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-Acústica de Salas e sua Importância-

para os Músicos

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Índice

Conteúdo
Introdução à Acústica de Salas .................................................................................................. 3
Evolução das salas..................................................................................................................... 3
Salas em ferradura ................................................................................................................ 4
Salas Retangulares ................................................................................................................ 5
Salas “em leque” ................................................................................................................... 5
Comportamento do Som em recintos fechados......................................................................... 6
Tempo de Reverberação ........................................................................................................... 6
Correção do tempo de reverberação em salas já existentes .................................................. 7
Conclusão ................................................................................................................................. 8
Bibliografia ............................................................................................................................... 8

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Introdução à Acústica de Salas

A Acústica das salas é um tema muito discutido e que suscita bastante interesse,
nomeadamente no que diz respeito às salas de música. Todas as pessoas reconhecem a
importância de uma boa acústica, em qualquer sala que seja. Porém, as condições
acústicas de uma sala devem ser adequadas às atividades que aí venham a ser
desenvolvidas, particularmente nos espaços destinados ao teatro e à música.

Naturalmente, é de extrema importância numa sala destinada à música a forma e a


qualidade com que um ouvinte perceciona os sons. Embora essa forma e qualidade
possam ser percecionadas de forma diferente devido à natureza subjetiva do ser
humano, o “conforto sonoro” deste tipo de espaços não deve ser desprezado de
forma alguma.

Evolução das salas


Na antiguidade clássica, os teatros gregos e romanos eram construídos ao ar livre, em
pedra, nos declives das colinas, já que a depressão geográfica criava ótimas condições
acústicas. Em forma de semicírculo, o palco estava elevado cerca de 1,5m em relação ao
solo. Havia um espaço entre o palco e a bancada designado de “orquestra”, que era uma
espécie de pátio de pedra que refletia o som, originando uma ressonância que reforçava
o som e permitia ouvir até nas bancadas mais afastadas do palco. Tinham também
teatros especializados para a música, em que as bancadas eram mais elevadas, e onde
havia uma cobertura, o que mostra a consciência acústica dos arquitetos da antiguidade
clássica.

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Na Idade Média até ao século XVIII, a música era maioritariamente tocada em igrejas
ou catedrais, na corte ou em palácios, pelo que a maior parte das igrejas dessa era têm
um tempo de reverberação totalmente desajustado à prática musical, aproximando-se
dos 7 segundos de reverberação.

Só a partir do séc. XVIII é que se tornaram comuns as salas de concerto, adotando três
formas comuns de planta:

Salas em ferradura
São típicas de Itália, surgindo na segunda metade do séc. XVIII, maioritariamente
usadas como teatros líricos, pois devido ao seu pequeno tempo de reverberação não
foram adotadas para salas de concerto.

Um exemplo de sala em ferradura é o “Scala” de Milão, que comporta 2300 pessoas e


tem um tempo de reverberação de apenas 1,2 segundos.

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Salas Retangulares
São as mais comuns no que toca a pequenas salas. No entanto há grandes salas com
esta planta, como é o caso do “Concertgebouw” de Amesterdão, que comporta cerca de
2200 pessoas e tem um tempo de reverberação de 2 segundos.

Salas “em leque”


O principal problema deste tipo de auditórios é o facto da curva do teto possibilita a
produção de ecos. Porém, isto pode ser resolvido com tetos ondulados ou suspendendo
painéis absorventes.

Um bom exemplo deste tipo de sala, é a Aula Magna de Caracas, acabada de construir
em 1956, com cerca de 2700 lugares e um tempo de reverberação curto, adequado a
música de câmara e música contemporânea.

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Nas últimas décadas, temos assistido à construção de salas com formas complexas e
originais, de forma a melhor adequar as atividades musicais aí desenvolvidas,
como é o caso da Ópera de Sidney, ou o Auditório da Filarmónica de Berlim.

Comportamento do Som em recintos fechados


Depois de falarmos da evolução dos auditórios, existem vários assuntos a serem
abordados, como, por exemplo, como se comporta o som num espaço fechado?

Ora bem, num recinto fechado, quando um som é produzido, este ouve-se ainda depois
da fonte sonora se ter extinto, ou seja, ouve-se mais tempo do que dura. Este fenómeno
é a reverberação, da qual falei anteriormente na evolução das salas. A reverberação é
criada devido às inúmeras reflexões do som na superfície da sala, que chegam ao nosso
ouvido em instantes diferentes.

Quando os músicos descrevem uma sala de concerto como tendo um “som cheio”, ou
sendo “seca”, na verdade, do ponto de vista acústico, estes conceitos estão todos
relacionados com a reverberação.

Tempo de Reverberação
O tempo de reverberação é, tradicionalmente, o tempo que o nível de intensidade de
um som demora a perder 60 decibéis, depois da fonte sonora se ter extinguido.

O tempo de reverberação é geralmente calculado para uma ocupação média da sala, não
correspondendo à lotação máxima da sala.

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Todos os materiais e objetos podem afetar o tempo de reverberação de uma sala
devido aos seus coeficientes de absorção. O coeficiente de absorção é a quantidade
de poder de absorção sonora de um objeto/material, que é medindo de 0 a 1, sendo
que valores próximos do 0 significam que o material é pouco absorvente, e valores perto
se 1 significam que o material é demasiado absorvente.

Os valores aconselháveis para o tempo de reverberação variam de acordo com a


finalidade a que a sala se destina. Para a música, é conveniente quase sempre ter um
certo valor de reverberação, visando uma sonoridade menos seca, bem como uma
melhor fundição dos instrumentos. Normalmente os valores adequados de reverberação
estão entre 1 e 2 segundos. Aqui está uma tabela demonstrativa dos valores óptimos do
tempo de reverberação para diferentes estilos musicais:

Estilo musical Tr
Música sinfónica 1,8-2,0
Música barroca e clássica 1,6-1,8
Música de Câmara 1,3-1,7
Ópera 1,3-1,5
Música rock, pop e etc. 0,6-1,2

Olhando a tabela, podemos perceber que para cada estilo musical há um certo tempo de
reverberação, porém, conseguimos observar, que de uma maneira geral, a música
precisa de entre 1 a 2 segundos de tempo de reverberação.

Correção do tempo de reverberação em salas já existentes


Decerto que já nos deparamos alguma vez na nossa vida com uma sala com condições
acústicas nada favoráveis à prática musical, mas, alguma vez tentamos perceber se
poderíamos corrigir alguns dos problemas na sala, nomeadamente, se poderíamos
corrigir o tempo de reverberação dessa sala?

Quando a sala não tem um tempo de reverberação aconselhável, dois casos podem
acontecer: o Tr pode ser maior ou menor do que o valor ótimo. Quando do Tr é maior
do que o aconselhável, é necessário aumentar a absorção total da sala, pelo que
poder-se-ia substituir os materiais de revestimento por outros mais absorventes, pôr
cortinas nas janelas com um alto coeficiente de absorção, colocar tapetes na sala, de

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modo a absorver mais. Em geral, ocupar mais a sala com objetos e materiais cujos
coeficientes de absorção sejam mais elevados.

Se o Tr for menor que o pretendido, significa que é necessário diminuir a absorção


total da sala, e então faz-se o processo inverso do do 1º caso.

Conclusão
Em Suma, este trabalho permite a um músico melhor entender todo o funcionamento
acústico por detrás de uma sala, prevenindo-o para o que poderá acontecer no futuro, e
ensinando-o a contrariar as situações adversas em que muitas vezes os músicos se
encontram (salas inadequadas para a atividade desenvolvida), bem como permite um
melhor entendimento em todo o fenómeno acústico da reverberação e do
comportamento do som nas salas de espetáculos.

Bibliografia
 Acústica Musical 1ª Parte- O Som (textos do prof. Luís Henrique)
 Acústica Musical, Luís Henrique, Fundação Calouste Gulbenkian
 The study of Orchestration, 3ª edição, Samuel Adler
 https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/395142240629/Tese.pdf
 Larousse, Enciclopédia Moderna

 Trabalho Realizado Por:

Gabriel Silva

Nº10 11ºA

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