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1992
Conseqüências de Vestfália
O século XVII foi decisivo para a sociedade européia de Estados. O contínuo diálogo
diplomático e estratégico que coordenou a coalizão dos tempos de guerra incluía os
otomanos; mas ficou mais perto dos príncipes cristãos e cidades que dividiam semelhanças
culturais e enfrentavam problemas similares. Todos os membros cristãos da coalizão,
grandes e pequenos, até os menores príncipes do Império, tratavam-se na base da igualdade
de faro, porque eles precisavam ser persuadidos ao invés de obrigados a cooperar. DA
mesma maneira, novas formas de jurisprudência internacional desenvolveram um campo
anti-hegemônico.
A hegemonia continuou a ser um fator integral da prática do sistema de Estados
europeus, apesar da legitimidade anti-hegemônica estabelecida por Vestfália.
Expansão Européia
O Império Napoleônico
Hegemonia Coletiva
1818-1848
Durante esse período, os cinco grandes poderes chegaram perto de funcionar como
um Diretório. Exercendo o direito da intervenção coletiva, eles conseguiam manter algo
como o domínio sobre a Europa fragmentada que estava fora de sua administração. Os
homens de Estado aristocráticos, que gerenciaram os negócios da Europa durante esses 30
anos, sentiram uma solidariedade de propósitos: eles tinham medo dos perigos que
ameaçavam seu mundo, mas não um do outro. Matternich era o mais importante homem de
Estado do período em questão. A posição central da Áustria, e seu apurado sentido de
raison de systhème se resumiam em sua frase: “meu país é toda a Europa”, isso lhe permitiu
exercer uma liderança maior no Concerto que o poder militar e econômico da Áustria
podiam justificar.
O poder da Rússia e Grã-Bretanha derivava de suas conquistas fora da Europa.
Ambos agiam na Europa segurando um ao outro e mantendo o sistema todo no lugar, ao
passo que fora da Europa eles agiam estendendo sua influência e seus impérios pela Ásia,
do Império Otomano ao Pacífico.
Os cinco grandes poderes não eram contra o uso das forças armadas ou
comprometidos com o status quo. Nos primeiros 30 anos eles fizeram seu uso por meio de
acordos ou aquiescência. Eles não fizeram uso desta força um contra o outro, mas nas
pequenas guerras na Europa e nas operações coloniais fora dela. Mesmo as duas mais
importantes guerras (Criméia e franco-prussiana) não interromperam seriamente o
progresso da civilização européia.
Esse período foi arcado pelo nacionalismo popular, pela revolução contra a ordem
política estabelecida e por guerras de ajustamento entre os grandes poderes. No ano de
1848, a classe média descontente com o “Sistema de Matternich” e com a legitimidade
dinástica, laçou-se em revolução em muitas comunidades européias, notadamente França,
Alemanha e Itália. Uma nova legitimidade estava agora em posição de desafiar a outra: o
direito dos povos de determinar para eles a qual Estado eles deveriam pertencer e como o
Estado deveria ser governado. A paz parecia menos importante que outros valores.
Três tendências relacionadas, nacionalismo, democracia e interesse popular, exerciam
crescente influência no sistema de Estados europeus em funcionamento. Nacionalidade não
era a categoria política fundamental em que os povos naturalmente e sempre se agrupam.
No século XIX na Europa era a “nação” que era aceita como a unidade política básica e
outras formas de organização e lealdade tinham que se acomodar a isso. As idéias de
nacionalismo e democracia se relacionavam. Ambas desafiavam a legitimidade dos Estados
europeus. O povo deveria governar ou ao menos eleger seus governantes. Cada demos, cada
nação, deveria ter seu próprio Estado independente.
A reestruturação da Europa, particularmente da Europa Central, parecia aos liberais e
nacionalistas inevitável e justa. Eles sabiam que a força seria necessária, certamente na
forma de revoluções e de intervenções armadas pelos apoiadores estrangeiros dos
movimentos nacionalistas. Os nacionalistas do século XIX procuravam uma total
independência, liberdade de constrangimentos externos e exercício soberanos da vontade
popular geral. Nacionalismo e democracia levaram a Europa ao lado das independências do
espectro.
A ameaça imediata mais perigosa ao balanço europeu era o pan-germanismo. Os
povos que se consideravam alemães e os tinham como língua materna o alemão se ornaram
os mais numerosos na Europa e na segunda metade do século eles entravam em uma fase de
desenvolvimento que levou os outros a se sentir incertos sobre suas competências, e, mais
ainda, eles ocupava uma posição central no continente. Um Estado-nação que juntasse
todos os alemães seria mais poderoso que qualquer outro na Europa e estaria
permanentemente numa posição hegemônica, que só poderia ter como contrapeso uma
coalizão anti-hegemônica permanente dos outros grandes poderes. Além dos pan-
germanismo, havia a ameaça do pan-eslavismo. Se a Rússia e outros povos eslavos
estabelecessem uma união nacionalista ou um Estado na Europa, alcançado o oeste até a
Boemia e o sul aé o Mediterrâneo, o que poderia manter o equilíbrio na Europa? No século
XIX, o grande Estado mais ameaçado pelo fervor nacionalista, especialmente pan-
italianismo, pan-eslavismo e pan-germanismo, era o Império Multinacional Habsburgo da
Áustria. Para enfraquecer a Áustria, e eventualmente dissolvê-la em Estados nacionais era o
imediato objetivo dos nacionalistas e liberais.
Os ideais de nacionalidade e soberania popular se baseavam nas idéias da Revolução
Francesa. Seu campeão na Europa era o sobrinho de Napoleão, levado ao poder na França
em 1848 pela revolução e em 1853 ganhou o título de Napoleão III. Ele acreditava que para
se justificar como herdeiro de seu tio, deveria enfraquecer o sistema de Viena, para fazer da
França novamente o maior poder da Europa, libertando a Itália do controle austríaco e para
posar como representante das aspirações nacionais. Durante os 20 anos de seu reino, ele
envolveu a França em séries de pequenas guerras e expedições, indo da Criméia, ao México
e China.
A intervenção militar francesa contra a Áustria para unificar a Itália em um Estado
nacional iria aumentar o prestígio da França. Mas a Áustria, o maior poder germânico, era o
único obstáculo à unificação da Alemanha sob a liderança da Prússia, o que gravemente
interferiria nos interesses da França. Napoleão III iniciou a destruição do poder austríaco na
Itália. Seus últimos esforços para prevenir u ao menos obter compensação territorial pela
unificação alemã o levou a uma guerra que lhe custou o trono.
Prússia sempre foi um Estado e não uma nação. Era o mais fraco dos cinco grandes
poderes. Sua política era guiada por Bismarck, que preferia agir independentemente do
Concerto, a não ser que ele pudesse controlá-lo.
O nacionalismo alemão era geral e profundo para ser suprimido, mas pequenas
guerras entre os quatro poderes permitiram à Prússia ganhar algum controle sobre o
movimento e limitar seus ganhos à unificação parcial, excluindo a Áustria.
O resultado dessas mudanças foi enfraquecer o sistema e fazer seus Estados membros
menos conscientes da raison de systhème.
Rússia e Grã-Bretanha eram a favor de um equilíbrio na Europa. O governo britânico
evitava envolvimento militar na Europa Central. Os ingleses liberais apoiavam a
democracia e aplaudiam a libertação nacional, especialmente na Itália, e se opunham à
influência reacionária da Rússia. Mas quando havia disputas territoriais e o nacionalismo
colocava os liberais europeus uns contra os outros, os isolacionistas britânicos
consideravam que isso não era problema deles.
Os czares e seus conselheiros, que maior noção das vantagens do Acordo de Viena,
intervieram na Europa Central para salvar a monarquia austríaca dos revolucionários
nacionais da Hungria e Alemanha, e encorajaram as iniciativas prussianas para conter o
nacionalismo alemão. Enquanto a política externa russa ficava sob o controle do czar, os
sentimentos nacionalistas e pan-eslavistas se espalhavam pela Rússia.
Este terceiro período foi marcado novamente pela paz. A paz não era tranqüila. A
Europa Central, esponja dos menores Estados alemães, elemento indispensável para os
acordos de Vestfália e subseqüentes, não existia mais. Em seu lugar estava agora o Reich
Alemão, o maior poder no continente europeu. O balanço que havia mantido e ajustado a
Europa desde Viena, primeiro por meio da paz e depois com pequenas guerras, tornou-se
instável. Por alguns anos, as habilidades diplomáticas de Bismarck e suas reservas
mantiveram a ordem na Europa. Ele estava determinado a evitar querelas com Rússia e
Grã-Bretanha. Ele reforçou a aliança entre os três grandes poderes do leste europeu, o
“Dreikaiserbund”, reforçado por seus tratados secretos com a Rússia e por evitar se
envolver em problemas do Império Otomano. Através do sistema, Bismarck fez a Prússia
(aumentada) se comportar como um Estado e um poder cooperante.
Enquanto isso, a Revolução Industrial e o nacionalismo popular aumentavam as
pressões na Europa. As três últimas décadas do século foram um período de crescimento
econômico e expansão territorial, longe das pressões do centro, pelos grandes poderes e
alguns pequenos.
O século XIX foi um período de crescente sucesso e prosperidade na Europa. Foi uma
era de revolução industrial e técnica. A classe média adquiriu cada vez mais destaque na
maior parte das comunidades da Europa. O mundo todo parecia se tornar europeizado.
A sociedade que proveu esses memoráveis avanços era baseada em cinco maiores
Estados: nenhum em posição de dominar os outros, mas invencíveis se aquiescessem com
as ações uns dos outros. O Concerto combinou as vantagens da hegemonia e do balanço de
poder. Contudo, ao final deste século, a crescente capacidade industrial combinada com as
rivalidades nacionalistas, e a memória apagada do estrago que uma guerra maior poderia
causar, deixou a sociedade européia de Estados fragilizada. A elasticidade necessária para
que o Concerto operasse, deu lugar à rigidez.
Durante o século XIX, os europeus levaram o mundo, pela primeira vez, a uma única
rede de relações econômicas e estratégicas. Eles conseguiram essa unificação mundial, que
iniciou a fundação do presente sistema global, expandindo o sistema europeu e eles
continuaram a faze as regras.
A expansão européia já havia trazido mudanças massivas nas relações entre as
comunidades do mundo no tempo do Acordo de Viena. Os europeus do oeste, em seus
navios – o que nos parece tão inadequado para uma tarefa global – e equipados com novas
formas de tecnologia militar, exploraram e colonizaram grandes partes do Novo Mundo e
incorporaram as Américas em seu sistema. Com os mesmos meios, eles seguiram para a
Ásia, Oceano Índico e Oceano Pacífico. Na Ásia eles conseguiram menos. Seus esforços
antes das Guerras Napoleônicas para trazer China e Japão ao seu sistema econômico
falharam. Mas os mercadores britânicos com ajuda de seus governos estabeleceram-se
como poder maior na Índia, onde o Sistema Imperial Mongul havia se despedaçado em
múltiplas independências agressivas. Os mercadores holandeses, por sua vez, alcançaram
uma forma de domínio nas Índias Orientais.
O tratado russo-chinês de 1689 pode ser visto como o marco no lento processo de
incorporação da China na sociedade mundial de Estados; e pelo Acordo de Viena os russos
estavam encontrando seu caminho na Costa do Pacífico da América, sobrepondo-se às
expedições britânicas e americanas. Os europeus estavam encontrando algumas resistências
na Ásia, mas nenhum poder imperial asiático era naquele tempo capaz de se expandir além
dos confins de sua própria civilização.
A expansão européia para o resto do mundo não havia atingindo seu clímax, quando,
em seu segundo estágio, descolonização, iniciado na segunda metade do século XVIII,
com a afirmação das independências dos Estados das Américas.
Grande parte dos homens de Estado europeus valorizava as colônias do Novo Mundo
e as demais como extensões do poder do Estado e as suas perdas o enfraqueceriam. Esses
homens de Estado, calculando a balança de poder entre os Estados de sua grande
république incluíram as possessões e atividades européias no resto do mundo. Apesar disso,
a legitimidade das múltiplas independências, que animou a Sociedade Internacional
Européia desde Vestfália, um recente número de colonizadores nas Américas. Eles
buscavam seus próprios interesses como membros independentes da sociedade européia e
queriam se excluir da dependência de um poder europeu e envolvimento no balanço
europeu.
Por volta de 1900, os EUA emergiam como uma das grandes potências do sistema
internacional global.
Como a França apoiou a independência dos Estados Unidos da Grã-Bretanha, esta,
antes e após das Guerras Napoleônicas, apoiou ativamente as independências na América
Latina: por razões econômicas, para abrir as portas do continente, e estratégicas, para
estabelecer Estados novas e supostamente mais democráticos para balançar o que era
considerado em Londres como tendência reacionária à Sacra Aliança. Muitas colônias
latino-americanas se tornaram independentes e foram aceitas como membros associados da
Sociedade Internacional Européia.
A aceitação européia dos novos Estados latino-americanos adequou-se ao objetivo dos
Estados Unidos de manter o Hemisfério Ocidental insulado do colonialismo europeu e
poder político. A marinha britânica e a Doutrina Monroe americana detiveram o status pós-
liberação e excluíram os poderes europeus de futuras atividades coloniais na América. O
fim das dependências dos Estados europeus na América foi passo significante em direção
ao lado das múltiplas independências do espectro.
Enquanto a maior parte dos Estados da América estava se descolonizando, os
Europeus, no curso do século XIX, trouxeram todo o mundo não-europeu ao leste e sul da
Europa, as altas civilizações da Ásia e do Mediterrâneo e as mais primitivas comunidades
da África e Oceania, sob a hegemonia coletiva do Concerto Europeu. Os poderes europeus
individuais incorporaram grandes áreas desses continentes em “impérios” separados,
enquanto outras áreas do Império Otomano e da China permaneceram sob responsabilidade
coletiva.
Essa grande expansão do sistema europeu para cobrir todo o mundo foi resultado dos
avanços tecnológicos, às vezes chamados Revolução Industrial, que aumentou muito o
poder estratégico e econômico dos europeus em relação às comunidades não-européias. Na
Europa, o poder dos Estados cresceu conforme a Revolução Industrial se alastrou e as
pressões dentro do sistema aumentaram. Os Estados europeus estavam em posição de
impor as regras e os termos de comércio.
O campo mais perto da expansão européia ao leste e o mais divisor para o Concerto
era o Império Otomano. Embora os enfraquecidos turcos ainda governassem em uma parte
da Europa, eles não participaram do Acordo de Viena, o qual foi negociado apenas pela
Sociedade Européia de Estados. O Império Otomano não era um vácuo de poder, mas era
certamente uma área de menor pressão de poder que a Europa. Seu enfraquecimento
colocou o que os europeus chamavam de eastern question. Os liberais europeus queriam
que o Império Otomano fosse dividido em nações independentes e mais homogenias
etnicamente, com instituições democráticas lideradas pelos importados monarcas europeus.
Os dois grandes vizinhos do Império Otomano eram Rússia e Áustria, ambos com
tradição de guerras de liberação contra a Rússia. Os dois Estados viram o desmoronamento
da regra otomana como uma oportunidade e obrigação de expandir sua autoridade imperial.
França e Grã-Bretanha eram ambivalentes. Queriam intervir com a Rússia para estabelecer
um Estado grego independente. Alguns homens de Estado continuaram a apoiar a secessão
liberal-nacionalista, enquanto outros na França consideravam mais prudente manter e
reformar a autoridade otomana. A Prússia sozinha ficou afastada da eastern question no
século XIX.
Grã-Bretanha e França lutaram na Guerra da Criméia para bloquear a expansão da
Rússia no Império Otomano. A suserania otomana na Europa gradualmente deu lugar a
alguns Estados independentes ressentidos. O resto do Império estava parcialmente
europeizado, reformado e encaminhado para o progresso e envolvido com as regras e
instituições da Europa. Foi formalmente reconhecido como membro da Sociedade Européia
de Estados pelo Acordo de Paris (1856), mas na prática os europeus não tratavam o Império
Otomano como Estado europeu.
Os russos continuaram a empurrar suas fronteiras. Consolidaram sua autoridade na
Sibéria e na Ásia Central. Os britânicos alcançaram a Ásia pelas rotas marítimas, seu foco
era a Índia.
Um Sistema Regulado
A Sociedade Bipolar
Sua característica foi o domínio dos dois super poderes e a separação dos dois
sistemas que eles construíram. Os cinco grandes poderes após Viena aquiesciam com as
ações uns dos outros dentro de um único concerto; os dois super poderes após a Segunda
Guerra Mundial concordavam com o estabelecimento de duas esferas separadas de
autoridade.
Os Estados Unidos, com uma indústria funcionando a pleno vapor, com o mundo
funcionando em suas bordas e com a posse da bomba atômica, eram imbatíveis. Eles
consideravam que as regras da nova ordem mundial lhes favoreciam, como também eles as
favoreciam: democracia, direito, descolonização e portas abertas para os negócios norte-
americanos.
Do outro lado, Stalin se fez o imperador da União Soviética e com o final da
Segunda Guerra Mundial ele viu a oportunidade de expandir seu império e insulá-lo de
ameaças externas. Ele ocupou um círculo de Estados subordinados, cujos regimes o
reconheceram como seu autocrata. Além de sua zona de domínio, ele esperava, por meio da
obediência do partido comunista (Kominform) e com outras formas de pressão, estabelecer
sua hegemonia a partes ocidentais da Ásia ou ao menos bloquear as tendências e políticas
que ele considerava hostis aos seus interesses.
Os norte-americanos acharam necessário conter o poder soviético no mundo. Na
Ásia, Truman recusou a Stalin uma zona de ocupação no Japão e ajudou China e Irã a
recuperarem os territórios ocupados pela Rússia. Mas logo após a guerra, o partido
comunista chinês estabeleceu controle efetivo sobre aquela enorme comunidade. A
suposição de que todos os partidos comunistas estavam sob controle soviético deu a
impressão de que o globo estava dividido ideológica e estrategicamente em dois grandes
hemisférios de influência.
A Guerra Fria
A Guerra Fria foi marcada em ambos os lados por estratégias defensivas e por
competição por alianças ou simpatia dos povos de todo o globo. A guerra permaneceu fria
principalmente pelos efeitos devastadores que as armas nucleares podiam causar. As forças
armadas soviéticas na Europa foram desenhadas e equipadas para guerra ofensiva; mas os
homens de Estados de ambos os lados perceberam que uma guerra entre poderes nucleares
não era por muito tempo o último recurso: era um meio muito destrutivo.
Os 40 anos após a Segunda Guerra Mundial foram marcados por guerras menores,
que não afetaram o curso geral da civilização em nenhum dos dois blocos. Essa foi a
mudança maior em relação às suas catástrofes mundiais da primeira metade do século.
Durante a Guerra Fria, a União Soviética exerceu domínio sobre os Estados
contingentes nos quais tinha guarnições, notavelmente o leste europeu e Mongólia; e
posteriormente ofereceu medidas de proteção e suporte a pequenos Estados que receavam
um vizinho poderoso e adotavam uma forma de governo próxima à da União Soviética.
Exemplos são Cuba, Vietnã. Angola e parte sul do Iêmen. Já Iugoslávia e China adotaram
governos comunistas, mas não tinham tropas soviéticas em seus territórios, não estavam
ligados ao governo soviético e se tornaram líderes do movimento dos não-alinhados.
Os Estados Unidos permitiram aos outros Estados grande liberdade de ação, o que
se expressava institucionalmente em correntes de alianças, que se estendiam da Grã-
Bretanha à França e logo restauraram o Japão e a Alemanha Ocidental, como também
pequenos clientes na Europa e na Ásia. Em todos eles, o poder americano era
preponderante.
O mundo ficou muito como um sistema em termos estratégicos, e cada super poder
era a principal preocupação militar do outro. O mundo também continuou formalmente
uma sociedade internacional, com uma estrutura comum de direito internacional,
representação diplomática e outras regras e instituições herdadas da sociedade européia.
Descolonização
Fluxo Estratégico
Inovação Econômica
Sistemas e Sociedades