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Transportadores de Correia - ROLETES M4

Equipamentos de Manuseio de Material

Transportadores de Correia - ROLETES


Os roletes têm uma enorme importância nos transportadores de correia, a falha no funcionamento irá
provocar sérios problemas de produção, com alto custo na manutenção, pois além da troca dos roletes,
normalmente a correia será seriamente danificada.

Infelizmente são raros artigos técnicos e normas que conseguem clarear com precisão alguns pontos
críticos nos roletes, tais como:
1 – Cálculo da carga nos rolos.
2 – Avaliação da vedação.
3 – TIR e MIS
4 – Desalinhamento do rolete

1 – Cálculo da carga nos rolos


Krause e Hettler [2] forneceram uma análise da força total que atua nos rolos, como resultado da
formação de estados de tensão ativa e passiva na seção transversal do material sólido a granel.
Segue a figura e as formulas.

Figura 1. Distribuição da força durante a abertura no rolo lateral resultante do sólido a granel (caso de
tensão ativa)

O fator de pressão ativo para a abertura da correia transportadora Kca é expresso como:

Onde φw é o ângulo de atrito entre o sólido a granel e a correia transportadora e φi é o ângulo interno de
atrito do sólido a granel. O fator de pressão passiva para fechar a correia transportadora Kcp é dado por:

Elaborado por: Eng. Luis A. Morgado


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A força normal por unidade de comprimento Fsn, atuando no lado inclinado da correia (rolo lateral)
devido ao sólido a granel é:

O modelo KH existente de Krause e Hettler (1974) fornece superestimação sobre a carga a granel nos
rolos laterais enquanto subestima a carga no rolo central. Considerando que o modelo KH incorpora uma
teoria da pressão do solo no limite superior, uma teoria da pressão do solo no limite inferior pode
fornecer uma solução mais precisa.

Dentro das duas teorias de pressão do solo, a teoria da pressão de solo de Rankine é limitada a aplicações
em muros de contenção, onde o ângulo de inclinação da superfície do solo equivale ao ângulo de atrito
da parede. Para o material a granel transportado na correia, isso pode não ser aplicável, pois o ângulo de
acomodação do material a granel pode ser diferente do ângulo da calha dos roletes. Portanto, o método
de descontinuidade de tensão de Sokolovski é aplicado para calcular a carga em massa como uma
solução de limite inferior, o que resulta no modelo SD.

Esse método também tem limitações, e necessita ser combinado com o modelo KH, para isso necessita
da avaliação de especialistas para uma melhor compreensão.

Devemos adicionar o peso da correia e o peso da parte girante do rolo, e não podemos deixar de
considerar o SAG da correia, que tem uma relação direta com a velocidade da correia e a granulometria
do material, abaixo um gráfico considerando um fator que leva em consideração esses efeitos, fixando
SAG 2% (padrão CEMA) e Granulometria de 50 mm a 100 mm, temos o seguinte gráfico em função da
velocidade:

fdin
1,6
1,5
1,4
1,3
1,2
1,1
1
0 2 4 6 8
v (m/s)

Avaliação da carga através do FEM/DEM


As comparações mostram que é alcançada uma correlação geral razoavelmente boa entre o perfil de
carga modelado DEM e o perfil de carga medido. No entanto, a força normal exercida sobre os rolos
laterais obtidas da simulação DEM é geralmente maior que os resultados experimentais para quase todo
material a granel nos testes. Enquanto isso, a força normal no rolo central é menor que os resultados

Elaborado por: Eng. Luis A. Morgado


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experimentais. Isso indica que a simulação DEM superestima a força normal nos rolos laterais enquanto
subestima a força normal no rolo central.

Até o momento, a modelagem de DEM ainda requer muita experiência e conhecimento para insights
quantitativos. Por um lado, a modelagem de DEM fornece informações mais qualitativas e não
quantitativas neste momento. Embora o DEM possa fornecer simulação próxima da realidade,
informações quantitativas podem ser usadas somente após os modelos DEM serem verificados e
validados. A validade dos modelos DEM depende em grande parte das atribuições apropriadas das
propriedades dos materiais a granel (ou seja, o tamanho e o módulo de cisalhamento). Os testes de
caracterização e calibração podem fornecer informações para essas propriedades.

Figura 2 - Simulação acoplada de FEM-DEM - Dratt et al. (2015).

No entanto, as atribuições dos valores para esses parâmetros na modelagem de DEM ainda requerem
análise e experiência sofisticadas. Por outro lado, a modelagem de DEM é um processo habitual para
fornecer modelos adequados à finalidade. Além disso, a modelagem de DEM envolve uma grande
quantidade de partículas; portanto, o cálculo pode consumir bastante tempo.

Esse item demonstra o grau de dificuldade para definir com precisão a carga nos rolos.

2 – Avaliação da vedação
A durabilidade dos rolos depende em grande parte da vedação nos rolamentos.

Pesquisadores fizeram testes em rolos, aquecendo através de uma resistência elétrica envolta no rolo, e
o que se observou, foi que a pressão que deveria ter gerado, acabou não ocorrendo, ou seja, o ar quente
saiu pela vedação. De acordo com os resultados de um teste de vedação, as vedações não garantem a
estanqueidade adequada, mas, no entanto, são suficientes para uma proteção eficaz contra poeira, desde
que seja aplicada uma graxa adequada, que garanta uma adesão em longo prazo às paredes do labirinto.

É fundamental realizar testes com pó e água, em temperaturas normais de trabalho dos rolos, de modo a
poder garantir a boa vedação, portanto, os bons fabricantes de rolos têm a obrigação de realizar esses
testes de no mínimo de 36 horas.

Elaborado por: Eng. Luis A. Morgado


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A pesquisa confirmou que a perda de impermeabilização dos mancais de rolamento está associada a um
aumento significativo na temperatura dos rolamentos, o que pode levar o travamento dos mancais.
Pesquisas baseadas no uso de uma câmera infravermelha e pirômetro mostraram que a área propensa a
travamento também inclui vedantes, cuja temperatura máxima atingiu 65,4 ° C.
A pesquisa realizada também mostrou o impacto significativo da carga no aumento da temperatura dos
conjuntos de rolamentos. O registro constante do aumento de temperatura e a natureza das mudanças
permitiram tirar conclusões sobre a falha dos rolamentos ou vedações.

A Figura abaixo mostra detalhe de garantir que a água não chegue ao rolamento.

Figura 3 - Avaliação da entrada de água no labirinto.

Recomenda no mínimo a realização dos testes, e a evolução no projeto no que se refere à vedação.

3 – TIR e MIS
As pesquisas indicam que o MIS de um rolo do transportador é a causa dominante do ruído produzido
pela interação de um rolo do transportador e da correia transportadora que está em contato com ele.
Eles também mostram que o TIR de um rolo do transportador tem muito pouco a ver com a mesma
produção de ruído. No entanto, isso não significa que o TIR seja uma medida redundante. A medição TIR
fornecerá uma indicação do balanceamento de um rolo do transportador que, se for ruim, pode levar a
fortes vibrações que foram testemunhadas pelos rolos do transportador TIR durante o teste.

Os testes também descobriram que era possível medir o ruído causado pela correia transportadora
devido à sua interação com os rolos do transportador e que, se esse padrão foi encontrado durante o
teste do ruído do rolo, os rolos do transportador estarão operando silenciosamente quanto possível.

Recomenda-se a realização de pesquisas adicionais nessa área de produção de ruído do sistema de


transporte.

4 – Desalinhamento do rolete
A precisão da instalação afeta no carregamento dos roletes, no meu artigo anterior referente à carga
adicional no rolete devido ao desalinhamento do rolete na curva convexa, foi demonstrada o aumento de
carga que foi gerado na ordem de 60%, o desalinhamento na horizontal também proporciona aumento
de carga e está diretamente ligada a tensão na correia e a grandeza do desalinhamento.

Elaborado por: Eng. Luis A. Morgado


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O gráfico mostra um SAG 0,22%, devido ao desalinhamento vertical de 3 mm (muito abaixo do SAG
padrão CEMA), o aumento da carga adicional no rolete para diversos níveis de tensão na correia.

Cadic Carga adicional( kg)


(kg)
60
50
40
30 Carga
20 adicional(
10 kg)
0
0 20 40 60
T (KN)

Recomenda manter o transportador de correia em boas condições operacionais, que infelizmente no


Brasil temos sérios problemas nessa área, o que reflete na vida dos rolos.

Muitas outras questões importantes poderiam ainda ser mencionadas, mas estou impossibilitado de
transmitir nesse momento, espero futuramente expor todos os detalhes.

Conclusão
Espero ter atingido o meu objetivo, em fazer uma provocação ao mercado brasileiro de manuseio de
materiais a granel, pela grande importância que os roletes têm com o desempenho operacional e o OPEX
dos transportadores de correia, e que merecem das nossas Mineradoras total empenho, como as demais
mineradoras do mundo, que estão pesquisando a fundo esse componente. Tenho a certeza absoluta que o
desenvolvimento nesse componente irá trazer excelente resultados para as empresas que tem forte
atuação nessa área.

Importante salientar que os artigos elaborados pelos melhores especialistas do mundo nessa área
concluem: “que ainda necessitam de mais pesquisas para aumentar o grau de confiabilidade nos cálculos
e no projeto final dos rolos”.

Quero salientar que esse artigo não visa assustador os usuários, mas ter conhecimento das dificuldades e
saberem lidar com essas deficiências.

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Elaborado por: Eng. Luis A. Morgado


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