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1.

INTRODUÇÃO: A história do Egito foi a mais longa de várias civilizações antigas, que floresceram à volta do Mar
Mediterrâneo, estendendo-se, quase sem interrupção, desde aproximadamente 3000 a.C., até ao século IV d.C.. A
natureza do país, desenvolvida, em torno do Nilo, que o banha e fertiliza, junto ao quase, total isolamento de influências
culturais exteriores, produziu um estilo artístico, que mal sofreu mudanças, ao longo dos seus mais de 3.000 anos de
História. Todas as manifestações artísticas estiveram destinadas, basicamente, ao serviço do Estado, da Religião e do
Faraó (considerado um Deus que governava a Terra). Desde os primeiros tempos, a crença numa vida, após a morte,
ditou a norma de enterrar junto ao morto, os seus melhores pertences, para assegurar a sua transição para a eternidade. A
regularidade dos ciclos naturais, a crescida e a inundação anual do rio Nilo, a sucessão das estações e o curso solar, que
provocava o dia e a noite, foram considerados, como presentes dos deuses, destinados aos habitantes do Egito. O
pensamento, a moral e a cultura egípcias estiveram arraigadas num profundo respeito pela ordem e pelo equilíbrio. A arte
queria ser uma arte útil; não se falava de peças ou obras belas, senão eficazes ou eficientes. A mudança e a novidade,
nunca foram consideradas, como algo importante por si mesmos; assim, o estilo e os convencionalismos representativos
da arte egípcia estabelecidos, desde um primeiro momento, continuaram, praticamente, invariáveis, durante mais de
3.000 anos. Para o espetador contemporâneo, a linguagem artística egípcia pode parecer rígida e estática (hieratismo); a
sua intenção fundamental, no entanto, não foi a de criar uma imagem real das coisas tal como apareciam, senão captar
para a eternidade, a essência da pessoa, animal ou objeto representado.

2.PERÍODO PREDINÁSTICO Ou ARCAICO : Os primeiros povoadores pré- históricos assentaram-se sobre as


esplanadas ou mesetas, formadas pelos sedimentos, que o rio Nilo ia depositando no seu percurso. As ferramentas e
utensílios, deixados por estes primeiros habitantes do Egito, mostram a sua evolução paulatina, desde uma sociedade de
caçadores-recolectores seminómadas, a agricultores sedentários. O período pré-dinástico abrange, desde o ano 3200 a.C.
até ano de 2755 a.C. Foram encontrados restos de assentamentos organizados, que datam deste período, bem como
diversos materiais sócios, sobretudo, a enterros. Tais objetos introduziam-se na sepultura, junto do cadáver, a fim de que
o seu espírito pudesse desfrutar deles, na vida seguinte; graças a isso, era conservada uma grande quantidade de efeitos
pessoais, cerâmica, úteis diversos e armas. Por norma, a cerâmica era decorada com pinturas, que refletiam a vida e os
costumes da época. Entre os motivos representados incluem-se: imagens dos pássaros e, animais característicos das zonas
próximas ao Nilo, bem como também, já no final do período pré-dinástico, minuciosas representações de embarcações,
com remos sobre as águas do rio. O cobre forjado utilizou-se, em pequenas quantidades, para a elaboração de colares e
algumas ferramentas, embora a maioria dos elementos obtiveram-se da pedra. As espátulas feitas de pedra utilizaram-se
para pulverizar a pintura de olhos. Talharam-se pequenas esculturas e figurinhas em marfim e osso, bem como também
em argila.

3. IMPÉRIO ANTIGO: O Império Antigo do Egito, dominado pelas dinastias III a VI, abrange os cinco séculos,
compreendidos entre os anos 2755 e 2255 a.C. No ano 3100 a.C., o país foi unificado, de baixo do comando de
poderosos caudilhos do sul, mas a ideia de um Egito dividido em duas zonas bem diferenciadas (Alto Egito ao sul e
Baixo Egito ao norte) persistiu durante algum tempo. É a época conhecida, como período Tinita, dominada pelas
dinastias I e II, e nela destaca o rei Narmer (alguns historiadores identificam-no, como sendo o rei Menes), artífice da
unificação e fundador da I Dinastia. Na Paleta de Narmer (c. 3100 a.C., Museu Arqueológico do Cairo), em pedra
talhada, pode ser visto o próprio faraó que porta a coroa do sul e, subjugando os habitantes do norte, com dois
animais entrelaçados, que significam a unificação das duas zonas do Baixo Egito, o comando único do faraó.

3.1. Arquitetura: Durante as primeiras dinastias, foram construídos importantes complexos funerários, para os faraós,
em Abidos e, em Saqqara, a imitação dos palácios e templos (a tumba era uma síntese da noção de templo e de mansão
privada). A grande quantidade de cerâmica, trabalhos em pedra e talhas de marfim ou osso, encontrados nestas tumbas,
detinham um alto grau de desenvolvimento desta época. Os hieroglifos (escrita com desenhos), uma forma de escrever a
língua egípcia, encontravam-se, por enquanto, no seu primeiro nível de evolução, e já mostravam o seu caráter de algo
vivo, como o resto da decoração. Na III Dinastia, a capital mudou-se para Mênfis e os faraós iniciaram a construção de
pirâmides, que substituíram as mastabas por tumbas reais. O arquiteto, cientista e pensador Imhotep construiu para o
faraó Zoser (c. 2737-2717 a.C.), o conjunto de Saqqara; tratava-se de uma necrópole integrada por uma pirâmide
escalonada de pedra e um grupo de templos, altares e dependências afins. A grande pirâmide escalonada, onde repousam
os restos do faraó, está composta de várias mastabas superpostas, e é o exemplo mais antigo de arquitetura monumental
conservado na atualidade; ilustra, também uma das fases no desenvolvimento da pirâmide como tipologia arquitetónica.
A arquitetura do Império Antigo pode ser considerada monumental, dado que a calcária e o granito locais utilizaram-se
para a construção de edifícios e tumbas de grandes dimensões. Desenvolveram uma extraordinária técnica arquitetónica.
Empregavam blocos colossais de pedra, que se ajustavam à perfeição, sem utilizarem a argamassa, e empregavam meios
de elevação que desconhecemos. A abóbada era conhecida, mas não se empregava na arquitetura em pedra. O conjunto
monumental de Gizé, onde foram enterrados os faraós da IV Dinastia, evidencia a destreza e habilidade dos arquitetos
egípcios à hora de construir monumentos que permaneceram, como uma das sete maravilhas do mundo, e mostram o
esplendor da civilização egípcia. Snefru empreendeu a construção da primeira pirâmide sem degraus. Keops foi o seu
sucessor e artífice da grande pirâmide, que chegou a atingir em seu momento 146 metros de altura, sendo formada por
cerca de 2,3 milhões de blocos de pedra, com um peso médio, a cada um, de 2,5 toneladas. O seu filho Kefrén levantou
uma pirâmide menor, e Mikerinos foi o artífice da terça grande pirâmide deste conjunto monumental. O fim que se
perseguia com as pirâmides era preservar, protegendo os corpos dos faraós para a eternidade. A cada pirâmide fazia parte
de um conjunto no que figuravam um templo no vale, um embarcadouro e um corredor de comunicação entre uns
espaços e outros, bem como também um espaço reservado para realizar os ritos religiosos prévios ao enterro. Ao redor
das três pirâmides maiores de Gizé (Keops, Kefrén e Mikerinos) cresceu uma necrópole (cidade dos mortos) integrada
por sepulcros denominados mastabas (em árabe mastabah, `banco de adobe'). De coberta plana e paredes inclinadas,
receberam esse nome pela sua semelhança, com as casas egípcias de adobe, em forma de pirâmide truncada.
As mastabas foram as tumbas dos membros da família real, altos comandos, cortesãos e servidores públicos.
Exteriormente parece uma pirâmide truncada de planta retangular que consta de uma pequena sala
denominada serdab, onde se guardava a estátua do defunto, considerada como um ser vivo, e a porta-falsa que
comunicava, com o mundo dos mortos e dos vivos. Adiante dela, eram depositadas as oferendas, realizando-se o
culto funerário. Baixo terra encontrava-se a câmara sepulcral, à que se acedia por um bilhete, que se selava uma vez,
depositado o cadáver. Em frente à relativa abundância de restos monumentais de caráter funerário conservados, mal há
exemplos de arquitetura doméstica e construções civis das cidades egípcias do Império Antigo; pode ser suposto a sua
disposição sobre ruas bem traçadas e planificadas, tal e como se fez nas necrópoles, mas a utilização do adobe (tijolos de
varro misturado com feno ou palha e cozidos ao sol) para levantar os palácios e moradas não permitiu sua conservação
até nossos dias. Deste modo, os templos e tumbas, edificados em pedra e construídos com uma clara ideia de eternidade,
fornecem a maior e quase única informação a respeito dos costumes e forma de vida dos antigos egípcios.

3.2. Escultura: Desde as primeiras figuras de argila, osso e marfim do período pré-dinástico, a escultura egípcia
desenvolveu-se com grande rapidez. Na época de Djoser (2737-2717 a.C.) fizeram-se grandes estátuas dos faraós e
governantes, sobre as que deviam repousar os espíritos que perpetuassem a memória dos defuntos. Hieratismo, rigidez,
formas cúbicas e a frontalidade são as caraterísticas essenciais da escultura egípcia. Primeiro talhava-se um bloco de
pedra de forma retangular, e depois desenhava-se na frente e nas duas faces laterais da pedra, locais, onde estavam
representados os objetos de representação. A estátua decorrente era, em consequência, uma figura destinada a ser vista
principalmente de frente (lei da frontalidade). Não tinha necessidade, pois, de esculpir a figura por todos seus lados, já
que o objetivo era criar uma imagem eterna que representasse a essência e o espírito da pessoa retratada, para, o qual,
bastava uma composição frontal da mesma. O artista egípcio não buscava a representação do movimento. Desde os
primeiros tempos do período dinástico, tinha-se um perfeito conhecimento da anatomia humana, mas dava-se-lhe uma
forma idealizada. A estátua sedente do faraó Kefrén (c. 2530 a.C. Museu Arqueológico do Cairo), artífice da segunda
pirâmide maior do conjunto funerário de Gize, engloba em si mesma, todas as caraterísticas que fizeram memorável à
escultura egípcia de caráter régio. O faraó aparece sentado sobre um trono decorado com o emblema das terras
unificadas, com as mãos sobre os joelhos, a cabeça erguida, rígida e de frente, e os olhos olhando ao infinito.
O falcão, que representa o deus Hórus, aparece por de trás da cabeça de Kefrén, simbolizando que é ele, o faraó, o
`Horus vivente'. A estátua, talhada em diorite, apresenta no seu conjunto, uma grande unidade e equilíbrio, criando uma
potente imagem da majestade divina. As representações de indivíduos e personagens particulares oferecem diversos
modelos e formas. Além das figuras individuais sedentes ou em pé, foram feitas outras emparelhadas e, também,
formando grupos escultóricos, nos quais, o defunto aparece com os membros da sua família. Os materiais utilizados
foram a pedra, a madeira e, em menor proporção, o metal. As superfícies pintavam-se; os olhos eram peças incorporadas
de outro tipo de material, como o cristal de rocha, que realçava a aparência de realidade que pretendia transmitir a
estátua. Tais representações eram destinadas, exclusivamente, às personagens importantes; existiu outro tipo de obras,
não obstante, que representavam aos trabalhadores em seus diversos ofícios e às mulheres ocupadas na realização das
suas tarefas domésticas. Todas tinham um destino comum: a tumba do defunto. No final da IV Dinastia, foi introduzida
uma terceira posição escultórica, tão assimétrica e estática como as duas anteriores (de pé e sentadas): a do escriba,
sentado no chão, com as pernas cruzadas. Outra invenção do Império Antigo é o retrato de busto. A escultura em relevo
servia para dois propósitos fundamentais: nos muros dos templos, para glorificar ao faraó; nas tumbas, para preparar o
espírito no seu caminho para a eternidade. Nas câmaras funerárias das tumbas privadas, é frequente, a decoração com
cenas do morto ocupado nas atividades quotidianas que desenvolveu em vida. A forma de representação do corpo
humano em duas dimensões (frente e perfil), tanto em relevo como em pintura, veio determinada pelo desejo de preservar
a essência do representado. Buscava-se, acima de tudo, a eternidade, em frente ao transitório. Como resultado disto,
combina-se nas figuras, a disposição de perfil, para a cabeça e extremidades inferiores, com a parte frontal dos olhos e
do torso. Esta regra ou cânone aplicou-se aos faraós e membros da nobreza, enquanto, para os serventes e camponeses,
não se chegou a utilizar de maneira tão exaustiva. Os relevos costumavam pintar-se para dar uma maior sensação de
realidade, sendo frequente, a inclusão neles de diversos detalhes, só pintados, sem necessidade dos ter talhado
previamente na rocha. A pintura de caráter meramente decorativo aparece muito raras vezes nas peças do Império
Antigo, que se descobriram até ao momento presente. O conhecimento que possuímos sobre a maior parte dos costumes e
do modo de vida dos egípcios, foi conseguido, graças, a estes relevos das tumbas. As variedades de comida e suas formas
de elaboração, os métodos de pastoreio, a caça de animais selvagens, a construção de embarcações e muitos outros
ofícios estão perfeitamente representados nestes relevos. Dispostos na parede por médio de bandas ou registros, podiam
ser lido facilmente, como uma narração continuada; tais representações não foram concebidas, tanto, como
acontecimentos ocorridos num determinado momento, senão, como as ocupações e ofícios, de modo geral, com um claro
caráter atemporal e eterno. Para a escultura em relevo, que era igual, para a isenta e para a de busto redondo, os
escultores trabalharam formando equipas ou oficinas com diferentes níveis de trabalho atribuído aos diferentes
integrantes do grupo.

3.3. Artes decorativas: Na cerâmica, a rica decoração do período pré-dinástico substituiu-se por belas peças não
decoradas, de superfícies pavimentadas e dentro de uma grande variedade de formas e modelos destinados a servir de
objetos para o uso quotidiano. Na Antiguidade, a cerâmica servia para os mesmos propósitos para os que hoje utilizamos
o cristal, a loiça, o metal, a porcelana ou o plástico; em consequência, o leque de possibilidades abrange desde vasilhas e
recipientes para comer e beber, até grandes embalagens e contentores de armazenagem ou inclusive depósitos ou cubos
para a fermentação de bebidas. As joias fizeram-se em ouro e pedras semipreciosas, incorporando formas e desenhos
animais e vegetais. Em toda a História das artes decorativas do Egito, teve uma grande predileção por tais assuntos ou
motivos artísticos. Conservaram-se poucos exemplos, pelo que se refere ao mobiliário, mas a abundante presença dos
mesmos nas imagens das tumbas, fornece-nos uma abundante informação sobre o desenho de cadeiras, camas, escabeles,
cadeirões e mesas. Geralmente, os desenhos foram simples, singelos, incorporando formas vegetais e garras de animais
para arrematar os acabamentos inferiores dos móveis (patas de cadeiras e mesas, por exemplo). Não se utilizavam pregos,
senão, visto que, as peças eram unidas através de espigas e mortalhas que se colavam. Destacam as cabeças rodeadas de
génios para proteger o sonho. O mais belo conjunto de móveis do Império Antigo é o da tumba da rainha Heteferes, mãe
de Keops, que se destaca pela sua grandiosidade e sobriedade. Ao finalizar a VI Dinastia, o poder centralista do Egito
diminuía; os governantes locais decidiram emprazar os seus sepulcros nas suas próprias províncias em local de enterrar
cerca das necrópoles dos faraós a quem serviam. Desta dinastia, data a estátua em metal mais antiga que se conhece no
Egito: uma imagem em cobre (c. 2300 a.C. Museu Arqueológico do Cairo) de Pepi I (reinou c. 2395-2360 a.C.). O
primeiro período intermédio (VII a X dinastias) foi uma época de anarquia e agitação. Teve uma débil tentativa por
manter as tradições artísticas da idade de ouro do Império Antigo, mas, até à reunificação do país, com os faraós
de Tebas, no sul, não pôde ser retomada a atividade artística, para igualar a sua época anterior de esplendor.

4. IMPÉRIO MÉDIO: Mentuhotep II, faraó da XI Dinastia, reinou entre os anos 2061 e 2010 a.C., e foi o primeiro
faraó do novo Egito unificado do Império Médio (2134-1570 a.C.). Criou um novo estilo ou uma nova tipologia de
monumento funerário, provavelmente, inspirado nos conjuntos funerários do Império Antigo. Na orla oeste de Tebas, no
outro lado do Nilo, no local denominado Dayr a o-Bahari, mandou construir um templo no vale, conectado por um longo
caminho real a outro templo, que se encontrava anexado à ladeira da montanha. Formado por uma mastaba coroada por
uma pirâmide e rodeado de pórticos a dois níveis, os muros foram decorados, com relevos do faraó acompanhado pelos
deuses.

4.1. A arquitetura do Império Médio não está bem representada, dada a escassez de exemplos conservados. Não
obstante, uma pequena construção vinculada a Sesostris I (1962-1928 a.C.), faraó da XII Dinastia, foi recuperada de um
dos últimos pilones ( portas monumentais) do templo de Karnak, para o que se utilizaram os seus tijolos, como material
de recheio. Esta pequena capela pode ser considerada, como o exemplo típico do estilo da época.
4.2. Escultura (realismo): A escultura do Império Médio, carateriza-se pela sua inclinação para o realismo. As primeiras
obras deste período imitam, claramente, os exemplos do Império Antigo, numa tentativa de restabelecer as velhas
tradições, mas a escultura da XII Dinastia mostra um renovado interesse pela realidade. Os retratos de faraós,
como Amenemés III e Sesóstris III são muito diferentes daqueles, outros faraós do Império Antigo. Durante a XII
Dinastia, as imagens do faraó não se idealizam, até, ao ponto, de o converter numa divindade. A gravidade e a
importância da sua alta categoria, refletem-se, de forma clara, no rosto. A estrutura óssea insinua-se debaixo de uma
superfície rígida, produzindo um tipo de realismo, que nunca se tinha dado anteriormente na arte egípcia. As estátuas de
personagens privados tendem, como em todas as épocas, a imitar o estilo das dos faraós; assim o vemos, por exemplo,
nos retratos da nobreza da XII Dinastia, que apresentam tendências, também para o realismo.

4.3. Pintura: O costume entre os nobres de enterrar-se em tumbas construídas, nos seus próprios centros de influência
em local de fazer na capital, manteve-se vigente. Embora muitas delas estiveram decoradas com relevos, como, por
exemplo, as tumbas de Assuão, no sul, outras como as de Beni-Hassan, no Egito Médio, foram por regra geral decoradas
exclusivamente com pinturas. Os exemplos conservados mostram o trabalho dos artistas e artesãos locais em sua
tentativa por aderir aos modelos das oficinas régios. Aparecem algumas novidades nos tipos e formas representativas,
embora os velhos modelos, ainda serviam de escrita, para muitos temas e composições. A pintura, também decorava os
sarcófagos retangulares de madeira típicos deste período. Os desenhos eram muito lineares, refletindo uma
grande minuciosidade nos detalhes.

4.4. Artes decorativas: O Império Médio foi, também uma época, na qual, foram produzidas magníficas obras, no
âmbito das artes decorativas, designadamente, as joias realizadas, com metais preciosos, com incrustação de pedras de
cores. Neste período, aparece a técnica do granulado. O varro vidrado atingiu uma grande importância, para a elaboração
de amuletos e pequenas figuras. Os quiçá, formam os mais conhecidos hipopótamos de varro vidrado, em cor azul,
decorados com pinturas de plantas aquáticas.

5. IMPÉRIO NOVO: A XIII Dinastia teve faraós débeis e ineficazes, atingindo-se um número de uns cinquenta faraós,
em cento e vinte anos. O segundo período intermédio (XIII a XVII dinastias) foi de novo, para o Egito, uma época de
governo dividido. Os hicsos, povos vindos da Ásia Ocidental (Médio Oriente), entraram no Egito, proclamando-se, a si,
mesmos, como faraós. Impuseram o seu poder, graças à utilização de cavalos e carroças de guerra. Esta circunstância
teve uma prolongada influência, já que os hicsos levaram para Egito, novas tecnologias, ao mesmo tempo, que, também
forneceram uma visão mais ampla do seu local, no mundo mediterrâneo. Uma vez mais, Tebas instigou a reunificação do
país, os estrangeiros foram expulsos, restabelecendo-se o poder central da monarquia. O Império Novo (1570-1070 a.C.)
começou com a XVIII Dinastia, tendo sido uma época de grande poder, riqueza e influência, como evidência o seu
importante comércio exterior e suas conquistas no estrangeiro.

5.1. Arquitetura: Os faraós das dinastias XVIII, XIX e XX, foram grandes construtores de arquitetura religiosa. Depois
da restauração da capital, em Tebas, a realeza divina dos faraós, associou-se ao deus local Amón, que chegou a ser
a divindade suprema mais importante do Egito e reinava sobre os deuses secundários. Quase todos os faraós do Império
Novo se preocuparam por alargar e fazer novos acrescentamentos no conjunto de templos de Carnaque, um centro do
culto ao deus Amón, convertendo-se, assim, num dos mais impressionantes complexos religiosos da história. O maior de
todos eles, é o templo de Karnak; os seus gigantescos pilones, a grande sala hipostila, os vestíbulos cheios de colunas,
os obeliscos e as estátuas dispostas em numerosos locais, levam, diretamente, a pensar no poder e na majestosidade do
faraó e o Estado daquela época. Próximo deste conjunto, destaco, também, o templo de Luxor, com uma fachada
composta de dois enormes muros maciços que flanqueiam a entrada, conduzindo-nos, até ao pátio. Já no interior,
encontramos uma série de recintos e capelas, dispostos simetricamente, que albergam o sánctúm sanctórúm, uma sala
quadrada, com quatro colunas. Na necrópole de Tebas, construíram-se templos para o culto e honras fúnebres dos faraós.
Durante o Império Novo, os corpos destes faraós enterraram-se em tumbas escavadas na rocha no meio denominado Vale
dos Reis, já em pleno deserto, com os templos funerários ou mortuários, com uma a certa distância do vale. Destes
templos, um dos primeiros e mais insólitos, foi o da rainha Hatshepsut, em Dayr a o-Bahari, levantado pelo
arquiteto Senemut (morrido para o ano 1428 a.C.). Situado em frente às falésias do rio Nilo, junto ao templo
de Mentuhotep II, da XI Dinastia, e, provavelmente, inspirado nele, o templo é uma extensa esplanada com numerosas
capelas para os deuses e relevos representando os sucessos conseguidos por Hatshepsut, ao longo do seu reinado. Outros
faraós não seguiram este precedente, e construíram seus templos à beira das terras fértiles, longe dos escarpados riscos do
deserto. As tumbas do Vale dos Reis foram escavadas no interior da rocha, em um esforço (quase nunca conseguido) por
ocultar os sepulcros, onde repousavam as múmias dos faraós. Longos bilhetes e corredores, escadas e
câmaras funerárias foram decorados, com relevos e pinturas de cenas de textos religiosos destinados a proteger,
amparando o espírito do defunto para a sua próxima vida. Durante a XIX Dinastia, na época de Ramsés II, um dos
mais importantes faraós do Império Novo, foram levantados os gigantescos templos de Abu Simbel, na Núbia, região do
sul do Egito. Foram escavados no interior da rocha, sobre a saia de uma montanha e, com as fachadas custodiadas, por
quatro figuras monumentais do faraó e a sua esposa, respetivamente. Entre 1964 e 1968, ambos os templos tiveram que
ser desmontados em blocos e transladados para um local mais elevado, com a finalidade de os salvar da imersão das
águas da nova presa de Assuão. Como em todas as épocas, a arquitetura doméstica foi feita, fundamentalmente, com
materiais mais baratos que a pedra, como o adobe. Não obstante, conservaram-se os suficientes restos como para dar uma
ideia aproximada do planeamento dos palácios e suas múltiplas estâncias com pinturas e decorações diversas em chãos,
paredes e tetos. As moradas das classes privilegiadas formavam amplos conjuntos urbanos integrados por edifícios
residenciais e para o serviço. Exemplos de casas modestas para os operários podem ainda se encontrar, agrupadas junto
aos povos, muitas vezes como as do Egito atual.

5.2. Escultura: Durante o Império Novo, a escultura atingiu uma nova dimensão. A rigorosa e severa estilização do
Império Antigo e o áspero realismo do Império Médio foram substituídos por um estilo cortesão, no qual, se
combinavam, perfeitamente, a elegância e a cuidadosa atenção para os detalhes mais delicados. Iniciado, durante os
reinados de Hatshepsut e Tutmosis III, este estilo atingirá a sua maturidade nos tempos do reinado de Amenófis III. Os
retratos dos faraós e dos cortesãos foram obram plenas de graça e sensibilidade. A arte, na época de Amenofis IV, filho
de Amenofis III, reflete a revolução religiosa promovida pelo faraó. Amenofis adorava a Aton, o deus solar, e imaginou,
projetando uma linha artística encaminhada para esta nova direção, isto é, a eliminação do hieratismo tradicional da arte
egípcia. No começo do seu reinado, utilizou-se um realismo quase caricaturesco, mas pouco a pouco foi derivando para
um estilo de subtil beleza e profunda ternura, qualidades perfeitamente exemplificadas na cabeça de pedra calcária
pintada de sua esposa, a rainha Nefertiti (c. 1360 a.C.Staatliche Museen, Berlim).

5.3. Pintura: Enquanto o relevo foi utilizado no Império Novo, principalmente, para a decoração de edifícios religiosos,
a pintura predominará na decoração das tumbas privadas. A necrópole de Tebas, é uma rica fonte de informação sobre a
lenta evolução da tradição artística, bem como, também de excelentes ilustrações da vida daquela época. O
médio pictórico permitiu maiores possibilidades que o escultor, ao conceder ao artista, a possibilidade de criar colores
nas imagens da vida, em redor do rio Nilo. Os servidores públicos aparecem representados, inspecionando os exóticos
tributos levados ao Egito, desde todos os recantos do mundo conhecido. Os ofícios das oficinas régias estão
representados com meticulosos detalhes, ilustrando a elaboração de todo tipo de objetos, desde grandes esculturas a
delicadas joia. Os ritos funerários, desde o cortejo fúnebre, até às últimas preces elevadas aos espíritos, também se
representam. Um dos elementos comuns na pintura das tumbas tebanas, conhecido já no Império Antigo, é a
representação do defunto caçando e pescando entre os papiros das marismas, entretenimentos e atividades das que
desejaria desfrutar durante toda a eternidade.

5.4. Artes decorativas: Durante o Império Novo, as artes decorativas, assim, como a pintura e a escultura, atingem as
mais elevadas cotas de perfeição e beleza. Os objetos de uso quotidiano utilizados pelo corte real e a nobreza foram
extraordinariamente desenhados e elaborados com grande destreza técnica. A cerâmica do Império Novo oferece,
também este mesmo gosto decorativo, com as suas superfícies, frequentemente pintadas com motivos vegetais. Nesta
época produz-se o apogeu do vidro, técnica na que os artesãos mostraram uma grande originalidade. De modo geral, e a
tenor dos restos conservados, pode ser dito que os egípcios desta época encontraram um particular deleite na
riqueza ornamental e nas vivas cores das pinturas e artes decorativas.

6. ÉPOCA TARDIA: Aos poderosos faraós das dinastias XVIII, XIX e parte da XX substituíram-lhes débeis monarcas
que sumiram o país, numa nova etapa de crise e decadência, com contínuas usurpações do poder. Ramsés III, fundador
da XX Dinastia (1198-1166 a.C.), levantou um enorme templo funerário, em Madinat Habu, perto de Tebas, na orla
ocidental do Nilo, cujos restos são dos melhores conservados na atualidade. A existência de um palácio, junto ao templo
indica que o faraó frequentou e habitou aquele local em bastantes ocasiões. Cenas de batalhas relatando as campanhas
de Ramsés III contra os invasores estrangeiros (os povos do mar) aparecem representadas com grande viveza em relevos
distribuídos pelos muros do templo. As dinastias XXI a XXIV estão consideradas como o terceiro período intermédio,
um lapso de tempo a mais de 350 anos no que diversos monarcas se estabeleceram paralelamente
em Sais, Tanis e Bubastis, capitais do delta do Nilo, em um momento de divisão política do país. A reunificação chegou
com os faraós da XXV Dinastia; estes foram etíopes, que penetraram, desde a Núbia, avançando, para o Delta, acabando
por ocuparem a cidade de Tebas. Respeitaram as crenças e divindades egípcias, assumindo, também os seus costumes,
com a ideia de ser eles, quem tinham a obrigação de restabelecer a glória e o esplendor do Egito. Restauraram os velhos
templos, construindo outros novos dedicados a seus deuses. Tomaram os nomes dos antigos faraós e nas suas produções
artísticas, copiaram, imitando cenas e motivos de épocas passadas. Recuperaram a tipologia da pirâmide, como um local
de enterro. Durante o seu reinado, os assírios, acaudilhados por Sardão, chegaram até Tebas, no, no ano 671 a.C., mas
foram recusados. Pouco depois desta primeira tentativa frustrada, o rei assírio Assurbanipal conquista o Egito,
convertendo-o numa província assíria, até, que Psamético I (664-610 a.C.) liberta o país da dominação assíria, criando
uma nova dinastia, a XXVI, denominada saíta. Continuando o labor de restauração de velhas tradições iniciada pelos
etíopes, durante o período saíta tem local um florescimento das artes. Destacam-se os trabalhos escultóricos em bronze,
de grande macieza e brandura na modelagem, com tendência para formas contorneadas. Tiveram contato com os gregos,
alguns dos quais servia no exército egípcio como mercenários. Também com os judeus, através de uma colónia, que estes
possuíam no sul, perto de Assuão. A arte da XXVI Dinastia utilizou muitas formas e modelos do passado, copiando, por
vezes, literalmente, os motivos dos antigos monumentos. A XXVI Dinastia acaba com a invasão do Império persa, e,
salvo breves períodos, o Egito nunca recuperou a sua liberdade das mãos da dominação estrangeira. A conquista do país,
por parte de Alexandre III, o Grande, no 332 a.C., e pelos romanos no ano 30 a.C., introduziu o Egito dentro da órbita do
mundo clássico, embora persistissem as suas antigas tradições artísticas. Alexandre (que fundava a cidade
de Alexandria, que se converteu num importante foco da cultura helenística) e os seus sucessores aparecem representados
nos muros dos templos como se fossem autênticos faraós num claro estilo egípcio. Os templos construídos durante o
período ptolemaico (a dinastia fundada por Alexandre, o Magno) repetem os modelos arquitetónicos tradicionais do
Egito. A arte egípcia exerceu, também uma poderosa influência sobre as culturas de suas invasores. Nos primeiros
artistas gregos, reconhece-se uma clara dívida com o Egito. Os romanos, também mostraram um grande interesse pela
arte deste país, levando para Roma, peças originais extraídas dos templos e tumbas, imitando o seu estilo em numerosas
esculturas realizadas por artistas romanos. A influência do Egito, a sua cultura e a sua arte, bem como o fascínio que
acordam as suas antiguidades, persistiu até aos nossos dias.

O Vale dos Reis: Esta magnífica obra de arte pétrea está situada na margem ocidental do rio Nilo, junto à cidade de
Tebas. Neste complexo funerário foram sepultados a maioria dos reis egípcios da Nova Monarquia (1570-1070 a. C.), na
rocha escavada. O Vale dos Reis apresenta um conjunto de 60 (sessenta) túmulos, onde eram depositados os corpos dos
reis e as suas mulheres eram enterradas no Vale das Rainhas, a alguns quilómetros a sul deste local, com a exceção da
rainha Hatshepsut, mulher de Tutmósis II, que chegou, efetivamente, a governar o Egito. Esta rainha teve o direito a ter
um túmulo separado do das esposas reais. O primeiro destes túmulos a ser descoberto foi o de Séti I, pelo explorador G.
B. Belzoni, em 1817. Os reis do Antigo Egito, anteriores à Nova Monarquia, eram sepultados em pirâmides, mas
Amenhotep I (1551-1524 a. C.) preferiu construir o seu templo junto ao rio Nilo. A partir desse momento, os seus
sucessores passaram a erigir os seus templos, no Vale dos Reis, em locais mais resguardados, escavados nos rochedos.
Os sepulcros eram construídos sob uma montanha piramidal, sendo constituídos por uma câmara funerária, que albergava
o sarcófago e outras celas. A decoração do túmulo era feita por pinturas murais, que apresentam hieróglifos, cenas
simbólicas e da vida quotidiana.

O Vale das Rainhas: O Vale das Rainhas é o lugar de descanso eterno das principais rainhas do Império Novo,
principalmente, das XIX e XX dinastias. Fica localizado na margem ocidental do rio Nilo, próximo da cidade de Luxor
(antiga cidade de Tebas, conhecida por Tebaida, pelos gregos). Assim como no Vale dos Reis, cada tumba do Vale das
Rainhas, é identificada, com as iniciais, em inglês do vale (QV – Queen’s Valley). Uma das tumbas mais importantes e
decoradas, é a da rainha Nefertari, uma das esposas de Ramsés II, tumba, essa, que necessitou passar por uma
restauração, com intuito de evitar as ações do tempo. A maioria das tumbas é formada por uma antecâmara, um corredor
e uma câmara funerária. Algumas tumbas, ainda, possuem pequenas salas laterais, tinham como principal função guardar
parte dos móveis. São, também, encontradas nas paredes e no teto, o livro dos mortos e o livro dos portões.

O Templo de Filas: O Templo de Karnak ou Carnaque tem este nome, devido ao facto de existir uma aldeia vizinha
chamada El-Karnak, mas no tempo dos grandes faraós, esta aldeia era conhecida, como Ipet-sut ("o melhor de todos os
lugares"). Designa o templo principal destinado ao Deus Amon-Rá, como, também, tudo o que permanece do enorme
complexo de santuários e outros edifícios, resultado de mais de dois mil anos de construções e acréscimos. Este
complexo abrange uma área de 1,5 x 0,8 km. Existiam várias avenidas, que faziam a ligação entre o Templo de Karnak,
o Templo de Mut (esposa de Amon) e o Templo de Luxor. Além disso, não muito longe, fica o templo de Montu, sendo,
que o de Khonsu (um dos templos mais bem conservados do Egipto) está dentro do próprio complexo. A sua construção
foi iniciada por volta de 2200 a.C. e terminada por volta de 360 a.C. O Templo de Karnak era, naquela altura, o principal
local de culto aos deuses de Tebas, entre os quais: Amon, Mut e Khonsu, atingiu o seu apogeu, durante a XVIII (décima
oitava) dinastia, após a eleição de Tebas para capital do Egipto. No maior templo do Egipto, nenhum pormenor era
descurado, e durante a XIX (décima nona) dinastia trabalharam no templo, cerca de 80 000 (oitenta mil) pessoas. O
templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de mil anos, antes dos trabalhos de escavação começarem, em
meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias. Atualmente, é um dos
locais mais procurados pelos turistas que visitam o Egipto, podendo ser admirado à noite, com um espetáculo de luz e
som. Os monumentos de Karnak, à margem direita do Nilo, no Alto Egito, próximo da cidade de Luxor, integrando sítio
histórico de Tebas, são representantes do conjunto arquitetónico mais imponente do Egito, embora não hajam poucas das
suas construções, visto que despareceram, por efeito da pilhagem secular de que foram vítimas. Vestígios do Médio
Império atestam a importância de Karnak, já dessa época histórica. Até ao fim da civilização egípcia, Karnak manteve-se,
como centro religioso do Império: o seu deus (sob a forma solarizada de Amon-Ra) e os seus sacerdotes adquirem um
poder prodigioso, que chega a ameaçar a própria instituição faraónica. A construção mais importante do conjunto de
Karnak é o grande templo de Amon-Ra, cujo plano, muito complexo, é testemunho de numerosas vicissitudes da História
dos faraós do Antigo Egito. O grande eixo este-oeste é balizado por uma série de pátios e pilones; medindo 103 (cento e
três) m (metros) de largura por 52 (cinquenta e dois) m (metros) de profundidade, a célebre sala hipostila encerrada, com
a verdadeira floresta de 134 (cento e trinta e quatro) colossais colunas em forma de enormes papiros. Com 21 (vinte e
um) m (metros) de altura e 4 (quatro) m (metros) de diâmetro, essas colunas não dão, apesar de maciças, impressão de
peso; os nomes de Sethi I e Ramsés II, aí se vem inscritos, repetidos indefinidamente. Numerosos edifícios secundários
completam o grande templo de Amon-Ra: capelas de Osíris, templo de Ptah, templo de Opeth etc. A parte S do complexo
é chamada Luxor. Os anais de Tutmés III, nas paredes, registram 20 (vinte) anos de conquistas e arrolam as plantas e
animais exóticos que o faraó trouxe da Ásia. Esfinges de pedra, ao longo do eixo principal, parecem guardar as ruínas, na
fímbria do deserto.

O Templo de Dêndera: O templo de Dandara é, excelentemente, o mais preservado, entre muitos templos egípcios. Foi
construído no século I a.C., pelo rei Ptolomeu VIII e pela rainha Cleópatra II, porém, outros monarcas da Época Greco-
romana, acrescentaram elementos arquitetónicos e decorativos ao templo. O templo foi dedicado a Hathor, a deusa
egípcia do amor, da música, da maternidade e da alegria, que foi identificada pelos gregos, com a deusa Afrodite.
Conforme alguns documentos, o primeiro templo de Hathor data do tempo do Antigo Reino, sobretudo, do reinado do rei
Quéops. Além disso, e conforme outros textos, havia outro templo construído no reinado de Pepi I da VI dinastia. O
templo atual foi construído entre 125 e a. C. e 60 d. C, no final da dinastia Ptolemaica e, nomeadamente, no reinado de
Ptolomeu VIII, porém, encontramos outros nomes da Época Greco-romana (Ptolomeu X e ptolomeu VI Cleópatra VII,
Augustos, Tiperius, Calígula e Nero). O templo de Hathor tem 86 (oitenta e seis) m (metros) de comprimento e 43
(quarenta) m (metros). de largura. O templo está rodeado de uma muralha circundante de barro que tem 290 (duzentos e
noventa) m (metros) de comprimento e 280 (duzentos e oitenta) m (metros) de largura. O portal do templo situado no
lado setentrional, que projeta a muralha circundante de barro, e que funciona, como a entrada usada atualmente, data do
tempo dos imperadores Domitiano, Nerva, e Trajano. (do século I d. C.). Na face do portal encontra-se uma cena, que
ilustra o imperador Domitiano a fazer oferendas de vinho e pássaros, perante os deuses egípcios (Hathor, Hórus, Maet,
Hor-wer, e Ihy). Aparentemente, o templo não tinha um pilone egípcio, com duas torres. O portal de domitiano dirige-se
a uma área aberta e espaçosa. Ao lado direito há ruínas de um Mamisi (casa do nascimento de Hórus- e uma basílica
Copta). Ao passar pela área vasta, chega-se ao pátio exterior, que dirige à Colunata (a Sala Hipostila), a parede externa da
colunata está decorada de diversas cenas que ilustram o imperador Tibério perante divindades diferentes, Cláudio a fazer
oferendas a Hathor e Ihy- o seu filho- e outra vez, Tibério ao pé de Hathor. A colunata tem 24 (vinte e quatro) colunas
divididas em 6 (seis) filas, 3 (três) colunas em cada fila. Cada coluna tem um capitel hatórico (capitel em forma de
cabeça da deusa Hathor). Entre os relevos mais importantes, sobressaem-se os do teto, sobretudo, os que ilustram Nut
(deusa do céu, em forma de uma mulher com corpo curvado e decorado de estrelas, constelações e signos). A cena mais
famosa que estava representada com perfeição, no lado ocidental do teto, conhecida, como o Zodíaco foi transferida
pelos franceses ao Museu de Louvre. Agora, existe uma réplica que mostra as doze figuras dos signos conhecidos; o
Leão, o Câncer, o Escorpião, a Virgem, a Libra, o Capricórnio, o Aquário, Peixes, o Touro, Aries, Gémeos, e Sagitário.
As paredes estão decoradas, geralmente, de cenas que demonstram os reis e imperadores a fazer oferendas ou preces,
perante Hathor e outras divindades. A colunata dirige a outra sala menor em tamanho com 6 (seis) colunas, contendo 3
(três) capelas em cada lado. A primeira capela, no lado direito chama-se ” Casa da Prata”, pois acredita-se, que os
utensílios e equipamentos preciosos de prata e ouro foram armazenados ali. A primeira capela localizada no lado
esquerdo foi conhecida como “o Laboratório”, devido à existência de relevos que representam drogas, medicamentos e
receitas de remédios, e, além disso, neste quarto, os perfumes e as essências foram fabricadas. A segunda capela, no lado
direito, foi conhecida como o quarto de oferendas, enquanto a segunda capela no lado esquerdo chama-se “quarto da
Recolha”, provavelmente foi um quarto dedicado à armazenagem das recolhas. A terceira capela no lado direito, tanto
como a terceira capela no lado esquerdo, tinham uma função incerta, provavelmente funcionavam como um certo porão
do templo. A segunda Colunata dirige ao primeiro vestíbulo conhecido como a “Sala das Oferendas” o primeiro vestíbulo
dirige ao Segundo Vestíbulo conhecido como ” Sala das divindades”, cujas paredes estão cobertas com cenas que
representam o rei fazendo oferendas às divindades. Através do segundo vestíbulo chega-se ao santuário do templo, a
parte mais sagrada e mais escura do templo. Um quarto quase escuro e pelos relevos das paredes sabemos que o santuário
tinha originalmente um sacário para guardar a imagem ou a estátua da divindade. Este é o lugar onde o alto sacerdote do
templo exercia o ritual do serviço diário a deusa Hathor. Como o lugar mais santo do templo ninguém estava autorizado a
entrar o santuário menos o alto sacerdote. O santuário está rodeado de 11 quartos dedicados a diversos deuses. O templo
tem 32 criptas, 11 apenas estão decoradas. De volta ao primeiro vestíbulo há um corredor que dirige ao telhado do templo
por uma escada. No telhado encontra-se uma capela conhecida, como a ” Capela da União com o Disco Solar”. É uma
sala pequena situada no lado sudoeste do telhado que tem 12 colunas com capitéis hatóricos e sem teto. Se acredita que
com o primeiro dia do ano novo, os sacerdotes levavam as estátuas de “Hathor”, o seu esposo ” Hórus e o seu filho “Ihy”
a está sala no telhado para receber os primeiros raios do sol e assim se realiza o processo da união com o sol. Dentro do
recinto do templo há ruínas antigas de uma Basílica, um Sanatório, e um Mamisi, além do Lago Sagrado. A Basílica
Copta é uma igreja muito destruída, que, provavelmente, foi construída no século V. O teto da basílica caiu. É um
edifício pequeno que tinha duas entradas em cada lado, uma situada no lado setentrional e outra no lado meridional. O
átrio da igreja, além do santuário, estava decorado de estrelas e, no fundo da basílica existe ruínas de uma capela e um
batistério. O Sanatório de Dandara é um hospício anexado ao templo de Dandara. É um edifício importante que atraia os
peregrinos e passageiros doentes para receberem tratamento médico. Este edifício de ladrilho (Br. tijolo) tem 11 quartos
que acomodavam os doentes asilados ao templo. O Lago Sagrado é um dos elementos fundamentais dos templos
egípcios. Situada no lado norte do recinto de Dandara. No Egipto antigo, todos os sacerdotes tinham que fazer ablução ou
purificação com águas do lago sagrado antes de começarem o seu trabalho diário no templo. Além disso, o lago sagrado
simboliza às águas primigénias ou aquele oceano primigénio de que o universo foi criado conforme as crenças egípcias
antigas.

Paleta de Narmer: Na parte superior da paleta, o rei é novamente representado, em tamanho maior, para demonstrar a
sua importância, como figura central da cena, em questão. Entretanto, o monarca utiliza, agora, a coroa branca (hedjet)
do Alto Egito e, segurando um inimigo pelos cabelos, está prestes a abatê-lo, utilizando uma espécie de cetro. Ao seu
lado direito, está o deus Hórus, associado à titulatura dos faraós, que seriam os seus herdeiros, representado na forma de
falcão. Ela aparece como mais um dos talos do hieróglifo da terra, que tem seis talos de papiro. O falcão, símbolo do Alto
Egito, derrota o Baixo Egito, a terra dos seis papiros. O inimigo é representado pela cabeça, símbolo de todas as pessoas.
Fechando a cena, na parte inferior, mais dois inimigos derrotados aparecem contorcidos. As cabeças de vaca (deusa
Hathor) representam a força e o poder do rei. Entre estas cabeças, está um serej, precedente dos cartuchos, com o nome
Narmer. Nos seus baixos-relevos, é possível observar algumas marcas já presentes em toda a arte egípcia, como a
perspetiva hierárquica (em que as personagens de maior importância aparecem com maior tamanho, no caso de Narmer),
a frontalidade (busto frontal, pernas e cabeça de perfil) e a forma da disposição da narração em registos diferenciados.
Representações de pelos faciais são raras, salvo a barba estilizada faraónica. Os inimigos subjugados aparecem com
barbas.

A mastaba é um túmulo egípcio, com a forma de um tronco de pirâmide (paredes inclinadas em direção a um topo
plano de menores dimensões que a base), cujo comprimento era, aproximadamente, quatro vezes, a sua largura. Uma das
portas da mastaba ligava a um género de capela funerária ou templo de menores dimensões. As paredes dessa capela,
paralelas às das paredes exteriores, estão revestidas, no interior, por pinturas murais. Na parede em frente à uma porta da
capela que simula uma outra porta-fictícia, simbolizando a ligação ao Reino dos mortos. As mastabas tinham câmaras
funerárias, muitas das vezes escavadas bem abaixo da base da mastaba, ligada à entrada.
A lei da frontalidade: Tenta apresentar o aspeto mais revelador de determinada entidade, embora com restritos ângulos
de visão. Para esta representação são só possíveis três pontos de vista pela parte do observador: de frente, de perfil e de
cima, e que cunham o estilo de uma forte componente estática, de uma imobilidade solene. O corpo humano,
especialmente o de figuras importantes, é representado utilizando dois pontos de vista simultâneos, os que oferecem
maior informação e favorecem a dignidade da personagem: os olhos, ombros e peito representam-se vistos de frente; a
cabeça e as pernas representam-se vistos de lado.

O Templo de Abu Simbel: Local, no Egito, onde foi escavado na rocha um templo colossal, por ordem do faraó Ramsés
II. Com a construção da barragem de Assuão nos anos de 1960, o templo correu o risco de ficar submerso pelo Nilo.
Com o patrocínio da UNESCO, teve lugar uma notável operação de salvamento do santuário, que foi cortado em grandes
blocos (sem o emprego de serras elétricas, pois a vibração destas poderia danificar o monumento) e reconstruído a uma
altitude superior. O templo, impressionante pela sua dimensão, era dedicado ao deus solar, e em certas alturas do ano as
primeiras luzes da manhã inundavam-no completamente. As pinturas do seu interior são também dignas de nota. A
entrada é dominada por quatro estátuas de Ramsés II, de cerca de vinte metros de altura. Existe, também, em Abu
Simbel, um segundo templo, mais pequeno, dedicado a Nefertari, a esposa do faraó, que também foi objeto de
reconstrução na mesma altura. Os dois templos formam um dos mais impressionantes conjuntos monumentais do mundo
antigo e fazem de Abu Simbel, um dos locais do Egito mais interessantes para historiadores e turistas.

Templo de Nefertari: Enquanto o Grande templo de Abu Simbel é um templo com estatuária excessiva e de tamanho
exorbitante, o templo de Nefertari parece ser baseado no templo funerário da rainha Hatchepsut (1520 aC.). O templo é
muito simples e construído em dimensões bastante inferiores às do templo de Ramsés. O pequeno templo de Abu Simbel,
localizado a 150 metros a norte do templo maior, foi construído em honra à sua esposa preferida, Nefertari, e é dedicado
à deusa do amor e da beleza, Hathor. A fachada do templo representa no total seis estátuas, de dez metros, cada uma,
todas, com a perna esquerda mais à frente da direita em posição de marcha. Na fachada existem também pequenas
imagens das crianças reais, representações dos príncipes entre as pernas do faraó, e das princesas entre as pernas da
rainha. A porta de acesso ao templo está decorada com inscrições do nome do faraó, e representações do faraó a fazer
oferendas às deusas Hathor e Isis. Quando se entra no templo encontra-se uma sala quadrada com 11 metros de
comprimento e 10,8 metros de largura com seis pilares colocados em duas filas, na frente dos quais está representada a
cabeça da deusa Hathor e nos outros lados dos pilares tem figuras da casal real e de outros deuses. Sobre a cabeça da
deusa Hathor estão escritas histórias do faraó ou da rainha, separadas por fórmulas de adoração às deusas: Mut,
Isis, Satis, Hathor, Anukis e Urethekau. Esta sala possui três portas que levam a uma câmara transversal estreita e esta,
por sua vez, tem ligação com duas câmaras laterais inacabadas e com o santuário. As câmaras laterais não têm decoração,
pensando-se que deveriam servir como armazém de objetos utilizados em cerimónias religiosas. O santuário tem uma
estátua da deusa Hathor saliente da rocha entre dois pilares de Osíris e nas paredes estão representadas cenas
de oferendas.

O hipogeu é uma construção funerária escavada na encosta de uma montanha, em formato retangular. É uma alternativa
mais económica e segura das pirâmides. Era composto por estátuas fúnebres, túmulos e era feito de pedras, calcário,
barro e tijolo. Nesta construção enterravam-se pessoas que pertenciam ao povo.

As Pirâmides, como o nome indica, são construções formadas por uma base quadrada de quatro faces triangulares, que
convergem, para um vértice. As pirâmides têm uma estrutura subterrânea complexa, composta por corredores e salas,
onde a sala funerária é escavada no solo. Depois da XX dinastia, as pirâmides entram na sua fase clássica, com a
construção da ampla necrópole de Gizé.

Os tipos de colunas egípcias são divididos conforme o seu capitel. A ordem proto dórica marca sob o Império Antigo, a
transição entre o pilar e a coluna:

• A coluna Palmiforme – O fuste da coluna tem a forma de uma palmeira, estando os ramos abertos no capitel.

• A coluna Papiriforme - O fuste da coluna é representado por um papiro, desta vez em arestas vivas. Quando as
umbrelas estão abertas, o capitel é chamado de campaniforme.
• A coluna Lotiforme: o capitel é representado por um ramo da flor de lótus com corolas fechadas e o fuste reproduz
vários caules atados por um laço. Na coluna estão inscritos vários textos em hieróglifos.

A esfinge representada por um corpo de leão (força), e a cabeça (sabedoria humana) emoldurada por uma juba, que era
uma forma de representar a coroa faraónica, bem como a autoridade. Estes monumentos eram colocados na alameda do
templo com intuito de afastar os espíritos negativos, sendo colocados obeliscos à sua frente, que tinham a função
materializar a luz solar.

Sala Hipetro: Na arquitetura egípcia monumental, a «sala hípetra» podia estar rodeada de colunas, à maneira do pátio
porteado. Era o espaço arquitetónico ao ar livre do templo egípcio, sendo imediatamente posterior aos pilones da entrada
e anterior às «salas hipostilas» cobertas, local, onde estava a caixa, onde era guardada a imagem da divindade. As
primeiras hipetras foram construídas em templos anexados de aos complexos das pirâmides de Quéops e Miquerinos.
Esta disposição influenciou o desenho dos megárones micénicos.

Pilone: Um pilone é uma construção com a forma de uma pirâmide troncada, com aforma de grossos muros, que
erigidos por pares, flanqueiam a entrada principal dos templos do Antigo Egipto; no espaço deixado entre ambos,
encontra-se a porta de acesso. Segundo a sua magnitude e importância podem ser precedidos de um dromos, ou um
passeio de esfinges, dos obeliscos, estatuas e estandartes. Atrás deles, geralmente, se encontra um grande pátio
descoberto, por vezes, porteado em vários, dos seus lados. São construções maciças, que podem ter passagens e
escadarias para o seu mantimento. Estão rematados por una gola na sua coroação. Os seus paramentos eram decorados
com baixos-relevos policromados que narravam os feitos dos faraós e, claro, temas mitológicos.

Obelisco: Obelisco (do idioma grego ὀβελίσκος - obeliskos, diminutivo irónico de ὀβελός - obelos: espeto, agulha) é um
monumento pétreo, com forma de pilar, de secção quadrada, com quatro faces trapezoidais iguais, ligeiramente
convergentes, rematando, superiormente, numa pequena pirâmide. Geralmente, eram erguidos sobre uma base de pedra
prismática. O primeiro de que se tem notícia é datado da época de Userkaf, faraó da V dinastia do Egipto (c. 2500 a. C.).
Desconhece-se, como eles eram erguidos, pois não hã nenhuma documentação egípcia, que descreva o método utilizado.

Porta-falsa: Usualmente, estes objetos eram constituídos por uma figura quadrangular feita, através da técnica de relevo
ou uma pintura, utilizando, como base uma parede, pedra ou madeira tendo à sua frente, uma mesa para oferendas.
Algumas tendem a apresentar aspetos que fazem lembrar as funções de uma entrada derradeira, como a porta falsa de Ika
(um funcionário que viveu durante a 5ª Dinastia), cujo cilindro, no espaço superior poderia indicar uma esteira enrolada,
que no caso de uma passagem verdadeira seria usada para fechar a mesma. Estava relacionada com a crença espiritual
egípcia e a ideia da existência de vários fragmentos que constituíam uma pessoa. Nas sociedades egípcias acreditava-se
que o humano era constituído por algumas partes espirituais e ao morrer estas frações exerceriam funções essenciais para
manter a existência do ser. Dentro destes vários pedaços, estava o Ka, porção para a qual era reservada as oferendas na
tumba e era justamente o Ka que usualmente estava representado nas portas falsas, especialmente no Antigo Reino,
simulando o falecido. Um exemplo de uma porta falsa com uma caracterização do Ka, é a que pertence à tumba de
Mereruka (um funcionário, que viveu durante o Antigo Reino). A sua mastaba, em Saqqara, foi descoberta em 1892, por
Jacques De Morgan, medindo 40 (quarenta) m (metros) de comprimento por 24 (vinte e quatro) m (metros) de largura,
sendo constituída por 32 (trinta e dois) aposentos.

Baixo-relevo: O baixo-relevo é uma técnica de escultura, para fazer imagens ou inscrições nas paredes, é obtida por
destacar as bordas de corte do desenho e figuras, baixando, ligeiramente a parede, o que fica em torno da parte inferior da
figura, obtendo um efeito tridimensional. Esta técnica foi concebida e amplamente utilizada no Egito Antigo, nas paredes
e nas colunas de templos. O artista experiente, conhecedor do cânon sagrado perfil e proporções, para marcar o perímetro
das figuras e características principais, mesmo hieróglifos que descrevem a cena; uma vez, que reduzido contorno e corte
no interior das figuras são pintadas com cores vivas o todo.

Perspetiva: A utilização de "abordagem hierárquica" é, principalmente, uma conceptualização de plástico. Variações no


tamanho, com que foram mostrados indivíduos, por artistas egípcios, em suma, é um meio eficaz, de expressão, que foi
usada para enfatizar personagens, visualmente, sob, ele bem entendesse, sem esquecer a importância simbólica e mágica
que pode ter tudo o que é mostrado em tamanho maior. Então, quando se olha para uma pintura, um relevo ou uma
escultura egípcia, podemos observar, que os indivíduos retratados, com trabalhos relacionados, com a escravatura, não
deve ver, sistematicamente, aqueles que ocupam uma posição elevada na escala social, uma alta classificação ou o titular
de uma alta capacidade económica; mas os personagens num contexto temático particular, quis destacar usando o recurso
da "abordagem hierárquica"

Bidimensionalidade: A principal característica da arte pictórica egípcia é a redução de todas as formas de representação
bidimensional. Regra geral, o tronco é reproduzido para a frente, a cabeça de perfil, a frente do olho e as pernas, também
em perfil. As figuras, com a perna para a frente ou o braço mais distante do espectador, mostrando, quase sempre, o lado
direito do seu corpo.

Piramidion: É uma pedra com um formato piramidal, que simboliza o Sol. Esta pedra pode ser encontrada nas pontas
das pirâmides ou dos obeliscos. No Império Novo, este termo designa uma pequena pirâmide colocada sobre a entrada de
uma tumba.

Estela: Estela é um termo que admite diversos significados podendo ter diferentes origens etimológicas. Quando deriva
do latim stela (que, por sua vez, deriva do grego), trata-se de um monumento comemorativo que se levanta sobre o solo à
semelhança de um pedestal ou de uma lápida. Na estela, alguns povos da antiguidade costumavam escrever símbolos,
sinais, figuras ou textos que explicavam a razão da construção. É hábito, as estelas serem monolíticas e feitas de
materiais pétreos (à base de pedra).

Estátua cúbica: A estátua cúbica foi um estilo estatuário egípcio, que apareceu nos começos do Império Medio (c.
2040 - 1795 a. C.);tendo uma larga duração, como demonstra a estátua de Uahibra, governador do Alto Egipto, durante
o Período tardio (c. 672 a 525 a. C.). Representava uma pessoa sentada, quase sempre, com uma vara, com as mãos
dobradas e juntas aos braços cruzados por cima delas. A pessoa representada vestia uma larga túnica, de modo, que só a
cabeça e os pés identificavam no cubo, um ser humano. O pedestal tinha gravados hieróglifos, com a informação acerca
da personagem representada. Este tipo de estátuas eram uma espécie de memorial, e os exemplares encontrados vão,
desde os mais fracos a alguns, ricamente decorados.

Maat: Os Antigos Egípcios acreditavam que o universo funcionava de forma previsível e regular, existindo uma ordem
natural que permitia manter os seus ciclos constantes. A este princípio, chamavam de Maat (que significava literalmente
verdade e que representava igualmente equilíbrio, ordem e justiça). Este era um conceito profundo que afetava a
existência do Homem e o seu relacionamento com a sociedade e, com a Natureza, ultrapassando o âmbito da ética. Todos
os seres da criação deviam aceitá-lo, seguindo-o, assim, o Homem e a Mulher, a Natureza e a Humanidade, poderiam
conviver com respeito mútuo. Transposto parcialmente para um conjunto de leis, este princípio moldou fortemente as
diversas formas de relação existentes, nomeadamente as ambientais e sociais. Sendo praticado pelos indivíduos, era uma
realidade social e funcionava como uma ordem moral regida por determinados princípios.

O termo sarcófago, em si, alude a uma grande caixa ou ataúde de forma retangular. A generalização do termo levou a
que se desse também o nome de sarcófago ao caixão de forma humana (antropomórfico), em madeira pintada (ou em
cartonagem), onde se guardava a múmia. Popularmente, também se designa como múmia (corpo embalsamado e
enfaixado) o sarcófago, antropomórfico. O sarcófago é assim o termo usado para definir o caixão onde a múmia era
colocada. Sarcófago e caixão, ainda que possam suscitar confusões, têm ambos a mesma função, guardar e proteger os
corpos dos defuntos. Em termos de forma e decoração, tanto sarcófagos como caixões possuem o mesmo repertório
iconográfico e estilístico, pelo que qualquer distinção poderá ser sempre meramente artificial e confusa. A
palavra sarcófago vem do grego, significando "comedor de carne", no sentido de que se tratava de um caixão com a
função de proteger a múmia nele colocada. O sarcófago surgiu como forma de superar o enterramento simples do corpo
na areia quente do deserto, que o dissecava. Esta prática de enterramento era comum antes do Egito, antes da Época
Arcaica (ou Tinita), iniciada cerca de 3000 a. C. A colocação do corpo nos sarcófagos, ulteriormente, revelou-se,
ironicamente, prejudicial, pois levava-o à sua deterioração, o que faz supor que por esta razão se terá desenvolvido
paralelamente a mumificação, como forma de conservar o corpo, como acontecia no tempo em que a própria areia quente
e seca o fazia. A mumificação terá sido a resposta a essa tentativa de voltar a ter os corpos dos defuntos conservados, mas
dentro de um sarcófago e já não na areia do deserto. Religiosamente, o sarcófago servia para ser a "casa do ka" do morto
(o ka era a força vital e sexual do indivíduo, para os Egípcios, a qual se podia manter na eternidade), além de preservar o
corpo do defunto para a outra vida. Os Egípcios chamavam ao sarcófago de neb-ankh, "senhor da vida". Por isso davam à
confeção do sarcófago uma elevada importância, tal como à sua "morada" construída para o albergar, o túmulo onde seria
depositado (o sarcófago). Os primeiros sarcófagos, há cerca de 3000 anos, eram simples caixas de madeira ou de tábuas
grossas sobre as quais era colocado o corpo. Depois surgiram os sarcófagos em forma de casa, em tijolo, antepassados
das mastabas e das pirâmides do Império Antigo. Porém, na IV dinastia (2613-2494 a. C.) ainda se usavam este tipo de
sarcófagos. Os corpos eram colocados de lado neles, com as pernas dobradas, evoluindo depois, por volta da IV dinastia,
para uma posição estendida, dado que as técnicas de evisceração e mumificação evoluíram e tornava-se mais prática esta
forma de colocação do corpo. No final do Império Antigo, por volta de 2181 a. C., aparecem já oferendas de comida
dentro dos sarcófagos para “sobrevivência” do corpo em caso de abandono ou destruição do túmulo (onde estava o
sarcófago). Até ao Império Médio (c. 2040-c. 1780 a. C.) eram pintados olhos na parte exterior do sarcófago, voltada
para oriente, para que o corpo visse o nascer do sol, ou então apreciar as oferendas que lhe deram, ou mesmo contemplar
o mundo em que viveu. No Primeiro Período Intermédio (2181-2055 a. C.) a decoração dos sarcófagos tornou-se mais
importante, logo mais rica, combinando com o apuro decorativo crescente nas paredes dos túmulos (pintura mural). Os
sarcófagos incorporavam os elementos artísticos do túmulo, ou mesmo de textos religiosos egípcios, como os designados
das Pirâmides, no Império Médio (2040- 1780 a. C.), que têm também o nome de Textos dos Sarcófagos. Havia cada vez
mais uma identificação da vida no Além com o deus Osíris, mais ainda do que com o deus-sol Ré. Os primeiros
sarcófagos antropoides (formas humanas) surgiram na XII dinastia (1985-1795 a. C.), aparentemente como "corpos
substitutos" ou de imitação, já que se temia que os originais (o defunto mumificado) se destruíssem. Esta forma de caixão
(sarcófago) popularizou-se no Império Novo (1550-1069 a. C.), com a forma sarcofagal a identificar-se com Osíris, com
a sua barba e braços cruzados a serem muitas vezes acrescentados à forma do sarcófago. Nas XVII (1650-1550 a. C.) e
XVIII (1550-1295 a. C.) dinastias começou-se a "emplumar" os sarcófagos, isto é, a pintar-se penas e plumas às asas da
deusa Ísis, abraçando o seu divino e amado esposo Osíris, embora alguns egiptólogos atualmente considerem que se
tratava da forma de ave assumida por Ré. Os sarcófagos retangulares foram definitivamente substituídos pelos
antropoides na XVIII dinastia, embora certos elementos decorativos antigos se tenham mantido. No Terceiro Período
Intermédio (1069-747 a. C.), o que era dantes pintado e historiado nas paredes dos túmulos onde eram colocados os
sarcófagos, era cada vez mais realizado nestes. Como sucedia nos papiros ou nas estelas, também, com cenas fúnebres e
textos alusivos à eternidade. Um dos temas principais era o do conceito de renascimento além-túmulo, protagonizado por
Osíris e a mitologia solar egípcia, a par do julgamento do morto ("pesagem da alma") diante daquele deus, ou então a
viagem e jornada até ao submundo, na barca solar, não esquecendo as Ladainhas (ou Litanias)de Ré. Entre outras novas
cenas pintadas nos sarcófagos, como também nos papiros, figuram a separação do deus-terra Geb da deusa-céu Nut. Os
sarcófagos perduraram em termos de uso mesmo nas épocas mais conturbadas do Antigo Egito e já quando os seus
governantes eram estrangeiros, como nas XXI (1069-945 a. C., dita Tanita) e XXII (945-715 a. C.,
dita Bubashtita ou Líbia) dinastias, no Terceiro Período Intermediário, eram alvo, muitas vezes, de reutilização. Os
sarcófagos não eram apenas reais ou nobres, mas também de sacerdotes, como os inúmeros exemplos dos do clero de
Amon encontrados nas XXI e XXII dinastias. Os que pudessem pagar um sarcófago, tinham-no, senão ficariam por um
simples caixão ou caixa de madeira. Nos finais do Império Novo (1560-1070 a. C.) é de referir o facto do interior dos
sarcófagos ter começado a ser decorado, principalmente a partir da XXII dinastia, quando debaixo da tampa, por
exemplo, apareciam muitas vezes representações de Nut, a deusa do céu, enquanto que no chão se representava Hathor, a
deusa em forma de vaca, a "deusa do oeste", ou o Pilar Djed, recordando Osíris. Depois começaram a surgir também
excertos do Livro dos Mortos inscritos nos sarcófagos. A partir da XXV dinastia (747-656 a. C.), de origem núbia,
dita Kushita, a variedade de caixões aumentou, divulgando-se o uso de sarcófagos que contêm vários de diferentes
tamanhos, uns dentro dos outros, como já se fazia no Império Novo, como é o célebre caso do sarcófago intacto de
Tutankhamon (1336-1327 a. C.), faraó da XVIII dinastia (1550-1295 a. C.), no Império Novo, com o terceiro e mais
pequeno caixão todo feito em ouro, atualmente conservado no Museu Egípcio do Cairo, Egito. Na Época Baixa (664-332
a. C.) voltou-se ao arcaísmo decorativo e formal dos sarcófagos, com o olho pintado, novamente, e imitando as primeiras
formas destes caixões. Da Época Ptolemaica, ou Grega (a partir de 332 a. C., misturando-se com a romanização),
chegaram até nós inúmeros sarcófagos, mas desproporcionalmente anatómicos, com largas cabeleiras e cabeças. Depois
colocar-se-iam, também naquela época, máscaras de gesso do defunto, ou retratos pintados em tabuinhas (Época
Romana, a partir de 30 a. C.), fixados à múmia através de tiras de linho. Depois foi-se perdendo a tradição dos sarcófagos
à maneira egípcia, com novas práticas de enterramento (inumação) pelos Cristãos e, mais tarde, pelos Muçulmanos,
embora já entre os Romanos tenha diminuído esta tradição sarcofagal.

XI e XII dinastia: Após o período de decadência do poder central e de instabilidade política, que foi o primeiro período
intermediário, (e que se refletiu na arte, com o abandono dos cânones estabelecidos) inicia-se o Império Médio, que
corresponde às XI (décima primeira) (2150 a.C.-1990 a.C.) e XII (décima segunda) dinastias (1980 a.C.-1790 a.C.).
Durante o Império Médio, a expressão humana, nas esculturas, ganhou importância, dimensão e realismo, passando-se a
representar, nas estátuas, o envelhecimento Humano. A representação bidimensional perde a sua dependência dos
cânones, adotando uma maior naturalidade e noções de proporcionalidade tridimensional. Nesta época, foram criadas as
esfinges reais, nas quais, o rosto humano surge emoldurado por uma juba de leão, como é o caso da esfinge do faraó
Amenemhat III (1852-1797 a.C.), o grande fundador da XII (décima segunda) dinastia (1980-1790 a.C.).

Múmia: No quadro desta religiosidade, apesar do estatuto particular e eclético, encontra-se a tradição egípcia da
mumificação. O processo iniciou-se durante a vigência do Império Novo. O método consistia, em primeiro lugar, retirar
o cérebro e as vísceras do corpo, aquele pelo nariz e as restantes, através de uma incisão realizada no lombar esquerdo. O
coração não era retirado, pois, segundo a tradição, retinha o entendimento. O corpo era tratado com natrão,
provavelmente, em estado sólido, contribuindo para a desidratação, mantendo a flexibilidade da pele. Seguidamente,
cobria-se o corpo e o crânio, com linho e resina, inserindo-se, ocasionalmente, olhos artificiais, tapando-se o nariz e os
ouvidos. O corpo era vendado, sendo introduzido entre as ligaduras, amuletos protetores, principalmente, o escaravelho.
Na dinastia 21.ª, foi introduzida a prática de envolvimento e colocação das vísceras no interior do corpo. Curiosamente,
algumas múmias apareceram com folhas de tabaco no seu interior.

Nilómetro: Construção tipo poço, graduado nas paredes, destinada a medir a altura das águas do rio Nilo. Consistia
normalmente numa série de degraus em profundidade, a partir dos quais de media a normal subida do nível do rio ou o
seu aumento na grande inundação anual (akhet), esta, claro, antes de conclusão da Barragem Superior (High Dam) de
Assuão, na segunda metade do século XX. Antes dessa barragem se erigir, as cheias, que começavam em fins de junho
em Assuão, atingindo o Baixo Egito, o Delta, em setembro só podiam ser previstas e medidas através dos nilómetros.
Com os nilómetros, devido à sua ligação subterrânea com o Nilo, podia-se medir todas estas alterações de cota de água e
prever mesmo a sua chegada, que caso fosse exagerada logo se tomariam precauções para diminuir riscos. O registo
sistemático e regular permitia também uma melhor avaliação das terras inundadas e que depois poderiam ser cultivadas
na estação seca, o que permitia também uma mais precisa cobrança de rendas e taxas agrícolas. A humidade ou mesmo o
contacto da água com o fundo destes túneis escavados no subsolo, perto do rio, forneciam os indicadores dos valores
aquíferos nilóticos. Existiam em templos, junto às localidades, ao longo de todo o Egito. Foram feitos pelos Antigos
Egípcios, mas mantidos muitos em uso por Gregos e Romanos. Sobreviveram alguns nilómetros, a maioria associados a
templos, como Philae, Edfu, Esna, Kom Ombo e Dendera mas o maior (90 degraus) dos remanescentes está na ilha
Elefantina, em Assuão, reconstruído durante a dominação romana (a partir de meados do século I a. C.), mantendo-se
bem preservado. Também, os dominantes árabes do Egito, copiaram os antigos e fizeram os seus nilómetros (ou
repararam alguns), como um, numa das ilhotas do Cairo (Geziret el-Rhoda), talvez, aproveitando um anterior. Mas a
medição não era feita em degraus, como entre os Antigos Egípcios, Gregos e Romanos, mas com a colocação de um pilar
octogonal no fundo da rampa escavada.

Pirâmides: A pirâmide de Djoser é composta por seis mastabas construídas uma sobre a outra. Nota-se que o projeto
original sofreu revisões e adaptações à medida que a construção evoluía. Originalmente, a pirâmide alcançava 62
(sessenta e dois) m (metros), com uma base de 109 (cento e nove) m (metros) x 125 (cento e vinte e cinco) m (metros),
sendo revestida por pedra calcária branca polida. Estas três pirâmides foram construídas como tumbas reais para
os reis Quéops, Quéfren, e Miquerinos - pai, filho e neto. A maior delas, com 146,6 (cento e quarenta e seis vírgula seis)
m (metros) de altura, é a Grande Pirâmide, tendo sido construída por volta de 2550 a.C., para Quéops. Cada uma faz
parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores
das rainhas, todas cercadas de mastabas dos sacerdotes, e pessoas do governo, uma autêntica cidade para os mortos. As
valas e os pés das pirâmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo, sendo considerados
fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-
Sol. Apesar das complicadas medidas de segurança, como sistemas de bloqueio com pedras e grades de granito, todas as
pirâmides do Antigo Império foram profanadas e roubadas possivelmente antes de 2000 a.C. A Grande Pirâmide possui
quatro lados são praticamente do mesmo comprimento, com uma exatidão não existente apenas por alguns centímetros.

Arte no reinado de Ramsés: A época sucedânea, ao reinado de Ramsés III, foi marcada pela progressiva desagregação
do poder faraónico, sendo os últimos soberanos da XX (vigésima) dinastia, meros reis fantoches. Deste período, é
destacável, a perfeição alcançada no trabalho dos metais, que se deteta em trabalhos, como as máscaras funerárias dos
reis Psusennes I e Sheshonk II, na tríade em ouro de Osorkon II e na estátua em bronze da adoradora divina de Amon
Karomama. Na escultura, as proporções do corpo humano são mais equilibradas e harmoniosas, crescendo a atenção ao
pormenor. Na arquitetura, volta-se a copiar as pirâmides do género das de Gizé (Quéops, Quéfren e Miquerinos). Volta-
se a talhar a esfinge, perto da pirâmide, em dimensões mais pequenas. Na pintura, as estátuas-retrato são marcadas pela
sua robustez, volume cúbico e imobilidade. As figuras apresentam-se de pé (em que a perna esquerda avança
ligeiramente para a frente). Em termos de decoração tumular são visíveis representações realistas do quotidiano.

O Templo de Debod constitui um dos poucos testemunhos arquitetónicos núbio-egípcios completos que podem ser
contemplados fora do Egito e o único destas características existentes em Espanha. Construído no século IV a.C., pelo
rei Cucheita Adijalamani, com o intuito de fazer uma referenciação ao Deus Amun, até há, apenas, algumas décadas,
situava-se a 15 km ao sul de Assuão, no Egito, muito próximo da primeira catarata do Nilo e do grande centro religioso
da deusa Ísis, em Filai. Originalmente, as paredes do templo eram decoradas com ilustrações, que mostravam o rei
Adijalamani, como sendo um faraó egípcio, doando oferendas aos deuses. Essas pinturas perderam muito do seu brilho
natural, quando o templo ficou submerso no rio de Assuão.Em 1961, devido à construção da nova represa de Assuão, as
suas pedras foram desmontadas e depositadas na ilha Elefantina, até à sua posterior trasladação para o porto
de Alexandria. Em 1968, o templo foi doado a Espanha, pelo Estado egípcio, em agradecimento pela ajuda prestada, pelo
salvamento dos templos de Abu Simbel. Uma vez transferido para Espanha, pedra por pedra, o templo foi exposto a um
complicado trabalho de reconstrução e restauro. Estes trabalhos incluíram a instalação no seu interior de ar condicionado
quente para criar uma atmosfera seca, que se aproximasse do clima da Núbia. Para representar o rio que teve o templo
nas suas proximidades, construiu-se um tanque de pouca profundidade, que se estende, ao longo dos três portais de
acesso ao templo. Os trabalhos de reconstrução do monumento tardaram dois anos. O templo foi inaugurado a 20 de
Julho de 1972.

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