento da bradicardia;
»» presença de taquiarritmias;
51
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
1. Organização
»» Preparação estéril (capote, luvas, máscaras, campos, gorro).
»» Equipamento (cateter-eletrodo de marca-passo, gerador de pulso, eletrodos de superfície, bainha).
»» Conexões:
›› Eletrodo de superfície V1 conecta-se ao eletrodo distal.
›› Cateter-eletrodo proximal conecta-se ao polo positivo gerador de pulso.
2. Pós-procedimento
»» Documente a distância do eletrodo no interior da bainha.
»» Confirme a posição com uma radiografia de tórax.
»» Cuidados de rotina do marca-passo e local, incluindo:
›› Parâmetros do marca-passo (limite, frequência, sensibilidade, saída), região cutânea (procurar sinais de infecção).
52
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
Considerações de enfermagem
»» Ensine as medidas para evitar o microchoque; advirta o paciente para
não usar qualquer equipamento elétrico que não esteja aterrado.
53
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
Balão intra-aórtico
O desenvolvimento do mecanismo de contrapulsação aórtica tem seus
primeiros registros nos primeiros anos da década de 1950. A partir do
ano de 1980, houve grande ganho de conhecimento científico, associado
a importante investimento técnico industrial, com o desenvolvimento
do sistema de implante através da punção da artéria femoral com bainha
e dilatador, e o uso do balão intra-aórtico (BIA) em vários ambientes
hospitalares, associando-se a isso um grande desenvolvimento
dos mecanismos de controle, que hoje praticamente se tornaram
auto-ajustáveis. (PIVATTO JUNIOR et al., 2012)
54
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
Figura 8.
enquanto o cateter estiver no lugar, ele não pode se sentar, curvar seu
joelho ou flexionar seu quadril em mais de 30 graus.
56
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
57
Capítulo 2
Assistência de enfermagem na
circulação extracorpórea na UTI
Embora o tratamento clínico de doenças cardíacas tenha progredido de ano para ano e
a abordagem menos invasiva esteja se expandindo rapidamente, a cirurgia cardíaca é a
intervenção preferida em alguns casos de doenças cardíacas.
Figura 9.
58
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
Porém, o que vai definir esse planejamento é a avaliação do paciente e dos resultados dos
seus exames feitos no período pré-operatório imediato, em conjunto com o cirurgião.
A partir dessa avaliação, o perfusionista define técnicas, oxigenadores, cânulas, drogas
a serem utilizados, além de realizar cálculos para previsão de hemodiluição e uso de
hemoderivados, fluxos de perfusão, resistência vascular periférica etc.
Uma das principais técnicas utilizadas é a drenagem venosa assistida a vácuo, técnica
benéfica para o paciente, comprovada por pesquisas com resultados estatísticos
significativos no que diz respeito ao nível reduzido de sangramento e edema no
pós-operatório imediato, com redução do uso de hemoderivados, redução de eventos
adversos no pós-operatório como reação inflamatória sistêmica e redução do tempo de
internação em UTI e hospitalar. (TORRATI, DANTAS, 2012)
Vale ressaltar que existem fatores que podem limitar o uso da CBP, como as complicações
que incluem distúrbios sanguíneos, disfunção renal com necessidade de terapias de
substituição, hemorragia intracraniana, alterações hemodinâmicas e infecção, além das
complicações técnicas, como falha do oxigenador, problemas com as cânulas, tubos,
bombas e trocadores de calor. (COSTA et al., 2011)
59
UNIDADE II │ PROCEDIMENTOS INVASIVOS
»» edema;
»» complicações respiratórias;
»» distúrbios neurológicos;
»» arritmias;
»» sangramento pós-operatório;
Quanto mais longa for a duração do CBP, mais grave será o desequilíbrio fisiológico do
paciente e as complicações que esse procedimento pode provocar. Vários pesquisadores
tentaram demonstrar as vantagens da cirurgia cardíaca sem PBC em comparação com a
cirurgia cardíaca convencional. (WOODS et al., 2012)
Os pacientes com CBP mais longo apresentaram mais défices neurológicos, incluindo
sonolência excessiva, alterações da função cognitiva e intelectual em comparação com
pacientes que passaram menos tempo no PBC. Destaca-se que a incidência de disfunção
cognitiva tem sido maior nos pacientes após cirurgias cardíacas do que nos pacientes
submetidos a outros procedimentos cirúrgicos. Essa incidência é ainda maior entre os
pacientes mais idosos. (WOODS et al., 2012)
Mediante isso, uma das principais preocupações da equipe de enfermagem deve ser a
prevenção de infecção, visto que o seu aparecimento pode comprometer o sucesso
do tratamento. Sendo a higienização das mãos a principal medida para controlar essa
problemática, assim como a utilização de técnicas assépticas para realizar procedimentos,
como troca de curativo de acesso venoso central, por exemplo.
Outra medida essencial é o controle rigoroso dos sinais vitais. Alterações dos sinais vitais
podem indicar infecções, alterações no sistema de coagulação, choque, entre outros.
Controlando o uso de catecolaminas para corrigir a baixa da resistência periférica
vascular e manter uma pressão arterial média satisfatória. A tensão arterial média foi
mantida entre 65 e 80 mmHg e a frequência cardíaca entre 60 e 100 bpm.
Pacientes com CBP devem manter ventilação mecânica com pressão positiva durante
todo o período CBP, mantendo a PEEP entre 10 a 15 cmH2O, o volume corrente em torno
60
PROCEDIMENTOS INVASIVOS │ UNIDADE II
Dois dos requisitos indispensáveis para pacientes em tratamento com CBP são a sedação
e curarização, indicados em pacientes com baixa complacência torácica ou pulmonar,
desadaptados à ventilação mecânica ou com risco de barotrauma devido às pressões
elevadas das vias aéreas.
Para se avaliar o grau de sedação, pode-se utilizar a escala de RASS. Essa escala avalia
desde a agitação, ansiedade, ou ambas, até o coma irresponsivo. Existem quatro níveis
de agitação graduados de forma crescente de um a quatro positivos, e mais cinco níveis
de sedação graduados de um a cinco negativos. O paciente alerta e calmo representa o
zero da escala. (CREMASCO et al., 2009)
A utilização da CBP pode comprometer a integridade da pele, uma vez que é necessária
a restrição da manipulação. O aparecimento de úlcera pode ser uma complicação de
fácil ocorrência, seja pela dificuldade na realização de medidas de prevenção, seja pela
gravidade do paciente. (FERNANDES; CALIRI, 2008)
Dessa forma, o risco UPP era estabelecido diariamente, por meio da escala de Braden,
que fornece seis parâmetros para avaliação desse risco. O escore de Braden abaixo
de 18 pontos está associado à maior ocorrência de UPP. (CREMASCO et al., 2009;
FERNANDES; CALIRI, 2008)
61
SITUAÇÕES CRÍTICAS Unidade iII
Capítulo 1
Assistência de enfermagem no
infarto agudo do miocárdio e na
revascularização do miocárdio
62
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
A dor do infarto é, geralmente, semelhante à dor da angina estável, mas pode ocorrer
sem estresse desencadeante, apresenta-se mais intensa, com duração maior que
vinte minutos e não melhora após o uso de nitratos. O paciente pode encontrar-se
sudoreico, com náuseas, vômitos, dispneico e com palpitações, importantes sintomas
em cerca de 20% dos pacientes, como idosos, mulheres e diabéticos, que apresentam
dor torácica atípica, ou mesmo para os que tiveram o diagnóstico fechado de IAM,
mas não tiveram dor precordial em nenhum momento. Algumas vezes, náuseas e
vômitos podem ser os únicos sintomas em pacientes com IAM de parede inferior.
(ARAÚJO; MARQUES, 2007)
Apesar de existirem inúmeras doenças que causam dor torácica, aquelas originadas
do aparelho cardiovascular são as que trazem maiores preocupações ao médico e ao
próprio paciente, conforme mencionado. Uma abordagem adequada contribui de forma
significativa para a redução da mortalidade e dos custos hospitalares relacionados a esses
atendimentos sendo assim, a identificação ágil e o pronto-atendimento ao paciente com
dor torácica é hoje parte integral das atividades rotineiras dos serviços de emergência.
(BELLUCCI JUNIOR; MATSUDA, 2011)
Dor torácica, também conhecida como dor precordial, pode ser sinal de infarto agudo do
miocárdio (IAM). Contudo, em muitos casos esse sintoma soa como alarme falso para
IAM, podendo, após exames específicos, ser diagnosticado como dor de origem muscular
e até mesmo acúmulo de gazes intestinais. (BELLUCCI JUNIOR JÁ; MATSUDA, 2011)
Nesse contexto, para que o diagnóstico seja efetivo, é importante que o enfermeiro
tenha uma atuação adequada, desde o processo de triagem, orientando esse paciente de
63
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Mediante a isto, vale ressaltar que todo paciente com quadro de dor torácica deve ter
prioridade no atendimento.
O enfermeiro que atua nesse setor necessita ter conhecimento científico, prático e técnico,
tomar decisões rápidas e concretas; deve reconhecer situações que ofereçam riscos aos
pacientes, familiaridade com síndrome coronariana aguda; manejo com medicações e
viabilizar a execução de exames. (ARAÚJO; MARQUES, 2007)
Nesse contexto, os protocolos de classificação de risco são ferramentas que dão subsídios
para a avaliação e que vem constituir o respaldo legal para as condutas tomadas pelo
enfermeiro e sua equipe. Contudo não se mostram suficientes, visto que, deixa de abranger
outros aspectos do paciente, ou seja, o que faz dele um ser holístico, e cuja compreensão
é fundamental para a efetividade da avaliação de riscos. Ainda vale ressaltar que os
protocolos não substituem o diálogo, o respeito e a escuta das necessidades do paciente.
(SANTOS, PIAGGI, 2010)
64
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Mais da metade dos pacientes vítimas de IAM apresentam o evento em repouso. Apesar
do grande avanço da investigação laboratorial do IAM, a história clínica do paciente
associada ao eletrocardiograma permanece como elementos primordiais na elucidação
diagnóstica e orientação terapêutica. (MARCOLINO et al., 2013)
Placas estáveis obstrutivas são responsáveis pela angina estável (AE), e as placas
instáveis e rotas estão associadas às síndromes coronarianas (SCA), angina instável
(AI) e infarto agudo do miocárdio (IAM). (HUDAK; GALLO, 2007)
O sintoma clínico mais comumente referido pelo paciente com IAM é a dor precordial. Em
cerca de 60% dos pacientes é possível extrair sintomas precedentes ao evento isquêmico.
65
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Classicamente a dor precordial referida pelo paciente é forte, opressiva, pesada, constritiva
e limitante, associada à náusea, vômito, sudorese fria e profusa. Há, no entanto, sintomas
gerais inespecíficos, principalmente no grupo dos pacientes idosos, como, por exemplo:
tonturas, palpitações, calafrios, exaustão e síncope. (MARCOLINO et al., 2013)
Aproximadamente 50% dos IAM não fatais ocorrem de forma silenciosa, particularmente
nos pacientes diabéticos, obesos e hipertensos. (MARCOLINO et al., 2013)
66
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Por seu elevado valor preditivo negativo (de 83% a 98%) é considerada excelente para
excluir o diagnóstico de IAM. Esse valor preditivo negativo é importante somente em
pacientes com alterações eletrocardiográficas que dificultem o diagnóstico de IAM.
(SILVA; MORESCO, 2011)
67
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
68
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Durante a isquemia, ainda podemos ter como biomarcadores os ácidos graxos livres
(FFA) de cadeia longa não esterificada, que representam a principal fonte metabólica
para a contratilidade do miocárdio, respondendo por quase dois terços do ATP gerado,
sendo que o metabolismo da glicose gera o terço restante da demanda de oxigênio para
o miocárdio. (SILVA; MORESCO, 2011)
69
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Como o ECG pode ser inespecífico nas primeiras horas, é importante avaliar
traçados seriados em curto período de tempo (5-10 min), se o paciente permanecer
sintomático. Contudo outros métodos podem colaborar para um diagnóstico mais
preciso e precoce do IAM. Entre eles destaca-se a eletrocardiografia ambulatorial pelo
sistema Holter, graças à evolução tecnológica na última década, permite a avaliação
prolongada dos padrões eletrocardiográficos de pacientes, com a possibilidade da
detecção, classificação e quantificação dos vários tipos de arritmias, especialmente
as ventriculares; da detecção e quantificação das elevações e depressões do segmento
ST, fornecendo dados sobre a existência de isquemia espontânea e carga isquêmica
total; e, finalmente, a obtenção dos cálculos e dos parâmetros da variabilidade da
frequência cardíaca (VFC), informando sobre o estado da modulação autonômica do
coração. (ZIPES et al., 2006)
Assim, o Holter, exame não invasivo, de fácil execução e de baixo custo, permite uma
avaliação da existência de isquemia residual e informa sobre o substrato arritmogênico,
duas das condições que, associadas ao grau de disfunção ventricular esquerda,
representam os pilares determinantes do prognóstico futuro para os pacientes pós-
infarto. (ZIPES et al., 2006)
Tratamento farmacológico
»» é baixa a taxa de IAM entre os pacientes atendidos por dor torácica pelas
ambulâncias ou nas salas de emergência gerais (5%-10%),
70
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
»» é elevado o valor monetário calculado para cada vida salva com a utilização
da fibrinólise pré-hospitalar. (BJORKLUND et al, 2006)
71
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
72
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
O infarto agudo do miocárdio é uma afecção isquêmica que atualmente é dividida em:
elevação do segmento ST no eletrocardiograma ou infarto do miocárdio sem elevação
do ST.
Figura 11. Registro de um eletrocardiograma normal.
73
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
O infarto agudo do miocárdio continua a ser uma das principais causas de morbidade
e mortalidade em todo o mundo, apesar das melhorias substanciais no prognóstico na
última década.
74
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
75
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
»» Forneça uma dieta de líquidos leves até que a náusea diminua. Preveja
uma possível prescrição para uma dieta pobre em colesterol e hipossódica,
sem cafeína.
Ainda é possível tratar essas afecções por meio cirúrgico. Sendo três os principais
tipos de cirurgias cardíacas: as corretoras, relacionadas aos defeitos do canal arterial,
incluindo o do septo atrial e ventricular; as reconstrutoras, destinadas à revascularização
do miocárdio, plastia de valva aórtica, mitral ou tricúspide; e as substutivas, que
correspondem às trocas valvares e aos transplantes. Os tipos mais comuns de cirurgias
cardíacas são as reconstrutoras, particularmente a revascularização do miocárdio.
(SMELTZER; BARE, 2015)
76
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
77
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Ainda deve-se realizar balanço hídrico, pois o uso prolongado de vasoativos pode causar
retenção de Na+ e H2O, necessitando de terapia diurética. Mantendo monitorização
contínua ao se administrar medicações vasoativas. Não administrar vasodilatadores
em casos de hipotensão. Checar a frequência cardíaca antes de administrar digitálicos,
se menor que 60 bpm comunicar a equipe médica. Não administrar trombolíticos
quando há suspeitas de dissecção da aorta ou doença hemorrágica conhecida. Atentar
para alergias, monitorando a prescrição médica. Avaliar a eficácia do tratamento
medicamentoso. (ANTÔNIO et al., 2010)
Quadro 8.
Hipotermia.
Hipertermia.
Dor aguda.
Insônia.
Ansiedade.
Risco de infecção.
78
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
»» a hipertensão pulmonar;
»» pneumotórax;
»» atelectasia;
»» paralisia diafragmática;
»» pneumonias;
»» insuficiência renal;
»» distúrbios hemorrágicos;
»» problemas neurológicos;
»» íleo paralítico;
»» insuficiência hepática;
»» hemorragias gastrointestinais;
»» tamponamento cardíaco;
»» síndrome pós-pericardiotomia;
79
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Nesse contexto, deve-se realizar balanço hídrico, pois o uso prolongado de vasoativos
pode causar retenção de Na+ e H2O, necessitando de terapia diurética. Mantendo
monitorização contínua ao se administrar medicações vasoativas.
80
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Para tanto, a equipe de enfermagem deve ter seus atos direcionados pelo enfermeiro
com intuito de prestar um cuidado subsidiado por conhecimento técnico específico e
habilidades que fortalecem a ciência do cuidar a partir de sua organização de forma
sistemática. (SILVA; NÓBREGA, 2007)
Por fim, se faz importante ressaltar que mesmo com o grande avanço tecnológico e científico
acerca da cirurgia de RM, o seu sucesso dependerá da preparação dos profissionais
envolvidos, inclusive a equipe de enfermagem. (LAMAS; SOARES; SILVA, 2009)
82
Capítulo 2
Choque cardiogênico
»» miocardiopatia:
83
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
›› metabólica;
›› escorpionismo;
›› degenerativa;
›› de depósito;
›› radiação;
›› por sepse.
»» miocardite aguda;
»» toxicidade de drogas;
»» trauma cardíaco;
»» pós-parada cardíaca;
»» pós-operatório de cirurgia;
»» arritmias:
›› taquicardia supraventricular,
›› taquicardia ventricular,
›› bloqueio atrioventricular.
›› endocardite aguda;
›› ruptura de cordoalha;
›› doença de Kawasaki;
›› disfunção de prótese.
»» tamponamento cardíaco;
»» pericardite constritiva;
84
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
»» pneumotórax hipertensivo;
»» taquicardia;
»» extremidades frias;
»» hipotensão;
»» oligúria e anúria;
»» aumento do lactato;
»» colapso venoso;
»» exame do precórdio;
»» hiperpneia ou polipneia.
Nas situações de choque, o papel do enfermeiro vai muito além dos previstos por
diagnósticos de enfermagem, pois tem protagonismo importante, trabalhando em
equipe em situações definidas por diagnósticos médicos e papel essencial ajudando a
manter as metas e prazos definidos nos protocolos discutidos adiante.
85
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
É importante que o enfermeiro esteja atento às medidas terapêuticas mesmo que ela
seja prescrita pelo médico, pois o tratamento do choque cardiogênico, quando iniciado
precocemente, aumentam as chances de sucesso, sendo assim:
86
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
87
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Risco de choque.
Débito cardíaco diminuído.
Risco de débito cardíaco diminuído.
Risco de perfusão tissular periférica ineficaz.
Troca de gases prejudicada.
Volume de líquidos deficiente.
Risco de volume de líquidos deficiente.
Risco de desequilíbrio de volume de líquidos.
Risco de função hepática prejudicada.
Risco de função cardiovascular prejudicada.
Risco de desequilíbrio eletrolítico. Risco de glicemia instável. Ansiedade. Medo. Integridade da pele prejudicada. Risco de integridade da pele
prejudicada. Hipotermia. Hipertermia. Risco de infecção. Risco de confusão aguda. Risco de úlcera por pressão. Risco de perfusão tissular
cerebral ineficaz.
Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional. Risco de perfusão gastrintestinal ineficaz. Risco de perfusão renal ineficaz. Risco de sangramento.
Risco de olho seco.
88
Capítulo 3
Assistência de enfermagem na parada
cardiorrespiratória – atualização 2015
suporte avançado de vida
em cardiologia
E apesar de a PCR ser considerada o evento mais frequente fora do ambiente hospitalar,
dentro do hospital também é uma das principais causas de morbidade e mortalidade.
<https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-
GuidelinesHighlights-Portuguese.pdf>.
89
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Segundo Canova et al. (2015) “a PCR é definida pela ocorrência súbita de interrupção
da circulação sanguínea, culminando em perda da consciência, sendo responsável por
morbidade e mortalidade elevadas, mesmo em situações de atendimento ideal, com
taxa de sobrevivência de cerca de 17% no Brasil”.
“Tempo é cérebro”. Em uma PCR, essa afirmativa tem muito a dizer, pois estima-se que
em cada minuto de uma PCR sem reanimação, o indivíduo tenha 10% menos chances de
sobreviver. No entanto, medidas de ressuscitação cardiopulmonar, (suporte básico de
vida e suporte avançado de vida aumentam as chances de sobrevivência). Essas ações
ficaram conhecidas como corrente de sobrevivência. (CANOVA et al., 2015)
Quando uma parada cardíaca ocorre, essas equipes precisam executar rapidamente um
plano de cuidados para pacientes, individualmente. (MANCINI et al., 2010)
Estudos internacionais mostram que a atividade elétrica sem pulso (AESP) e a assistolia
são os ritmos iniciais mais diagnosticados no momento da PCR ocorrida no ambiente
intra-hospitalar, seguidas por fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular
sem pulso (TVSP), sendo que esses dois últimos estão associados a menores taxas de
mortalidade das vítimas. (GONZALEZ et al., 2013)
90
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Por definição, bons líderes de equipe também estão interessados em processos e ações
que podem melhorar o desempenho da equipe, como programas de desenvolvimento
profissional dos membros da equipe.
91
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Cadeia de sobrevivência
Em muitos casos de parada cardíaca, a morte pode ser evitada se uma cadeia assistencial
previamente organizada for eficaz para garantir a sobrevivência do paciente, tanto em
ambiente extra-hospitalar como dentro dos hospitais.
Cadeia extra-hospitalar
Figura 14.
PCREH
Cadeia intra-hospitalar
Figura 15.
PCREH
Primeiras medidas
Nos primeiros minutos, três ações iniciais são muito importantes e precisam ser
feitas simultaneamente quando possível: iniciar imediatamente as compressões
torácicas de alta qualidade; pedir ajuda e acionar pelo celular o SAMU-192 ou Corpo
de Bombeiros-193, sem se afastar do paciente e buscar um desfibrilador se disponível
por perto. Enquanto o primeiro socorrista está sozinho, iniciar compressões torácicas
(30), abrir vias aéreas, aplicar duas ventilações de resgate e pedir ajuda pelo celular.
Um segundo socorrista deve assumir a abertura das vias aéreas, ventilação, acionar o
Sistema de Emergência Móvel e buscar um desfibrilador (se disponível).
sala de parto). Um reanimador leigo não treinado deve fazer apenas as compressões
torácicas. Se for capaz de fazer também a ventilação, comprimir 30 vezes e ventilar
duas vezes a cada ciclo no adulto, mantendo entre 100 e 120 compressões torácicas
por minuto.
Figura 16. Algoritmos de reanimação.
Se refrataria a RCP com técnica correta: Buscar e tratar causas reversíveis (5H e 5T):
considerar intubação endotraqueal. Amiodarona hipóxia, hiperpotassemia, hipopotassemia,
se fibrilação refratária. Monitorar capnografia. hipovolemia, hipotermia, tensão no tórax,
tromboembolia pulmonar, tóxicos,
tamponamento cardíaco, trombose
coronariana (infarto).
Algumas considerações:
95
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Além da posição padrão das pás (borda esternal esquerda superior e anterolateral
esquerda), as outras posições são igualmente eficazes (lateral E-lateral D, posterior e
anterior etc.).
96
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Além da lesão celular causada pela isquemia da PCR, o RCE induz a uma série de
alterações fisiopatológicas que levam a síndrome pós-PCR. (NOLAN et al., 2015;
BERNCHE et al., 2016)
97
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Quadro 10.
98
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
Quadro 11.
Estudo mostrou que 70% dos pacientes avaliados apresentavam deterioração clínica nas
8h que precediam a PCR. Por isso, a detecção precoce mostra-se como uma oportunidade
de prevenir a ocorrência desses eventos dentro das instituições hospitalares. (VEIGA
et al., 2013)
Após a identificação de um ou mais parâmetros dos sinais vitais, dentro dos valores
extremos, ações pré-definidas como, por exemplo, o enfermeiro acionar imediatamente
o TRR e disponibilizar recursos materiais, medicações de emergência que devem
permanecer próximo ao paciente, necessitam ser implementadas. A seguir estão
listados os cuidados que devem ocorrer imediatamente para o pronto-atendimento de
qualquer intercorrência:
100
SITUAÇÕES CRÍTICAS │ UNIDADE III
E para evitar falsos alarmes, o preparo educacional da equipe para identificar o momento
correto de acionar o TRR é de fundamental importância, bem como a escolha do meio
de comunicação que deverá ser instituído, como por exemplo:
»» linha telefônica com ramal exclusivo para essa função. (DEVITA et al.,
2006)
A comunicação rápida com o TRR é imperativa para o sucesso das ações operacionalizadas
e para evitar possíveis erros de interpretação, deve ser utilizada a metodologia SBAR
(do inglês situation, background, avaluation e recomendation), que descreve de modo
estruturado a situação clínica encontrada, o histórico e as comorbidades identificadas,
conjugando com uma avaliação para cada caso, seguida de uma palavra final de
recomendação do realizado e prescrito. (JACQUES; HARRISON; MCLAWS, 2008)
›› dopamina IV.
101
UNIDADE III │ SITUAÇÕES CRÍTICAS
Fique atento à monitorização dos sinais vitais, essa atividade é crucial para o rápido
manejo em caso de novas complicações. (YEALY, 2014)
102
TRANSPLANTE Unidade iV
CARDÍACO E SEPSE
Capítulo 1
Assistência de Enfermagem na
captação de órgãos ao transplante
cardíaco
Para Braunwald (2006), atualmente, o transplante cardíaco tem como objetivo não
apenas promover a sobrevivência de um paciente com enfermidade cardíaca avançada,
mas proporcionar-lhe melhor qualidade de vida, vislumbrando o resultado positivo e o
sucesso do próprio transplante.
103
UNIDADE IV │ TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE
a união de todas as pessoas envolvidas nesse processo para o seu pleno êxito e
sustentabilidade, contudo, não garante a cura. As complicações pós-operatórias graves
incluem: a infecção e a rejeição tissular. Muitos pacientes experimentam uma ou ambas
complicações no período pós-operatório. (LUVISOTTO et al., 2007)
A captação
104
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
Figura 17.
105
UNIDADE IV │ TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE
106
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
Para que a assistência de enfermagem não se perca, se faz necessária uma padronização
dessa assistência, ou seja, a sistematização da assistência de enfermagem, que é
baseada no processo de enfermagem instituído por Wanda de Aguiar Horta e contém
as seguintes fases:
»» histórico de enfermagem,
»» diagnóstico de enfermagem,
»» plano assistencial,
»» prescrição de enfermagem,
»» evolução de enfermagem e
»» prognóstico de enfermagem.
107
UNIDADE IV │ TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE
108
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
Quadro 12.
110
Capítulo 2
Assistência de enfermagem ao
paciente com sepse na UTI
A sepse é caracterizada como uma síndrome infecciosa sistêmica sendo uma das
principais causas de admissão em unidades de terapia intensiva em todo mundo, assim
como a maior causa de mortalidade entre pacientes críticos. Possui uma letalidade em
curto prazo de 28 dias, em média, variando de 35% a 80%, dependendo da gravidade
da sepse e a existência de doenças subjacentes. (LONGO et al., 2007).
O estado de sepse pode agravar-se para sepse grave quando ela está associada a
manifestações de disfunção orgânica e hipoperfusão tecidual, caracterizada por oligúria,
acidose láctica, alteração do nível de consciência, ou hipotensão arterial com pressão
sistólica menor do que 90 mmHg, porém, sem a necessidade de agentes vasopressores.
Quando a hipoperfusão ou a hipotensão é refratária à reanimação volêmica, necessitando
de drogas vasopressoras, define-se que o indivíduo está em estado de choque séptico.
(OLIVEIRA; VIANA, 2009)
Para Engel et al. (2009) as complicações da sepse e seus estados evolutivos tornam os
pacientes instáveis e críticos clinicamente. A mortalidade de pacientes críticos é acima
de 30%. Segundo o Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS), somente no Brasil, a
sepse grave e o choque séptico levaram 62,6% dos pacientes a óbitos em unidade de
111
UNIDADE IV │ TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE
A detecção precoce das infecções é vital para um bom prognóstico. O exame clínico à
beira do leito frequentemente mostra-se ineficaz, obrigando-nos a recorrer aos exames
laboratoriais, como forma de aumentar a sensibilidade diagnóstica. Outro aspecto
importante diz respeito à antibioticoterapia. (DIAS et al., 2006)
Partindo desse cenário e considerando que a sepse caracteriza uma síndrome clínica
que frequentemente passa despercebida até estágios mais avançados, ratifica-se a
necessária adoção de estratégias multiprofissionais para a identificação precoce de
pacientes com risco de sepse e para a diminuição da mortalidade associada à sepse
grave e ao choque séptico, principalmente. (WESTPHAL et al., 2011)
Tal síndrome pode ter causas não infecciosas; quando a SRIS tem causa infecciosa,
recebe o nome de sepse. Apesar de ter enorme potencial de gravidade, a sepse é um
termo genérico que inclui o paciente em diversos estágios da resposta inflamatória
sistêmica. O termo é frequentemente usado de maneira inadequada como sinônimo
de infecção. O importante é saber que todo paciente com sepse pode apresentar uma
ou mais disfunções orgânicas que, quando não tratadas, evoluem para óbito. (SILVA
et al., 2013)
112
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
Os altos índices de morte por sepse grave estão associados, entre outras razões, ao
aumento da expectativa de vida, ao aumento do número de pacientes imunodeprimidos,
ao uso frequente de antibióticos e ao aumento na realização de procedimentos invasivos.
De acordo com o guideline da campanha de sobrevivência à sepse (survinving sepsis
campaing), o aspecto mais importante para a redução dos índices de mortalidade
por sepse é a pronta-identificação dos sinais e sintomas, dando início o mais rápido
possível ao tratamento. Porém, para que isso ocorra, é necessário que haja consenso e
treinamento adequado da equipe de enfermagem, bem como a abordagem correta da
equipe médica. (AZEVEDO et al., 2008)
Em 1991, foi realizada a Conferência de Consenso de Sepse cujo objetivo era determinar
a padronização de novas definições e termos sobre sepse, para aumentar a precisão e a
rapidez do diagnóstico.
113
UNIDADE IV │ TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE
Não deve ser considerado como fenômeno tudo ou nada, isto é, a falência orgânica
é um processo contínuo e dinâmico que pode variar desde disfunção leve à falência
total do órgão, geralmente são utilizados parâmetros de seis órgãos-chave, pulmonar,
cardiovascular, renal, hepático, neurológico e coagulação. (LEVER; MACKENZIE, 2007)
O diagnóstico da sepse está baseado em um alto índice de suspeita onde se exige uma
minuciosa coleta de informações. A sistematização da busca por sinais sugestivos de
infecção contribui para o diagnóstico precoce e implica na redução da mortalidade
relacionada a essa doença. A busca contínua pela detecção de sinais da SRIS e de
disfunções orgânicas durante a verificação rotineira dos sinais vitais poderia implicar no
reconhecimento dos pacientes com risco de sepse. (AKAMIRE et al., 2009; WETPHAL
et al., 2009)
A sepse grave deve ser suspeita em todos os pacientes com quadro infeccioso. A equipe
deve estar atenta à presença dos critérios de resposta inflamatória sistêmica que definem
a presença de sepse, como:
114
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
»» hipotensão;
»» oligúria;
Assim, o choque séptico é definido pela presença de hipotensão não responsiva a volumes.
(GREG et al., 2003)
Tratamento da sepse
O controle definitivo do foco infeccioso torna-se prioridade no tratamento. Assim,
a interrupção da sequência da patogênese é a melhor chance na redução da alta
mortalidade atual dessa importante entidade clínica, pois com a evolução da sepse
ocorrem fenômenos cardiovasculares, como: hipovolêmia, vasodilatação periférica,
depressão miocárdica, aumento da permeabilidade endotelial e hipermetabolismo.
(JUNIOR et al., 2006)
saturação de O2 sangue venoso misto [SvO2] ≥ 70% para atender oferta e demanda de
oxigênio aos tecidos, para manter adequada perfusão celular e prevenir a disfunção dos
órgãos. (JUNIOR et al., 2006)
A equipe de enfermagem deve aguçar seu olhar clínico e estar atenta às mínimas
alterações hemodinâmicas e de nível de consciência, agindo de encontro com às
necessidades fisiológicas e humanas básicas do paciente, proporcionando-lhe uma
assistência adequada, a fim de prevenir danos decorrentes do tratamento instituído.
(MESQUITA, 2009)
A seguir, destacaremos as principais condutas que devem ser realizadas nas primeiras
6 horas do choque séptico:
116
TRANSPLANTE CARDÍACO E SEPSE │ UNIDADE IV
Pacote 24 horas:
»» prevenção de tromboembolismo;
Quadro 13.
Risco de infecção.
Risco de aspiração.
Risco para integridade da pele prejudicada.
Integridade da pele prejudicada.
Ventilação espontânea prejudicada.
Perfusão tissular ineficaz cardiopulmonar.
Troca de gases prejudicada.
117
HUMANIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM NA Unidade V
UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA
Capítulo 1
Assistência de enfermagem
humanizada na unidade de
terapia intensiva
Nos últimos anos, observou-se o crescimento e a melhoria das políticas e ações que
promovem a humanização do cuidado na saúde, tanto no contexto de cuidados de saúde
como um todo como em setores específicos, como é o caso das UTIs.
Ainda vale ressaltar que o Ministério da Saúde implantou, na mesma época da PNHAH
a Política Nacional de Humanização (PNH), com a intenção de suprir as necessidades
subjetivas de seus usuários e colaboradores dos serviços de saúde.
Vale ressaltar que a humanização deve ser parte da filosofia e prática de enfermagem,
não somente em UTIs, e apesar de recursos materiais e tecnológicos serem importantes,
não há nada mais significativo que a natureza humana.
118
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA │ UNIDADE V
Está associada à assistência com base nos direitos humanos, ampliando as práticas que
promovem a autonomia, a liberdade de escolha, a equidade, a não violência de gênero
e as demais violações de direitos nos serviços de saúde. (VAN DE VELDE et al., 2011)
119
UNIDADE V │ HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Por esse motivo, é imperioso que o enfermeiro utilize estratégias que tenham como foco
a minimização do sofrimento da família do indivíduo hospitalizado na UTI. Sendo assim,
a incorporação, na prática, do acolhimento efetivo vai permitir que esse profissional
crie um estreito vínculo terapêutico com todos os envolvidos no cuidado, tirando o
foco somente na doença. “Estimular essa prática na UTI deve ser imprescindível já
que, nesse espaço, se concentra um verdadeiro arsenal tecnológico em detrimento das
relações interpessoais”. (PASSOS et al., 2015)
Liderança e humanização
As transformações políticas, sociais e econômicas têm acarretado mudanças em todos os
setores. E mediante esse cenário, cada organização busca alcançar níveis de excelência,
para tanto, implantam os pilares da qualidade: visão, missão, cultura, metas, estratégias,
instrumentos e desafios específicos. O que se tem notado é que cada vez mais as
organizações estão procurando profissionais, dentre eles gestores, que tenham um perfil
de liderança flexível, dinâmico para lidar com os mais variáveis problemas que possam
surgir. Para tanto, os gestores precisam estar atualizados em sua área, desenvolvendo
competências para exercer suas atividades com excelência. (FARIA, 2005)
120
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA │ UNIDADE V
Figura 18.
Frente às exigências do mercado, o gestor precisa se preparar não somente para suas
atividades de rotina, mas também para supervisionar processos, tratar de assuntos
voltados para hospitalidade e acolhimento do paciente e de sua equipe em si. Nesse
processo, é fundamental que o gestor conheça os princípios da liderança. (FARIA, 2005)
A liderança pode contribuir para o direcionamento dos objetivos e alcance dos resultados
almejados por uma organização, mas para tanto, essa deve reunir algumas habilidades
e condutas diretamente ligadas à influência do grupo para que caminhem em busca de
um objetivo comum. (ROUCO, 2012)
121
UNIDADE V │ HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
A partir das teorias comportamentais, foi desenvolvida a teoria dos estilos de liderança
definindo três categorias de líder:
No entanto, apesar de diversas teorias serem desenvolvidas, sabe-se hoje que não existe
um único modelo totalmente eficaz de liderança, o que reforça a necessidade de o líder
ser um indivíduo flexível capaz de adotar um estilo para cada situação vivida. (SOUZA;
MONTEIRO, 2010; KANAN, 2010)
O líder, então, deve tornar-se uma fonte de motivação para os demais, influenciando
positivamente sua equipe, ou negativamente se a liderança adotada não for aceita pela
maioria. Além disso, um líder também deve auxiliar no desenvolvimento de potencialidades
de seus liderados formando, assim, novos líderes para o futuro. (MARQUES, 2010)
Para formar líderes, é importante considerar alguns fatores que devem ser trabalhados e
lapidados entre eles, como: competência, motivação, desenvolvimento de relações, além
dos conhecimentos científicos e precisão técnica, essenciais à profissão. (BARRETOS
et al., 2013)
Para que os objetivos de uma empresa sejam atingidos, ela deve ter como preocupação
o gerenciamento ou a gestão de pessoas. E para que as ações do grupo ocorram de
maneira estratégica, com excelência e eficácia organizacional, é necessária a presença
de um líder capaz de enfrentar diversos desafios, manter a motivação é um deles.
(SANT’ANNA; GOSENDO; PASCHOAL, 2012)
Sendo assim, destacamos a importância do gestor por ser o elo dentro da equipe.
Ele desenvolve uma multiplicidade de atividades, que vão desde a realização do trabalho
intelectual, coordenação das ações da equipe, bem como a organização e implementação
das ações. (CAVALCANTE; CARPILOVSKY; LUN; LAGO, 2009)
Esse domínio do conhecimento sobre liderança oferece ao líder gestor subsídios para a
construção e mudança da estrutura de trabalho de sua equipe e da instituição, influenciando
na administração, na educação, na pesquisa, na tomada de decisão, no aprimoramento
e no proativismo de seus colaboradores para disponibilizar um atendimento de
qualidade. (SILVA; PEIXOTO; BATISTA, 2011)
Dessa forma, percebe-se que exercer a liderança no contexto atual consiste numa
realidade que permeia as ações do gestor, em virtude da ocupação cada vez mais frequente
de cargos de destaque nos serviços relacionados ao gerenciamento. (GREGOLIN;
PATZLAFF, 2011)
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UNIDADE V │ HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Nas instituições, o líder na condição de gestor necessita de preparo para assumir o papel
de liderança, condição básica à realização de mudanças em sua prática diária, com vistas
em garantir a qualidade do atendimento prestado ao paciente, conciliando os objetivos
organizacionais com as necessidades da equipe. (CAVALCANTE; CARPILOVSKY;
LUN; LAGO, 2009)
Ainda se ressalta que o processo de trabalho deve ser desenvolvido por meio do trabalho
em equipe e, para tanto, espera-se que o gestor tenha as competências necessárias para
exercer a liderança, ou seja, ele deve possuir a habilidade de influenciar pessoas para
que trabalhem em prol de objetivos identificados como sendo para o bem comum.
(CAVALCANTE; CARPILOVSKY; LUN; LAGO, 2009)
O estilo de liderança de uma pessoa é definido por meio do padrão comportamental que
ela manifesta no momento em busca influenciar as atividades de outras. Esse conceito
envolve uma combinação de dois tipos de comportamentos: tarefa e relacionamento.
(BONFIM; ESTEFANO; ANDRADE, 2010)
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HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA │ UNIDADE V
Motivação
Desde a Antiguidade, existe uma preocupação com as razões pelas quais as pessoas
agem ou pelas quais decidem o que fazer. Os principais fatores que levam pessoas a
fazer algo estão relacionados a uma hierarquia de necessidades como a de exercer um
cargo, ter reconhecimento profissional, entre outros. (CHARAN, 2008)
Figura 19.
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UNIDADE V │ HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Portanto, enfocar a liderança e suas relações com a motivação torna-se ação oportuna.
Todavia, é preciso estar alerta para o perigo do uso da motivação enquanto instrumento
para a administração, pois, no contexto administrativo, a motivação foi convertida em
um instrumento de invasão, manipulação e controle, por meio do qual os dirigentes
podem provocar determinados tipos de comportamentos em seus subordinados, pois
não é considerado o aspecto individual e intrínseco da motivação, que é usada como
substituta do poder e da coação, antes considerados predominantes na tentativa de
influenciar os empregados. (CHIAVENATO, 2010)
Hoje se sabe que a motivação decorre de uma necessidade não satisfeita e que, como
os seres humanos possuem necessidades diferentes, suas motivações também são
diferentes, pois são intrínsecas às pessoas. Além disso, deve-se entender que qualquer
pessoa não tem capacidade de motivar outras pessoas, mas que, conhecendo-se
as necessidades delas, podem-se criar condições para que se sintam motivadas.
(COSTA, 2011)
Apesar das divergências de opinião, pode-se observar que existe consenso generalizado
em considerar o fenômeno da motivação, representado por um processo de tomada de
decisões que, na situação de trabalho, leva os indivíduos a executarem suas tarefas e a
desempenharem suas atribuições na medida de suas melhores capacidades e esforços.
(COSTA, 2011)
126
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA │ UNIDADE V
A Teoria do Conhecimento explicita que não há conhecimento sem uma teoria que
permita explicar os eventos passados ou fazer uma previsão sobre o futuro. Notificando,
ainda, que a teoria estatística só ajudaria a fazer previsões quando o sistema está sob
controle estatístico, pois se pode saber o que ocorreu no passado e o que ocorrerá no
futuro. Uma teoria seria um modelo mental, uma ordem imposta à mente, que explica
como as coisas acontecem com base no que ocorreu, embora uma única falha inexplicada
de uma teoria pode exigir a sua modificação e até o seu abandono, em certos casos.
(COSTA, 2011)
Para Ferreira, Moises e Gimenez (2009) seria muito desastroso se a tendência para a
psicologia teórica fosse enfraquecida pela necessidade de lidar com grupos naturais ao
estudar determinados problemas de psicologia social. Não deveríamos deixar de notar,
entretanto, o fato de que esse desenvolvimento oferece grandes oportunidades, bem
como ameaças à psicologia teórica.
A maior limitação da psicologia aplicada está no fato de que, sem auxílio teórico
adequado, teve que seguir o método custoso, improdutivo e limitado de ensaio e
erro. Muitos psicólogos, que trabalham hoje num campo aplicado, estão plenamente
conscientes da necessidade de uma cooperação entre psicologia teórica e aplicada.
Isso pode ser conseguido em Psicologia, como foi em Física, se o teórico não olhar
para problemas aplicados com medo dos problemas sociais, e se o psicólogo aplicado
perceber que não existe nada mais prático quanto uma boa teoria. (FERREIRA;
MOISES; GIMENEZ, 2009)
Sendo assim, processos motivacionais podem ser indeferidos a partir da análise de fluxo
contínuo de comportamento que são determinados tanto pelo ambiente quanto pela
hereditariedade e são observados pelos seus efeitos na personalidade, nas convicções,
no conhecimento, nas habilidades e aptidões. (SILVA, 2010)
Conclusão
As doenças cardiovasculares, entre elas o IAM, estão entre as principais causas de
mortalidade no Brasil e no Mundo.
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UNIDADE V │ HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
Nesse sentido, é de suma importância que essas afecções sejam detectadas e tratadas
precocemente, tratando-se, principalmente, a isquemia, inflamação, desestabilização
da placa e disfunção cardíaca.
O enfermeiro tem papel fundamental nesse contexto, visto que está próximo do
paciente e de seus familiares, e se faz de elo entre esses e os demais membros da equipe
multiprofissional, tendo condições de avaliar suas necessidades e expectativas, assim
como manter participação ativa no planejamento da assistência de enfermagem e
educação continuada de sua equipe.
Ainda vale ressaltar que, atrelado a esse aparato tecnológico, está a humanização da
assistência de enfermagem. Fator primordial para que todo o conhecimento e técnica
sejam aplicados de forma humana. Deixando de lado a ação mecanicista, fria, passando
para o cuidado holístico.
128
HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA │ UNIDADE V
que não se percebem contemplados com todas essas qualidades. Entretanto, deve-se
reconhecer que esses atributos são passíveis de serem desenvolvidos na prática diária
do gestor.
Para tanto a Liderança é uma importante ferramenta para o dia a dia do gestor. Onde a
motivação tem lugar de destaque como subsídio para melhores práticas de liderança.
129
Para (não) Finalizar
Acreditamos que nesse momento você percebeu o quão vasto é o conhecimento a nível
somente das principais afecções cardiovasculares, sejam elas de origem clínica ou
cirúrgica. Já percebeu também que algo que é clínico pode se tornar cirúrgico, e vice-
versa, e que alguns sintomas são característicos de várias afecções, situação que pode
confundir o profissional num primeiro momento.
Embora ainda paire sobre a cabeça de muitos profissionais uma nuvem de incertezas
e dúvidas sobre a necessidade ou não de determinado conhecimento, tê-lo em mãos
pode ser uma certeza, a primeira etapa do processo já fui adquirida, agora é preciso
colocar em prática, e repetir a prática, repetir, repetir e repetir, assim o conhecimento
adquirido torna-se uma habilidade. Somente assim!
Não desanime, você está no caminho certo, se diferenciar dos demais tendo o
conhecimento como ferramenta é o primeiro ponto, o segundo é colocar o que foi
aprendido em prática.
A enfermagem está cada vez mais científica, e estes profissionais não são mais meros
“fazedores” de ações básicas, visto que hoje é importante entender o que tem por detrás
dessas ações.
Você tem um grande desafio pela frente, repensar e redefinir suas funções e profissão,
focando na qualidade e excelência da assistência de enfermagem. Agora é com você!
130
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