Você está na página 1de 12

Ao Dr.

Lavington, Bispo de Exeter

Canterbury, 1o Fevereiro de 1750

"Agedum! Pauca accipe contra". [Horace's Satire, I. iv. 38: "Agora ouça algumas
poucas coisas em resposta"].

Carta de John Wesley a George Lavington em resposta a O Fanatismo dos


Metodistas e Católicos, Comparados.
-----
Dr. George Lavington, bispo de Exeter (1683-1761) foi um dos mais amargos
oponentes de Wesley. O livro do Bispo Lavington O Fanatismo dos Metodistas e
Católicos, Comparados, foi publicado em três partes – 1749-51 – e republicado em dois
volumes. 'Entusiasmo' era uma difamação, colocada sobre a sinceridade e espiritualidade
na religião. Marcar como 'Papistas' era, naquele tempo, gritar 'Cão louco'. Provar que os
Metodistas tinham princípios Romanos era, de fato, provar que eles difamavam com os
inimigos de sua região para a restauração dos Stuarts, e dominação papal. O Bispo
Lavington deve ter sabido que o princípio dominante da pregação Metodista, nas paróquias
de Shoreham e Haworth, na de Bexleu e Great St. Bartholomew era Justificação pela Fé –
a doutrina da Reforma, dos trinta e nove Artigos, das Homilias, e o sermão-manifesto de
Wesley, na igreja de St. Mary, em Oxford. Nenhuma doutrina era mais absolutamente
oposta aos primeiros princípios do Catolicismo, e, nenhuma doutrina tocou suas trombetas
mais freqüentemente, na Fundição e no Tabernáculo. O taque do bispo Lavington era tão
prepotente, quanto injusto. Whitefield, Wesley, Vincent Perronet e outros replicaram. A
carta de Wesley ao bispo Lavington, nós agora sabemos, deve ter sido escrita em seu retiro,
em Newington, já que o Registro de Sermão mostra que ele estava lá no dia 21 de
Novembro; também na quarta-feira, dia 27.

George Lavington foi bispo de Exeter em 1747. A srta. Wedgwood diz: 'Bispo
Lavington, o autor anônimo' (do Fanatismo dos Metodistas e dos Papistas Comparado)
'merece unir-se aos homens que atiram gatos mortos ou ovos podres nos Metodistas, não
com aqueles que investem violentamente contra seus princípios com argumentos, ou
mesmo reprovação séria'. (Diário John Wesley). É agradável acrescentar que em Agosto de
1752, duas semanas antes da morte do bispo, Wesley estava na Catedral de Exeter, e
escreve: 'Eu tive o prazer de compartilhar da Ceia do Senhor com meu velho oponente
Bispo Lavington. Oh, que possamos nos sentar juntos no reino de nosso Pai!'.

Senhor – Eu seus recentes panfletos, você tem empreendido provar que o sr.
Whitefield e eu somos fanáticos vulgares, e que toda nossa 'conduta não passa de uma
duplicata dos mais selvagens fanatismos, da mais abominável comunhão em suas épocas
mais corruptas.
1. Você se esforça para sustentar esta responsabilidade contra nós, através de
citações de nossos próprios escritos, comparadas com as citações dos célebres escritores da
comunhão Católica.

2. Coloca-se sobre mim, responder por uma. Mas eu não devo oprimi-lo com uma
resposta muito longa, com receio de que 'pela falta de tempo livre ou inclinação', você não
possa dar a este, algo mais do que a leitura que fez dos meus outros tratados. Com este
objetivo, portanto, poupando a ambos, a você e a mim, eu devo considerar apenas sua
Primeira Parte, e esta, tão brevemente quanto possível. Assim sendo, eu não devo interferir
com outras citações; mas, deixá-las a quem elas possam interessar; apenas examinar, se
estas que você tem feito dos meus escritos, provam a responsabilidade de fanatismo ou não.

Isto, eu compreendo será abundantemente suficiente para decidir a questão entre


mim e você. Se essas provarem a responsabilidade, eu estou derrotado; se elas não
provarem, se elas forem as palavras da verdade e sobriedade, será uma objeção de nenhum
peso real contra sentimentos, apenas em si mesmas, embora elas possam também ser
encontradas nos escritos dos Papistas – sim, dos Maometanos ou pagãos.

3. Que as oito páginas que você tomou emprestado fiquem como estão. Eu presumo
que elas não farão nem bem, nem causarão dano. Na décima, você diz: "Os Metodistas
agem, sob o mesmo propósito dos Papistas; talvez, não, com respeito ao acordo ou
desígnio, mas com respeito a uma similar configuração e estrutura cerebral, ou de
emanações da imaginação, produzindo efeitos similares. De uma comiseração de horror,
erguendo-se das corrupções graves do mundo, talvez, de um motivo real de devoção
sincera, eles tanto partem com pretensões calorosas para a reforma".

Senhor, este é um pensamento incomum – esta devoção sincera se ergueria da


'configuração e estrutura do cérebro'; assim como estas 'pretensões à reforma' deveriam
brotar de 'um motivo real de devoção sincera!'.

4. Você prossegue: 'Ambos comumente começam suas aventuras com pregações no


campo'. Senhor, você condena a pregação toto genere, como diabólica em si mesma? Tenha
cuidado! Ou você (eu devo dizer o cavalheiro que auxilia a você) irá falar um pouco mais
claramente, e trair os reais motivos de sua antipatia sincera para com o povo chamado
Metodista.

Ou você condena a pregação no Monte Hahham – em específico, aos mineiros de


carvão de Kingswood? Se você duvida, se isto tem feito um bem real, é uma coisa muito
fácil ser informado a respeito. E deixe isto com todos os homens imparciais, se, na verdade,
o bem que tem sido feito, através da pregação lá, e que não seria possível, de alguma outra
forma, não 'justifica' abundantemente 'a irregularidade dele'.

5. Mas você pensa que eu sou nisto inconsistente comigo mesmo. Porque eu digo:
'A notabilidade é a própria circunstância que a recomenda'. (eu quero dizer, que a
recomendou aos mineiros de carvão em Kingswood). E, ainda assim, eu falo, a apenas uma
página ou duas antes: 'Nós não somos aceitos para pregar nas igrejas, antes, deveríamos
preferi-las a quaisquer outros lugares'.
Senhor, eu ainda afirmo ambos, um e outro. Eu prefiro a pregação na igreja, quando
me é permitido; quando não, a sabedoria e providência de Deus governam esta mesma
circunstância para o bem, muitos, que do contrário não teriam ouvido, afinal, vêm ouvir,
devido à raridade da coisa.

6. Sua segunda responsabilidade é que eu 'abuso do clero, atiro tanto fel de


amargura contra eles, e atribuo esta habilidade imunda de difamar, ao Espírito e poder
dado de Deus'.

Senhor, eu me declaro inocente de toda a responsabilidade. E você não citou uma


linha para sustentar isto. Mas, se você pudesse sustentar, o que isto seria ao ponto em
questão? Eu presumo que calúnia não é fanatismo. Talvez, você irá dizer: 'Mas é alguma
coisa tão má quanto'. Verdade; mas é nada ao propósito: mesmo o imputar isto ao Espírito
de Deus, como você o representa aqui, é uma instância da habilidade, e não do fanatismo.

7. Em Terceiro Lugar, você me responsabiliza com o 'usar de uma aparência


santificada, com o propósito de arrastar seguidores, através de um olhar reservado,
comportamento preciso, e outras marcas de devoção externa. Para qual razão', você diz, 'o
Sr. Wesley fez e renovou aquela nobre resolução: não propensamente favorecer a si mesmo,
na menor leviandade de comportamento ou em rir -- não, nem por um momento; falar
palavra alguma que não tenda à glória de Deus, e nem um pouco das coisas mundanas'.

Senhor, você perdeu a marca novamente. Se esta 'aparência santificada foi


colocada para arrastar seguidores'; se ela foi por 'esta razão' (como você claramente
afirma que foi), para que 'o Sr. Wesley fizesse e renovasse aquela nobre resolução' (isto foi
feito onze ou doze anos antes, por volta do tempo de minha demissão do Lincoln College),
então, isto não pode ser exemplo algum de fanatismo; e assim, não se insere no objetivo de
sua presente obra; a menos que sua página título não pertença ao seu livro, porque aquela
confina você ao fanatismo dos Metodistas.

8. Mas para considerar este ponto de um outro panorama: você me acusa de 'usar de
uma aparência de santidade, um olhar reservado, comportamento preciso, e outras marcas
de devoção externa'. Como você está seguro, senhor, que isto foi meramente externo, e uma
mera aparência de santidade? Você afirma isto, como de seu conhecimento pessoal. Você
me conhecia pessoalmente, vinte e três ou vinte e quarto anos atrás? 'Ele criou e renovou
aquela resolução nobre', com o objetivo de 'arrastar seguidores'. Senhor, como você sabe
isto? Você está no lugar de Deus, para que você tome para si, ser aquele que sonda os
corações? 'Aquela nobre resolução, não propensamente para favorecer a si mesmo, na
menor leviandade de comportamento'. Senhor, eu o inocento de ter qualquer preocupação,
com respeito a este assunto. Mas eu apelo a todos que têm amor a Deus em seus corações,
se esta não é uma resolução racional, e bíblica, merecedora da vocação para a qual fomos
chamados. 'Ou no rir – não, nem por um momento'. Não, nem eu deveria favorecer isto,
afinal, se eu estou consciente comigo mesmo de que isto fere minha alma. Com respeito a
isto, que cada homem julgue por si mesmo. 'Falar nenhuma palavra que não tenda à
glória de Deus'. Um exemplo peculiar de fanatismo este! 'E nem um pouco das coisas
mundanas'. As palavras que imediatamente se seguem são: 'Outros podem; mais do que
isto, eles devem. Mas o que é isto para mim, que estava, então, inteiramente desimpedido
dos trabalhos mundanos de qualquer tipo?' (palavras que, em justiça, você deveria ter
afirmado). Não obstante o que, eu tenho, desde então, freqüentemente me comprometido
nisto, quando a ordem da Providência claramente requereu.

9. Embora eu não objetive interferir nelas, ainda assim, eu devo aqui tomar nota de
três de suas instâncias do fanatismo Papista. A primeira, é que 'Matilde torturou-se por ter
falado uma palavra inútil' (O ponto de comparação se situa, não em torturar-se, mas em ela
fazer isto naquela ocasião). A segunda, que 'nenhuma palavra saiu de Sta. Catarina de
Sena, que não foi religiosa e santa'. A terceira, que 'os lábios de Madalena de Pazzi nunca
foram abertos, a não ser para cantar os louvores de Deus'. Eu pediria a Deus que a
comparação entre os Metodistas e os Papistas pudesse se manter neste respeito! Sim, que
você e todos os clérigos da Inglaterra fossem culpados de exatamente tal fanatismo!

10. Você cita como uma quarta instância de meu fanatismo que eu digo 'Um
Metodista (um cristão verdadeiro) não pode adornar-se, sob qualquer pretexto com ouro
ou vestimentas caras'. Se isto é ser fanático, que o Apóstolo olhe para isto. Suas palavras
são claras e expressas. Se você pode encontrar um pretexto para colocá-las de lado, faça. Eu
não posso; nem desejo fazê-lo.

11. Meu 'aparente desdém ao dinheiro', você afirma como uma quinta instância de
fanatismo. Senhor, eu entendo você. Eu fui obrigado a chamar isto de aparente, a fim de
que você não se confundisse com a alegação trazida na sua página título. Mas, se for apenas
aparente, o que quer que isto prove além, não pode provar que eu seja um fanático.

12. Até agora, você teve um êxito extremamente desfavorável. Você trouxe cinco
acusações contra mim, e não foi capaz de fazer uma boa. De qualquer forma, você está
resolvido a atirar lama suficiente, para que alguns possam atolar-se. Assim, em seguida,
você tenta provar que eu tenho 'uma paciência indócil, e sede insaciável de viajar e
empreender viagens perigosas, para a conversão dos infiéis; junto com um desprezo
declarado a todos os perigos, dores, e sofrimentos; e o desejar, amar, e orar por toda
prática má, perseguição, martírio, morte e inferno'. Com o objetivo de provar esta
responsabilidade incomum, você produz quatro fragmentos de sentenças, que você assinala
como minhas palavras, ainda que, tal como elas se situam em seu livro, elas não são nem
gramaticais, nem fazem sentido.

Mas você não se refere à página ou mesmo ao tratado, onde alguma delas possa ser
encontrada. Senhor, é bom você ocultar seu nome, ou você será obrigado a esconder sua
face de todo homem de imparcialidade, ou mesmo de humanidade comum.

13. 'Algumas vezes, de fato', você diz, 'o Sr, Wesley queixa-se da zombaria, ambas
do grande e do pequeno vulgar': para provar que você destroça e assassina (como seus
modos são) outra de minhas sentenças. 'Mas, em outros tempos, a anotação está mudada,
e, "até que ele seja menosprezado, nenhum homem está no estado de salvação". 'A
anotação está mudada!'. Como é isto? Quando eu disse, o contrário do que eu faço até hoje
– ou seja, 'que ninguém é filho de Deus, a não ser aqueles que são odiados e
menosprezados pelos filhos do diabo?'.
Eu devo implorar a você, senhor, na sua Terceira Parte, para informar seu leitor que,
quando quer que algum solecismo [erro gramatical] ou sentenças destroçadas apareçam nas
citações de meus escritos, elas não me sejam imputáveis; que, se o sentido for meu (o que
não acontece sempre; algumas vezes, você me presta muita honra, até mesmo nisto), ainda
assim, eu não coloco pretensão à forma da expressão; o Inglês é todo seu.

14, 'Severidades corporais ou mortificação, através da tortura da carne', é a


próxima coisa, sob minha responsabilidade. Quase duas sentenças você traz como prova
disto. A primeira: 'nossa cama molhada' (tratou-se de uma tempestade no mar); 'Eu me
deitei no chão, e dormi profundamente até de manhã: eu não achei mais necessário ir para
a cama, como é que isto seja chamado'. Mas, quer eu faça isto ou não, como você irá
provar que meu motivo é para 'ganhar reputação por santidade?'. E desejo (se não for um
favor muito grande) uma pequena evidência disto.

O outro fragmento de uma sentença fala em 'suportar o frio com a cabeça nua;
chuva e vento; geada e neve'. Verdade; mas não como um modo de 'mortificação, através
do tormento da carne'. Nada mais, nada menos. Essas coisas não são faladas, como
instâncias voluntárias de mortificação (você mesmo sabe perfeitamente bem que não são;
apenas você tratou seu amigo desrespeitosamente), mas como algumas das inconveniências
inevitáveis que atendem a pregação ao ar livre.

Portanto, você não precisa estar tão 'seguro de que o Apóstolo condena esta afeidia
swmatov "não poupando o corpo", 'como inútil e supersticioso, e que é uma mostra falsa
de humildade'. (Colossenses 2:23) "As quais têm, na verdade, alguma aparência de
sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não
têm valor algum no combate contra a satisfação da carne". Humildade está inteiramente
fora de questão, assim como castidade, no caso das privações suportadas (mas não
propriamente escolhidas), por amor às almas, pelo qual Cristo morreu.

15. Você acrescenta uma palavra ou duas sobre o meu 'desejo ardente de ir para o
inferno', que, você pensa, eu 'adotei do Jesuíta Nierenberg'. Senhor, eu não conheço o
homem. Eu sou completamente um estranho quer para sua pessoa ou doutrina. Mas se esta
é sua doutrina, eu a desaprovo, do fundo do coração. Eu desejo ardentemente que tanto
você quanto eu possamos ir para o céu.

Mas o 'Sr. Wesley diz: "Um pobre ancião decidiu a questão do amor desinteressado.
Ele disse: Eu não me importo onde eu esteja -- que Deus me coloque onde Ele desejar, de
modo que eu possa seguir em frente em sua honra e glória"'.

Ele assim o fez. E o que, então? Estas palavras implicam 'um desejo ardente de ir
para o inferno?'. Eu não suponho que o ir para o inferno entre nos pensamentos dele. Nem
isto tem qualquer espaço em minha noção de amor desinteressado. Como você pode
entender aquele termo eu não sei.

Mas você irá provar que eu tenho este desejo, mesmo que eu não venha a ter. Você
está certo que esta foi minha 'intenção original, nas palavras citadas pelo sr. Church [Veja
carta de 17 de Junho, 1746 – seção II.8 a Thomas Church: 'Existe uma justificação
transmitida a nós em nosso batismo; ou, propriamente, este estado, então, começa. Mas,
nós podemos cair em pecados; nós não podemos recuperar isto, sem a fé e arrependimento
verdadeiros, que implicam (assim como seus frutos) em um abandono de nossos pecados e
aperfeiçoamento de toda a nossa vida'].

Condena-me, se puderes, à dor eterna; ou afasta-me de Tua face.

‘O poder e a justiça de Deus’, você diz, ‘devem ser entendidos: porque ele fala do
amor de Deus nas mesmas linhas seguintes – Mas, se Teu amor mais forte me constrange,
que eu seja salvo pela graça'.

Senhor, eu vou lhe contar um segredo. Essas linhas não são minhas. De qualquer
forma, eu irei, uma vez mais, me aventurar a defendê-las, e declarar que seu efeito é bom
para coisa alguma: 'Se se fala a respeito deste amor nas últimas linhas, então, não se fala
nas primeiras'. Não! Por que não? Eu aceito que seja falado em ambas; o significado claro
sendo: 'se Tu não és amor, eu estou satisfeito em perecer. Mas se Tu fores, que eu encontre
os efeitos disto; que eu seja salvo pela graça'.

16. Em seguida, você me acusa de manter uma sensibilidade estóica. Esta objeção
também você empresta do Sr. Church. Você deveria igualmente ter se certificado de que eu
respondo a isto e abertamente rejeitei esta doutrina: eu quero dizer, de acordo com as regras
da justiça comum. Mas isto não é falha sua.

17. Parte de sua página trigésima-nona segue assim: 'Com respeito a todos esses
resignados que suportam privações, etc..., tem sido observado por autores ilustres que
"algumas pessoas, devido à constituição de temperamento, suportam o pior que puder cair
sobre elas; outras, de um humor inflexível e força de educação, tornam leva as mais
extraordinárias torturas; que, quando o fanatismo chega, em apoio a esta inflexibilidade
natural ou adquirida, e os homens fantasiam que executam a obra de Deus e estão
autorizados para Suas recompensas, eles imediatamente se apressam para os sofrimentos e
dor"'.

Eu tomei conhecimento que você resumiu fielmente – seu próprio livro, posso dizer,
ou do ilustre Dr. Middleton? Mas o que é isto que você está se esforçando para provar?

"Quorsum haec tam putida tendant?". [Sátira de Horácio: 'Para onde tende estas
coisas microcéfalas? '].

O parágrafo parece apontar para mim. Mas é uma tendência clara e natural de
invalidar aquele grande argumento do Cristianismo que é traçado da constância dos
mártires. Você não falou aqui um tanto quanto claramente? Não teria sido melhor manter a
máscara um pouco mais tempo?

De fato, você de maneira imperfeita, acrescenta: 'O conforto sólido e justo que um
verdadeiro mártir recebe do alto é aplicado, sem qualquer fundamento, ao impostor'. Mas
isto não é suficiente, até mesmo, para salvar as aparências.
18. Você junta a isto um pensamento verdadeiramente surpreendente: 'Pode ser,
observado além, que ambos os fanáticos, antigos e modernos, sempre tomam cuidado para
assegurar algumas vantagens, através de seus sofrimentos'. Oh! Fanáticos raros! De modo
que eles não são tão tolos, nem, como eles vulgarmente supuseram ser. Isto é exatamente de
uma parte junto com as 'demoníacas astúcias epiléticas', em seu outro desempenho. Você
não pensa (se você pudesse falar tudo que está em seu coração, e nos permitisse entrar no
todo secreto) que houve um pacto igual entre o Bispo Hooper e seus executores; assim
como entre o ventriloquista e os exorcitas? [Veja carta de Janeiro de 1749 – IV. Seção III ao
Dr. Conveyrs Middleton].

Mas qual 'a vantagem que eles cuidaram de assegurar?', um bom salário? Uma
fortuna apreciável? Não: completamente um assunto diferente: 'comunicações livres com
Deus e manifestações mais completas de Sua santidade'. Eu me atrevo a dizer-lhe, para não
invejá-los, não mais do que você faz com respeito aos 'fanáticos egoístas' do passado, que
foram torturados, não aceitando livramento, para que eles pudessem obter uma ressurreição
melhor'.

19. Você prossegue, para provar meu fanatismo, com relação às minhas noções de
conversão. E aqui grandes abatimentos devem ser feitos, porque você está falando de coisas
completamente fora de sua esfera; você entrou em um mundo desconhecido! Ainda assim,
você fala tão magistralmente, como se estivesse apenas depreciando os Antepassados da
Igreja primitiva.

Em Primeiro Lugar, você diz que eu 'represento a conversão como imediata e


instantânea'. Gentil e justo! Você sabe o que é conversão? (Um termo, de fato, que eu
muito raramente uso, porque ele raramente ocorre no Novo Testamento). 'Sim; ela é para
"que os homens atinjam a perfeição imediatamente". Na verdade, senhor, não é. Um
homem é usualmente convertido, bem antes que ele seja um homem perfeito. É provável
que a maioria dos Efésios, aos quais Paulo dirigiu sua Epístola era convertida; ainda assim,
eles não 'vieram', (poucos, se algum) 'a se tornarem homens perfeitos, conforme a medida
e estatura da plenitude de Cristo'.

20. De fato, senhor, eu não pretendo fazer você entender essas coisas. Eu não sou
tão convencido, a ponto de pensar que isto está em meu poder. É o extremo de minha
esperança convencê-lo, ou pelo menos, aqueles que lêem suas obras, que você entende
coisa alguma a respeito delas.

Para colocar isto fora de discussão, você prossegue: 'Assim, a fé e o nascer de Deus
são consideradas obras instantâneas, imediatas, no mesmo momento, como um relâmpago.
Justificação, o mesmo que regeneração, e tendo uma fé viva, isto sempre, de imediato'. Eu
não sei o que admirar mais, o Inglês ou o sentido, que você aqui origina sobre mim; mas, na
verdade, é tudo seu: eu não misturo assim fé e nascer de Deus. Eu sempre falo deles como
coisas diferentes; é você quem mistura a ambos.
É você que descobre que justificação é o mesmo que regeneração, e ter uma fé viva.
Eu os considero três coisas diferentes – tão diferentes, como nunca vindo sob a mesma
categoria. E, ainda assim, é verdade que cada uma dessas, 'tanto quanto eu sei', é, a
princípio experimentada, subitamente; embora duas delas (eu deixo a você, certificar-se
quais) vão aumentando gradualmente, a partir daquela hora.

21. 'Depois dessas conversões repentinas', você diz, 'eles recebem suas garantias de
salvação'. Senhor, a ignorância do Sr. Bedford, em colocar a responsabilidade desta
doutrina sobre mim, poderia ser involuntária, e eu estou persuadido de que foi real. Mas a
sua não pode ser. Deve ser voluntária, se não for, antes, simulada. Porque você a teve diante
de si, enquanto escreveu o próprio tratado, em que eu corrigi o equívoco do Sr. Bedford, e
explicitamente declarei: 'A confiança da qual eu falei não é a segurança da salvação'. E as
mesmas passagens que você citou de mim provam o mesmo; cada um delas refere-se (como
você mesmo sabe em sua própria consciência) totalmente e somente ao perdão presente, e
não à futura salvação.

Sobre a perfeição cristã, eu não devo dizer coisa alguma a você, até que você tenha
aprendido um pouco da honestidade pagã. [o sr. Wesley quer dizer, não fazer ao outro, o
que não quer que seja feito a você].

22. Que esta é uma lição que você ainda não aprendeu parece também da seção
seguinte, em que você redondamente afirma: 'O que quer que eles pensem, digam, ou
façam' (ou seja, os Metodistas, de acordo com o próprio relato deles), 'é de Deus. E o que
quer que se oponha é do diabo'. Eu não duvido, mas o Sr. Church acreditou que isto fosse
verdade, quando ele afirmou. Mas isto não é pretexto para você, que, tendo lido a resposta
do Sr. Church, ainda afirma o que você sabe ser falso.

'Aqui nós temos', diz você, 'o verdadeiro espírito e a própria essência do fanatismo,
que coloca os homens acima da razão carnal e de toda convicção das claras Escrituras'.
Pode ser que sim, pode ser que não: isto nada significa para mim. Eu não estou acima quer
da razão ou das Escrituras. A tanto uma quanto a outra, eu estou pronto a me submeter. Mas
eu não posso receber invectiva indecente, no lugar das Escrituras; nem dar alguma atenção
à vil bufonaria como raciocínios claros e convincentes.

23. Com suas duas páginas seguintes, eu nada tenho a fazer. Mas na qüinquagésima-
segunda, eu li como se segue: "'Um Metodista', diz o Sr. Wesley, "recebeu o sacramento,
quando Deus se agradou de deixá-lo ver o Salvador crucificado"'. Muito bem; e o que isto
vem provar? (1) Que eu sou um fanático; (2) que eu 'encorajo a noção da presença real e
corporal na oferta da liturgia'. Como é isto? 'Este é um bom argumento para a
transubstanciação [Teologia Católica Romana:Transformação da substância do pão e do
vinho, durante a consagração da missa, na substância do corpo e sangue de Jesus Cristo],
como diversas produzidas por Bellarmine [Robert Francis Romulus Bellarmine]'. Muito
semelhante, ele pode ser; e tão bom quanto diversos produzidos por você para o entusiasmo
dos Metodistas.

24. Nesta 'rapsódia seráfica do amor divino', como você denomina isto, e que você
condena em conjunto como fanfarrice ou loucura, existem diversas expressões bíblicas,
ambas do Velho e Novo Testamento. A princípio eu imaginei que você não as conhecia;
estes sendo livros que você não pareceu estar muito familiarizado a respeito. Mas, ao
colocar as situações juntas, eu supus melhor que você estivesse satisfeito de tão generosa
oportunidade de fazer como se você me tivesse por mira, para que você tivesse um golpe
certeiro em alguns desses velhos fanáticos.

25. As próximas palavras que você cita de mim, como prova de meu fanatismo são:
'O poder de Deus esteve presente de uma maneira incomum'. Eu quero dizer que muitos
encontraram um tal grau daquela paz, alegria e amor que Paulo denomina de 'os frutos do
Espírito'. E todos esses, em conformidade com sua doutrina, eu me referi ao poder de Deus.
Eu sei que, em conformidade com seus princípios, você as atribuiu ao poder da natureza.
Mas eu ainda acredito, de acordo com a velha hipótese bíblica, que, onde quer que, ao ouvir
a Palavra de Deus, os homens são cheios com a paz e amor, Deus 'confirma aquela
palavra, através do Espírito Santo dado junto aqueles que a ouvem'.

26. Como uma prova adicional de meu fanatismo você menciona 'direções, missões
e chamados especiais, através da revelação imediata'; por uma instância da qual você cita
essas palavras; 'Eu sei e estou seguro de que Deus enviou Seu discernimento e Sua
verdade'. Eu não sabia disto. Mas eu digo 'pela revelaçâo imediata?'. Nem a menor coisa a
respeito. Esta é seu próprio aperfeiçoamento engenhoso junto às minhas palavras.

'De qualquer forma, foi através de uma direção especial; porque suas próprias
palavras no parágrafo são: "Da direção que eu recebi de Deus este dia, no tocante a um
assunto da maior importância'".

O que? Essas palavras estão no mesmo parágrafo com estas: 'Eu sei, e estou seguro
de que Deus enviou Sua compreensão e Sua verdade?'. Por que? Então, você rasga o
parágrafo em dois, e coloca parte em sua página sessenta e sete; parte em suas páginas
sessenta e oito e sessenta e nove? Oh, para um raciocínio claro – fazer isto parece duas
instâncias do fanatismo, do contrário, teria feito a não ser uma, quando muito!

Mas você não pode produzir uma, até que você tenha provado que essas direções
foram, por revelação imediata. Eu nunca afirmei que elas foram. Eu afirmo agora que elas
não foram. Agora, senhor, tire o melhor proveito delas.

Você acrescenta: 'Deixe-me mencionar algumas poucas direções, vindas por meio
de mando. O sr. Wesley diz: "Eu fui até o sr. Delamotte, onde eu esperei uma recepção fria;
mas Deus havia preparado o caminho antes de mim"'. O que? Por ordem do sr. Delamotte?
Quem lhe disse isto? Não fui eu, nem algum outro, apenas sua imaginação frutífera.

27. Sua próxima descoberta é mais curiosa ainda – que 'os itinerantes ordenam pelo
que necessitam na taverna, e, então, dizem ao proprietário que ele será condenado se
pegar alguma coisa deles'.

Eu bati a cabeça, para me certificar quem poderia ser este itinerante; já que eu não
poderia deixar de imaginar que um ou outro louco, provavelmente denominando-se
Metodista, deva em um lugar ou outro ter dado alguns alicerces para uma estória entregue
tão prontamente. Em meio a isto, uma carta da Cornuália informou-me que fui eu, -- eu
mesmo fui o próprio homem; e conheci pessoalmente o lugar e a pessoa a quem eu disse
aquilo. Mas, já que existem algumas peculiaridades naquela carta (enviada sem um nome)
que eu não entendi bem, eu transcrevi algumas poucas palavras dela, na esperança de que o
autor 'me dê uma informação mais completa'.

'Quanto à declaração do Bispo do que o estalajadeiro de Mitchell diz em respeito


ao seu comportamento, eu, afinal, não me surpreendo com a história'. 'A declaração do
Bispo!'. De quem ele está falando? Certamente, não do Correto Reverendo dr. George
Lavington, Senhor Bispo de Exeter! Quando, ou a quem, ele declarou isto? Em Truro, na
Cornualha? Ou em Plymouth, em sua visitação? A todo o clero que estava reunido diante de
Deus para receber suas instruções pastorais? O sr. Lorde de Exceter deve certamente ter
mais cuidado para com a dignidade do ofício episcopal!

28. Mas para prosseguir: Eu não me 'ofendi com os Morávios' por advertirem os
homens 'contra misturarem a natureza com a graça', mas por eles fazerem isto, de tal
maneira, como inclinados a destruírem toda a obra da graça em suas almas. Eu não culpei a
coisa em si mesma, mas a maneira deles fazerem isto; e isto você sabe perfeitamente bem:
porém, com relação a você, a verdade deve sempre dar lugar à imaginação – em todos os
eventos, você deve ter seu escárnio.

29. Tivesse você algum cuidado para com a verdade, ou algum desejo de representar
as coisas como elas realmente são, quando você repetiu a objeção do Sr. Church, com
relação à grande quantidade, você teria conhecimento que eu respondi a ela grandemente.
Já que você replicou aquela resposta, eu posso acrescentar uma palavra mais.

30. Você lamentavelmente está perdido, debaixo do artigo dos êxtases e


arrebatamentos, para respingar alguma coisa que servirá ao seu propósito. Por fim, de dez
ou doze tratados, você pegue duas linhas; e estas, as mesmas que você havia mencionado
antes; 'Minha alma alcançou o monte santo. Eu não tenho pensamento de viver em meu
corpo novamente'. E verdadeiramente você poderia, também, ter deixado estas sozinhas;
porque se por 'êxtase' você quer dizer transe, aqui não existe relato de qualquer coisa como
tal, mas apenas um 'regozijar-se em Deus com alegria inexprimível e cheia de glória'.

Com respeito 'à garota de sete anos', eu não tenho o que fazer; embora você
honestamente inclua esta relação à outra, com o objetivo de me tornar responsável por
ambas. Mas tudo é justo em direção a um Metodista.

31. O que eu afirmo, concernente a Peter Wright é isto: (1) que ele me deu aquela
relação (se eu acreditei ou não, eu não disse); (2) que ele morreu dentro de um mês
depois… Agora, senhor, dê-nos um aspecto de seu oficio. Dessas duas proposições, extraia
uma prova de que sou um fanático.

Você pode facilmente provar isto destas, assim como das palavras que você cita a
seguir: 'Deus agora deu remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo, e freqüentemente
em sonhos e visões de Deus'. 'Mas, mais tarde', você diz, 'eu falo de maneira mais receosa'.
Na verdade, eu não faço isto; mas me guardo contra o fanatismo nestas palavras, parte das
quais você citou. Todo o parágrafo transcorre assim:

'Dessas palavras, "Amado, não acredite em todo espírito; mas experimente se os


espíritos são de Deus", eu disse a eles que não era para eles julgarem o espírito, por meio
do qual alguém fala, quer pelas aparências, ou pelo relato comum, ou por seus próprios
sentimentos interiores – não, nem por quaisquer sonhos, visões ou revelações, que se supôs
terem sido feitos para suas almas, não mais do que por suas lágrimas, ou quaisquer efeitos
involuntários forjados junto aos seus corpos.

'Eu os adverti que todos esses eram, em si mesmos, de uma natureza duvidosa e
questionável; eles poderiam ser de Deus, e poderiam não ser; e, eram, portanto, não
simplesmente para serem confiados, não mais do que simplesmente para serem
condenados, mas para serem testados por uma regra mais completa; para serem trazidos
para o único teste certo, a lei e o testemunho'.

Senhor, eu posso mostrar a eles um caminho melhor?

32. A última prova que você produz de meu fanatismo é o meu 'falar a respeito da
grande obra que Deus está agora começando a operar sobre a terra'. Eu reconheço o fato.
Eu falo de tal obra. Mas eu nego a conseqüência; porque se Deus começou a grande obra,
então, o dizer que Ele o fez não é fanatismo.

O trazer os pecadores ao arrependimento; salvá-los dos seus pecados, admite-se ser


através da obra de Deus. Sim, e salvar algum pecador é a grande obra de Deus; quanto mais
salvar muitos.

Mas muitos pecadores são salvos de seus pecados hoje, em Londres, em Bristol, em
Kingswood, em Cornwall, em Newcastle-upon-Tyne, em Whitehaven, em muitas outras
partes da Inglaterra, em Gales, na Irlanda, na Escócia, junto ao continente da Europa, na
Ásia, e na América. Isto eu denomino 'a grande obra de Deus' – tão grande, como eu não
tenho lido a respeito por diversas eras.

Você pergunta, como eu sei que uma grande obra é forjada agora --'por
inspiração?'. Não; mas pelo bom-senso. Eu sei disto, pela evidência de meus próprios
olhos e ouvidos. Eu tenho visto uma parte considerável disto; e tenho abundante
testemunho, tais que excluem todas as possibilidades de dúvida, pelo que eu tenho visto.

33. Mas você está tão longe de reconhecer alguma coisa deste tipo, como a concluir
em triunfo completo que 'esta nova dispensação é uma composição de fanatismo,
superstição, e impostura'. Mas o fato claro e inegável se situa assim: A alguns poucos anos
atrás, a Grã Bretanha e a Irlanda estavam cobertas com vícios de mar a mar. Muito pouco,
até mesmo da religião restara, e ainda menos do poder dela. Fora desta escuridão, Deus
mandou a luz brilhar. Em um curto espaço, Ele chamou milhares de pecadores ao
arrependimento. Eles foram, não apenas reformados em seus próprios vícios exteriores, mas
igualmente mudados em suas disposições e temperamentos; preenchidos com 'uma
consciência da religião verdadeira', com o amor a Deus e a toda humanidade; com uma fé
santa, produzindo boas obras de todos os tipos; obras ambas de devoção e misericórdia.

O que o deus deste mundo poderia fazer, em tal caso, para impedir o espalhar desta
'religião séria e sensata?'. O mesmo que ele tem feito, desde o começo do mundo. Para
ocultar a luz daqueles a quem Deus tem assim transformado, de brilhar diante de homens,
ele deu a eles todos, em geral, um apelido: ele os chamou de Metodistas. E este nome, tão
insignificante quanto ele foi, em si mesmo, efetivamente respondeu à sua intenção. Porque,
através destes meios, esta luz foi logo obscurecida pelo preconceito que não poderia ser
resistido pelas Escrituras ou razão. Através destas idéias odiosas e ridículas, fixadas por
aquele nome, eles foram condenados no total, sem nunca serem ouvidos. De modo que
agora qualquer escrevinhador, com uma porção mediana de juízo vulgar, não obstruído com
a boa natureza e modéstia, pode levantar um escárnio sobre aqueles aos quais ele não se
atreve a olhar na face. Por esses meios, até mesmo comparar Metodistas e Papistas pode
blasfemar a grande obra de Deus, não apenas sem responsabilidade, mas com aplauso –
pelo menos, por parte dos leitores de sua própria espécie. Mas já é chegada a hora, senhor.
Você deverá deixar seu esconderijo. Venha para fora, e nos permita olharmos um na face do
outro. Eu não tenho tempo, e, muito menos, disposição, para controvérsia. Sim, eu prometo,
se você colocar seu nome na sua Terceira Parte, eu irei responder tudo que possa dizer
respeito a mim, naquela, assim como na precedente. Até então, eu permaneço, senhor,

Seu amigo, e quem lhe deseja o bem

John Wesley

PS. – Quando você vier a relatar aquelas 'Coisas horríveis e chocantes', pode haver
um perigo ao qual você não está atento. O de que até mesmo você possa cair (já que você
tão pouco pretende ou suspeita disto) na seriedade. E eu temo que, uma vez tirada a sua
capa de tolo, se você permanecer despido, diante da fria e sóbria razão, você mesmo possa
parecer uma criatura, tão sem importância (para usar sua própria frase), 'como se seu nome
fosse Perronet.'

[Perronet era filho de um ministro anglicano, huguenotes franceses, que fugiram do


continente, devido à perseguição religiosa. Por um tempo, Perronet foi colaborador de John
e Charles Wesley. John Wesley sempre tentou colocá-lo para pregar, mas Perronet, embora
capaz, estava, de certa forma, receoso diante de Wesley, e sempre adiou aceitar a proposta.
Mas John Wesley era alguém que não aceitava um 'não' como resposta. Assim, um dia, no
meio de um encontro, ele simplesmente anunciou: 'Irmão Perronet irá agora falar'.
Pensando rapidamente, Perronet colocou-se diante da grande multidão e declarou: 'Eu irei
agora entregar o maior sermão que alguma vez foi pregado sobre a terra'. Ao conseguir a
atenção de todos, ele leu o Sermão do Monte e se sentou - tradutora].

Você também pode gostar