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O ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA NO BRASIL

Pg 01-02 Durante a ditadura militar no Brasil, a História da América Latina esteve


presente em sala de aula. Porém à medida que o processo de redemocratização
foi se consolidando, esses temas foram deixando de fazer parte das pautas.
Atualmente praticamente não se estuda este tema.
Pg 03 Até a década de 60, os programas de história privilegiaram a história do
Brasil, focando em grandes personagens e na memorização de nomes e datas,
tendo como maior objetivo a difusão de valores pratióticos.
Pontos importantes ressaltados por Guy de Hollanda (1957) sobre o ensino entre
1930 -60:
Os conteúdos de história da américa eram inseridos no programa de história
universal, ainda que não constituindo tópicos relevantes. Os programas
formulados pelos professores do colégio Pedro II eram seguidos por todo país,
servindo de guia e parâmetro. Durante a proclamação de república, havia a
questão da nacionalidade e identidade brasileira, porém esse tópico era pouco
abordado em âmbito latino-americano.
“O primeiro livro didático nacional sobre História da América,(..)escrito em
1900 por Rocha Pombo, acompanhava Bonfim na crítica à visão positivista
da História, segundo a qual a civilização ocidental é portadora do progresso.
Mas essa obra parece ter tido pouca aceitação e sua abordagem não foi
seguida ( BITTENCOURT, 1996, pp212-213).”
Pg 04 Em 1931 ocorreu a primeira grande reforma educacional brasileira,
onde ocorroeu a fusão das cadeiras de História Universal e História do Brasil
, criando a disciplina História da Civilização, que deveria ser oferecida nas
cinco séries do curso secundário fundamental, evidenciando a importância da
matéria.
“Os temas de História da América entraram na segunda série, junto com
os de História do Brasil e em paralelo com os temas da Antiguidade Oriental,
Grécia e Roma, havendo,portanto, uma dissociação cronológica.”
Pg 05 “A série seguinte, os temas de História abandonavam o plano
político e ingressavam em outras searas, pois se estudava o processo de
ocupação humana da América. Concluía-se o ano com um estudo sobre o
estado político, social, econômico, religioso e cultural do selvagem
brasileiro (HOLLANDA, 1957, p.277”
Pg 05 – 06 Circe Bittencourt aponta que a introdução desses tópicos por um lado
valorizava o elemento nativo, por outro denunciava uma visão
preconceituosa que se tinha sobre a população brasileira e latino-
americana justificando o suposto atraso frente aos Estados Unidos exatamente
pela miscigenação racial verificada na região ( BITTENCOURT, 1996, p. 206).
Na quarta série, havia uma clara supremacia do temário relativo à história do
Brasil, ainda que constasse no programa os processos coloniais espanhóis, bem
comos vilas e cidades da espanha, não respeitando uma sequencia cronológica
única. No programa da quinta série, quando se estudavam temas relacionados
à segunda metade do século XIX e início do XX.
Os programas relativos ao curso complementar, definidos apenas em 1936,
apontavam também para alguns temas de História da América, intercalados com
história européia e do Brasil, diminuindo consideravelmente o peso da história
da améica.
Um ponto a se considerar é que até o final da década de 1930 não havia
licenciados em História para ministrar esses cursos, sendo que muito
provavelmente, os conteúdos ministrados em classe ficassemb astante
presos aos manuais escolares. Embora houvesse preocupação em
apresentar aosalunos temas relativos à história da América, sabemos muito
pouco sobreem que consistiam propriamente esses estudos, dada a
precariedade de formação dos professores responsáveis pelos cursos.
Pq 07 outro ponto: pode-se supor que na prática os alunos tinham poucao
portunidade de adquirir conhecimentos mais aprofundados de História da
América, como de resto, de História do Brasil ou Geral, acabando por privilegiar
os “pontos” relativos à História do Brasil, uma vez que uma portaria de
1939 determinava que 50% das provas dissessem respeito a tais
conteúdos. E a aprendizagem estava profundamente associada
àmemorização (HOLLANDA,1957, p.33) istória do Brasil voltou a ser uma
disciplina autônoma em 1940, o que era uma reivindicação de muitos
professores e do próprio Instituto Histórico e Geográfico.
A reforma Capanema: A Lei Orgânica do Ensino Secundário, de 1942, marca
a instauração do curso ginasial de quatro anos e o colegial de três anos,
com a função de preparar para o ensino superior.
p. 08 Foi somente em 1954 que teve início, pelo menos do ponto de vista
formal, uma gradual descentralização do sistema., pretendendo estabelecer
programas mínimos a partir dos quais os professores poderiam desenvolver
o seu trabalho. A História da América ficava restrita à segunda série ginasial,
quando se estudavam os temas de História Moderna e Contemporânea,
considerados formalmente reduzida em relação a reforma anterior.
Pg 09 – 10 Em 1951, com a Lei 1359, dedicou-se o segundo do ginasial, ao
estudo de História da América e de História Geral, introduzida a mudança
de contemplar quase exclusivamente conteúdos de História da América
A crescente presença econômica dos Estados Unidos compelia os estudantes
a conhecer mais sobre o mesmo, tratando-se de uma estratégia imperialista
norte-americana. Foi dentro desse espírito, por exemplo, que se criou
organizações de papel estacado no continente entre as décadas de 1950 e 1970.
Porém o programa não levava em conta a capacidade cognitiva dos alunos,
barrando o movimendo de estudo da história das américas devido dificuldades
da realidade escolar brasileira.

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