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DAVID JJ. deizeitas =L=T oO DINAMICA DAVID J. GRIFFITAS =L=T2O DINAMICA 3* edicao Tradugao: Heloisa Coimbra de Souza Revistotéenica: Antonio Manoel Mansanares Instituto de Fisica Gleb Wataghin Universidade Estadual de Campinas, Unicamp So Paulo Brasil Argentina Colombia Costa Rica Chile Espanha Guatemala México Peru Porto Rico Venezuela (©2011 by Pearson Education do Brasil ©1999, 1989, 1981 by Prentice-Hall, Ine ‘Tradugdo autorizada a partir da edigdo original, em ingles, Introduction to Electrodynamics, 3 edition, publicada pela Pearson Education, Inc., sob o selo Prentice Hall ‘Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicagio poder ser reproduaida ‘ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrdnico ou mectnico, incluindo fotocépia, gravago ov qualquer outro tipo de sistema de armazenamento c transmissio de informagdo, sem prévia autorizagdo, por escrito, da Pearson Education do Brasil Diretor editorial: Roger Trimer Gerente editorial: Sabrina Cairo Supervisor de produgéo editorial: Marcelo Frangozo Eaditora plena: Thelma Babaoks Ecdtora de texto: Sabrina Levensteinas Revisdo: Geisa Oliveira Capa: Alexandre Mieda Composigdo e diagramagdo em WTEX: Figurativa Editorial Dados Internacionais de Catalogacio na Publicacio (CIP) (Cfmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Griffiths, David J Eletrodindmica / David J. Griffiths; tradugio Heloisa Coimbra {de Souza; revisio técnica Antonio Manoel Mansanares. -3. ed, - Sao Paulo: Pearson Addison Wesley, 2011 Titulo original: Introduction to electrodynamics. ISBN 978-85-7605-886-1 1. Eletrodinamica 1. Titulo, o-11464 cDD-530 1. Bletrodindmica : Fisica 2010 Direitos exclusivs para a lingua portuguesa cedidos & Pearson Education do Brasil Lida., ‘uma empresa do grupo Pearson Education Rua Nelson Francisco, 26 — Limo CEP: 02712-100 - So Paulo ~ SP, Brasit Tels (11) 2178-8686 Fax: (11) 2178-8688 e-mail: vendas@ pearson,com Sumario Prefiicio xi Mensagem 1 Anélise vetorial 1 1.1 Algebra vetorial . 1 1.11 OperagGes com vetores 1 1.1.2 Algebra vetorial: na forma de componentes : 3 1.1.3 Produtos triptos sees sees 5 14 Vetores posigdo, deslocamento e separagio 6 1.1.5 Como vetores transformam-se 8 1.2 Célculo diferencial sees sees a) 1.2.1 Derivadas ‘ordindrias’ . wees 9 1.22 Gradiente wees 10 1.23 OoperadorV... 0.0.05. wee 2 1.24 Odivergente cee wees n 1.25. O rotacional : : . B 1.2.6 Regras de produtos wees - : 4 1.2.7 Segundas derivadas . . wees . case 16 1.3 Caleuto integral cece . 7 13.1 Integrais de linha, superficie e volume vee : 0 1.3.2 Teorema fundamental do céleulo . eee 2 1.3.3. Teorema fundamental para gradientes . ae : 2 1.3.4 Teorema fundamental para divergentes wee - 3B 1.3.5. Teorema fundamental para rotacionais, sete 25 1.3.6 Integragdo por partes... . cece 2 1.4 Coordenadas curvilineas. . . sees sees - B 1.4.1 Coordenadas polaresesficas . - 28 1.4.2 Coordenadas cilindricas wees 32 15 A fungio delta de Dirac... . cece ee 33 1.5.1 O divergente de #/ . wee 33 15.2 A fungdo deta de Dirac unidimensional... os. . 34 1.5.3 A fungdo delta tridimensional : 36 1.6 A teoria dos campos vetoriais...... . . : : 38 1.6.1 Oteoremade Helmholtz . . : : : 38 1.6.2 Potenciais, : . - 8 2. Bletrostitiea 2 21 Ocampoelétrico . . . cece eens 2 2.1.1 Introdugio vee ees : ar) 212 Leide Coulomb .. . Te . 4B 2.1.3 Ocampo elétrico fete eee 8 2.14 Distribuigdes continuas de carga... “4 vi Eletrodinmica 22 23 24 25 Divergentee rotacional de campos eletrostaticos 22.1 Linhas de campo, fluxo e lei de Gauss 2.22 Odivergente de E 223° Aplicagdes da lei de Gauss 224 Orotacional de E . Potencial elétrico 2.3.1 Introdugdo ao pote ; 23.2 Comentérios sobre o potencial . 23.3 Equagiio de Poisson e equaglo de Laplace . 2.34 0 potential de uma distribuicdo de carga locatizada 2.35 _ Resumo: condigdes de contorno na eletrostética . Trabalho e energia na eletrostética : 24.1 O trabalho feito para movimentar uma carga 24.2 A energia de uma distribuigdo de cargas pontuais 243 Aenergiade uma distribuigdo de carga continua 244 Comentarios sobre a energia eletrosttica Condutores 2.5.1 Propriedades bésicas 25.2. Cargas induzidas : : - 25.3 Carga superficial e forga sobre um condutor . 254 Capacitores veces ‘Técnicas especiais 3 32 33 34 Equaciio de Laplace 3.11 Introdugio. . . . 3.1.2 Equaglio de Laplace em uma dimensio. 3.1.3 Equagdo de Laplace em duas dimensoes 3.14 Equagdo de Laplace em trés dimensdes : 3.1.5 Condigdes de contorno e teoremas de unicidade . 3.1.6 Condutores eo segundo teorema de unicidade O método das imagens re 3.2.10 problema clissico da carga imagem 3.2.2. Carga superficial induzida 3.23. Forgae energia on 3.24 Outros problemas de carga imagem Separagdo de varidveis : 3.3.1 Coordenadas cartesianas 3.3.2 Coordenadas esféricas Expansio multipolar wees 3.4.1 Potenciais aproximados para grandes distincias 3.4.2 Os termos de monopoloe de dipolo . 34.3 Origem das coordenadas nas expansoes multipolares 3.44 Ocampo elétrico de um dipolo Campos elétricos na matéria 4 42 43 Polarizagio 4.1.1 Dielétricos 4.1.2 Dipotos induzidos . 4.13 Alinhamento de moléculas polares . 4.14 Polarizagio oe © campo de um objeto polarizado 4.2.1 Cargas de polarizagao - 4.22 _Inerpretagio fisica das eargas de polarizagio 423 O campo intemo de um dielétrico O destocamento elétrico . - 43.1 Lei de Gauss na presenga de dielétricos 4.3.2 Um paralelo enganoso a7 a 30 34 55 58 7 59 39 2 64 64 65 67 68 68 69 1 B 8 8 8 19 9, 82 83 85 85 86 87 88 89 102 to2 105 106 108 113 113 113 113 Ns u7 17 117 - 19 122 123 » 123 125 44 Sumario 43.3 Condigoes de contorno Dielétricos lineares 44.1 Suscetibilidade, permissividade, constante dielétrica 442. Problemas de valor de contorno com dielétricos lineares 443. Energia em sistemas dielétricos, 444 Forgas em dielétricos Magnetostatiea Sl 52 33 $4 Lei de forga de Lorentz, S.L1 Campos magnéticos 5.1.2 Forgas magnéticas 5.13. Comentes Lei de Biot-Savart 5.2.1 Correntes estacionétias, 5.2.2 Ocampo magnético de uma corrente estacionria Divergente ¢ rotacional de B . 5.3.1 Correntes em linha reta 5.3.2 _Divergente erotacional de B 5.33 Aplicagdes da lei de Ampere 53.4 Comparagio entre magnetostéticae eletrosttica Potencial vetorial magnético 5.4.1 O potencial vetorial : 54.2 Resumo: condig&es de contomo na magnetostitica 5.4.3 Expansio multipolar do potencial vetorial ‘Campos magnéticos na matéria 61 62 63 64 Magnetizagio . 6.1.1 Diamagnetos, paramagnetos ferromagnetos 6.1.2 Torques e forgas nos dipolos magnéticos 6.1.3 _Efeito de um campo magnético nas érbitas atomicas 6.14 Magnetizagio : campo de um objeto magnetizado . 6.2.1 Correntes de magnetizagio 6.2.2 _Imterpretagiofsica de correntes de magnetizagio - 6.2.3 O campo magnético dentro da matéria . © campo auxiliar H 63.1 Lei de Ampére em materi magnetizados 63.2 Um paralelo enganoso 6.33. Condigées de contorno Meios lineares e nao lineares 64.1 Suscetibilidade e permeabilidade magnéticas 64.2 Ferromagnetismo Eletrodinémica 1 72 73 Forga eletromotriz TAL Lei de Ohm 71.2 Forga letromottiz 7.1.3 fem devida ao movimento Indugdo eletromagnéstica 7.2.1 Lei de Faraday 7.22 Ocampo elétrico induzido 7.23 Indutancia 7.24 Acnergiaem campos magnéticos Equagdes de Maxwell 73.1 Acletrodinamica antes de Maxwell 732 Como Maxwell corrigiu a lei de Ampére 73.3. Equagdes de Maxwell vii 125 126 126 131 134 136 11 14 141 142 145 150 150 150 154 154 155 156 162 163 163 167 169 7 7 7 m7 180 182 182 182 185 186 186 186 139 190 190 190 192 198 198 198 203 208 208 208, 21 215 20 23 23 224 226 viii Eletrodinamica 734 Carga magnética cee 7.35 Equagdes de Maxwell na matéria : . ses 2B 73.6 Condigdes de contorno . . . . : fences 230 8 Leis de conservagio 239 8.1 Carga e energia : 239 8.1.1 Equagdo de continuidade a cee 29 8.1.2 Teoremade Poynting . . : cee BO 8.2. Momento : 242 821 Tercera lei de Newton na eleuodinimica veces - 42 8.2.2 Tensor das tenses de Maxwell... 0... sees rereeee 243 8.23 Conservagio do momento viene cece 246 8.24 Momento angular : ce 048 9 Ondas eletromagnéticas 253 9.1 Ondas em uma dimensio cee wees 253 9.1 Aequagiode onda . . wees : bee e eee e ees 253 9.1.2 Ondas senoidais .. . : : 255 9.1.3 Condigdes de contorno: reflexdo e transmissio wees 257 9.14 Polarizagéo . wees wees 260 9.2 Ondas eletromagnéticas no vacuo : re 261 9.2.1 A equagdo de onda para Ee B 9.2.2 Ondas planas monocrométicas . : seen 2 9.2.3. Energia e momento em ondas letromagnéticas rn 265 261 93 266 Propagagdo em meio linear : : 266 9.3.2. Reflexio. transmissio para incidéneia normal. : cee 267 9.3.3. Reflexdoe transmissio para incidéncia obliqua . . : - 269 9.4 Absorgio e dispersio : : 23 9.4.1 Ondas eletromagnéticas em condutores .. . : cece 213 9.4.2 Reflexdo.em uma superficie condutora. . . wees sees 216 9.4.3 A dependéncia da permissividade com a frequéncia viene 277 9.5 Ondas guiadas a : : 282 95.1 Guias de ondas .... : : sees 282 915.2 Ondas TE em um guia de onda retangular - 284 9.5.3 A linha de transmissio coaxial wees 286 10 Potenciais e campos 290 10.1 A formulagao do potencial . : 290 10.1.1 Potenciais escalar e vetorial : . 290 10.1.2, Transformagies de calibre fens : 292 10.1.3. Calibre de Coulomb e calibre de Lorentz, : : 293 10.2 Distribuigdes continuas : 294 10.2.1 Potenciais retardados cee wees -. 294 10.2.2. Equagoes de Jefimenko cee 298 10.3 Cangas pontuai : wees 299 10.3.1. Potenciais de Liénard-Wiechert : . 299 10.3.2. Os campos de uma carga pontual em movimento wee +. 303 11 Radiagao 309 11.1 Radiagio dipolar : 309 I1.L.1 O queé radiagio? cee eee wes 309 11.1.2 Radiagdo de dipolo elétrica : . 310 11.1.3 Radiagdo de dipolo magnético : fees -. 3I4 11.14 Radiago de uma fonte arbitrévia wees . : 317 11.2 Cangas pontuais : =. 320 11.2.1 Poténcia radiada por uma carga pontual cece eee es =. 320 11.2.2 Reagdo de radiagdo 11.2.3. Fundamentos fisicos da reagio de radiagio 12 Eletrodindmica e relatividade 12.1 A teoria especial da relatividade 12.1.1 Postulados de Einstein 12.1.2 A geometria da relatividade 12.1.3 As transformagées de Lorentz 12.14 A estrutura do espago-tempo 12.2 Mecénica relativistica wees 12.2.1 Tempo proprio e velocidade propria 12.2.2. Energia e momento relativistico 12.23 Cinemitica relativistica 12.24 Dindmica relativistica 12.3 Eletrodindmica relativistica - 12.3.1 O magnetismo como fendmeno relativstico 12.3.2 Como os campos se transformam 12.3.3 Otensorde campo . . 12.34 Eletrodindmica em notagio tensorial 12.35 Potenciais relatvisticos . Apéndice A Célculo vetorial em coordenadas curvilineas A.l. Introdugso A2 Notacio AB Gradiente A4_Divengente AS. Rotacional AG Laplaciano ‘Apéndice B_O teorema de Helmholtz, Apéndice C Unidades indice remissivo Sumétio ix 324 327 333 333, 333 337 344 348, 353 353, 355 356 360 364 364 366 373 374 377 381 381 381 381 - 382 384 386 387 389 392 Prefacio Este € um livro texto sobre eletricidade e magnetismo, destinado aos alunos de peniiltimo e iltimo ano de faculdade. Ele Pode ser totalmente estudado com tranquilidade, em dois semestres, talver até com tempo de folga para tpicos especiais (cit- cuits de corrente alternada, métodos numéricos, fisica dos plasmas, linhas de transmissio, teoria das antenas etc.). Um curso de um semestre pode razoavelmente chegar até o Capitulo 7. Diferentemente da mecdnica quintica e da termodinamica (por «exemplo), existe um consenso bastante generalizado em relagZo ao ensino da eletrodindmica; os assuntos a serem incluidos, ¢ até mesmo sua ordem de apresentago, no so particularmente controversos,¢ os livros texto diferem entre si prineipalmente quanto a0 estilo € ao tom, Minha abordagem é,talvez, mais informal que a maria; acredito que isso torn ideias dificeis mais interessantes e acessiveis, Para a terceira edigao, fiz um grande mimero de pequenas mudancas a fim de tornaro texto mais claroe gracioso. Modi- fiquei, também, parte da notagao para evitar inconsisténcias e ambiguidades. Assim, os vetores unitarios cartesianos i, je & foram substituidos por %, ¥e 2, de forma que todos os vetores estdo em negrito e todos os vetores unitérios herdam a letra da coordenada correspondente, (Isso também libera k para ser 0 vetor de propagagio das ondas eletromagnéticas,) Sempre me incomodou usar a mesma letra r para coordenada esfética (Jistincia a origem) e coordenadaeilindrica (distincia ao eixo 2). Uma alternativa comum para a segunda & p, que, no entanto, tem funges mais importantes na eletrodinamica. Portanto, apés uma busca exaustiva, opte pela lera s, que € pouco utilizada. Espero que esse uso nio ortodoxo nio cause confusdo. Alguns letores me pediram que abandonasse a letra manuscrita (0 vetor de um ponto fonte F para o ponto do observagiio 1) em favor de r ~ r’, que é mais explicito, Mas isso torna muitas equagdes perturbadoramente enfadonhas, principalmente quando o vetor unitirio & esté envolvido. Sei, por minha prépria experigncia como professor, que alunos desatentos ficam tentados a Jer + como r — com certeza isso toma as integrais mais faceis! Acrescentei uma segdo ao Capitulo | explicando ssi notaglo e espero que ela ajude, Se vocé é aluno, por favor anote: 2 = r ~ 0 que nao é a mesma coisa que r. Se voce ¢ professor, por favor avise seus alunos para que prestem atengdo ao significado de, Acredito que é uma boa notagio, mas tem de ser manuseada com cuidado. ‘A maior mudanga estrutural é que retirei as leis de conservagio do Capitulo 7, criando dois novos capitulos curtos (8 € 10). Isso deve favorecer os cursos de um semestre e proporciona um enfoque mais compacto ao Capitulo 7. Acrescentei alguns problemas e exemplos (¢ retirei outros que nio cram eficazes), Incluf mais referéncias & literatura de facil acesso (particularmente o American Journal of Physics). Sei € claro, que a maioria dos leitores no ters tempo ou intengo de consultar esses recursos, mas creio que de qualquer forma vale a pena, nem que seja apenas para enfatizar que a cletrodindmica, apesar de sua idade venerdvel, esté bem viva, com descobertas novas e intrigantes acontecendo o tempo todo. Espero que, ocasionalmente, um dos problemas atice a sua curiosidade e que vocé fique inspirado a consultar a referencia — algumas detas so verdadeiras joias. ‘Como nas edigdes anteriores, fiz dstingao entre dois tipos de problemas. Alguns tém um objetivo especificamente peda- gégico e deve-se trabalhar neles imediatamente apés a leitura da sego & qual pertencem. Esses problemas foram colocados 105 pontos pertinentes a0 longo do capitulo, (Em alguns poucos casos, a solugdo de um problem ¢ utilizada mais tarde no texto, ¢ por isso eles esto identificados com um marcador (e) na margem esquerda.) Problemas mais longos, ou aqueles de natureza mais geral, serio encontrados ao final de cada capitulo. Quando ensino um assunto, passo alguns desses problemas como ligéo de casa e trabalho com outros na classe. Os problemas que sio extraordinariamente desafiadores estio marcados, com um ponto de exclamagio (1) na margem. Muitos letores pediram-me que as respostas dos problemas fossem colocadas no final do livro; infelizmente, outros tantos foram radicalmente contra isso, Fiz uma coneiliagdo fornecendo as respostas onde isso me pareceu particularmente adequado, A editora disponibiliza (para professores) um manual com as solugGes completas ui beneficiado pelos comentérios de vérios colegas — nio posso listar todos aqui. Mas gostaria de agradecer as seguin- tes pessoas pelas sugestdes que contribuiram, especificamente, para a terceira edigao: Burton Brody (Bard), Steven Grimes (Ohio), Mark Heald (Swarthmore), Jim McTavish (Liverpool), Matthew Moelter (Puget Sound), Paul Nachman (New Mexico State), Gigi Quartapelle (Milao), Carl A. Rotter (West Virginia), Daniel Schroeder (Weber State), Juri Silmberg (Ryerson xii Elevodindmica Polytechnic), Walther N. Spjeldvik (Weber State), Larry Tankersley (Naval Academy) e Dudley Towne (Amherst). Pratica- ‘mente tudo o que sei sobre eletrodinamica — com certeza tudo sobre o ensino da eletrodindmica — eu devo a Edward Purcell David J. Griffiths Site de apoio do livro No Companion Website deste lito (www. prenhall.comy/riffiths_br), professores podem acessaros seguin- (es materiaisadicionais 24 horas por dia: apresentagées em PowerPoint e manual de solugdes (em inglés) Companion Website Esse material é de uso exclusivo para professores e estd proteg ido por senha, Para ter acesso a ele, os professores que ‘adotam o livro devem entrar em contato com seu representante P Pearson ou enviar e-mail para universitarios@ pearson.com, Mensagem O que é eletrodinamica e como ela se encaixa no esquema geral da fisica? s quatro campos da mecinica 'No diagrama abaixo esbocei os quatro grandes campos da mecénica: Mecinica classica | ‘Mecanica quantica (Newton) (Bohr, Heisenberg, Schridinger eta.) Relatividade especial Teoria quintica de campo Einstein) Dirac, Pauli, Feynman, Schwinger etal.) t) _| (irae, Pauli, Feynman, Schwinger et al.) } ‘A mecfinica newtoniana foi considerada inadequada no inicio deste século — ela serve para 0 “dia a dia’, mas para objetos {que se movem com altas velocidades (préximos & velocidade da luz) ela € incorreta e deve set substituida pela relatividade special (introduzida por Einstein em 1905); para objetos extremamente pequenos aproximadamente do tamanko dos étomos) cla€falha por vérios motivos, sendo substituida pela mecdnica quintica (desenvolvida por Bohr, Schrédinger, Heisenberg ¢ ‘muitos outros, principalmente na década de 1920), Para objetos que so ambos, muito répidos e muito pequenos (como & comum na moderna fisica de particulas) requer-se uma mecénica que combine a relatividade e os principios quiinticos: essa ‘mecénica quantica relativistica conhecida como a teoria quantica de campo — ela foi elaborada nas décadas de 1930 ¢ 1940, mas até hoje nio se pode dizer que sea um sistema completamente satisfatGrio. Neste livr, exceto pelo cltimo capitulo, iremos trabalhar exclusivamente no dominio da mecénica cléssica, embora a eletrodinmica se estenda com simplicidade singular aos outros trés campos. (De fato, a teoriaé, na maioria dos aspectos, aulomaticamente consistente com a relatividade especial para a qual foi, historicamente, o principal estimulo.) Quatro tipos de forga ‘A mecinica nos diz como um sistema iré se comportar quando estiversujeito a uma determinada forga. Existem apenas «quatro forgas fundamentais conhecidas (atualmente) na fisica; vou listé-las pela ordem de intensidade decrescente 1. Forte 2. Bletromagnética. 3. Fraca 4. Gravitacional, A brevidade desta lista pode surpreendé-1o, Onde esté o atrito? Onde esté a forga ‘normal’ que nio nos deixa atravessar © chio? Onde estdo as forgas quimicas que mantém as moléculas unidas? Onde esté a forga de impacto entre duas bolas de bithar que colidem? A resposta é que sodas essas forgas sio eletromagneticas. De fato, nao € exagero dizer que vivemos em tum mundo eletromagnético — pois praticamente todas as forgas que sentimos no nosso dia a dia, com excecio da gravidade, tém origem eletromagnética. As forgas fortes, que mantém protons e néutrons unidos nos micleos at6micos, tém um alcance extremamente curto e, Portanto, nio as ‘sentimos',apesar do fato de serem cem vezes mais fortes do que as forgas elétricas, As forgas fracas, que respondem por certos tipos de decaimento radioativo, néo s6 tm curto alcance, como sio, antes de mais nada, muito mais fracas do que as eletromagnéticas. Quanto & gravidade, ela € to desprezivelmente fraca (em comparagdo com as outras) que € somente em virtude das grandes concentragses de massa (como a da Terra a do Sol) que podemos sequer percebé-la. A ‘epulsio elétrica entre dois elérons€ 10%? vezes maior que sua atragdo gravitacional, ese os dtomos fossem mantidos juntos Por forgas gravitacionais (em vez de elétricas) um Gnico stomo de hidrogénio seria muito maior do que o universo conhecido. xiv. Eletodinamica ‘Além de serem preponderantemente dominantes no dia a dia, as forgas eletromagnéticas sdo as tinicas totalmente com- preendidas, Existe, & claro, uma teoria cléssica para a gravidade (a lei da gravitaedo universal de Newton) ¢ outra que € rela- tivistica (a toria da relatividade geral de Einstein), mas nenhuma teoria de mectnica quantica satisfat6ria foi construida para a gravidade (embora muita gente estejatrabathando nisso). Atalmente existe uma teoria muito bem-sucedida (embora ex- cessivamente complicada) para as interagdes fracas ¢ uma candidata extraordinariamente atraente (chamada cromodinéimica) para as interagdes fortes. Todas essas teorias tiram sua inspiragao da eletrodindmica; nenhuma delas pode alegar verificago experimental conclusiva no estigio atual. Portanto, a eletrodindmica, uma teoria maravilhosamente completa e bem-sucedida, tomnou-se uma espécie de paradigma dos fisicos: um modelo ideal com o qual as outras teorias lutam para rivalizar AAs leis da eletrodinamica clissica foram descobertas aos fragmentos por Franklin, Coulomb, Ampére, Faraday e outros. Mas a pessoa que completou a tarefa e empacotou tudo na forma compacta e consistente que ela tem hoje foi James Clerk Maxwell. A teoria, atualmente, tem pouco mais de cem anos. A unificagio das teorias da fisica No infcio, eletricidade e magnetismo eram assuntos totalmente separados. A primeira lidava com hastes de vidro e pelo de gato, bolinhas de sabugueiro, baterias, correntes, eletrlise e relampagos; o outro, com barras magnéticas, limalha de ferro, agulhas de bissola e o Polo Norte. Mas em 1820, Oersted percebeu que uma corrente elétrica podia afetar a agulha ‘magnétiea de uma bissola. Pouco tempo depois, Ampere corretamente postulou que todos os fendmenos magnéticos sio decorrentes do movimento de cargas elétricas. E entdo, em 1831, Faraday descobriu que um magneto em movimento gera uma corrente elétrica, Quando Maxwell e Lorentz, detam os toques finais & teoria eletricidade e magnetismo jé estavam indissoluvelmente entrelagados. Nao poderiam mais ser considerados assuntos separados, mas sim, dois aspectos de um nico assunto: eletromagnetismo, Faraday havia especulado que a luz também é de natureza elétrica. A teoria de Maxwell forneceu uma justificativa espeta- cular pata essa hipétese, e logo a étiea — o estudo das lentes, espelhos, prismas, interferéncia edifragio — foi incorporada 20 clotromagnetismo. Hertz, que apresentou a confirmacao experimental decisiva da teoria de Maxwell em 1888, colocou desta, forma: ‘A ligagdo entre luz ¢ eletricidade esté agora estabelecida... Em cada chama, em cada particula luminosa, vernos um processo elétrico... Assim, os domfnios da eletricidade se estencem por toda a natureza. Ela inclusive nos afeta intimamente: Pereebemnos que temtos... um drgio elétrico — o oho.” Portanto, em 1900, tés grandes ramificagées da fisica(eletricidade, magnetismo e 6tica) haviam-se amalgamado em uma teoria unificada. (E logo ficou claro que a luz visivel representava ape- as uma mindscula ‘janela’ no vasto espectro da radiagdo eletromagnética, do rédio as micro-ondas, ondas infravermelhas € ultravioletas raios x e raios gama.) Einstein sonhava com uma unificagio ainda maior que combinaria gravidade e eletrodindmica, praticamente da mesma forma que a eletricidade ¢ o magnetismo haviam-se combinado um século antes. Sua teoria do campo unificado nio foi Particularmente bem-sucedida, mas na atualidade o mesmo impulso vem gerando uma hierarquia de esquemas de unificago cada vee mais ambiciosos (e especulativos). Comecou na década de 1960 com a teoria eletrofraca de Glashow, Weinberg e Salam (que une as forgas fraca e eletromagnética),e culminou na década de 1980 com a teoria das supercordas (que, segundo seus proponentes, incorpora as quatro forgas em uma tnica ‘teoria de tudo’). A cada passo, nessa hierarquia, as dificuldades matematicas crescem ¢ o hiato entre conjectura inspirada e testes experimentais aumenta, Mesmo assim, esté claro que a ‘niticagio de Forgas iniciada pela eletrodinmica fornou-se um dos grandes temas no avango da fisica, A formulagio de campo da eletrodinimica O problema fundamental que uma toria eletromagnética espera resolver éo seguinte: se eu segurar uma pore de cargas clétricas aqui (e talver. as chacoalhe um pouco) — 0 que vai acontecer com as outras cargas elétricas, que estio ali? A soluczo classica toma a forma de uma teoria de campo: dizemos que o espago em tomo de uma carga elétrica é permeado por campos elétricos e magnéticos (0 ‘odor’ eletromagnético, por assim dizer, da carga). Uma segunda carga, na presenga desses campos, sente uma forga; 0s campos, enti, transmitem a influéncia de uma carga para outra — eles intermedeiam a interacdo. Quando uma carga sofre aceleragdo, uma parte do campo, em um certo sentido, se ‘separa’ e parte & velocidade da luz, levando consigo energia, momento linear e momento angular. Isso & 0 que chamamos de radiagio eletromagnética, Sua cexisténcia nos convida (se nao nos obriga) a considerar os campos como entidades dindmicas e independentes, por si mesmas, tio ‘reais’ quanto 0s dtomos ou as bolas de beisebol. Consequentemente, nosso interesse se desloca do estudo das forgas entre as cargas para o da teoria dos proprios campos. Mas € preciso uma carga para produzir um campo eletromagnético e outra para detecté-lo. Portanto, é melhor comegarmos revendo as propriedades essenciais das cargas eléticas. Carga elétrica 1. As cargas existem em dois tipos, que chamamos de ‘positivas’ e ‘negativas’, porque seus efeitos tendlem a se cancelar (se vos tiver +4 ¢ ~q no mesmo ponto, eletricamente seré como se ali no houvesse carga nenhuma). Isso pode parecer Gbvio Mensagem xv demais para merecer um comentétio, mas quero encoraj-lo a contemplar outras possibilidades:e se houvesse 8 ou 10 tipos Aiferentes de cargas? (Na cromodinimica, de fato,existem trés quantidades anélogas 3 cargaclétrica, cada uma das quais pode Ser positiva ou negativ.) Ou entdo, € se os dos tpos nao tendessem a se cancelar? O fato extraordindrio & que essas careas positivas e negativas ocorrem em quantidades exatamente iguais, em um grau de preciso fantastico, na matéria condensada, de forma que seus efeitos se tomam praticamente neutralizados. Se nio fosse por isso estariamos sujeitos a forgas imensas ‘uma batata explodiia se esse cancelamento tivesse uma imperfeigdo tio minima quanto uma parte em 10°" 2. A carga é conservada: ela nio pode ser criada ou destruida — o que existe hoje sempre exit. (Uma carga positiva Pode ‘aniquilar’ uma carga negativa equivalente, mas uma carga positiva ndo pode, simplesinente, desaparecer por sis — alguma coisa deve dar conta dessa carga elética.) Portanto, a carga total do universo esta fixada para todo o sempre. Essa € a chamada conservago global de carga, Na realidade, posso fazer uma afirmagio de um peso ainda maior: a conservagio slobal permite que uma carga desapareca em Nova York e reaparega imediatamente em Sio Francisco (isso ni afetaia o otal), mas saberos que isso no acontece. Se a carga estivesse em Nova Yorke fosse a Sao Francisco, teria de ter atravessado algum trajeto continuo de um lugar a outro, Isso se cham conservagio local da carga, Mais tarde veremos como formula uma lei matemtica precisa que expressa a conservagio local de carga — chama-se equagio de continuidade 3. A carga é quantisada, Embora nada na eletrodinamica chissica exija que seja assim, 0 fato € que as cargas eléticas $6 vém em blocos discretos — miitiplos inteiros da unidade bisica de carga. Se chamarmos a carga do proton de +e, 0 elétron ter4 carga ~e, 0 néutron teré carga nula, os mésons +e, 0.e ~c, 0 micleo de earbono -+6e, ¢ assim por diante (nunca 7,392e, ou mesmo 1/2e).! Essa unidade fundamental de carga & extremamente pequena de forma que, para os objetivos Préticos, geralmente é melhor ignorar totalmente a quantizagio, A gua, também, consiste, ‘realmente’, de blocos discretos (moléculas); no entanto, se estivermos lidando com quantidades razoavelmente grandes de gua, podenios traté-Ia como um fluido continuo. Isso, de fato, se aproxima muito mais da visio do préprio Maxwell; ele nao sabia nada sobre eléirons ¢ rotons — deve ter imaginado a carga como uma espécie de “gelei’ que poderia ser dividida em porgdes de qualquer tamanho espalhada & vontade. Essas, portanto, sto as propriedades basicas das cargas. Antes de discutirmos as forgas entre as cargas,algumas ferramen- ‘as matemiticas so necessérias; vamos nos ocupar da sua introdugo no Capitulo | Unidades 0 t6pico da eletrodinimica é atormentado por sistemas de unidades concorrentes entre sie que As vezes tornam diffil para os fisicos comunicarem-se entre si. O problema é muito pior do que na mecénica, em que os Neandertais ainda falam em libras « pés: pols, pelo menos na mecinica todas as equagSes tém a mesma aparéncia, seja qual fora unidade usada na medigdo das srandezas, A segunda lei de Newton continua sendo F = ma, seja em pés-libras-segundos, quilogramas-metros-segundos ou © que for. Mas nao é assim no eletromagnetismo, onde a lei de Coulomb pode aparecer de formas variadas como 1 ga la S25 Gassino, oo MES sn, ov EM wy Dos sistemas normalmente usados, os mais populares so 0 Gaussiano (cgs)e o SI (mks). Tedricos das particulas elemen- tates sio favoréveis ¢ um terceiro sistema: Heaviside-Lorentz. Embora as unidades gaussianas oferecam nitdas vantagens ‘ebricas, a maioria dos professores de faculdade prefere o sistema SI, suponho que seja por ele incorporar as unidades conhe- idas do dia a dia (vols, ampéres e watts). Nest livro, potanto,usei as unidades SI. No apéndice C ha um ‘dicionério’ para « conversio dos principais resultados em unidades gaussianas. |. Nerealidade petons enuttons so composts deus quarks, qu caregam cara fracionérias (Je +4) No ett, qt ves aparetemente io existe na natureza ede qualquer forma iso no aller fato de ue a carga & quantizada; apenas rede o taanho decide Baan Capitulo 1 Anilise vetorial 1.1 Algebra vetorial 1.1.1 Operagdes com vetores Se voc8 caminhar 4 milhas para o norte e depois 3 milhas para o leste (Figura 1.1), terd percorrido um total de 7 milhas, mas ndo estaré a7 milhas de disténcia de onde saiu — apenas 5. Precisamos de uma aritmética para descrever quantidades como essa, que evidentemente nao se somam da forma usual. © motivo pelo qual elas ni se somam assim, portanto, é que os deslocamentos (segmentos de linha reta que vo de um ponto a outro) t&m direcdo, além de magnitude (comprimento), sendo necessério que ambas sejam levadas em considerago quando eles so combinados. Tais objetos so chamados de vetores: velocidade, aceleragio,forga e momento sZo outros exemplos. Em contraste, quantidades que tém magnitude, mas niio tém diregio, sio chamadas de esealares; alguns exemplos sio massa, carga, densidade e temperatura, Sera usado negeito (A, B € assim por diante) para os vetores ¢ o tipo comum para os escalares. A magnitude de um vetor A é escrita como |A\, ov, de forma mais simplificada, A. Nos diagramas, 0s vetores sto denotados pelas setas: 0 comprimento da seta € proporcional A magnitude do vetor € a ponta da seta indica sua ditegao e sentido. Menos A (—A) é um vetor com a mesma magnitude de A, mas em sentido oposto (Figura 1.2). Observe que os vetores tm magnitude, diregdo e sentido, mas ndo localizagéo: um deslocamento de 4 milhas para o norte, a partir de Washington, é representado pelo mesmo vetor que um deslocamento de 4 milhas a partir de Baltimore (negligenciando-se, € claro, a curvatura da Terra). Em um diagrama, portanto, pode-se movimentar a seta a vontade, desde que no se mude seu comprimento ou sua diregzo. Definimos quatro operacdes vetoriais: soma e ts tipos de multiplicagio. () Soma de dois vetores. Coloque a extremidade inicial de B na ponta de A; a soma de A + B € 0 vetor da extremidade inicial de A & ponta de B (Figura 1.3). (Esta regra generaliza o procedimento dbvio para combinar dois deslocamentos.) A soma é comutativa A+B=B+A; 3 mithas para o leste seguidas de 4 milhas pata o norte vai levé-lo a0 mesmo lugar que 4 milhas para o norte seguidas de 3 imilhas para o leste. A soma é também associativa (A+B) +C=A+(B+C) Para subtrair um vetor (Figura 1.4), some seu oposto: A-B=A+(-B). 3 7 A / a 4 say // mi mi (asm) / 3 Figura 1.1 Figura 1.2 Figura 1.3 2 Bletrodinamica (Gi) Multiplicago por um escalar. A multiplicago de um vetor por um escalar positive a multiplica a magnitude, mas deixa aditegao inalterada (Figura 1.5). (Se a for negativo, o sentido ¢ invertido.) A multiplicagao por um escalar€ distributiva: (A +B) =aA +B. (Gi) Produto interno ou produto escatar de dois vetores. O produto interno de dois vetores € definido por A.B = ABcos6, ad) onde 0 € 0 Angulo que eles formam quando colocados cauda a cauda (Figura 1.6). Note que A ~B é em si um escalar (dat 0 nome alternativo de produto escalar). O produto interno & comutativa, A-B=B-A, e distributive, A-(B+C)=A-B+A-C. (2 Geometrcamente, A - B € 0 produto de A veres a projegio de B 20 longo de A. (ou o produto de B veves a projegio de ‘A.ao longo de B). Se os dois vetores forem paralelos, entio A - B = AB. Em particular, para qualquer vetor A, (3) Se Ae B forem perpendiculares, entio A -B = 0 B Figura 14 Figura 15 Figura 1.6 Exemplo Lt CConsidere que C = A. ~ B (Figura 1.7) ecaleule o produto interno de C consigo mesmo. Solugior ©-C=(A-B)-(A-B)=A-A-A-B-B-A+B-B, ou CP = A 4 BY -2ABeoss, Esta a lel dos cossenos, B Figura 17 (iv) Produto externo, ou produto vetorial, de dois vetores. 0 produto externo de dois vetores € definido por AXxB=ABsendi, 4) Capitulo! Analise vetoral — 3 onde fi € um vetor unitério (vetor de comprimento 1) apontando perpendicularmente para o plano de Ae B. (O acento ircunflexo (”) serd usado para designar os vetores unitdrios.) E claro que hé duas direcdes perpendiculares a qualquer plano: “entrando no plano’ ¢ ‘saindo do plano’, A ambiguidade se resolve com a regra da mi direita: aponte seus dedos na diregio do primeiro vetore vire-os (pelo menor éngulo) em direcio ao segundo: seu polegar indicaré a diregao de fi, (Na Figura 1.8, A x B aponta para dentro da pagina; B x A aponta para fora da pgina.) Observe que A. x B é, em si, um vetor (dal o nome alternativo de produto vetorial). O produto vetoral € distributivo, Ax (B+C)=(AxB)+(AxC), (5) mas ndo comutativo, De fato, (Bx A) =-(A xB), (16) Geometricamente, |A. x B] € a érea do paralelogramo gerado por Ae B (Figura 1.8). Se dois vetores sio paralelos, seu produto vetorial ¢ 0, Em particular, AxA=0 para qualquer vetor A. Problema 1.1 Usando as definigdes nas equagdes 1.1 ¢ 1.4, bem como os diagramas apropriados, mostre que os prodiutos escalar € ‘etoral so distributivos, () quando os t8s vetores so coplanares: (b) no caso geral, Problema 1.2 0 produto vetorial é associative? (AxB)xC2Ax (Bx) Em caso afirmat prove; s¢ no, formeca um contraexemplo, 1.1.2 Algebra vetorial: na forma de componentes [Na segio anterior, foram definidas as quatro opetagdes vetoriais (soma, multiplicagao por um escalar, produto vetorial ¢ produto escalar) de forma ‘abstrata’, ou seja, sem referéncia a qualquer sistema particular de coordenadas. Na pritica, & frequentemente mais fécil montar coordenadas cartesianas xy, 7 e tabalhar com ‘componentes’ vetoriais, Considere que %, ¥ €& sto vetores unitérios paralelos aos eixos 2, y e 2, respectivamente (Figura 1.9(a)). Um vetor arbitrério A pode ser cexpandido em termos desses vetores de base (Figura 1.9(b)) A= AR+ AS + Ad. Os nimeros As, Ay € Az sio chamados componentes de A; geometricamente, eles sto as projegdes de A ao longo dos trés eixos de coordenadas. Podemos agora reformular cada uma das quatro operagées vetoriais como uma regra para a manipulagao dos componentes: A+B = (AR+ Ay + Ad) + (Bek + BY + B.A) = (Ae + Br)R+ (Ay + By)¥ + (As + Be a7) 4 Eletrodindmica Figura 1.9 (@ Regra: para somar vetores, some componentes semelhantes. aA = (aA,)% + (aAy)¥ + (aA, )2 (1.8) (Gi) Regra: para multiplicar por um escalar, multiplique cada componente Como &, $e & sio vetores unitérios mutuamente perpendiculares, RR=aVY RY gy ) Consequentemente, AB = (AR+ Ay¥+4.2)-(B.&+ Byy + BB) ApBz + AyBy + A.B 19) (ii) Regra: para calcular o produto escalar, multiplique componentes semethantes e some. Em particulat, A A=AD+AT+ AR, [AZ + AZ + A? ay (Esta é, por assim dizer, a generalizagdo tridimensional do teorema de Pitégoras.) Observe que o produto escalar de A. entdo A com qualquer vetor unitério € 0 componente de A ao longo daquela direglo (portanto, A-& = Az, A+ = Ay,€ A-2 = Ay) Da mesma forma,! RXR 0, RXG oxe ExR=-RxA = fF. (1.12) Portanto, AXB = (Ark + Ay¥ + A.2) x (Bo + By¥ + BB) = (AyBs ~ AzBy)& + (AzBy — AcB.)9 + (AeBy ~ AyBs)2. (1.13) Essa expressiio de manejo diffil pode ser escrita de forma mais elegante como o determinante de uma matri2: Ry 8 Ax A; Ay Az (ay B, By B. (iv) Regra: para calcular o produto vetorial, forme o determinante cuja primeira linha seja &, $, 2, cuja segunda linha seja A (na forma de componentes)e cujaterceira linha sefa B. 1 Bssessiaispertencem a um sistema de coordenadas destrégio (exo + para fora da pga, ino y para a drei, eixo 2 para cima, ov qualguee combinogo que mantém a sequénia), Em um sistema lewro (eo = para bao), os sinais seria inveridos: Xx # = —# e assim por dant, Usaremos exlusvamene sistemas destogiros, Capitulo 1 Analise vetoriat 5 Exemplo 1.2 Encontro Angulo entre as diagonais das faces de um cubo. Soluglo: ¢ preferivel usarmos um cubo de lado 1 e colocé-lo como mostra a Figura 1.10, com um dos vértices na origem. AS diagonais das faces A e B sio A=18+09+1% B=0K+19+12 Entio, na forma de eomponentes A-B=1-040-141-1 Por outro tado, na forma ‘abstrata’, A: B= ABeos§ = v2y2cos6 = 200s 4, Portanto, cos = 1/2, on 8 = 60", F claro que pode-se ober uma resposta com mis feilidadetragando uma diagonal no alto do cub e completand um teingulo ave ps % equiltero. Mas nos casos em que a geomet no € to simples, est recurso de comprar & forma astata eos componentes pra. 0 produto escalar pode ser um meio muito efciente para determinaringuls (0.0.1) x 0.1, a *A1,0,0) Figura 1.10 Problema 1.3 Encontreo dngulo entre as diagonais do corpo de um cubo. Problema 14 Use 0 produto vetorial para encontrar 0s componentes do vetor unitério A, perpendicular ao plano mostrado na Figura 1.11 Figura 1.11 Como 0 produto vetorial de dois vetores é, em si, um vetor, ele pode ser multiplicado através do produto escalar ou do produto vetorial com um terceiro vetor para formar um produto triplo. () Produto escalar A. (Bx C). Geometticamente, |A - (B x C)| € 0 volume do paralelepfpedo gerado por A, Be, jd que |B x C| 6 area da base ¢ |A cos] éa altura (Figura 1.12). Evidentemente, A-(BxC)=B-(Cx A)=C.(AxB), (15) 6 Eletroginamica Figura 1.12 {i que todos eles correspondem a mesma figura. Observe que a ordem ‘alfabética’ esté preservada — em vista da Equagao 1.6, (05 proddutos triplos ‘nao alfabéticos’, A.(CxB)=B-(AxC)=C-(Bx A) tém sinal oposto. Na forma de componentes, pS A, A A-(BxC)=| Be By Be (1.16) C, Ce Cy Observe que 0 produto escalar ¢ o produto vetorial sdo intercambiveis: A-(BxC)=(AxB)-C (isto € decorténcia imediata da Equagio 1.15); no entanto, a localizago dos parénteses é essencial: (A.B) x C é uma expresso sem significado — nao se pode fazer um produto vetorial a partir de um escalar e um vetor. (ii) Produto vetorial triplo: A x (B x C). 0 produto vetorial tiplo pode ser simplificado pela chamada regra BAC-CAB: Ax (Bx C) =B(A-C)~C(A-B), a7 Observe que (AxB)xC= Sx (A x B) = -A(B-C) + B(A-C) € um vetor completamente diferente, A propésito, todos os produtos vetoriais superiores podem ser reduzidos, da mesma forma, com frequéncia aplicando-se repetidamente @ Equacao 1.17. Assim, nunca é necessério que uma expresszo contenha mais do que um produto vetorial em qualquer dos termos. Por exemplo, (AxB)-(CxD) = (A-C\(B-D)~(A-D)(B-O); Ax(Bx(CxD)) = B(A-(CxD)}-(A-B)(C x D). (1.18) Problema 1.5 Demonsire a rezra BAC-CAB escrevendo ambos os lados na forma das componentes. Problema 1.6 Prove que |A x (Bx C)] + [B x (Cx A)] + [Cx (Ax B) (A xB) xO? Em que condigdes A x (B x C) 1.1.4. Vetores posigio, deslocamento e separacio A localizagao de um ponto em trés dimensdes pode ser descrita listando-se suas coordenadas cartesianas (2, y, 2). O vetor até esse ponto a partir da origem (Figura 1.13) & chamado de vetor posigao: ak+us+ (1.19) Neste livro a letra r€ reservada para esta finalidade, Sua magnitude, r= V8 FPrA (1.20) Capitulo 1 Analise torial 7 (x9) 6a distincia a partir da origem e (2) um vetor unitério que apontaradialmente para fora. O vetor deslocamento infinitesimal, de (x,y, 2) a (2+ de, y+ dy, 2+ dz), 6 = de& + dy + ded. (1.22) (Poderfamos chamé-lo de dr, j que é isto que 0 vetor infinitesimal , mas ¢ til reservar uma letra especial para desloca- ‘mentos infinitesimais.) Em eletrodinamica, frequentemente encontramos problemas que envolvem dois pontos — tipicamente um ponto fonte, ’, onde uma carga elétrica esté locatizada, e um ponto de observacao, r, no qual se esté calculando 0 campo elktrico ou magnético (Figura 1.14). Vale a pena adotar, desde o inicio, algum tipo de notagdo abreviada para o vetor separagio entre 0 onto fonte ¢ 0 ponto de observacio. Usaremos para esse fim a letra manuscrita +: (1.23) ‘Sua magnitude é a=le-rh, (1.24) ‘e um vetor unitério na diregdo de r’ ar é goto t® 1.25) eeettel r=" (1.25) Em coordenadas cartesianas, (e—2)R+(y—y)9 + (2-2, (1.26) (e-2P +y—vP+-2'P, (127) (r= 2+ (y- VF + (2 —2)% (128) =a UVF 2F (a partir do que vocé pode comegar a apreciar a vantagem da notagdo 2-manuscrito).. ponto fonte \ pnto de obserasdo Figura 1.14 Problema 1.7 Encontre o vetor separagiio 4, a partir do ponto fonte (2,8,7) até o ponto de observagio (4,6,8), Determine sua magnitude (2) ¢consra o vetor uniting 8 Eletrodinamica 1.1.5 Como vetores transformam-se AA definiglo de um vetor como ‘uma quantidade com magnitude, direcdo e sentido” nfo é totalmente satisfat6ria, O que, precisamente, significa ‘diregio e sentido’? A questo pode parecer pedante, mas em breve encontraremos uma espécie de derivada que se parece com um vetor e entio vamos querer saber com certeza se o €. Voc’ pode se sentir tentado a dizer que um vetor qualquer coisa com trés componentes que se combina adequadamente em uma soma, Bem, que tal isto: temos um barril de frutas que contém NV, peras, Ny mags e N, bananas. Seri N = Nj + Ny + N.& um vetor? Tem rs componentes ¢ quando vocé soma outro barril com M, peras, M,, mags eM, bananas, resultado é (N+ M,) peras, (Ny +M,) magis, (N+ M,) bananas, Portanto, soma-se como um vetor. No entanto, obviamente ndo é um vetor, no sentido que a fisica dé & palavra, porque na realidade néo tem uma direcdo, O que, exatamente, esté errado aqui? A resposta é que N ndo se transforma apropriadamente quando vocé troca de coordenadas. O sistema de coordenadas que "usamos para descrever as posigdes no espago ¢, portanto, totalmente arbitrério. Mas existe uma lei espectfica de transformagiio sgeométrica para converter as componentes de um vetor de um sistema para outro. Suponha, por exemplo, que sistema Z, 7,7 sofra uma rotagdo de um angulo 6, em relacdo a x,y, 2, em torno dos eixos comuns 2 = 7. A partir da Figura 1.1 Ay = AcosO, Az = Asen8, cenguanto = Acos# = Acos(0 — 4) = A(cas8cos¢ +sen0 sen) cos by + sen dA, A, = Asend = Asen(6 ~ §) = A(sen cos ¢ ~ cos 6 sen d) ~sengAy + cos pA,. Podemos expressar esse resultado em notago matricial: cosd eng) / Ay =send ous) (4) ee Em sentido mais amplo, para uma rotago em torno de um eixo arbitrdrio em trés dimensées, a lei de transformagao assume a forma ly 7 (1.30) Ae Ay | = AL ou, de forma mais compacta, a3) ‘onde 0 indice 1 representa x, 2 representa y € 3 representa 2, Para uma rotagio dada, os elementos da matriz R podem ser encontrados pelo mesmo tipo de argumentos geométricos que usamos para a rotagio em torno do eixo 7. Agora, os componentes de NV transformam-se assim? F claro que no. Nao importa quais as coordenadas usadas para representar as posigBes no espago, haverd 0 mesmo niimero de mags no barril, Nao se pode converter uma pera em uma banana escolhendo um conjunto diferente de eixos, mas pode-se, sim, transformar A, em Ay. Portanto, formalmente, wm vetor é qualquer conjunto de trés componentes que se transforma da mesma maneira que um deslocamento, quando se ‘mudam as coordenadas. Como sempre, 0 destocamento & 0 modelo para o comportamento de todos os vetores, Figura 1.15, 3. Esta seo pode ser pula sem peda de coninidade. Capitulo t Anaiise vetorial 9 Aligs, um tensor (de segunda ordem) é uma quantidade com nove componentes, Tey Trys Teas Ty «+ transforma com dois fatores de R Fez = Rac(ReaTex + ReyTey + RasTes) + Ray(RoxT ye + Reylyy + ResTys) + Rex(RaeTor + RoyTsy + RersTs:)s ‘ou, de forma mais compacta, aa W = DD Re RyTu (1.32) i= Em geral, um tensor de n-ésima ordem tem n indices e 3" componentes, ¢ se transforma com n fatores de FR. Nessa hierarquia, um vetor € um tensor de ordem 1, ¢ um escalar é um tensor de ordem zero, Problema 18 (a) Prove que a matiz de rotago biimensional (1.29) preserva prodtosescalaes. (Ou sia, moste que AyBy + ALB, = AyBy + AcB..) (b) Que restrigdes os elementos (FRi,) da matriz de rotagdo tridimensional (1.30) devem satisfazer a fim de preservar o comprimento de A (para todos os vetores A)? Problema 19 Enconte a matrix detransformagi I que desereve uma oko de 120° em torn de un exo ue passa pa origem pelo pono (1, 11), A rotagdo € no sentido horrio quando se olha a longo doeixo em dieso&orgem, Problema 1.10 (a) Com 0s componentes de um vetr se trnsformam sob va transagio de coordenadas (F = 2,7 = y ~ a, =, Figura 1160)? (6) Como os componente de um vetor se transformam sob urna inverso de coordenada (F = 1, =~. 2, Figura 1.160)? (€) Como o produto vetorial (1.13) de dois vetores se transforma sob inversio? [0 produto vetorial de dois vetores ¢ chamado de pseudovetor, devido a este comportamento ‘andmalo’). O produto vetorial de dois pseudovetores & um vetor ou um pseudovetor? [dentfigue duas grandezas pseudovetoriais na mecinica clissica (@) Como o produto scalar triplo de tr vetores se transforma sob inversGes? (Tal objeto & chamado de pseudoescalar.) Figura 1.16 1.2 Cailculo diferencial 1.2.1 Derivadas ‘ordindrias’ Pergunta: suponba que temos uma funglo de uma varidvel: f(x). Em que a derivada df fds nos auxilia? Resposta: ela nos diz com que rapidez a fungao f(2r) varia quando mudamos 0 argumento x por uma quantidade mintscula, dr: a-(Z) ae (1.33) Em palavras: se alterarmos 2 por uma quantidade dr, entdo f ser alterada pela quantidade df; a derivada € 0 fator de proporcionalidade. Por exemplo, na Figura 1.17(a), a fungao varia lentamente com x ¢ a derivada também € pequena. Na Figura 1.17(b), aumenta rapidamente com e a derivada € grande, & medida que nos afastamos de r= 0. Interpretagdo geométrica: a detivada df {dx a inclinagdo do grafico f versus a. 10 Eletrodinamica ®) Figura 1.17 1.2.2 Gradiente Agora suponha que temos uma fungi de més varidveis — digamos a temperatura T(2, y, 2) em uma sala, (Comece em tum canto e monte um sistema de eixos, Entdo, para cada ponto (ct,y,2) da sala, T’ forece a temperatura naquele local.) Queremos generalizara nogao de ‘derivada’ para fungées como T, que dependem nao de wna, mas de trés varidveis. A derivada deve nos dizer com que rapidez a fungo varia, se nos movermos em uma pequena distincia. Mas desta vez a situagio é mais complicada, porque depende em que dire¢do nos movemos. Se formos para cima, ao longo de uma reta, ento ‘temperatura provavelmente aumentard com rapidez. Mas se nos movermos horizontalmente, ela pode nio mudar quase nada, De fato, a pergunta ‘Com que rapidez.T’ varia?” tem um ndmero infinito de respostas, uma para cada diregio que decidirmos explorar. Felizmente, o problema nao € to ruim quanto parece. Um teorema de derivadas parciais diz que or or ar ar~ (FP) ar+ (2) dns (Fac (34) Isso nos diz 0 quanto T’ muda quando alteramos as t8s varidveis pelas quantidades infinitesimais dx, dy e dz. Observe que ndo precisamos de um niimero infinito de derivadas — trés sio suficientes: as derivadas parciais ao longo de cada uma das tés diregdes das coordenadas. ‘A Bquagdo 1.34 provém de um produto escalar (de& + dyy + de?) (1.35) onde (1.36) 6 ogradiente de T. VT é uma quantidade vetorial, com trés componentes: A Equagio 1.35 6 a versio tridimensional da Equagio 1.33. Interpretagdo geométrica do gradiente: como qualquer vetor, © gradiente tem magnitude, direcao e sentido. Para deter- tminar seu significado geomeétrico, vamos reescrever o produto escalar (1.35) na forma abstrata: é a derivada generalizada que estamos procurando. dT = VT-dl=|VT\|adl{cos6, (137) onde # €0 Angulo entre VT e dl. Agora, se fixarmos a magnitude [dll e buscarmos em vérias direcdes (ou seja, variando 8), a ‘mudanga maxima em T evidentemente ocorreré quando @ = 0 (uma vez que cos4 = 1). Ou seja, para uma distancia fixa [al AT seré 0 maior possivel quando eu me mover na mesma diregao que VT. Portanto: 0 gradiente VT aponta na directo do aumento meximo da fungio T Alem disso: A magnitude |WT | fornece a inclinagdo (taxa de aumento) ao longo dessa diregcio maximizadora. Imagine que voc® esté na encosta de um morro, Olhe & sua volta ¢ encontre a diregio da subida mais fngreme. Essa é a diregdo do gradiente, Agora meca a inclinacdo nessa diregdo (altura sobre distancia horizontal). Essa é a magnitude do gradiente. (Aqui, a fungio sobre a qual estamos falando € a altura do morro, e as coordenadas das quais ela depende so posigdes — digamos, latitude e longitude. Essa fungdo depende somente de das varidveis, ndo de trés, mas o significado geométrico do gradiente é mais fécil de assimilar em duas dimensdes.) Observe a partir da Equagao 1.37 que a diregio de descida méxima é oposta 2 diregdo de subida méxima, enquanto em angulos retos (9 = 90°) a inclinagdo € zero (0 gradiente é Capitulo! Analise vetoral 11 Perpendicular as curvas de nivel). Pode-se conceber superficies que nfo tém essas propriedades, mas elas sempre tém “dobra’ © correspondem a fungdes ndo diferencisveis. © que significaria se 0 gradiente se tomasse nulo? Se VT = Oem (2, y,),entio dI” = 0 para pequenos deslocamentos em tomo do ponto (x,y, 2). Esse é,entd0, um ponto eritico da fungao T(z, y, 2). Pode ser um maximo (um pieo), um minimo (um vale), um ponto de sela, ou um ‘ombro’. A situagio é ansloga a das fungdes com uma varidvel, onde uma derivada que se anulasinaliza um méximo, um ménimo ou uma inflexao. Em particular, se voc8 quer localizar o extremo de uma fungi de lués varidveis, faga o seu gradiente igual a zero. Exemplo 1.3 Encontre gradiente der = /2?-+ 4? + = (a magnitude do vetor posi), Solugi {sso faz sentido? Bem, o resultado diz.que a distancia & origem aumenta mais rapidamente na diregdo radial e que a sua taxa de ‘aumento nessa dirego¢ I. justamente o que sera dese espera Problema 1.11 Enconte os gradientes das seguintes fungies: @fey2=2 ty 42 (6) Sle. y,2) = 2°ybet © f(zyz) = * sen(y) In(2). Problema 1.12 4 altura de um certo morro (em pés)& dada por (x,y) = 10(2ry — 32* — dy? ~ 187 + 28y + 12), onde y 6a disténcia (em mithas) para o note e xa distincia para o Leste de South Hadley. (@) Onde ica © topo do morro? (©) Que altura tem o morro? (©) Qua fgreme€ a inctinago (em pés por milhaem wm pont I milha ao norte I mia lest de South Hadley? Em que diregao 4 inclinago € mais acentuada,nesse ponto? Problema 1.13 Considere que ej 0 veorseparaso de um pontofixo (x,y, 2’) até 0 ponto (2, y, 2) que s€ 0 seu comprimento, Mostre que V(t) = () V/A) = 6 (©) Qual a férmuta geal para Ve")? Problema 1.14 Suponha que f €uma fungdo de apenas dus varidveis(y e 2). Mostre que o gradente Vf = (3 /0y)9 + (0 /02)8 {ransforma-se como um vetor sob rotagdes, Equagio 1.29. [Dica: (Bf /0%9) = (Of /0y)(Bv/93) + (Bf /0:)(0z/0p) e a formula andloga para Of Oz. Saberns que T= yoos d+ zsen be = —ysen + zens; ‘esolva’ estas equages para ye + (as funybes de Fe 2) calcule as dervadas necessétias Oy /77, 0/05 ete 12 Etetrodinamica 1.2.3 O operador V O gradiente tem a aparéncia formal de um vetor V, ‘multiplicando’ um escalar 7: vr=(x2soc+ag)n (1.38) Ox YBy “Be (Para variar 0s vetores unitérios foram escrtos na esquerda, para que ninguém pense que isto significa 08/2 e assim por diante — o que seria zero, j4 que & & constante.) O termo entre parénteses chama-se ‘operador del’ (1.39) E claro que del ndo € um vetor, no sentido usual. De fato, ele nao tem qualquer significado antes que fornegamos a ele ‘uma fungio na qual atuar, Além disso, ele nao ‘multiplica’ 7; mais exatamente, ele é uma instrugdo para diferenciar o que se segue. Para sermos precisos, entdo, devemos dizer que V é um operador vetorial que age sobre 1’, ¢ nfo um vetor que ‘moliplica 7. ‘Com essa qualificagao, contudo, V imita 0 comportamento de um vetor ordinério, praticamente de todas as formas; quase tudo 0 que pode ser feito com outros vetores pode ser feito com V, bastando apenas traduzirmos ‘multiplicar’ por ‘agir sobre’ Portanto, leve, sem divida, a aparéncia de vetor de V a sério: ele um exemplo maravilhoso de simplificago de notagio, como vo’ poder ver se algum dia consultaro trabalho original de Maxwell sobre eletromagnetismo, escrito sem 0 recurso av Agora, um vetor comum A pode multiplicar de trés formas: 1, multiplicar um escalar a: Aa; 2. multiplicar outro vetor B, através do produto escalar: A - By 3, multiplicar outro vetor através do produto vetorial: A x B. Analogamente, 0 operador V pode atuar de trés maneiras: 1. em uma fungao escalar T: VT (0 gradiente); 2. em uma fungdo vetorial v, através do produto escalar: V - v (o divergente);, 3. em uma fungdo vetorial v, através do produto vetorial: V x v (0 rotacional) J6 discutimos o gradiente. Nas préximas segdes examinaremos as duas outras derivadas vetoriais: divergente e rotacional 12.4. O divergente ‘A partir da definigdo de V construimos 0 divergent: (1.40) Observe que o divergente de uma fungio vetorial v é, em si, um escalar V-v. (Nao se pode ter o divergente de um escalar isso ndo faria sentido.) Interpretagdo geométrica: o nome divergente é bem escolhido, pois V-v € a medida de quanto vetor v brota diverge) do onto em questo. Por exemplo, a fungao vetorial da Figura I.18a tem um grande divergente (positivo) (se as setas apontassem, para dentro, seria um grande divergente negativo), a fungio da Figura 1.18b tem divergente nulo e a fungo na Figura I.18¢ também tem divergente positivo. (Por favor, entenda que v, aqui, € uma fingdo — hé um vetor diferente associado a cada ponto no espago. Nos diagramas, portanto, 6 € possivel desenhar as setas em alguns poucos locais representativos.) Imagine que voce est & beira de um Iago. Jogue um pouco de serragem ou agulhas de pinheiro sobre a superficie, Se o material se espalhar, entéo vocé o jogou em um ponto de divergente positivo; se ele se juntar, voc8 o jogou em um ponto de divergente negativo. (A fungao vetorial v neste modelo éa velocidade da égua — este é um exemplo bidimensional, mas ajuda a dar uma nnogdo do que é o divergente. Um ponto de divergente positivo € uma fonte ou ‘torneira’; um ponto de divergente negativo & ‘uma pia ou ‘ralo’,) Me ON | QS UENY WANE @) Figura 1.18 Exemplo 1.4 Suponha que as fungGes na Figura 1,18 sejam va Solugio: UR+ YP +28, ve = he ve = 28, Caleule seus divergentes. Hor Sins deqtsitizs ‘Como prevsto, esta fungdo tem um divergente positive, Vive Vn Z0)+ F004 20) o4040 como se esperava ba Vives FO F422) =04041=1 Problema 1.15 Caleuleo divergente dss seguintesfungdes vera: (a) va = 2? R + B22 § — Dad, (ve = y+ 2y29 + S208 (Ove =P R+ (ay + 22)9 + 2928 Problema 1.16 Esboce a fungao vetorial cecalcule seu divergente. A resposta poderé surpreendé-lo.. Vocé pode expli-la? Problema 1.17 Mostre que, em duas dimensbes, o divergent se transforma como um escalar sob rotages. [Dica: use a Equag30 1,29 para detrminar 0, € D.,€ 0 método do Problema 114 par calcular as derivadas. Seu objetivo € mostrar que Oty /5 + 0.95 = Ou /Oy + O-/92.) 1.2.5 O rotacional A partir da definigdo de V, construfmos 0 otacional: x y a Vxv = | afr djdy a/az Ye you = 9 (2% _ Oe) 5g (Sue Bue). 5 (Bry _ due’ = 2(2 98) 05 (2) (Be 2) way Observe que o rotacional de uma fungdo vetorial v, como qualquer produto vetorial, & um vetor. (Nio se pode ter 0 rotacional de um escalar; isso nao faria sentido.) 14 Bletodinamica Interpretagdo geométrica: 0 nome rotacional também foi bem escolhido, pois V x v é uma medida de quanto 0 vetor v “gira em tomo’ do ponto em questo. Portanto, as trés fungdes da Figura 1.18 tm rotacional nulo (como vooé mesmo pode verificar), enquanto as fungGes da Figura 1.19 tém rotacionais consideraveis, apontando na ditegdo 2, como naturalmente sugere a regra da mao direita. Imagine, novamente, que vocé esté a beira de um lago. Coloque uma pequena roda de pas na superficie (pode ser uma rolha com palitos espetados radialmente) Se ela comegara girar,ento voc® a colocou em um ponto de rotacional nao nulo. Um redemoinho seria uma regido com um grande rotacional I— &) Figura 119 Exemplo 15 Suponha que a fungdo desenhada na Figura 1.19a seja va = —y& + 2, e que a da Figura 1.19 seja v, = 27. Caleule seus rotacionas, Solugio: x 5 2 Vxve=| aor afdy afae -y ot (0 Vxw R 9 4 afd Ajay d/ox ar) ‘Como esperado, esses rotacionais apontam na diregdo +z, (Alids, ambos tém divergentenulo, como voe8 pode deducir a partir das imagens: nada ess ‘brotando’, apenas ‘grando’) Problema 1.18 Calcule os rotacionais das funds vetorais do Problema 1.15. Problema 1.19 Construa uma fungdo yetorial que tenha divergente nulo rotacional nulo em todos os poatos. (Uma constant iré Founcionar,€ claro, mas faga algo um pouco mais interessante que isso!) 1.2.6 Regras de produtos O cileulo das derivadas ordindrias é facilitado por uma série de regras gerais,tais como a regra de soma: a a a gifta=Z+8, a regra para multiplicagdo por uma constant: a a ahaha a regra do produto: fg) = pS gt ae!) = Soe * ae Capitulo + Andlise vetoral 18 ‘ea regra do quociente: df dg af (f) _ fae ae di \9 e Existem relagdes semelhantes para as derivadas vetoriais, Assim, ViEtQ=Vl+Vn V-(A+B)=(V-A)+(¥-B), Vx(A4+B)=(V« A) +(V xB), VIRA)=kVS, -V-(RA)=A(V-A), Vx (RA) = KV x A), como vocé mesmo pode verificar. As regras de produtos no so assim to simples. Existem duas maneiras de construir um scalar como o produto de duas funcGes: fg (produto de duas fungdes escalares), A-B (produto escalar de duas fungdes vetoriais), ce duas maneiras de fazer um vetor: FA. (escalar vezes vetor), Ax B (produto vetorial de dois vetores). Da mesma forma, existem seis regras de produtos, duas para gradientes: a VUi9) = FV a+9VF, (ii) V(A-B)=Ax (Vx B)+Bx (Vx A)+(A-V)B+(B-V)A, (1,0,0) - (1, 1,0) - (4, 1,1) (©) (0,0,0) + (0,0,1) > (0,1,1) > (4,1,1); (6) A linha ret, direta (2) Qua € a itepral de linha em toro do caminho fechado que parte ao longo do camino (a € volta ao longo do caminho (b)? Problema 1.29 Calcule a integral de supericie da fungéo no Exemplo 1.7 para o fundo da cana. Porcoeréncia, ate ‘para cima’ ‘como sendo a drego postiva. A integral de superficie depende somente da linha limite para esta funco? Qual € 0 fluxo total sobre A superficie fechada da eaia (inclusive o undo) [Nota: pare a superficie fechada, a dies0 positiva para fra, portant, “pare baixo’ para a face inferior Problema 1.30 Calcule integral de volume da funglo T = 2 para otetraedo com cantos em (0.0.0), (1,00), (01,0) ¢ (0.0, 13.2 Teorema fundamental do cdleulo Suponha que f(«) € uma fungGo de uma variével, O teorema fundamental do eéleulo diz que 1.54) F(a) dz = f(b) — f(a), onde df/de = (x). 0 teorema fundamental diz como integrar F(2): voc® cri uma fungao f(x) cuja deriva sea igual a F. Imerpretagdo geomeéirica: segundo a Equagio 1.33, df = (df/dr)ite 6 a variago infinitesimal em f, quando se vai de (2) a (¢ + de). O teorema fundamental (1.54) diz que se voe€corta 0 intervalo de a a b (Figura | 25) em: muitos pedagos, Iminiseulos, de somar os incrementos df de cada pedacinho,o resultado ser (sem qualquet surpresa igual variagao total nF: £(0) ~ Fla), Em outas palavras, hi duas maneres de determinaravariagéo total da fungio: tomar a diferenga dos Falores nas extemidades oui passo a passo somando todos os inerementos minisculos a medida que e avanga, De qualquer forma, a resposta serd a mesma Observe o formato bésico do teorema fundamental: a integral de uma derivada sobre um intevalo & dada pelo valor da fungdo nos pontos extremos (contorios). Em célculo vetoralexistem tes tpos de deivadas (gradient dvergente ¢ Totacional, ¢ cada uma tem seu préprio ‘teorema fundamental, essenciatmente com o mesmo formato. Nao ha pretensao de Brovar esses feoremas aqui; em vez disso, ser explicado o seu significado e se tentaré tom-los plausveis. As provas sio dadas no Apéndice A, yo MB} ~— fla) ' Figura 1.25 22 letrodinamica 1.33. Teorema fundamental para gradientes Suponha que temos uma fungdo escalar com trés varidveis T'(.r,y, 2). Comegando no ponto a, nos movemos a uma pequena distincia dy (Figura 1.26). Segundo a Equagio 1.37, a fungao T'seréalterada por uma quantidade aD =(VT)-dh, ‘Agora avangamos um pouco mais, com um pequeno deslocamento adicional dla; o incremento em T’ seré (WT) + dla Dessa forma, avangando em passos infinitesimais, fazemos a jornada até 0 ponto b. A cada passo calculamos o gradiente de T (naquele ponto) fazemos a multiplicagdo escalar com o deslocamento dl... o que nos dé a variagdo de 7. Evidentemente, aalteragdo total de T no trajeto de a a b ao longo do caminko escothido & 7 ~ If (VT) dl =T(b) - T(a) é (1.55) Este € 0 chamado teorema fundamental para gradientes; como o teorema fundamental ‘ordindrio’, ele diz que a integral (no caso uma integral de linha) de uma derivada (no caso o gradiente) & dada pelo valor da fungao nos extremos (ae b). Interpretagdo geométrica: suponha que vocé queira determinar a altura da Torre Eiffel. Voc@ pode subir as escadas, usar ‘uma régua para medit a altura de cada degrau e somar tudo (esse é o lado esquerdo da Equagao 1.55), ou vocé pode colocar altimetros no topo e na base e fazer a diferenca das duas leituras (esse & 0 lado direito). A resposta, de uma maneira ou de outa, deve ser a mesma (esse ¢ 0 teorema fundamental) Alids, como constatamos no Exemplo 1.6, as integrais de linha geralmente dependem do caminho tomado de a a'b. Mas © lado direito da Equagao 1.55 nao faz qualquer referéncia ao caminho — somente aos pontos extremos. Evidentemente, os _gradientes tém a propriedade especial de que suas integrais de linha sio independentes do caminho: Corolirio 1: [°(V)- dlé independente do caminho tomado de a ab. Corolirio 2: $(VT)- dl = 0, j4 que os pontos de iniciale final sao idénticos, ©, portanto, T(b} — T(a) = 0. Figura 1.26 Exemplo 1.9" Séj Solugdo: embora a integral sejaindependente do caminho, precisamos escolher um determinado caminho para poder caleulé ‘Vamos partir ao longo do eixo x (passo (i) e depois subir (passo (i)) (Figura 1.27). Como sempre, dl = de® + dy + de UT = yk day§. : Wy =0; d= desk, VT dl = y? de = 0, portamo [vra (ii)a = 2; dl =dy¥, VT- dl = xy dy = 4y dy, portanto, [yra= = xy", tome o ponto a como aorigem (0, 0,0) e b como o ponto (2, 1,0). Verifique o teorema fundamental para gradientes Capitulo 1 Andlise vetoval 23 Evidentemente, a integral de linha total é 2. Isto € consistente com o teoremia fundamental? Sim: T(b) ~ T(a) = 2-0 = 2. ‘Agora, apenas para convencé-Io de que a resposta€ independente do caminho, vamos calculara mesma integral ao longo do caminho (i) (a Tinha reta ene a eb) (iy = be, dy = 4 de, VP -dl = yd + 20ydy = 41° dr, portato "7 Ba [_vrea ["Bta0- Problema 1.31 Verifigue o teorema fundamental para gradientes, usando T = x? + 4xy + 2yz", 08 pontos a = (0,0,0), b = (11,1) e5 uts camino da Figura 1.28 (a) (0,0,0) > (1,0,0) > (1, 1,0) > (1,1, 1)5 (b> (0,0,0) + (0,0,1) > (0,1,1) - (1,1,2) (6) ocaminho parabélico z = 2?;y = « % (a) ¥ (b) 4 (©) Figura 1.28 1.3.4 Teorema fundamental para divergentes © teorema fundamental para divergentes diz que: ara os (156) Em honra, creio eu, da sua grande importincia, este teorema tem pelo menos trés nomes especiais: teorema de Gauss, teorema de Green ou, simplesmente, teorema do divergente. Como os outros ‘teoremas fundamentais’, ele diz que integral cde uma derivada (no caso o divergente) sobre uma regido (no caso um volume) & igual ao valor da fungo no contorno (neste caso a superficie que limita 0 volume). Observe que o termo relativo ao contorno é em si uma integral (especificamente, uma integral de superficie) Iss0 € razodvel: 0 ‘contorno’ de uma linha so apenas seus dois pontos extremos, mas 0 contorno de um volume é uma superficie (fechada) Interpretacdo geomeétrica: se v representa 0 fluxo de um fluido incompressivel, entdo o fluxo de v (o lado direito da Equacdo 1.56) é a quantidade total de liquido que passa pela superficie por unidade de tempo. Agora, o divergente mede a “dispersdo’ dos vetores a partir de um ponto— um lugar de alto divergente é como uma ‘tomeira’ derramando liquido. Se 24 Eletrodinamica tivermos muitas tomeiras em uma regido cheia de fuido incompressivel, uma quantidade igual de liquido seré forgada para fora dos contomnos da regido. De fato, hé duas maneiras de determinar quanto esti sendo produzido: (a) podemos contar todas as tomneiras,registrando quanto sai de cada uma, ou (b) podemos percorrer 0 contomo medindo o fluxo em cada pontoe somar tudo, De uma maneira ou de outra, a resposta serd a mesma: f (tomeiras dentro do volume) f (luxo que sai pela superficie) Isto, em esséncia, € 0 que diz o teorema do divergente. Exemplo 1.10 ‘Vesitique oeorema do dvergeneuilizando a fngio va yR+ (oy + 2)9 + Que) € 0.ubo wnitériolocalizado na orgem (Figura 1.29) Solugio: neste caso Viev=%Ar+y), [oerne-af' [' [ternaaa. foerndenren [orne= fren Evidentemente, ° i Isso para o lado esquerdo do teorema do divergent. Para calcuar a integral de superficie, temos que considerar separadamente os seis lados do cubo: w fv da [ [rae a) fv a= [fl ae42ydeu i [ran-f [eee (W) an {aio 10, Tay Wi) Figura 1.29 Capitulo 1 Analise vetorial 25 @) (vi) Portanto,o floxo total é ‘como se esperava Problema 1.32 Teste o teorema do divergente para a fungio v = (zy) + (2y2) 9 + (B21) 2. Use como volume o cubo mostrado ing Figura 1.30, com lados de comprimento 2 Figura 1.30 1.3.5 Teorema fundamental para rotacionais 0 teorema fundamental para rotacionais, que & conhecido pelo nome especial de teorema de Stokes, diz.que eae Como sempre, a integral de uma derivada (no caso 0 rotacional) sobre uma regido (no caso um trecho de superficie) & igual ao valor da fungo no contomno (no caso o perimetto do trecho considerado). Como no caso do teorema do divergente, 6 termo do contorno é em si uma integral — especificamente, uma integral de linha fechada, Interpretagdo geométrica: lembre-se de que 0 rotacional é 0 ‘giro’ dos vetores v; uma regio com um alto rotacional «as? €.um redemoinho — se vocé colocar ali uma pequena roda de pas ela iré girar. Agora, a integral do rotacional sobre uma superficie (ou, mais precisamente, 0 fluxo do rotacional através dessa superficie) representa a “quantidade total de giro”, € podemos também determinar esse giro percortendo a borda e descobrir quanto fluxo esté atingindo o contorno (Figura 1.31), Talver. vocé considere esta interpretagdo do teorema de Stokes um tanto forgada, mas é, no minimo, um recurso mnem@nico que ajuda, Figura 1.31 26 Eletrodinamica ‘Talvez vocé tenha percebido uma aparente ambiguidade no teorema de Stokes: com relagio a integral de linha do contorno, em que sentido devemos dar a volta (no sentido horério ou anti-horério)? Se formos para o lado ‘errado’, obteremos um erro eral de sinal. A resposta & que nfo importa para que lado se vi, desde que voc8 seja coerente, pois também existe uma ambiguidade de sinal na integral de superficie: para que lado da aponta? Para uma superficie fechada (como no teorema do divergente), da aponta na dirego normal para fora; para uma superficie aberta, que lado € “para fora"? A coeréncia no teorema de Stokes (como em todas as questdes do tipo) & dada pela regra da mao direita: se os dedos apontam no sentido da integral de linha, o polegar iré determinar o sentido de da (Figura 1.32) Agora, existem muitas superficies (um niimeto infiito) que compartitham qualquer linha de contorno dada, Faga um Jago com um clipe de papel ¢ mergulhe em égua com sabio. O filme de sabao é uma superficie, com o lago de arame como contorno. Se voc® soprar, 0 filme iré se expandir, formando uma superficie maior, com 0 mesmo contorno. Em geral, uma integral de fluxo depende essencialmente da superficie sobre a qual ela determinada, mas, evidentemente, esse ndo € 0 caso com os rotacionais. Isto porque o teorema de Stokes diz que [(7 x v) da é igual & integral de linha de v em torno do contorno esta nao faz qualquer referéncia & superficie esco! Corolirio 1: J(V x v) «da depende somente da linha de contorno, ‘endo da superficie especifica utilizada. Corakiri $(V xv) -da =0 para qualquer superficie fechada, jé que a linha de contorno, como a boca de um balio, reduz-se a um ponto e, entio, o lado direito da Equagao 1.57 se anula. Estes corolétios sio andlogos aos do teorema do gradiente. Vamos desenvolver ainda mais esse paralelo no devido mo- mento. da © » a Figura 1.32 Exemplo 1.11 Suponha que v = (2124+ 3y?)} + (dys*)2. Verfique o teorema de Stokes para a superficie quadrada mostrads na Figura 1.33 Solus: aqui Vx va (d= 2u)k+22% © da=dydzk. ‘Ao dizer que da aponta na diregao x, estamos nos comprometendo com uma integral de linha no sentido anti-hordri, Poderiamos, sda mesma forma, escrever da = ~dy dz X, mas, nesse caso, serfamos obrigados a seguir no sentido hortio.) Como x = 0 para esta specie, fiw aa= ff ativas Mas ea integral de linha? Temos de fazer a decomposigZo em quatro segmentos: Gy i) x ots Figura 1.33, Capitulo 1 Andlise vetoral — 27 vedl=3y'dy, fv-dl= f) 3y?dy =1, wedl=42dz, fvedl= fi 42%dz vedl=3y?dy, fv -dl= f° ay?dy Jvedl= [Pods Portanto, Confer. {Um pontoestraégico: observe como tratou-s da etapa i). Aqui, existe a tentagdo de escrever dll = dy jf que o caminho segue Para esquerda. Voce pode consepuir, se insist, fazendo a integral de 0 > 1. Pessoalmente, profi dizer dl = dn + dy + de sempre (nunca um sinal negativo) ¢ deixar que os limites da integral definam aditegéo, Problema 1.33 Verifigue o teorema de Stokes para a fungio v = (sry) & + (2y2) § + (32) # usando a dre triangular sombreada da Figura 1.34 Problema 1.34 Verifigue o Coroirio 1 usando a mesma fungio ¢ a mesma linha de contormo do Exemplo 1.11, mas ealeulando a integral sobre os cinco lados do cubo da Figura 1,35. A face de tris do cubo & aber, a” T 2 _ (iy) @. ” 2 vt x y i) Figura 1.34 Figura 1.38 1.3.6 Integragio por partes ‘A téenica conhecida (inconvenientemente) como integragio por partes explora a regra do produto para derivadas: (#) (2). Integrando ambos os lados e usando o teorema fundamental: [ra [o(B)e [1(@)a~- [a(Z)ern 'ss0 €integragio por partes. O método € pertinente para a situagio em que ¢ preciso integra o produto entre uma fungdo (fle aderivada de outra (g); ele diz que se pode transferir a derivada de g a f, 20 custo de um sinal de menos e um termo de contorno. a alfa) = ‘ f qlinee= te ou ° (1.58) 28 Eletrodinamica Exemplo 1.12 Caleule a integral [ ” net de ‘ exponencial pode ser expressa como a derivada: Soluga nese caso, etio, f(x) =z, (2) f/dx = 1, poranto [x vaem [etdenre Podemos explorar as regras de produtos de céleulo vetoril, juntamente com os teoremas fundamentais apropriados,exa- tamente da mesma forma, Por exemplo, integrando VA) =F(V-A)+A-(VS) sobre um volume ¢ usando 0 teorema do divergente, temos, Iv rayar= [ev ayars [a (Wf)ar= fa on “ fue Ajar= [a wars fra da. (1.59) Aqui, novamente, 0 integrando € produto entre uma fungao () a derivada (neste caso 0 divergente) de outra (A), A integrago por partes nos permite transfert a derivada de A para f (onde ela se torna um gradiente), ao prego de um sinal de ‘menos ¢ de um termo de contorno (neste caso uma integral de superficie), Talver vocé se pergunte com que frequéncia é possvel encontrar uma integral que envolva o produto entre uma fungdo.e a derivada de outra, A resposta € que isso € surpreendentemente frequente e que a integragio por partes resulta em uma das ferramentas mais poderosas do célculo vetorial Problema 135 Moste ue [ave tax [Iax(vp)-da+ fira (1.60) , ; : (b) Moste que [pire [aconpars fires) da (st y 1.4 Coordenadas curvilineas 1.4.1 Coordenadas polares esféricas As coordenadas polares esféricas(r, 6, d) de um ponto P esto definidas na Figura 1.36; r€ a distancia a partir da origem (a magnitude do vetor posigio), 0 (0 angulo formado com 0 eixo 2) € o chamado Angulo polar e @ (o fingulo de contomna 4 partir do eixo «) € o Angulo azimutal, Sua relacdo com as coordenadas cartesianas (x, y, 2) pode ser obtida a pattir da Figura 1.36: r=rsendcos, y=rs nOsend, — z= reos8. (1.62) A Figura 1.36 também mostra os trés vetores unitérios #,6,d que apontam na diregZo do aumento das coordenadas correspondentes, Eles constituem uma base ortogonal (mutuamente perpendiculares) (como %, 9,2) e qualquer vetor A. pode ser expresso em termos desses vetores unitérios, da maneira usual Capitulo Andlise vetoral — 29 Figura 1.36 A= Arb + ApO+ Ag d. (1.63) An Ane Ag sto as componentes radial, polar e azimutal de A. Em termos dos vetores unitéios cartesianos, cos8.cos GR + cosdsend¥ — sen AZ, = ~sendk+cosdy, (1.64) Son senOcosd& +senOsen dy + cos, | ‘come vooe mesmo pode facilmente veificar (Problema 1.37). Essas férmulas esto no final do livo, para failitar a consulta, Mas aqui existe uma cobra venenosa & espreita, e € melhor que eu o alerte a respeito dela: #, 8 e @ esto associados a Lim ponto especiico P ¢ eles mudam de dire¢do & medida que P se movimenta, Por exemplo, ¢ sempre apontaradialmente ers fora, mas ‘radialmente para fora’ pode sera diregao 2 a direcdo y ou qualquer outradireglo, dependendo de onde vocé sila, Na Figura 1.37, A= § ¢ B = —¥ e, no entanto, ambos seriam escritos como # em coordenadas eséricas, Poder-se {evar isso em conta indicando explicitamente 0 ponto de referencia: #(0, 4), 8(0,). (@,¢), mas isso seria excessivamente trabalhoso e, desde que se tenha ciéncia do problema, ndo creio que haverd dificuldades* Partcularmente, nao tenha 2 'genuidade de combinar as componentesesféricas de vetoresassociados a ponos diferentes (na Figura 1.37, A +B = 0, hlo 26 € A.B = =1,nio +1). Tome cuidado ao diferenciaruin vetor que esteja expresso em coordenadasesftias, ‘que 08 vetores unitérios, em si, so fungdes de posigo (3/04 = 8, por exemplo). E nao retire #6 .¢ d de uma integral, como fizemos com X, § € @ na Equagao 1.53. Em geral, se voc8 ndo estiver certo quanto a validade de uma ‘operagao, expresse 0 Problema novamente em coordenadas cartesianas, nas quais essa dificuldade nao ocorre. ‘Um destocamento infinitesimal na diregao F€ simplesmente dr (Figura 1.384), da mesma forma que um elemento infin tesimal de comprimento na diregio x é da: dl, = dr (1.65) Por outro lado, um elemento infinitesimal de comprimento na diregdo 6 (Figura 1.38b), no é apenas 8 (isso & um Angulo — ndo tem as unidades corretas para comprimnento), mas sim r d6: ly = rad, (1.66) Da mesma forms, um elemento infinitesimal de comprimento na ditegdio 4} (Figura 1.380) é rsen 4 dé: dly = rsen Odd. (1.67) Portanto, o deslocamento infinitesimal geral dl é d= drt +rd06+rsondded. (1.68) L rsenb d, rsen® @ o co) Figura 137 Figura 1.38 * esis enn os vetores no tm lain e mateo iss. Os toes, em si exitem "po completamente ndependenes de nose eclha <4 soordemadas, Masa nota que wsamos para represent-os, depend, sim, do pnto em questo, nt courdenade caine 30 Eletiodinamica Isso tem o papel (nas integrais de linha, por exemplo) que dl = dr & + dy ¥ + dz teve nas coordenadas cartesianas O elemento de volume infinitesimal dr, nas coordenadas esféricas, € 0 produto dos trés deslocamentos infinitesimais: dr = dlp dlp dlg = r? sen dr d8 dp. (1.69) Nio posso Ihe dar uma expressdo geral para elementos de superficie da, j4 que eles dependem da orientagdo da superficie. ‘Vocé terd simplesmente que analisar a geometria para cada caso (isso vale tanto para as coordenadas cartesianas quanto para as curvilineas). Se voc@ estiver calculando a integral sobre a superficie de uma esfera, por exemplo, entio r € constante, enquanto 0 ¢ ¢ variam (Figura 1.39), portanto day = dly dl ® =r? send d dé. Por outro lado, se a superficie esté no plano ary, digamos, de forma que @ seja constante (a saber 7/2), enquanto r € vatiam, entio . dag = di, dly6 =rdr dg. Por fim, observe que 0 alcance der € de 0/2 00, ode é de 0 a 2n,e 0 de 8 € de Oa m (nfo 2x, pois isso faria contar cada pponto duas vezes)> Figura 1.39 Exemplo 113 nconteo volume de uma esfera de rio Solugio: v [Penoiraoas n ae 0 ['e8) (fone) ([") In b lo Suk. (Nao € uma grande surpresa.) Até 0 momento falamos apenas sobre a geometria das coordenadas esféricas. Agora gostaria de “traduzit’ as derivadas Vetoriais (gradiente, divergent rotacional ¢ laplaciano) para a notagdo r, 8, ¢.. Em principio, isso é totalmente diteto: no caso do gradiemte, por exemplo, usarfamos primeiro a regra da cadeia para expressar novamente as derivadas parciais: Tayo (0h S).2 98 Oz Gr Oz)” BO \Oz)* Ob ar] 5 Allemativmente,poderase variar de 0 a x (0 “hemisério vient’) cobrir o “hemiséro ocdental’ estendendo @ de wa 2. Mas esa & uma notagdo mito rum, que, entre outras cosas, sen ser ent, negative voc® tert de usar sinas de valor absolut em tono do tema nos elementos de volume e superficie (Sendo sreae volume, intinsecamente, quantidades positives). Capitulo t Andlise vetoral 34 Os termos entre parénteses podem, entdo, se. calculados a partir da Equacdo 1,62— ou melhor, 0 inverso dessas equages {Problema 1.36). Em seguida farfamos o mesma para OT /Oy e OT0:, Finalmente, sudsituirianey as formulas para &, ¥ ¢ 3 em termos de f, 6 4 (Problema 1.37), Levene ma hors para calcularo gradiente em coordenadas esféticas através dese sierente, sj. o que for) em nots diferente ose * ent, as dervades vetorias em coordenadas esiien, Gradiente: (1.70) Divergente: CID Rotacional a Vxv aera [3 Ov) — 10. ou), + ile] 7) Laplaciano: o MW), 1 O¢ ar) gop 1) to? (sung?) gar 7 a i) mad («nog seiko Ope er) Para consulta, essas férmulas esti listadas no final do fivro, Problema 1.36 Encontro rms para, 0, mtamown "= [em otras plas, ones da Egg 1.) © Reena 137 Err vues ion, 4, emtmosie&9 406 Sein, dedura a Equa 1,64, Bite it sp de viiss mancins F421, 6-6 20,8062 9... Clee tam smut inves dando %F- fem termos de #6, (00,6), * Problema 1.38 (a) Verifique o terems dodvergeie fara fangio vi = rt, usando, como volume, aesferade ro R. centrada na origem, (©) Faga1omesino para va = (1/13)6. (Se arespostao Supreender, consult Problema 1.16) Problema 1.9 Caloul o divergent da fungao Seraueoterema do divergent par est tung, sand para 0 volume a semieser invertda de io 2 apoiada no plano zy ¢ crenata 140 Calle ogritene co aplaciano da ang T= Ged 4 5000056), Vergo tpaianocomerendo ‘em owe rang esas © usando a Equagio 142, Tee stone oe aden para esta fundo, usando camino mona Figura .41 de (00,0) a(0,0,2) Figura 1.40 32 Elotrodinamica 1.4.2 Coordenadas cilindricas As coordenadas cilindricas (s,, 2) de um ponto P estdo definidas na Figura 1.42. Observe que ¢ tem o mesmo significado que nas coordenadas esféricas e 2 € 0 mesmo que nas cartesianas; s é a distincia até P a partir do eixo z, enquanto a coordenada esférica r 6a distincia a partir da origem. A relagdo com as coordenadas cartesianas & r=scosd, y=sseng, 2=7 (1.74) Os vetores unitirios (Problema 1.41) sio & = cos@R+sengy, é sen 6+ 00569, (1.75) a = 4 Os destocamentos infinitesimais si0 di,=ds, dig=sdo, dl (1.76) portanto . d=ds8+sdog+dzk, a7) 0 elemento de volume & dr = sdsdédz. (1.78) A faina de s € 0 00, 6 vai de 0 + 2n, € 2 de —00 a 00, [As derivadas vetoriais em coordenadas cilindricas sao: Gradiente p80 LOT 3 OT VT = 58+ 5559+ 5 (1.79) Divergent: 0) Rotacional: ae a+ (% ae) o+3 (81) Laplaciano: 10 Ler er 5 (*) + a5p toe 182) Estas formulas também estio listadas nas paginas finais do live. Problema 141 Express o vers unitrisclindcos 8,4, em eros de 8, 9 2 ea dedza a Eau 1.75). Invert as frmsls para chegr 0&9, em em de 8, 8, 2(€ 9) Problema 1.42 (a) Enconteo divergent da fungao v= s(2-+ sen?) 8+ ssendcosd b+ 32 2. (6) Teste teorema do divergente para essa fungo, usando 0 quarto de ciindro (aio 2, altura 5) mostrado na Figura 1.43, (6) Eneontre 0 rotacional de v. Capitulo + Analise vetoval 33, Figura 143, 1.5 A fungio delta de Dirac 1.5.1 O divergente de f/r? Considere a fungo vetorial (1.83) Em cada localizacSo, v ¢ irigido radialmente para fora (Figura 1.44); se existe uma fungio que deveria ter um grande divergente positivo, & esta, No entanto, quando se calcula, de fato, 0 divergente (usando a Equacio 1.71), chega-se, precisa- mente, a zero: 19 f,1\_1a Vv Y=oR (- =) A =o. (1.84) (Voeé jé teré encontrado este paradoxo se trabalhou no Problema 1.16.) A trama se complicaré se aplicar 0 teorema do divergente a esta fungdo. Suponha que calculemos a integral sobre uma esfera de raio R, centrada na origem (Problema 1.38b): a imtegral de superficie é fr ca I (ws) (R? send dd. dé#) (ff sneae) (fu) = (1.85) Mas a integral de volume J’ - v dr & zero, se areditarmos na Equagdo 1.84, Isso significa que o eorema do divergente € falso? O que esté acontecendo aqui? A otigem do problema é 0 ponto r = 0, onde v explode (¢ onde, na Equagao 1.84, nés inadvertidamentedividimos por zero), E verdade que V- v = 0 em qualquer lugar, exceto na origem, mas bem na origem a situagio é mais complicada. Observe que a integral de supertivie (1.85) € independente de R; se 0 teorema do divergent estiver certo (c ele esté), devemos obier J(V - v) dr = 47 para qualquer esfera centrada na origem, no importa quéo pequena seja. Evidentemente. toda» contribuigdo deve estar vindo do ponto r = 0! Assim, W -v tein a propriedade bizara de anulat-se em qualquer lugar exceto em um ponto; ¢, mesmo assim, sua integral (sobre qualquer volume que contenha esse ponto)é 47. Nenhuma fungi ordinatia Se comporta dessa forma. (Por outro lado, um exemplo fisico nos vem & mente: a densidade (massa por unidade de volume) de uma particula pontual. E zero, exceto na localizacdo exata da particula e, mesmo assim, sua integral € finita — a saber, a ty Na x “NN Figura 144 34 Eletiodinamica ‘massa da partécula.) Chegamos por acaso a um objeto matemiético conhecido pelos fisicos como fungi delta de Dirac. Ele surge em muitas ramificagées da fisica teériea, Além do mais, o problema especifico que tem-se em mios (0 divergente da funglo #/72) ndo ¢ apenas uma curiosidade enigmética— ele €, de fato, um aspecto central de toda a teoria da eletrodinmica, Portanto, vale a pena fazer uma pausa aqui e estudar, com alguma atencdo, a fungio delta de Dirac. 1.5.2 A funcao delta de Dirac unidimensional A fungdo delta de Dirac unidimensional, 6(:r), pode serilustrada como um “pico” infinitamente alto ¢ infinitesimalmente estreito, com érea | (Figura 1.45), Ou seja: { 0, sexZ0 } (186) 0, ser =0 if oae= ‘Teenicamente, (2) nio é, de forma alguma, uma fungdo, jé que seu valor ndo éfinito em a = 0. Na literatura matematic ela é conhecida como fungio generalizada ou distribuigiio. Ela ¢, se voo® prefer, o limite de uma sequéncia de fungses, tais como retangulos Fy(r), de altura n ¢ largura 1/n, ou tfingulos sdsceles Ta(x), de altura n e base 2/n (Figura 1.46). Se (x) for alguma fungzo ‘ordintia’ (ou seja, que ndo € outra Fungo delia — inclusive, por via das divides, digamos ‘que f (2) seja continua), entao 0 produto J(2)5(x) & zero em qualquer lugar, exceto em x = 0, Segue-se que a(n) (1.87) S(a)6{x) = F(0)8(2). (1.88) (Este € 0 fato mais importante sobre a fungao delta, portanto, certifique-se de entender por que ele é verdadero: como 0 produto é zero de qualquer forma, exceto em zc = 0, podemos muito bem substituir f(x) pelo valor que assume na origem.) Ei particular / S(a)6(0) de = 10 f 8(c) de = F(0). (1.89) Entdo, sob uma integral, a fungio delta ‘escolhe’ o valor de f(.c) em x = 0. (Aqui e abaixo, a integral nfo precisa ser caleulada de ~c0 a +20; € suficiente que o dominio se estenda através da fungdo delta, e de —« a -e seria suficiente.) E claro que podemos mudar o pico de 2 = 0 para algum outro ponto, « = a (Figura 1.47) By) bh) re heal ro q 2 Tn), TET x (a) tb) Figura 1.45 Figura 146, Bea) Area a 7 Figura L47 Capito 1 Andlise veloral 35 ie-a={ 0 SI EE f com [ste ate = (1.90) A Equagao 1.88 torna-se L(x)5(x — a) = Fla)d(w - a), (91) € a Equagio 1.89 generaliza-se para . [teow ae = s (a9) Exemplo 1.14 Calcule a imegral 2 6(¢ - 2) de Solugio: a fungio delta escolhe o valor de x no ponto s Fosse I (em vez de 3), aresposta portanto a integral € 2° = 8. Observe, porém, que so limite supetior ©, porque 0 pico, nesse caso, fcaria fora do dominio deintegragio, Embora dem si nfo sea uma fungdo legitima, integrais de 5 sdo perfeitamente acitiveis, De fato,& melhor Pensar na funcio delta como algo sempre destinado a ser usado dentro de uma integral. Em paricula. das expresses que envolvem Fungdes delta (digamos Dj (x) e Da(2r)) sio consideradas iguais se® [senna = f Ha)Dr{e)de, (1.93) Dara todas as fungbes (ordinstias’) f (2), Exemplo 1.15 Mose que (1.98) donde k é qualquer constane (diferente de zero) (Em particular, (~x) = 4().) ‘Soluco: para uma fungio de teste arbitra f(x), considere a integral fom ae Mudando as varies, deitemos que y = Kr de forma que x = y/ke dx = 1/dy. Se k for posto, aimegrago ainda ser de reg Foes mask for negative, entio 2 = oo implica que y = ~00e vice-versa, de forma que aordem dos inites fn invent ‘A restauragao da ordem “adequada’ custa umm sinal de menos. Assim, * peasttayae=s [* paprynyt = 24 y0) = 40 L. 7 # SO (0 sil inferior se aplica quando € negtvo e eslarecenos isso eolocando bars de valor absoluto em tomo do fsa, como indicado,) Dentro da imtegral, enti, 5(K:x) serve ao mesmo propésito que (1A) (2) [ Lain) de -f fea) i] ae, Segundo o critério 1.95, portant, 6(Az) e (L/|Al)5() so iguais. OT fe ariio quanto parece. © onto cru & qua igs devem ser gis pra qulqerf(). Sopoaha que Daf) © Deals) de fto ram ge me pono x= 17 Poderanos ena eoier ma igo f(z) om um pis aguo pur vola er Seas ens, seria iui 36 Eletrodinamica Problema 1.43 Calcule as seguints integra: (@) fp (3x? - 2x — 1) 6(a - 3) de. (b) fj cos. 6x ~ n) dr. (© five + Nae, (6) f° In(e +3) be +2) de Problema 1.44 Calule as sepuinies integra (a) J? (28 +3) 6(82) da, () foe? + 30 +2) 6(1 ~ 2} de. (e) f°, 9276(80 + 1) de. (fda — bade. Problema 1.45 (a) Mostre que 2A (ey) = a0) [Dica: use inepragio por pres (©) Assuma que 6(2) € a fungio degrau; 4 , sero fey \ ass 0 ex (a. Problema 1.51 Para o Teorema 2, mostre que (d) = (a), (a) = (c) (€) = (b), (b) = (€)€(€) + (a). Problema 1.52 (a) Qual dos vetores do Problema 115 pode ser expresso como o gradiente de um escalar? Encontre uma fungio escalar que seja a solugio, (b) Qual deles pode ser expresso como o rotacional de um vetor? Encoatre esse vetor Mais problemas do Capitulo 1 Problema 1.83 Verifique o teorema do divergente para a fungo, v= 1 cos Bt + 1? c08 66 —r? cos A sen od, usando como volume um oetante de uma esfera de raio F (Figura 148). Certifique-se de incluir toda a superficie, (Resposta: w R*/4) Problema 1.54 Verifique o teorema de Stokes usando a funglo v = ay & + br ¥ (a € b so constantes) e 0 caminho circular de rao Rcentrado na origem no plano zy. [Resposta: + R?(b~ a)] Problema 1.85 Caleule a integral de linha de ve Ok +9 + (Byte 4 Jongo do carninho triangular mostrado na Figura 1.49. Confira a sua resposta usando 0 teorems de Stokes. [Resposta: 8/3] LEE iz a Ze Ca Oe Zt eA Og 40 Eletroginamica Problema 1.86 Caicule a integral de linha de v= (rcs?) # — (r-cosBsen 0) 6 + 3rb aravés do caminko mostrado na Figura 1.50 (0s pontos esto identiicados por suas coordenadas catesianas). Use coordenadas cilindvicas ow esfricas, Verifique sua resposta usando 0 tearema de Stokes. [Resposta: 3/2] Problema 1.57 Verifique o teorema de Stokes pura 4 fungio v = y2, usando a superficie tiangulr mostrada na Figura 11 [Respasa: a} Problema 1.58 Verfique o teorema do divergente para a fungiio var senbF +40? 0886 +97 gd, usando o volume do “cone de sorvete', mostrado na Figura I.52 (a superficie superior éesfériea, com rao Re centrada na origem). (Resposta: (x R*/12\(2n + 8V3)] Problema 1.59 Aqui estio duas verificagdes bonitas para os teoremas fundamentais: (8) Combine 0 Corolério 2 para o teorema do gradiente com o teorema de Stokes (v = WT, neste caso), Mostre que 0 resultado & coerente com 0 que vocé jé sabia sobre as segundas derivadas (b) Combine o Corolirio 2 para o teorema de Stokes com o teorema do divergente, Mostre que o resultado & coerente com 0 que voce ‘i sabia, Problema 1.60 Embora os teoremas do gradient, do divergente ¢ do rotacional sejam os teoremas fundamentais do céleulo integral ‘etoral, épossivel derivar uma série de eorolitios a partir deles. Mostre que: (af, WT)ar = FT da, (Dic: constere que v = eT. onde € una constant, no teorema do divergent; use a reas de prodatos (©) fy x v)dr =~ fv x da. [Dica:substtaa v por (v x e) no teorema do divergent] (©) fTVU + (VT) (WU)]dr = F,(TVU) - da. [Dica: Considere que v = T'VU no teorema do divergente.] (@ {VU ~ UV) dr = f(VU UT) da. (Comentrio: E decorrente de (c), que is vezes é chamacha de identidade de Green.| ©) [, VL x da.= ~ f, Pal (Diea: considere v = eT no torema de Stokes] sta expressio €conliecida como o teorema de Green; ela Problema 1.61 A integral as [cw (1.106) Is is vezes chamada de vetor drea da superficie S. Se $ for plana, ento [al € a Grea escalar) ordindvia, obviament, (b) Mostre que a = 0 para qualquer superficie fechada. [Dica: use o Problema 1.60a.] ‘origem. Divida a superficie cdnica em cunhas triangulares infinitesimais, cada uma delas com o vértice na origem e oposto a0 lado <,e explore a inerpretagio geométrica da produto vetorial (Figura 1,8) ] Figura 1.51 Capitulo 1 Andlise vetoral 41 (@) Most que fienaaaxe 1.108) para qualquer vetorconstantee,[Dica: consiere que T = ¢ no Problema | 60] Problema 1.62 (a) Encontre divergente da fungio Primeirocacule-odictamente, como na Equago 1.84. Confira 0 seu estado usando o teorems do divergent, como na Equa: ‘glo 1.85. Existe uma fungo delta na origem, como havia para #/r? Qual é a férmula geral para o divergente de x"#? [Resposta: V(v°F) = (n-+2)r",amenos que n = ~2, em eujo caso seré4r5(r); para n-< ~20 divergnte€ mal defnido na origem.] (b) Encontre 0 rotacional de e"#. Verifique sua conclusdo usando o Problema 1.60. (Resposta V x (r"#) = 0] Capitulo 2 Eletrostatica 2.1 Ocampo elétrico 2.1.1 Introdugio O problema fundamental que a teoria eletromagnética espera resolver & o seguinte (Figura 2.1): temos algumas cargas elétricas, 41, g2,43,--. (vamos chamé-las de eargas fontes); que forga elas exercem em outra carga, Q (vamos chamé-la de ‘carga de prova)? As posigdes das cargas fontes sto dadas (como fungies de tempo); atrajetéria da particula de prova deve ser calculada, Em geral, tanto as cargas fontes quanto a carga de prova estio em movimento, A solugo para este problema ¢ simplificada pelo prinefpio da superposigo, o qual diz que a interagio entre duas cargas ‘quaisquer no é modificada pela presenga de outras. Isso significa que para determinar a forga em Q, podemos primeiro calcular a forga Fy, devida apenas a qs (€ ignorar todas as outras). Em seguida, calculamos a forga F, devida apenas a qp: € assim sucessivamente, Por fim, tomamos a soma vetorial de todas essas forgas individuais: F = F, + Fy +3 +... Assim, se pudermos encontrar a forga em @ devida a uma znica carga g, teremos, em principio, terminado (0 restant questio de repetir a mesma operagio varias vezes e depois somar tudo).! Bem, em prinefpio isso parece muito fécil: por que no posso apenas eserever a férmula para a forga em Q devida a g € pronto? Eu poderia, e no Capitulo 10 € 0 que fatei, mas voce ficaria assustado vendo isso neste momento, porque a forga em Q niio $6 depende da distancia » que separa as cargas (Figura 2.2), como também depende da velocidade e da aceleragao de q. Além disso, ndo & a posiglo, velocidade e acelerago de q que importam agora: as ‘noticias’ eletromagnéticas viajam a velocidade da luz e, portanto, o que importa para Q & a posigdo, velocidade e aceleragio que q finha em algum momento anterior, quando a mensagem foi enviada. Portanto, apesar do fato de que a questdo bésica ("Qual é a forga incidente em @ devida a q?") € facil de ser determinada, ‘um confronto diteto no compensa. Em vez disso, vamos abordé-la por etapas. Nesse meio-tempo, a teoria que iremos desenvolver vai permitir a solugdo de problemas eletromagnéticos mais sutis que no se apresentam em um formato assim io simples. Inicialmente vamos considerar 0 caso especial da eletrostética no qual todas as cargas fontes sao estaciondrias Cembora a carga de prova possa estar em movimento), apenas uma. . 0 ae at o . “4 a Cargas fonts" Carga ‘de prova’ fF Figura 2.1 ra 22 1.0 principio da superposigo pode parecer “ébvio™ para vos, mas ele no tm: necessramente que sero simples: se frga propoeional a quadrado da carga fone total, por exemplo, principio da superposigio nto se aplicara, que (91 ‘ruzados' considera. A superposigio no & uma neceanidae igi, mas unt ato experimental lecoragndica fs Ft tal tavern termes Capitulo? Eletostética 43 2.1.2 Lei de Coulomb Qual éa forga incidente em uma carga de prova Q devida a uma inica carga pontual g que esté em repouso a uma distancia +27 A resposta (com base na experimentagio) € dada pela lei de Coulomb: 2) ‘A constante ey & chamada de permissividade do espago livre. Em unidades SI, com forga em newtons (N), distancia em metros (m) € carga em coulombs (C), 9 = 8,85 107 Em palavras, a forga é proporcional 20 produto das cargas ¢ & inversamente proporcional ao quadrado da distincia de separagiio. Como sempre (Segio 1.1.4), 6 0 vetor separacdo entre r' (a localizagao de q) r (a localizagao de Qy: 22) ++ €a sua magnitude e4 € a sua diregao. A forga aponta ao longo da linha que vai de q até Q; ela sera repulsiva se qe Q tiverem ‘o-mesmo sinal, ¢atratva se seus sinais forem opostos. A lei de Coulomb e o principio da superposi¢do so os ingredientes fisicos da eletrostitica — 0 restante, exceto por ‘algumas propriedades especiais da matéria, &a elaborago matemética dessas regras fundamentais. Problema 2.1 (a) Doze cargas iguais, 4, esti localizadas nos cantos de um poligono regular de (2 ladas (por exemplo, em cada _nimero do mostrador de um rel6gio). Qual éa forga liquida sobre uma carga de prova Q no centro? (b) Suponhia que uma das 12 cargas seja removidsa (a que esté em “6 horas’). Qual sera frga sobre Q? Explique cuidadosamente 0 ‘seu raciocio. {c) Agora sto 13 cargasiguais, ¢,colocadas nos cantos de um poligono regular de 13 lados. Qual &aforga sobre a carga de prova Q no centro? (2 Se uma das 13 cargas for removida, qual sera forga sobre Q? Expligue o seu racioenio, 2.1.3 O campo elétrico Se tivermos varias cargas pontuais q1,q2,---,das 88 distincias 21,29,...,2 de Q, a forga total sobre @ sera, evidente- mente F = FitFt =a (Sea Boone ) “a _ 2 (ah asks = Feo at ie ou F=08, 3) onde (24) E é chamado de eampo elétrico das cargas fontes. Observe que ele é uma funglo da posigio (r), porque os vetores de separaglo 4; dependei da localizagao do ponto de observagao P (Figura 2.3), Mas ele nio faz.qualquer referéncia & carga de prova Q. O campo elétrico é uma quantidade vetorial que varia de um ponto a outro e que é determinada pela configuragio das cargas fontes; em termos fisicos, E(r) & a forga por unidade de carga que seria exercida sobre uma carga de prova que fosse colocada em P. Oque é, exatamente, um campo elétrico? Comecei, deiberadamente, com o que se pode chamar de interpretagio ‘minima’ de E, como passo intermedisrio no célculo das forgas elétricas. Mas recomendo que pense no campo como uma entidade 44° Eletrodinimica Ponto fonte p Ponto de abservagio Figura 2.3, a “real” que preenche o espago em torno de qualquer carga elétrica, © proprio Maxwell chegou a acreditar que campos elétricos e magnéticos representavam tensdes € deformagGes em um ‘éter" invisivel primordial, semelhante a uma geleia. A. relatividade especial nos forgou a abandonar a ideia de éter e, com ela, a interpretacdo mecéinica de Maxwell sobre os campos, eletromagnéticos. (E até possivel, embora excessivamente trabalhoso, formular a eletrodinamica clissica como uma teoria de ‘agio a distancia’ e dispensar, totalmente, a nogdo de campo.) N3o posso, portanto, dizer o que & um campo, mas apenas como calculd-lo e 0 que ele pode fazer por voce uma ver.que vo’ o calculou, Problema 2.2 (a) Encontce o campo elétrico (magnitude, diregio e sentido) a uma distincia > acima do ponto central entre duas carga iguas,g, que esto separadas por uma distincia d (Figura 2.4), Verifique seo resultado € coerente como que se espera quando 23a. (b) Repita a parte (a), s6 que desta vez faga a carga do lado direito igual a ~q em ver.de +4. p q did | dq Figura 2.4 2.1.4 Dist Nossa definigdo do campo elétrico (Equagao 2.4) assume que a fonte do campo é uma série de cargas pontuais discretas, dy. Se, em vez disso, a carga for distribuida continuamente sobre uma determinada regio, a soma torna-se uma integral (Figura 2.5a): ices continuas de carga 1 1. BO =, | pele 2s) ‘Se a carga se espalhar ao longo de uma linha (Figura 2.5b) com carga-por-unidade-de-comprimento A, entio dy = Ad" {onde dl’ é um elemento de comprimento ao longo da linha). Se a carga for espalhada sobre uma superficie (Figura 2.5c), dg al’ (2) Distribuigio continua (6) Linha de carga, 2 (6) Cargo superficial, « (4) Carga volumética, p Figura 25 Capitulo 2 Eletostitica 48 ‘com carga-por-unidade-de-drea 7, entio dq = c-da’ (onde da’ é um elemento de drea da superficie) B, se a carga preencher um volume (Figura 2.54), com carga-por-unidade-de-volume p, entdo dq = pdr! (onde dr! é um elemento de volume) dq dal! ~ oda! ~ par’ Entio, o campo elétrico de uma distribuigao linear de carga é LPN) gy E(r) ay [AP 26) b ‘ode uma distribuigdo superficial de carga é L fot’) gay Er) all Madd en 5 ©0 de uma distribuigao volumétrica de carga Lf pr’) Br) =e [sae 8) > A pripria Equagio 2.8 € frequentemente chamada de ‘lei de Coulomb’, porque esté tio préxima da original (2.1), € porque a distribuigdo volumétrica de carga €, em certo sentido, o caso mais geral e realista, Por favor, observe atentamente 0 significado de » nessas f6rmulas. Originalmente, na Equagio 2.4, a; signiticava o vetor entre a carge fonte q, @ 0 ponto de observagio r. Correspondenterente, nas equagdes 2.5-2.8, 2 € 0 vetor entre dy (portanto, de dl, da!, ov dz’) e © ponto de observagao r? Exemplo 2.1 Encore o campo elésco que eta uma csc : acima do pont central de um segment de inha ret com comprinento 22, ‘que tem uma densidade linear de carga uniforme A (Figura 2.6), Sogn: € aconselvel cata a lth em pres coocaossmetzamente (em +2) ue asim os components haionas dot dois eas se cancel camo aide estat do par 6 os a =; (M2) cos Aqui cos@ = 2/2,2 = V2 +2, ¢ x vai dea L: BS re be res La Fra wWete ‘eaponta na direglo Cpe Figura 2.6 2 Cuidado: 0 vetor unit & nao & constant; sua deydo depend do ponto fone’, porta, cle ndo pode se reiado das iterais 25-28, Na pritica, voc€ deve abalhar com components cartesianas (2, $8 sdo constants ¢ sam da integral), mesmo que use coordenadascurilineas para realizar integra, 46 Eletrosinamica Para pontosdistantes da linha (= >> L.), este resultado assume uma forma mais simples: 12M * Tra = ‘© que faz sentido: de long, a linha “parece’ uma carga pontual q = 2.2, de forma que o campo se reduz a0 de uma carga pontual 4g/(areq2?). No limite L — 2c, por outro lado, obtemos 0 campo de um fio reto infinite: 12 ara cn, mas genericamene, 12 ee, 29) onde s éadistincia do fo, Problema 2.3 Encontre o campo elétrico a uma distincia = acima de uma das extremidades de um segmento de linha reta F.(Fi- _gura 2.7) ¢ que tem uma dstribuigio finear de carga uniforme, de densidade A. Verifique se a sua formula & coerente com o que seria de se esperar para 0 aso de 2 > E. Problema 2.4 Encontre 0 campo elétrico uma distincia » scima do centro de uma espira quadada (ado a) que tem uma densidade linear de carga uniforme A (Figura 2.8) [Dica: use 0 resultado do Exemplo 2.1.) Problema 2.5 Enconire o campo elérico a uma distincia > acima do centro de uma espita circular de raio r (Figura 2.9), que tem uma densidade linear de carga uniforme 2, Problema 2.6 Encontre o campo elérico a uma distincia = acima do centro de um disco circular plano de raio (Figura 2.10), que tem uma densidade superficial de carga uniforme o. O que a sua formula revelano limite F. —> oo? Verifique também 0 caso 2 > R. Problema 2.7 Encontro campo eltrco a uma distincia z do centro de uma superficie esférica de raio R (Figura 2.11), que tem uma distribuigo superficial de carga elética de densidade uniforme o. Aborde caso z < R (interno), bem como z > F (extemo). Expresse suas respostas em termos da carga total qna esfera. [Dica: use a lei dos cossenos para escrever 3 em termos de Fe 8. Cettfigue-se de escoer a raz quadrada positva: VRE + 22 = 2Rz = (R— 2) se R> z,masé (2 — R)se R <2] Problema 2.8 Use o resultado obtido no Problema 2.7 para encontrar os campos interno e externo de uma esfera de rao que tem uma distibuigo volumétrica de carga com densidad p. Expresse sua resposta em termos de carga total da esfera, q. Desene umn _sréfico de |B como Fungo da distincia a partir do centro. ? r r ——I eet Fgura 27 Fgura 28 Figura 29 RATS Figura 2.10 Figura 2.11 Capito? Elevostética 47 2.2 Divergente e rotacional de campos eletrostaticos 2.2.1 Linhas de campo, fluxo e lei de Gauss Em principio, conctuimos o assunto da eletrostatica, A Equacio 2.8 nos mostra como calcular 0 campo de uma distribuigio de carga, e a Equagao 2.3 nos diz qual serd a forga sobre uma carga @ colocada nesse campo. Infelizmente, como vocé pode ter descoberto resolvendo o Problema 2.7, as integrais envolvidas no eétculo de E podem ser complicadas, até mesmo para distribuigdes de carga razoavelmente simples. Boa parte do restante da eletrostética se dedica a encontrar um conjunto de ferramentas € truques para evitar essas integrais. Tudo comega com o divergente ¢ o rotacional de E. Caleularemos o divergente de E diretamente a partir da Equagio 2.8, na Seco 2.2.2, mas primeira mostraremos uma abordagem intuitiva mais qualitativa etalvez mais esclarecedora, ‘Comecemios com 0 caso mais simples possivel: uma in carga pontual g, localizada na origem: Lgq pir) - 14, = Te 2.10) Para ter uma ideia desse campo, posso esbogar alguns vetores representativos, como na Figura 2.122. Como 0 campo ddiminui como 1/r2, os vetores ficam mais curtos & medida que vocé se afasta da origem: eles sempre apontam radialmente ara fora. Mas ha uma maneira mais agradavel de representar esse campo, que & conectando as setas para formar linhas de campo (Figura 2.12b). Vocé pode pensar que, assim, joguei fora a informagao sobre a intensidade do campo que estava ccontida no comprimento das setas. Mas na realidade, nao, A magnitude do campo é indicada pela densidade das linhas de ‘campo: ele é mais forte perto do centro, onde as linhas de campo estdo mais préximas umas das outras, enfraquecendo-se com a distancia, quando elas ficam mais separadas. Na verdade, o diagrama de linhas de campo engan densidad das lina que passam através de um cfnculo de raio r é quando € desenhado em uma superficie bidimensional, j4 que a niimero total dividido pela circunferéneia (n/2rr), qu proporcional a (1/r), eno a (1/2). Mas se vocé imagina o modelo em trés dimens6es (uma almofada com alfinetes enfados «em todas as diregdes),entdio a densidade das linha a(1/r?). Esses diagramas também sao convenientes para representar campos mais complicados. E claro que o niimero de inhas que voe8 desenha depende da sua disposigao (e do quiio bem apontado seu lapis esta), embora vocé deva incluir inhas suficientes, para ter uma percepgio precisa do campo. E vooé deve ser coerente: se a carga q tem 8 linhas, entdo 2q tem de ter 16, las cdever ter um espagamento equilibrado, pois emanam de uma carga pontual simetricamente em todas as diregdes. AS linhas de ‘campo comegam em cargas positivas e ferminam em cargas negativas. Elas ndo podem simplesmente terminar em um ponto qualquer no espago, embora possam se estender a0 infinito. Além disso, as linhas de campo nunca se cruzam — em uma interseegio, 0 campo teria duas diregdes diferentes ao mesmo fempo! Com tudo isso em mente, fica féeil desenhar o campo «de qualquer configuragao simples de cargas pontuais: comece desenhando as linhas nas proximidades de cada carga ¢ depois as conecte ou estenda ao infinit (figuras 2.13 € 2.14) Neste modelo o fluxo de B através ce uma superficie S, ero de linhas de campo’ que passam através de S, Isto foi colocado entre aspas, porque é claro que 6 podemos desenhar uma amosira representativa das linha de campo — o nimero ‘oul seria infnito. Mas para uma dada taxa de amostragem, 0 uxo é proporcional ao niimero de linkas desenhadas, porque a intensidade do campo, lembre-se, é © mtimero total dividido pela érea da esfera (n/4rr2), que é proporcional uma medida do ‘niin ) Figura 2.12 48 Eletrodinimica Cargas iguais, porém opostas Cargas iguais Figura 2.13, Figura 2.14 Proporcional densidade das linhas de campo (o nero por unidade de rea), e, portanto, E- da € proporcional a0 nimero de linkas que passam através da dea infinitesimal da. (O produto escalar seleciona a componente de da ao longo da diregao de E, como indicado na Figura 2.15. E somente a érea no plano perpendicular a E que temios em mente quando dizemos. que 4 densidade das linhas de campo é 0 niimero por unidade de sea.) Isto sugere que o fluxo através de qualquer superficie echada & uma medida da carga total no seu interior. Iso porque as linhas de campo que se originam em uma carga positiva devem passr através da supericie ou terminar em uma carga negative no interior da superficie (Figura 2.16a). Por outro lado, umn carga externa & superficie nfo contebuirs para o fuxo total, ja ue suas linhas de campo entram por um lado e stem pelo outro (Figura 2.16b). Essa & a esséncia da lel de Gauss, Agora, ‘vamos toré-la quantiatva No caso de uma carga pontual ¢ na origem, o luxo de E. através de uma esfera de raior & fre (aa(h Observe que o raio da esfera se cancela, pois enquanto a drea de superficie aumenta como r2, 0 campo diminui como 1/,e, portanto, 0 produto é constante. Em termos das linhas de campo, isso faz sentido, jé que o mesmo ntimero de linhas de campo atravessa qualquer esfera centrada na origem, seja qual foro seu tamanho. Inclusive, no teria de ser uma esfera — qualquer superficie fechada, seja qual for a sua forma, interceptaria o mesmo nimero de linhas de campo. Evidentemente,o fluso através de qualquer superficie que contenha a carga é q/é,, Agora, suponha que em vez de uma dinica carga na origem, temos uma porgdo de cargas espalhadas em tomo da origem. Segundo o principio da superposiglo, o campo total &a soma (vetoral) de todos os campos individ Hf fluxo através de uma superticie que contém todas elas ¢, en fora -Z (fea) -E() Figura 2.15, Figura 2.16 (sen 0.d9dé#) = 4 a. (2.12) 4 (b Captulo 2 Eletwostética 49 Para qualquer superficie fechada, entao, Beda = +Qux, 2.13) © & onde Qese € a carga total encerrada pela superficie. Esta é a forma quantitativa da lei de Gauss. Embora ela nio contenha qualquer informagio que ja nao estivesse presente na lei de Coulomb ¢ no prinefpio da superposigao, tem um poder quase ‘mAgico como vocé vers na Segdo 2.2.3, Observe que o piv6 de tudo isso € o caréter 1/r? da lei de Coulomb: sem isso, 0 cancelamento crucial dos r na Equagio 2.12 nio aconteceria e 0 fluxo total de E dependeria da superficie escolhida, e no apenas da carga total no interior. Outras forgas que dependem de 1/+2 (estou pensando particularmente na lei da gravitagio universal de Newton) obedecerio suas propria ‘leis de Gauss” e as aplicagdes que desenvolvermos aqui podem ser adotadas diretamente, ‘Tal como é, a lei de Gauss & uma equagao integral, mas podemos prontamente transformé-la em uma equagao diferencial aplicandoo teorema do divergent: j E-da= fi (V-Bjdr. 3 ‘ Reescrevendo Qey: em termos da densidade de carga p, temos oc fet ¥ fv Ber {(2) ar. E-como isso é verdadeiro para qualquer volume, os integrandos dever ser iguais: Portanto, a lei de Gauss torna-se (2.14) ‘A Equagio 2.14 traz a mesma mensagem que a Equacdo 2.13; € alei de Gauss na forma diferencial. A versio diferencial ¢ mais ajitada, mas a forma integral tem a vantagem de acomodar cargas pontuais, distribuigies lineares e superficiais com ‘mais naturalidade, Problema 2.9 Suponha que o campo elétrico em uma determinada regio € dado por E ‘constant, (a) Encontre a densidade de carga de p. “, em eoordenadas eséricas (& € uma (b) Encontre a carga total contida em uma esfera de rio R, centrada na origem. (Faga de duas formas diferentes.) Problema 2.10 Una carga q fica no vétie traseiro de um cubo, como mostra a Figura 2.17. Qual é 0 flaso de B através da fice sombreada? Figura 2.17 380 Eletosindmica 2.2.2 O divergente de E Agora vamos voltarecalcular o divergente de E diretamente da Equagio 2.8: Be) = / Sole!)ar. 2.15) once (Originalmente, a integracio seria sobre o volume ocupado pela carga, mas posso muito bem estendé-la para todo o espago, 4 que, de qualquer forma p = 0 na regio exterior.) Observando que a dependéncia em r esti contida em = x ~ r’, temos 1 4) nae veoz |v (3) neva Este & exatamente 0 divergente que calculamos na Equagao |. 100: v (5) = 4n5%(0). Assim, 1 lear! = 2 VeEn= [80 Phot ya anlth (2.16) ‘que 6 a lei de Gauss na forma diferencial (2.14). Para voltar & forma integral (2.13), aplicamos o argomento anterior a0 contrério — integrando sobre um volume ¢ aplicando 0 teorema do divergente: fv Bar= fe dam 2 f pdr = Z % “ » 5 > 2.2.3 Aplicagbes da lei de Gauss E preciso intertomper o desenvolvimento te6rico neste ponto para mostrar 0 extraordingrio poder da lei de Gauss, na forma integral. Quando a simetria o permite, ela ofetece de Jonge a maneira mais ripidae fécil de calcular campos elétricos.. método serd ilustrado através de uma série de exemplos. Exemplo 2.2 Encontre o campo externo a uma esferas6lida uniformemente carregada de raio Fe carga total q Solugiio: desenhe uma superficie esférica com raio r > R (Figura 2.18); no nosso meio, esta &a chamada ‘superficie gaussiana’, A lei de Gauss diz que, para essa supeicie (como para qualquer outra) Capitulo? Eleostaties ST € Qene = 4. A primeira vista isso no parece nos levar muito Tonge porque a quantidade que queremos (B) estéenterrada dentro da integral de superficie. Por sorte, a simetria nos permite extrair E da integral: E certamente aponta radialmente para fora,’ assim como da, portant posemos eliminar 0 produto esealar, [rus [Pi s © a magnitude de B € constante sobre a supesticie gaussiana, de forma que ela sai da integral: itim= wf do= IB 4nr? Assim : (Blan? = 2, “ 4. Trai? Observe uma caracteristca deste resultado que € digna de nota: o campo externo a esfera 6 exatamente o mesmo que teriamos se toda a carga estivesse concentrada no centro A Tei de Gauss & sempre vilida, mas nem sempre € stl. Se p nfo fosse uniforme (ou, de qualquer forma, se no fosse esfericamente simétrico), ou se eu tivesse escolhido qualquer outra forma para a minha superficie gaussiana, ainda seria verdadeiro que o fluxo de € (1/¢o)q, mas eu no teria certeza de que E estaria na mesma dirego que da e que ele teria ‘magnitude constante sobre a superficie, E sem isso, ew nao poderia retirar |E| da integral. A simetvia é crucial para esta aplicagio da lei de Gauss. Até onde sei, hi apenas trés tipos de simetria que funcionam: 1. Simetria esférica. Faca a sua superficie gaussiana uma esfera concentric. Simetriacilindrica. Faga a sua superficie gaussiana um cilindro coaxial (Figura 2.19). 3. Simerria plana, Use uma supesticie gaussiana na forma de ‘caixa de pilulas? ancorada na superficie plana (Figura 2.20) Embora (2) ¢ (3) requeiram cilindros infinitamente longos e planos que se estendem ao infinito em todas as diregdes, ‘vamos usé-las frequentemente a fim de obter respostas aproximadas para cilindros ‘longos’ ou superficies planas ‘grandes’ em pontos distantes das bordas. Superficie gaussiana na forma de ‘caixa de pilus’ Superfice gaussiana Figura 2.19 Figura 2.20 Exemplo 23 ‘Um cilindro longo (Figura 2.21) tem una densidade de carga que é proporcional distincia ao eixo: p= kes, sendo k umna constant, Encontre o campo elético no interior desse cilndro, 3. Se vor davida que radial, consider a altemativa. Suponha, igames, que ele apnts para leste no “equadr’. Mas orienta do equa é perfetamente arbritia — aqui neda et grand poranto no hi eixo natural ‘novel’ — qualquer axgumento que queira demonstar gue E aponta ara o lest pveria também ser usido para mostrar que ele aponta para 0 oeste para o note, ou para qualquer outa drei, A dnica diego wnivoca fem uma esera € radial. 52 Eletiodinamica Superficie gaussiana Figura 2.21 Solugio: desentte um cilindro gaussiano de comprimento fe raio s. Para essa superficie, a lei de Gauss diz que fPrde= Lea Qere = [ours Jove ds! ddz) = an f° sds! (Usei o elemento de volume adequado a coordenadas cilndticas, Equaglo 1.78, integrei @ de 0 a 2r, dz de Qa. Cologuei uma Tinha na varivel de integragio s', para distingu-ta do raio s da superficie gaussiana,) ‘A carga encerrada & Sakis? Agora, a simetra dita que E deve apontarradialmente para fora, de forma que para a porgio curva do cilindro gaussiano temos: [e-da= foeléa= 16) f do= (Bart ‘enquanto a contribuigéo das bases do cilindro &nula (aqui E ¢ perpendicular a da). Assim, ils, ou, finalmente, 1 425 ahs Exemplo 2.4 ‘Um plano infinito rem uma densidade superticial de carga uniforme ¢. Encontre seu campo elétrco, Solugio: desenhe uma superticie gaussiana na forma de ‘caixa de pill (Figura 2.22), Aplique a lei de Gauss para esta supeticie: fro te= 20. deixando distancias iguais acima ¢ abaixo do plano Neste ca80, Qenc = 0A, onde A € a drea da tampa da caixa de pilulas. Por simetria, B aponta para fora do plano (para cima nos Pontos acima e para baixo nos pontos abaixo). Assim, as supertcies superior e inferior resultam em [e-te= 2a, Figura 2.22 Capitulo 2 Eletrostitica 53 enquanto a contribuigdo dos lado é nua, Assim, 2Alp|= 20a, B=2a 2, in em ic mer tro qv aon par fora da superficie, No Problema 26, voc obtee ese mein reside, través de um mmétodo muito mas trabalhoso. Pace surpreendente, de inicio, que o campo de um plano infito sejaindependente da dstenca a que voc’ esté dele, © que {coniece com 01/7? da ei de Coulomb? Bema questo € que quant mais voc se afasta do plano nai carga entra no seu ‘campo ‘iso’ (ume forma cénica que se estnde a partir do seu elo), isso compensa a infvecia cada ea en de caida pedago Sean yO cape elérico de una etera diminui como 1/r?; 0 campo elérco de uma linha iniita dino ergo /r5 €0.campo lético de um plano infinito ndo diminui Emborso uso dreo da lei de Gauss para calular campos eltriosestja limitado aos casos de simetria estérica,cilindrica Podemos montar combinagdes de objetos que tém essa simetra, mesmo que 0 conjunto, cme on todo, nao seja » Pot exemplo, recortend ao prinepio de superposigao, podemos encontrar 0 campo nas proximidades de dois b Fagaum srilico 4e |B como fungio der 54° Eletrodinémica Figura 2.25 Problema 2.16 Um cabo coaxial longo (Figura 2.26) possui uma densidade volumeétrica de carga uniforme p no cilindro interno (Gaioa), € uma densidade superficial de carga uiforme na case externa do ciindro (rio b). Essa carga superficial é negativa¢ de ragnitede exata para que o cabo, como um todo, sjaeleticamente neutro. Enconte o campo eltrico em cada uma das rs regides {iy dentro do clindro intern (s < a), i) ene 0s dois ciindros (a. < s 8). Faga um gxéfico de || como Fungo des. Problema 2.17 Uma placa plana infnita, de espessura 2d, possui uma densidade volumétriea de carga uniforme p (Figura 2.27) Encontre 0 carp elético, como fungio de y, onde y = 0 no centro. Faga um grfica de E versus y, chamando E de positive quando apontar na ditesio +y e de negativo quando apontar na dre0 —y. © Problema 2.18 Duas esferas, cada uma com raio Fe com distribuigSes volumétricas de carga de densidades uniformes +p ¢ ~P. respectivamente, esto posicionadas de forma que se sobrepdem parcialmente (Figura 2.28). Chame o vetr do centro postivo a0 ‘onto negativo de d. Mostre que 0 campo na regio de sobreposigdo & constante e eneontre sou valor. [Dica: use « resposta do Problema 2.12.) Figura 2.26, Figura 2.27 Figura 2.28 2.2.4 O rotacional de E Caloutaremos 0 rotacional de E, como calculamos o divergente na Sega 2.2.1, estudando primeiro a configuragio mais simples possvel: uma carga pontual na origem. Neste caso 1 n-4 re Agora, uma espiada na Figura 2.12 deve convencé-o de que 0 rotacional deste campo tem de ser zero, mas suponho que podemos propor algo um pouco mais rigoroso que iss0, Vatnos calular a integral de Tina deste eampo, a partir de urn ponto a até um outro ponto b (Figura 2.29): [ea nfdd d, portant Em coordenadas esféricas, dl = dr# +rd96 + rs La Bdl= Ter Capitulo? Eletostética $5 Consequentemente, 2) @.18) onde r, € a distancia da origem ao ponto a ¢ ry é a disténcia da origem até b. A integral em tomo de um caminho fechado €, evidentemente, zero (porque, entio, re =r) f E-dl=0, 2.19) ec entio, aplicando o teorema de Stokes, (220) Aqui, provamos as equagées 2.19 e 2.20 apenas para o campo de uma tnica carga pontual na origem, mas estes resultados nao fazem referéncia ao que, afinal de contas, € uma escotha perfeitamente arbitria de coordenadas; eles continuam valendo independentemente de onde a carga esté localizada, Aléin do mais, se tivermos muitas cargas, o prinefpio da superposigio diz, que 0 campo total é a soma vetorial dos campos individuais: E=E,+E;+ entio VxE=Vx(Bit +.) =(V XE) +(V x Bx) +...=0. Assim, as equagies 2.19 2.20 valem para qualquer que seja a distribuigdo de carga estatia. Problema 2.19 Calcule V x E diretamente a partir da Equagio 2.8, pelo método da Segio 2.2.2. Consulte 0 Problema 1.62 se tiver difculdade. 2.3 Potencial elétrico 23.1 Introdugio ao potencial O campo elétrico E nao é uma fungao vetorial qualquer; ele & um tipo de fungao vetorial especial, cujo rotacional é sempre zero. E = yk, por exemplo, no poderia de forma alguma ser um campo eletrostético; nenhum conjunto de cargas, sejam ‘quais forem seus tamanhos e posig&es, poderia produzir um campo assim, Nesta segao, vamos explorar esta propriedade especial dos campos elétricos, para reduzir um problema vetorial (encontrar E) a um problema escalat, bem mais simples, O primeiro teorema da Seeio 1.6.2 diz que qualquer vetor cujo rotacional é zero & igual ao gradiente de algum escalar. O que faremos agora consiste em uma prova dessa alegago, no contexto da eletrostitia. Como V x E = 0, a integral de linha de E em torno de qualquer caminko fechado é nul (isso decorre do teorema de Stokes). Como f B-cl = 0, a integral de linha de E do ponto a a0 ponto b é a mesma para todos os caminhos (caso contréio 56 Eletrodinémica seria possivel ir pelo percurso (i) ¢ voltr pelo caminho (i) — Figura 2.30 — obtendo § E-dl 4 0). Como a integral de linha 6 independente do caminho, podemos definir uma fungi + ver) fe al 221) Aqui © € algum ponto de referéncia padrdo o qual acordamos previamente; Venti, depende somente do ponto r. Ele é chamado de potencialelétrico. Evidentemente, a diferenca entre dois pontos a e bé V(b)-V(a) = -pe asf a b o ~ [ea [e-a=- lo fs Agora, 0 teorema fundamental para os gradientes diz que (222) V(b) Vea) fw a, fv- -- fea. Finalmente, como isto é verdade para quaisquer pontos a e b, os integrandos devem ser iguais: B=-vV (2.23) ‘A Equacio 2.23 &a versio diferencial da Equagio 2.21; ela diz que o campo elétrico ¢ 0 gradiente de um potencial escalar, ue € 0 que nos propusemos a provar. Observe o papel sui, porém crucial, da independéncia dos caminhos (ou, de forma equivalente, o fato de que V x B = 0) neste argumento, Se a integral de linha de Ey depeadesse do caminho, entao a ‘definigao’ de V, na Equagao 2.21, seria sem sentido. Ela simplesmente ni definiria uma fungao, ja que a alteragao do caminho alterariao valor de V(x). Alids, nao deine que. sinal de menos da Equagio 2.23 o distraia; ele vem da Equacdo 2.21 e € sobretudo uma questio de convengao. entaio Wy ) Figura 230 Problema 2.20 Uma destasexpressdes € um campo eletosttico impossvel. Qual delas? EX Keys + 2929 + S029; (B= ky? & + (2ry + 29) 9+ 2y2d ‘Aqui 6 uma constante com as unidades adequas. Para o campo possvel, enconte 0 potencal usando a origem como seu ponte de referencia, Verfique suas respostas calculando WV. [Dica: vocé deve escolher um camino especifico para a integragio, Nao importa qual é esse caminho,jé que a resposta ¢ independent do caminho escolhido, mas simplesment 0 se pode integrar sem tet ‘um camino particular em mente] ‘Para eitar qualquer ambiguiade, aver eu devessecolocar uma inna varivel de integra: ve.=- fee a lo ‘Mas isoform a notagaotabalhosa eprefiro, sempre que possve, reservar as linha pra os onto fonts. Noentant, quando calewarmos explicit ‘mente esis intgras (como no Exemplo 2.6), colecarei a inhas. Capitulo? Eletrostética $7 23.2. Comentarios sobre o potencial (0) O nome. A palavra ‘potencial’ ¢ uma designagao incorreta terivel porque ela inevitavelmente lembra energia potencial |sso pode gerar confusio, uma vez que existe uma ligagao entre “potencial’e ‘energia potencial’, como vocé vers na Segio 2.4. ‘Lament que seja impossivel evita essa palavra. O maximo que posso fazer € insist, de uma vez por todas, que ‘potencial” « ‘energia potencia!”sio termos completamente diferentes e que deveriam, com toda justig, ter nomes diferentes, Diga-se de passagem, uma superficie sobre a qual o potencial é constante é chamada de equipotencial (i) Vantagem da formulagio do potencial. Se Vé conhecido, vocé pode facilmente obter E— basta calcular o gradient: E = —VV. Isso é extraordinério quando se comeca a pensar no assunto, ji que E é uma quantidade verorial (com tres componentes), enquanto V é um escalar (uma componente). Como é possivel que uma fungi contenha todas as informagées de trésfungdes independentes? A resposta € que os trés componentes de E nio sio, na realidade, tio independentes quanto Parecem., Na realidade eles estio explicitamente inte-relacionados pela pr6pria condigdo com a qual comegamos, W x E = 0 Em termos de componentes, OB, _ ab, dz Or 1ss0 nos leva de volta & observagdo no inicio da Seg 2.3.1: E é um vetor de um tipo muito especial, O que a formula do potencial faz € explorar essa caracteristica para extrair o méximo de vantagem, reduzindo um problema vetorial a um problema escalar, no qual no hd necessidade de se preocupar com componentes. (ii) 0 ponto de referéncia ©. Existe uma ambiguidade intrfnseca na definiglo de potencial, é que a escolha do ponto de referéncia O foi arbitriria, Mudar os pontos de eferéncia corresponde a acrescentar uma constante Kao potencial : © Vin)= fe al [ Ed fe @=K+VQ), lv ow lo onde € a integral de linha de E entre 0 antigo ponto de referéncia O e o novo ©’. B claro que actescentar a constante a V" nio iréafetara diferenca de potencial entre dois pontos: V(b) — V"(a) = V(b) ~ Via), OB, oy ‘if. que os K se cancelarm, (Na realidade,jé ficou claro partir da Equago 2.22 que a diferenga potencial é independente de (©, uma vez que ela pode ser escrita como a integral de linha de B entre a e b, sem referéncia a 0.) Ea ambiguidade também nao afeta o gradiente de V: vv! =v, ji que a derivada de uma constante é zero. E por isso que todos esses V, que diferem apenas na escolha do ponto de referéncia, correspondem ao mesmo eampo B. evidente que o potencial como tal nfo tem qualquer significado fisico, j4 que em qualquer ponto dado podemos ajustar seu valor a vontade tealocando adequadamente O, Nesse sentido, ele é semelhante & altitude: se eu Ihe perguntar qual a altitude de Denver, vooé provavelmente ir me responder a altura acima do nfvel do mat, porque é um ponto de referéncia conveniente¢ tradicional. Mas podemos muito bem concordar em medir a altitude acima de Washington D.C., de Greenwich, ou do que for. Isso acrescentaria (ou, melhor, subtraitia) uma quantia fixa de todas as nossas leituras referentes ao nivel do Mar, mas ndo alteraria nada no mundo real. A tinica quantidade de interesse intrinseco & a diferenca em altitude entre dois pontos ¢ essa serd a mesma, seja qual for o ponto de referéncia, Dito isso, no entanto, existe um ponto ‘natural’ a ser usado para © em eletrostitica — de forma andloga a0 nivel do ‘mar para a altitude — e & um ponto infnitamente distante da carga. Normalmente, entéo, ‘ajustamos 0 zero do potencial no infinito.. (Como V(O) = 0, escolher um ponto de referéncia equivale a selecionar um lugar onde V deve set zero.) Mas devo alerti-to de que hi uma situagdo especial em que esta convengio falha: quando a propria distribuigao da carga se casos, € que o potencial explode. Por exemplo, o campo de um plano ‘omo constatamos no Exemplo 2.4; e inocentemente colocarmos © = 00, 0 ay?) A solugio ¢ simplesmente escolher algum outro ponto de referéncia (neste problema, vocé deve usar a origem). Observe ue a dificuldade ocorre somente nos problemas de livros-texto;na ‘vida real’ ni existe distribuigdo de carga que se estenda indefinidamentee sempre podemos usar o infinito como ponto de referéncia, (09) potencial obedece ao principio da superposigao. O principio original da superposigdo na eletrodindmmicaaplica-se 3 forga sobre uma carga de prova Q. Ele diz que forga total que age sobre @ & a soma vetorial das forgasatribufdas is cargas fontes individualmente: =Fitht 58 Eletrodinamica Dividindo tudo por Q, constatamos que 0 campo elétrico também obedece ao principio da superposigao: E=E,+E,+ Integrando a partir de um ponto de referéncia comum r, segue-se que o potencial também satisfaz esse princt VaVitVa+ Ou seja, 0 potencial em qualquer ponto é a soma dos potenciais produzidos por todas as cargas fontes separadamente, $6 que, desta vez, é uma soma ordindria, no uma vetorial, com a qual é muito mais fécil de trabalhar. (v) Unidades de potencial, Nas nossas unidades, a forga é medida em newton e a carga em coulomb; portanto, os campos elricos sAo medidos em newton por coulomb. Consequentemente, o potencial é medido em newton vezes metro por coulomb, ou joule por coulomb. Um joule por coulomb & 0 que se chama de volt Exemplo 26 Encontre 0 potencial dentro e fora de uma casca esfrica de raio # (Figura 2.31), que tem uma carga distibuida uniformemente na superficie. Cologue o ponto de referéncia no infnito, ‘Solugdo: a pati da lei de Gauss, 0 campo fora da casca é 1 * Fe onde q € a carga total na esfera. O campo dentro da esfera € nulo, Para pontos fora da esfera (r > Ri, vin=-fe a-2t [tay lo Greg J. 7? Para encontrar 0 potencial dentro da esfera (r- < 2), temos que diviir a integral em duas segies, usando em cada regio o campo «qe nea fr pertinent: aot tae [qa = Yom anf ar [oa = os Observe que 0 pencil no & malo dento da casea, embora 0 campo ose. V 6 uma constante nessa regio, com cate, de forma que VV = 0 —isso¢0 que interes. Em problemas deste ipo, vocé deve sempre considerar camo panto depart o ponte de referencia: aque o potecial ests “nado. Etentadorsupor qe se pode calculro potencial deur da esfer com base apenas 0 campo dentro da ester, mas 80 € also: 0 potencal dentro da esfra€senavel também ao que estéacontecendo fora dela. Se eu colocasse uma segunda cascauniformementecaregads com aio! > Ro potencialdento de Fs alterara, embora 0 campo contnuase nlo. lei de Gauss garante que a carga exterior a um determinado poto (ou sj, a um r min no prog un campo quid nese pont, desde que ela sea esercamente ou ciindicamentesimérca; mas essa regra no se aplica ao potenial quando © infnito€usado como pono de referencia Capitulo 2 Eletostaica $9 Problema 2.21 Encontro potencial dentro ¢ fora de uma esfera sida uniformemente catregada cujo raio€ Fe cuja carga total é q Use o infnito como ponto de teferéncia. Calculeo gradiente de V’ em cada regidoe verifique se ele fomnece o campo corteto. Esboce Vir). Problema 2.22 Encontre o potencial a uma distancia s de um fio eto infinitamente longo que possui uma densidade linear de carga uniforme A, Calcule o gradiente do potencial everifique se ele fomece o campo corto, Problema 2.23 Para a configuragao de carga do Problema 2.15, encontre o potencial no centro usa o infnito como seu ponto de referencia Problema 2.24 Para a configuragao do Problema 2.16, enconteadiferenga potencal entre um ponto no eixoe um onto no cid extemno, Observe que no é necesstio vinculr-se a um ponto de eferncia em particular se voce usar a Equagao 2.22 2.3.3. Equagdio de Poisson e equagio de Laplace ‘Constatamos na Segiio 2.3.1 que o campo elétrico pode ser escrito como o gradiente de um potencial escala B=-vV Surge a questio: como as equagdes fundamentais para E, vE=2£ © VxE=0, © ficam em termos de V? Bem, V-E = V-(-VV) = —V®V, portanto, exceto por aguele sinal de menos persistente, 0 divergente de E € 0 laplaciano de V. A lei de Gauss entdo diz que vv (2.24) « Essa expressiio € conhecida como equagao de Poisson. Nas regides onde niio hé carga, de forma que p = 0, a equagiio de Poisson se reduz 3 equagao de Laplace, vy (2.25) Exploraremos essas equagdes de forma mais completa no Capitulo 3, Isso & 0 que acontece com relagao a lei de Gauss. E quanto & lei do rotacional? Ela diz. que VxE=Vx(-VV) deve ser igual 1 zero. Mas isso nfo é uma condigio para V — o rotacional de um gradiente & sempre zero. Usamos, & claro, a lei do rotacional para mostrar que E pode ser expresso como o gradiente de um escalar, de forma que na tealidade no € surpreendente que isto funcione: V x E = 0 permite E = —VV; em toca, E = ~VV garante V x B = 0. Basta uma cequagio diferencial (a de Poisson) para determinar V, porque V & um escalar; para E precisamos de duas, o divergente € 0 rotacional 2.3.4 O potential de uma distribuicao de carga localizada Definimos Vem termos de E (Equago 2.21). Normalmente, no entanto, é E que estamos procurando (se Ej fosse conhecido, no haveria muito sentido em calcular V). A ideia é que pode ser mais fécil obter primeiro V e depois encontrar E calculando o gradiente. Tipicamente, entao, sabemos onde a carga esta (ou seja, conhecemos p), e queremos encontrar V. ‘A equagio de Poisson relaciona V e p, mas infelizmente & ‘no sentido errado’: ela nos daria p, se soubéssemos V, enquanto 4queremos V, conhecendo-se p. O que temos de fazer, entdo, & ‘inverter’ a equacao de Poisson. Esse & 0 objetivo desta segé ‘embora isso Sea feito por meios indiretos, comegando, como sempre, com uma carga pontual na origem, Colocando o ponto de referéncia no infinito, o potencial de uma carga pontual q na origem, é 60 Eletrodinamica (Aqui vocé vé a vantagem de usar o infinito como ponto de referéncia: ele mata o limite inferior da integral.) Observe © sinal de V; presumivelmente, o sinal convencional de menos na definicao de V (Equagao 2.21) foi escolhido precisamente para fazer com que o potencial de una carga positiva seja positivo. E til lembrar que regiées de carga positiva so ‘morros’ potenciais, regides de carga negativa sio ‘vales’ potenciais e que o campo elétrico aponta para a ‘descida’ do positivo para 0 negative, Em geral, o potencial de uma carga pontual q é vay=-—*4 (2.26) onde, como sempre, € a distincia entre a carga er (Figura 2.32), Recorrendo ao prinefpio da superposi «de um conjunto de cargas é 0, entdo, o potencial oh a Vin)= 2.27) ‘1, para uma distribuigdo continua, 2.28) vo) al 2.29) Esta € a equagdo que estavamos procurando e que nos diz. como calcular V quando p é conhecido; ela 6, por assim di *solugdo” para a equagio de Poisson, para uma distribuigo de carga localizada.® Quero convidé-lo a comparar a Equagao 2.29 com a férmula correspondente para o campo eléitico, em termos de p (Equagao 2.8): E(r) = [ Oe at trol + A questio principal a se observar que 0 incOmodo vetor unitério& no aparece agora, de forma que nao hé necessidade de se preocupar com componentes. A propdsito, os potenciais das distribuigdes linear e superficial de carga s30 wal + gal ‘Quero alerté-lo de que tudo nesta sego & baseado no pressuposto de que o ponto de referéncia esté no infinito, Isso no fica evidente na Equagio 2.29, mas lembre-se de que obtivemos essa equagio a partir do potencial de uma carga pontual na origem, (1/4ire5)(4/r), que € valida somente quando O = oo. Se vocé tentar aplicar essas férmulas a um daqueles problemas artificiais nos quais a prépria carga se estende ao infinito, a integral vai divergir. (2.30) ‘Exemplo 2.7 Encontre o potencial para uma casea esférica de raio R com distribuigdo uniforme de carga (Figura 2.33). yy Lf Lae vise gh fa 5. A Egquagio 2.29 um exemplo do tsorema de Hellz (Apéndice B), no contexte da close, onde rotacional E:&nuloe seu divergente& po Capitulo2 Elevostétca 61 Figura 2.33 ‘Vamos colocar ponto r no eixo = ¢ usar a lei dos cossenos para expressar 2 em termos do Angulo polar 8 a = 4 et aR cos ‘Um elemento de drea desta esfera € R sen 6a’ dé’, portanto 7 _ Re sen di! dg? MoV) = 6 | eee r= Ts ome = IRs sat |, Jae = 2c (LVR ER= aca) meee (Vie? TOR Vera) = Bho [VeEraR- VR] Neste ponto devemos tomar muito cuidado para usar a raz positiva, Para pontos exiemos desfera,z € maior do que Re, portato, JR — 2}? = 2 ~ Ri para ponosineros deste, /(R— 2}? = R— =. Assim, vey = Pers) -(e- a) Be, extemo; Vey = Furs) (eon 82, ine, Em termos da carga total da casca, q = Axa, V(z) = (1/4neo)(g/2) (ou, em geral, V(r) = (1/4ne)(q/r)) para pontos fora «da esfera e (1/4rre0)(a/R) para pontos dentro dela, E claro gue est aso cm parca, foi mais ei ober V wsando 2:21 do qu 2.30, porque ede Gauss nos de E com poueo esr, Mass vot compara Exemplo 27 com o Problema 27, poder peciar oper da faalag do pte. Problema 2.25 Usando as equagtes 2.27 e 2.30, enconte o potencal a uma distincia = acima do centro das dstibuiges de carga 4a Figura 234. Em cada caso, caleule E = ~VV, ¢ compare suas respostas com o Problema 2.2, Exemplo 2.1 e Problema 26, respectivamente, Supona que alteramos a carga do lado dreto da Figura 2.34 para ~q: qual se, ent, o potencial em P? Que campo isso sugere? Compare sua resposts com 0 Probleme 22b, eexpiqueeuidadosamente qualquer disrepancia, Pp i ht 4 dH 2 (2) Duascargas pontuis (6) Distribuigo linear unitorme de carga _(c Distribuigdo superficial uniforme de carga Figura 2.34 62 Bietrodinamica Problema 2.26 Uma superficie cdnice (um cone de sorvete vari) tem uma densidade de carga uniforme 6. 4 altura do cone & assim como oraio do topo. Encontre a diferenga potencal entre os pontos a (0 vétice) eb (0 centro do topo. Problema 2.27 Enconie 0 potencil no eixo de um cilindro sido wniformemente caregado, a uma distincia = do centro. © comprimento do clindro € L, seu raio € R, € a densidade de carga € p, Use 0 seu resultado para caleular 0 campo elético nesse pont, (Considere que = > L/2.) Problema 2.28 Use a Equagdo 2.29 para calcular 0 potencial dentro de uma esferas6lida de raio R com densidade de carga uniforme «carga total q. Compare sua resposta ao Problema 2.21 Problema 2.29 Vertique se a Equagdo 2.29 satistaz a equagao de Poisson, aplicando o laplaciano e usando a Equaedo 1.102. 2.3.8 Resumo: condigées de contorno na eletrostatica Em um problema tipico de eletrostitica, € dada uma distribuigdo de cargas fonte p, e 0 objetivo & encontrar 0 campo elétrico E que ela produz. A menos que a simetria do problema admita uma solugio pela lei de Gauss, geralmente vale a pena calcular primeiro o potencial, como passo intermedidrio. Estas so, entdo, as rés quantidades fundamentais da eletrostatica: p, Be V. No decorrer da nossa discussdo, derivamos todas as seis formulas que as relacionam. Essas equagdes estdo resumidas na Figura 2.35. Comegamos com apenas duas observagdes experimentais: (1) 0 prinejpio da superposigao — uma ampla regra geral que se aplica a todas as forgas eletromagnéticas ¢ (2) a lei de Coulomb — que ¢ a lei fundamental da eletrosttica. Dessas segue-se todo 0 rest. Estudando os exereicios 2.4 e 2.5, ou resolvendo problemas como 0 2.7, 2.11 ¢ 2.16, vocé deve ter notado que campo elétrico sempre passa por ma descontinuidade quando se atravessa uma distribuigo superficial de carga de densidade o, In- clusive, é uma questo simples encontrar a variaedo de E nesse contorno. Suponha que desenhemos uma superficie gaussiana nna forma de ‘caixa de pilulas’, fina como um wafer e que se estende pouco para cada um dos lados da superficie (Figura 2.36). Alei de Gauss diz que fe da= Qe cm 3 onde A 6 a rea da tampa da caixa de pilulas. (Se o variar de um ponto a outro, ou se a superficie for curva, temos que fazer com que A seja extremamente pequena.) As laterais da caixa de pilulas nao contribuem para o fluxo, no limite em que a espessura ¢tende a zero, de forma que nos resta o “0 Fina ~ Essie 23h, onde E., denota a componente de E que € perpendicular & superficie imediatamente acima e Fj, € 0 mesmo, 86 que abaixo da superficie. Por coeréncia, consideremos que ‘para cima’ é a dirego positiva para ambos. Conclusdo: a componente normal de E é descontinua por um valor o'/¢ em qualquer contorno. Em particular, quando ndo hé carga distribuida na E+ 6 continuo, como, por exemplo, na superficie de uma esfera sélida com carga uniforme. Figura 2.35 Figura 2.36 Capitulo 2 Eletrostética 63 A componente tangencial de B, por outro lado, & sempre continua. Se aplicarmos a Equagio 2.19, fe a0, ‘espira retangular fina da Figura 2.37, as pontas ndio contribuem ( medida que € + 0), e as laterais resultam em (El.j_4l — Bla!) portato Bhim = Bho (232) ‘onde Ell representa as componentes de E paralelas & superticie. As condigdes de contorno para E (equagdes 2.31 ¢ 2.32) podem ser combinadas em uma tinica formula: Bain — Bapsivo = 2.33) 0 ‘onde fi € um vetor unitério perpendicular & superficie, apontando de ‘baixo” para ‘cima’ 6 Entretanto, o potencial é continuo através de qualquer contorno (Figura 2.38), j4 que » Vacima ~ Vabwino = -f E-di 1 medida que o comprimento do caminho tende a zero, o mesmo acontece com a integral: Vacima = Varairo (2.34) No entanto, o gradiente de V herda a descontinuidade de Es jé que E WV, a Equagio 2.33 implica que Vici. ~ VWVaniy = —b08, 2.38) @ ‘ou, mais convenientemente, . Wenn — OVarivo on @n ve x Wea 237) denotaa derivada normal de V (ou seja a taxa de mudanga na diresdo perpendicular superficie. Por favor, observe que essas condigdes de contorno relacionam os campos e potenciais imediatamente acima e imediata ‘mente abaixo da superficie, Por exemplo, as derivadas na Equaga0 2.36 so os valores limites & medida que nos aproximamos dda superficie por qualquer um dos lados. (2.36) onde Figura 2.37 Figura 2.38 Problema 2.30 (a) Veriique se os resultados dos exerecios 2.4. 2.5 e do Problema 2.11 sho coerentes com a Equaglo 2.33, (b) Usea lei de Gauss para encontrar o campo dentro e fra de um tubo cilindtico aco longo, com uma densidad superficial de carga uniforme: 0. Verifique seo seu resultado € coerente com a Equagio 2.33. {) Veritique se resultado do Exemplo 2.7 & cosrente com as condigées de contomo 2.34 ¢ 2.36. ‘6 Observe que no importa que lado voct cham de ‘cima’ ou de “hana”, que a versio trocariao semi de fi, Als, se vot 96 estver interes. sad no campo devido a deternnada drea (essencialmente plana} de carga superficial avesposta ¢ (a/2¢0}8 ineiatamente acima da supecicie © =(o//2c0)timeditamente absixo Isso €decoréaeia do Exerplo 24, posse vootestiverproximo o bastante da ea ela “paceer un plan infinite. [Bvidentemente,adesconmidade total de: aribuida a essa dterinada rea com cre 64 Eletrodinimica 2.4 Trabalho e energia na eletrostatica 2.4.1 0 trabalho feito para movimentar uma carga Suponha que vocé tem uma configuracdo estacionéria de cargas fontes e quer movimentar uma carga de prova Q do ponto 420 ponto b (Figura 2,39), Pergunta: quanto trabalho voc® teré que realizar? Em qualquer ponto ao longo do caminho, a forga elétrica sobre Q é F = QE; a forga que vocé deve exercer, em oposigao a essa forca elétrica, € —QE. (Se o sinal 0 incomoda, imagine levantar um tijolo: a gravidade exerce a fora mg para baixo, mas vocé exerce a forga mg para cima Voce poderia, & claro, aplicar uma forca ainda maior — entio 0 tijolo sofreria uma aceleragio e parte do seu esforco seria “desperdigado’ gerando energia cinética. O que nos interessa aqui € a forga minima que voce precisa exercer para realizar a tarefa.) O trabalho, portanto, & » We [ Fed Observe que a resposta é independente do trajeto escolhido para ir de a a b; entdo, em mectinica, chamariamos a forga eletrosttica de ‘conservativa’. Dividindo por Q, temos -o['s a= QV(b) - Via) w V(b) - Via) = (2.38) ) — VE Q Em palavras, a diferenca de potencial entre os pontos a e b é igual ao trabalho por unidade de carga necessdrio para sransportar uma particula de aa b, Particularmente, se voc® quiser trazer a carga Q de um ponto distant e colocé-la no ponto 1, otrabaltio que voc# deve realizar é W =QIV(r) - V(0o)) Portanto, se vocé estabeleceu o ponto de referéncia no infinito, W=QV(r) 239) Nesse sentido, potencial € energia potencial (0 trabalho necessério para criar o sistema) por unidade de carga (da mesma forma que o campo é a forca por unidade de carga) 2.4.2 A energia de uma distribuigao de cargas pontuais Quanto trabalho seria necessério para reunir todo um conjunto de cargas pontuais? Imagine aproximar as cargas, uma por ‘uma, de uma longa distincia (Figura 2.40), A primeira carga, q),ndo requer qualquer trabalho, ja que ainda nao hi campo para enfrentar. Agora traga qo. Segundo a Equagao 2.39, isso vai the custar qoVi(r2), onde Vj € 0 potencial devido a qi, € r2 6 0 lugar onde estamos colocando qo i a Wa= Zem( deo” \i (12 €a distancia entre a1 € go, uma vez que estejam posicionadas). Agora traga qa; Vi.2 € 0 potencial devido as cargas qy ¢ gz, ou seja, (1/4¢o)(q1 /+13 + q2/'229). Assim, mye ais Tas Similarmente, otrabathoexta para aproximar qu ser a pion (4 ot) Wi=——a(2+2,8 Te" @ fat” ae 30 requer o trabalho qVi,2(ts), onde Figura 2.39 Figura 2.40 Capitulo? Eletostética 68 0 trabalho foral necessério para reunir as primeiras quatro cargas sera, entéo, wet (22+ ds, de, ads ae 4 ate) Ane M3 a Rs 24 cor ‘Vocé pode ver a regra geral: tome o produto de cada par de cargas, divida pela sua distancia de separagio e some tudo: 45 2 w= bye ow A condigio j > i serve apenas para lembré-lo de nao contar o mesmo par duas veres. Uma maneira mais elegante de cchegar ao mesmo resultado & contar intencionalmente duas vezes cada par ¢ depois dividi por 2: Way ean (ainda temos de evitar i = j, € claro), Observe que, nesta forma, a resposta simplesmente niio depende da ondem na qual as cargas sio agrupadas, jé que todos os pares aparecem na soma, Em seguida extrairemos o fatorq La «(Soa aera a © termo entre parénteses€ 0 potencial no pontor; (a posigio de 4.) devido a todas as outras cargas — agora, todas elas, € iio apenas as que estavam presentes em algum estiigio do processo de agrupamento. Assim, ie = 5 Lavin). (242) Essa é a quantidade de trabalho necesséria para reunir uma configuragio de cargas pontuais; é também a quantidade de trabalho que vocé obteria de volta se desmantelasse o sistema, Nesse meio-tempo, representa a energia armazenada nessa configuragio (energia ‘potencial’, se prferit, embora por razses dbvias, preferimos evitar essa palavra neste contexto). Problema 2.31 (a) Trés cargas esto situadas nos vértices de um quadrado (de lado a), como mostra a Figura 2.41, Quanto trabalho serd necessrio para trizeroutra carga, +4. de uma grande distancia e colocé-la no quarto vértice? (b) Quanto trabalho & necessério para agrupar o conjunt intro de quatro cargas? 4 a 4 Figura 2.41 2.43 A energia de uma distribuigio de carga continua Para uma densidade volumétrica de carga p, a Equagio 2.42 tomna-se w=} f pV dr. 2.43) 66 Eletrodinamica (As integrais correspondentes para uma linha e uma superficie carregadas seriam f AV dl e | oV da, respectivamente.) Existe uma maneira graciosa de reescrever este resultado, na qual p e V so eliminadas em favor de B. Primeiro use a lei de Gauss para expressar p em termos de E: p=eV-E, portano W=2 [(y-E)Var. 2 ‘Agora use a integragio por partes (Equagao 1.59) para transferir a derivada de E para V: w at fe (wvyars f ve aa| (le irs frm) (2.44) Mas que volume é esse sobre o qual estamos integrando? Vamos voltar & formula com a qual comegamos, a Equagio 2.43. A partir da sua dedugio, fica claro que devemos integrar sobre a regio onde a carga esti localizada, Mas na realidade, qualquer volume maior serviria: de qualquer forma, o territério ‘extra’ que acrescentamos ndo daré qualquer contribuig&o & integral, 4 que li, = 0. Com isso em mente, vamos voltar & Equagio 2.44. O que acontece aqui, quando aumentamos 0 ‘volume além do mfnimo necessério para conter toda a carga? Bem, a integral E? s6 pode aumentar (ja que o integrando & positivo); evidentemente, a integral de superficie deve diminuir na mesma proporgdo para que a soma permanega intacta. De fato, a grandes distincias da carga, F se comporta como 1 /r2, € V como 1/r, enquanto a érea da superficie cresce como r? Pode-se dizer, entio, que a integral de superficie vai aproximadamente como 1/7. Por favor, entenda que a Equacdo 2.44 the da energia W correta, seja qual for o volume usado (desde que ele contenha toda a carga), mas a contribuigdo da integral de volume aumenta e a da integral de superficie diminui, & medida que os volumes aumentam. Particularmente, por que niio integrar sobre todo o espago? Assim, a integral de superficie anula-see ficamos com (2.45) Exemplo 28 Enconte a energia de uma casa esférica uniformementecartegads, com carga total ge rio R, Soluglo 1: use a Equagio 2.43, na versio apropriada para cargas supericiais: ro! ova we! fava ‘Agora, o potencal na superficie daesfera ¢(1,/4neo)a/ R (uma constants), portanto Portanto, wen | Le eon meinen five Capitulo 2 Eletrostitia 67 Problema 2.32 Enconte a energiaarmazenada em una ese sida uniformement carepada de rio carga q Faga-o de wes formas diferentes: (a) Use a Equagio 2.43, Vocé encontrou 0 potencial no Problema 2.21 () Use a Equasdo 2.45. Nao se esquega de imegrar sobre todo o espaga, (6) Use a Equasio 2.44, Tome um volume esféico de raio a. O que acontece quando a -+ oo?” Problema 2.39 Aqui est una quanta mancira de calcula a eergia de uma esfera nifrmementecategaa: mont esera camada Porat wazendo, de cada ve, uma carga infinitesimal aly de una grande distin, expalhando-a uniferiemente sobre ra Perfil e,consequeniemente, aumentando o raio, Quanto trabalho dV & neceséro para aumentr orig emt? Integre isso para encontrar o trabalho necssério para criar a esfera inteira com rao Fe carga tol 9 2.4.4 Comentarios sobre a energia eletrostatica For exemplo, segundo a Equagio 2.42, a eneraa de duascarges de mesmo médulesinas opostes, una distineia co ag outra, seria ~(1/4¢0)(/s). O que houve de errado? Qual a equagio certa? “\ resposta € que ambas as equagies esto certas, mas elas pertencem a situagdes ligeiramente diferentes, A Equagio 2.42 no leva em consieragio o trabalho necessério para antes de mais nad, formar as cargas pontuais, ‘comecamos com cargas rica gua nblesment calculamos o wabalho necessério para reui-as. Esse € um principio sibio,jé que a Equagio 2.48 indica que a energia ce uma carga pontual 6, de fato, infinita 2 2 poo i L) G2 ey eee air | (5) send dr dd dp cae tr =o, ‘A Equagio 2.45 € mais completa, no sentido de que ela nos diz qual a energia total atmazenada em um conjunto de cargas, ius @ Equagio 242 ¢ mais adequada quando estamos dando com cargas pontais porque prefetimos (por bone motivos!) deixar de fora essa parte da energia total que ¢atribuida &fabricagio das prprias carga pontuais, Na pratica, afnal, as cargas onus (Aigamos, létrons) so dadasprontas; tudo o que temas de fazer & movimenté-las, Como clas nao foram ntgiag or nds e no podemos desmonti-las, mio importa quanto trabalho esse process requet.(Mesino assim, a energiainfinita de duane ea pantua € una fonte reorrente de constrangimento para a teria elewomagnéticae alge tanto versio quintien uanto a cléssica. Voltaremos ao problema no Capitulo 11.) sora talver voc? imagine onde a incoeréncia se infiltrou em uma deduso aparentementefechada, A “falha’ es entre as Praise Azo 2.43: na primeira, V(x) represent o potencial devido todas as outras cargas exceroqeenguinto ms segunda, V(x) €0 potencal soral. Para uma distribuigio continua, nao existe distingdo, jé que a quantidade te ‘carga exatamente no Ponto ¥ € mula e sua contribuigo ao potencial & zero, AG) Onde € que a energin es armazenada? AAs EquacDes 2.43 e 2.45 oferecem duas maneiras diferentes para caleular ‘mesma coisa, A primeira é uma integral sobre a distibuigao de carga patberfcie,enquanto o campo eltrcoesté presente por toda a parte de fora dessa superiie. Ent, onde es energia? Ela est armazenada no campo, como a Equagao 2.45 aparentemente sugere, ou esté atmazenade np carga, como indica a fuaslo 2437 No nivel atual, essa € uma persunta que no saberos responder. Posso Ihe dizer qual € 4 energia total e forecervérias maneiras de calculé-la, mas ndo énecessio preocupar-se com alocalizagao da cenergia. No contexto da teoria de radiagdo (Capitulo 1), € it (e na relatvidede gral ¢essencial)considerara energia como armavenada ne ‘campo, com tuma densidade pe = energia por unidade de volume. (2.46) Mas em eletrostitica, pode-se também dizer que ela esté armazenada na carga, com uma densidade 20V. A diferenga é puramente uma questio de contabilidade. O brincipio da superpasiso. Como a energiaeletrostica& quadrica nos campos cla ndo obedece am principio acima do centr de una fala quadada (lao @) que tem uma carga superficial de densidade unitorme o, Verifque seu resultado para os as0s limites a -+ 00 ¢+ > WResposa: (2 /2e0){(A/n) arety VT + (a®/222) ~ 1}) Problema 242 Seo campo ektricoem uma regi ¢ dado (em cordenadas esses) pela expressio Bir) = AFA Bandon onde Ae B sto contanes, qual 6 densidade de carga? (Resposta: eo(A ~ Bsen )/r2] Problema 2.43 Enconire forga lquida que o hemisftio sul de uma esfera uniformemente carregada exerce sobre 0 hemistério norte. Exprese sua respsta em ermos do rao ed carga al Q.[Respost:(1/4nen)(3Q" 1682) Problema 2.44 Uma meia-sfra invert de rio R tem uma densidade superficial de carga uniforme o Encontre a diferenga de Poteacial entre o ‘polo norte" eo centro, [Resposta: (Ra/2¢a){ v2 — 1)] Problema 2.45 Uma esfera de rio R tem uma densidade de carga pr) = kr (onde k € uma constante). Encontre a energia da onfgraso,Verifique su espsta calculando de pelo menos das formas diferentes. [Resp mKPR [Teo] Problema 2-46 © potencial erica de uma determinada configura & dado pela expresso Vir) ce aas Ge eelames. Enconzeo campo clévico E(x), a denside de carga pr) ew erg toa Q. Respoa p= coA(AR8% (2) — ey) Problema 247 Dos fos de comprimentoinfintodispostos parlelanente ao cixo + tém densidads de ‘carga uniforme +-A € = (Figura 2.54) (2) Encontreo porencial em qualquer ponto (2, y, 2) usando a origem como referéncia. (by Mestre que as supefisies euipotencais so ciinos circulars e encontre 0 eixo eo rio do clin {que correspondem a um dado potencial Vs, Supont que as pcos seam grandes se comparaas &separago (A >> na Figua 2.5), de forma {que 0s efeitos de bordas fem ser nepligeniados. Eno V, ev (a velocidad dos elérns) so dos fangs somente de (@) Bscreva a equagio de Poisson para a regido entre as placas, (©) Presumindo que os elerons partem do repouso no caodo, qual é asta velocidad no pont, onde 0 potencial é V(x)? (©) No estado estaioniio, 1 €independente der. Qual 6, nesse 280, a relagio entre pe v? a A Eltron “Anodo Catoxio wy W=0) Figura 2.54 Figura 2.85 16 Elotrodinamica () Use estes resultados para obter uma equagdo diferencial para V,eliminando pe (e) Resolva esta equagio para V como wma fungdo de x, Vo e d. Faga um gréfico de V(2) e compare-o a0 potencial sem carga espacial. Encontre também pe» como fungdes de (© Moste que T= Kye", 256) e encontre a consante K. (A Equagio 2.56 & chamada de lei de Child-Langmuir. Ela também vale para obtras geometrias, sempre due a carga espacial limita a comente. Observe que o dio limitado pela carga espacial & ndo linear — ele no obedece lei de Ohm) Problema 249 Inagive que novis medigGes, extaorinviament preciss, revelram um ero na le de Coulomb, Constatou se que, de ft, orga dinterago entre das carga potas 6 1 2) ny Fae (14 Ser, onde } 6 uma nova constant da natureza (em dimensbes de comprimento, obviate, © € um nimero imenso — digas, a metade do aio do uiverso conecido — de forma que a cameo & pequen motivo plo qual ninguém antes hava perebido a dserepnca) Voc ests encaregado de reformat aeletostica, deforma a acomodar a nova descoberta Considere qe © principio da superposgto continua verdaeiro, (0) Qual €o campo etic de una dsuibuigio de carga p(ubsiundo a Equa 2.8)? (b) Esse campo efétrico admite um potencial escalar? Explique brevemente como chegou a sua conelusio, (Nao & preciso prova ormal — apenas um argumento convincente,) () Encontro potencial de uma carga pontual q — andloga & Equagio 2.26, (Se a sua resposta para (b) foi ‘nao’, & melhor voltar e ‘mudé-la!) Use 20 como ponto de referencia, (@) Para uma carga pontual q na origem, mostre que 1 seas d [vir fears onde S & superficie e V o volume de qualquer esfera centrada em 9. (6) Mostre que este resultado pode ser generalizad: 1 fensg [ve Para qualquer dstibuiglo de carga. (Esta é uma boa alterativa& lei de Gauss na nova ‘eletrostitica’ ) () Desenhe o diagrama triangular (como na Figura 2.35) para este mundo, colocando nele todas as férmmulas apropriadas. (Pense na ‘equagio de Poisson como a férmuta para p em termos de Ve na lei de Gauss (forma diferencial) como uma equagao para p em termos de E.) Problema 2.80 Suponta que um campo elético E(x, y, 2) tem a forma Ep=ar, By=0, Bs ‘onde « é uma constante, Qual & a densidade de carga? Como voce explica fato de que o campo aponta em uma determinada diteso, sendo a densidade de carga uniforme? [Este problema é mais sutl do que parece e merece uma andlise cuidadosa.} Problema 2.81 Toda a eletrosttica decorre do carter 1/+? da lei de Coulomb, aliado 20 prinepio da superposigao. Uma teria andloga pode, portanto, ser construida para a lei da gravitagdo universal de Newton. Qual é a energia gravitacional de uma esfera de ‘massa M ¢ raio R, presumindo que sua densidade seja uniforme? Use o seu resultado para estimar a energia gravitacional do sol (consulte os ndineros relevantes). Observe que esta ener é negatva — massas se atraem, enquanto eargas (de mesmo sina) se repelem, A medida em que a matéri 6 ‘consumida’, para produzir alu solar, a energia potenial é convertida em outras formas de ‘energia(tpicamente térmica, e subsequentemente liberada na forma de radiago, O sol irradia a uma taxa de 3, 86 x 10° W; se tudo iso viesse da enetpia gravitacional amazenada, quanto tempo sol duratia? (0 sol, na realidad, & muito mais velho do que isso, portanto,evidentemente, essa ndo& a fonte da sua energia Problema 2.52 Sabemos que a carga de um condutor vai para a superficie, mas no é facil determinar exatamente como ela se Aistribui. Um exemplo famoso no qual a densidade de carga superficial pode ser explicitamente caletlada € 0 elipsode: Capiuio2 Eletostatica 77 ‘Neste caso!” Q (2 vr & (Sg) em conde Q € a carga total. Escolhendo valores apropriados para a, bee, obtenha(a partir da Equagio 2.57) (@) a densidade liquida (de ‘ambos os lados) da carga superficial o(r') em um disco circular de raio A; (b) a densidade liquida da carga ‘superficial o(2') em uma {it gontora nina 0 plano zy que sobre ao eto y ente x = ~ae x = a (consdere que A € 3 cast prods ‘de comprimento da fita); (c) a carga Ifquida por unidade de ‘comprimento A(z) em uma ‘agulha’ condutora que fica entre x = —a e 2 = a, Emcada cas, desenhe 0 grifico do sev resultado. Bi ate (ave ume vedo rer) consute W.R Smythe, Stic and Dynan Electric, 3 ed. (New York: Hemisphere, 1985), Set 50, Capitulo 3 Técnicas especiais 3.1 Equagdo de Laplace 3.1.1 Introdugio A tarefa basica da eletrostitica € encontrar 0 campo elétrico de uma distribuigao de carga estaciondria dada. Em prinefpio, esse propésito éatingido pela lei de Coulomb, na forma da Equaco 2.8: Sofa!) dr’ Gn) Infelizmente, integrais deste tipo podem ser diffceis de calcular para qualquer configurago de carga, exceto as mais, simples. Ocasionalmente podemos contornar essa dificuldade explorando a simetria e usando a lei de Gauss, mas geralmente a melhor estratégia é caleular primeiro 0 potencial, V, que & dado pela Equagao 2.29, a qual é um tanto mais féil de manejar: rp. , Vir) = [pote (32) ode No entanto, até mesmo essa integral éfrequentemente dificil demais de tratar analiticamente. Além do mais, em problemas que envolvem condutores p em si, pode no ser conhecido de antemdo: uma vez que a carga est livre para se mover, a tinica coisa que controlamos diretamente é a carga fora! (ou talver.o potencial) de cada condutor. [Nesses casos, vale a pena remodelat o problema na forma diferencia, usando a equagdo de Poisson (2.24), G3) que, juntamente com a condigdo de contorno adequada, € equivalente a Equagao 3.2. Frequentemente, de fato, estamos interessados em encontrar o potencial onde p = 0. (Se p = 0 por toda parte, € claro, entao, V = 0,e ndo hé mais nada a dizer. Ni é a isso a que me refiro, Pode haver bastante carga em outro lugar, mas estamos confinando nossa atengao a lugares onde no hé carga.) Neste caso, a equagio de Poisson se reduz & equagao de Laplace: G4) a, eserita em coordenadas cartesianas, av ev av a at o>? G3) Esta formula € tao fundamental para o assunto que se pode até dizer que a eletrostitica ¢ o estudo da equagao de Laplace. ‘Ao mesmo tempo, é uma equagio ubéqua que aparece em ramos diversos da fisica como a gravitagdo e magnetismo, teoria do calor ¢ oestudo das bolhas de sablio, Na matematica, ela desempenha um pape! muito importante na teoria das fungGes anal ticas, Para obtermos uma boa percepgdio da equacdo de Laplace e suas solugdes (que so chamadas de fungdes harménicas), ‘vamos comegar com as versdes uni e bidimensionais, que sao as mais féceis de descrever e que ilustram todas as propriedades essenciais do caso tridimensional (embora no exemplo unidimensional falte a riqueza dos outros dois). Capitulo 3 Técnicas especiais 79 3.1.2 Equaco de Laplace em uma dimensio Suponha que V depende somente de uma variével,«. Entio, a equagao de Laplace tornaes av a =° A solugio geral é V(x) = me +b, 36) §equagao para uma lina reta. Ela contém duas constantes indeterminadas (m e 6), como é adequado a ume equagao diferen- cial (ordindria) de segunda ordem. Elas so fixadas, em qualquer caso particular, pelas condigdes de contorno do problema, Por exemplo, pode-se especificar que V == 4ems = 1,e V = Oem: = 5, Nessecasom = —1eb=5,entioV = 14 $ (veja a Figura 3.1, Quero chamar sua atengdo para duas caracteristicas desse resultado; elas podem parecer tol e 6bvias em uma dimensio, onde posso eserever a soluio geral explicitamente, mas suas andlogas em duas etrés dimensdes sio poderosase, de forms alguma, dbvias: 1. V(x) €a média de V(x +a) e V(x — a), para qualquer a 1 Via) = 5IV (+0) + V(x — a) A equagdo de Laplace é uma espécie de instruco para nivelagdo pela média; ela nos diz para atribuir ao ponto a média dos valores & esquerda e & direta de x. SolugGes para a equagao de Laplace sio, neste sentido, tao tediosas quanto ¢ possivel, e, no entanto, se encaixam adequadamente nos limites, 2. A equagio de Laplace ndo tolera madximos ou minimos locais; valores extremos de V devem ocorrer nas extremidades Na realidade isto € uma consequéncia de (1), pois se howvesse um méximo local, V nesse ponto, seria maior do que em qualquer lado e, portant, no poderia ser a média, (Geralmente se espera que a segunda derivada seja negativa em urn iméximo ¢ postiva em um mismo. Mas como a equago de Laplace requer, a0 contrétio, que a segunda derivada sea tula, parece razodvel que as solugdes no tenham qualquer extremo. No entanto, isto néo & uma prova, j& que existem fungdes que tém maximos ¢ minimos em pontos onde a segunda derivada desaparece: 2, por exemplo, tem um minima assim no ponto x = 0.) \" Figura 3.1 3.1.3 Equagio de Laplace em duas dimensies Se V depende de duas variaveis, a equagio de Laplace torna-se ry a alana am a? * OF Esta no € mais uma equacio diferencal ordindria (ou sea, que envolvesomente derivadasordinéias; ela é uma equagdo diterencal parcial. Como consequéncia, algumas das regras com as quas voc® pode estar familitizado nao se aplicaro, Por éxemplo,solugéo geral para esta equagio nfo contém apenas duas constants arbitrérias — ou, a propdsito, qualquer nimero {nito —apesar de ser uma equasio de segunds ordem, De fato,nio se pode eserever uma ‘solugo geral” (pelo menos nae de forma fechada como a Equagio 3.6). Mesmo assim, € possivel deduzir certas propriedades comuns a todas as slugoes, ‘Talvez ajude ter em mente um exemplo fisico. Imagine uma folha fina de borracha (ou um filme de sabio) estnade sobre ‘lgum tipo de apoio. Para maior exatiddo, imagine que voc® cortou uma caixa de papeldo sobre uma linha sinuosa, a volta 80. Elotrodinamica ‘oda, eretirou a parte de cima (Figura 3.2). Agora cole uma membrana de borracha bem esti ela se encaixe como uma tampa de tambor (néo serd uma tampa plana, é claro, a menos que voce resolva cortar as beiradas tetas), Agora, se vocé escolher coordenadas (zy) no fundo da caixa, a altura V(x, y) da: membrana acima do ponto (2, y) satisfard a equacio de Laplace.' (0 andlogo unidimensional seria uma borracha esticada sobre dois pontos, Ela formaria, Portanto, uma linha reta.) Fungies harménicas em duas dimensdes tém as mesmas propriedades que percebemos no caso unidimensional ada sobre a caixa, de forma que 1. 0 valor de V em um ponto (x,y) € média daqueles a volta do ponto. Mais pre: Com um raio Fem tomo do ponto (x,y), 0 valor médio de V'no isamente, se vocé desenhar um cfrculo tulo serd igual a0 valor no centro: , L fy Viz,y) eR j Vd. culo (Isto, incidentalmente, sugere o método de relaxamento no qual se baseiam as solugdes computadorizadas para a equagio de Laplace: comegando com valores especificados de V no contomo e suposigées razoaveis para V em uma grade de pontos interiores, « primeira passagem atribui a cada ponto a média de seus vizinhos mais proximos. A segunda passagem repete 0 processo usando 0s valores corridos, e assim sucessivamente. Apés algumas repetigdes, 6s niimeros comegam a se acomodar, de forma que as passagens seguintes produzem alteracGes despreziveis e ut solugio numérica para a equagao de Laplace, com os valores de contorno dados, é atingida.)? 2. V nao tem méximos ou minimos locais; todos os extremos ocorrem nos contoros. (Como antes, isso decorre de (1).) Novamente, a equagiio de Laplace escolhe a fungo com o minimo possivel de caracteristicas, coerente com as condigdes de contomo: sem morros ¢ sem vales, apenas a superficie mais plana disponivel. Por exemplo, se colocar tuma bola de pingue-pongue sobre a Kimina de borracha esticada da Figura 3.2, ela rolard para um dos lados e eaiti — la no encontraré um “bolso’ em algum lugar, onde possa se acomodar, jé que a equagio de Laplace nio petmite cessas depressdes na superficie, Do ponto de vista geométrico, da mesma forma que uma linha reta é a menor distancia entre dois pontos, também uma funcio harménica bidimensional minimiza a érea de superficie que abrange a linha de contorno dada Figura 32 3.1.4 Equagio de Laplace em trés dimensdes Em tés dimensoes, no posso Ihe fornecer uma solugio explicta (como em uma dimensio) ou oferecer um exemplo fisico sugestivo para orientar a sua intuigao (como fiz com duas dimensdes), Mesmo assim, as mesmas duas propriedades permanecem verdadeirase, desta ver, vou esbogar uma prova. 1. O valor de V’ no pontor é a média do valor de V sobre uma superficie esférica de raio Rcentrada em = ge f Vda. sla Vv 1 Narealidade, «equa satseita por uma lamina de bomacha & a, wv) af wv 1. (ae\?, cays]? Yo onde g= fig (%)*4 (& & (ae) + ay (°,) =& om = f+ (SE) + (SE) ase rede (aproximadamente)&equngo de Laplace, desde qu a suede nose desvie demais de um plan, 2 Consult, por exemplo, E.M. Purell, Electricity and Magnetom, 2° ed, Problema 3.30 (p. 119) (Nova York: McGraw-Hill, 1985), Capitulo 8 Técnicas espociais 81 2. Consequentemente, V nio pode ter méximos ou minimos locais; 0s valores extremos de V tém de ocorrer nos contornos. (ois se V tiver um méximo localizado em r, entio, pela prépria natureza do méximo eu poderia desenhar uma esfera ‘em tomo de r sobre a qual todos os valores de V — e, ainda mais, a média— seriam menores do que em r.) Prova: comecemos calculando o potencial médio sobre uma superficie esférica de raio R devido a uma tinica ‘carga pontual q localizada fora da esfera, Podemos também centralizara esfera na origem e escolher coordenadas de forma que q fique no eixo z (Figura 3.3). 0 potencial em um ponto da superficie é yotd rae onde entfo 1 a ape Vito = ge fe + RP — 22Reos6)-/7R? sen0 dd dé 1 - [Ei Ro hRent| Be oR +R 2eReosd} = R)-(2-R))=—-4 ayant +R)-G-R) ae Mas esse é precisamente 0 potencial devido a q no centro da esfera! Pelo principio da superposigo, o mesmo vale para qualquer grupo de cargas externas & esfera: seu potencial médio sobre a esfera € igual ao potencial liquido gue elas produzem no centro, c.q.d. Figura 3.3 Problema 3.1 Encontre o potencial médio sobre uma superficie esférica de raio R devido a uma carga pontual q localizad demir (em outas palavras, 0 mesmo que acima, mas com z < F). (Neste caso, & claro, a equagiio de Laplace ndo funciona dentro da cesfera.) Mostre que, em geral, Ve ‘onde Venno € 0 potencial no centro devido a todas as cargas externas, ¢ Qeue & a carga encetrada toa. Problema 3.2 Em uma sentenca, justfique o teorema de Karnshaw: una particula carregada ndo pode ser manta em equilibrio ‘estavel somente pelas forcas eletrostéticas. Como exemplo, considere o arranjo eabico de cargas fxas da Figura 34. Parece, de inicio, que ume carga positiva no centr ficaria suspensa no ar, jf que seria repelida por cada um dos eantos. Onde esté 0 furo nessa ‘garrafa eletrostética’? {Para utilizar a fusio nuclear como ina fonte pritica de energia, € necessério aquecer umm plasma (um caldo de partfulas carregadas) a temperaturas fantisticas — to quentes que o contato fara exaporar uma panela comum. O {corema de Earnshaw diz que a contengio eletrostética também est fora de questo, Felizmente, épossfvel confinaro plasma quente ‘magneticamente.) Problema 3.3 Encontre a sluvio geal paras equago de Laplace em coordenadasesfticas, para caso.em que V’ depende somente de r. Faga 0 mest para as coordenadas cilindricas, assumindo que V depende apenas de s. 82 Eletrodindmica 3.1.5 Condigées de contorno e teoremas de unicidade A equacao de Laplace por si s6 no determina V; além dela, um conjunto adequado de condigées de contorna deve ser fornecido, Isso levanta uma questio delicada: 0 que so condigdes de contorno adequadas, suficientes para determinar a resposta, mas ndo tio fortes que gerem inconsistencias? O caso unidimensional éfécil, porque aqui a solugio geral V = ma-+b contém duas constantes arbitrarias © nés, portanto, precisamos de duas condigdes de contorno, Podemos, por exemplo, especificar 0 valor da fungdo nas duas extremidades, ou podemos dar o valor da fungao e sua derivada em uma extremidade ou o valor em uma extremidade ¢ a derivada na outra e por af afora. Mas no podemos ter apenas 0 valor ou apenas a derivada em wma extremidade — a informagio seria insuficiente. Também nao adiantaria especificar as derivadas em ambas as extremidades — isso seria redundant (se as duas forem iguais) ou incoerente (se nio o forem). Em duas ou trés dimenses somos confrontados por uma equagio diferencial parcial, e no é facil determinar quais seriam as condigdes de contorno aceitéveis. Seré o formato de uma membrana de borracha esticada, por exemplo, determinado exclusivamente pela armagdo sobre a qual ela esté esticada, ou, como a tampa de um vidro de conserva, ela pode passar de uma configuragio estavel para outra? A resposta, como creio que a sua intuigao sugere, & que V é determinado exclusivamente pelo seu valor no contomo (0s vidros de conserva, evidentemente, no obedecem A equacio de Laplace). No entanto, outras condigdes de contorno também podem ser usadas (veja o Problema 3.4). A prova de que um conjunto proposto de condigées 0, com uma tinica carga pontual q em (0,0, d), sujito as condigdes de contorno: 1, V = O quando 2 = 0 (4 que o plano condutor é aterrado), € 2. V +0 distante da carga (ou seja, para 2? + y? + 2? >> a?), O primeiro teorema de unicidade (na realidade, seu corolério) garante que s6 existe uma fungo que satisfaz esses requisi tos. Se por truque ou suposigao inteligente conseguirmos descobrir tal fungdo, ela tem de ser a resposta certa Trugue: esquesa 0 problema real; vamos estudar uma situagio completamente diferente. Este novo problema consiste em cduas cargas pontuais, +g em (0,0,d) € ~q em (0,0, ~d), sem plano condutor (Figura 3.11). Para esta configuragao posso facilmente expressar 0 potencial: 1 q ui V(q,u,2) = 2 | ——4 ___-___4__ 39) 0)" te | epee! VPP eere aa (Os denominadores representam as distincias entre (x, y,2) € as cargas +9 e ~g, respectivamente.) Segue-se que 1. V =Oquando 2 =0,e 2 VsOparar tye +2? >a, € a nica carga na regido 2 > 0 é a carga pontual +q em (0,0,d). Mas estas so precisamente as condig@es do problema original! Evidentemente, a segunda configuragao produz exatamente o mesmo potencial que a primeira configuragio, na regido ‘superior’ = > 0. (A regito ‘inferior’, z < 0, & completamente diferente, mas quem se importa? A parte superior é tudo de que precisamos.) Conclusio: o potencial de uma carga pontual acima de um condutor infinito aterrado é dado pela Equagio 3.9, para 2 > 0. Observe o papel erucial desempenhado pelo teorema de unicidade neste argumento: sem ele ninguém acreditaria nesta solugo, jd que ela foi obtida para uma distribuigo de carga completamente diferente. Mas 0 teorema de unicidade a certifica: se satisfaz a equagdo de Poisson na regido de interesse ¢ assume o valor correto nos contomos, entdo deve estar cert. Figura 3.11 3.2.2. Carga superficial induzida sgundoa ‘Agora que conhecemos 0 potencial, fica facil caleular a densidade superficial de carga o induzida no condutor. Equagio 2.49, o=-ae on onde OV /An &a derivada normal de V na superficie, Neste caso, a diregdo normal é a dirego 2, entao aa "Oe A pautir da Equacio 3.9, { d) F alz+d) @ te + ed * reset ay ale Capitulo Técnicas especiais. 87 entio = =od “heyy eee ‘Como esperado, a carga induzida é negativa (assumindo que q seja positiva) e maior em a Fé que estamos com a mio na massa, vamos calcular a carga total indy a= [ode Esa integral sobre o plano xy pode ser feita em coordenadas cartesianas, com da = dr dy, mas € um pouco mais fil usar coordenadas polares (r, 6), com r? = x? + y? eda = rdr dg. Entio o(e.y) G.10) ~ad = oe pa ad aa = Serr 0 [ [ dae ep vir Evidentemente, a carga total induzida no plano € ~9, como (aproveitando-se da visio retrospectiva) voce talvez se con- venga de que teria de ser. GB.) 3.23. Forga e energia A carga 9 € atraida em dirego 20 plano devido & carga induzida negaiva, Vamos caleular a forga de atragio. Como 0 Botencial nas proximidades de y € 0 mesmo que no problema andlogo (0 que tem -+q e —¢, mas sem condator),o campo também 0 &e, portant a forga: 1 ¢ F=-— 1 rea (24)? Gy Atengdo: & fécl se empolgar e assumir que tudo & o mesmo nos dois problemas. A energi as duas cargas pontuais ¢ sem condutor, a Equagio 2.42 resulta em porém, nao é a mesma, Com 1 @ gv 3. Treg 2d of) ‘Mas para uma Gnica carga e placa condutora, a energia éa metade disso: 2 y @.14) req 4d Por que a metade? Pense na energia armazenada nos campos (Equagio 2.45): © fp Bf Ba 2 / " No primeiro caso, tanto a regiao superior (z > 0) quanto a regido inferior (2 < 0) contribuem — e, por simetria, elas contribuem igualmente, Mas no segundo caso, s6 a regio superior contém um campo no nao e, portant, a enerpia & a metade. E claro que se pode também determina a energia calulando o trabalho exigido para aproximar qa partir do infiito, A orca exigida (para se opor & forga elétrica da Equagao 3.12) é (1/4me9)(q2/422)2, enti w Quando movimento q em diregdo a0 condutor, trabalho somente em q. & verdade que a carga induzida esta se aproximando o condutor, mas isso ndo me custa nada jé que o condutor todo esté em potencial zero. Em contrapartida, se ew tourer simultaneamente duas cargas pontuais (sem condutor), exerco trabalho sobre ambas eo trabalho total é 0 dobro, 88 Eletrodinémica 3.24. Outros problemas de carga imagem O método que acabamos de descrever nio se limita a uma tnica carga pontual; qualquer distribuigio de carga estacionéria préxima @ um plano condutor aterrado pode ser tratada da mesma forma, introduzindo-se sua imagem no espelho — dai o ‘nome método de imagens. (Lembre-se de que as cargas imagem tém o sinal oposto; isso & 0 que garante que 0 plano zy teré Potencial zero.) Hé também alguns problemas exéticos que podem ser tratados de maneira semelhante; os melhores so os seguintes, Exemplo 3.2 ‘Uma carga pontual q estésituada a distancia a do centro de uma esfera condutora aterrada de raio R (Figura 3.12). Encontre © Potencial fora da esfera Solugio: -xamnine a configuragdo completamente diferente ue consste da carga pontualq juntamente com outra carga pontual B.15) ‘colocada a uma distincia on G16) A direita do centro da esfera (Figura 3.13), Agora nio hd condutor — apenas as duas cargas pontuais. O potencial desta configuraso é yy- (440 wore gs (t+), am onde +e» slo as dstncias de geo respectvamente, Agora acontece (consute 0 Problema 3.7) que este potencial alae em todos os ponts da esferae, portant, se encaixa nas condigbs de contorno para o nosso problema original, na regio exterior Conclusio: a Equagio 3.1760 potencial de uma carga pontul prixima a uma esfera conduora ates. (Observe que b é menor do que R, de forma que a carga ‘imagem’ q' esti seguramente deniro da esfera — ndo se pode colocar as cargas imagem na regio nde vac est caleulando V; isso mudaria p, vo estaria resolvendo a equagio de Poisson com a font era.) Pariularmente, a forga de atragdo entre a carga ¢ a esfera é oF Gus) Esta solugio € deliciosamente simples, mas extraordinariamente afortunada. Hi tanta arte quanto ciéneia no método das imagens, 5 que voce tem, de alguma forma, eraro ‘problema auxiliar’ certo para analisar. A primeira pessoa que resolveu o problema desta 'maneira nao pode ter salbido de antemio que carga imagem q! utilizar ow onde colocé-la. Presumivelmente, ela comecou com uma ‘carga arbitrdria em um ponto arbtrdrio dentro da esfera, calculou o potencial na esferae depois descobriu que com e bcertos, 0 potencial da esferasimplesmente deseparece. Mas é realmente um milagre que alguma escolhafuncione — com um cubo em veo de ‘uma esfera, por exemplo, nenhuma carga em lugar nenhum no seu interior tornaia o poteneial na superficie nul. Figura 3.12 Figura 3.13 Problema 3.6 Enconire a forga na carga + na Figura 3.14, (O plano ry é um condutoraterrado.) Problema 3.7 (a) Usando lei dos cossenos, mostre que a Equagio 3.17 pode ser eserita como se segue: 4 4 a en G19 Grea | ViPS aF= Bra cos) B+ (ra/R)— Bra cond , Capitulo Técnicas espociais 89 Figura 3.14 ‘onde 1 €@ sBo as coordenadas esféri naesfera, r= R, (b) Encontre a densidade de ca (Qual deveria er?) as polaresusuts, com 0 eixo = ao longo dalnha através de 9. Nessa forma, é Sbvio que V = 0 "es superficial inguzida na ese, coms fungio de 8 Intere iso para chegar carga i (©) Calcule a energia desta configuracio, Problema 38 No Exempla 22 assumimos qe a esfera condor era tea (V = 0) Mas ‘crescentando-se uma segunda carga Che cara wed deer ino pat aso de quale esi em guaguer poten Te tats Cones infnto) roma 8 oe devia war nde deve clos? Enconte aoa deaeagnenre veces Pontual qe uma esfera condutora Problema 39 Uma fnha de carga uiforme 6 colocada em um fo ret infinite, 4 uma distancia dacima de wm plano condutor mos que o flo core paralelo a0 eixo ze diretamente aca dele eq 18€ © plano condutor€ 0 plano xy.) {@) Enconteo ptencial na regio acima do plano, [Dica:refia-se so Problema) 4 (©) Encontre a densidade de carga ¢ induzida no plano condutor Figura 3.16 Nesta sop vamos atacardiretamente a equaso de Laplace, usando 0 método de separa Famenta favorita dos fisicos para resolver equagdes diferenciais Potencial (V) ow a densidade de carga (0) sao especificados nos no interior. A estratégia basica € bastante simples: procuramos depende somente de uma das coordenadas. Os detalhes alggbricos, no ‘entanto, podem ser descomunais. Portanto, vou desen. solvero metodo através de ume sequénca de exemplos. Vamos comecar com sa Coordenadas cartesianas ¢ depois passaremos 4 coordenadas esféricas (vou deixar que voce resolva sozinho o ease cilindtico, no Problema 3.23), wio de varkiveis, que é a fer- Parcs. O método se aplica em circunstancias nas quais Contomos de alguma regio e temos de encontrar o potencial solusoes que sejam produtos de funcdes, cada uma das quais 90 Eletrodinamica 3.3.1 Coordenadas cartesianas Exemplo 3.3 Duas placas metiices infntas e ateradas esti paralelas ao plano xz, uma em y = 0, €a outa em y = a (Figura 3.17). A extremidadeesquerds, em x = 0, est fechada por umn fina infinitaislada das duas placas e mantida a um potenil especticg Voy). Enconte potencal dentro desse “v0 SolugGo: a configuracio ¢ independente de 2, de forma que o problema € na realidade bidimensional. Em termos matematicos, precisamos resolver a equagio de Laplace, 3.20) sujeita &s condigdes de contorno @ fo) . (ii) V = Valy) quando x = 0, (iv) V > 0. medida que x — 0. (A stima condgie, embora no estja especficamente express no problema, énecesstia em terms isicos:& melida que vov® se afta cada vex is a fina “qunte’ em 2 = 0, 0 poencial deve cas para zero.) Como opotencil et expeifiado em todos os contrnas, a espota 6 univocanente determina (O primeiro passo € procurarsolugbes na forma de produtos: V(«,y) = X(2)¥(u). (3.22) Gan A primeira vs, esa ¢ uma resto absurda — a esmagadora maori ds solutes pra a equag de Laplace ndo tm es forma Por xemplo, V(z,») = (5x + 6) stisaz a Equagéo 320, mas nd se pode expressi-la como o produto de uma fungi de ves ‘uma fungo dey. Obviamente por esse meio vamos obter apenas um suconjunto minisculo de todas as solugdes pssivei seria tum milage se alguma delas se encainasse nas condgies de contorno do nosso problema... Mas, espere, porque as soles que ‘vamos obter so muito espeiaseocore que juntndo-ts podemos constuirasoluo eral. De qualquer forma, colocando a Equagdo 3.22 na Equaco 3.20, obtemos vEE xf (0 proximo passo ¢‘separar as varidveis’ (ou seja,reunir tudo 0 que € dependente der em um dos temas e tudo o que é dependente de y no outro). Tipicamente isso ¢ feito dvidindo-se por V: ex ey Xa ty 323) ‘Aqui primeiro termo depende somente de « €o segundo, somente de y; em outras palavras, temos uma equagio com a forma F(z) + fy) 0. 324) ‘Agora, 6 existe uma forma para que isso seja verdade: fe g tém de ser ambas constants, Porque, x f(z) mudass, & medida que = vaiasse — ento, se mantivéssemos y fxo e mexéssemos com a soma (2) + g(y) se allerari, contrriando a Equago 3.24, Capitulo Técnicas especiais 91 pany duo fsutado € sempre zero, (Ese 6 um argumento simples, mas um tanto evsivo; noo aceite sem Penser bastante Pore este métodobasciase totalmente nel.) Eno, sege-s a partir da Equi 3.23 que, Lex Ley _ _ XG e Vag =O com Cr+ C2 =0, (3.25) (Uma desta constants € positivae a oura¢negatva (ou tlvez ambas sejam zero). Em geal, emos de investigar todas as possibili- ads etetanto, no nosso problema em pariculr,precisamos de C; positva¢ Cs negative, Por motivos que ficario caros dentro de instants, Assim ey a #X py, da? 626) Y(y) = Csen ky + Deos ky, e forma que V(zy) = (Ae + Be“™)(C'sen ky + Deos hy) 827) Esta € a solugdo separdvel adequada para a equagio de Laplace; falta impormos as condigSes de contomo para ver 0 que elas nos Sido sobre as constants, Para comesar elo im, condo (iv) equer que A sea igual tseres Abeencdog ‘em Ce D, ficamos V (x,y) =e" (Csen ky + Dos ky). A concigdo (i) exige que D seja igual a zero, entio V(ay) = Co“ sen ky, (3.28) Enquanto iso, (i) resulta em sen ka = 0, do qual decorre que |, nunca conseguisfamas fazet com que Se anulasse no init, e e ¥ fosse exponencial,ndo poderfamos faé-la se anu tanto ‘em 0 quanto em a. Incidentalmente, n = 0 mio serve ois nese cas, 0 poten anulase em td parte. B i excluimos os n negatives) Use &0 mimo que eomseguimos usando a solutes separives, a menos gue Vy) por acso tena a forma sen(nzy/a) para feu nner nro n, simplemente ao podemossatfazer 3 skima congo de conor em a agora vem 0 passo Tenner eelie © metodo: a separagd de varéveis nos deu um conunt inno de olen (une para cada n), © embora Be Tunas das, por si sd sata a hima condo de conto, é posse! combin ts de umes onan que a satisfaca. A equagdo Af Laglase € linear no send de que se Vi, Va Vy. a sais, © mesmo srt venade pore ‘qualquer outra combinagio linear, Vari + aaVa+aa¥ +... onde a1,02,.. sioconstanes arbitrrias, Pois WV = aVV taV'Vs +... = 00 +009 + Explorando esse fat, podemos montar as solugdesseparéveis (3.28) para construir uma solugio muito mais gera: Vey) = J One™*/* sen(ny/a) 30) 'so sina satisfz as ts primeiascondigtes de contoro; a pergunta 6: podemos (com uma exciha Aastuta dos coeficientes Ci) satsfazer&tltima condigéo de contorno? V(0,y) = Y° Cn sen(nmy/a) = Vity). G3) fami oc reconhega estas —< una sve enoide de Foie. Eo teremade Dc gaat. ve vrtualmente qualquer fens Vola) — ela pode ter até um nimero fio de dsconinudades — pode ser expunide entars e 4 Aasimindo de si positvo, mas iso no infin pela de generale — aging ox da meama solugio (3.27), mas com as consantes Bane Me arene (A 6 B.C — ~C), Ocsinaimente (mas no neste exempo) k= Otanbén dew se (0¢iao Problems 3.47). 5 Boat Ma Mathemaiat Methods inthe Physical Sciences, 2, (Nova Yok: In Wile, 1983) 2 6 Por andes estticas, no useia fina a Equagio 3.34 se mantém para m Eletioginamica Mas como, de fate, determinamos os coefcientes C,, enterrados como esto nessa soma infnita? O dispositive para consumar isso é tio adorvel que merece um nome — eu o chamo de truque de Fourier, emboraspatentemente Euler tena usadoessencalnente 8 mest ieia algum tempo antes. Fis como funciona: mutplique a EquagSo 3.31 by sen(n'ry/a) (onde n' € um nimero inte Positive integre de 0 a Hi * sen(nry/a)sen(nny/a) dy = f Voy) sen(n'xy/a) dy G32) Vooé pode resolver por si mesmo a integral a esquerda; a resposta 0, sen’ £n, [catty natinioa-{ ° es ‘Assim, todos os termos da série caem, salvando-se apenas aquele em que n’ (a/2)C yw. Conctusia:® 1 € 0 lado esquerdo da Equago 3.32 se eduz a 2 [ Voy) sentry /a) dy 034 E pron a Equi 3.36 soo com ox cosines dao pela Equa 3.4. Como exemple coneeto, supe que a axa em = = 0¢ uma laa de metal om poten eons Vi deme sed qu ele lala car carson yee Eno . 0. sem forpar mw 2 ane 835) sen for impar. Bvidentemente, Veew "2! gen(nay a) 36) A Figura 3.18 € um grifico deste potencial; a Figura 3.19 mostra como os poucos termos inciais da série de Foutier se combinam para chegar a uma aproximasio cada vez melhor da constant Vo: (a) € apenas n = 1, (b) inclu n até 5, (6) & a soma dos primeiros 10 terms, ¢ (2) € a soma dos primeiros 100 termos. Incidentalmente, a série infnita na Equagdo 3.36 pode ser somada explictamente (voce pode tentr, se quiser); 0 resultado é Visa) = 2 ante ( ateule) aan "Nesta forma ¢fécil verficar que a equagio de Laplace & obedecida e que as quatro condiges de contomno (3.21) sto satsfitas. Vivo vla Figura 3.18, Figura 3.19 2,3,....e to impor (¢ébvio) que lea voc wsa para o indice ‘Beco Capitulo Técnicas especiais 93 O sucesso deste metodo se apoia em duas propriedades extraordindrias das solugdes separiveis (3.28): completeza ¢ ortogonalidade, Um conjunto de fungdes {n(y) € considerado completo se qualquer outrafungio f(y) puder ser expressa ‘como uma combinagao linear das fungdes desse conjunto: DL Onfaly). 6.38) to) AAs fungdes sen(rary/a) séo completas no intervalo0 < y < a. Fi este fto,assegurado pelo teorema de Dirichlet, 0 que nos Brant» que a Equagio 3.31 poderia ser satisfeita, dada a escolha adequada de coeficientes C. (A prova de completeca, para um determinado conjunto de fungdes€ uma trea extraordinariamente dificil ereceio que os iscosassumam gee el & um fat, deixando que outos fagam essa verfcagSo.) Um conjunt de fungées & ortogonal sea integral do preted dots ‘membros diferentes do conjunto for zero: [ Snly)fv(y) dy =0 — paran! # n. (3.39) n As fungdes seno sio ortogoncis (Equaglo 3.33); esta é a propriedade na qual o truque de Fourier se base, permitindo climinar todos os termos exceto um na sie infinita e, portato, encontrar a solucio para os coefcienes C2 (Prova de frogondlidade ¢ geralmente bastante simples, ov por intepragio direta, ov por andlise da equagao diferencial da qual as fungdes vieram.) Exemplo 3.4 Pus laos de fetal aerradas ¢ de comprimeno ifn, novamente em y = Oe y = a, slo conectadas em = +b por tas de metal mantidas em potencalconstante Vo, como mostra a Figura 3.20 (uma camada fina de isolamento em cada canto even que elas entcem em curto). Encontre o potencial dentro do tubo retangulareesuliante. Solugio: mais uma vez, a coniguragdo €independene de z. Nosso problema é resolver a equagSo de Lapace sujeita as condigdes de contorno () V-= Oquando y = 0, (i) V = oquando y (il) V= Ve quando 2 = b, 40) (iv) V = Vo quando x = (O argumento se desenvolve como antes, até a Equagdo 3.27; V (x,y) = (Ae + Be™)(Csen ky + Deosky), Desi er no entao, no podemos fzefixar A = 0; regio em question setend az = o, de forma que e! &perfeiamente ‘esi, Por otro lad, stuagao € sietrca com relagdo a2, de forma que V(~2,y) ~ V(a,y),eseguese que AB Unive ef +e = Deosh kz, e absorvendo 2A em Ce D, temos V(2,u) = cosh kee (C'sen ky + Deosky). Figura 3.20 94 Betrodinamica As condigdes de contomo (ie (i equerem, como antes, ue D = Oe k = n/a, entio V(2,y) = C cosh(nza/a) sen(nny/a) Gan ‘Como V(x, y) € par em -, atenders automaticamente & condigao (iv) se atender & condigio (iii). Resta, portanto, construir a combi- nagio linear geral, V(x.) = J) Cn cosh(nr/a) sen(nry/a), « escolher 0s coeficientes C, de forma a satisfazer a condigao i) V0.2) = 5 Cucanh(nr/a)snfnny/) = Ve Este €0 mesmo problema da andlise de Fourier que enftentamos antes; citoo resultado da Equagio 3.35. 0, sen forpar Ca cosh(nnbja) = Wa sen for fmpar Conclusao: 0 potencial neste caso & dado por Veo cof) oa Esta fungi est ilustrada na Figura 3.21 Figura 3.21 Exemplo 35 ‘Um tubo de metal retanglar¢infintamente longo (lados eb est aterrado, mas uma das extemidades, em 2 = 0,6 mantid «um potencialespectico V(y,2). como mostra a Figura 3:22. Enconreopotecial no interior do tubo. Solugio: este é um problema genuinaente tridimensional, ay ev oY 6, 43) Capitulo Técnicas especiais 98 sujito 8s eondigdes de contorno () V-=0 quando. ii) V = Oquando (ii) V =O quando iv) V =0quando 64) (¥) V+ OAmedida que x + 00, (vi) V = Vo(yy2) quando 2 = 0 ‘Como sempre, procuramas soivgdes que sto produtos: V(q.y.2) = X(2)¥ W)Z(2). 3.45) Colocando isso na Equagio 3.43, ¢ divi por V, encontramos ex ey dr dy Sy ql Seque-se que ple ieee ame ce Xa Yat Fae = Cy, com Cy + Cr+ Cy =0. Nossa expetiéncia anterior (Exemplo 3.3) sugere que Cy deve ser positivo, C2 ¢ Ca, negativs. Determinando C2 = ~k? e Cy = =P temas G1 = k? +P, , portanto axe at ata aF Mais uma ver, a separagdo das variveis transformou uma equaedo diferencial parcial em equagdes diferenisis ordindrias. As solugies sio (P+P)X, (3.46) Xl) = AVR: y pe VERS, ¥(y)_ = Csenky + Deosky, Zz) = Esonlz + Peosls [A condigdo de contomno (9) implica A = 0, (i) dé D = 0, e (ii) resulta em F = 0, enquant (i) ¢ iv) requerem que k= nx/ae 1 = mex, onde n em sio nimeros inteiros positvos. Combinando as constantes que sobram,fcamos com V(a,ys2) = Ce *VOP AHI son(nayja) sen(mrz/b), Gan Esta solugdo atende a todas as condigdes de contorno exceto (vi). Ela contém dois nmeros inteiros ndo especificados (nem), 8 condigio linear mais gerl & uma soma dupla: V(ean2) = SY Came VTP TT snl) sent) (aay Espeas ated contigo de conto que est V (0.4.2) = J > Cam sen(neny/a) sen(mns/d} = Voty,2), (49) por meio da escolha apropriada dos coeficientes Cm. Paradeterminar esas constantes, multiplicamos por sen(n!my/a) sen(m'nz/), ‘onde ne ma’ so nimeros intros positives arbitriiose integramos: *e 7 . VLE Com Hi sen(nmy/a) sen(n'xy/a) dy f ‘sen(rmimz/b) sen{m'r2/b) dz = f f[ ” Valys2)sen(n'y/a)sen(mn'x2/¥) dy Citando a Equagio 3.33, 0 lado esquerdo ¢(ab/4) Cy, portato ay. Cam = 4 [ f Vo(v.2) sen(rmy/a) sen(mne/b) dy dz 6.50) 96 Eletrodinémica ‘A Equaco 3.48, com os coeficientes dados pela Equago 3.50, € a solugto para 0 nosso problema, Por exemplo, no fim do tubo ha um condutor com um potencial constante Vo, 5 . Cam = au senosa/oin [ sen(mnz/b)dz 0, sen ou m for pa, a sp se nem forem impares. Neste aso Lp AVOTITT eam) = Observe que os trmos sucssivos derescem rapidamente; uma aproximaglo razovel seria obtida mantendo-s apenas uns poucos os primeiros terms nica Problema 3.12 Enconire o potencial no vao infnito do Exemplo 3.3 se 0 contorno em 1 = O consiste de dues tras de metal: uma, de y = Oa y = a/2, é mantida em potencial constante Vp, €2 outra, de y = a/2 ay = a, tem potencial —Va, Problema 3.13 Para o vio infinito (Exemplo 3.3), determine a densidade de carga o(y) da faixa em a: = 0, assumindo que ela & ccondutora em potencial constant Vo, Problema 3.14 Um tubo retangular que corre paralelo ao eixo 2 (de ~o0 a +0) em irs Iados de metal aterados, em y ex = 0, Oquarto lado, em x = b, € mantido em um potencial especttico Vo(y) (@) Desenvolva uma formula geral para o potencial no interior do tubo. (b) Encontreo potencial expictamente, para o caso Vo(y) = Vo (uma constante), Oy Problema 3.15 Uma caixa cibica (com lados de comprimento a) consiste de cinco placas de metal que estéo soldadas juntas € sterradas (Figura 3.23). 0 topo é feito de uma folha de metal separada,isolada das outras € mantida a um potencial constante Vo Encontre 0 potencial dentro da caixa. Figura 3.23 33.2 Coordenadas esféricas Nos exemplos considerados até agora, as coordenadas cartesianas foram evidentemente apropriadas, jé que os contornos eram planos. Para objetos arredondados as coordenadas esféricas sio mais naturais. No sistema esférico, a equagdo de Laplace diz que: 10 (2 1a av 1 av a5 (" ) * aman (856) rane oat y 653) ‘Vou assumir que o problema tem simetria azimutal, de forma que V ¢ independente de 4; nesse caso, a Equagio 3.53 se reduz para 2 (pM), 1 8 (gv OA" ae) * Sen ao Oe 7. O caso gen para poteniis dependentes de ¢ tratado em todos os textos de p-graduago. Veja, por exemplo, Classica! Electrodynamics, de 3. D. Jackson's 38 ed, Capi 3 (Nova York: John Wiley, 1999). G54) Capitulo 3 Técnicas especiais | 97 ‘Como antes, procuramos solugdes que sejam produto: V(r,8) = Rirj@(). 3.55) Colocando isso na Equagao 3.54, e dividindo por V, Ld (dR) Ra" & Como o primeiro termo depende somente de r, € 0 segundo somente de 4, segue-se que cada um deles deve ser uma comnts Ld (oak 1d ao 2 = -1141) na (r #) =4, saaR (oo) =-Ul+1). G57) Aqui I(I + 1) € somente uma forma sofisticada de escrever a constante de separagio — em um minuto voce verd por que isso & convenient, Como sempre, a separagio das varidveis converteu uma equagao diferencial parcial (3.54) em equagbes diferenciais ordi- nérias (3.57). A equagao radial, da do Inle (=e) =0. (3.56) d (paR) _ fe ( 4) =KL+ DR, (3.58) tema solugdo geral 5 Rr) = Ar + 77 (3.59) como voeé pode facilmente verificar; A e B so duas constantes arbitrérias que so esperadas na solugdo de uma equagao diferencial de segunda ordem. Mas a equagdo angular, a a0 a (on) = -I(1 + 1)sen6, (3.60) no é to simples. As solugdes so polindmios de Legendre na varidvel cos # (8) = Fi(cos4) G61) Pi(v) € definido de forma mais conveniente pela formula de Rodrigues: y 1 (d\n wy Plo) = a (2) (e? -1) 6.62) Os primeiros polindmios de Legendre estio listados na Tabela 3.1 Tabela 3.1 Polindmios de Legendre Pot) = 1 Pilz) w Pale) = ( Pyle) Pilz) Pol) (62° ~ 3x)/2 (3524 — 302? + 3)/8 (63° — 7023 + 15:)/8 Observe que Fi(c) & (como o nome sugere) um polindmio em x de I-tsima ordem; ele contém somente poténcias pares, se [for par, e poténcias impares, se for impar. O fator na frente (1/2!i!) foi escolhido de forma que Pl) = 1 (3.63) A férmula de Rodrigues obviamente funciona apenas para valores nao negativos de I. Além disso, ela nos fornece apenas, uma soluglo. Mas a Equagio 3.60 é de segunda ordem, e deve ter duas solugdes independentes, para cada valor de I. Ocorte ue essas ‘outras solugdes’ explodem em = 0 e/ou 0 = 7, es segunda solugdo paral = 0 & io, portanto, inaceitaveis em bases fisicas.* Por exemplo, a (3.64) i ars ass, onde 0 exo = 6, por algum mosvo, inacesivel ss outa slugs talvertenham de ser consderaas 98 Eletrodinamica ‘Vocé pode querer verificar por si mesmo que ela satisfaz a Equagio 3.60. [No caso da simetria azimutal, portanto, a solugdo separével mais geral para a equagio de Laplace, coerente com o minimo de requisitos fisicos, é V(r,8) = (a + tt) Pi(cos6). aA (Nao houve necessidade de incluir uma constante geral na Equagd0 3.61 porque neste estgio ela pode ser absorvida em Ac B.) Como antes, a separagdo de variaveis gera um conjunto infinito de solugées, uma para cada l. A solugio geral é a combinagdo linear de solugGes separaveis: vona=>° (ar + 4) Pi(cos), (3.65) a O exemplo a seguir ilustra 0 poder desse importante resultado. Exemplo 3.6 5 10, 0 potencial Va(8) €especifcado na supericie de uma esfea oca, de raio R. Encontro potencial dentro da esfera. Solugio: neste cas0, Bi = 0 para todos os ! — caso contro o potencialexplodivia na origem. Assim, V (7,8) = S> Aur'P(008 8) (3.66) t= Em r= Risso deve combinar com a fungi especticada Va(@): V(R,0) = > AiR’ (cos@) = Vo(6) 3.67) Essa equagdo pode ser satisfeits, para uma escolha apropriada de coeficientes A? Sim: 0 polinémios de Legendre (como 0s senos) ‘consttuem um conjunto completo de fungdes, no intervalo —1 < x < 1 (0 <8 < x). Como determinamos as constantes? Mais uma vez, com o trugue de Fourier, que os polindmios de Legendre (como os senos) so fungbes ortogonais:? 1 a f revrecae = fF rlowoyricossenoae ~ if seh = 68) wy «tl Assim, muliplicendo a Equasio 3.67 por Py (eos 8) sen 6einegrand, tems Ar Pe f Vol8)Fe(cos6) sen 0.0, “ " Va(0)F(cosd) sen a, (3.45) ‘A Equagio 3,66 ¢ a solugio para 0 nosso problema, com os coeficientes dados pela Equagio 3.69. Pode ser dificil resolver integrais da forma 3.69 analiticamente, e na prtica é frequentemente mais fil resolver a Equagio 3.67 ‘a ‘lho’. Por exemplo, suponha que nos digam que o potencial da esfera € Vo(@) = ksen*( 0/2), a7) ‘onde & € uma constante. Usando a frmula do semi-dngulo, reescrevemos isto como (0) = £1 cond) = KI Pr(cas8) ~ Pico) 1M, Boas, Mathematica! Methods in the Physical Sciences, 2 ed, Seg 12.1 (Nova York: John Wiley, 1983). so ceramere verte qvandoVo() poles express como um plindmi em cca 4.0 grad polinb os dz quo maior de que precisa coef pinia etemina oA corespondent Subd FP (cos8 reptin roses, balan sisemaamene elu 8. Observe ue se Va uma fae par deco det apenas eos pes apreceo na sono mesmo cco cm a ane par) Capituio'd Técnicas especiais 99 Colocando isto na Equasio 3.67, vemos imediatamente que Ao = h/2, Ay mente, ‘k/(2R),€ todos os outros Ay se anulam. Evidente- V Eo ¥(0.8) = 5 |r? Foteos 4) — oun] =& (I~ fest) aH Exemplo 3.7 © potencial Vo(8) € novamente especifcado na superficie de uma esfera de rio R, mas desta vez nos pedem para encontrar 0 potencial extern, assumindo que Ki no ha cara. Solugior neste caso, slo os Az que devem ser zero (caso contri, V no tenderia a zero no oc), portanto Vind) = S07 Pleas) en [Na superficie da esferaprocisamas que Bi <\ YO) = Yar Ped) = 11) “Muttiplicando por (cos) sen 8 e integrand — aproveitando, novament,« ela de ortogonlidade 3.68 — temos By 2 sen waasi=/ Vo(@}Fe(cos6) sen 040, = BaP vnicao)senoan 67 I ‘A Equagio 3.72, com os coeficientes dados pela Equagio 3.73, é a solusio para 0 nosso problema, Exemplo38 ‘Uma esfera metic sem carga de aio R.€colocada em um camp eltricoiicilmente wiforme E = fy, (0 campo ir empurar a carga positiva para. a superficie ‘not’ daesfera, deixando uma carga negativa na superficie ‘sul (Figura 3.24), Essa carga ind, or sua vez, distore 0 campo nas proximidades da esfera.] Encontre opotencial na regio externa da este Solugto: a esfera ¢ uma equipotencial — podemos aé fala igual a zero. Eno, por simetria, td o plano ry tem ptencial zero. Desta vez, no entant, V ndo tende a zero se = € grande. De fto, lnge da esferao campo & Hof e,portanto, V4 B24, Como V = 0. plano equatorial, aconstante C deve ser ero. Consequentemente, as condigdes de contorno para este problema sio ) V=0 — qundor=R, a1 (ii) V>—Eyreos — parar > R. Figura 3.24 100 Bletrodinmica ‘Temos de atender a essas condigses de eontorno com ums fungdo da forma 3.65, A primeira condigio gera Aut +B ou By =A, 075) entio . Ve) =A (" = ar) (cos), Pad Para >> Fo segundo term entre parénteses € desprezivel e portanto, a condo (i) requer que Evidentemente,somente um termo esté presente: | = 1, De fto, como P' (cos 8) = co50, podemos ver, imediatamente, Ai = Eo, todos os outros Ay zeram Conclusto: Vent) = Fa G76) © primeira termo (— Fr cos 8) € devido ao campo extemno; a contribuigdo atributda carga induzida 6, evidentemente, ® Bo cost Se voot quiser saber qual a densidade de carga induzida, ela pode ser calculada da forma usual: BoB c0s8. 7) Como esperado, ela € positiva no hemistério ‘norte (0 < @ < 1/2) enegativa no hemiséro ‘sul’ (x/2 <6 Amr'P(cos8) (rn < R) 78) (sem ermos By — eles exploem na origem); na eto externa qarPilcos8) (r > R) (379) (sem termos Ay nites devem ser unidas pelascondigdes de contorno apropriadas, 1a propria superficie, Primeiro, 0 potencial & continuo em r = R (Equaglo 2.34): Yo Aut A(c084) = > FB cose, (380) Capitulo Técnicas especiais 101 Segue-se que 0s coefcients de polinémios de Legendre similares so igu B et @sn (Para provar isso, formalmente, multiplique ambos os lados da Equasdo 3.80 por (cos) send eintegre de Q a 7, usando a relagio de ortogonalidade 3.68.) Segundo, a derivada radial de V sofre uma descontinuidade na superficie (Equagéo 2,36) e-2 1 :2) rs 008 6a) Assim -Y+n ar (cos 8) — -Sur7 (e088) = - Lol, i = ‘ou, usando a Equagio 3.81: Yer 1) AiR" (cos 8) J ooto) Ga) [A partir dagui, 0s coeficientes podem ser determinados vsando-se o truque de Fourier: A mae 70(0) Pi(cos 8) sen 0. ea [As equagdes 3.78 e 3.79 constituem a solugio para 0 nosso problema, com os coefcientes dados pelas equagiies 3.81 ¢ 3.84 Por exemplo, se o(0) = keosd = KP, (e088), 35) ara alguma constant, eto todos os fo zero, exceo para = Le k k ane f [Peony wna = © poencal dentro da estra portant, V(r,8) = é e088 (r SR) (3.86) enguato fra da esfera V6n8)= SE Leos (P28) 38) Em particular, se oo(6) € a carga induzida em uma esfera de metal em um campo Buf, de forma que k= 3eoBy (Equagio 3.77), nto o potencial interno é Kor cas = Epz,e 0 campo & ~ By — exato para cancelar o campo externo, como, é claro, deveria set Fora da esfer, o potencial devido a essa catga superficial & ‘coerente com a nossa conclusio no Exemplo 3.8. Problema 3.16 Derive P(x) da formula de Rodrigues everifique se Py (cos) satistaz a equagio angular (3.60) paral = 3. Verfique ‘© Ps € P; sioortogonais por integragio explicia Problema 3.17 (a) Suponha que 0 potencial é uma consiante Vo sobre a superficie da esfera. Use os resultados do Exemplo 3.6 ¢ {do Exempla 3.7 para encontrar o potencial dentro e fora da eslera. (Voe8, & claro, jf conhece as respostasantecipadamente — esta & apenas uma verificagio de coeréncia do método.) (6) Encontreo potencial dentro e fora de uma casca esférice com uma carga uniforme oo, usando os resultados do Exemplo 3.9 Problema 3.18 O potencial na superficie de uma esfera(raio R) & dado por Vo = kos 38, ‘onde k é uma constante. Encontre o potencial dentro e fora da esfera, bem como a densidade superficial de carga o(@) na estera ‘Assuma que ndo hi carga dentro ou fora da esfra.) 102 Elotrodinarica Problema 3.19 Suponha que o potencal Vo(0) a superficie de ums esera é especiiad e que nie carga dentro ou for da estera Moatre que a densidade de carga na esfea é daa por ot 2¢ o(8) = ae + 'C1Pi(cos8), 3.88) onde CG [ Vo(6)Pi(cos 8) sen @ dé. (3.89) Problema 3.20 Encontte 0 potencial fora de uma esfera de metal carregada (carga Q, raio R) colocada em wm campo elético Bo, ‘que ¢ inicialmente uniforme. Explique claramente onde voc? estéestabelevendo 0 ze70 do potencial Problema 3.21 No Problema 2.25 voce encontrou o potencial em um eixo de um disco uniformemente carregado: Vi(r,0) = zu V1? + Rr) {a) Use isto, jumtamente como fato de Fi(1) = 1, para calcula os primeiros tréstermos da expansio (3.72) para o potencal do disco fora do eixo,assumindo que r > R. {(b) Encontre 0 potencial para r < F pelo mesmo método, usando (3.66). (Observe: voc® precisa quebrat a regio interior em dois hhemisfrios, acimae abaixo do disco. Nao assuma que os coefcientes 4 Sio os mesmos em ambos os hemnsféries Problema 3.22 Uma casca eslérica de rao R tem densidade superficial de carga uniforme a» no hemisfério ‘norte’ uma densidade superficial de carga uniforme —cp no hemisfério ‘sul’. Encontre o potencial dentro ¢ fora da esfera,calculando os coeficientes explictamiente até Ag e Bo, Problema 3.23 Resolva a equagdo de Laplace pela separagio de variéveis em coordenadas cillndricas assumindo que nao hé depen- > d, de forma que o terceiro termo &desprezivele a expansto binomial gera (oF feos0) 2 Assim eentdo v(x) & _L adeost to 7 cD Evidentemente, © potencial de um dipoto € proporcional « 1/r? para r grande; como poderfamos ter prevsto ele diminui mais "apidamente do que 0 potencial de uma carga pontual.Incidentalmente, se juntarmos um par de polos iguaiseeposto para formar tm quadrupolo,o potencal passa a tera forma de 1/1: para dos quadrupolosjutaposos (um octopolo) ele da forma I); ¢ assim suessvamente. Figura 327 resume essa hierarquit; por completeza, inclu o monopoloelérico (arg pontual),cujo potencial, portanto, é da forma 1/r. +4 te + * vr ye % — 4 ay ‘Monopoto Dipole Quadrupoto ctopoio “4 Win Wir) Wt) Wie) Figura 3.26 Figura3.27 © Exemplo 3.10 pertence a uma configuracio de carga muito especial. Agora, proponho desenvolver uma ‘expansaio sistemética para o potencial de uma distribuigao de carga arbitdria localizada, em poténcias de I. A Figura 3.28 define as varidiveis adequadas; o potencial em r € dado por aft Vee) = aa | jole’dar! G91) pa? WG Figura 3.28 104 Eletrodinamica Usando a lei dos cossenos, 2+ (r!? ~ 2rr! cos =r? +) -2(2)ae], rviFe (3.92) (2)(¢-ra0) ara pontos bem externos & distribuigdo de carga, €€ muito menor que | e isso convida a uma expansio binomial: Pelarote} (i onde (3.93) ou, em termos der, 1’ e @: 1 1 1(r'\ (r! \.3fr\* re ae emt) +3(£) ¢ i [ + (5) (0086) + (2) care = 12+ (2) tocar = 3cos6')/2+ ] y+] No tiltimo passo reuni as poténcias de (r’/r); surpreendentemente, seus coeficientes (os termos entre paténteses) so polinémios de Legendre! O resultado notével"! é que oe (EY rte, 3.94) conde 6" & 0 ingulo entre r e r’, Substituindo isto de volta na Equagio 3.91, ¢ observando que r é uma constante, no que se refere dintegragdo, coneluo que 395) ‘ou, mais explictamente, ve =k [ fi aeeydrts / 00s 6p) ar? + for (Goose = 5) we’) dr! + | 8.96) Este € 0 resultado desejado — a expansio multipolar de V em poténcias de 1/r. O primeiro termo (x = 0) a ll PE Yaole) = GaP (3.99) © momento de dipolo € determinado pela geometria (tamanho, forma e densidade) da distribuigo de carga. A Equa. fo 3.98 se traduz da forma costumeira (Segdo 2.1.4) para cargas pontuais, ¢ distribuigées lineares e superficiais de carga, Assim, 0 momento de dipolo de um conjunto de cargas pontuais € p= Soa 2.100) Para o dipolo ‘fisico’ (cargas opostas ¢ iguais, 4-9) pea ar =g(r, - 1) = ad, G.101) onde d € 0 vetor da carga negativa para a carga positiva (Figura 3.29). sto & coerente com o que temos para um dipolo fisico, no Exemplo 3.10? Sim: se vocé puser a Equagio 3.100 na Equa- 4 3.99, ird reencontrar a Bquagio 3.90. Observe, porém, que esse € apenas 0 potencial aproximado do dipolo fisico — evidentemente existem contribuigdes multipolares mais altas. E claro que & medida que vocé se afasta cada vez mais, Vaip Figura 3.29 106 Eletrodinamica torna-se uma aproximacao cada vez melhor, uma vez que 0s termos maiores se extinguem mais depressa com o aumento de 1. Pelo mesmo raciocinio, com r fixo a aproximagao dipolar melhora & medida que diminui a separagao d. Para construir um dipolo ‘puro’ cujo potencial seja dado exatamente pela Equagao 3.99, voce teria que fazer d aproximar-se de zero. Infeliz- mente, voce, entio, perderiao termo dipolar também, a menos que simultaneamente fizesse com que q tendesse a infnito! Um dipolofisico torna-se, entZo, um dipolo puro no limite um tanto artificial d+ 0, q -¥ oo, com o produto gd = p mantido fixo. (Quando alguém usa a palavra ‘dipolo’, voc® nem sempre sabe se é uma referéncia a um dipolo fisico (com uma separagio finita entre as cargas) ou a um dipolo puro (pontual). Na diivida, assuma que d € pequeno o bastante (se comparado a r) para {que vocé possa aplicar com seguranga a Equacao 3.99.) Momentos de dipolo sio vetores, e eles se somam como tal: se vocé tem dois dipolos, p ¢ pz, o momento de dipolo total é p: + pz. Por exemplo, com quatro cargas nos cantos de um quadrado, como mostra a Figura 3.30, 0 momento de dipole liquido zero. Voc® pode verifcar isso combinando as cargas em pares (verticalmente, | + t = 0, ou horizontalmente, + + © = 0) ou somando as quatro contribuigdes individualmente, usando a Equagio 3.100. Isto é um quadrupolo, como apontei anteriormente, ena expansio multipolar, seu potencial 6 dominado pelo termo quadrupolar) 4 +4 “@ 4 Figura 3.30 Problema 3.27 Quatro particuas (uma de carga g, uma de carga 3 € duas de carga ~2q) esto dispostas como mostra a Figura 3.31, cada uma delas a uma distncia ada origem. Encontre uma férmula simples aproximada para o potncial, vlda em ponts distantes da oxiger. (Express sua respostaem coordenadasestéicas) Problema 3.28 No Exemplo 339, deduzimos o potencial exato para uma casca esférica de rao R, com uma densidade superficial de carga o = kos? (a) Caleule o momento de dipolo dessa distribu de carga, (b) Encontre © potencial aproximado, para pontos distantes da esfera, € compare com a resposta exata (3.87). O que voo® pode concluir sobre 0s multipolos mais altos? Problema 3.29 Para odipoto do Exemplo 3.10, expands 1/24 até a ordem (d/)®, € use isso para determinaros termos quadrupolar € oetopolar do potencial Figura 3.31 3.4.3 Origem das coordenadas nas expansées multipolares Foi mencionado anteriormente que uma carga pontual na origem consttui um monopolo ‘puro’. Se nd estiver na origem, nao seré mais um monopolo puro. Por exemplo, a carga na Figura 3.32 tem um momento de dipolo p = qf, € um termo de dipolo correspondente no seu potencial. O potencial de monopolo (1/4r¢9)q/r no é exatamente correto para esta configura ; de fato, o potencial exato é (1/4:eo)q/s. Lembre-se de que a expansio multipolar é uma série de poténcias inversas de r {adistancia até a origem), e quando expandimos 1 /s obtemos todas as poténcias, nao apenas a primeira Capitulo 3 Técnicas especiais 107 Figura 3.32 Kno, movendo a origem (ou, © que result no mesmo, movendo a carga) podemosalterar radicalmente uma expansio Inultipolat © momento de monopolo Q ndo se altera,jé que a carga total & obviamente, independente do sistema de fbordenalas, (Na Figura 3.32 0 termo de monopolo ndo foi afetado quando afastames 4 da origem — mas essa ndo foi a histria toda: um termo de diplo —e aliés, todos os polos mas altos apareceram também.) Normalmente, dipole atera quando vocé muda a origem, mas existe uma excegio importante: we carga total énula, entao, 0 momento de dipolo ¢ independente da escolha da origem. Suponha que desloquenos a ‘origem por uma quantidade a (Figura 3.33), 0 ovo momento de dipolo, entdo, é = [Poteae = fe = a)p(e’) dr! = ii Yole’)dr! a i ple!) de! {Em particular, © Q = 0, entio 6 = p. Portanto, se alguém perguntr pelo momento de dipolo da Figura 3.34(a), voce pode responder com seguranga ‘gd’, mas se The pedirem 0 momento de dipslo da Figura 3.34(b) a resposta apropriada seria “Com respeito a que origem’™ P~ Qa. y neontte (i) momento de monopot, (i) © momento de dipol asrande (inclua tanto a contibuigao monopolar quanto a dipolar), @ @ © 108 Eletrodinamica 3.4.4 O campo elétrico de um dipolo Até 0 momento, trabalhamos apenas com potenciais. Agora, eu gostaria de calcular 0 campo elétrico de um dipolo (puro). Se escolhermos coordenadas de forma que p esteja na origem e apontando na direco 2 (Figura 3.36), ento o potencial em 17,8 6 Equacio 3.99) Fp _ peosd Vaip(r, 8) = rar 7 Teor? (3.102) Para obter 0 campo, tomanos o gradiente negative de V: A _OV _ pcos Oe near" Ey = Es = Assim __? ; Bain) = Fa (200887 + sen 66), (3.103) Esta formula faz referéncia explicita a um sistema particular de coordenadas (esférico) e considera uma determinada “orientagdo para p (a0 longo de z). Ela pode ser remodelada em uma forma sem coordenadas, andloga & do potencial na Equagao 3.99 — veja o Problema 3.33. ‘Observe que 0 campo de dipolo diminui com 0 inverso do cubo de r; 0 campo de monopolo (Q;/4megr®)# com 0 inverso do quadrado, € claro. Campos quaripolares diminuem com 1/r, octopolares com I/r®, ¢ assim sucessivamente. (Isto simplesmente reflete 0 fato de que potenciais de monopolo caem com 1/r, de dipolo com 1 /r?, quadrupolares a 1/'r, ¢ assim sucessivamente — o gradiente introduz outro fator 1/r.) A Figura 3.37(a) mostra as linhas de campo de um dipolo “puro” (Equagio 3.103). Para fins de comparagio, desenhei também as linhas de campo de um dipoto ‘tisico” na Figura 3.37(b). Observe como as duas ilustragdes sio semelhantes se voce eliminat toda a regio central; de perto, no entanto, elas sto inteiramente diferentes. Somente para os pontos r > d a Equagio 3.108 representa uma aproximagzo valida do campo de um dipolofisico. Como mencionei antes, este regime pode ser aleangado buscando-se r grande ou colocando-se as cargas bem juntas.!2 z (@) Campo de um dipolo ‘puro? (b) Campo de um dipole fsico" Figura 3.37 Problema 3.31 Um dipoto ‘puro’ p esta localizado na origem, apontando na dirego 2 (4) Qual és forga sobre uma carga pontual yem (a, 0,0) (coordenadas cartesianas)? (b) Qual éforga sobre g em (0,00)? ©) Quanto trabalho é necessério para movimentar q de (a,0,0) a(0,0,4)? TR, Mesmo no mite, resta uma regio infinitesimal naorigem onde o campo de um dipole fsice sponta na diego ‘era’, como voot pode ver “descend” po ino = na Figura 3.35(D). Se quiser explora este pono sul e importante, resolv o Problema 342 Capitulo Técnicas especiais 109 Problema 3.32 Trés cargas pontusis esto loalizadas como mostra a Figura 3.38, cada uma a uma distancia ada origem. Encontte 0 ‘campo elético aproximado em pontos distantes da origem. Expresse a sua resposta em coordenadasesféricas¢ inclua as uss ordens mais baixas na expans2o multipolar. Problema 3.33 Mostre que o campo elétrico de um dipolo (‘puro’) (Equagdo 3.103) pode se escrito a forma livre de coordenadas G.104) Figura 3.38 Mais problemas do Capitulo 3 Problema 3.44 Uma carga pontual de massa m ¢ liberada do repouso a uma distinc d de um plano condutor infnito aterado, ‘Quanto tempo a carga iré demorar para atingir o plano? (Resposta: (xd/q) V2xéamd.] Problema 3.38 Dois planos condutoesinfnitos partes ¢ aterrados sio mantis seperados por uma distineia «Uma carga Pontualq écolocada na regio entre cles, a uma distancia x de uma das placas. Enconte a forga sobre 4. Verfique se sua resposta est coretapara.os casos especiais « ~> ooe-x = o/2.(Obier a supericeinduzida nao to fécil. ConsulteB. G. Dick, Am. J. Pys. 41, 1289 (1973), M, Zahn, Am. J. Phys. 4, 1132 (1976), J, Pleines eS, Mahajan, Am. J. Phys. 4S, 868 (1977), e o Problema 3.44.4 seguir) Problema 3.36 Dois fos longos retos com densidades linearesuniformes e opostes +) esto situados em cada um dos lados de um longo cilindro condutor (Figura 3.39). O cilindro (que ndo tem carga liguida) tem raio R, e 0 fios esto a uma distincia a do eixo, Encontre 0 potencial no ponto r. dy {Gate Etec Resposta:VU8.8) = 35 I) (i+ a? — Deacon lea/R)P# RI acon] Problema 3.37 Uma esfera condutora de rao a, no potencial Vo, estécercada por uma casce fina e concéntrica de rao b, sobre a qual alguém colocou uma carga superficial de densidade (0) = kos 8, ‘onde k € uma constants 8 & a coordenada eslrica usual {a) Encontre potencial em cada regio: (i) > be ipa [re Vina)= { ] aVa/r + (0* — a eos 8/3r%e5, Sb Figura 3.39 110 Eletrodinamica Problema 3.38 Uma carga + esta dstibuida uniformemente ao longo do eixo z de : = aa z = +a, Mostre que o potencial |létrico n0 ponto r é dado por V(r,9) = i +} (2) rates) +t (2) Patcosa) + | para >a Problema 3.39 Uma longa cascacilindrica de raio F tem uma densidade superficial de carga uniforme ao na metade superior € uma {densidade de carga oposta ~a9 na metade inferior Figura 3.40). Encontre o potencialelérico dentro e fora do clindro Problema 3.40 Uma hast igoante fina que vai de z = —a a z = +a temas seguintes densidades lineares de carga. Em cada caso, enconte 0 termo principal naexpansio multipolar do potencial: (a) A = keos(r2/2a),(b) A = ksen{r2/a),(e)= kos(n2/a), ‘onde k & uma constante Problema 3.41 Mostre que 0 campo meédio dentro de uma esfera de rio R, devido a toda a carga dentro da esfera, & (3.105) ‘onde p &0 momento de dipolo total. Hé virias maneiras de provar este resultado deliciosamente simples. Eis um dos métodos: €@) Mose que o campo médo devo a uma sia carga q 0 pont dentro desea € 0 mesmo que o campo em devido a una esfera uniformement caegada com p= —q/( 7) a sber tf sea Tras GaR5} i pit onde 4 é 0 vetor de ra dr’, (©) O expresso anteriormente pode ser encontrado pela lei de Gauss (veja o Problema 2.12), Expresse a resposta em termos do momento de dipolo de q (©) Use principio da superposigio e generalize para uma distribuigio arbitra de carga (4) Enquantoesté com a mao na massa, mostre que o campo mio sobre aesfera devido a todas as cargas extemas 60 mesmo que ‘campo que elas produzer no centr. Problema 3.42 Usando a Equagio 3,103, clcule 0 campo eltrico médio de um dipolo sabre um volume esético de raio R, centrada ‘na origem. Faga primeiro as integrais angulares. (Nota: voc precisa expressar # ¢ 6 em termos de &, $ € @ (consulte as paginas finais do ivr) antes de integrar, Se ndo entende por qu, releia a discussio da Sesao 1 4.1.] Compare a sua resposta com 0 teorema geral da Equagio 3.105. A discrepdncia aqui estérelacionada ao fato de que o campo de um dipolo explode em r =O. A integral angular & ze, mas a integral radial € infiitae, portanto, nfo sabemas, realmente, 0 que fazer com a resposta. Para resolver este dilema,digamos que a Equagio 3.103 se aplica externamente a wna miniscula esfera de raio € — sua convibigao para By, Portanto, é inequivocamente zero ¢ a resposta toda tem de vir do campo interno 2 esfea (b) Qual deve ser o campo interno 2 esfera ¢ para que o teorema geral (3.105) seja verdadeiro? [Dica> como ¢ € abitrariamente Pequeno, estamos falando de algo que € infinito em r = 0 e cuja integral sobre um volume infinitesimal é finita) [Resposta ~(P/3e0)5%(r)) [videntemente, 0 verdadeiro campo de um dipolo é Lin ae Lis Fra HP AFP) ope (r). (3.106) Eaip(t) » # ~00, Figura 3.40, Capituiod Técnicas especiais 111 ‘Voce pode talver. se perguntar como deixamos passar o termo da fungo delta quando caleulamos o campo na Segéo 3.4.4, A resposta é que a diferenciagdo que leva & Equasio 3.105 € perfeitamente valida, exceto em r = 0, mas deveriamos saber (pela nosst ‘experiéncia na Segdo 1.5.1) que o ponto r = 0 € problematico. Consulte C. P. Frahm, Am. J. Phys, $1, 826 (1983), ou, mais rtecentemente, R. Estrada eR, P. Kanval, Am, J. Phys. 63, 278 (1995), Para outros detalhese aplicagdes, consulte D. J. Grifiths, Am. J. Phys. $0, 698 (1982).] Problema 3.43 (a) Suponha que uma distrbuigio de carga ps(r) produz um potencial V(r), uma our distibuigo de carga pa(t) roduz um potencial V2(r), [As duas situagdes podem nao ter nada em comum, pelo que me importa — talveza primeira seja wna esfera uniformemente carregada e a segunda seja um capacitor de placasparaelas. Por favor, entenda que pe pa nioestio presentes ‘ao mesmo tempo; estamos falano sobre dois problemas diferentes, um n0 qual somente pest present e outro no qual somente py std presente.) Prove o teorema da reciprocidade de Green: if piVadr = / paVi dr. wince tole senso (ica: caleule fy Ba dr de duas formas, escrevendo primeiro By = ~'VV; e usando ainteragio por partes para transferir a deriva para Ba, depois escreva Ea = —WVi e ansfira a derivada para Ey] (b) Suponha agora que vocé tem dois condutores separados (Figura 3.4). Se voce carregar 0 condutor a com a quantdade Q ‘eixando b sem carga) 0 potencal deb seria Va. Por outro lado, se voo® puser a mesma carga Q no condutorb (deixand a sem carga), potencial de a seria Vio. Use o teorema da reciprocidade de Green para mostrar que Vz,» = Vi (um resultado surpreendent jé que no assumimos nada sobre a forma ou loclizago dos condutres). Problema 3.44 Use o teorema da reciprocidade de Green (Problema 3.43) para resolver os dois problemas a segui. [Dica: para a distbuigé 1, sea siuagio daa; para a dstbuigio 2, remova qe coloque um dos conditores em potencial V3.1 (@) Ambas as placas de um capacitor de placa paralelas esto aterradss ums carga pontal 4 colocada entre els a una distin 2 da placa 1. A separagto entre as placa é d. Enconre a carga induida em cada placa, (Resposia: Qx = ql2/4 ~ 1); Qs = -o2/ (b) Duas cascas condutoras esféricas e concéntricas (de raios a e b) estio aterradas e uma ‘carga pontual q é colocada entre elas (no rao) Enconte a carga induzid em cada esfera Problema 3.45 (a) Mosre que o ferro quadrupolar na expansto multipolar pode ser escrito (na notagio da Equagio 1.31), onde aus flores P6s1Ae ya au {! sei= a 0 wits Godda de Kronecker, ¢Q.; 60 momento de quadrupolo da distribuigao de carga. Observe a hieraui: 19 1 Dim me = Greg r= Fees (0 momento de monopolo (@) é um esalar,o momento de dipolo (p) € um veto, © momento de quadrupolo (Qs) € um tensor de segunda ordem, assim sucessivamente Figura 341 112 Eletrodinamica (b) Encontre todos os nove componentes de Qs; para a configuragio da Figura 3.30 (assuma que o quadkado tem lado a ¢ esté no plano 2y, centrado na origem), (©) Mostre que © momento de quacrupolo € independente da origem se os momentos de monopoio e de dipolo se anularem, (sso fanciona para toda a hierarquia —o momento multipolar mais baixo no nulo 6 sempre independente da origem.) (4) Como voce definiria o momento de octopalo? Expresse o temo oetopolar da expansio multipolar em termos do momento de ‘cctopolo Problema 3.46 No Exempio 3.8 determinamos 0 campo elgirico extemo a um condutoresférico (raio R) colocado em um campo umiforme externo Bp. Resolva agora o problema usando o método das imagens e verfigue se sua resposta concorda com a Equa: G0 3.76. [ica use 0 Exemplo 3.2, mas acrescente outra carga, ~g, diametralmente oposta a q. Considere a —+ 0, com (1/Axeo)(2q/a®) = ~By mantido constante,] Problema 3.47 Para o tubo retangular do Exemplo 3.4 suponha qu potencialembaxo (y = 0) € dos dos los (r= tb) sea Fo, masque potencil em cima (y = a) seja uma constante Vo no nul, Encontro potencial dentro do tubo. (Nota: eta ume ‘verso invertia do Problema 3.4(b), mas montada como no Exemplo 3.4 usando fungdessenoidas em ye hgerbShcas em 2. ume caso incomum no qual k = 0 deve ser incluida. Comece encontrando a solugao getal para a Equagio 3.26 quando k = 0. Para uma Aliscusso mais detalhada, conse 8, Hassan, Am. J Pls. $9,470 (1901) [rm % ( FOS SEE xis) tem ta said So (=1)" senh(ana/) oe > Fasenhfagay ” ent). onde an bélicas em y, ono] Problema 348 (2) Um longo tubo de metal de corte transversal quadrado (lado a est com trés lads aterrads, enquanto o quarto (que estéisolado dos demas) € mantido num potencial constante Vj, Encontre a carga liguida por unidade de comprimento no lado oposto a Vo, [Dica: aproveite sua resposta do Problema 3.14 oa Problema 3.47.) (©) Um longo tubo de metal de corte transversal citculr (raio FR) estédvidido (no sentido do comprimento) em qualzo segdes iguais ts das quis sio aterradas, enquanto a quarta ¢ mantda no potencialconstante Vj, Encontre a carga liquide por unidade de ‘comprimento no lado oposto a Vo. (Resposta para ambos, (a) ¢(b): d= —(eaVo/x) 2] Problema 3.49 Um dipolo elérico ideal estélocalizado na origem e aponta na diregio 2, como na Figura 336, Uma carga elética € liberada do repouso em um ponto no plano zy. Mostre que ela balanga para a frente e para trés em um arco semicircular, com se Fosse um péndulo sustentado na origem. [0 eréito deste resultado encantador & de R.S. Jones, Am. J. Phys. 63, 1042 (1995)] '3, stesso casos espcisis do teorema de Thompson-Lampard; consulte JD 2ackson, Amz. J Phys. 67,107 (1999), Capitulo 4 Campos elétricos na matéria 4.1 Polarizacio 4.1.1 Dielétricos Neste captulo vamos estudar os campos eléricos na matéria. A matéria, é claro, existe em véros tipos — ssidos, ig dos, gases, metals, madeiras,vidros —e nem todas essassubstincias respondem da mesma maneira aos campos eletrostticon, Mesmo assim, a maior parte dos objetos do dia dia pertence (pelo menos com bos aproximagio) a uma de duas prandes classes: condutores ¢ isolantes (ou dielétrieos), 4 conversamos sobre condutores: sio substincias que contém unis fonte jlimitad’ de carga lives para se movimentarem tras do material, Na prétca,o que isso normalmente significa € que mii tos eléons (um ou dois por étomo em um metal tipico) no estdo associados a qualquer micleo em particular, mas anstamn 8 vontade, Nos deltrcos, em contrapartda, todas as cargas esto ligadas a diomos ou moléculas especticos eles estia Besos com réea curtaes6 podem movimenta-se um pouco dentro do tomo ou moléeula Tas deslocamentos mictoscopicos no slo to radicis quanto a reorganizacto por atacado da carga em um condutor, mas seus efeitos cumulativos responder Pelo comportamento caracterstico dos mateisdielétricos, Existem, de ato dois mecanismosprinipais por meio dos quais pa Lampos eléticos podem distorcer a distibuigio de carga de um stomo ou molécula dos ieltricos:estiramentoe rotagdo, Nas proximas duas segdes, discutiremos estes processos, 4.1.2. Dipolos induzidos © que acontece a um étomo neutro quando ele € colocado em um campo elérico B? Sua primeira suposigo pode muito bem ser: “Absolutamente nada — como o dtomo no est carezado, o campo nio tem efeito sobre ele” Mas nso incorrete Embora o étomo como um todo se eletricamente neutro, existe um ceme com carga positiva (0 nicleo) ¢ uma nuvem de ¢létrons com carga negativa que o cere, Essasduas regides de carga dentro do étomo sto influenciadas pelo campo. o nicleo & empurrado no sentido do campo e os elétrons, no sentido oposto. Em principio, se 0 campo for grande o sufcient, ele Poderé despedagar totalmente o étomo, “onizando-o' (a substincia,ento, toma-se condutora) Com campos menos radii, Porém, 0 equilorio logo se estabeece, jé que sto centro da nuvem de eltronsndo coincide com o micleo, as carges positvae hegatya se alraem ¢ isso mantém os étomos intetos. As duas Forgas opostas — B separando eléttonse nicleos enquanto sua atragio mitua os une — chegam a um equilforio deixando o stomo polarizado, com a carga positva ligeiramente deslocada Bara fi fado ¢ @negativa para o outro. O stomo agora tem um pequeno momento de dipoo p, que aponta na mesma dino ue E, Tipicament, esse momento de dipolo induzido ¢ aproximadamente proporcional ao campo (desde que este ndo seja forte demas) p=oE. 4) A constant de proporcionalidade a € chamada de polarizabilidade atémica, Seu valor depend da estrutura detalhada do dtomo em questio, A Tabela 4.1 relaciona algumas polarizabilidades atomicas determinadas experimentalmente Tabela 4.1 Polarizabilidades atémicas (a/4reo, em unidades de 10-®° mi) HH eee oe CE NE) 0,667 0,205 24,3 5,60 1,76 0,396 Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, 7 ed. (Boca Reton: CRC Press n:, 1997), 114 Eletrodinamica Exemplo 4.1 camp ag, gampo interno que o puta para a esquerda: E = Bz, onde E. éo campo preduride Pela nuver de elétrons. Agora, o ‘ampo a uma distncia dl do ceno de uma estea uniformementecaregada é (Problema 2.12). Em equilforio, entio, Figura 4.1 Figura 42. Para as moléculas, a stuago no & to simples, porque frequentemente cls se Dolarizam mais facilmente em uma diregao do ae em outras. O didxido de carbono (Figura 4.3), por exemplo, tem ana olarizabilidade de 4,5 x 10-40 2 « my guando se apica 0 campo ao longo do eixo da moléeula, mas de apenas 2 % 10-9 Para campos perpendiculares a essa diresio. Quando o campo esti em dngulo com o eixo, & precise ‘epari-lo em componentes paralelos e perpendiculares, ‘multiplicando cada um pela polarizabilidade pertinente: P= a. Ei + ayBy, esse caso, o momento de dipoloinduzido pode nem mesmo esta na mesma diregdo de B. ECO, érelativamente simples, auando se trata de moléculas,jé que os dtomos pelo menos orsanizam.seem lke eta; para uma molécula completamente assiméirica a Equacio 4.1 substitu peta relagio linear mais generaizada ene Bc Pp CarEs + OryBy + 09E: Oy Ee + Ay By + ay: B, (4.3) GeEs + Ox) Ey + 02,B Capitulo 4 Campos olétricos na matéria 11S conjunto de nove constantes a, constitui o tensor de polarizabilidade para a molécula. Seus valores, de fato, depen- dem da orientacio dos eixos que voce escolher, embora seja sempre possivel escolher eixos ‘principais’ de forma que todos 08 termos nio diagonais (ay, crs etc.) se anulem, deixando apenas trés polarizabilidades niio nulas: a2, dy € as: Problema 4.1 Um dtomo de hidrogénio (com um raio de Bohr de meio angstrom) est situado entre duas placas de metal distantes 1 mm uma da outra, conectadas a terminais opostos de uma bateria de $00 Y. A que frag do rao at6mico chega a distincia de separagio d aproximadamente? Estime a voltagem que seria necesséria, com esse aparato, para ionizar 0 étomo, [Use 0 valor de a da Tabela 4.1. Conelusio: os deslocamentos de que estamos falando si infimos, mesmo em escala atSmica) w= -consulte W. A. Bowers, Am. J. Phys. $4, 347 (1986).) Problema 4.3 Segundo a Equagio 4.1, o momento de dipolo induzico de um stomo & proporcional ao campo entero, Esta é uma “repr pritica’, nfo uma lei fundamental e€ fécilconceber excegdes — na tori. Supanha, por exemplo, que a densidade de carga «da nuvem de eléirons fosse proporcional& istincia do centro, até um raio R. A que potEncia de Fp seria proporcionl, nesse caso? ncootce a condigio sobre p(r) deforma que a Equagao 4.1 seja verdadeira no limite de campo fraco, Problema 4.4 Uma carga pontual q estésituada a uma grande distancia r de um stomo neutro de polarizabilidade a. Eneontre a orga de atragio entre ees, 4.1.3 Alinhamento de moléculas polares 0 tomo neutro discutido na Segio 4.1.2 nio tinha, inicialmente, momento de dipolo — p foi induzido pelo campo aplicado, Algumas moléculas t&m momentos de dipolo estruturais, Na molécula de gua, por exemplo, os elétrons tendem ‘se acumular em torno do étomo de oxigénio (Figura 44), e como a molécula tem uma curvatura de 105°, isso resulta em ‘carga negativa no véttice e carga liquida positiva na extremidade oposta. (O momento de dipolo da égua é excepcionalmente grande: 6,1 x 10°%C - my; de fato, esta € a razdo para sua eficdcia como solvente.) O que acontece quando tais moléculas (chamadas motéculas polares) sio colocadas em um campo elétrico? Se 0 campo é uniforme, a forga na extremidade positiva, F., = gE, cancela exatamente a forga na extremidade negativa, P_ = gE (Figura 4.5), No entanto, haverd um torque: N = (xP) +(r_xP) = [(d/2) x (@B)] + [(-d/2) x (-gB)] = ad x B. Assim, um dipolo p = gd em um campo uniforme E sofre um torque N=pxk. (44) 116 Eletrodinémica Observe que IN estd em uma ditegio tal que tende a alinhar p paralelamente a B; uma molécula polar que tem rotagdo livre ir oscilar até apontar na direeo do campo aplicado, Se 0 campo ndo for uniforme, de forma que F., nao equilibra F, exatamente, haverd uma forca liquida sobre o dipolo, além do torque. £ claro que B tem de se alterar de forma um tanto abrupta, Para que ocorra uma variagdo significativa no espago. de uma molécula, de forma que isto no é normalmente uma grande preocupacio na discussdo quanto ao comportamento dos dielétricos. No entanto, a formula da forga nao tem interesse; nds temos interesse nesse tipo de forga F=F,+F_=q(B,-B_ = (ME), onde AE representa a diferenca entre 0 campo na extremidade positiva e 0 campo na extremidade negativa. Assumindo que © dipolo seja bastante curto, podemos usar a Equagio 1.35 para uma aproximagao da pequena mudanga em Ey: AE, =(VE,)-4, com férmulas cortespondentes para E ¢ B.. De forma mais compacta, AE=(d-V)E, , portanto! F=(p- VE. 45) Para um dipolo ‘perfeito’ de comprimento infinitesimal, a Equagio 4.4 resulta no torque em torno do centro do dipolo ‘mesmo em um campo nao uniforme; em torno de qualquer outro ponto N= (p x B) + (r x F). Problema 4.5 Na Figura 4.6, pi ¢ p2 slo dipolos (pereitos)separados por uma distinciar. Qual &0 torque em ps devido a p2? Qual € 0 torque em pa devido a p? (Fm cada um dos casos quetemos o torque que o dipolosofre em torno de seu priprio centro. ‘Se 0 fato de que as respostasndo so iguais e oposta 0 incomada, veja o Problema 4.29.) Problema 4.6 Um dipolo (perio) p esté localizado a uma distancia 2 aeima de um plano condator infinito (Figura 4). 0 dipolo forma um angulo @ com a perpendicular 20 plano. Encontre o torque sobre p. Se odipolo tive roagio live, em que dtesdo fcard ‘em repouso? Problema 4.7 Mostre que a energia de um dipolo ideal p em um campo elético Fé dada por T PE ao) Problema 48 Mos que a eneria de interago de dois dipole separados por um deslocamento x € La pipe Far eelhs Pe —8ips (pe #)) an [Diea: use o Problema 4.7 3 Equa 3.104) Problema 4.9 Um dipolo pest « uma distincia r de uma carga pontualg,e orientado de forma que p forma um Angulo 8 com 0 vetor entre qe p. (a) Qual &aforga incidente sobre p? (b) Qual é a forga incidente sobre q? of Figura 4.6 Figura 47 1h No present contest, a Eguago 5 poder se esrita mis convenientemente como F = V(p-E). No ena, é mas seguro Seat comm (p - V)E, orgie apicremos a fGmula a mates nos quis momento de dipoo (por unde de volume) é eos uma fngo de psi € ext segunda expresso implicria(incometamente) que p também deve ser diferencia, Capitulo 4 Campos elétricos na materia 117 4.1.4 Polarizagio Nas duas segdes anteriores, consideramos o efeito de um campo elétrico externo sobre um tomo ou molécula individual Estamos agora em posigdo de responder (qualitativamente) & pergunta original: © que acontece com um material dielétrica que € colocado em um campo elétrica? Se a substincia consiste de stomos neutros (ou de moléculas nio polares), o campo induziré em cada um deles um minésculo momento de dipolo, apontando na mesma dirego do campo? Se o material for feito de moléculas polares, cada dipolo permanente sofrers um torque, com tendéncia a alinhé-lo ao longo da diregdo do campo. (Movimentos térmicos aleatorios competem com este processo, de forma que o alinhamento nunca é completo, principalmente em temperatura mais altas, ¢ desaparece quase que instantaneamente quando o campo é removido.) Observe que esses dois mecanismos produzem 0 mesmo resultado bésico: muitos pequenos dipolos apomtando ao longo da direcdo do campo — o material tomna-se polarizado, Uma medida conveniente desse efeito é P= momento de dipolo por unidade de volume, que € chamado de polarizag. Dagui por diante nao vamos nos preocupar muito com a forma como a polarizagio aconteceu. Na realidade, os dois mecanismos deseritos nZo slo tio bem detinidos quanto pretendia. Mesmo nas moléculas polares havera alguma polarizagéo por deslocamento (embora geralimente seja muito mais fil rodar uma molécula do que estiréla, de forma ue 0 segundo mecanismo predomina). Em alguns materias, € até possivel ‘fixar’ a polarizagdo, de forma que ela persista 4uando 0 campo for removido, Mas vamos esquecer, por um instante, a causa da polarizago e estudar 0 campo que 0 préprio pedago de material polarizado produz. Depois, na Seco 4.3, juntaremos tudo: o campo original que foi responsdvel por P, ‘mais 6 novo campo que € decorrente de P. 4.2, Ocampo de um objeto polarizado 4.2.1 Cargas de polarizagio Suponha que temos um material polarizado — ou seja, um objeto que contém uma porgio de dipolos mierosedpicos alinhados. O momento de dipolo por unidade de volume P € dado. Pergunia: qual é 0 campo produzido por este objeto (nao © campo que pode ter causado a polarizagdo, mas 0 campo que a prdpria polarizagdo causa)? Bem, sabemios como € o campo ‘de um dipoto individual, portanto, por que nao dividir 0 material em dipolos infinitesimais e integrar para obter 0 total? Como de costume, é mais fécil trabalhar com o potencial. Para um tinico dipolo p temos a equacao (Equagaio 3.99), Lap Vej= -, reo (48) onde r € o vetor entre 0 dipolo e © ponto no qual estamos calculando o potencial (Figura 4.8). Neste contexto temos wm ‘momento de dipolo p = P dr’ em cada elemento de volume dr’, de forma que o potencial total & V(r) = mf a (a9) of # Isso, em principio, basta. Mas com um pequeno truque de prestidigitago colocamos esta integral em uma forma muito ‘mais esclarecedora. Observando que Figura 48 2 Em moléulas asimétics © momento de dipoloinduzdo pode no ser paralelo ao campo, mas seas moléculasetveretm direconadasalatriameate, ‘amédia dos contbuigbes perpendculares seré zero. Denso de um snico cristal, as dnegdescertamente no siosleatrasetriamos de tat este cas> separadamente 118 Etotoinamica onde (diferentemente do Problema 1.13) a diferenciagao diz respeito as coordenadas da fonte (1), temos 1 1 yet V2) ag! aaf?-* (4 ¥ Integrando por partes, usando a regra de produto nimero 5, temos a | [e-G)w-fiv-ne ‘ou, usando o teorema do divergente, Lefty ad [lige Taf? we [Ew Pid’. (4.10) 3 primeiro termo parece o potencial de uma carga superficial op =P-A 4.0) (no qual fi € 0 vetor unitério normal), enquanto 0 segundo termo parece o potencial de uma carga volumétrica p= -V-P. 4.12) Com essas definigdes, a Equagao 4.10 torna-se_ Le fo aay 1 fe ag viy= tf a's 1 f Pa VO= Fe f “ean! + | (4.3) 5 ¥ O que isso significa é que o potencial (¢ também o campo) de um objeto polarizado é 0 mesmo que aquele produzido pela densidade de uma carga volumétrica pp = —V - P somada & densidade de uma carga superficial o, = P - i, Em ver de integra as contribuigdes de todos os dipolos infinitesimais, como a Equagao 4.9, simplesmente encontramos essas cargas de polarizagio, para depois calcularmos os campos que elas produzem, da mesma forma que calculamos 0 campo de quaisquer ‘outras cargas volumeétricas ou superficiais (usando, por exemplo, a lei de Gauss), Exemplo 4.2 Encontre 0 campo elético produzide por ume esfera uniformemente polarizada de rio. Solugio: € preferivel escolhermos 0 eixo = para coincidir com a direyio da polarizagio (Figura 49). A densidade volumétrica da ‘carga de polarizagao p, € zero, i que P € uniforme, mas op = P= Peos®, ‘onde 0 € a coordenada estérica usual. O que queremos, enti, é 0 campo produzido por uma densidade de carga P eos 6 espalhada sobre a superficie de uma esfera. Mas j calculamos o potencial dessa configuragdo no Exemplo 3.9 P arco, , 3a parar < R, Vina) = PR Bpions par DR Capitulo 4 Campos eléticos na matéria 119 ‘Como rcos = 2,0 campo dentro da esfer é uniforme, E=-w= parr < R, ay) Exe resilladoextractinério ser muito il no que se segue. Fora daeser,o ptenial é idéaioo ‘0 de um dipolo perfeito na origem, ve tra ‘ajo momento de dipolo, como era de se esperar, ¢ igual ao momento de dipolo total da esfera parar > R, (4s) P= grR°P. (4.16) © campo da esfera uniformemente poarizada é mostrado na Figura 4.10, Figura 4.10 Problema 4.10 Uma esfera de raio Re tem uma potarizagio P(r) = kr, onde 4 € uma constantee r 60 veto a partir do centro (@) Cateue as cargas de polaizagio oy € py. (b) Encontre campo dentro e fora da esfera. antes como barra de eleteto;& 0 anlogo eli de uma bara maghétiea, Na pritice somepe ‘materiais muito especiais — dleneos apt &9 exempo mais “conhecdo’ — mantém uma polavizasio eléwia pemanente Por ine nas rio pode comprar cletrefos em uma loja de bringuedos,] Problema 4.2 Clee o poten un ester nifoementplarzada(Exempl 42 detanet apa da Equagio 49, 42.2 Interpretagio fisica das cargas de polarizacdo Na segdo anterior vimos que o campo de um objeto polarizado é idntico 20 campo que seria produzido por uma certa distbuigdo de ‘eargas de polarizagio' ey. Mas esta conclusio surgiu no davon te ‘manipulagbes abstratas na integral a Equasao 49, e nos deixou sem entender o significado fsico desss cargas de olarizagdo, Inclusive, alguns autores dio 8 impressio de que as cargas de polarizaglo so, em um certo sentido, “cticies’ — meive Aispositivos de contabilidade Bara faciltar 0 cfleulo dos campos. ‘Nada poderia estar mais longe da verdades Pp © Oy representam aciimulos de carga Perfeltamente genuinos. Nesta se¢20, seréexplicado como a polaizagio leva a tas wcimupe carga. 120 Eletrodinamica A ideia basica é muito simples: suponha que temos uma longa linha de dipolos, como mostra a Figura 4.11. Ao fongo da linha, a cabega de um efetivamente cancela a cauda do seu vizinho, mas, nas extremidades, restam duas cargas: positiva na extremidade dircita e negativa na esquerda. E como se tivéssemos retirado um elétron de uma pont e levado & outa, embora ‘nenhum elétron tenha feito esse caminho todo — uma série de deslocamentos minisculos resulta em um deslocamento grande. Chamamos cada carga liquida nas extremidades de carga ligada para nos lembrarmos de que ela nio pode ser removida; em um dielétrico, todos os elétrons estioligados a &tomos ou moléculas espectficos. Mas fora isso, a carga de polarizagdo diferente de nenhuma outra. Para calcular a quantidade de fato de carga ligada que resulta de uma dada polarizagao, examine um ‘tubo’ de dielétrico paraleloa P. O momento de dipolo do pedago pequeno mostrado na Figura 4.12€ P(Ad), onde A é adrea da seco transversal do tubo e d € 0 comprimento do pedago. Em termos de carga (q) na extremidade, este mesmo momento de dipolo pode ser escrito qd. A carga de polarizagdo que se acumula a direita do tubo é, portanto, g=PA Se as extremidades forem fatiadas perpendicularmente, a densidade de carga superficial seré 4 a =4=P. No caso de um corte obliquo (Figura 4.13), a carga ainda é a mesma, mas A = Agyem C08, portanto a 6 = Poosd =P ii. Oeefeito da polarizagio, entdo, ¢ espalhar uma carga ligada 0, = P - fi sobre a superficie do material. Isso foi exatamente ‘que constatamos através de meios mais rigorosos, na Seco 4.2.1. Mas agora sabemos de onde vem a carga de polarizagio. Se a polarizaglo nao € uniforme, ocorrem actimulos de carga ligada dentro do material, bem como na superficie. Um olhar sobre a Figura 4.14 sugere que um P divergente resulta em um empilhamento ou acumulagio de cargas negativas, De fato, a carga ligada liquida fp, d7 em um dado volume ¢ igual e oposta 3 quantidade que foi empurrada para fora através da superficie. Este (pelo mesmo raciocfnio que usamos antes) é P - ii por unidade de érea, portanto, [oir fr an-fo Phar 4 ‘i geogengengeen « p09 “os 4 Figura 4.11 Figura 4.12 Figura 4.13, Capito 4 Campos eléticosnamatéria 121 Como isso € verdade para qualquer volume, temos fp = -V-P, confirmando, outra vez, a conclusio mais rigorosa da Segao 4.2.1 Exemplo 43 Existeoutra maneira de analisar a esfera uniformemente polarizada (Exemplo 4.2), que ilustra muito bem aideia de uma carga ligada. (© que temos, na realidade,sio duas esferas de carga: uma esfera positivaeoutra negativa, Sem polarizagdo, as duas se sobrepdem e se cancelam completamente, Mas quando 0 material éuniformemente polarizado, todas as carga positvas se movimentam ligeiramente para cima (na ditego 2), € todas as cargas negativas se movimentam ligeiramente para baixo (Figura 4.15). As duasesferas jé no se sobrepdem perfeitamente: em cima hi uma ‘cape’ de carga positiva que sobrou e, embaixo, hi uma capa de carga negativa. Essa ‘carga ‘restante’é, precisameate, a carga superficial de polarizaglo ap. No Problema 2.18 caleulamos o campo na regio de superposigio entre duas esferas uniformemente carregadas. A resposta foi Lad treo ‘onde q € a carga total da esfera postiva, d é 0 vetor entre o centro negative e 0 centro pastivo © R € 0 aio da esfera, Podemos ‘expressar isto em termos da polarizago da esfera, p = gd = (3x R)P, como Entretanto, para pontos externos, € como se a carga toda de cada esfera esivesse concentrada no seu respectivo centro. Temos, entéo, ‘um dipoio com 0 potencial L pe tre (Lembre-se de que d é uma pequena fragio de um raio atdmico; a Figura 4.15 esté excessivamente exagerada.) Estas respostas cconcordam, portanto, com os resultados do Exemplo 4.2 Figura 4.15 Problema 4.13 Um clindro muito longo, de rio a, tem uma poarizaso uniforme P perpendicular ao seu eixo. Enconte 0 campo «lético dentro do cilindr. Moste que o campo fra do cilindro ode set expresso na forma 2 Br) = 7a RP Pi. {Cuidado: eu disse ‘uniforme’, endo ‘radial’!] Problema 4.14 Quando vocé polariza um dielérico neutro, a carga se movimenta um pouco, mas a carga tora! permanece nula. Este fato deve se refletr nas cargas ligadas ae py Prove, a partir das Equagées 4.11 e 4,12 que a carga ligada total énula, 122 Eletrodinamica 4.2.3 O campo interno de um dielétrico Venho sendo desteixado quanto 2 distingio entre dipolos “puros’ e dipolos ‘fisicos’. No desenvolvimento da teoria de ccargas de polarizagio, assumi que estévamos trabalhando com o tipo puro — inclusive, comecei com a Equagio 4.8, a férmula para 0 potencial de um dipolo puro. E, no entanto, um verdadeiro dielétrico polarizado consiste de dipolos fisicos, mesmo 4que &s vezes sejam mindsculos. Além disso, pretendi representar dipolos moleculares discretos por meio de uma fungio de densidade continua P. Como posso justticar esse método? Fora do dielétrico nfo existe realmente problema; aqui estamos distantes das moléculas (r & muitas vezes maior do que a disténcia de separagao entre as cargas positivas € negativas), de forma que o potencial de dipoto tem uma predomingncia esmagadora e a “granularidade’ detalhada da fonte fica obscurecida com a distincia. Dentro do dielétrico, no entanto, dificilmente podemos fingir que estamos distantes de todos os dipolos e 0 procedimento que usei na Seco 4.2.1 fica seriamente sujeito a contestaczo. De fato, se voc€ parar para pensar, 0 campo elétrico dentro da matétia deve ser fantasticamente complicado no nivel mictose6pico. Se vocé estiver muito préximo a um elétron, © campo serd gigantesco, mas a uma pequena distincia ele pode ser pequeno ou apontar em uma dirego completamente diferente, Além do mais, com a movimentagao das tomos, em questi de instantes o campo terd se alterado totalmente. Esse campo microseépico verdadeiro seria absolutamente impossivel de ser calculado e também nao seria de muito interesse se isso fosse possivel. Da mesma forma que para fins macroscépicos consideramos a égua como um fluido continuo, ignorando sua estrutura molecular, podemos também ignorar os detalhes do campo elétrico dentro da matéria & nos concentrarmos no campo macroseépico. Ele & definido como 0 campo médio sobre regides grandes o suficiente para conter muitos milhares de étomos (de forma que as flutuagdes microsc6picas sem interesse ficam atenvadas), mas pequenas o bastante para garantir que quaisquer variagdes significativas de grande escala, no campo, no serdo ignoradas. (Na pritica, isso significa que calculamos a média sobre regides muito menores do que o préprio objeto.) Normalmente, a0 campo macrose6pico que as pessoas se referem quando dizem ‘o” campo dentro da matéria.* Falta demonstrar que o campo mactoscdpico € 0 que de fato obtemos quando usamos os métodos da Selo 4.2.1. 0 argumento € suti, portanto, aguarde. Suponha que quero calcular 0 campo macroscépico em um ponto r dentro de um dielétrico (Figura 4.16). Sei que preciso calcular a média do verdadeito campo (microscépico) sobre um volume adequado, Portanto, deixe-me desenhar um esfera em tomo de r, de tamanho, digamos, mil vezes maior do que o de uma molécula. O campo macrosedpico em r, ento, consiste de duas partes: o campo médio sobre a esfera devido a todas as cargas externas, somado & média devida a todas as cargas internas B = Ege + Eden Agora, vocé jé provou no Problema 3.41(d) que © campo médio (sobre uma esfera), produzido pelas cargas de fora (externas), é igual ao campo que elas produzem no centro, de forma que Ejya € 0 campo em r devido aos dipolos externos & esfera, Estes estio distantes o suficiente para podermos usar a Equagao 4.9 com seguranga: 1 fePe) Vin = gin f £2 eo ‘on Os dipolos no interior da esferaestio préximos demais para serem tratados desta forma. Mas, felizmente, precisamos apenas do seu campo médio e ele, de acordo com a Equacio 3,105, 6 1p Fre RP Ebene = independentemente dos detalhes da distribuigao de carga no interior da esfera. A tnica quantidade relevante € 0 momento de Aipoto total, p= ($r22)P. (4.18) Figura 4.16 3. Caso. invodugo do campo macrossépice Ihe parega suspeits, quero ressaltar que vet ei ‘um materi ula exatamente a mesma éia quando fla da densidad de Capitulo 4 Campos eléticosnamatéria 123 Agora, por pressuposto, a esfera é pequena o bastante para que P nao tenha uma variagio significativa ao longo do seu volume, de forma que 0 termo ndo incluido da integral na Equacdo 4.17 corresponde ao campo no centro de uma esfera tuniformemente polarizada, a saber: ~(1,/'3¢o)P (Equagio 4.14). Mas isso € precisamente 0 que Eee (Equagao 4.18) coloca de volta! O campo macroscépico, entio, ¢ dado pelo potencial L [BBO e © treo # , Vir) (4.19) onde a integral abrange fodo 0 volume do dielétrico. Isto, é claro, foi o que usamos na Sego 4.2.1; sem perceber, estivamos calculando corretamente 0 campo macroseépico médio para pontos dentro do dieltico. Talvez.seja preciso reler 0s dois iltimos pardgrafos para entender bem o argumento, Observe que tudo gira em torno do fato curioso de que o campo médio sobre qualquer esfera (devido & carga interna) & 0 mesmo que o campo no centro de uma esfera uniformemente polarizada, com o mesmo momento de dipolo total. Isso significa que por mais maluca que seja a configuracio da carga microseépica, de fato, podemos substitui-la por uma bela e regular distribuigio de dipolos perfeitos, se ‘queremos apenas o campo (médio) macroseépico. Diga-se de passagem, que embora o argumento se baseie ostensivamente na forma esférica sobre a qual escolho calcular a média, o campo macroscépico & certamente independente da geometria da do sobre a qual se toma a média,e isso se reflete na resposta final, Equagdo 4.19. Presumivelmente, poder-se-ia reproduzit ‘© mesmo argumento para um cubo, um elipsoide, o que fosse — o célculo pode ser mais dificil, mas a conclusio seria a ‘mesma 4.3 O deslocamento elétrico 4.3.1 Lei de Gauss na presenca de dielétricos Na Secio 4.2 descobrimos que 0 efeito da polarizagdo € produzir aevimulos de carga ligada, p, = —V - P dentro do dielétrico e op = P + fi na superficie, O campo devido & polarizacdo do meio € apenas o campo dessa carga ligada. Estamos agora prontos para juntar tudo: 0 campo atribuido a carga ligada, somado a0 campo devido a tudo o mais (que, por falta de um termo melhor, chamamos de carga livre). A carga livre pode se constituir de elétrons, em um condutor, de fons incorporados ‘a0 material dielétrico, ou 0 que for; em outras palavras, qualquer carga que ndo seja resultado de polarizagao. Dentro do dielétrico, entio, a densidade total de carga pode ser expressa como: P= Pp +P (4.20) ea lei de Gauss diz que eoV-E=p= py + VeP+p, ‘onde E € agora o campo total no apenas a porgao gerada pela polatizacao. # conveniente combinar os dois termos de divergentes: V (eo +P) = pu. A expresso entre parénteses, designada pela letra D, D=aE+P, 421) € conhecida como deslocamento elétrico, Em termos de D, diz a lei de Gauss fica [¥-D= a, (4.22) ou, na forma integral, fe da = Qhee 423) onde Qiey. denota a carga livre total dentro do volume. Esta é uma maneira particularmente titil de expressar a lei de Gauss no contento de dielétricos, porque faz referéncia apenas ds cargas livres, e carga livre & 0 que controlamos. A carga ligada vem de carona: quando colocamos @ carga livre no lugar, uma certa polarizagio automaticamente ocorre, pelos mecanismos da Segao 4.1, e essa polarizagao produz a carga ligada, Em um problema tipico, portanto, conhecemos p,, mas no conhecemos (inicialmente) py: a Equacio 4.23 nos permite comecar imediatamente a trabalhar com a informagiio de que dispomos, Em particular, sempre que hé o requisito de simetria, podemos imediatamente calcular D pelos métodos padrao da lei de Gauss. 124 Eletrodinamiea Exemplo 44 ‘Um longo fio reto com densidade uniorme de carga A estécercado por isolamento de borracha até um raio a (Figura 4.17). Caleule 0 deslocamento eétrico Solugio: desenhando uma superficie cilindrica gaussiana de s e comprimento L, eaplicando a Equasio 4.23, encontramos D(2nsl) = AL Portanto, (42 Ons" Observe que esta formula é verdadeira tanto dentro do isolante quanto fora dele, Nesta itima regio, P = 0, portanto E paras > a. «Tras Denaro ds borracha, o campo elétrico ndo pode ser determinado, 6 que no conhecemos P. Figura 4.17 Pode parecer que a carga ligada de superficie a» foi deixada de fora a0 derivar a Equagio 4,22, e, em certo sentido, iss0 € verdade. Nao podemos aplicar a lei de Gauss precisamente na superficie de um dielétrico, pois aqui pp explode, levando consigo o divergente de E, Mas para todos os outros lugares a I6gica funciona e, de fato, se imaginarmos a beirada de um dielétrico como tendo uma espessurafinita dentro da qual a potarizagao diminui gradualmente a zero (de qualquer forma, € provavelmente um modelo mais tealista do que uma interrupgdo abrupta), entio no hd carga superficial ligada; py varia répida, porém suavemente dentro dessa ‘pele’, € a lei de Gauss pode ser seguramente aplicada em toda parte. Em qualquer ‘caso, a forma integral (Equagio 4.23) est livre desse ‘defeito’. Problema 4.15 Uma casca esférica grossa (rio interno a, rao extermo b) €feita de material dielétrico, com potarizagao ‘congelada’ m= Problema 4.16 Suponia que o campo dentro de um pedago grande de material dielérico € Ep, de forma que 0 deslocamento dielético € Dg = coRy +P. Figura 4.18, Capitulo4 Campos eléticosna matéria 125 (2) Agora, uma pequena cavidade esférica (Figuta 4.19) ¢ escavada no material, Encontre o campo no centro da cavidade, em termos 4de Eo ¢ P, Encontre também o deslocamento no centro da cavidade, et termos de Do ¢ P. () Faga.o mesmo para uma longa cavidade em forma de agulha, peralela a P (Figura 419). (6) Faga 0 mesmo para uma fina cavidade em forma de bolacha, perpendicular a P (Figura 4.19) [Assuma que as cavidades so pequenas o bastante para que P, Ea e Do sejam essencialmente uniformes, Dica: escevara cavidade £0 mesino que sobrepor um objeto com a mesma forma, mas com polarizagao oposta, (@)Esfera—(b) Agulha—_(¢) Bolacha Figura 4.19 43.2. Um paralelo enganoso A Bquagio 4.22 se parece com a lei de Gauss, exceto pela substtuigio da densidade de carga toral p pela densidade de carga livre p, @ pela substituigdo de D por eB. Por isso, talvez voeé fique tentado a concluir que D é ‘exatamente como’ E (2 parte do fator co), exceto por sua fonte ser, € nao p: “Para resolver problemas com dielércos, basta esquecer a carga de polarizago — caleule o campo como o faria normalmente, mas chamando a resposta de D em ver de E.! Esse raciocinio 6 sedutor, mas a conclusio¢ falsa; em particular, nfo ha ‘lei de Coulomb’ para D: Deez | Enicar’ paralelo entre Ee D é mais suil que isso. Isto porque o divergente sozinho no € suficiente para a determinagio do campo vetorial; é preciso conhecer, também, 0 rotacional, Em se tratando de campos eletostticos, existe a tendéncia dese esquecer isso porque o rotacional de B é sempre nulo, Mas o rotacional de D nem sempre € igual a zero Vx D=e(V xE) +(¥ xP) Vx, (4.25) ¢, em geral, no hé motivo para supor que o rotacional de P se anula, As vezes acontece, como no Exemplo 4.4 ¢ no Problema 4.15, mas o contrrio é mais frequente. A barra de eleteto do Problema 4.11 é um caso apropriado: aqui nd hi carga livre em lugar nenhum, de forma que se voeé realmente aredita que a tnica fonte de D é py, sera forgado a concluir que D = Oem toda parte e que, portanto, E = (~1/ea)P dentro e E = 0 fora do eletreto, o que obviamente esta errado. (Deixo Para vooé descobriro lugar onde VW x P # O neste problema.) Além do mais, como V x D #0, D nfo pode ser expresso ‘como gradiente de um escalar — no ha ‘potencial’ para D. Conselho: quando Ihe peditem para ealcular 0 deslocamento eltrco, analise primeiro a simetria. Se o problema tver simetria estéria, cilfndrica ou plana, vocé poder obtet D diretamente a partir da Equacdo 4.23 com os métodos ususiy da lei de Gauss. (Evidentemente nesses casos V x P € automaticamentenulo, mas como a simettia por si determina arespost, ‘oee nio precisa realmente se preocupar com o rotacional.) Se o requisito simetriaestiver ausente, voc8 ter de pensar em Outra abordagem e, particularmente, ndo deve presumir que D é determinado exclusivamente pela carga livre 4.3.3 Condigées de contorno AAs condigBes de contorno da eletrostitica da Sego 2.3.5 podem ser reformuladas em termos de D. A Equagio 4.23 nos «dé a descontinuidade no componente perpendicular de uma interface Disina ~ Dibsino = 01 (4.26) 126 Eletrodinamica enquanto a Equagao 4.25 nos dé a descontinuidade dos componentes paralelos Dhams ~ Divo = Pha ~ Phe aan Na presenga de dieléticos, elas séo as vezes mais dteis do que as condigGes de contomno correspondentes de E (equa- Bes 2.31 € 2.23) Fgiaa ~ Eizo = = (4.28) ® Eh. = 0. (4.29) ‘Vooé pode tentar aplicé-las, por exemplo, aos Problemas 4.16 e 4.17. po EL Problema 4.17 Para a bara de eletreto do Problema 4.11, faa ts esbogoscuidadosos: um de P, um de Ee um de D. Assoma que ‘L cerea de 2a. [Dica: lnas de E terminamn em cargas;inhas D terminam em cargs livres. 4.4 Dielétricos lineares 4.4.1 Suscetibilidade, permissividade, constante dielétrica as Segdes 4.2€ 4.3 no nos comprometemos com a causa de P; lidamos apenas com os efeitos da polarzagéo. A partir a discussdo qualitativa da Segdo 4.1, no entanto, sabemos que a polarizagio de um dieltrico normalmente resulta de um campo elétrco que alinha os dipolosatémicos ou moleculares. De fato, para muitassubstincias a polaizagio € proporcional ‘a0 campo, desde que E nao seja forte demais: P= eoxeE. (4.30) A constante de proporcionalidade, y., € chamada de suscetbilidade elétriea do meio (um fator ey foi extrafdo para ‘omar Xe alimensional) O valor de xe depende da estrtura microsodpica da substincia em questdo(e também de condigdes externas, tals como a temperatura), Os materizis que obedecem & Equacio 4,30 serdo chamados de dielétricos lineares,! Observe que E na Equagio 4.30 € o campo foal ele pode ser devido em parte cargas lives e, em part, & propria Polarizagdo. Se, por exemplo, colocarmos um dielétrico em um campo externo Ep, ndo poderemos calcular P diretamente & partir da Equagao 4.30; o campo externo itd polarizar 0 material; essa polatizagdo produzird seu proprio campo que entao Contribui para o campo total; este, por sua vez, modifcard a polaizagfo, e asim por diante. Quebrar esse ciclo infnto nem Sempre ¢fécil, Voce ver alguns exemplos a seguir. A abordagem mais simples 6 comegar com o deslocament, pelo menos ros casos em que D pode ser deduzido diretamente a partir da distribuigao de carga livre. Nos meios lineares temos D= cE +P = eB + coxeE = eo(1 + Xe), (431) de forma que D € também proporcional aE: D=&, (4.32) onde ‘(1 + Xe) (4.33) Esta nova constante « € chamada de permissividade do material. (No véeuo, onde nao hé matéria para polarzar, a suscetbilidade & zero ¢ a permissividade € cy. Por isso, eo € chamada de permissividade do vécwo. Nio gosto desse term, pois ele sugere que o vécuo € apenas um tipo especial de dielétrico linear, no qual a permissvidade, por acaso tem o valor 8,85 x 10"? C?/N-m*,) Se voc€ divdic por ¢, a quantidade adimensional que rest, felts (434) @ 4 Xe ose cass ices, rcpt, os materi mo aes ve tomando cad vex mais importantes, Para es, segundo enn 1 ermal P cme fang de E—tipeamente um termo cic, Em geal, aEqasio 4.30 pode set consieaa como primo trea (oboe) na expansio de Taylor para P em poténcias de. Capitulo 4 Campos elétricos na matria 127 Tabela 4.2 Constants deltricas (a menos que especificado de oura form, ‘0s valores dados so para 1 atm e 20° C), Material Constante dielétrica | Material Constante Véeuo i Benzeno 2,28 Hélio 1.000065 Diamante 37 Neon 1,00013 Sal 59 Hidrogénio 100025 Silicio 1g Argonio 100052 Metanol 330 Ar (seco) 1,00054, Agua 80,1 Nitrogénio 100055 Gelo (30°C) 99 ‘Vapor d’égua (100° ©) _1,00587 KTANbOs (0° C)_ 34.000 Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, 7% ed. (Boca Raton: CRC Press i, 1997), € a chamada permissividade relativa, ou constante dielétrica do material. As constantes dielétricas de algumas substincias comuns esto listadas na Tabela 4.2. E claro que a permissividade e a constante dielétrica nfo nos dio qualquer informagio que 5 nko estivesse disponivel na suscetbilidade, e ndo hé nada de essencialmente novo na Equagio 4,32; a fisica dos dilétricos lineares esté toda contida na Equacao 4.30.5 Exemplo 45 ‘Uma esfera de metal de raio a tem uma carga Q (Figura 4.20), Bla esté eereada, até raio b, por um material dielérico linear de permissividade e. Encontre 0 potencial no centro (relative a0 infinite). Solugio: pata calcular V, precisamos conhecer E; para encontrar E, precisamos primeirotentar localiza a carga de polarizago. Poderianos obtr a carga de polarizagio a panir de P, mas ndo podemos calcular P a menos que jé conhesamos E (Equasio 4,30). Aparentemente estamos amarrados. © que conhecemos & a carga livre Q, e,felizmeate, o arranjo tem simetta esfética; portato, ‘vamos comegar caleulando D, usando a Equagio 4.23: para todos os pontos r > a. (Dentro da esfera de metal é claro, E= P = D = 0.) Uma vez que conhecemos D, torna-se uma questio simples obter E, usando a Equagdo 4.32: #, pasa , 0 potencial no centro é, portanto, v= Figura 4.20 5. Te que nos embrenhamos nesta orga de terminologia © notugdes desnecessras,aproveito para mencionar que as emul para D em terms de (quai 4.32, no caso dedielrioslneaes) so chamadas de relagdes constitutivas 128 Eletadindmica ‘Constatamos que ndo foi necessério calcular explicitamente a polarizagio ou a carga de polarizaglo, embora isso possafacilmente ser fet no ickico pont, ya-VeP= eqpana Se2 sa supertici exters, 1a superficie interna, Observe que a carga de potarizagdo da superficie em a 6 negaiva (ft aponta para fora com relagdo ao dielétvico, que € + em b, mas =# ema), Isto € natural, que a carga a esfera de metal ara sua oposta em todas as mokkculas diléricas. € esta camada de carga negativa que reduz 0 campo, dentro do delérico, de 1/4nco(@Q/+?)e para 1/Ame(@/r?)8. Nesse sentido, um dielérico 6, de certa forma, como um condator imperfeit: em uma casca condutora a carga superficial induzida seria tl que cancelaria completamente 1 campo de Q na regito a < r P20 Figura 4.21 6 Umimeio homogéneo ¢squele cujas propriedades (neste caso a suscetbildade) no variam com a psigio. 7. Emelerindmica guimtca, ovicuo em si pode ser polarizadoeisso significa que a carga eftiva (ou ‘renormaizad’) do elétrn, como voc’ a media ‘em laboratrie, ni & 0 seu valor verdaeiro (nue, de ito, depende ligeramente da distncia aque ves est! Capitulo 4 Campos elétrices na matéria. 129 Exemplo 46 ‘Um capacitor de placa paralelas (Figura 4.23) é preenchido com material isolante de constante dilética¢-. Que efito iso tem na sua capacitincia? Solugéo: como o campo esté confinado a0 espago entre as placas,o dielético reduziré E, e, portant, também a diferenga potencial V, por um fator de 1 fer. Consequentemente, acapacitincia C’ = Q/V € aumentada por um fator da constante dilétrica, Cre aan, Exta 6, de fato, uma maneira comum de reforgar um capacitor + Dielétrico Figura 4.23 Alids, um cristal € geralmente mais fécil de ser polarizado em algumas diregdes do que em outras,* e, neste caso, a Equagao 4,30 ¢ substituida pela relagao linear geral Ps = €0(Xeqe He + Xeoy By + Xess Es) B, = (Ney Be + Xeyy By + Xey.Be) Py (438) Ps = €0lXesu Bx + Xeay Ey + Xeas Es) dda mesma forma que a Equacio 4.1 foi substituida pela Equagio 4.3 para moléculas assimétricas. Os nove coeficientes, xs... eyo» constituem o tensor de suscetibilidade, © Um meio € dito isotrpico se suas propeieddes (tis como a suceilidae) so as mesmas em todas as diregies, Assim, a Equagfo 430 é 0 caso special da Equagio 4.38 qu € vida para meins iotrepicos. Os isis tendem a ser nepligenes coma linguagem e, a menos que estejaespciiado 0 contri, otro eric linear com cetera significa ‘iltie linearisstrspco’eprovavelmente sini ‘deérica linear iotpicohomogeneo 130 Eletrodinamica Problema 4.18 0 espaco entre a placas de um capacitor de placas paalelas (Figura 4.24) € preenchido com duas chapas de material dieltrico linea. Cada chapa tem espessura a, de forma que a distancia total entre as placas € 2a. A chapa I tem constante dielética 2,e.achapa 2 tem constant dieltrica 1,5. A densidade de carga live na placa superior é oe na placa inferior é ~6 (@) Enconte 0 deslocamentodielétrco D em ead chapa (6) Enconte campo elétrco E em cada chaps (©) Brcontre a polrizagio P em cada chapa (@) Bnconte a diferenga de potencial ene a places. (6) Eoconte a localizagloe « quantdade de toda a carga de poareaso (0 Agora que vot conhece toda a carga (live ede polariasio),rcaculeo campo em cada chapaeconfrme sua resposta pa (b). Problema 4.19 Suponta que vo® tem material ielérco linear de constant delicacy, em quantidadesufiente para preencher pela metade um capacitor de placasparaels (Figura 4.25). Qual coeficente de aumento da cupacitncia quando voc dsb o ‘material como na Figura 4.25(a)? E como na Figura 4.25(b)? Para uma diferenga de potencial V dada entre as placas, encontre E, De P, em cada regio, como também a carga live a carga de polarizayio em todas as superficies, para ambos 05 casos. Problema 4.20 Uma esfera de material dielérico linear tem incorporada em si uma carga livee de densidade uniforme p. Encontre 0 Potencial no centro da esfera (relativo ao infnito), seo seu aio é Re sua constantedielética€ ¢, Problema 4.21 Um certo cabo coaxial consiste de fio de cobre de rao a, cercado por um tubo coneénttico de cobre de rao interno ¢ (Figura 4.26). O espago intermediério esté parcialmente preenchido (entre be c) com material de constante dielétrca ¢,, conforme ‘mostrado. Encontre a capacitancia por unidade de comprimento desse cabo. Figura 4.24 @ © Figura 4.26 Capitulo 4 Campos elétricos na matéria 131 44.2 Problemas de valor de contorno com dielétricos lineares Em um dielétrico linear homogéneo, a densidade de carga de polarizag: (oo (bp) € proporcional a densidade da carga livre m= -V-P=-¥. (XD) rs) a (439) Er particular a menos que a carga live esteja de fatofixada no material, p = 0,¢ 4ualquer carga liquida deve estar na superficie, Dentro dessediclétic, entéo, 0 potenial obedece 3 equago de Laplace e todos os mecanismos do Capitulo 3 se aplicam, E conveniente, no entanto, reeserever as condigdes de contorno de uma forma que faa referencia apenas & carga livre, A Equagao 4.26 diz cima Ekima ~ Caine Eine = Cy (4.40) ‘ou (em termos de potencial), Vv, a cima cia ~ Eahaixo” ai 91, (4.41) £0 asso que 0 potencial em si é, portanto, continuo (Equagao 2.34) Vecina = Vato (4.42) Exemplo 4,7 Uma esfera de material dilético tineare homogéneo &colocada em lum campo eltrio By (Figura 4.27), Encontre o campo ekético dentro da estea Nandet esecxele smiles Exerplo 3.8%, qual una ess conor de crgaul einai um campo uniform Nazis cso campo da ara india caneslva completamente Ey dena da sien: Emon te © cancelamento (da carga Produzida pela carga de plarizago) apenas parcial see emt saver a esto de Laplce pa Vao(0)stando < Ry Veal) quando r >, espeitadas as condigdes de contorna () Vaca = Vis — emr= R, (iy Mew Vie Be = oS, ome = aR, 443) (i) Via + -For0088, paar > F. Figura 427 9 Tso nia sc apie cas sper (ope ye no inkpedent eps (bvamen) no conor 132 Eletrodinarica (A segunda condigio decorre da Equagio 4.41, jé que nio hi carga livre na superficie.) Dentro da ester, diz a Equagto 3.65 que Vaal’) = Jo Av R(co aus ra ‘ora da esfera, diane de (ii), temos Vioa(s8) (44s) -Acondigo de contorno ()requer que . . > Bi L« RP (cos) = ~ByReosb +S rrr Pleo), portant” (446) Por sua vez, a cond (i resulta em. cc STAR“ (cos , = entio 1 clay! = DB pani 6 ‘ an 2B, «Ay = ~~ Segue-se que A= Bi 448) Evidentement, Vientco(7s 8) = ¢,portnto, campo interno da esfera é (surpreendentemente)wnifonme 3 za 449) Exemplo 48 Suponha que toda a regido abaixo do plano = = 0 na Figura 4.28 esté preenchida com material dielétrco lineut ¢ uniforme de suscetibilidade x, Calcul a forga sobre uma carga pontual qlocalizada a uma distancia dl acima da origem, Solugio: a carga de polarizacao de superficie no plano zy € de sinal oposto a g, de forma que a forga seréatrativa. (Em vista da Equagio 4.39, ndo hi carga de polarizagio no volume.) Vamnos primeiro calcular 7), usando as Equagdes 4.11 e 4.30, op = P= P= eoxeks, onde E. €0 componente z do campo total, logo no interior do dielérico, em = = 0, Esse campo & devido em parte a qe em parte & pr6pria carga de polarizagio. A parti da lei de Coulomb, a primeira contribuigao € eos = - Lt Aen (r? +d?) Armen (r? + d?)8/2 TO, Lembrese, Py(cosd) = cos? e 0s cueicentes devem ser igus para cada L, como vocé poderiacomprovar maltiplicando por F-(ecs#) sen 8, iegrando de 0 ar, e recomendo 8 ortogonldade dos plindmios de Legendre (Equago 368), Capitulo 4 Campos eléticos na matéria 133 Figura 4.28 onde r = / 27 + v6 dstncia a pair da oigem, © componente do campo da carga de poatzago, por sa ven, é oy /2e0 (veja a nota de rodapé 6). Assim 0p = aXe |-—- —t__oe 7 cOXe Ameo (72 + d?)972 Deg |? ae podemos resolver para oy: Xe ad Exosto pel fatorxe/(e +2) iso €extamenteo mesmo que uma carga india em um plano condor infito sob circunstincies similares (Equagio 3.10)." Evidentemente, a carga de polarizagio toral & : (eu)e asn ® Podemos,é claro, obter 0 campo de oy pea intepragio direta Ls gal (S)om Met como no caso do plano condor, exist uma solu mais interessante pelo método das imegens. De fto, se subttuimos 0 ielétrco por uma inica carga pontual gy na posigo de imagem (0, 0, —d), temos -|\— + —* _], 45 ira | ete te-ai | (Papa erae sa regio z > O. Por sua vez, uma carga (9+ g) em (0,0, d) era penal tol aetttmnl: ass Fa ea? GSO datas: exuages 4.52 4.53 constivem una fangio que sata «equ de Poisson com un carga Pontual q em (0,0, d), que vai a zero no infinito; ue é continua na contorno 2 = 0, ¢cujaderivada nortal cexibe a descontinuidade ‘apropriada para uma densidade superficial de carga 0, em z = 0: ) Xe a non) Be Xe 4) PER Consequntemente, este 0 potenil corto para o nosso problema, Pariculamente, a frga sobre q& v zl. Be -0o(% ov 1 tty gL (_x_) ¢*, fre Ra = Tre @ + 3) @ Ce) ie slego que tena formecdo um morinagoineistvel para as Equgies 4524.53 — como todas as slugdes por imagem, esta eve sua jstcatva a fato de gue funciona: ela resolve a equi de Poisson e stsfaz a cong de contone, Ne cntens 11 Bar agin ross, um contr pode sex considera o caso it de um dele ies, com xe — oo. Eta 6 equentemente, ua vetiicago il tenteaplictla aos Exemplos 45,4.6 647. 134 Eletrodinamica encontrar uma solugo por imagem nio € no todo uma questo de adivinhagio. Existem pelo menos duas ‘regras do jogo's (1) Voce nunca deve colocar uma carga imagem na regio em que est calculando © potencal. (Assim, a Equagio 4.52 dé o potencal para 2 > 0, mas esta carga imagem gp esté em = = —d: quando nos voltamos para a regio = < 0 (Equagio 4.53), a carga imagem (a gp) estéem 2 = +1.) (2) A soma das cargas imagem deve ating o total coreto em cada regi. (Fo assim que eu soube usar dp para responder pela carga na regiéo 2 < 0, (4 + 4p) para cobra regido 2 > 0.) Problema 4.22 Um cilindro muito longo de material dielétrico linear € colocado em um campo elérico Ep que inicialmente & uniforme, Encontre o campo resultant dentro do cilindro. (O taio€ a, a suscetibilidade € ye e 0 eixo & perpendicular a B,) Problema 4.23 Encontre 0 campo dentro de uma esfera de material dielétrico linear em um campo elétrco Bo que iniialmente é sniforme (Exempla 4.7) pelo segue método de aproximagoes sucessiva: primeiro faga de conta que campo intern é apenas Bo, {use a Equagio 4.30 para escrever a polarizagoresultante Pp, Esta polarizagdo gera um campo préprio, By (Exemplo 4.2), que por sua vez modifica a polarizaedo por uma quantidade P, a qual altera ainda mais o campo por uma quantidade B,e assim por diate 0 campo resultante ¢ By + By + Bp +=». Some a série € compare sua resposta& Equagio 4.49. Problema 4.24 Uma esfera condutora sem carga, de raio a, € revestida com uma easca isolanteespessa (constant dielétrica ¢,) até tum raio 6, Este objeto é agora colocado em um campo elétrica Bp, que inicialmente é uniforme, Encontre o campo elético no isolante Problema 4.25 Supona que a regio acima do plano ry no Exemplo 4.8 6 também preenchida com um dielético linear, mas de uma suscetibilidade diferente x. Encontre 0 potencial em toda parte. 4.4.3 Energia em sistemas dielétricos Carregar um capacitor requer trabalho (Equacao 2.55): W = }Cv?, Se o capacitor € preenchido com um dielétrico linear, sua capacitincia excede 0 valor do vécuo por um fator igual & ‘constante dielétrica, C= Couey ‘como constatamos no Exemplo 4.6. Evidentemente, o trabatho necessério para carregar um capacitor preenchido com die- Jétrico é aumentado pelo mesmo fator. O motivo € bastante claro: vocé precisa colocar mais carga (livre) para atingit um ar) ‘medida que aumentamos a carga livre de zero & sua configuragdo final, € [o-Bar, (458) O trabatho total realizado, entao, como previsto,!? Pode intrigé-lo que a Equacdo 4.55, a qual deduzimos deforma bastante ‘generalizada no Capitulo 2, aparentemente nio se aplique na presenca de dieléicos, onde é substituida pela Equagdo 4.58. A uestio nao é que uma ou outra dessas equagses sien errada, mas que elas se referem a questbes ui tanto diferentes. A distingio € suit, portanto, voltemos ao comego: 0 re ucremos dizer com ‘a energia de um sistema"? Resposta: 6 0 trabalho neseseitie Para montaro sistema. Muito bem, Unis quando se tata de dieiéticos, a duas formas bastante diferentes de tealiay sa Processo: (1) aproximamos todas as Salis Gvres¢ de polarizagio) uma por um, com pinga, e colamos cada uma nosy ‘ugar final adequado. Se é isto o que voc’ quer dizer com “montar o sistema’, a Equagdo 4.55 & a sua formula para a energia armazenada. Observe, no entanto, de cada rete é, ja que a carga livre € 0 que de fato movimentamos), Equagak voc€ quer. Neste caso, a energia eléstica as cargas livres depende da disposigio * 8 medida que voc€ movimenta as cargas livres, estéaulomaticamente esticando essas ‘molas’ so metodo (2) enersia total do sistema consiste de trés pate: a energia eletrostitica da carga Ture, a energia eletrosttica da carga de polarizagi e a energia elds ‘As das tltimas so iguaise opostas (no procedimento (2) as cangas de Polarizasio estdo sempre em equilibrioe, portanto, o abalho liquid feito sobre elas 6 nu}; assim, o célculo de Wine pelo meted (2) na realidade resulta no célculo de W., SOTA pelo Método (1), 0 céleulo de Wie + War ppn dina de fora Wane A propésito, lega-se as vezes, que a Equagao 4.58 representa a ‘energia mesmo para dielétricos ndo lineares, mas isso { falso, Para ir alm da Equagio 4.57 6 preciso assumirlinearidade, De {ato, para sistemas dissipativos, toda a nogio de “energia armazenada’ perdeo significado, porque o trabalho feito depende ndo somente da confguragio final, mas também de Como se chegou até ela, Seas ‘molas' moleculares puderem tet algutmatrt, Por exemplo, entéo Wayis poderd ser tio grande qreee ote duiser, montando-se as cargas de tl forma que a mola éobrigade a expandir-se econtrair-se muitas vezes antes = P = Npleoth(pE/KT) ~ (AT /pE)) 473) Essa € a f6rmula de Langevin. Desenne P/N.p como uma fungao de pE/KT. {b) Observe que para campos grandestemperatuasbaixas virtualmentefodas as moléculas esto alinhadase o material €ndo linear Normalmente, no entanto, KT & muito maior que PE. Mostre que nesse regime, o material é linear, calcue sua suscetibildade, em termos de N,p, Tek. Caleue a susceibilidade da égua a 20° C, e compare ao valor experimental da Tabela 42. (O momento de Aipolo da gua €6, 1 x 10°" Com.) A diserepnca & grande porque mis uma ver negligenciamos a distingdo entre Be Ease sasoe ‘A.concordncia é melhor em gases de baixa densidade, para os quais a diferenga entre Ee Egos ous &desprerivel, Expermente para o vapor gua a 100° Ce 1 atm, 14. EM, Purcell, Electricity and Magnetism (Berkeley Physics Course, ol 2) (New York: McGraw-Hill, 1963). Capitulo 5 Magnetostatica 5.1 Lei de forca de Lorentz 5.1.1 Campos magnéticos Lembre-se do problema bisico da eletrodindmica cléssica: temos uma série de cargas qu, qa. gas...» (as cargas “fontes'), « queremos calcular a forga que elas exercem em alguma outra carga Q (a carga de ‘prova'), (Veja a Figura 5.1.) Segundo © principio da superposigao, basta encontrar a forga de uma sinica carga fonte — o total seré a soma vetorial de todas as forcas individuais. Até agora, restringimos nossa atengdo ao caso mais simples, a eletrosttica, na qual a carga fonte esté em repouso (embora a carga de prova nao tenha necessariamente que estar). Chegou a hora de considerar as forgas entre cargas em movimento Para the dar uma ideia do que 0 aguarda, imagine que foi montada a seguinte demonstragio: dois fios esto pendurados a partir do teto, a poucos centimetros um do outro; quando ligamos uma corrente, de forma que suba por um dos fios ¢ desca pelo outro, 05 fos se afastam, de repente — eles evidentemente se repelem (Figura 5.2(a)). Como voce explica isso? Bem, talvez voc® suponha que a bateria (ou seja, o que for que conduz.a corrente)esté carregando o fio e que a forgaé simplesmente devida a repulsio elétrica de cargas iguais. Mas esta explicagio esté incorreta, Se eu mantivesse uma carga de prova préxima ‘ 7 pas . aa Bateria “a . “a (2) Comentes em sentidos (b) Comentes no mestno Caras fonts arg de prove pote repel sei se atraem Figura $1 Figura 5.2 142 Eletrodindmica esses fios, ndo haveria qualquer forca sobre ela, jd que os fios silo, de fato, eletricamente neutros. (E verdade que elétrons esto fluindo pelo fio — uma corrente ¢ isso — mas existem tantas cargas estacionérias positivas quanto cargas negativas ‘em movimento em qualquer segmento dado.) Além disso, eu poderia montar minha demonstragdo de forma que a corrente passasse por ambos 0s fios (Figura 5.2(b)): neste caso, elas se atraem. Seja qual for a forga que responde pela atragio de correntes paralelas e pela repulsio de correntes antiparalelas (em sentidos opostos), ela ndo € de natureza eletrostitica. E nosso primeiro encontro com uma fora magnética. Enquanto uma carga estaciondria produz somente um campo elétrico E no espago & sua volta, uma carga em movimento gera, também, um ‘campo magnético B. Inclusive, os campos magnéticos sio muito mais féceis de serem detectados na prética—vocé 6 precisa de uma biissola, Como esses dispositivos funcionam ¢ irrelevante no momento: basta saber que a agulha aponta na ditegio do campo magnético local. Normalmente, isso significa 0 norte, em resposta ao campo magnético da Terra, mas em um laboratério, onde os campos tipicos podem ser centenas de vezes mais fortes que isso, a blssola indica a diregao do campo Imagnético que estiver presente, Agora, se vocé colocar uma bissola pequena nas proximidades de um fio condutor de corrente,rapidamenteiré descobrir algo bastante peculiar: o campo nao aponta em diego ao fio, ou afastando-se dele, mas de fato, circula em torno do fio Inclusive, se voo8 seguraro fio com a mao diteita — com o polegar no sentido da corrente — seus dedos iro se dobrar na diregao do campo magnético (Figura 5.3). Como pode esse campo levar a uma forga de atracdo sobre uma corrente paralela Proxima? No segundo fio, 0 campo magnético aponta para dentro da pagina (Figura 5.4), a velocidade das cargas € para cima, ¢, mesmo assim, a forga resultante & para a esquerda. Seré preciso uma lei estranha para explicar essas dieses! Apresentaremos essa lei na préxima segio, Mais adiante, na Seco 5.2, voltaremos ao que é logicamente @ perguata inicial: ‘como se calcula o campo magnético do primeiro fio? Corrente ‘Campo magnético 1 Fio | Fio2 Figura 5.3, Figura 54 5.1.2 Forgas magnéticas Pode ter Ihe ocortido que a combinacio das diregdes na Figura 5.4 é pereita para um produto vetotial. De fat, a forga ‘magnética de uma carga Q, movendo-se com velocidade v em um campo magnético B, é! [Fos = Q(v x B).] (0) Esta € a chamada lei de forga de Lorentz. Na presenga de ambos, campos elétricos e magnéticos, a forga liquida sobre Q seria F=Q(E+(vxB)) (62) Nio vou fingir que deduczimos a Equagao 5.1, € claro; ela é um axioma fundamental da teoria, cuja justificagdo encontra-se em experimentos como o descrito na Seco 5.1.1. Nossa principal tarefa daqui por diante serdcalcular o campo magnético B (¢, aids, também o campo elétrico E, jé que as regras so mais complicadas quando as cargas fontes estio em movimento), Mas antes de prosseguirmos, vale a pena analisar « prépria lei de forga de Lorentz; é uma lei peculiar e leva a algumas trajet6rias de particula realmente bizarras. vetores, Béna realidad um pseudovetor Capitulo S Magnetostitea 143 Exemplo 5.1 Movimento ciclotrénico O movimento arqutpico de uma particu caregada em movimento, cm um campo magnétic, é circular, com a frga magnética Produrindo a aceleragio centpeta. Na Figura 55, um eampo magnetico unforme aponta pura dentro da pina, se carga imomimente-ss no sentido ant-hordro, com veloidade v, em torn de um siteulo de aio R, a frga magoétca (5.1) aponta para centro, ¢ tem uma magnitude fixa (QuB) — exata para sustentar 0 movimento circular uniforme: QB =m, ov p= QBR, 653) onde m a patcls de massae p= mu €0 seu momento. A ExuasoS3 6conhecida como féemula de eeotron, porque descreve ‘movimento de uma pariula em um efeltron —o prineiro entre os aceleradores de pateulas madernos. Sayers tanbém: eee tei experimental simples pata encontrar 0 memeato de ums patil: envi la através de ua regio com un capo nasectce onhecido¢ medio aoa su aera circular. Ese incusive o par para se deterinar o momento departclas elemeance A propésito,asumi que a carga se movimenta em um plano perpendicular a B. Scela tem inicialmentealguma velocidade 0 paralela 3B, ese componente do movimento nd €afetado pelo campo magico eo movimento da parla € helical Figure 56). 0 ‘sie continua send dado pela Equasio 5.3, masa velocdade em questo, agora, éo componente perpendicular aB, », S| Figura 8.5 Figura 5.6 y Exemplo 5.2 Movimento cicloide (ins letra mals extn Oca se iciirmos um campo elévico uniform formando um Angulo feta com 0 campo ‘magnético, $uponha. por exempl, que B aponta na reso K na direio , como mostra a Figura 57. Uma paula em tepouso€ iberale «da origem; qual sero seu caminho? Solu: vamos primero rasiosinarqulatvamente.Incislmente a partcula et em epouso, deforma que frga magnica€ Zero ¢ 0 campo elérco azelera a carga na deeio «A medida que ela ganha velocidad, uma fora magndica so deserve Segundo a Equagio 5.1, puxa a carga para a drei Quanto maior a velociade, mas forte Fhug soma, até que, em um dae Imomenie, patil em cava, de volta 0 exo yA es aur, a carga est Se movend conta fng etic, de forma sos aya Scacslerar— a fora magnéica, eto, din ca foraelerica passa a prealcer,trazendo a carga a0 reposa no pout «da Figura 5.7 lio processorenicia levando a partcula ao pono b, e assim suceesivamente, Figura 5.7 144 Eletrodinamica ‘Agora, vamos analisar quanttativamente, Como nio hé forsa na dirego x, a posigo da partcula em qualquer momento t pode ser descrita pelo vetor (0, y(t), 2(t))a velocidade é, portanto, ‘onde 0s pontos indicam derivadas temporais. Assim, vxB wow th 2 s & ceentdo, aplicando-se a segunda lei de Newton, F=Q(E+vxB) Q(E4 + BEY — By2) = ma = m(ij9 + £8) en pees cree ees eae . ae ‘na qual a paticula revolveria na auséncia de qualquer campo elétrico.) Ent, as equagbes de 64) (Esta € a frequéncia ciclote movimento tomam a forma faet, sxu(E-4) 69 Sua solugio geral? é ult) = Cr cosut + Czsenut + (B/B)t+ Cs, } 56) 2(t) = Creoswt—Cisenut + Cr Mas a particula comegou em repouso (i(0) constantes C, C2, Cae Cx 42{0) = 0), na origem (y(0) = =(0) = 0); estas quatro condigdes determinam as B EB ut) = Zplut—senust), a(t) = 5 (1 - cosut). 67) Nesta forma, a resposta ndo éterivelmente esclarecedora, mas se consierarmos £ Res, 68) ¢eliminarmos os senos e cossenos explorando a identidade trigonométrica sen” w + cos? wt = 1, constatamos que (y— Rut)? + (2- RY =F 59) sta €a f6rmula para um cfrculo, de raio R, eujo centro (0, Rut R) viaja na diregdo y a uma velocidade constante, E vauR=5 (5.10) ‘A particula movimenta-se como se fosse um ponto na beirads de uma roda, olando pelo eixo y 2 velocidade v. A curva gerada dessa forma chama-se cicloide. Observe que 0 movimento como um todo (ou liguido resultante) ndo segue na diregdo de E, como vot poderia supor, mas 6 perpendicular a ele ‘Uma caracteristca da lei de forga magnética (Equago 5.1) merece atengo especial: Pois se Q movimenta uma quantidade dl = v dt, o trabalho realizado Wag = Fag dl = Ql x B)-v dt = Gul) Isso ocorre porque (v x B) é perpendicular a v, ¢ entio (v x B) -v = 0, Forgas magnéticas podem alterar a diregdo em ue uma partcula se movimenta, mas no podem aceleré-la ou desacelerd-ta. O fato de que as Forgas magnéticas no realizam trabalho & uma consequéncia elementar e deta da lei de forga de Lorentz, mas ha muita situacdes em que ela parece tio ‘manifestamente falsa que nossa confianga tende a fraquejar. Quando um guincho magnético ergue uma cateaga de carro ein 2 Como equgies diferencias acopladas, elas so faclmente resolves, diferenciando-s primeira e usando a segunda para eliminar 5 Capitulo Magnetostética 145 tum ferro velho, por exemplo, alguma coisa esté, obviamente, realizando um trabalho e parece irracional negar que a forga ‘magnética € a responsivel. Bem, irracional ou no, temos de negar e pode ser uma questio sutl descobrir qual agente é 'metecedor do crédito nessas circunstincias, Vou lhe mostrar virios exemplos a medida que avangarmos, Problema §.1 Uma paticula de carga g entra em uma regio de campo magnético uniforme B (apontendo para dentro da pina) (© campo deflete a particula uma distincia d acima da linha de trajeto original, como mostra a Figura 5.8. A carga é positiva ou negativa? Em termos de a, d, B e q, encontre « momento da panticula, Problema 5.2 Enconte ¢ desenhe a trajetéra da paricula do Exemplo 5.2, se ela parte da origem, com velocidade (@) v(0) = (£/B)9, (b) v(0) = (8/28) (©) V(0) = (B/BYG +2), Problema 5.3 Em 1897 J.J, Thomson 'descobriu’o elétron medindo a razio cargi-por-massa de uma particula de ‘aios catddicos’ (na realidade, feixe de elétrons, com carga q e massa m) como se segue: (2) Primeiro cle passou o fei através de campos cruzados Ee B (mutuamenteperpendiculaes e ambos perpendicular a0 fee), € foi ajustando o campo eltico até atingir deflexo zero. Qual seria, entlo, a velocidade das particuas (em termos de Ee BY? (©) Ele, entio, destigou o campo eltrico © mediv o raio de curatura, R, do fexe,sujeito apenss a defleo do campo magnético. Em termos de B, B ¢ R, qual a azo entre carga e massa (qm) das particulas? Regito do campo Figura s.8 5.1.3 Correntes AA corrente em um fio € a carga por unidade de tempo que passa por um determinado ponto. Por defnigto, cargas negativas movendo-se para a esquerda contam o mesmo que cargas positivas movendo-se para a direita, sso convensentemente reflete 0 ato fisico de que quase todos os fendmenos que envolvem cargas em movimento dependem do produto de carga ¢ velocidade — se aterar o sinal de ¢ v, a resposia sera a mesma, de forma que no importa quis voc® tem. (A lei de forga de Lorentz é um exemplo caracteristico; 0 efeito Hall (Problema 5.39) & uma excegdo not6ria.) Na prética, sao normalmente 0 elétrons com carga negativa que se movimentam — na diregdo oposta& da corrente elétrica. Para evitar as complicagées triviais que isso acarreta,frequentemente farei de conta que sao as cargas positivas que se movimentam, como, de fato, durante ‘um século todos assumiram que ocorresse, depois que Benjamin Franklin estabeleceu sua infeliz. -convencao.* Correntes sio ‘medidas em coulombs por segundo, ou ampéres (A) 1A =1C/s. 6.12) ‘Umma linha de carga com densidade \ passando por um fio & velocidade w (Figura 5.9) constitui uma corrente T= dv, (5.13) Porque um segmento de comprimento vA, com uma carga AvAL, passa por um ponto P em um intervalo de tempo Mt, Uma corrente 6, de fato, um vetor: (5.14) 3 Se chamdssemoso eon de positva eo pron de negative, o problema no xia, No contexo das experénis de Fanktin com pelos de gato e hss devidro, a escola foi completamente arbitra 146 Eletrocinamica Figura 5.9 Como 0 trajeto do fluxo € ditado pelo formato do fio, a maioria das pessoas nao se preocupa em exibir o caréter vetorial de I explicitamente, mas quando se trata de correntes superficiais e volumétricas, nfo podemos nos dar ao luxo de ser tao informais e, para o bem da coeréncia de notagdo, € uma boa ideia reconhecer isso desde o inicio. Um fio neutro contém, & claro, tanto cargas positivas estacionérias quanto cargas negativas méveis. As primeiras néo contribuem para a corrente — a densidade de carga A na Equagio 5.13 refere-se apenas as cargas méveis. Na situagio incomum em que ambos 0s tipos se movimentam, I= Ayvy + Av. {A forca magnética em um segmento de fio pelo qual passa uma corrente é, evidentemente, Frog (vx B)dy= fivxmyrar— axya 6.13) [Na medida em que Ie dl apontam ambas na mesma diregdo, podemos também escrever @ expresso da seguinte forma: [Fone = [I (dx B). 6.16) ‘Tipicamente, a corrente é constante (em magnitude) ao longo do fio e, nesse caso, Isai da integral: Paag = fia xB). (6.17) Exemplo 33 Um circuito de fio, de forma retangular, sustentando uma massa m, esté pendurado na vertical, com um dos lados em wm campo magnético B, que aponta para dentro da pina na regi sombreada da Figuta 5.10. Para que corrente I, nocireuito, a Forga magnética para cima equilbraria exatamente a forga gravitacional para baixo? Solu: antes de mais nada, corrente deve circular no sentido hordio para que (I x B) no segmento horizontal sponte para cima, A forga é Fag = 1Ba, ‘onde « ¢ a largura do cicuito. (As forgas magnétieas nos dois Segmentos verticals se cancelam,) Para que Fag equilibre o peso (ang), tems, portanto, de ter mg = (5.18) (0 peso fica simplesmente pendurado, suspenso em pleno ar! ( que acontecerd se agora aumentarmos a corrente? A forga magnética para cima, eno, iré exceder-aforga da gravidade, para baixo, €0 circuit id subir, erpuendo 0 peso. Alguém estéfazendo o trabalho e com certeza parece que a forga magnética € a responsével, De fato, pode-se car na tentagdo de escrever Wnag = SS a Figura 5.10 ‘mph = IBah, 6.19) Capitulo Magnetostética 147 ‘onde h€ a distancia que o circuito sobe. Mas sabemos que as forgas magnéticas nunca reaizam o trabalho. O que esté acontecendo aqui? Bem, quando o circuito comega a subir, as cargas no fio nfo esto mais se movendo horizontalmente — sua velocidade adquire um componente para cima 1, a velocidade do circuto (Figura 5.11), além do componente horizontal w associado & corrente (I = Aw), A forga magnética, que € sempre perpendicular & velocidade, nfo aponta mais ditetamente para cima, mas inelina-se para trés. Ela fica perpendicular ao deslocamento liquide da carga (que esténa diregdo de v),e, portanto, ndo realiza qualquer trabalho sobre 4. Ela tem um componente vertical (qu B); de fat, a forga vertical Iiquida sobre tode a carga (Xa) no segmento superior do cincuito & Ren = AawB = 1Ba (520) (como antes); mas agora tem também um componente horizontal (qu.B), que se opde a0 fuxo da corrente, Seja quem for que esteja encarregido de manter a corrente, portanto, tem agora de empurrar as cargas adiante, contra o componente di forga magnética que aponta para ts A forga horizontal total no segmento superior 6, evidentemente, Freie = auB. (21) No tempo dt as cargas percorrem uma distancia (horizontal) w dt, de forma que o trabalho realizado por esse agente (presumivelmente uma bateria ou gerador) 6 Was = 208 f ww dt = rah, que precisamente o que nés,ingenuamente,aribuimos a forga magnetica na Equasio 5,19. Foi realizado trabalho nesse processo? Certamente! Quem o realizou? A bateria! Qual fo, enti, 0 papel da forga magnética? Bem, ela redrecionow a forga horizontal da bateria para 0 movimento vertical do cireuto e do peso. ‘Talver ajude se fizermos uma analogia mecinica, Imagine que voce esta deslizando uma caixa, na subida de uma rampa sem atrito, ‘empurrando-a horizontalmente com um esfregao (Figura 5.12). forga normal (N) nto realiza qualquer trabalho, porque & perpen dicular ao deslocamento. Mas ela tem um componente vertical (que &0 que de fato ergue a caixa),€ um componente horizontal (para ‘tés) (que voo$ tem de vencer, empurrando com o esfreglo). Quem esté fazendo o trabalho aqui? Voe? est, & 6bvio — e, no entanto, «8 sua forga (que € puramente horizontal) nio é (pelo menos néo diretamente) 0 que exgue a caixa. A forga normal desempenha esse _mesmo papel passivo (porém crtico) que a forga magnética exerce no Exemplo 5,3: embora ela mesma nao realize qualquer trabalho, cla redireciona o esforgo do agente aivo (voc8 ou a bateria, eonforme 0 caso), de horizontal para vertical qu Figura 5.11 Figura 5.12 Quando uma carga fui por uma superficie, ela é descrita pela densidade superficial de corrente, K,, definida da seguinte forma: considere uma ‘fta’ de largura infinitesimal dl, disposta paralela ao fluxo (Figura 5.13). Se a corrente nessa fitaé dl, a densidade superficial de corrente & dl Kez (6.22) Em palavras, K € a corrente por unidade da largura-perpendicular-ao-fluxo, Particularmente, se a densidade de carga superficial (mével) & sua velocidade € v, entio K=ov (5.23) Em geral, K varia de ponto a ponto sobre a superficie, refletindo variagGes em c elou v, A forga magnética sobre acorrente superficial & Fag = fv x Bloda= [ac x B)d, (5.24) Adverténcia: assim como E softe uma descontinuidade em uma distribuigdo superficial de carga, B também é descontinuo em ‘uma corrente superficial. Na Equagio 5.24, vocé deve ter 0 cuidado de usar 0 campo médio, como fizemos na Segao 2.5.3 148 Eletrosindmica Figura 5.13, Quando o fluxo da carga ¢distribuido em uma regiao tridimensional, n6s o descrevemos como densidade volumétrica de Corrente, J, definida como se segue: considere um ‘tubo’ de secdo transversal infinitesimal da, disposto paralelamente ao fluxo (Figura 5.14), Se a corrente no tubo é dl, a densidade volumétrica de corrente é a day Em palavras, J é a corrente por unidade de drea-perpendicular-ao-fluxo. Se a densidade volumétrica de carga (mével) é pe sua velocidade é v, entio J (5.28) J (5.26) A forga magnética em uma corrente volumétrica 6, ento, Faup = Jo x B)pd: (5.27) daz Fluxo Figura $.14 Exemplo 5.4 (@) Uma corente esté uniformemente distribuida em um fio de corte transversal com raio a (Figura 5.15). Enconte a densidade volumétrica de corente J. Solugio: a drea-perpendicular-ao-fuxo é na?, entio 1 ssa foi ici! porque a densidade de corrente era uniforme. (b) Supona que a densidad de corrente no flo é proporcional a distancia do eixo, Jaks Figura $.15 Capitulo Magnetostitica 149 (para uma constante k). Encontre a corrent foal no fo Solugio: como J varia com s, temos de integrar a Equagio 5,25. A comente na drea sombreada (Figura 5.16) é Jda,,, da sdsd@, Portanto, _ 2rka® ay (hs)(sds wan f° fds 2 Figura $.16 Segundo a Equagio 5.25, a corrente que atravessa a superficie & pode ser escrita como 1 [ tan -f[s da, (5.28) Is Is (© produto escalar serve impecavelmente para identificar o componente apropriado de da.) Enfim, a carga total por unidade de tempo que sai de um volume V é frda= [ov ayer fs 5 Como a carga é conservada, que flui pela superticie ver & custa do que sobra no interior: how f(aa) (O sinal negativo reflete o fato de que um fluxo para fora diminui a carga restante em .) Como isso se aplica a qualquer volume, concluimos que vea=- 2, (5.29) Esta € a expressio matemitica precisa da conservacio de carga local; 6 chamada de equagio de continuidade. Para referéncia futura, resumiremos 0 ‘dicionério’ que implicitamente desenvolvemos para traduzir equagdes nas formas adequadas para correntes pontuais,lineares, superficiais e volumétricas: Lowe f a ints ( atm fl WKdow f (Mar. (5.30) Essa correspondéncia, que éandlogaag ~ Adl ~ o da ~ pdr paras varias distribuigdes de carga, geraas equagdes 5.15, 5.24 ¢ 5.27 a partir da lei de forga de Lorentz original (5.1) Problema $.4 Suponha que o campo magnético em uma determinada regio tem a forma Bokek ‘onde k € uma constante). Encontre a forga em um cireuito quadrado (de lado a), que esté no plano ye centrado na origem, se ele {tem uma corrente /, que Ml no sentido anti-horério quando se olha de cima do xo «. 150 Eletrodinamica Problema 5.§ Uma corrente/ fui por um fo de raio a. (0) Se ela estiverdistribuida uniformemente sobre a superficie, qual & a densidade superficial de corrente K? (b) Se elaestverdistribuida de forma que a corrente volumsétrica sejainversamente proporcional distancia do eixo, quanto vale J’? Problema 5.6 (a) Um disco fonogrfico tem uma densidade uniforme de ‘eletricidade estitica’ ¢, Se sua rotasio for na velocidad angular «qual serd a densidade superficial de corrente Ka uma distancia r do centro? (b) Uma estera sida uniformementecaregada, de rio R e carga total Q esti centrada na origem e girando a uma velocidad angular constante «em tomo do exo 2. Enconre a densiade de corrente J em qualquer ponto (6) dento da ese Problema 5.7 Pra una configura de cargas¢ coments confnadas dentro de un volume V, moste que [sr = ania onde p€0 momento de dpol total. (Dica: caleule [., V «(r3) dr. 5.2 Lei de Biot-Savart 5.2.1 Correntes estacionarias Cargas estacionérias produzem campos elktricos que so constantes no tempo; dai o termo eletrostatica* Correntes estaciondrias ptodiuzem campos magnéticos que sao constantes no tempo: a teoria das correntes estacionéras chama-se mag- netostatica. frias > campos elétricos constantes: eletrostt Correntes estaciondrias + campos magnéticos constantes: magnetosté Por corrente estacionsria quero dizer um fluxo continuo que existe desde sempre, sem alteragées e sem actimulo de carga ‘em lugar algum. (Pessoalmente acho que o termo ‘corrente estacionéria’ é uma contradigao.) £ claro que na pritica nfo existe ‘uma corrente verdadeiramente estacionéria, como nao existe uma carga verdadeiramente estacionatia. Neste sentido, tanto a eletrostética quanto @ magnetostitica descrevem mundos artficiais que existem apenas nos compéndios, No entanto, elas, representam aproximacdes adequadas, desde que as flutuagdes, de fato, sejam razoavelmente lentas; inclusive, para a maior parte das finalidades, a magnetostitica se aplica muito bem s correntes domésticas que se alternam 60 vezes por segundo! Observe que uma carga pontual em movimento ndo pode, de forma alguma, consttuir uma corrente estaciondiria. Se ela est aqui em um instante, no outro jé nao esté mais. Iss0 pode parecer sem importancia, mas € uma dor de cabega enorme para mim, Desenvolvi cada t6pico de eletrostatica comegando com o caso simples de uma carga pontual em repouso; depois, generalize’ uma distribuicdo arbitra de carga, recorrendo ao principio da superposigao. Essa abordagem nio esti disponivel para nés na magnetostitica, ja que, para inicio de conversa, uma carga pontual mével ndo produz um campo estético. Somos Jorcados a tratar, desde 0 inicio, com as distribuigdes de correntes estendidas e, consequentemente, os argumentos tendem a ser mais complicados. Quando uma corrente estaciondria flui por um fio, sua magnitude J deve ser a mesma ao longo de todo o fio; caso contrério, a carga estatia se acumulando em algum lugar € a corrente ndo seria estacionéria. Da mesma forma, Op/2t ‘magnetostéticae, portanto, a equagio de continuidade (5.29) toma-se V-d=0. 631) 5.2.2 O campo magnético de uma corrente estaciondria (© campo magnético de uma linha de corrente estacionéria é dado pela lei de Biot-Savart: Txt, po, [axd peng [ape] fa (532) io €necessrio que as cargas sejam esaconiias, mas que a densidade de carga em ca pont seja constant, Por exemplo, a esera do Problema 56 produz um eampo elton 1/¢reo(Q/r2), meso que estejasiando, porque p nde depende det Capito Magnetostaica 151 ‘A integragio é a0 longo do caminho da corrente, na diresdo do fluxo; dl’ é um elemento de comprimento a0 longo do fio +, como sempre, é 0 vetor da origem até 0 ponto r (Figura 5.17). A constante jp € a chamada permeabilidade do espaco livre’ Ho = 4m x 1077 N/A? (5.33) Essas unidades estao de tal forma que o proprio B € dado em newtons por ampére-metro (como requer a lei de forga de Lorentz), ou testas (T):° 1T=1N/(A-m). (5.34) ‘Como ponto inicial da magnetostética, a lei de Biot-Savart tem um papel andlogo ao da lei de Coulomb na eletrostética, De fato, a dependéncia 1 /s? € comum a ambas as leis, av Figura $.17 Exemplo 35 Encontre 0 campo magnético a uma distancia s de um fio longo e reto pelo qual passa uma correnteestacionéra J (Figura 5.18). Solu: no diagrama (dl’ x 8) aponta para fora da péiginge tem a magnitude a’ sen.a = dl’ cos. ‘Também, = 6 tx6, portanto €5= 20088, entio Assim (535) Figura 5.18, 5. Este € um nimero exato, eno uma constane empiric, Ela serve (através da Equacio S.37) para defnc o ample, e 0 ampite, por sua vez, deine 0 coulomb. Por algums rez, neste caso excusv, a unidad cs (o gauss) é mais comumenteusada do ue a uni SI: | tela = 104 gauss O campo magnéico a Tera € de cerca de meio gauss; um campo magnético de aboratri razavelmente forte € de. dgamos, 10,000 gas. 152 Eletroginamica ‘A Equagio 5.35 dé o campo de qualquer segmento reto de fio, em termos dos Angulos ‘nical e final 8; © @» Figura 5.19). claro aque um segmentofinito por si mesmo jamais conseguitia manter uma corrente estacionria (para onde a carga iia quando chegasse 0 fim?) mas ele pode ser um pedaco de um circuit fechado, ea Equagio 5.35 representaria, ent, a sua contribuigi para o campo total. No caso de um fio infinito, 8, = ~n/2¢ Bs = 7/2, de forma que obtemos wal (536) Observe que o campo ¢ inversamente proporcional 3 distancia a partir da fio — como 0 campo elétrico de uma linha infinita de carga [Na regio abaixo do fio, B aponta para dentro da pégine c, em gera,‘citcula em torno’ do fio, em concordncia com a regra da mio ireita apresentada anteriormente (Figura 5.3), Como aplicagio, vamos encontrar a forga de atragio entre dois fioslongos e paralelos a uma distincia d um do outro, pelos quais passat as corentes 1; e Ta (Figura 5.20) O campo em (2) devido a (1) € Hols ~ Ord? «ele sponta para dentro da gina. A lide forga de Lorentz (na forma apropriada para inhas de corrente, Equi 5.17) prevé uma fox digi para (1), de magnitude =h (wh ean ( Gy) fa A Forga tal como seria de se esperar, infita, mas forga po nidade de comprimento € bo fila f and Se as correntestiverem sentidos contrérios (uma subindo e outra descendo), a forga ser repulsiva — o que também & consistente ‘com as observagies qualitativas da Seed 5.1.1 Ga) af fa a Segmento de fio a” @ Figura 5.19 Figura 5.20 Exemplo 5.6 Encontre o campo magnético a uma distincia z acima do centro de um circuit circular de raio R, pelo qual passa uma corrente estaciondria I (Figura 5.21) Figura $21 Capitulo 5 Magnetostética 183 Solugin: 0 campo dB atibuido a segment sponta confoe estémostado, A medida que integrames dl’ en toro do circuit, 4B vare um cone Os components hoizonti se cancel eos components vera se combinam resulta en Bl) = fr | Scoe (Observe que dl’ 4 sio perpendiculares neste caso; 0 fator do cos projetao componente vertical.) Agora, cose? sio constantes ce fal’ €simplesmente a cicunferéncia, 2nR,entio sol iol it Bt) = ae 528) Para correntes superficiais e volumétricas, a lei de Biot-Savart torna-se bo [K(e) x8, bo [ Me) x4 B= / creda Bir) = Bf MEE ay, (639) respectivamente. Voeé pode ficar tentado a escrever a férmuta cortespondente para uma carga pontual em movimento, usando 0 ‘diciondrio’ 5.30: ° wo qvxk an? mas isto est, simplesmente, errado.” Como mencionei antes, uma carga pontual no constitui uma corrente estacionéria e a lei de Biot-Savart, que serve apenas para correntes estacionérias, no determina corretamente seu campo. A propésito,o principio da superposigao se aplica aos campos magnéticos, da mesma forma que aos campos elétricos: se vvooé tem um conjunto de correntes fonte, o campo iquido € a soma (vetorial) dos campos devidos a cada uma delas, tomados separadamente Ber) (5.40) Problema 5.8 (a) Encontre o campo magnético no centro de um circuito quadrado, pelo qual passa uma cortente estaciondtia I. Considete que Fé a distancia entre o centro ea lateral (Figura 5.22), (b) Encontte 0 campo no centro de um poligono de n lados, pelo qual passa uma correnteestacionéria . Novament, considere que Ea distincia entre o centro e qualquer um dos lades. {(€) Centfque-se de que sua formula se eduz ao campo no centro de um circuito circular, no limite n 00, Problema 5.9 Encontre o campo magnético no ponto P para cada uma das configuragées de comente estaciondria mostradas na Figura 5.23 Problema $.10 (a) Encontre a forga em um citcuito quadrado posicionado como mostra a Figura 5.24(a), prOxime a um fio teto infinito. Tanto pelo cicuito como pelo fio passa uma correnteestaciondria I. (b) Encontre a forga no circuito triangular da Figura $.24(b). Problema S.11 Enconire o campo magnético no ponto P no cixo de um solenoide enroladlo de forma compacta (bobina helicoidal) com n voltas por unidade de comprimento, envolvendo um tubo clindrico de raio « e pelo qual passa a comente I (Figura $.25), [Expresse sua resposta em termos de 01 e @2 (6 jeito mais facil). Considere que as voltas sio essencialmente circulares e use o resultado do Exemplo 5.6. Qual € 0 campo no eixo de um solenoide infinito(infinito nos dois sentidos)? Figura 5.22 Figura $23 Figura 5.24 7. Digo isto malo ¢ bor tom para enfaiaro ponto em questo; na realidad, a Equaio S40 ¢aproximadamente cores para cargs ao reltvsicas (01-€ c)em condigdes mas quais 0 retardamento pode ser desprezato (vejao Exempl 10), 154 Eletodinamica Problema 8.12 Suponha que vocé tem duas linhas de carga com densidade , a uma distancia d uma da outra, movendo-se com velocidade constant v (Figura 5.26). Que valor w tera de ter para que aatragdo magnética equlibrasse a repulsio elétrica? Calcule © nero. Essa velocidade 6 razodvel™ Figura 5.26 5.3 Divergente e rotacional de B 5.3.1 Correntes em linha reta A Figura 5.27 mostra o campo magnético de um fio reto infinito (a corrente estd saindo da pagina). De imediato, fica claro que este campo tem um rotacional néo nulo (algo que vocé jamais veré em um campo eletrostitico); vamos calculé-lo, Conforme a Equacio 5.36, a integral de B em tomo de um caminho circular de raio s, entrado no fio, & wok gol f fe a= p= fp dl = wl. Observe que a resposta & independente de s; isso porque B tem uma diminuicdo inversamente proporcional ao aumento Gal) edl =ds8+sdpd + dz’, portanto wol [1 ,, vol [™ fe an Oe fo dp oH 6 = po. Isto presume que o circuito circunda o fio exatamente uma vez; se fossem duas vezes, @ iria de 0/a dr, e se cle nio circundasse 0 fio, ¢ itia ded, a dp ¢ voltaria, com f dg = 0 (Figura 5.28). ‘Agora, suponha que temos uma coleedo de fios retos. Cada fio que passa pelo nosso circuito contribu com jioZ. € 0s que ficam de fora no contribuem com nada (Figura 5.29). A integral de linha ser4, entio, fe A= toler, (5.42) cireuito Figura 5.27 Figura $.28 Figura $.29 A” Se vost estudou a relatividade especial, tlverfguetentado a procurr, neste problema, complexidads que de fata aio existem — 2 e v sto ambos medidos no referencia de lborasri, esto & eletrosutica comum (vena nota de rodapé 4) Capitulo Magnetostitica 185 onde Te: represen a orrente total encerrada pelo camino de intepragdo, Seo fluxo de carga €representado por uma corrente volumeétrica de densidade J, a corrente encerrada é / Ida, 6.43) com integral calculada sobre uma superficie encerrada pelo cireuito, Aplicando o teorema de Stokes & Equagdo 5.42, entio, [vx da yo [3 da, Vx B= ppd. (5.44) Como minimo de trabalho, obtivemos a rmula geal para orotacional de B. Mas nossa dedugao 6 seriamenteprejudicada Pela resrigdo 3s correntes em linhas retas infinita (e suas combinagées). A maioria das configuragdes de correntes no ode ser Feit partir de is ets infnitos endo temos o dreto de assumir que a Equacdo 5.44 aplica-se a clas Portant, préxima sevio € dedicada & deducio formal do divergentee do rotacional de B, comegando com a prépria lei de Biot Savart , portanto, 5.3.2 Divergente e rotacional de B A ei de Biot-Savart para o caso geral de uma corente volumétrca diz que Bir) = fe [Oe (5.45) Esia formula resulta no campo magnético em um ponto r = (,y, 2) em termos de uma integral sobre a distribuigio de corrente J(z',y, 2") Figura 5.30). Nesta etapa, é melhor ser absolutamente explicito: B éumafungiode (2,y,2) J Eumatungéode (x',y/,2'), aa (t- a) 8+ y-y)¥+ (2-2), dr’ = de! dy de! A integragio € sobre as coordenadas com linhas;o divergente eo rotacional devem ser calculados com tespito is coorde- nadas sem linha Aplicando o divergente & Equacio 5.45, obtemos: vipa B/v-(14)a (546) Recorrendo & regra de produto nimero (6), a)_& A v.(s«3)=$ (Vxa)-3 (v4) 47) Mas ‘7 x J = 0, porque J ndo depend das vartves sem linha (x,y, 2), enquanto x (&/:2) = 0 (Problema 1 62), portanto (5.48) 156 Eletodindmica Evidentemente, o di vergente do campo magnético & zer, Aplicando o rotacio onal & Equacdo 5.45, obtemos: be 4) vem [ox (a5) a Aqui também, nossa estratépie éexpandiro integrando, (5.49) usando a regra de produto adequada vx (015) -3(0 5) - vs neste caso, a de nimero 8, como veremos no 4 (Equagéo 1.100) zero, que tivemos trabalho Para calcular no Capitulo v (3) =«0%, 51) Assim, Vx Ba [sears e— yg Hod(r), © ave confirma que @ Equagao 5.44 nao se estringe a correntes em linha No entanto, ps Tela, mas vale de forma Wada aE argumento, temas de nos certificate qui 7er0. Como a derivade atua somente em ap, eral para a magnetostatica Fag cera do segundo temo na Equagio 5-50-44 » Podemos trocar de V para Wa integral 533° Aplicagies da leide Ampare A equacio para o rotacional de B . [Wx (5.54) chama-se lei de Ampére (na forma diferencial). Ela Pode ser ‘eoremas fundamen Snvertidad forma integral pelo recurso usual de aplicar wy tals — neste caso, 0 teorema de Stoke 9. Og importa agi 6 ‘Que 4 depende somente 10. Se om si exendese ap infin (como equcra um euidsdo maice, a ciferenca entre a bordenadas, © (0/8) je (0/02) fx — 2, Sete un for nit inepa de sapien Co "picamente, zero, embora a anise Capitulo Magnetostética 187 Agora, [ J -da é a corrente total que passa pela superticie (Figura 5.31), que chamamos de fig: (a corrente encerrada pelo circuito amperiano). Assim $B-dl= per (555) Esta € a versdo integral da lei de Ampere; ela generaliza a Equagdo 5.42 para correntes estacionaias arbitrdrias. Observe ‘que a Equagio 5.55 herda a ambiguidade de sinais do teorema de Stokes (Segao 1.3.5): em que sentido em volta do cireuito devo seguir? E que sentido através da superficie corresponde i de uma corrente‘positiva’? A solugdo, como sempre, é a repra a mio direta: se os dedos da sua mao direita indicam 0 sentido de integragdo em volta do contorno, endo o seu polegar define o sentido de uma corrente positiva Assim como a lei de Biot-Savart tem um papel na magnetostitica correspondente ao da lei de Coulomb na eletrostética, a lei de Ampére desempenha 0 papel da lei de Gauss: Bletrostitica: Coulomb Gauss, Magnetostitica: Biot-Savart —+ Ampere. Em particular, para correntes com a simetria adequada, a lei de Ampére na forma integral oferece um meio adordvel ¢ cextremamente eficiente para calcular 0 campo magnético. Lina de contomo TRL J Figura 5.31 Exemplo 5.7 Encontre 0 campo magnéico a uma distincia s de um longo fio reto (Figura 5.32), pelo qual passa uma correnteestacionéra I (0 ‘mesmo problema que resolvemos no Exemplo 5.5, usando a lei de Biot-Savar), Solugio: sabemos que a diregio de B ¢‘tangente a uma circunferéncia centrada no fo', eircundando-o coma indica a regra da mio dlireita. Por simetria, a magnitude de B & constante em torno de um citcuito amperiano de raio s,centrado no fio. Portanto, ali de Ampere nos dé fra= Bf a= B20 = hoe = Hoh ou pawl Esta € mesma resposta que obsivemos antes (Equagdo 5.36), mas ela foi obtida, desta vez, com muito menos esforg. Circuito amperiano (T\ at WJ Figura 5.32 Exemplo58 Encontre 0 campo magnético de uma corrente superficial de densidade wniforme infiita K = KX, que fui sobre 0 plano zy Figura 5.33), 158 Exemplo 5.9 Eletrodindmica Lamina de corrente K —— ireuito ¢ r ammperiano Figura 5.33 Soluglo: antes de mais nada, qual ¢ a direpdo de B? Ele pode ter algum componente 2? Nao: um olhar para a lei de Biot-Savatt (5.39) revela que B é perpendicular a K. Ele pode ter um componente =? Também ndo. Isso vocé pode confirmar observando que {qualquer contribuigio vertical de um filamento em +y & cancelado pelo filamento correspondente em —y. Mas existe um argumento ‘melhor: suponha que 0 campo apontasse para fora do plano. Invertendo o sentida da corrente, eu poderia faz8-o apontar para o plano (na lei de Biot-Savart, madarosinal da corrente muda o sinal do campo). Mas o componente 2 de B ndo pode de forma alguma 0. 656) ‘Observe que o campo é independente da distncia ao plano, justamente como o campo eltvico de um plano uniformemente catregado (Exemplo 24) Encontre 0 campo magnético de um solenoide muito longo que consiste de n voltas compactas por unidade de comprimento, em toro de um cilindro de raio R pelo qual passa uma corrente estacionéria I (Figura 5.34). [O motivo pelo qual as volts s30 tio Aapertadas 6 que se pode, entio, fazer de conta que cada volta é circular, Se isso 0 preocupa (afinal existe uma corrente Kuida J na iregdo do eixo do solenoide, por mais justo que cle estejaenrolado), imagine, em vez disso, uma folha de papel alumni enrolada «em volta do cilindrotransportando a corrente superficial uniforme equivalente K = nJ (Figura 5.35). Ou enrole duplamente subindo até uma extremidade e, depois — sempre no mesmo sentido —, descendo até a outra para eliminar, asim, a corrente longitudinal Mas, na realidade, tudo isso sto meticulosidades desnecessérias, jé que o campo dentro de um solenoide & enorme (relativamente falando),¢ 0 campo da corrente longitudinal 6, no méximo, um refinamento minsculo.) ‘Solugli antes de mais nade, qual ¢ a diregdo de? Ele pode ter um componente radial? Nao. Pois, suponha que B, fosse pestivo: se invertéssemos a direglo da corrente, B,,entio, sera negative, Mas inverter I equivale a fiscamentevirar o solenoide de cabea Figura 5.35 Capitulo § Magnetostatica 159 Bara baixo, eiss,cetamene, no alterata o campo radial. Que tal um componente ‘ircunferencal"? Ndo.Pois By seria constante «em tomo de um circuito amperiano coneéntrico com o solenoid (Figura 5.36), entdo JB d= B08) = alae =0 Ji6que o citeuito nfo encerra corrente Forno, 0 cumpo magnéico de um solenoid infitoe compact ¢paraelo ao eix. Pea regra ds mio diel, espera que cle ponte para cima, dentro do solenoid, e para bixo, fra dele, Além do mas, ele certamente tende a zero medida que hos afastamos muito. Com iso em mente, vamos aplicara lei de Ampbre aos dois circuitosretangulres da Figura 5.37. Oeiruito 1 etd totalmente fora do solenoide, com suas laterais 3s distincias «e bdo eixo: fs l= [B(e) ~ B(b))L = pole = 0, entdo Blo) = Be), Esidentement, 0 campo etemo ndo depend da distincia do eto. Mas sabemos que cle tea zero paras grande. le deve, Portanto, ser zero em toda parte! (Este resultado surpreendente pode também ser obtid da lei de Biot-Savart ¢ claro mas fica muito mais dificil. Veja o Problema 5.44.) Quanto ao cireuito 2, que esti meio dentro ¢ meio fora a lei de Ampere resulta em fp dl = BL = jolene = wonIL, ‘onde B € 0 campo intemo ao solenoide. (0 lado dirito do ciruito nfo contibui com nada, jf quel fora B = 0.) Conctusao a{ fh soe sn 0, fora do solenoide. Observe qu o campo interno ¢ tniforme; nesse sentido, o soled é pata a magnetosttca 0 que o capacitor de placa paraelas € para aeletrostitica: um dispositiv simples para se produzir campos intensos ¢uniformes. Cireuito amperiano Cireuitos amperianos. Figura 5.36 Figura $.37 Como lei de Gauss, ali de Ampire€ sempre verdadera (para corentes estacionérias), mas nem sempre stl, Somente avandho a simeitia do problema permite que voc€ pure B para fora da integral ¢B dl € que o campo magnético pode ser caleuladoa partir da ei de Ampére. Nas cicunstincas em que el funciona, é de longe o método mais ripido; caso conti, ‘oot tem de recorer& let de Biot-Savar. As configuragbes de corrente nas quais a lei de Ampére pode ser apicaa sto 1. Linhas reas infinitas (protétipo: Exemplo 5.7). 2, Planos infinitos (prot6tipo: Exemplo 5.8). 3. Solenoides infinitos(prot6tipo: Exemplo 5.9). 4. Toroides (protstipo: Exemplo 5.10). O thkimo € uma aplicagao surpreendente ¢elegante da lei de Ampere e serd abordado no préximo exemplo. Como nos Exemplos 5.8 5.9, parte dificil é descobrira direeo do campo (o que agora teremos feito, de uma vez por todts, para cada ‘uma das quatro formas geométricas); a aplicagao da lei de Ampére em si requer apenas uma linha, 160 Eletrodindmica Exemplo 5.10 ‘Uma bobina toroidal consiste de um anel circular, ou “rosquinha’, em torno do qual um longo fio & enrolado (Figura 5.38). O cnrolamento € uniforme e compacto 0 bastante para que cada volta seja considerada um cicuito fechado. O corte transversal da bobina ¢ iretevamte. Eu o fiz tengular na Figura 5.38 em prol da simplicidade, mas ele podria muito bem ser circular ou tet {qualquer formato assimétrico esqusito, como o da Figura 5.39, desde que esse formato permanecesse o mesmo a volta toda do anel Nesse caso, segue-se que 0 campo magnético do roroide & circunferencial em todos os pontos, tanto dentro quanto fora da bobina, Prova: segundo a lei de Biot Savar, o campo r devido ao elemento de corrente em r” & wo 1X oy ee a E preferivelcolocar tno plano xz (Figura 5.39), de forms que seus componentes cartesianos slo (7,0, 2), enquanto as coordenadas da fonte sio (3'cos.g',s' sen, 2) Entdo in ~ 5 cos 9 sen g',2—2'), ‘Como a corrente no tem componente ¢, I = J. + I. , ou (em coordenadas cartesianas) 1 = (1,008, lesen’, I.) Consequentemente, x g a Ixa =| feo’ Iesend’ (x= s'cosg’) (-s'seng’) (2-2') = frend (Io(2— 2") + 5!) + [fale —s' cos") ~ Iye0s9'(2 ~ 2] 9+ [-Tersend ‘Mas existe um elemento de correte simetricamente posicionado em v’, com o mesmo s', 0 mesmo 2, 0 mesmo di’, © mestno Ty 0 mesmo I., mas 6 negativo (Figura 5.39). Como sen é’ muda de sinal, as contibuigbes nas dreses & € & devidas a re x” deixando somente um term na diregio Y. Portanto, o campo em r estén diesio ¥ e, no ger, o campo aponta na qd Agora que sabemos que 0 campo écircunferencial, determinar sua magnitude ¢ de uma failidade ridicule, Basta aplicar a lei de Ampere ao cieulo de raios em torn do exo do true: Bons = paler, Figura 5.38 Figura 5.39 Capitulo Magnetostatica 161 «. portant, . as &, para pontos dentro da bobina, Ba)={ 658) ©, para pontos fra da boing, ‘onde NV € 0 némero total de volta. Problems §.13 Ura coneneextaconri 7 Ai por um longo fi iinico de raio a (Figura S40). Eacontre 0 ‘campo magnétco tanto denito quanto fora do fo, se (@) a comente est uniformemente dstribuida sobre a superficie externa do fio, (b) a comrenteestédistribuida de forma que J 6 proporcional a s, a distinc ao eixo. Froblema 8.14 Uma chapa grossa que se estnde de = = a a 2 = + tem uma comente volumética de densidad uniforme ‘7 1% Figura 5.41), Enconte 0 campo magnéico como fun de z tanto dento quanto fora de hapa, Problem S.15 Dos solenoids longos ecoaxsis anspor, cada um, uma crate J, mas em sentdos opostes, como mostra Riau 542, 0 solenoids itemo (de raio a) tm n: volta por nidade de compriment, enquarteeenger de raio 8) tem ne, contre B em cada uma ds ts repides () dentro do solenoid interno, iene les bees doa deg Problema 8.16 Um grande capacitor de placa praels com carga spericial de densidae uniforme ¢ na placa superior ¢ ~er na inferior esté se movendo com velocidade constante v, como mostra a Figura 5.43, {a) Encontre o campo magnético entre as placase, também, acima e abaixo doles. (©) Enconre orga magnétia por unidade de dre na placa superior, incluindo su dies oe sentido, (©) Com que velocidade » a forga magnética equilibraria & forga elétcica?!" Froblema S17 Moste que o campo magntio de um solenoieifnit & pall a eo, seja qual fora forma da seco transversal Ga hobina, desde que esse formato set o mesmo a0 longo de todo o solenoie. Qual éa manitede «do campo interno e externo dessa bobina? Mose que 0 campo toroidal (5.58) se edz ao campo do solenoide quando o rao doanel é we ‘grande que um segmento Pode ser considerado essencialmente reo, Problema 5.18 No céleulo de uma corente encerada por um circuito amperiano, deve-se, em eral, resolver uma integral com a forma, Teac = f S-da. Is © problema é que existe uma infinidade de superficies que compariham da mesma linha de conomna Qual deas devemos usar? LF Figura 5.42 Figura 5.43 1 Consuliewnota de rodape 8. 162 Eletrodinamica 5.3.4 Comparagio entre magnetostitica ¢ eletrostti O divergente eo rotacional do campo eletrostético si0 V-B=+p, (ide Gauss); © VxE=0, — (semnome). Estas so as equagdes de Maxwell para a eletrostética. Juntamente com a condigio de contorno B > 0 distante de todas as cargas, as equagdes de Maxwell determinam o campo, se a densidade da carga p for dada; elas contém, essencial- mente, a mesma informago que a lei de Coulomb, mais o prinefpio da superposig20, O divergente ¢ o rotacional do campo magnetostitico so { V-B=0, (sem nome); Vx B=jooJ, — (leide Ampere). Estas sfo as equagdes de Maxwell para a magnetostética, Aqui também, juntamente com a condigZo de contorno B -+ 0 onge de todas as correntes, as equages de Maxwell determinam o campo magnético: elas sio equivalentes lei de Biot-Savart, (mais a superposigZo). As equagies de Maxwell ea lei de forga F=Q(B+vxB) constituem a formulagao mais elegante da eletrostitica e da magnetostatica © campo elétrico diverge de uma carga (positiva); a linha do campo magnético enrola-se em volta de uma corrente (Figura 5.44). As linhas dos campos elétricos originam-se em cargas positivas ¢ terminam em cargas negativas; as inhas dos, campos magnéticos no comecam ou terminam em lugar algum — para tanto seria necessério um divergente néo nulo, Elas formam circuitos fechados ou estendem-se ao infnito. Colocando de outra forma, ndo ha fontes pontuais para B, como hé para E; nio existe anslogo para a carga elétrica. Este € o contetido fisico da expressio V - B = 0. Coulomb e outros acreditavam que 0 magnetismo era produzido por eargas magnéticas (monopolos magnéticos, como so chamados atualmente), ¢ em alguns livros mais antigos vocé ainda iré encontrar refeténcias a uma versio magnética da lei de Coulomb que da forga de atragio ou repulsio entre elas. Foi Ampere quem primero especulot que todos os efeitos magnéticos slo atribuidos a cargas elérricas em movimento (correntes). Até onde sabemos, Ampere estava certo; mesmo assim, continua sendo uma questdo experimental aberta se existem monopolos magnéticos na natureza (eles sio obviamente muito raros, ou alguém jé teria encontrado um'2), e, de fat, algumas teorias recentes sobre as particulas elementares os exigem. Para os nossos objetivos, porém, B nio tem divergente e nao existem monopolos magnéticos. & preciso uma carga eléttica em movimento para producir ‘um campo magnético, e € preciso outra carga elétrica em movimento para ‘sentir’ um campo magnético. Tipicamente, as forgas elétricas sao imensamente maiores que as magnéticas. Isso ndo € algo que se identifica a partir da teoria como tal; tem a ver com o tamanho das constantes fundamentais ¢ € sig. Em geral, é somente quando a carga fonte ¢ a carga de prova estdo se movendo em velocidacles compardveis a velocidade da luz que a forga magnética se aproxima da forga elétrica em termos de intensidade. (Os problemas 5.12 ¢ 5.16 ilustram esta regra.) Como 6, entio, que notamos os efeitos, (2) Campo eletrostitico de (6) Campo magnetostitico uma carga pontual deum fio longo Figura 5.44 12 Una detxgio aarene (B. Cabrera, Pls: Rev. Let, 48, 1378 (1982) nunca foi reproduzita —e no por fla de enaivas. Para una encantadora © eve hisia das ideas sobre © magnetism, lea o Capitulo 1 dolvra de D.C. Matis, The Theory of Magni (Nova York: Harper and Row, 1963) Capitulo Magnetostatica 163 magnéticos? A resposta € que tanto na produgdo de um campo magnético (Biot-Savart) quanto na sua detecgio (Lorentz) & a corrente (carga vezes velocidade) que entra, e podemos compensar uma velocidade baixa colocando quantidades enormes de carga no fio. Normalmente, essa carga geraria simultaneamente uma forga elérrica tio grande que ela sobrepujaria a forga magnética, Mas se mantivermos 0 fio neutro, incorporando nele uma quantidade igual de carga oposta em repouso, o campo létrico se anulard, deixando o campo magnético independente. Parece muito trabalhoso mas, € claro, & precisamente 0 que acontece em um fio comum pelo qual passa uma corrente Problema 5.19 (a) Encontre a densidade p das cargas méveisem um pedago de cobre ssumindo que cada om conibui com um léton live. [Pesquise as constantes isicasnecesséras.] (b) Caleue a velocidade média dos elétcons em um fio de cobre com 1 mm de diimeteo, pela qual passa uma corente de 1A. (Nota «sta €Iiteralmente uma velocidade de Leama. Como voeé pode, endo, er uma conversa telfénica de longa distancia?) (6) Qual € forga de atragao entre dois fios desses, a 1 em um do outro? (4) Se voce pudesse, de alguma forma, remover os fons postivosestacionétios, qual seria aforga de repulsio elérica? Quantas vezes cla € maior que a forga magnética? Problema §.20 A lei de Ampare & coerente com a regra geral (Equagio 1.46) de que o divergente do rotacional & sempre zero? Demonstre que a lei de Ampere, em geral, ndo é vslida fora da magnetostitica. Esse ‘defeito’ existe nas outras tés equagdes de Maxwell? Problema 5.21 Suponha que existissem monopolos magnéticos. Como voce modificaria as equagdes de Maxwell ea lei de forga pera acomodi-los? Se acredita que ha varias op¢Ges plausives,relacione-ase sugira como voc® poderia decid, experimentalmente, qual é a correta 5.4 Potencial vetorial magnético 5.4.1 O potencial vetorial Assim como V x E = 0 nos permitiu introduzir o potencial escalar (V) em eletrosttica, E=-vy, ‘V-B = 0 também nos convida a introdugdo de um potencial vetorial A em magnetostética: VxXA (5.59) A primeira € autorizada pelo Teorema 1 (da Segio 1.6.2), e a segunda, pelo Teorema 2 (a prova do Teorema 2 ser desenyolvida no Problema 5,30). A formulagao do potencial automaticamente cuida de V - B = 0 (ji que o divergente de um rotacional & sempre nulo); restaa lei de Ampere: VxB=Vx (Vx A)=V(V-A)— VA = pod. (5.60) Agora, o potencial elétrico tinha em si uma ambiguidade: vocé pode acrescentar a V qualquer fungio cujo gradiente seja zero (0 que equivale a dizer qualquer constante), sem alterar a quantidade fisica E. Da mesma forma, vocé pode somar 20 Potencial magnético qualquer fungao cujo rotacional seja nulo (0 que equivale a dizer o gradient de qualquer escalar), sem afetar B. Podemos explorar essa liberdade para eliminar 0 divergente de A’ [VA (5.61) Para provar que isto € sempre possivel, suponha que nosso potencial original, A, ndo tenha divergente nulo. Se acrescen- tarmos a ele o gradiente de A (A = A, + VW), 0 novo divergente seré V-AR=V-AGt VR, Podemos, entdo, acomodar a Equacio 5.61 se pudermos encontrar uma fungao A que satisfaga VA=—V- Ag, 164 Eletrodinamica Mas isto & matematicamente idntico & equagio de Poisson (2.24), vv=-2£, & com VA, em lugar de p/eo como. “fonte’. E sabemos resolver a equacio de Poisson — esse é todo 0 objetivo da eletrostitica (‘dada a distribuigao de carga, encontre 0 potencial’), Sobretudo, se p tende a zero no infinito, a solugio é a Equagao 2.29: =f? dre Jo a, e,da mesma forma, se V - A, tende a zero no infinito, entio a g [te Se V- Ag ndo tende a zer0 no infinito, temos de usar outros meios para descobrir 0 \ adequado, da mesma forma que ‘obtemos o potencial elétrico por outros meios quando a distribuigdo de carga se estende ao infinito. Mas o ponto essencial permanece: E sempre possivel fazer com que o potencial vetorial tenha divergente nulo. Colocando de outra forma: a definigio de B = V x A especifica o roiacional de A, mas néo diz nada sobre o divergente — temos a liberdade de escolher o que acharmos melhor, zero é, geralmente, a escotha mais simples. Com esta condigao para A, a lei de Ampere (5.60) toma-se VA = =H). (6.62) Esta, novamente, é nada mais que 2 equagio de Poisson — ou melhor, sio trés equagdes de Poisson, uma para cada componente cartesiano,!® Assumindo que J tende a zero no infinito, podemos ditar a solugdo: awy=@ [ee (5.63) Para linhas de corrente e correntes superficiais, 0 Ly bol fe [Ka & fia Het [a A 8 [Ea 6.64) (Se a corrente ndo tender a zero no infinto, temos de encontrar outras maneiras de obter A; algumas delas so exploradas no Exemplo 5.12.€ nos problemas ao final da seco.) E preciso que se diga que A niio€ tao vit! quanto V. Entre outras coisas, continua sendo um vetor, e embora seja mais facil trabalhar com as equagdes 5.63 e 5,64 do que com a lei de Biot-Savart, ainda € necessério preocupar-se com os components, Seria bom se pudéssemos nos safar com um potencial escalar, B=-VU, (5.65) ‘mas isso € incompativel com a lei de Ampere, j4 que 0 rotacional de um gradiente € sempre nulo. (Um potencial magne- tostitico esealar pode ser usado se voeé se mantiver escrupulosamente no ambito de regides simplesmente conexas e sem ccorrentes, mas como ferramenta teérica seu interesse € limitado. Veja o Problema 5.28.) Além do mais, como as forcas ‘magnéticas nao realizar trabalho, A niio admite uma interpretagdo fisica simples em termos da energia potencial por unidade r, € essa cla se reduz a (2R/3r?). Observando que (w x r) = ~wrsen w 9, emos, nalmente, Considerando w = cos R(R+r)) Aha, nnn dams, AG) = (666) aR x1), para posts fra deter, Una vez cau integral voto cordenadas ‘natura’ de Figura 5.45, onde w vinci com o eixo 2 o pnto est em (8,0): eer sen6d, (rR), (567, 3 A(r,8,0) = (rR), poR'wo send oF Cariosamente, o campo dentro dessa casea estética é uniforme: (568) B= Vx A= RT sap —sen06) = 166 Eletodinamica Exemplo 5.12 Encontro potencial vtorial de um solenoide ininito com n volta por unidade de comprimento,raio Re corrente I. Solugio: desta vez ndo podemos usar a Equagio 5.64, funciona, Observe que ue a propria corente se estende ao infinito. Mas hi um belo método que fa a= few aysinm [Boda=, 6) onde #6. fluo de B através do cieuito em questo, Ito lembra ale de Ampere na forma de integral (555), Bat pte De fato, é 2 mesma equagio, com B + Ae jolene + . Sea simettia o permite, pademos determinar A a partir de © da mesma forma que obsivemos B de Taye, na Segio 5.3.3. O presente problema (com um campo magnético longitudinal uniforme jr dentro ‘dg solenoid e sem campo fora) é andlogo 20 problema da lei de Ampére de um fo grosso que transporta uma corrente uniformemente distibuida. O potencial vetorial é ‘circunferencial” (ele imita 0 campo magnético do fio); usando umn “circuit amperiano” circular com raios dentro do solenoide, emos pra = Ans) = fs da = pont(rs"), pond A 2 Para um circuito amperiano externo ao solenoide, o fluxo é 3, paras < R. (5.10) fi B-da = ponl(aR), ‘if. que 0 campo s6 se estende até R. Assim 67H) ‘Se vocé tem qualquer divida quanto a esta resposta verfique-a: J x A = B? V- A = 02 Se sim, terminamos, Tipicamente, a diregéo de Aird imitar a ditegdo da corrente, Por exemplo, amas eram azimutais nos Exemplos 5.11 ¢ 5.12, De fato, se todas as correntes fluem na mesma ditegdo, entio a Equaco 5.63 sugere que A também deve apontar nessa diregio, Assim, 0 potencial de um segmento finito de fio reto (Problema 5.22) estd na diregao da corrente. E claro que se a Corrente se estende 20 infinito, vocé nao pode, para inicio de conversa, usar a Equagio 5.63 (veja os problemas 5.25 e 5.26), Além do mais, voc8 sempre pode adicionar um vetor constante arbitrério a A —o que é andlogo a alteraro ponto de referéncia, para V, endo afetaré o divergente ou o rotacional de A, que € 0 que importa (na Equacio 5.63 escolhemos a constante de Forma que A fosse de zero no infinto). Em principio, voc€ pode até usar um potencial vetorial que nao tenha divergente nulo, ee nesse caso tudo muda, Apesar desses comentarios, o ponto essencial permanece: normalmente, a diregao de A serd a mesma que a diregio da corrente. Problema $.22 Encontreo potencial vetorial magnético de um segmento finito de fio rto pelo qual passa a corrente I. [Coloque o fio no cixo z, de 23 a 29, € use a Equaydo 5.64.] Verifique se a sua resposta € coerente com a Equagdo 5.35. Problema 5.23 Que densidade de corrente produziria 0 potencial vetorial, A = kG (onde & & uma constante), em coordenadas eindricas? Problema 5.24 Se B € unforme, mostre que A(r) = —4(r x B) funciona, Ou sea, verifique se V-A = 0eV x A = B, Esse resultado € nico ou existem outras fungies com o mesmo divergente e rotacional? Problema 5.25 (a) Usando quaisquer meios que possa imaginar (exceto a consulta) encontre o potencial vetorial a uma distancia 5 «de um fio reto pelo qual passa uma corente J. Verifique se V-A = Oe V x A=B. (by Encontte o potencial magnético dentro do fo, se ele tem raio Fe a corrente esta uniformemente distribu. Problema 5.26 Encontre o potencial vetorial acima e abaixo da cortente superficial plana do Exemplo 58 Capitulo Magnetostética 167 Problema $.27 (a) Verifique sea Equacio 5.63 &coerente com a Equagio 5.61, aplicando 0 divergent () Verifique sea Equago 5.63 & coerente com a Equagio 5.45, splicando 0 rotacional (6) Verifique se a Equagio 5.63 € coerente com a Equagho 5.62, aplicando 0 laplaciano. Problema 5.28 Supona que voc€ quer definir um potencalescalar magnético U (Equagio 5.65), nas proximidades de um fio pelo ual passa uma corrente. Antes de mais nada, vocé precisa se distanciar do proprio fio (i V x B # 0); mas isso ndo basta, Most, com a aplicagdo da lei de Ampére a um caminho que comega em ae circunda o fio retorando a b (Figura 5.47), que 0 potencial scalar no pode ter um valor tic (ou sej, U(a) # U(b), mesmo que eles representem o mesmo ponto fisico). Como exemplo, enconte 0 potencial escalar para um fio retoinfnito. (Para evitar um potencial com miiipios valores, é preciso restsingit-se as, reises simplesmente conexas que permanecem de um lado ou do outro de cada fo, nunca permitindo que se dé a volta toda.) Problema 5.29 Use os resultados do Exemplo 5.11 para encontrar o campo dentro de uma esfera uniformemente carregada, de carga, total Qe raio R, eque estégirando a uma velocidade angular constante w. Problema 5.30 (a) Complete a prova do Teorema 2, Sedo 1.6.2. Ou seja, mosie que qualquer campo vetorial F com divergente nul pode ser expresso como 0 rotacional dem potencialvetorial A. que voc8 tem de fazer € encontrar As, Ay € A. de forma que: (i) 94s/By ~ OAy/d2 i) OA0/0: ~ OA./Ox = Fy.e Gli) OA,/Or ~ OAc/By = F.. Eis uma manera de faz8-o: cescolha A> = 0, resolva (i) e (i) para Ay e Ae. Observe que as ‘constants de integracéa’ aqui so elas pris fungtes dey € 2 —slo constantes apenas com respeto x. Agora, cologue esas expresses em (i), ¢ use o fato de que W » F = 0 para obter [rsoa-f riennae | [ am [Rt nnee A (b) Por diferenciagao direta, verifique se o A que vocé obteve na parte (a) satiste Vx A = F. A tem divergente nulo? (Esta fot ‘uma construgio bastante assimétrica e seria surpreendente se tivesse — emibora saibamos que existe um vetorcujo rotacional 6 ceujo divergente € nulo] (€) Como exemplo, considere que F = consulte 0 Problema 5.51.) R42H +b, Caleule Ae confirme que V x A = F, (Para aprofundar a discussio, Circuito amperiano ; Figura S47 5.4.2 Resumo: condigdes de contorno na magnetostitica No capitulo 2, foi apresentado um diagrama triangular para resumir as relagOes entre as trés grandezas fundamentais da cletrostatica: a densidade de carga p, o campo elétrico Fe o potencial V. Um diagrama semelhante pode set montado para 4 magnetostética (Figura 5.48), relacionando a densidade de corrente J, 0 campo B ¢ o potencial A. Hé um ‘elo perdido’ no diagrama: a equago para A em termos de B. E improvavel que vocé venha a precisar dessa férmula, mas, caso esteja interessado, consulte 0s Problemas 5.50 e 5.51 Assim como o campo elétrico sofre descontinuidade em uma distibuigdo superficial de carga, também o campo magnético € descontinuo em uma distribuigdo superficial de corrente. S6 que, nesse caso, é 0 componente tangencial que muda. Pois, se aplicatmos a Equagdo 5.48, na forma integral f B-da=0, ‘a uma caixa de pilulas finissima que esteja sobre a superticie (Figura 5.49), obteremos Pisina = Baio 6.2) Quanto aos componentes tangenciais, um circuito amperiano perpendicular a corrente (Figura 5.50) resultard em f= Bhan ~ Bhs! = Hale = nok 168 Elotrodinamica Figura S48, Figura 5.49 Figura $80 ou ~ Bhs = wok. 623) Portanto, 0 componente de B, que € paralelo & superficie mas perpendicular & corrente, & descontinuo pela quantidade 0K. Um circuito amperiano semelhante paralelo & corrente revela que o componente paralelo é continuo. Esses resultados podem ser resumidos em uma tnica férmula: Bl Bacina ~ Bainiso = o(K x A), (5.74) ‘onde fi € um vetor unitério perpendicular a superficie, apontando ‘para cima’. ‘Como o potencial escalar em eletrostica, o potencial vetoral é continuo através de qualquer contorno: Accima = Artuisos (5.75) visto que V - A = 0 garante'® que 0 componente normal é continuo eV x A = B, na forma fa asf da=, significa que os componentes tangenciais sio continuos (ofluxo através de um circuito amperiano de espessura desprezivel é nnulo). Mas a derivada de A herda a descontinuidade de B: DArciny — DAdbaivo On On ~HoK. (5.76) Problema 8.31 (a) Vetfique a Equago 5.74 para a configuragao do Exemplo 5.9, (b) Vert J as equagdes 5.75 5.76 para a configurago do Exemplo 5.11 Problema $.32 Prove a Equagio 5.76 usando as equagies 5.61, 5.74 ¢ 5.75. [Sugestdo: eu montaria coordenadas cartesianas na je, com z perpendicular & superficie ¢ y paralelo & corrente| 15, Observe que as equagdes 575 5.76 pressupdem que A tem divergent nal Capitulo Magnetostética 169 54.3 Expansio multipolar do potencial vetorial Se voc8 quer uma férmula aproximada para o potencial vetorial de uma distribuigdo em corrente localizada, vila para Pontos distantes, uma expansio multipolar € nevesséria, Lembte-se: a ideia de uma expansdo multipolar é escrevero potencial na forma de uma série de poténcias em 1/r, onde r €a distancia até 0 ponto em questo (Figura 5.51); se r for suficientemente grande, a série serd dominada pela menor contibuigao diferente de zero e os termos maiores podem ser ignorados, Como constatamos na Segao 3.4.1 (Equagio 3.94), 1 1 1S /(r'\" == ee —} P,(cosé" (5.7° 37 yereromrenn 2,7) mom 7 Consequentemente, o potencial vetorial de um circuito de corrente pode ser expresso como iol AQ= a 2 I 1 ay = Me ea for Paleosoat, (5.78) ‘ou, mais expli a= LE fared fotcourat ar |r sh fee (Beato) ars] ‘Como na expansio multipolar de V’, chamamos o primeiro termo (que vai como 1/r) de termo de monopolo, o segundo (que vai como 1/r*) de termo de dipoto, o terceiro de quadrupolar, assim por diante, Agora, ocorre que 0 fermo de monopolo magnético é sempre zero, pois a integral € apenas 0 vetor deslocamento total em torno de um circuito fechado: f a =0. (5.80) Isto refleteo fato de que (aparentemente) nao hi monopolos magnéticos na natureza (um pressuposto contido na equagio de Maxwell V - B = 0, na qual toda a teoria do potencial vetoral se baseia), Na auséncia de qualquer contribuigdo de monopolo, o termo dominante & 0 de dipolo (exceto no caso raro em que ele também se anula} ee fir ewo'a = bol fe val’ (581) tar? Esta integral pode ser reescrita de forma mais esclarecedora, se recorrermas a Equagio 1.108, com ¢ = f: fe vy al = 8x [ow (582) Aap(t) = # ‘] (5.83) (5.79) Adip(r) = Eniaio ar = dV Figura 5.51 170 Eletrocinamica onde m é 0 momento de dipolo magnético: m=Ifda=la (5.84) Aqui a é a “érea vetorial’ do circuito (Problema 1.61); se 0 circuito é plano, a é a érea comum encerrada, com a dirego determinada, como de costume, pela regra da mao direita (dedos na diregdo da corrente).. Exemplo 5.13 Encontre 0 momento de dipolo magnético do citeuito ‘em forma de suport de livros’, mostrado na Figura 5.52. Todos os lados tm comprimento w, e por ele passa uma correne I Solugio: este fio poderia ser considerado como a superposigo de dois circuitos planos quadrados (Figura 5.53). Os lados ‘extias’ (AB) anulam-se quando sio colocados juntos, jé que as correntes fluem em sentidos opostos, O momento de dipolo magnético liquide & m= lu? 9 + Luts ‘sua magnitude é VBI w?, ¢ ele aponta ao longo da linha a 45° 2 = y. Figura $52 Figura 5.53 Fica claro, a partir da Bquagio 5.84, que o momento de dipolo magnético é independente da escolha da origem, Voc® talvez se recorde de que o momento de dipolo elérico é independente da origem somente quando a carga total € ula (Segao 3.4.3) Como 0 momento de monopolo magnético € sempre zero, nfo é realmente surpreendente que © momento de dipolo seja sempre independente da origem. Embora o termo dipolar domine a expansio multipolar (a menos que m = 0) ¢, portanto, oferega uma boa aproximagao do verdadeiro potencial ele nao é, ordinariamente, 0 potencial exato; haverd contribuigées quadrupolares, octopolares e mais allas. Talvez voc® se pergunte se é possfvel conceber uma distribuigo de corrente cujo potencial seja “puramente' dipolar — para a qual a Equagao 5.83 seja exata? Bem, sim e ndo; como seu anilogo elétrico, pode ser feito, mas o modelo é um tanto atiticial, Para comegar, é necessério que haja um citcuito infinitesimalmente pequeno na origem:; mas, para manter 0 momento de dipolofinito, & nevessério exacerbar a corrente ao infnito, mantendo 0 produto m = Ja fixo. Na prtica, 0 potencial de dipolo é uma aproximagio adequada sempre que a distancia r exceder em muito o tamanho do citcuito. © campo magnético de um dipolo (puro) fica mais facil de ser calculado se colocarmos m na origem e deixarmos que aponte na diregao 2 (Figura 5.54). Segundo a Equagao 5.83, 0 potencial no ponto (r,6,4) & msend (3.85) ¢, portanto, Bup(t) = Vx A = 727 (200807 + sen06) (5.86) Surpreendentemente, sso é estruturalmente idéntico a0 campo de um dipolo elétrico (Equagae 3.103)! (De perto, porém, © campo de um dipolo magnético fisico — um pequeno circuito de corrente — tem uma aparéncia muito diferente do campo de um dipolo elétrico fisico — cargas positivas e negativas separadas por uma pequena distancia. Compare as figuras 5.55 3.37) Capitulo S Magnetostatca 171 (a) Campo de um dipolo ‘puro’ (b) Campo de un dipoto“fisico" Figura S84 Figura 5.55 Problema 5.33 Mostre que.o campo magnético de um dipolo pode ser escrito na forma live de coordenadas: Bap(t) = #2 (3m. a)# ~ my (537) Problema 5.34 Um cicuito circular de fio, com raio R, esté no plano zy centrado na origem e por ele passa uma corrente 1 no sentido anti-horério, olhando-se do eixo z positive, (2) Qual € 0 seu momento de dipolo magnético? (©) Qual é 0 campo magnético (aproximado) para pontos distantes da origem? (©) Mosire que, para pontos no eixo =, su respsta€ coerente com o campo exato (Exemplo 5.6), quand 2 >> R. Problema 5.35 Um disco fongriico de rao R, com densidade superficial de carga uniform c, est girando veocidae angular Constante «. Encontre seu momento de dipolo magnetic. Problema 5.36 Enconte 0 momento de dipolo magnéico da casa esferica gratia do Exemplo 5.11. Mostre que para os pontos > Ropotencial €0 de um dipolo pereito. Problema 5.37 Enconteo campo magnético exato uma dstncia 2 acima do centro de um crito quadrado de lado w, plo qual Passa uma corente I. Verifique eel se redu7 ao campo de um dipol, com 0 momento de dipolo adequado, quando = >. Mais problemas do Capitulo § Problema 5.38 Pode tr Ihe ccorrdo que como as correntesparalelas se atraem, a corente dentro de um nic fo deve se contra em Um fluxo minisculo ao longo do eixo, No entanto, na pric, a corente normalmente se distribu bastante uniformemente pelo Ro. ‘Como se explia isso? Se as carga postivas (densidad pa.) esto em repouso eas carga negativas(densidade p) movimnentam se 4 ‘locidad u (¢ nenhuma delas depende da distancia do cixo), mostre que p= ~p,*, onde = 1/1 — (ufo)? ec? = 1/ynen Seo fo como um todo ¢ neuro, onde est localiza a carga de compensaciot™ [Observe que, para velocidads tics (veja 6 Problema 5-19), as duas densidades de carga permanecem essencialment inalteradas pela corrente (que 7 ~ 1). Em plasmas, no {entanto, onde as carzaspositivas fambém tm iverdade de movimento, o asim chemadoeeito de pinga pode ser muito significative] Problema $.39 Uma comente I fui para a dirt através de uma barra retangular de material conduor, na pesenga de um campo ‘magnético uniforme B que aponta para fora da pagina (Figura 5.56). (@) Se as carges em movimento forem positivas, em que ditegio clas sero defleidas pelo campo magnética? Essa deflexdo resulta fm aedmulo de carge nas superiies superior inferior da barra, o que por sua vez produ uma forg elétiea que contrabalanga a {orga mantic. O equillrio ocore quando as duas se anulam, exatamente. (Esse fenmeno €conhecido como efeto Hall) (©) Encontre a diferenga porencial resultant (voltagem Hall) ene a parte superior e a inferior da bara, em termos de B, » (veloc «dade das cargas), e dimensdes relevantes da bara.!” (6) Como sua andise se alteraria se as cargas fossem negativas? (0 efeito Hall é a maneira clissica de determinae o sinal dos Portadores de cargas méveis em umn material.) "6, Para uma discusso mais aprofundads, consulte D.C: Gabuzd, Am. J. Phys 61, 360 (19). 17 Oweenci no interior ara um problema inkessane de valor de contro, Veja M.. Meter, 3. Evans eG. Elio, Am. J Ph, 6, 668 (1998) 172 etrodinamica Figura 5.56 Pei 4 Um iraito de fo, plana ¢ de foma regular es posiionao de forma op arialmente um campo magnéico UnifomeB (na Figura S57 o campo ocupaa rego sombreadae aponta perpendicularmente pra o plana do citeite) Omar nny uma corrente 1: Moste que &forga magnética liquide no cicuito € F = 1, onde w €acorda subtendida. Goneelizc areca rao aso em que a regio do campo magneto em item um formato iegulr. Qual a dre da org? Frnbema Sl Um campo megnéiocirclamentesimetin (B depende apenss ds dsc 0 exo), pontandoperpendiclr Inn ar in, ocua regio sombreada da Figura S88. Se o ux total (| B-da € eo, mos que ums pascal Seagate do er iene do campo en um camino radia (conserando-e que ela xeae sea veloidae iii er greae sms la Pde simplesmente cular para sempre). Na teria conti, ua prc disparaa de fora em dan ao eos SUE 2 avo ert pose peor ut camino estanho para chegar I. (Diea calcule o moment angular taal adie pela partula, usando ae de forga de Lorentz | Toaniima £42 Caleule a fora de srasio magntica entre os emisfros note e su de uma casca esc gratia caregada (Exemplo 5.11) [Resposta: (#/A)uoo%w? Froblema 53 Consiere 0 movimento de uma parla de massa me carga elétea ge no campo de um monopolo ‘magnético estacionério (hipotético) gy na origem: (@) Eason a aceleraso de. xpressando sua resposta em temos deg, dm (a posigdo da prtcul) ev (sa velocidad, () Mosire que a velocidade v = |v] 6 uma constante do movimento, (c) Mostre que a quantidade vetorial Hated ro cima constate do movimento, (Diea: faa a dferenciagdo com reagio a0 tempo prove — usando wequasgo de movimento de (a) — que a derivada 62070.) (@) Escolhendo coordenadasesfvicas(r,8, 6), com o eixo polar (2) a longo de Q, real Qe ms au a costae do movies ema qu ge moines sensei dun cone— agp que Poincaré descobriu em 1896);'* Gi) Caleule Q.-#,e mostre que a magnitude de Q & m(r xv) — Regio 6 canpo 7 \ Trajetoria da particula Figure s87 Figura $38 16 eto a sg ua eos no sone, Oexao orginal EH. ocr, Cones rendu de Academie des Sciences 12, 530 1896); ‘um stameato mals modemo, eB, Rose S. Oe nation wth Physics of Space (Nova York: McGraw il, 190) Capitulo Magnetostatca 173 (ii) Caleule Q 6, mostre que a di € determine a constant k (©) Bxpressando v? em coordenaasesféricas oblenha w equacdo pare a trajetria na forma dr an (ou seja: determine a fungao f(r)). (0) Resolva esta equagao para rd). Problema $.44 Use ali de Biot Svar (mais convenientemente na forma 5.39, apropriada para corentes superficsis) para encontrar © campo dentro ¢ fora de um solenoide infntamente longo de raio R, com n voltas por unidade de comprimento, pelo qual passa ‘uma corrente estacionéia Problema 545 Por um fo semicircular passa uma coment estcionéria J (le deve estar ligado a alguns outros fos para completa ict, mas no vamos nos preocupar com eles agi). Enconteo campo magnético no ponto Pno out seminal (Figun 9) [Resposta: (uo 1/87) Infte (4) /t (£))] Problema 5.46 O campo magnético no eixo de um circuito circular de corente (Equasio 5.38) esté longe de ser vniforme (ele iminui acentuadamente com 0 aumento de 2). Vocé pode produzir um campo mais uniforme usando dois cicuitos desses a uma Aistincia d um do outro (Figura 5.60). (a) Encontre o campo (B) como fungio de z,e mosre que 3/9: é zero no ponto a meio caminho entre ees (z = 0). Agora, se ‘voce escolher d corretamente, a segunda derivada de 2 também irs se anlar no ponto médio, Este arranjo é conhecido como bobina de Helmholtz; ¢ uma maneira conveniente de produzir campos relativamente uniformes em laboratsro, (©) Determine d de forma que 6°5/9z* = 0 no ponto médio e encontte o campo magaético resutante no cento, [Resposta Bu! /5V5R} Problema $.47 Encontre 0 campo magnético em um ponto : > R no eixo (a) do disco giratério e (b) da esfera gitatsria do Problema 5.6. Problema 5.48 Suponha que voce quer encontrar o campo de um circto cular (Exemplo 546) em um pont que nd eta iramente aims do eno (Fgura 561), preerive excolhero ios defoma qu hav no plano ys em, v2), O pons fonte € (Reos '. Reen 0) 6! vai de 0 a 2x. Monte as intgras a partir das quas vocé poderiacalcular Be, By ¢ B, e caleule -explicitamente By. Problema $49 A magnetsttica rata a coment fone (aque estabelece o campo) ea “correte de prova’ (aque sate a frga) Go {ssimetricamente que de forma alguma fica Sbvio que aforga magnétia ence os dois circuits de cortente€ cottene com a tercing lei de Newion. Mostre, comegando com a lei de Biot-Savart (5.32) e com a ei de forga de Lorentz (5.16), que a forga no civeuito 2. devida ao circuito 1 (Figura 5.62), pode ser eserita como anf fay dh (5.88) Dessa forma ice claro que Fa = ~F 1, jé que 4 muda de sentido quando os papcis de | e 2 sio permutados. (Se parcce que voce std obtendo um tetmo ‘a mais’ vai ajudé-to observar que dla -8 = do.) Fy z ES <—s Figura 5.59 Figura 5.60 Figura 5.61 174 Eletrodinamica aly Figura 5.62 Problema 5.50 (a) Uma das maneiras de preenchero ‘elo perdido’ da Figura 5.48 é exploraraanalogia entre as equagées que definem A(Y- A= 0, V x A = Byeas equagies de Maxwell para B(V - B = 0, V x B = od). Evidentemente, A depende de B cexatamente da mesma maneira que B depende de oJ (a saber: a lei de Biot-Savar). Use esta observaglo para eserever a formula para A em termos de B. (b) oandlogo elétrco para o seu resultado em (a) & vin [2 4 yt Deduza-o,explorando a anaogia apropriads Problema .51 Outra manira de preenchero ‘elo perdido’ na Figura 5.48 & procurar um andlogo magnetositico para a Equagio 221 © candidato dbvio seria . At) = f (Bxa) lo (a) Teste esta formula para o caso mais simples possivel — B uniforme (use a origem como seu ponto de referécia). O resultado € coerente com o Problema 5.24? Voot pode remediar este problema acrescentando um fator 4, mas a ala desta equaso & mais profunda (©) Mostre ue [(B x dl) ndo 6 independente do caminho,ealelando $(B x dl) em torno do cireuito retangular mostrado na Figura 563 ‘Acé onde eu se” o melhor que se pode fazer seguindo essaslinhas & 0 par de equagies @V(e) = -r- f) Br) aa, (AG) =r x {2 1BQ) aA {A Equacio () equvale a escolher um caminho radial para a integral da Equagio 2.21; a equagdo (i) constitui uma solugio mais “simerica’ para 0 Problema 5.30.) (©) Use (i) para encontrar o potencial vetorial para B uniforme. (@) Use Gi) para encontrar 0 potencial vetorial de um fio reto infinito pelo qual passa uma corrente estacionéia I. (i) satisfaz automaticamente VA = 0? [Resposta: (uo /2n8)(28 — 4)] Figura 5.63 19 RL BishopeS. 1. Goldberg, Tensor Analysis on Manifolds, Segio 4S (Nova York: Macmillan, 1968). Capitulo S Magnetostética 175 Problema 8.52 (a) Construa o potencial escalar U(r) para um dipolo magnético ‘puro’ m. (b) Construa um potencial escalar para a casca esfrica giratoria (Exemplo 5.11) [Dica: para r > R este € um campo dipolar puro, como voc® pode ver comparand as equagGes 5.67 e 5.85.) () Temte fazer 0 mesmo para o interior de uma esfera giratéria maciga. (Dica: se voce resolvew o Problema 5.29, jd conhece o ‘campo; iguale-o a ~VU, etesolva para U. Qual € 0 problema?} Problema 5.53 Assim como V-B = 0 nos permite expressar B como 0 rotacional de um potencial vetorial (B = V x A), também ‘VA = O nos permite expressar 0 préprio A como o rotacional de um potencial ‘mais ato’: A = V x W. (Eesta hierarquia pode ser estendida ao infin.) (2) Encontre a formula geral para W (como uma integral de B), que vale quando B+ 0 no oo. (b) Determine W para o caso de um campo magnético uniforme B. [Dica: veja o Problema 5.24.) (6) Encontre W dentro e fora de um solenoide infinito, [Dica: veja o Exemplo 5.12.) Problema 5.54 Prove o seguinteteorema de unicidade: se a densidade de corrente J 6 especificada em todo o volume V, 0 potencial ‘A ow ocampo magnético B éespecificedo na superficie S que encerra V,entio o campo magnético em si éunivocamente determinado em todo V, [Dica: primeiro use o teorema do divergente para mostrar que fovxm (vxVv)-U Pav xvipare fro x (xv) da, para as fungdes vetoriais arbitrérias Ue V.] Problema 5.55 Um dipolo magnético m = —rp est situado na origem, em um campo magnético B = Bo @ que inicialmente & uniforme, Mostre que existe uma superficie esférca,centrada na origem, pela qual no passam linhes do campo magnético. Encontre ‘rio dessa esfera e desenhe as linhas de campo, internas e externas. Problema 5.56 Uma rosquinha fina ¢ uniforme com carga Qe massa Mf gira no prdprio eixo como mostra a Figura 5.64 () Encontre a relagio entre seu momento de dipolo magnético e seu momento angular, Essa é a chamada razio giromagnética (©) Qual razio giromagnética para uma esferagiratéria uniforme? (Isto no requer novos céleulos; simplesmente decomponha a esfera em angis infnitesimais aplique o resultado da pare (a) (©) Segundo a mecica quince, o momento angular do spin de um elon € £h, em que h 6a constant de Planck, Qual &en ‘© momento de dipolo magnético do elétron, em A- m®? [Este valor semiclissico, na realidade, estéertado por um fator de quase exatamente 2. A teoria de Dirac sobre ocompotamento relavstico do eléron conseriou 0 2, mais ade, Feynma, Schwinger ¢ Tomonaga fizeram outrascoregbesmenores. A determinagdo do moment de dipole magnéico do eon continua send ais admirvelconqusta da elewoinimica quince edemeostao que ter aconcrdinca mais srpeendentement preis ne teria e experiments, de oda aca. Apropst, a quanta (f/m), onde ea carga do elton em ta mash & charade de magneton de Bor. Problema 8.57 (a) Prove que o campo magnético médio, sobre uma esfera de raio R, devido as comentes estacionstias intermas & esfera, € bo? ar B® ‘onde m é 0 momento de dipolo total da esfera, Compare ao resultado eletrostética, Equaglo 3.105. (E dificil, portanto, vou dar 0 pont de partida: 1 w= at [ Bar, Bua aa a Expresse B como (V A),e aplique o Problema 1.606. Agora, aerescente a Equagio 5,63, ecaleule primeiro a integral de superficie, tnorando que : Lo [ante rang (b) Mostre que 0 campo magnético médio devido as correntes estacionérias externas & esfera € o mesmo que o campo que elas produzem no seu centro, Brea (5.89) (vejaa Figura 5.65). Use a equagio 5.91 se quise.] Figura 5.64 176 Eletrodinamica Figura 5.65 Problema 5.58 Um esferu maciga uniformemente caregada de mio tem uma carga total Q,e € colocada em rotagio com ‘velocidad angular « em torn do exo = (2) Qual €0 momento de dipolo magntico da esfera? {b) Enconte o campo magnético médio dentro da esera (vejao Problema 5.57). (6) Enconteo potencialvetrial aproximado em um ponto (8) onde r >> R (6) Encontro potecial exato em um ponto (r,8) fora daesferaeverfique sus evexEncia com (c).[Diea:consulte o Exemplo 5.11. () Encontre o campo magnétco no ponto (r,8) dentro da ester e verifique sua coeréncia com (D) Problema 5.59 Usando a Equagdo 586, calcul 0 campo magnético médio de um dipolo sobre uma esfera de raio Fcenteada na origem. Calcule primeiro as integrais angulares. Compare sua resposta com 0 teorema geral do Problema 5.57. Explique a Aiserepancia e indique como a Equacao 5.87 pose ser corsigida para resolver a ambiguidade em r = 0. (Se voe8 empacar, consulte 6 Problema 342.) Evidentemente, 0 verdadeiro campo de um dipolo magnéti € 1am ae 210 5% Baip(") [sm ft —m)+ “ms (r), (5.90) Compare oandlogo eetrosttico, Equago 3.106. A propsito, 0 termo de fungi deta € responsive pelo desdobramento hiperfino do espectr atdmico —veja, por exemplo, D. J. Griffiths, Am. J. Phys. $0,698 (1982),] Problema 5.60 Calcule a expansdo multipolar para o potencal vetorial de uma lina de corrente porque é 0 tipo mais comum e, em alguns aspecto, € mais facil de lidar. Para uma corrente volumétrica J (@) Escreva a expansio multipolar andloga 8 Equagio 5.78. (6) Escreva o potencal de monopolo e prove que ele se anula (©) Usando as equagies 1.107 e 5.84, moste que 0 momento de dipolo pode ser escrito como mag flexanar (591) Problema 5.61 Por uma haste fina de vidro de aio Re comprimento 1 passa uma corrente de densidade superficial uniforme 0, Ela € posta para girarem tomo do proprio cixo a uma velocidade angular «. Encontre o campo magnético& distancia 8 > R a partir do centro da haste (Figura 5.66). (Dica: trate-a como untapilha de dipolos magnéticos, [Resposta: owe LR®/djs? + (L/2)*]""] Figura 5.66 Capitulo 6 Campos magnéticos na matéria 6.1 Magnetizacio 6.1.1 Diamagnetos, paramagnetos e ferromagnetos Se voc@ perguntar a uma pessoa comum 0 que é ‘magnetismo’, ela provavelmente ird the falar sobre fis, agulhas de bbassola e 0 Polo Norte — nenbum dos quais tem qualquer relagdo Sbvia com cargas em movimento ou fios pelos quais ppassam correntes, E, no entanto, todos os fendmenos magnéticas sio devidos a cargas elétricas em movimento. Inclusive, se voce pudesse examinar um pedago de material magnético em escala atémica, encontraria, de falo, correntes mindsculas elétrons orbitando em volta dos nicleos ¢ elétrons girando no proprio eixo, Para propésitos macroscépicos, essas espiras de Corrente sio tio pequenas que podem ser tratadas como dipolos magnéticos. Normalmente, elas cancelam umas as outras devido a orientagio aleatéria dos tomos. Mas quando um campo magnético € aplicado, ocorre o alinhamento liquido desses dipolos magnéticos ¢ 0 meio torna-se magneticamente polarizado, ou magnetizado. Diferente da polarizagdo elétrica que € quase sempre na mesma diregdo de E, hé materiais que adquirem magnetizagdo paralela a B (paramagnetos) e outros, oposta a B (diamagnetos). Algumas substincias (chamadas ferromagnetos, em con- siderago ao exemplo mais comum, o ferro) retém a magnetizagdo mesmo depois que 0 campo externo foi removido, Para clas, a magnetizacio néo é determinada pelo campo arual, mas por toda a ‘historia’ magnética do objeto. {mis permanentes feitos de ferro si0 os exemplos mais conhecidos de magnetismo, embora do ponto de vista tecrico eles sejam os mais compli- cados. Deixaremos 0 ferromagnetismo para o fi do capitulo e comegaremos com modelos qualitativos de paramagnetismoe ddiamagnetismo. 6.1.2 Torques e forcas nos dipolos magnéticos Um dipolo magnético sofre um torque em um campo magnético, da mesma forma que um dipolo elétrico em um campo clétrieo, Vamos calcular o torque em uma espira de corrente com forma retangular em um campo uniforme B. (Como qualquer espira de corrente pode ser construfda a partir de retingulos infnitesimais, com todos os lados “internos’ anulando-se, como indica a Figura 6.1, também nao ha perda de generalidade no uso dessa forma. Mas se voce pretende comecar do zero com uma forma arbitréria, veja 0 Problema 6.2.) Centralize a espira na origem e ineline-a a um Angulo 0 do eixo » em diregao 20 eixo y (Figura 6.2), Faga B apontar na diregdo =, As forgas sobre os dois lados inclinados anulam-se (elas tendem a esticar a Figura 6.1 178 Eletosindmica @ ©) Figura 6.2 espira, mas no provocam sua rotacdo). As forgas sobre os lados “horizontais’ também sio iguais e opostas (de forma que a forca \quida na espa € nula), mas elas geram um torque: N =aF send% ‘A magnitude da forga em cada um desses segmentos F = IDB, ¢, portato, IabB sen 0X = mB sen 0, N=mxB 1) ‘onde m = Tab é 0 momento de dipolo magnético da espira. A Equagdo 6.1 dé o torque exato para qualquer distribuigao localizada de corrente, na presenga de um campo uniforme; em um campo nao uniforme € 0 torque exato (em torno do centro) pata um dipolo perfeito de dimensio infinitesimal. Observe que a Equagao 6.1 ¢ idéntica em forma & andloga elétrica, Equagao 4.4: N = p x B, Sobretudo, o torque esté no- ‘vamente em uma diregzo tal que alinha o dipolo paralelamente ao campo. E esse torque que responde pelo paramagnetismo. Como todo elétron constitui um dipolo magnético (imagine-o, se prefer, como uma miniiscula esfera de carga em rotagio), talvez.vocé suponha que o paramagnetismo seja um fendmeno universal. Na realidade, as leis da meednica quantica (espe- cificamente o prinefpio de exclusdo de Pauli) ditam que os elétrons de um determinado dtomo juntam-se em pares de spins contrrios e isso efetivamente neutraliza o torque da combinagdo. Como resultado, o paramagnetismo normalmente ocorre em 4tomos ou moléculas com niimero fmpar de elétrons, onde o membro ‘extra’ sem par fica sujeito ao torque magnético. Mesmo aqui o alinhamento esté longe de ser completo, ja que as colisdes térmicas aleat6rias tendem a destruir a ordem. Em um campo uniforme, a forga liguida sobre uma espira de corrente é mula F=rfiaxp)=1(faa) xp=0 a constante B sai da integral e o deslocamento liquido de § dl em torno de uma espira fechada dé zero. Em um campo ndo uniforme esse néo € mais 0 caso. Por exemplo, suponha que um fio circular de raio R, pelo qual passa uma corrente J, esta suspenso sobre um curto solenoide na regio ‘marginal’ (Figura 6.3). Aqui B tem um componente radial e hd uma forg para baixo sobre a espira (Figura 6.4) ou F = 2nIRBoos8. 62) Para uma espira infinitesimal com momento de dipolo m, em um campo B, a forga é [F=Vim-B) 63) (veja.o Problema 6.4), Mais uma vez, a formula magnética€ idéntica & sua “gémea’elétrica, desde que concordemos emn expressar esta tltima na forma F = V(p- B), Se vocé esté comegando a ter uma sensagio de déja vu, talvez sinta mais respeito pelos fisicos de antigamente, os quais Pensavam que 0s dipolos magnéticos consistiam de ‘cargas’ magnéticas positivas e negativas (“polos’ norte e sul, como os chamavam), separados por uma pequena distincia, exatamente como os dipolos elétricos (Figura 6.5(a)). Eles escreveram uma Capitulo § Campos magnéticos na matéria 179 B = F Figura 6.3, Figura 64 “lei de Coulomb’ para a atragdo e repulsio desses polos ¢ desenvoveram toda a magnetostitica como uma analogia exata da cletrostética. Para varios propésitos, no é um modelo ruim — ele dé o campo correto de um dipolo (pelo menos, distante da origem), 0 torque certo em um dipolo (pelo menos, em um dipolo estaciondrio), e a forga apropriada sobre umn dipolo (pelo menos, na auséncia de correntes externas). Mas é uma fisica ruim, porque ndo existe tal coisa como um tnico polo norte magnético ou polo sul. Se voc€ quebrar ao meio uma barra magnética, nfo ficard com o polo norte em uma mao e 0 polo sul na outra; vocé teré dois ims completos. O magnetismo ndo é decorrente de dois monopolos magnéticos, mas sim de cargas elétricas em movimento; os dipolos magnéticos sd0 mindsculas espiras de corrente (Figura 6.5(c)),¢ € algo realmente extraordindrio que as formulas que envolvem m tenham qualquer semethana que seja com as férmulas correspondentes para p. As vezes € mais fécil pensar em termos do modelo de ‘Gilbert’ de um dipolo magnético (monopolos separados) «em vez do fisicamente correto modelo de ‘Ampére” (espira de corrente). De fato, essa imagem ocasionalmente fornece uma solugdo répida e inteligente para um problema que de outra forma seria trabalhoso (basta copiar o resultado correspondente da eletrosttica substituindo p por m, 1/¢o por jg, € E por B). Mas sempre que as caracteristicas mais detalhadas do dipolo ‘entram em cena, 0s dois modelos podem resultar em respostas surpreendentemente diferentes. Meu conselho é usar 0 modelo de Gilbert para ‘sentir’ intuitivamente o problema, mas munca confiar nele para resultados quantitativos. N + : , | ob: | s : (@) Dipolo magnético (b) Dipole elétrico _(c) Dipolo magnétco (modelo de Gilbert) (modelo de Ampére) Figura 65 Problema 6.1 Calcule o torque exercido sobre a espira quadrada mostrada na Figura 6.6, devido & espira circular (assuma que r & muito maior que a ou 8). Se a espira quadrada estiver livre para grar, qual serd a Sua orientagdo de equilorio? Figura 6.6 180 Eletodinamica Problema 6.2 Comegando com a lei de frga de Lorentz, na forma da Equago 5.16, moste que o torque em qualquer distribu de comente estacionéria (ndo apenas em ura espira quadrada) em um campo uniforme B é mx B. Problema 6.3 Enconire a forga de atragio entre dois dipolos magnéticos, m; € mo, orientados como mostra a Figura 6.7, a uma istincia Y um do outro, (a) usando a Equagao 6.2, e (b) usando a Equacio 6.3. Problema 6.4 Deduza a Equagio 6.3. [Eis uma maneira: assuma que 0 dipolo € um quadrado infinitesimal de lado ¢ (se no for, cont-oem quadradoseapliqueoagumento cada un dls). Escola ins, como mostra Figura 68, e alu F == f(dlx B) 20 long de cata um dos quit lados. asa expanso de B rm uma ie de Taylor —do lado dt, po exemplo, B= B(0.e,2) ~ B(0,0,2) +2, FY Nooo.) Pas um método mais sfiscado, vj o Problema 6:2] Problema 6 Una cone unifome de desidade 3 = J cnche uma chapa epi sobre o plano yz dex = -a.a2 = 4, ‘Um dipolo magnético m = mo X es sitado na origem. () Enconte a fora sobre o dipolo usando a Equacio 6.3. (b) Faga.o mesmo para um dipolo que aponta na dreglo y: an = maf. (©) No caso eletrostéico as expressdes F = V(p- B) ¢ F = (p. V)E sao equivalentes (prove), mas esse no 6 0 aso para 0s anilogos magneticos(explique por qué. Como exempl,calcule (m - W)B para as configuragées em (a) (). Figura 6.7 Figura 6.8 6.1.3 Efeito de um campo magnético nas érbitas atémicas 5 elétrons nao tém apenas rotagdo; eles também orbitam em torno do niicleo — para facilitar, vamos supor que a érbita € um cfrculo de raio R (Figura 6.9). Embora tecnicamente esse movimento orbital nfo constitua uma corrente estaciondria, na pritica 0 periodo T = 2xF/v € to curto que, a menos que vocé pisque muito depressa, ele iré parecer uma corrente estacionaria ae To oR Figura 69 Capitulo 6 Campos magnétices na materia. 181 Consequentemente, o momento de dipolo orbital (Fx R®) & (4) (O sinal negativo é devido a carga negativa do elétron.) Como qualquer outro dipolo magnético, este est sujeito a um torque (m x B) quando 0 dtomo é colocado em um campo magnético, Mas é muito mais dificil inclinar a érbita toda do que o spin, de forma que a contribuigio orbital para 0 paramagnetismo é pequena, Existe, no entanto, umn efeito mais significativo no ‘movimento orbital: 0 elétron ¢ acelerado ou desacelerado, conforme a orientagio de B, Pois, embora a aceleracio centripeta v?/R seja normalmente mantida apenas pelas forgas elétricas," 12 mow" R (65) na presenga de um campo magnético existe uma forga adicional, ~e(v x B). Por pura hip6tese, digamos que B seja perpen- dicular ao plano da srbita, como mostra a Figura 6.10; entéo 1¢ a 1 Bom 6.6) Taw t obs meq 66) Nessas condigdes, a nova velocidade @ & maior que v: ou, assumindo que a mudanga Av on Quando B ¢ ativado, entao o elétron é acelerado.? ‘Madanga na velocidade orbital significa mudanga no momento de dipolo (6.4): (6.8) Observe que a mudanga em m é oposta ao sentido de B. (Um elétron circulando no outro sentido teria um momento de dipolo apontando para cima, mas tal érbita seria desacelerada pelo campo, de forma que a mudanea continua sendo oposta 4B.) Normalmente, as érbitas do elétron tém orientagdo aleatéria e os momentos de dipolo orbitais se anulam, Mas, na Presenga de um campo magnético, cada étomo adquire um pouguinho de momento de dipolo ‘extra’ e esses incrementos so todos antiparalelos ao campo. Esse é 0 mecanismo responsavel pelo diamagnetismo. E um fendmeno universal que afeta todos os étomos, No entanto, ele étipicamente muito mais fraco que o paramagnetismo e, portanto, é observado principalmente «em dtomos com niimero par de elétrons, nos quais o paramagnetismo est normalmente ausente, Ao deduzira Equagao 6.8 assumi que a érbita permanece circular, com seu rai original F. Nao posso dar uma justificativa para isso no estdgio atual. Se o étomo fica estacionério enquanto o campo é ligado, entio meu pressuposto pode ser provado— ‘mas isso ndo € magnetostitica,¢ 0s detalhes trio de esperar pelo Capitulo 7 (veja o Problema 7.49), Se o étomo for deslocado tH Figura 6.10 [Part evitarconfasto com o momento de dipolo magético m,esceverei a massa do elton com o subscrit: re 2. Eudisseanteriormente (Equagao 5.11) que os campos magntios no realizam trabalho e sto ineapazes de eelerar uma paricula. Reafimo isso. No {entato, como veremos no Capitulo 7, um campo magnéico vavivelinduz um campo elrico e& este timo que ness cas. aclea os eltrons, 182 Eletrodinamica para dentro do campo, a situagao fica enormemente mais complicada, Mas nio se preocupe — quero apenas the dar uma descrigo qualitativa do diamagnetismo. Assuma, se preferir, que a velocidade permanece a mesma enquanto 0 raio se ‘modifica — a formula (6.8) € alterada (por um fator 2), mas a conclusdo permanece a mesma, A verdade & que este modelo cléssico é fundamentalmente falho (0 diamagnetismo ¢ um fenémeno quéntico), e portanto nao ha muito sentido em refinar 0s detalhes.? O que é importante € 0 fato empirico de que em materiais diamagnéticos, os momentos de dipolo induzidos apontam no sentido oposto ao campo magnético. 6.1.4 Magnetizacio Na presenga de um campo magnético, a matéria se torma magnetizada; isto é, um exame microscépico revelaria que ela contém muitos dipolos mindsculos, com um alinhamento liquido ao longo de determinada diregao, 14 discutimos dois ‘mecanismos que respondem por essa polarizagio magnética: (1) paramagnetismo (os dipolos associados ao spin de elétrons sem par sofrem um torque que tende a alinhé-los paralelamente ao campo) e (2) diamagnetismo (a velocidade orbital dos elétrons é afetada de forma a alterar 0 momento de dipolo orbital em um sentido opasto ao campo). Seja qual for a causa, descrevemos estado de polarizacio magnética pela grandeza vetorial 'M = momento do dipolo magnético por unidade de volume. (69) M € a magnetizagZo; ela tem um papel anélogo a polarizagio P em elettostética. Na segdo a seguir no vamos nos preocupar com a causa da magnetizagio — pode ser o paramagnetismo, o diamagnetismo ou até o ferromagnetismo — consideraremos M como dado, e calcularemos 0 campo que essa magnetizagdo em si produr. A propésito, vocé pode ter se surpreendido ao saber que outros materia além do famoso trio ferromagnético (Ferro, nique € cobalto) sdo sim aferados por um campo magnético. Vocé nao pode, € claro, levantar um pedago de madeira ou aluminio com um fm, O motivo € que o diamagnetismo e o paramagnetismo sio extremamente fracos: para conseguir detecti-los 6 preciso um experimento delicado e um magneto poderoso, Se vocé suspendesse um pedago de material paramagnético sobre um solenoide, como na Figura 6.3, 0 sentido da magnetizagio induzida seria para cima e o da forea, portanto, seria para baixo. Em contrapartida, o sentido da magnetizagdo de um objeto diamagnético seria para baixo e o da forca, para cima. Em geral, quando uma amostra é colocada em regio de campo nao uniforme, o paramagneto € atraido para o campo, enquanto o diamagneto é repelido por ele. Mas as forgas em si sio extremamente fracas — em um arranjo experimental tipico, a forga em uma amostra comparsvel de ferro seria 10* ou 10° vezes maior. Por isso foi razoavel calcularmos 0 campo dentro de um pedago de fio de cobre, digamos, no Capitulo 5, sem nos preocuparmios com os efeitos da magnetizagao, Problema 6.6 Dos seguintes materiis, quais vocé espera que sejam paramagnéticos? E diamagnéticos? Aluminio, cobre, cloreto {e cobre (CuCla), carbono, chumbo, nitrogénio (Nz), sal (NaCl), sédio, enxofre © égua, (Na realidade, o cobre € ligeiramente diamagnético; fra isso, sio todos o que seria dese espera.) 6.2. Ocampo de um objeto magnetizado 62.1 Correntes de magnetizagio Suponha que temos um pedago de material magnetizado; 0 momento de dipolo magnético por unidade de volume, M, é dado. Que campo esse objeto produz? Bem, o potencial vetorial de um tinico dipolo m é dado pela Equacio 5.83: _ mom x4 A®=F 6.10) No objeto magnetizado, cada elemento de volume dr’ traz.um momento de dipolo M dr', de forma que o potencial vetorial total ¢ Figura 6.11) my [ Mie) x, =4 f 8 ay (611) A@=— 3. S.LODelleR. K.P Zia, Am. J. Phys $4, 32, (1986): R. Peierls, Surprises Theoretical Physics, Segdo 43 (Princeton, N.1: Princeton Univesity Press, 1979); RP. Feynman, R.B. Leighton eM, Sands, The Feynman Lectures on Physics, Vl 2, Segho 34-36 (Nova York: Addison-Wesley, 1965). Capitulo 6 Campos magnéticos na matéria 183 esclarecedora, explorando-se a identidade Com isso, anf [pes x (| a A integrago por partes usando a regra de produto 7 resulta em ff [tv xaieyjar= [vx ey a 0 Problema 1.60(b) nos convida a expressar esta tltima como uma integral de superficie, Aw ag =i { Lowe aeangeide! + f Lister) « dal (6.12) 0 primeiro termo parece o potencial de uma corrente volumétrica, Ju=VxM, (6.13) enquanto 0 segundo parece o potencial de uma corrente superficial, Ky =MxA, (6.14) onde ft € 0 vetor unitério normal. Com essas definigées, ac) =f [ nr to Kal) gt 6.15) ith and (0 que isso significa é que 0 potencial (e, portanto, também 0 campo) de um objeto magnetizado & o mesmo que seria produzido por uma corrente volumétrica de densidade Jnr = V x M em todo o material, aliado a uma corrente superficial de densidade Ky = M x i, no contomo. Em vez de integrar as contribuigdies de todos os dipolos infinitesimais, como na Equsciio 6.11, primeiro determinamos essas correntes de magnetizacao, e depois encontramos os campos que elas produzem, dda mesma forma que calcularfamos 0 campo de quaisquer outras correntes volumétricas e superficiais. Observe o paralelo notavel com 0 caso elétrico: 14 0 campo de um objeto polarizado era o mesmo que o de uma carga volumétrica ligada by = —V + P mais uma carga superficial ligada op = P +i Exemplo 6.1 Encontre o campo magnético de uma esfera u Solugio: escolhendo o eixo = ao fongo da diregao de M (Figura 6.12), temos formemente magnetizada, In =VxM Msend¢. |) Ky =Mx Agora, uma casca esférica em rolaglo, com carga superficial de densidade uniforme o, corresponde a uma densidade superficial de corrente . K = ov =awRsen6 6. 184 Eletrodinamica ‘Segue-se, portanto, que o campo de uma esfera uniformemente magnetizada € iéntco ao campo de uma casca esférica em rotagio, com a identficagio ¢ Ray + M. Reportando-me ao Exemplo 5.1], concluo que (6.16) dentro da esfera, enquanto o campo fora da esfera & mesmo que o de um dipolo puro, m= sR. 3 ‘Observe que o campo interno € uniforme, como o campo elétrico dentro de una esferauniformemente po embora as férmalas de fato para os dois casos sejam curiosamente diferentes (3 em lugar de ~), Os campos externos também sio ndlogos: pole puro nos dos easos Problema 6.7 Um cilindro circular infinitamente longo tem magnetizago uniforme Mi paralela 20 seu eixo. Encontre o campo ‘magnético (devido a M) dentro e fora do cilindo. Problema 68 Um logo cilndo circular de sio tem magnetizago M ~ ks, ande K€ uma constane,»€ dstnca a pari doxo ed 0 vetor unio azimutal usual (Figura 6.13). Encontro campo magneto dvido aM, para pontosintemoseextemos aocilindro Figura 6.13 Capitulo 6 Campos magnéticos na matéria 185 Problema 6.9 Um cilinro circular curto de rao a e comprimento L tem magoeticagio ‘congelada’ uniforme M paralela so cio, Encomtre a comente de magnetizagio e esboce o campo magnético do eilinro. (Faga ts grdfcos: um para L > a, um para Lo, © um para L * a.) Compare essa barra magnétiea com a barra de eletreto do Problema 4.11 Problema 6.10 Uma haste de ferro de comprimento I. corte transversal quadrado (de lado a) recebe uma magnetizaso longitudinal uniforme ME, e em seguida é dabrada na forma de um circulo no qual fica um pequeno vao (de largura w) como mostra a Figura 6.14 Encontre 0 campo magnético no centro do vao, assumindo que w Sv Figura 6.14 6.2.2 Interpretacio fisica de correntes de magnetizagao Na tltima segio constatamnos que 0 campo de um objeto magnetizado ¢ idéntico ao campo que seria produzido por uma certa distribuigio de comentes ‘ligadas’, Jy € Ky. Quero mostrar a voc8 como essas correntes surgem fisicamente, Este argumento serd heuristico — a dedugio rigorosa jd foi dada, A Figura 6.15 mostra uma chapa de material uniformemente !magnetizado, com dipolos representados por espiras mindsculas. Observe que todas as correntes “interna se anulam: sempre «que uma vai para a dieita, outra que he € contigua vai para a esquerda, No entanto, na beirada nfo héespira adjacente que ‘faca a anulagdo. A coisa toda, entao, equivale a uma nica faixa de corrente I que fiui pelo contomo (Figura 6.16), © que ¢ essa corrente em termos de M? Digamos que cada uma das minisculas espiras tem rea 1 e espessura t (Fic gura 6.17), Em termos da magnetiza¢o M, seu momento de dipolo € m = Mat. Em termos da corrente circulante J, no entanto, m = a, Portanto, J = Mt, de forma que a densidade superficial de corrente é Kyy = 1/t = M. Usando 0 vetor Unitério i (Figura 6.16), diregio de Ky & convenientemente indicada pelo produto vetorial: Ky =Mxa. (Esta expresso também registra o fato de que nao hé corrente nas superficies superior e inferior da chapa: aqui M & paralela a fi, portanto, o produto vetorial se anula,) Essa corrente ligada de superficie € exatamente 0 que obtivemos na Segiio 6.2.1. Ela é um tipo peculiar de corrente no sentido de que nenhuma carga individual faz a viagem toda — pelo contrério, cada carga se movimenta apenas em uma espira minisculs dentro de um nico étomo, Mesmo assim, o efeitoliquido é uma corrente macroseépica que passa sobre a superficie do objeto magnetizado, Ela € chamada de corrente ‘ligada’ para nos lembrarmos de que cada carga esti ligada a um tomo em particular, mas é uma corrente perfeitamente genuina e produz um campo magnético da mesma forma que qualquer outra corrente. Quando a magnetizasio ndo € uniforme, as correntes internas niio mais se anulam. A Figura 6.182 mostra dois pedagos aadjacentes de material magnetizado, com uma seta maior no que esti A direita, indicando mais magnetizagio nesse ponto. Na superficie onde eles se encontram ha uma corrente liquida na diregao x, dada por te : Figura 6.16 Figura 6.17 186 Eletrodinamica MGy+ dy) Je Figura 6.18 OM: = [Mily + dy) — Me(y)] dz = Te = (Ma(y-+ dy) — Malu) de =F = dy de A densidade volumétrica de corrente correspondente é, portanto, om, oy ‘Similarmente, a magnetizagio nao uniforme na diego y contribuiria com —2.M,/0z (Figura 6.18b), portanto, (Jng)a = OM, (Iu )e = > Oe = By Em geral, entio, = Vx M, ‘o que novamente é coerente com o resultado da Segio 6.2.1. A propésito, como qualquer outra corrente estacionéria, Jy deve obedecer & lei de conservacdo 5.31 V-Iy =0. E obedece? Sim, pois o divergente de um rotacional ¢ sempre nulo. 6.2.3. O campo magnético dentro da matéria Como no campo elétrico, o campo magnético microscépico de fato dentro da matéria flutua desenfreadamente de. um ‘ponto a outro, a cada instante. Quando falamos sobre ‘o’ campo magnético dentro da matéria, estamos nos referindo 20 campo ‘macroscépico: a média sobre regides grandes o bastante para conter muitos étomos. (A magnetizagao M é ‘suavizada’ no mesmo sentido.) E esse campo macroseépico que obteros quando os métodos da Sega 6.2.1 sao aplicados a pontos dentro do material magnetizado, como vocé mesmo pode comprovar no problema a seguir. Problema 6.11 Na Sego 62.1, comegamos com 0 potencial de um dipoto perfito (Equacio 6.10), embora, na reatidade estejamos lidando com dipolos isias. Mostre, pelo método da Socio 4.2.3, que mesmo assim obtemos o campo macroscspico corto, 6.3 Ocampo auxiliar H 6.3.1 Lei de Ampere em materiais magnetizados [Na Segio 6.2.constatamos que o efeito da magnetizagao & estabelecer correntes de magnetizagao Jy = V x M dentro do materiale Ky = M x fina sua superficie. O campo devido & magnetizagio do meio & apenas 0 campo produzido por essas, correntes cle magnetizagao. Estamos agora prontos para juntar tudo: o campo atribuido as correntes de magnetizagao mais © campo devido a tudo o mais — que eu chamarei de corrente livre (N.R.T:: também chamada de corrente de condugio), Capitulo 6 Campos magnéticos na matéria 187 A corrente livre pode fluir através de fios incorporados & substincia magnetizada ou, se ele for condutor, através do préprio ‘material. De qualquer forma, a corrente total pode ser expressa como J=Jnu +I (6.17) Nao ha nada de novo em termos de fisica na Equagio 6.17; simplesmente uma convenigncia separar a corrente nessas dduas partes porque elas chegaram onde estio por meios muito diferentes: a corrente livre esté ali porque alguém ligou um fio a uma bateria — ela envolve a condugio da carga; a comrente ligada esté ali devido & magnetizagio — é o resultado da conspiragdo de muitos dipolos atémicos alinhados, Diante das Equagdes 6.13 ¢ 6.17, alei de Ampire pode ser escrita como L(vxB)=J=J+Ju in J+ ( R; use a Equagio 3.65 e, a pati da Equacdo 6.24, encontre a condico de contorno apropriada para W’,] 6.4 Meios lineares e nao lineares 6.4.1 Suscetibilidade e permeabilidade magnéticas [Em materiais paramagnéticos e diamagnéticos, a magnetizagio ¢ sustentada pelo campo; quando B é removido, M desa- parece. Inclusive, para a maioria das substancias, a magnetizacao ¢ proporcional ao campo, desde que o campo nao seja forte demais. Por coeréncia de notago com o caso elétrico (Equagio 4.30), eu deveria expressat a proporcionalidade assim: 1 M = —xmB_(incorreto!). (6.28) ho Mas o costume determina que ela seja escrita em termos de H, em vez de B: (6.29) A constante de proporcionalidade ym € chamada de suscetibilidade magnética; é uma grandeza sem dimensio que varia de uma substncia para outra — positiva em paramagnetos e negativa em diamagnetos. Seus valores tipicos esto em toro de 10°9 (veja a Tabela 6.1). (Os materiais que obedecem & Equagao 6.29 so chamados de meios lineares. Em a da Equasio 6.18, B = ig(H + M) = io(1 + xm)H, (630) para meios lineares. Assim, B é também proporcional a HS B= aH, (631) 5. Fsieamente, portant, a Equa 628 dira exatamente 0 mesmo que a Equayio 6:29, exceto que a constant x teria um valor diferente. A Equagio 6.29 € um poco mais convenente porque os experimentalistasacham mais fi tabular com H do que com B. Capitulo Campos magnéticos na materia 191 ‘Tabela 6.1 Suscetbilidades magnéticas (a menos que especificado de outra forma, os valores so para 1 tm, 20°C) Fonte: Handbook of Chemistry and Physics, 67 ed (Boca Raton: CRC Press, Inc, 1986). Material Suscetibilidade | Material Suscetibilidade |] Diamagnéticos: Paramagnéticos: Bismuto -1,6x 10-4 | Oxigénio 1,9 x 10- Ouro -3,4x 107 | Sédio 85x 10-6 Prata =2,4x10-° | Aluminio 2.1% 10-5 Cobre 9,7 10° | Tungsténio 7.8% 10 Agua 9,0 x 10-8 Platina 2,8 x 10-4 Di6xido de carbono — —1,2 x 10-8 Oxigénio liquido (200° C) 3,9 10-8 | Hidrogénio -2,2%10-? | Gadolinio 4,8 1071 onde 1 p0(1 + Xm) 632) 1 €a chamada permeabilidade do material. No vécuo, onde no hé matéria para magnetizar, a suscetibilidade yy, 6 zero € 4 permeabilidade € 0. Por isso, yi € chamada de permeabilidade do espaco livre ixemplo 6.3 ‘Um solenoide infnito (n volts por unidade de comprimento, corrente 1) esté cheio de material linear com susceibilidade Ym. Encontre o campo magnético dentro do solenoide, Solugéo: como B é devido em parte a correntes ligadas (que ainda no conhecemos), ndo paemos calculé-o dirctamente. No entanto, este & um daqueles casos simericos nos quais podemos obter H a partir da corrente livre apenas usando a lei de Ampére na forma da Equasdo 6.20: Henlé (Figura 6.22). Segundo 2 Bquago 6.31, entio, B= po(1 + Xm)nl 2. ‘Sc.o meio € paramagnético, o campo fica ligeiramente mais forte; e for diamagnético, o campo fica um pouco reduzido, Isso reflete 6 fato de que a corrente superficial ligada Ku =Mx A= ym(H x) = yw d «st no mesmo sentido que I, no primeiro caso (ym > 0), € no sentido oposto, no segundo (Xm < 0), > oh Figura 6.22 Vocé pode supor que os meios lineares escapem & fatha no paralelo entre B e H: como M e H passam a ser proporcionais 4 B, nao se segue que scus divergentes, como o de B, devem sempre se anular? Infelizmente nao: no contomo entee dois ‘materiais de permeabilidades diferentes, o divergente de M pode, de fato, ser infnito. Por exemplo, na extremidade de um 6. Se vac itorr yo, 0 que soba € chamada permeabilidad relat: jor = 1+ Xm = n/Ho. Als, fms para Hem temas de B (Equago 631 ‘no caso dos meios lneares) so chamadas de relagSes constitutvas, a mesma forma que auelas para D em termos de E 192 Eletrodinamica cilindro de material paramagnético linear, M € zero em um dos lados, mas nao no outro, Para a superficie gaussiana na forma de ‘caina de pilulas’ mostrada na Figura 6.23, # M - da # Oe, portanto, conforme o teorema do divergente, V - M nio pode se anular em toda a parte com el. A propésito, a densidade volumétrica de corrente de magnetizago em um material linear homogeneo densidade de corrente livre proporeional a Jay = V XM = Vx (mF) = Xa (6.33) Sobtetudo, a menos que a corrente livre de fato fua através do material, toda a corrente de magnetizagao estar na superficie Superficie gaussiana na forma de eaia de piuls' Peramagneto Figura 6.23, Problema 6.16 Um cabo coaxial consiste de dois tuba eilndricos muito longos, separados por material isolante de suscetbilidade Xm. Uma corrente F passa pelo condutor interno e retoma ao ongo do extemno; em cada caso a corrente se distribu uniformemente sobre a superlcie (Figura 6.4). Encontre o campo magnético na regio entre os tubos. Como verificago,caleule a magnetizagio © as correntes ligadas, confirmando que (juntamente, é claro, com as corentes livres) elas geram o campo correto Problema 6.17 Uma corrente J passa por um fio longo e refo de raio a, Se 0 fio for feito de material linear (digamos cobre, ow aluminio) com suscetbilidade 1, € 2 corrente for uniformemente distribuids, qual sero campo magnético a uma distincia s do cixo? Encontre todas as correntes de magnetizagio, Qual é a corrente de magnetizagao liquida que passa pelo fio? Problema 6.18 Uma esfera de material magnético linear € eolocada em um campo magnético By que inicialmente € uniforme. Encontre 0 novo campo dentro da esfera. [Dica: veja o Problema 6.15 ou o Problema 4.23.) Problema 6.19 Com base no modelo ingénuo apresentado na Seo 6.1.3, estime a suscetibilidade magnética de wm metal diamag. nético como o cabre, Compare sua resposta com o valor empitico da Tabela 6.1, € comente qualquer discrepincia. Figura 6.24 64.2 Ferromagnetismo Em um meio linear, 0 alinhamento dos dipolos atmicos é mantido por um campo magnético imposto de fora para dentro. Os ferromagnetos — que sio enfaticamente no lineares’— nao requerem campos externos para manter a magnetizagao: 0 alinhamento é ‘congelado’, Como o paramagnetismo, o ferromagnetismo envolve os dipalos magnéticos associados aos spins dos elétrons sem par. A nova caracterstica que torna 0 ferromagnetismo tio diferente do paramagnetismo é a interagio entie 7. Neste caso capioso falar em suscetildide ow permesbildade de um ferromagnet. Os termos so usados para eses mati, mas eles se veferem a0 ftor de proprcionalidade ere un increment ciferencil em Hea alterasio diferencia resultant em M (ou By alm do mais, no so constants, ras fungdes de Capitulo 6 Campos magnéticos na materia 193 dipolos préximos: em um ferromagneto, cada dipoto ‘gosta’ de apontar na mesma direcdo que seus viinhos. O motivo dessa preferéncia diz respeito, essencialmente, 2 mecdinica quaintica e nfo vou tentar explicé-lo aqui; basta saber que a correlagio é lo forte que alinha virtualmente 100 por cento dos spins dos elétrons sem par, Se vocé pudesse de alguma forma ampliar um pedago de ferro para ‘ver’ os dipolos individuais como setas minisculas, veri algo como a Figura 6.25, com todos os spins apontando na mesma diresao. Mas se isso é verdade, por que todas as ferramentas e pregos ndo slo ima poderasos? A resposta é que o alinhamento ‘corre em éreas relativamente pequenas chamadas dominios. Cada dominio contém bilhdes de dipolos, todos alinhados (esses dominios sao de fato visiveis sob 0 microsc6pio, quando se usa técnicas de revelago adequadas — veja a Figura 6.26), mas 4 orientagio dos dominios em si é aleatéria. Uma chave inglesa comum contém uma quantidade enorme de dominios ¢ seus campos magnéticos se anulam, de forma que a ferramenta, como um todo, nao é magnetizada, (Na realidade, a orientagio dos dominios nao € completamente aleatria; dentro de um determinado cristal pode haver um alinhamento preferencial ao longo do eixo. Mas haverd tantos domfnios apontando em uma dirego quanto na outra, de forma que nio ha magnetizagio fem grande escala. Além do mais, os proprios cristais tém orientacdo aleatéria em qualquer pedaco de metal de tamanho considerdvel.) Como, entio, voc8 produziria um ima permanente, como os que so vendiclos nas lojas de brinquedos? Quando voce coloca um pedago de ferro em um campo magnético forte, o torque N = m x B tende a alinhar os dipolos paralelamente a0 campo. Como eles gostam de ficar paralelos aos seus vizinhos, a maior parte dos dipolos i resist ao torque. No entanto, no contomo entre os dois dominios, hd a competiedo dos vizinhos e o torque colocarto seu peso a favor do dominio paralelamente ‘mais pr6ximo ao campo. Esse dominio iré ganhar alguns adeptos 3 custa dos que tiverem orientaco menos favordvel. O efeito liquido do campo magnético, entdo, € alterar os contornos dos dominios. Os dominios paralelos ao campo aumentam e os ddemais diminuem. Se o campo for forte o bastante um dos dominios assumiré 0 todo e o ferro serd considerado ‘saturado" Dominios ferromagnéticos. (Foto cortesia de R. W, DeBlois) Figura 6.26 194 Eletrodinamica Ocorre que este proceso (a mudanga dos contornos de dominios em resposta a um campo externo) néo é totalmente reversivel: quando o campo é desligado, haveré um retomo parcial aos dominios com orientagdo aleatoria, mas ele estar Jonge de ser total; restaré a preponderdincia de dominios na direcdo original. O objeto torna-se, entdo, um ima permanente ‘Uma maneira simples de fazer isso na prética ¢ enrolar um fio no objeto que seré magnetizado (Figura 6.27). Passe uma comrente I pelo fio; isso produz um campo magnético externo (que aponta & esquerda no diagrama). A medida que vocé aumenta a corrente, 0 campo aumenta, os contornos dos dominios se movimentam e a magnetizagzo aumenta. Com o tempo vyocé chegaré ao ponto de saturagio em que todos os dipolos esto alinhados e novos incrementos na corrente nao tém efeito sobre M (Figura 6.28, ponto b), ‘Agora suponha que vocé reduc a corrente, Em vez de refazer o caminho de volta para M = 0, ocorre um retorno apenas parcial a dominios com orientagao aleat6ria. MM diminui, mas mesmo com a corrente desligads, resta alguma magnetizagio residual (ponto c). A chave inglesa tornou-se um ima permanente. Se vocé quiser eliminar a magnetizagio remanescente, ter a oro extero () €inelevane. Como vac explica iso? Explore esta observago para determinar a vie ja due esse entre duasesferas de metal, ambas de rao a, merguhadas no fundo demas ¢ ™antidas @ uma grande distancia ‘ua de oun (Figura 7.4), sea ferenga de potencal entrees & V. (Esse aranjo pads serve Para medir a condutividade da ‘gua do mar.) TE sco (vido a Drie) tem poca semen com a modena ori uta de enti ei, porexemplo,D. Parken Io ‘uciono he Quanta Theory, 3, Cap 15 (Nova York: McGraw-Hill 1933) 202 Eletrodinamica @ ) Figura 7.4 Problema 7.2.Um capacitor C foi caregado a um potencal Vo. No tempo ¢ = Oele ¢ligado um resistor Re comesa a descarregar (Figura 7.50) (a) Determine a carga do capacitor como fungdo de tempo, Q(t). Que corrente passa pelo resistor, I(t)? (b) Qual era energia original armazenada no capacitor (Equagio 2.55)? Integrando a Equagio 7.7, confirme que o calor formecido ao resistor € igual & energia perdida pelo capacitor, Agora imagi (Figura 7.5b), () Determine novamente Q(t) € (0) (@ Enconre a energia total que si da atria (f VT e). Determine 0 calor fornecido ao resistor. Qul a enrgia nal amazenada ro capacitor? Que frag do trabalho feito pla batera aparece como eneria no capacitor? [Observe que a respsta ¢independene de RI} carregar 0 capacitor conectando-o (e também o resistor) a uma bateria de voltagem fixa Vo, no tempo t = 0 Problema 7.3, (@) Dois objetos de metal sfo embutidos em material fracamente condutor, cuja condutividade & o (Figura 7.6). Mostre que a resisténcia entre eles estérelacionada & capacitaneia do arranjo por R= 8 (b) Suponha que voeé conectou uma bateriaentre |e 2e carregou ambos a uma diferenga de potencial Vp. Se voeé, agora, desconectar ‘a bateria, «carga iré gradualmente escoar: Mosire que V(t) = Vie~‘"", © encontee a constante de tempo, 7, em tezmas de ey € 0. Problema 7.4 Suponha que a condutividade do material que separa os cilindros no Exemplo 7.2 no é uniforme; especificamente, as) = /s, pata algoma constante k. Enconie a resistncia entre 0s cilindeos. [Dica: como o & uma fungdo da posiglo, a Equagio 75 io val, a densidade de carga ndo € ze no meio resistvo eB ni vai como 1s. Mas sabemos que para correntes estacionérias €a mesma através de cada superficie ilindsica. Agora com vocé.] Cont Figura 7.5 Figura 7.6 Capitulo? Eletradinamica — 203 7.1.2. Forga eletromotriz vocé pensar em um circuito elétrico tipico (Figura 7.7) — digamos, uma bateria ligada a uma kimpada — surge uma questio desconcertante; na pritica, a corrente & a mesma d volta toda, a qualquer momento; por que isso acontece se a vinica forga motriz. Sbvia esté dentro da bateria? Na hora vocé poderia esperar que isso gerasse uma grande corrente na bateria € nenhuma na lampada, Quem esté empurrando no restante do circuito e como € que esse alguém empurra de uma forma exata ‘que resulta na mesma corrente em cada segmento? E mais: dado que as cargas em um fio tipico movem-se (lteralmente) a asso de Jesina (veja o Problema 5.19), por que nao leva meia hora para a noticia chegar até a limpada? Como todas as cargas sabem movimentat-se no mesmo instante? Resposta: se a corrente ndo é a mesma i volta toda (por exemplo, durante a primeira fragdo de segundo depois que a chave € fechada), entdo a carga esté se acumulando em algum lugar e— aqui esté a questo crucial — o campo elétrico dessa carga que se acumula esté em uma diregio tal que tegulariza o fluxo. Suponha, por exemplo, que a corrente que entra na curva da Figura 7.8 € maior do que a corrente que sai. A carga, entio, acumula-se no ‘cotovelo’,¢ isso cria um campo que aponta na diresio contréria & dobra. Esse campo se opde & comtente que esta entrando (desacelerando-a) e estimula a corrente que esta saindo (acelerando-a) até que essas correntes se igualem, ponto no qual no ocorre mais aciimulo de carga e 0 equilibrio se estabelece. E um lindo sistema que se autocorrige de forma automética para manter a corrente uniforme. E ele faz isso com tania rapidez. que, na prética, voce pode afirmar com seguranga que a corrente & a mesma & volta toda do eircuito, mesmo nos sistemas que oscilam em frequéncias de rédio. A conclusio de tudo isso é que existem, na realidade, duas forgas envolvidas na movimentago de uma corrente por um Circuito: a fonte f,, que normalmente esté confinada a uma parte do circuito (A bateria, digamos), ea forga eletrostatica, que serve para normalizar o fluxo e comunicar a influéncia da fonte &s pares distantes do circuito: F=f, +E. (7.8) © agente fisico responsével por f, pode ser qualquer uma de varias coisas: em uma bateria é a forga qutmica; em um cristal piezoelttico a pressio mecinica é convertida em impulso elético; em um termopar é o gradiente de temperatura que executa a tarefa; em uma célula fotoelétrica & a luz, eem um gerador de Van de Graaff os elétrons so literalmente depositados em uma esteira rolante e levados adiante, Seja qual for 0 mecanismo, seu efeito final & determinado pela integral de linha de f em volta do cre: — =ft a frea 09) _ (Como f B- dl = 0 para campos eletrostticos, ndo importa se vocé usa f ou f,.) £ 6a chamada forga eletromotriz, ou fem, do circuito. £ um termo ruim, jé que ndo se trata de forma alguma de fora — é a integral de uma forca por unidade de carga. Algumas pessoas preferem a palavra eletromogiio, mas fem jd estd de tal forma arraigada que acho melhor ficar com ela ‘Em uma fonte ideal de fem (uma bateria sem resisténcia,’ por exemplo), a forga liquida sobre as cargas é nula (Equagao 7.1 com ¢ = ce), de forma que E = ~f,, A diferenca de potencial entre os terminais (a b) é, portanto, fe d=é 7.10) Figura 7.7 3.Asbateran de verdade tim una ceta resistencia interna, ve a diferenga de potecial entre seus trina €€ — Iv, quando coment Jest pasando Para uma ciseussioesclarecedora sobre ofuncionamento das bates, veja D, Roberts, Am. J Phys, S1, 829 (1983). 204 Eletrodinamica (podemos estender a integral & volta toda porque f, = 0 fora da fonte). A fungdo da bateria, portanto, é estabelecer e manter ‘uma diferenga de voltagem igual &forca eletromotriz (uma bateria de 6 V, por exemplo, tem o terminal positivo 6 V acima do terminal negativo), O campo eletrosttico resultante movimenta a corrente no restante do circuito (observe, porém, que dentro da bateria £, movimenta a corrente no sentido oposto aE). Como € a integral de linha de f,, € pode ser interpretada como 0 trabatho feito por unidade de carga, pela fonte — de fato, em alguns livros a forga eletromotriz€ definida dessa forma, No entanto, como vocé ver4 na préxima sega, hé algumas sutilezas implicitas nessa interpretagao, de forma que prefiro a Equagao 7.9. Problema 7.5 Uma batria de fem € e resisténciaintema est ligada a ume resisténcia de ‘carga’ vativel, R, Se voot quser fornecer 0 méximo possfvel de poténcia para aresistncia de ‘carga’, que resistencia R deve escolher? (Voed ado pode, & claro, aera Ee.) Problema 7.6 Uma espira retangular de fio esti situada de forma que uma extremidade (altura h) fica entre as placas de um capacitor de placas paralelas (Figura 7.9), com orientagio paralelx ao campo E. A outra extremidade fica bem para fora, onde 0 campo é ‘essencialmente nulo, Qual é a fem dessa espira? Se aresisténcia total é FR, que corrente passa? Explique. (Alert: esta é uma pergunta ‘capciosa, portanto tena cuidado, se voc inventou uma miquina de moto-perpétuo, ela provavelmente tem algum problema. Lote Figura 7.9 7.1.3. fem devida ao movimento [Na segio anterior foram relacionadas vérias fontes possiveis de forga eletromotriz em um circuito, sendo as baterias as ‘mais conhecidas, Mas no mencionei a mais comum de todas: 0 gerador. Os geradores exploram a forga eletromotriz, devida ao movimento e que surge quando voc movimenta um fio através de um campo magnético. A Figura 7.10 mostra ‘um modelo primitivo para um gerador. Na regio sombreada hi um campo magnético uniforme B, apontando para dentro da pagina, ¢ 0 resistor R representa seja 0 que for (talvez.uma limpada ou uma torradeira) pelo qual estamos querendo passar a corrente. Se a espira toda for puxada para a direita a velocidade w, as cargas do segmento ab serio afetadas por uma forga ‘magnética cujo componente vertical qu impulsiona a corrente & volta toda no sentido horétio. A fem é f= fe = 0Bh, tn) ‘onde hs &a largura da espira. (Os segmentos horizontais bee ad nio contribuem, jé que a forga aqui ¢ perpendicular ao fio.) Observe que a integral que voce usa para calcular € (Equagdo 7.9 ou 7.11) aplica-se a um instante no tempo — tire um ‘instanténeo’ da espira, por assim dizer, ¢ trabalhe a partir daf. Assim, dl, para 0 segmento ab da Figura 7.10, aponta Figura 7.10 Capitulo 7 Eletrodinamica — 205, diretamente para cima, embora a espira esteja se movimentando para a direita, Nao hi o que discutir — & simplesmente a forma como a fem é definida — mas é importante que fique claro Sobretudo, embora a forca magnética seja responsével por estabelecer a fem, ela certamente ndo esté realizando qualquer trabalho — forgas magnéticas nunca realizam trabalho. Quem, entao, estd fornecendo a energia que aquece o resistor? Resposta: a pessoa que est puxando a espira! Com a corrente fluindo, cargas no segmento ab t&m uma velocidade vertical (chame-a de u) além da velocidade horizontal v que elas herdam do movimento da espira. Da mesma forma, a forga magnética ‘tem um componente quB para a esquerda. Para contrabalangar isso, a pessoa que esté puxando o fio tem de exercer uma forga por unidade de carga Soar = UB para a direita (Figura 7.11). Essa forga € transmitida para a carga pela estrutura do fio. Enquanto isso, a particula esta de fato movendo-se na ditegio da velocidade resultante w, e a distancia que ela percorre & (h/ cos). O trabalho realizado por unidade de carga, portanto, ftme dl=(uB) (4) send (sen0 sendo resultado do produto escalar). Ao que se revela, entao, 0 trabalho realizado por unidade de carga & exatamente igual a fem, embora as integrais sejam tomadas ao longo de caminhos totalmente diferentes (Figura 7.12) e forgas completa- mente diferentes estejam envolvidas. Para calcular a fem vocé integra em volta da espira em wm determinado instante, mas para calcular o trabalho realizado vocé acompanha a carga no seu movimento em volta do circuito; a contribuigdo de fyax Para a.fem & nula porque & perpendicular ao fio, enquanto fap nao contribui para o trabalho porque é perpendicular ao movimento dacarga* Existe uma maneira particularmente interessante de expressar a fem gerada em uma espira que se move. Considere que 6 0 fluxo de B através da espira: Bh =E ® / Beda (7.12) Para a espira retangular da Figura 7.10, © = Bhe. ‘A medida que a espira se movimenta, 0 uxo diminui: ae de & = BS =-Bi at a= BM (O sinal negativo se deve a0 fato de que di/dt € negativo.) Mas essa € precisamente a equagdo da fem (Equagdo 7.11); evidentemente a fem gerada na espira € menos a taxa de mudanga do fluxo através da espira ab (7.13) at Esta 6a regra do fluxo para a fem devida ao movimento, Além dessa deliciosa simplicidade, ela tem a virtude de aplicar-se 4 espiras ndo retangulares movendo-se em diregdes arbitrérias através de campos magnéticos ndo uniformes: inclusive, a espira nao precisa sequer manter uma forma fixa, b ¢ > ¢ » y fcos ® a a4 a d (@) Integragdo para caleular (&) Caminho de integragdo para E (sigao fio em um caleularo tabalio realizado instante no tempo} (siga a carga em volta da espira) Figura 7.11 Figura 7.12 Para scutes mais detahadas, vejaE. P Mosca, Am. J. Phys. 42,295 (1974) 206 Eletodinamica Prova: a Figura 7.13 mostra uma espira de fio no tempo ¢ e também um curto espago de tempo dt depois. Suponha ue caleulemos o fluxo no momento t, usando a superficie S, € 0 luxo no momento ¢ + di, usando a superficie ‘mudanga de fiuxo, entdo, 6 ue consiste de S mais a “faixa’ que liga a nova posigdo da espira & antiga, A db = H(t + dt) — O(t) = Diane B xa Concentre sua atengio no ponto P: no tempo it ele se move para P*. Considere v a velocidade do fio, ¢ w resultante de uma carga em P. O 1 velocidade de uma carga que desce pelo fio; w = v + u € a velocidade elemento infinitesimal de drea na faixa pode ser expresso como da = (vx dl) dt (eja a insergo na Figura 7.13). Portanto ab a fe (vx dl) (v +) ewé paralela a dl, isso também pode ser expresso como ab anf (w x dl) Agora o produto esata tiplo pode ser reesei B- (wx dl) = (wx B) a, entio fm Tan foe) a Mas (w x B) € a forga magnética por unidade de carga, fas, ento € a integral de fyye € afer cad Existe uma ambiguidade de sinal na definigdo de fem (Equagao 7.9): em que sentido ao redor da espira deve ser feita a 7.12): qual é 0 sentido positivo para da? Na aplicagdo da regra do fluxo, a coeréncia dos sinais € governada (como sempre) pela sua mio direita: se 0s seus dedos definem o sentido positivo em volta da espira, entdo 0 seu polegar indica o sentido de da. Se a fem resultar negativa, significa integrago? Existe uma ambiguidade compensat6ria na definigao de fluxo (Equagio que a corrente fluiré no sentido negativo em torno do circuito, Superficie S| da, Espirano Espira no tempo 1 tempo Ampliago de da (r+ doy Figura 7.13, Capituio7 Eletodinamica 207 A regra do fluxo é um atalho elegante para se calcular fers devidas a0 movimento, Ela nao contém qualquer novidade em fisica. Ocasionalmente voce encontrard problemas que no poderio ser tratados com a regra do fluxo; para esses sera preciso voltar & prépria lei de forga de Lorentz. Exemplo 7.4 ‘Um disco de metal de rao a gira com velocidade angular em tomo de um eixo vertical, através de um campo uniforme B. Um cireuito € feito conectando-se uma extremidade de um resistor ao eixo e a outra a um contato deslizante que toca a borda externa do disco (Figura 7.14), Encontre a corrente no resistor, Solugo: a velocidade de um ponto no disco a uma distincia s do eixo = ws, de forma que a forga por unidade de carga é fray = ¥ x B = ws, Aferé pra, . 2 € ff ints a8 f sds= 28, eaconeneé 1-8 _ wbet ~ RoR 0 problema com a regra do fuxo & que ela presume que acorrente fu através de um caminho bem defnido,enquanto neste exemplo A corrente se espa sobre todo o disco. Nao fica sequer claro que o“ituxa através do cicuito’signifcaria neste context. Mais complicado ainda € 0 caso das eorrentes de Foucault. Tome um pedago de (digames) aluminio e bakance-o em wm campo magnético me. Contents serio geradas no material e voc setré uma espécie de ‘araste viscoso' — com se voc estvese puxando 6 bloco dento de melao (essa €aforga que came de fymar a dscusso sobre fem devida ao movimento) As corentes de Foucault so notoramente difess de calcula,” mas ficeis e impresionants de demonstrat. Talvez voc8 tenha visto experimentoclisico 1no qual um disco de alumfnio montado como um péndulo em um eixo vertical balanga passando entre 0s dois polos de um ma (Figura 7.152). Quando ena na repo do campo, ele de epente desscelera. Para confrmar que as correntes de Foucault sio Fesponsives,repete-se 0 processo usando um disco com varias fendas coradas, para eviar 0 fuxo de correntes de grande escala (Figura 7.155) Dessa vez 0 disco balanga livemente, sem que 0 campo seja um obstéculo ae fe (Contato deslizante) ed Figura 7.14 Figura 7, @ ) Problema 7.7 Uma barra de metal de massa mn desliza sem atito sobre dois rilhos condutores paralelos a uma distancia I um do ‘outro (Figura 7.16). Um resistor 2 esté conectado entre os tilhos e um campo magnético uniforme B, que aponta para dentro da pégina, peenche toda a regio. (@) Sea barra se move para a direita& velocidade v, qual € a corente no resistor? Em que diregio ela fli? (b) Qual é a forga magnética sobre a barra? Em que diresio? (6) Sc.a barra comegar com velocidade up no tempo ¢ = 0, ¢ for deixada para deslizar, qual seré sua velocidade em um tempo Posterior ¢? (@) Acenergi cinta inca da barra er, é claro, Emue?, Verfgue se a enegia fornecida ao resistor 6 exatamente Sib? Vij, por exemplo, W. M. Saslow, Am J. Ps, 60, 698 (1952), 208 Elotrodindmica Figura 7.16 Problema 7.8 Uma espira quadrada de fio (de lado a) esti em uma mesa a uma distincia s de um fio muito longo e reto, pelo qual passa uma corrente 7, como mostra a Figura 7.17 (a) Encontre o fuxo de B através da espira (b) Se alguém puxar a espiraafastando-a do fio, a uma velocidade v, que fem ser gerada Em que sentido (horiio ou anti-horério) fui a corrente? (©) Ese a espa for puxada para & direita& velocidade v, em vex de afastada’? Problema 79 Um niimero infinito de supertices diferentes pode se encaixat em uma determina linha de contro e, no entanto, 1a defngio do foxo magntico aravés de uma epics, = J Bd no especifiquc qual a superficie a ser usada.Jusifiqu ess parent omisso, Problema 7.10 Uma espira quatrada (de lado a) € montada em uma haste vertical e gira & velocidade angular w (Figura 7.18), Um ‘campo magnético uniforme B aponta para a direita. Encontre €(t) para esse gerador de eorrente alternada, Problema 7.11 Uma espira quadrada é recortads de uma folha grossa de aluminio. Ela & em seguida posicionada de forma que a sua parte superior esta em um campo magnética uniforme B, e deixada em queda sob @ agio da gravidade (Figura 7.19). (No eallei de Ampare, Vx B= oJ. E claro que o rotacional sozinho nao basta para determinar um campo — vocé tem de especificar também o divergente. Mas desde que E seja um campo puro de Faraday, devido exclusivamente a variago de B (com p = 0), a lei de Gauss diz que VE ‘enquanto para 0s campos magnéticos, & claro, V-B=0 sempre. Assim o paralelo esté completo e concluo que os campos elétricos induzidos de Faraday sito determinados por =(OB/Ot) exatamente da mesma forma que os campos magnetostiticos so determinados por jo J. Sobretudo, sea simetria permitir, podemos usar todos os truques associados a lei de Ampére na forma de integral, db f E-d= ht (7.18) A taxa de variagio do fluxo (magnético) através da espira amperiana desempenha o papel que anteriormente era atribuido a poles Exemplo7.7__ ‘Um campo magnético uniforme B(), que aponta diretamente para cima, preenche a regido circular sombreada da Figura 7.24. Se B varia com o tempo, qual é 0 campo elético induzida? Solugio: F sponta na direglo circunferencial, exatamente como o campo magnético dentro de um fio longo e reto com densidade de correnteuniforme, Desene uma espa amperian de rai s, «apiqu a lei de Faraday Pet eerily ee eee Portanto onr Dae Se B est aumentando, K esté no sentido hordrio, se visto de cima, Bo Espira amperiana de rao s Figura 7.24 Capitulo 7 Eletodinamica 213 Exemplo 7.8 ‘Uma linha de carga com densidade 2 estd gradada na beirada de uma roda de raio b, que é entéo suspensa horizontalmente, como ura 7.25, de forma a rodarlivremente (0s raios sio feitos de material nfo condutor — madeira alver). Na regi central 860 raio a ha um campo magnético uniforme Bo, que aponta para cima. Agora alguém desliga 0 campo. O que acontece? ‘Solugo: a variagzo do campo magnético rd induzir um campo elético, enrolando-se (ou circundando) no eixo da toda. Esse campo eltrico exerce uma forga sobre as cargas na beirada e 2 roda comega a girar. Conforme a lei de Lenz, ela itd girar em uma diego tal que seu campo tenda a restaurar 0 fluxo para cima. O movimento, entdo, seré no sentido anti-horério, se visto de cima, Quantitativamente a lei de Faraday diz que dB e fran apt (ra, o torque em um segmento de comprimento dé (r x F), ov @AE dl. O torque total na rodaé, portant, fei veel / dt = Nao importa qudo répido ou devagar vocé destiga o campo; a velocidade angular final da roda seré a mesma, de qualquer jito. (Se ‘vooéestiverimaginando de onde veio esse momento angular, estar se adiantando! Aguarde o préximo capitulo.) © 0 momento angular transmitido &roda é anos [an = ae" ‘Uma itima palavra sobre este exemplo: & 0 campo elétrico que provoca a rotagio. Para convencé-o disso eu deliberadamente ajeitei as coisas de forma que o eampo magnético seja sempre zero no local da carga (na beirada). A experimentadora pode the dizer que ‘do incluu nenhum campo elétrico — a tnica coisa que ela fez foi desligaro eampo magnético. Mas quando ela fe isso, um campo elétrico automaticamente apareceu e foi esse campo elétrico que grow a roa Boy / / \ \\ 1) Ditepio - darotgao a | Preciso alerté-lo agora para uma pequena fraude que mancha muitas das aplicagBes da lei de Faraday: a indugdo eletro- magnética, € claro, ocorre somente quando os campos magnéticos estio variando. No entanto, gostarfamos de usar o aparato da magnetostética (lei de Ampere, de Biot-Savart e tudo 0 mais) para calcular esses campos magnéticos. Tecnicamente, qualquer resultado derivado dessa forma € apenas aproximadamente correto. Mas, na pritica, o erro é normalimente despre. zivel, a menos que o campo flutue de forma extremamente répida ou vocé esteja interessado em pontos muito distantes da fonte. Mesmo 0 caso de um fio cortado com tesoura (Problema 7.18) € estdtico o swficiente para se aplicar a lei de Ampere. Esse regime, no qual as regras da magnetostitica podem ser usadas para calcular 0 campo magnético do lado direito da lei de Faraday, é chamado de quase-estatico, Falando genericamente, € somente quando chegamos &s ondas eletromagnéticas ¢ & +adiagio que temos de nos preocupar seriamente com 0 colapso da magnetostética em si 214 Etetrodinamica Exemplo7.9 Por um fio retoinfnitamente longo passa uma corrente que varia lentamente J(t). Determine o campo elético induzide como fungo a distinc s a0 fo." Solu: na aproximasSoquse esta, o campo magne (9 1/2r8),ecireunda io. Como ocampoB de un solenoid, gu ¢parlelo ao eno, Pana ‘espa amperan’retangular da Figura 7.26, fei de Faraday testa es fe A = Eso) — B(s)t gf Boas 1 yt a hl 3 ar dl (ins ~Inso) Assim, w= [itive x] a os Kuna co (og sae ig npn de ¢—meso asin, ie su og Oreo {ato de K depende de todo o histérico da fungio I(t) — veremos alguns exemplos no Capitulo 10. AB 19a i eld i Fell e+ ena nf, pode ede. 0 teeter? Rept pn one So cnn qs, Com een Cota sce. scenic vin wae cps tin Bene cere frst Sete ci sum ono nts ones sr teens eae pron tf cana See) Estep gens os a ran psi quorento doe esa ea sKer, (720) «, portanto, a Equagio 7.19 simplesmente nlo se apica para s extremamente grande, Espira amperiana Figura 7.26 Problema 7.15 Por um solenoide longo de rao « em voltas por unidade de comprimento, passa uma corrente com dependéncia temporal 1(f) na dirego G. Encontre o campo eltsico (magnitude, direso e sentido) a uma distancia s do eixo (tanto dentro como fora do solenoide), por aproximagdo quase-estética Problema 7.16 Uma corrente alternada I = 1p cos (wt) passa por um fio longo ¢ reto, retomando através de-um tubo eondutor coaxial de aio a. (a) Em que direso o campo elético induzido sponta (radial, circunferencial ou longitudinal)? (b) Assumindo que o campo tente a zero & medida que s —+ oo, encontre E(s,*). [Incidentalmente, esta nfo é de forma alguma a 'maneira como os campos eltricos realmente se comportam 10s Cabos coaxias, pelos motivos expostos na nota de rodapé 10. Veja a Sego 9.5.3, ou J.G. Cherveniak, Am. J Phys., 84, 946 (1986), para um tratamento mais realist] Problema 7.17 Em toro de um solenoide longo de rio a, com n voltas por unidade de comprimento, passa uma espira de resistencia como mostra a Figura 7.27. {@) Sea comente no solenide es aumentando a uma taxa constante (allt = k), que corrente pasa pela espirae em que sentido (esquerde ou dreita ela passa pelo resistor? (b) Se a corrente J no solenoide € constante, mas 0 solenoide for tirado da espirae recolocado no sentido oposto, qual a carga total ‘que passat pelo resistor? 10, Bsteexemplo ¢ atin, no somente no sentido usual de que envolve is infinite, mas em um aspecto mais sui, Ele assume que a corente € @ ‘sma em qualquer instante dad) em to o comprimento do i. Esse 6 um pressupost seguro para fos cures em ctcuitoselécios tpcon, mas nig {a pritica para fos Zango (Linhas de transmisso), a menos que voce inclua um mecanismo de ackonamento dstbuid e sinctonizado, Mis nose precupe, 0 problema no pergunta como vost prodiziria tal coment, mas apenas que campos resulariam se veto fesse. (Vaiagbes dest problema ‘to discutdas em M.A, Heald, Am. J Phys. $4, 1142 (1986), e referencias acta) Capitulo? Eletiodindmica 215 a co R Figura 7.27 Problema 7.18 Uma espira quadrada de lado « e resistencia esté a uma distincias de um fio reto infinito pelo qual passa uma corrente 1 (Figura 7.28). Alguém corta fo, de forma que I ca a zero. Em que sentido a corrente indvzda fui pela espa quadrada «© qual a carga total que passa por um dado ponto da espira durante o tempo em que essa cortente fui? Se vocé nao gosta do modelo ‘com a tesoura, diminus a corente gradualmente: J (ani, pao t/a. Problema 7.19 Uma bobina toroidal tem conte transversal retangular com rao intemo a, rai externo a+ w e altura Ela tem um total de N voltas compacts e a corenteaumenta a uma taxa constante(dZ/dl = f). Se w e orem ambos muito menores que a, enconte o campo eltico no pont 2 acima do centro do toroid. [Dica: explore aanalogia entre os campos de Faraday ¢ 0s campos ragnetostticos econsulte 0 Exemplo 5.6.) Figura 7.28 7.2.3 Indutancia ‘Suponha que vocé tem duas espiras de fio em repouso (Figura 7.29). Se passar uma corrente estaciondtia J; pela espira |, ela produziré um campo magnético By. Algumas das linhas do campo passam pela espira 2; considere © 0 fluxo de By passando por 2. Talvez.vocé tena dificuldade para realmente calcular By, mas um olhar sobre a lei de Biot-Savart, dy x& B= fn fs, 2 revela um fato significativo sobre esse campo: ele é proporcional a corrente 11. Portanto, 0 fluxo que passa pela espira 2 também 0 & = ih By «dag. Assim = Mah, 21) ‘onde Mp; é a constante de proporcionalidade; ela é conhecida como a indutaneia matua das duas espiras. Existe uma férmula bonitinha para a indutdncia mitua que voc€ pode deduzir expressando o fluxo em termos do potencial ‘vetorial ¢ recorrendo a0 teorema de Stokes: oe [Bs day = [9 % Ax)-dan= fas ds, 216 —Eletrodinamica SA ae Espira 2 \Vj | B, Figura 7.29 Ora, segundo a Equagao 5.64, eentdo Evidentemente (7.22) Ma = 8 f Esta €a f6rmula de Neumann; cla envolve uma integral de linha dupla— uma integracao em torno da espira | e outra em tomo da espira 2 (Figura 7.30), Nao € muito til para célculos priticos, mas revela duas coisas importantes sobre a indutancia matua: 1, May € uma quantidade puramente geométrica relacionada aos tamanhos, formas e posigdes relativas das duas espiras 2. A integral da Equagio 7.22 permanece inalterada se mudarmos os papéis das espiras I 2; segue-se que Ma = My (7.23) Esta é uma conelusio surpreendente: sejam quais forem os formatos e posigées das espiras, o flxo através de 2 quando passamos uma corrente I por 1 é idéntico ao fluxo através de | quando passamos a mesma corrente | por 2. Podemos muito bem deixar de lado os subscritos e chamar ambas de M. dl; 7 ee tu a > Espira | a Figura 730 Exemplo 7.10 Um solenoide curto (de comprimento Ue raio a, com ny voltas por unidade de comprimento)esté no eixo de um solenoide muito Tongo (de raio , na volta por unidade de comprimento) como mostra a Figura 731. A cortente I passa pelo solenoide curt, Qual € 0 fluxo através do solenoide longo? Solugio: como o solenoide interno € curt, ele em um campo muito complicado; além do mais, coloca uma quantidade diferente de fuxo em cada volta do solenoide externo. Seria wma tarefainflizcaleular © fluxo total dessa form. No entanto, se explorarmos. Capitulo? Eletodinamica 217 Figura 7.31 1 gualdade das indutancias métuas, o problema toma-se muito facil. Olhe a situagéo de forma inversa: passe a corrente I pelo solenoide externo e calcule o fluxo pelo interno. O campo dentro do solenoide longo & constant B= onal (Equagio 5.57), de forma que o luxo através de uma dni volta do solenoide curto & Bra? = ponalna’. Hé nil volta no total, de forma que ofluxo total através do solenoide interno & © = jona*ny nal. Esse é também o fluxo que uma corrente I no solenoide curto Faria passar através do solenoide longo, que foi o que nos propusemos a descobrir. A propésio, aindutdncia mitua, neste caso, & M = yora?ninl. Suponha que vocé varie a corrente da espira 1. O fluxo através da espira 2 ird variar de forma correspondente ¢ a lei de Faraday diz que essa alteragao de fluxo induzird uma fem na espira 2: a2 _ dh fae at (7.24) (Citando a Equagiio 7.21 — que se baseia na lei de Biot-Savart — estou tacitamente supondo que as correntes se alteram Jentamente o bastante para que a configuragio seja considerada quase-estética.) Que coisa notavel: sempre que vocé altera a corrente da espira 1, uma corrente induzida passa pela espira 2 — embora nao haja fis ligando-as! Pensando bem, uma corrente que varia nfo $6 induz uma fem nas espiras préximas, como também induz uma fer na répria espira fonte (Figura 7.32). Mais uma vez 0 campo (e, portanto, também 0 fluxo) é proporcional & corrente: =I (7.28) A constante de proporcionalidade é chamada de autoindutaneia (ou simplesmente de indutiineia) da espira, Como acontece com M, ela também depende da geometria (tamanho e forma) da espira. Se a cortente varia, a fem induzida na espira € a rr a ‘A indutncia é medida em henries (H); um henry equivale a um volt-segundo por ampere (7.26) 218 Eletrodindmica Exemplo 7.11 Encontre autoindutancia de uma bobina toroidal com corte transversal retangular (rai interno a, rio externo b, altura), com wm total de NV volas. Solugio: o campo magnético dentro do toroide &(Equacio 5.58) HoT Ors (© fluxo que passa por uma dni volta (Figura 7.33) é HN, [OL woNTh fe a= af jas= 0 fluxo total é N vezes isso, de forma que a autoindutaneia (Equagio 7.25) € »(3) 1-2 (8) am : im ‘ Eixo ‘A indutancia (como a capacitancia) é uma quantidade intrinsecamente positiva. A lei de Lenz, que € guiada pelo sinal negativo da Equagio 7.26, determina que a fem tenha um sentido tal que se oponka a qualquer variagao na corrente. Por esta razio ela € chamada de forga contraeletromotriz. Sempre que tentar alterar a corrente de um fio, Voeé teré de lutar contra ssa forga contraeletromotriz, Portanto, a indutancia desempenha nos citcuitos eétricos um papel de certa forma semelhante a0 da massa nos sistemas mecinicos: quanto maior L, mais dificil € variar a corrente, da mesma forma que quanto maior a ‘massa, mais dificil é variar a velocidade de um objeto. Exemplo 7.12 Suponha que uma coment etépassando por uma espra quand alguém, de repente, corto fi, A correte ea istantaneamente? «zero, Isso gera uma forga contaeletromotriz colossal pois embora I seja pequena, d/dt é enorme. E por isso qu frequentemente sai uma faisa quando voce destiga um ferro ou uma toraira —a indugdo cletromagnética est desesperadamente tentando mater ‘fluxo da corrente, mesmo tendo que satar a abertura do circuit. "Nada assim tio dramatico acontece quando voc® liga atomada de uma torradcira ou de um ferto. Nesse caso, @indugio se opde ao ‘auriento repentino da coment, determinando em vez disso um aumento suave e continuo. Suponha, por exemplo, que uma bateria (que fornece uma fem constante £9) est igada a um circuito de resisténcia Re indutincia L (Figura 7.34). Que corrente passa? Figura 7.34 Capitulo 7 Eletodinamica 219 Solugio: a fem total nest ciruito ¢ a fomecda pla batria,somada& que resulta da atcindutnci, A tei de Ohm, eno, diz que! a ~14 air, a1 Esta é uma equagto diferencia de primeira ordem para I como fungio de tempo. A solugéo geral, como vocé pode failmente deduzir por si mesmo, é 10) = 2 ne", ‘onde k é uma constante a ser deterininada pelascondigbesiniciais. Particulamente, se o ciruito for “ligado’ no tempo t = 0 (e, portato, 1(0} = 0) enti o valor de k é ~E5/, f 1) = Bh O gréfco desta fungdo est na Figura 7.35. Seno houvesseindutincia no circuit, a corrente teria saltado imediatamente para £o/R. [Na pritica, todo ciruito tem alguma autoinduténcia e a correnteaproxima-se de Ep/R assntoticamente, A grandeza + = L/R é chamada de constante de tempo; ela Ihe diz quanto tempo a corente leva para atingie uma fragio substancial (por volta de dois terg0s) do sea valor fal tw) 28) UR IR LR Figura 7.38 Problema 7.20 Uma pequena espira de fio (de raio a) esté a uma distancia > acima do centro de uma espira maior (de rio t), como ‘mostra a Figura 7.36, Os planos das duas espiras sio paralelos e perpendiculares ao eixo comum, (a) Suponha que a corrente J passa pela espira maior. Encontre o fluxo que passa através da espira menor. (A espira menor & tio Pequena que voe8 pode consideraro campo da espira grande como praticamente constant.) (b) Suponha que a corrente I passa pela espira pequena. Encontre o fuxo através da espira maior. (A espira menor € tio pequena ‘que voce pode trata como um dipolo magnético,) (6) Enconte as indutanciasmatuas econfrme que Mia = Mo Problema 7.21 Uma espira quadrada, de lado a, esté a meio caminho entre dois fos longos que esto no mesmo plano e a uma distineia 3a um do outro. (Na realidad, 0s fis longos sio os lados de uma grande espiraretangular, mas os lados curios esto tbo distantes que podem ser desprezados.) Uma corrente no sentido horério J'naespira quadrada aumenta gradualmente: dele = kt (uma constante). Enconte a fem induzida na espira grande. Em que sentido a correnteinduzida fuird? pe ce Figura 7.36 TH Observe que ~ D(al/dt) vai par 0 lado esquerdo da equacio — faz parte da fem que unto com £9) estabelece vltagem através do resistor (Equagio 7.10, 220 Eletiodinmica Problema 7.22 Encontre a autoindutincia por unidade de comprimento de um solenoide longo de rio, com n voltas por unidade de comprimento, Problema 7.23 Tente calcular a autoindutancia da espira em forma de “grampo de cabelo’ mostrada na Figura 7.37. (Despreze a ccontribuigo das extremidades; a maior parte do fluxo vem da parte longa e reta.) Voeé vai se deparar com um problema que & caracterstico de muitos célelos de autoindutancia, Para obter uma resposta definitiva, assuma que ofio tem um raio minisculo ¢, ignore qualquer fluxo que passa pelo fio em si. Problema 7.24 Uma corrente alternada Ip cos(wt) (amplitude 0,5 A, frequéncia 60 Hz) fui por um fio eto que passa a0 longo do eixo de uma bobina toroidal com corte transversal retangular (raio interno 1 cm, raio externo 2 em, altura | em, 1.000 volts). A bobina esti ligada a um resistor de 500 2. (a) Pela aproximagéo quase-esttica, qual a fem induzida no toroide? Encontre a corrente J-() no resistor. (b) Calcule a forga contraeletromotrz na bobina, devida & corrente J,(t). Qual € a razio entre as amplitudes dessa forge contraele twomotsz ea fem ‘direta’ em (a)? Problema 7.25 Um capacitor C € carregado até um potencial Ve ligado a um indutor L, como mostra esquematicamente & Fi gura 7.38. No tempo t = 0 a chave $ ¢ fechada, Encontre a corrente no citcuito, como fungdo de tempo. Como a sua resposta se tera se um resistor for incluido em série com O e L? Figura 7.38 7.24 A energia em campos magnéticos E necessaria uma certa quantidade de energia para que uma corrente comece a fluir por um circuito, Nao estou falando sobre a energia fornecida aos resistores © convertida em calor — essa é irrecuperavelmente perdida no que se refere a0 Circuito e pode ser grande ou pequena, dependendo de por quanto tempo voc8 deixa a corrente passar. Mais exatamente, ‘© que me interessa ¢ 0 trabalho que voc® precisa realizar para vencer a forga contraeletromotriz e colocar a corrente em curso, E uma quantidade fixa e recuperdvel: vocé a obtém de volta quando a corrente é desligada, Nesse meio-empo, ela representa a energia latente no circuito; como veremos em instantes, pode ser considerada como a energia armazenada no campo magnético. trabalho realizado sobre uma unidade de carga, contra a forga contraeletromotriz, durante uma volta em torno do circuito € = (0 sinal negativo registra o fato de esse trabalho ser feito por vocé contra a fem; nio é o trabalho realizado pela fem). A quantidade de carga por unidade de tempo que passa pelo fio é J. Portanto, o trabalho total realizado por unidade de tempo é aw dt a 7 l= UG Se comegarmos com corrente zero e formos aumnentando até um valor final I, o trabalho realizado (integrando a dltima equagao no tempo) & lip W = 5LP (7.29) Nao depende de quanto tempo demoramos para colocar a corrente em movimento, mas apenas da geometria da espira (na forma de L) e da corrente final I. HA uma maneira mais interessante de expressar WV’, que tem a vantagem de ser prontamente generalizada para correntes, superticais e voluméticas. Lembre-se de que o fluxo ® através da espira & igual a LI (Equagio 7.25). Por outro lado, o-[ da= [(v xa) dam fa a, Is s lc Capitulo? Eletrodindmica 221 onde C é 0 perimetro da espira e S & qualquer superficie delimitada por C. Assim, ur=fa a, weirgaca = hf aa. ‘A notagao vetorial pode muito bem ser transferida para I: , portanto, 1 Was fa na (7.30) Desta forma, a generalizagdo para correntes volumétricas fica Gbvia: 1 3 [is S)ar. (731) y ‘Mas potemos fazer ainda melhor e expressar W inteiramente em termos do campo magnético: a lei de Ampere, V x B= oJ, nos permite eliminar J: w z [a (V x Bar. 732) to 3 ‘A integrago por partes nos permite passar a derivada de B para A; a regra de produto 6, especificamente, diz que V-(AxB)=B-(V x A)—A-(V xB). entéo A.(VxB)=B-B-V-(AxB) Consequentemente, W= alfee-]y (ax pyar] 2H = Fe [far faxn) as] (7.33) 2uo Uy Is onde S 6. superficie que delimita o volume V. Ora, a integragdo na Equagao 7.31 deve ser feita sobre todo 0 volume ocupado pela corrente. Mas qualquer regio maior que essa também servird, j4 que fora dela J é zero, de qualquer maneira, Na Equagio 7.33, quanto maior a regido que escolhermos, maior serd a contribuigio da integral de volume e menor a contribuigao da integral de superficie (isso faz sentido: & medida que a superficie se afasta da cortente, A ¢ B diminuem). Sobretudo, se concordamos em integrar em todo 0 espago, a integral de superficie iré a zero e ficaremos com B dr. (7.34) Diante desse resultado, dizemos que a energia fica ‘armazenada no campo magnético’, na quantidade (B?/2,1o) por unidade de volume. Essa é uma maneira interessante de pensar, embora alguém que esteja olhando a Equagio 7.31 talver, prefira dizer que a energia fica armazenada na distribuigdo de correnie, na quantidade (AA - J) por unidade de volume. A distingtio € uma questo contabil; a grandeza importante é a energia total W’, e nao vamos nos preocupar onde a energia esta “localizada’ (se € que est em algum lugar). ‘Talvez, voo# ache estranho que gasta-se energia para estabelecer um campo magnético — afinal, os campos magnéticos ‘em si no realizam trabalho. A questo € que produzir um campo magnético onde antes nao havia nenhum requer alterar 0 ‘campo, ¢ um campo B que varia, segundo Faraday, induz um campo elétrico. Este iltimo, é claro, pode realizar trabalho, No inicio nao ha B, e no fim nao ha E; mas entre um e outro, enquanto B esta crescendo, existe E, ¢ & contra isso que o trabalho & realizado. (Agora vocé vé por que nao pude calcular a energia armazenada em um campo magnetostatic no Capitulo 5.) Sob esta Gtica, é extraordindria a semelhanga entre as formulas de energia magnética e suas contrapartes eletrostaticas: fon = 4 fvpyar = f tar, ; Wace 5 [wae = fea, (2.43 €2.45) 222 letrodindmica Wang 5 fa S)dr ig | Bar (7.31 7.34) Exemplo 7.13 Por um longo eabo coaxial passa uma corrente J (a corrente fui pela superficie do cilindro interno de rio a, ¢ retorna ao longo do cilindro extemo, de rio b) como mostra a Figura 7.39. Encontre a energia magnética armazenada em um trecho de comprimento l Solugio: segundo a lei de Ampére, o campo entre os cilindros & Nos demais lugares o campo é zero. Portanto, a energia por unidade de volume é we (Ht) - 5 ‘A energia em uma casca cilinrica de comprimento [rato €espessura ds, entdo, & (5) Drtoas = Halt (a) Integrando de a até b,temos: Ali, isto sugere uma maneira bastante simples de calcular a autoindutincia do cabo, Segundo a Equagdo 7.29, a energiatamibém pode ser expressa como 1°, Comparando as dus expresses,” = Hl (2 va oe(’) Este método para caleular a autoinduténcia € especialmente stil quando a corente no esté confinada a um dnico camino, mas espalha-se por alguma superficie ou volume. Nesses casos, diferentes partes da corente podem circular quantiades diferentes de fluxo e pode ficar muito complicado obter Z dretamente da Equagio 7.25 Figura 7239) Problema 7.26 Encontre a energia armazenada em uma segio de comprimento I de um solenoide longo (raio R, corrente I, n volias por unidade de comprimento), (a) usando a Equacdo 7.29 (vocé calculou L. no Problema 7.22); (b) usando a Equagio 7:30 (calculamos A no Exemplo 5.12); (¢) usando a Equagio 7.34; (4) usando a Equacdo 7.33 (considere como volume o tubo cilindtico do.aio a < Rao aio b > R), Problema 7.27 Calcule a energia armazenada na bobine toroidal do Exemplo 7.11, aplicando a Equagao 7.34. Use a resposta para verificar a Equasio 7.27. Problema 7.28 Por um cabo longo passa em um sentido uma corrente uniformemente distribu‘da sobre a sta seg transversal (circular). A corrente retorna ao longo da superficie (hd um revestimento isolante muito fino separando as correntes). Encontre a autoindutincia por unidade de comprimento, Problema 7.29 Suponha que o circuito na Figura 7.40 ficou conectad por um longo tempo quando, de repente, no tempo ¢ = 0, a have $ € scionada, isolando da bateria. (a) Qual é corrente em qualquer tempo subsequente ¢? () Qual éa energia total formecida ao resistor? {(c) Mostre que ela ¢ igual & enerpi originalmente armazenada no indutor. 12. Note semethanga com a Equago 7.27 —nesse sentido, ui torideretangular ¢ um cabo coaxial cur, encurvado, Capitulo? Eletodinamica — 223 p NL By et L R Figura 7.40 Problema 7.30 Duas minisculas espiras de fio, com éreas ay ¢ aa, esto situadas 2 um deslocamento 2 uma da outea (Figura 741) (a) Encontre a indutincia mitua. [Dica: tate-ts como dipolos magnéticos e use a Equagio 5.87.) A sua férmula é coerente com a Equagio 7.23? (b) Suponta que uma corente Js estépassando pela espira | e nos propomes @ligar uma corrente J» na espira 2. Quanto trabalho tem de ser realizado contra a fem mutuamente induzida para manter a corrente 1 fluindo pela espa |? A luz deste resultado, comente a Equagdo 6.35, Figura 7.41 7.3 Equagées de Maxwell 7.3.1 A eletrodinamica antes de Maxwell Até agora encontramos as seguintes leis que especificam o divergentee o rotacional dos campos elétricos e magnéticos: @) V-E==p eide Gauss), (sem nome), oB (ii) VxB=-S" dei de Faraday), (iv) Vx B=pod — (leide Ampere), Essas equagdes representam o estado da teoria eletromagnética hd mais de um século, quando Maxwell comegou seu trabalho. Elas ndo eram escritas de forma tio compacta naguela época, mas seu contetido, em termos de fisica, era familiar. Ora, ocorre que hd uma incoeréncia fatal nessas formulas. Ela tem relago com a velha regra de que o divergente do rotacional sempre nulo, Se vocé aplicar o divergente ao nimero (ii), tudo da certo: a —al¥-B) Vi(VxE)=V (-2) O, O lado esquerdo € zero porque o divergente de um rotacional é nulo; o lado direito € zero em virtude da equacio (i). Mas «quando vocé faz a mesma coisa ao mimero (iv), ocorre um problema Ve(V xB) = po(V-3) (735) 224 Eletrodinamica 6 lado esquerdo tem de ser zero, mas 0 lado direito, em geral, ndo &. Para correntes estaciondrias, o divergente de J é nulo, ‘mas, evidentemente, quando vamos além da magnetostética a lei de Ampere nfo pode estar cera Existe outra maneira de ver que a lei de Ampére tende a falhar para correntes nfo estacionrias. Suponha que estejamos 1 processo de carregar um capacitor (Figura 7.42). Na forma integral, a lei de Ampére é f Be dl = pole Quero aplicé-la a espira amperiana mostrada no diagrama. Como determino Ieg.? Bem, é a corrente total que passa pela espira, ou mais precisamente, a corrente que penetra a superficie cujo contorno & a espira. Neste caso, a superficie mais simples esté no plano da espira — o fio penetra essa superficie de forma que loge = I. Otimo, mas e se eu desenhasse a superficie em forma de baldo da Figura 7.42? Nenhuma corrente passa por essa superficie e eu concluo que Ieye = 0! Nunca tivemos este problema em magnetostética porque o conflto s6 surge quando a carga esté se acumulando em algum lugar (neste caso, nas placas do capacitor). Mas para correntes ndo estacioncirias (como esta) ‘a corrente encerrada por uma espira’ é uma nogao mal definida, jé que depende totalmente de qual superficie voc8 usa, (Se isto Ihe parece meticuloso demais — bvio que se deve usar a superficie plana’ — lembre-se de que a espira amperiana pode ter uma forma retoreida qualquer que nem sequer fica em um plano.) E claro que nao tinhamos o direito de esperar que a lei de Ampére fosse verdadeira fora da magnetostatica; afinal, nés a derivamos da lei de Biot-Savart. No entanto, no tempo de Maxwell, ndo havia motivo experimental para duvidar de que a lei dde Ampere tivesse uma validade mais ampla, A falha era puramente tebrica e Maxwell a corrigiu com argumentos puramente tebricos. Espira amperiana 7 Espira ampe " Bateria Figura 7.42 7.3.2, Como Maxwell corrigiu a lei de Amptre © problema esté do lado direito da Equacio 7.35, que deveria ser zero, mas ndo é. Aplicando a equagio de continuidade (6.29) e lei de Gauss, o termo transgressor pode ser reescito: a 8 OE Vid= Ste V-B)=-¥ («¥) Talvez Ihe ocorra que combinar «o(BE/t) com J, na lei de Ampere, climinaria na medida exata o divergente extra OB [Vx B= tod + noe 5 (7.36) (0 proprio Maxwell tinha outros motivos para querer acrescentar este termo & lei de Ampere. Para ele, resgatar a equagio de continuidade foi um resultado muito mais feliz do que a motivagio principal. Mas hoje reconhecemos que este argumento € muito mais convincente do que o de Maxwell, o qual se baseava em um modelo do éter, hoje desacreditado.)!* Essa modificagdo nfo altera nada no que se refere & magnetostética: quando KE é constante, continuamos tendo V x B = HoJ. De fato, 0 termo de Maxwell € dificil de ser detectado nos experimentos eletromagnéticos comuns, onde ele tem de ‘competir com J para ser reconhecido; esse é 0 motivo pelo qual Faraday e outros nio conseguiram descobri-lo em laboratsro. No entanto, ele tem um papel crucial na propagagao das ondas eletromagnéticas, como veremos no Capitulo 9. 73. Paraohistvico dese assum, veja A.M. Botk, Am, J. Phys. 31,888 (1963), Capitulo 7 Eletodinamica 225 Alem de sanaro defeto na lei de Ampere, o termo de Maxwell tm um certo apeloestéico: como um campo magnético varivel induz um campo elérrico (lei de Faraday), entio Um campo elétrico varidivel induz. um campo magnético. E claro que a conveniéncia te6rica e a coeréncia estética sao. ‘apenas sugestivas — poderia, afinal, haver outras maneiras de remediar lei de Ampére, A verdaderaconfitmacio da teoria de Maxwell vei em 1888 com os experimentos de Herts cory ‘ondas eletromagnéticas, ‘Maxwell chamava esse termo extra de corrente de destocamento: om 7.37) OSE (7.37) E um nome engunoso if qu e(OB/0t) nada tem a ver com corrente, exceto por se somar a J na lei de Ampére. Vejamos zona como @ corente de deslocamento resolve o paradoxo do capacitor carregando (Figura 7.42), Se a placas do capacitor Seer muito proximas (ndo as desenhei dessa forma, mas assumindo isso 0 edleulo fica mais simples), endo 0 campo elétrico entre elas é onde Q é a carga na placa e A é a sua érea. Assim, entre as placas Ere aae) GA dt Ora, a Equacio 7.36, na forma integral, diz fe = pole +00 f (3) da, 7.38) Be escolhermos a superficie plana, entio H = Oe Ine ~ I. Se, por outo lado, usarmes a superficie em forma de balio, eit Tee = 0, mas f(OE/6t) «da = 1/ea, Portanto, obtemos a mesma resposta para amas as superfcies embers no Primeiro caso ela vena de uma corrente genusna, e no segundo, da corrente de deslocamento. Problema 7.3 Por um fo gross de rao a passa uma corenteconstante J, dstibuideuniformemente sobre sua segdo transversal {Om interval esto no fo, de largura wv < a, Form um capacitor de placispaaels, como mosta a Fgura 223, ane ° ‘campo magnético no intervalo a uma distancia s < a do eixo, Problema 7.320 problem anterior raz-um modelo ata de um capacitor carreando, ciado deforma a evitr as complicagdes Secs 20 spalhamento de corente sobre « superficie das places. Para um madelo mats reals, Imagine fos nee que se Cur. a Aus oe ais Faw 7 44a), Novamente, a comente I & constant, aio do capacitor 6a ea separago das laces SER Assis ae a coment Mi sobre as plcas deforma que a carga supedticial ea unite, a qualquer tempo dado e que ela énulaem ¢ = 0, (a) Encontre 0 campo eétrico entre as placas como Fungo de (©) Enconie a corente de deslocamento através de um eteulo de rao s no plano que estéa meio caminho entre as placas. Usando «ss leu emo su ‘esi amperiana’ ea soperiie plana que ela barca, cone ocanpo mapnéicoaumna dines ade an Co Rept parte (b), mas desta ver use a superficie cinta da Figura 7.4, que éaberanaextremidae dirita ee evende para neue raves da placa termina for do capacitor. Observe que a coment de deslocament através dessa supercieé see eque ‘ni duas contibuigSes para Lene. Problema 7.33 Consulte o Problema 7.16, para o qual a resposta correta& B(s,1) = Holow or ntain(2)s (a) Encontre a densidade de corrente de deslocamento Jue 14 bina sasit ums peau ines e gus loc: mend B no boa, voc detox lis d cen de Aeslcamento {como ©) sage) ou simplesmente conaria sees das corer tus (uo) gee) VoD. F Bare nf ea oa (1990), 226 Eletrodindmica @ w) Figura 7.44 (b) Integre-a para obter a corrente de deslocamento total, te= [sada (6) Compare fy ¢ J. (Qual é a razio entre elas?) Se o cilindro extemo tivesse, digamos, 2 mm de diimetro, quio alta a frequéncia teria de ser para que Iz fosse 1 por cento de J? (Este problema foi planejado para mostrar por que Faraday nunca descobriu as correntes de deslocamento ¢ por que normalmente é seguro ignoré-las, a menos que afrequénciaseja extremamente alt. 7.3.3 Equagies de Maxwell Na segiio anterior demos os toques finais as equagdes de Maxwell: @ (lei de Gauss), (i) V-B=0 (sem nome), (739) (i) Vx B=-7B ide Faraday), a (iv) VxB=jod + moc (lei de Ampére com a corregiio de Maxwell). Juntamente com a le de forga, F=q(E+vxB), (7.40) elas resumem todo 0 contetido tebrico da eletrodindmica classica'® (exceto por algumas propriedades especiais da matéria que ‘vimos nos capitulos 4 e 6). Mesmo a equacio de continuidade, vie? aly ae 15, Como qualquer equago diterncial, as equagdes de Maxwell tm de ser suplementadss por candies de comtomo adequads. Come estas 580 tip ‘mente ‘Sbvias'conforme o contest (por exemple, Ee B sin nulos a grandes dstncias de uma distibugGolocalizada de carga, ca fi esquecet que las tem um papel essen Capitulo7 Eletodinamica — 227 «uc € a expressio matemética da conservagio de carga, pode ser deduzda das equagdes ce Maxwell aplicando-se 0 ivergente ‘0 niimero (iv). Eserevi as equages de Maxwell da forma tradicional, o que enfatiza que elas especificam o divergentee o rotacional de Ee B. Dessa form refoream a nogdo de que os campos eltricos podem ser produzidos tanto por carga (p) quanto pela varlogio ds campos magncticos (OB/01), os campos magnéticos podem ser produ tani por coments (J) quanto ela variagdo dos campos elticos (9/01). Na realidad isso & um tanto enganoso porque, encarando os fatos, OB/ate B/0t sio em si decorrentes de cargase correntes. Creio que ¢ logicamente preferivel escrever OV-E=+,, Gi) vxn4+2 Ps 3 (7.42) (ii) V-B=0, iv) VB oeoe v3, comes campos (F e B) A esquerdae as fontes (pe J) &direita, Essa notago enfatiza que todos os campos eletiomagneticos sio,em tlima instncia atribuidosacargase corentes, As equagSes de Maxwell mosiram com as cargas produzem campos, reciprocamente, a lei de forga mostra como os campos afetam as cargas. Problema 7.34 Suponha que E(r,t) ehh Be,t)=0 {5 fono tea defnida no Problema 1.458). Moste que eses campos saisfazem todas as equages de Maxwell e determine pe J. Desereva a situagofisioa que dé surgimento a esses campos, 7.3.4 Carga magnética Existe uma simetria agradivel nas equagSes de Maxwell ela se destacapartcularmente no espago livre, onde ped amulan-se: V-E=0, VeB=0, Vx B= joel a Se voce substtur por B e B por —yo¢oE, 0 primero par de equagSes transformase no segundo vice-versa, Mas esta simetria'® entre E ¢ B € estragada pelo termo da carga na lei de Gauss e pelo termo da corente na lei de Ampere. Voce no bode deixar de imaginar por que as quantidades correspondents esti “altando’ em VB = Oe Vx B~ -OB/O1, Eve tivéssemos , op OV B= Zp {ii) V xB = ~podn — (7.43) OE (i) V-B=popm, (iv) Vx B= pode + wocoae Entlo pm representaria a densidade de ‘carga’ magnética, p.,a densidade de carga elerica: Jp, seria a corrente da carga magnética,€ J, a corrente da carga elétrica, Ambas as cargas seriam conservadas (744) A primeira decorre da aplicagao do divergent a (ii), e a segunda, womando-se 0 divergente de (iv) Em uin certo sentido, as equagdes de Maxwell inploram pla existncia da carga megnética —ela se encaixaria tho bem! E, no entanto, a despeito de uma busca diligente, até hoje nenhuma foi encontrada.!” Até ‘onde sabemos, py, & zero em toda Parte, como lambém J B ndoesténo mesmo pé que E: exstem fontesestacionéias para B (anges elétieas), mas nao para 16 Wag dal om snc conan ces exo resents gens porque o ssn SI ede Ee Bem uid irens que no ‘coreria, por exemplo, no sistema gaussian 17. Para uma bibliogratiasbrangnte, veja A. S. Gokdhaber © WP Trower, Am. J. Phys. $8,429 (1990) 228 Eletrodinamice B. (Isso se reflete no fato de que as expansdes multipolares magnéticas nao tém termo de monopolo e os dipolos magnéticos consistem de espiras de corrente, ¢ no de ‘polos’ norte e sul separados.) Aparentemente, Deus simplesmente nfo fez nenhuma carga magnética. (Alids, na teoria quantica da eletrodinamica & mais do que simplesmente uma pena, em termos estéticos, que 4 carga magnética aparentemente néo exista: Dirac mostrou que a existéncia da carga magnética explicaria por que a carga létrica & quantizada. Veja 0 Problema 8.12.) Problema 7.35 Assumindo que a ‘ei de Coulomb para cargas magnéticns (qm) seja (74s) caleule a lei de forga para um monopolo gm movenclo-se com velocidade v através dos campos elktrico e magnético E e B. [Para umn comentétio interessante, veja W. Rindler, Am. J. Phys, 57,993 (1989) Problema 7.36 Suponha que um monopolo magnético dm passe através de uma espita de fio sem resistencia e com autoindutncia ‘L, Que corrente ¢ induzida na espira? [Este é um dos métodos usados para encontrar monopalos em laboratério. Veja B. Cabrera, Phys, Rev. Let. 48, 1378 (1982),) 7.35. Equagées de Maxwell na matéria As equagées de Maxwell na forma 7.39 sto completas ¢ corretas como estio, No entanto, quando voc® esta trabalhando com materiais sujeitos & polarizagio elétrica e magnética, existe um modo mais conveniente para escrevé-las. Dentro da ‘matéria polarizada haverd actimulos de cargas e correntes “ligadas' sobre as quais voc€ no exerce qualquer controle direto. Seria bom reformular as equagdes de Maxwell de forma que fizessem referéncia explicita somente as fontes que controlamos diretamente: as cargas e correntes ‘livres’ J4 aprendemos com o caso estitico que uma polarizagio elétrica P produz uma densidade de carga de polarizagio tp =-V-P (7.46) (Equagao 4.12). Da mesma forma, uma polarizagio magnética (ou ‘magnetizaglo") M resulta em uma corrente de magneti- zagio Jy =VxM (7.47) (Equacio 6.13), Existe somente uma nova caracteristica a considerar no caso néo estético: qualquer variagdo na polarizagao clétrica implica um fluxo de carga (de polarizagio) (chame-o de J,), que deve ser incluido na corrente total Pois suponha que examinemos um pedacinho de material polarizado (Figura 7.45). A polarizagao introduz uma densidade de carga c,, = P em uma extremidade e ~a» na outra (Equagao 4.11). Se P aumentar um pouco, a carga em cada extremidade aumentard, gerando ‘uma corrente liquida ap. aa doy at = FP day = AA densidade de comrente, portant, & (7.48) Essa corrente de polarizagdo ni tem qualquer relagio com a corrente de magnetisagdo Jy. sta tiltima esté associada 8 magneticagio do material ¢ envolve 0 spin e o movimento orbital dos elétrons; Jp, em contrapartida, é o resultado do ‘movimento linear da carga quando a polatizagdo se altera. Se P aponta para a direita e esté aumentando, entdo todas as cargas Figura 7.45 Capitulo? Eletodinamica 229 Positivas movimentam-se um pouquinho para a direita ¢ todas as cargas negativas para a esquerda; o efeito cumulativo é a Corrente de polarizago Jp, Nessa conexao, temos de verificar se a Equacio 7.48 é coerente com a equagio de continuidade: o_o a OF ‘Sim: a equagio de continuidade ¢ satisfeit; inclusive, J, € essencial para explicar a conservagao da carga de polariza- 80. (A propésito, uma magnetizagdo variavel néo leva a qualquer actimulo andlogo de carga ou cortente. A corrente de magnetizagao J,,, = Vx M varia em resposta a mudangas em M, com. certeza, mas é s6,) Diante de tudo isso, a densidade total de carga pode ser ‘separada em duas partes: 2p» Vd,=0 F (V-P)= P=a+Pp=a-V-P, (7.49) ea densidade de corrente, em trés partes: Jatt =e VMs S (750) A lei de Gauss pode agora ser escrita como Vv-D=-, (51) ‘onde D, como no caso estéico, 6 dada por D=aB+P. (7.52) Enquanto isso, a lei de Ampere (com os termos de Maxwell) torna-se oP dE VxB = 10 (0 +V xm) + Hoto%, m aD VxH=dt ey, (7.53) ‘onde, como antes, H BM. (7.54) Ho A lel de Faraday ¢ V - B = Ondo sto afetadas pela nossa separagio de carga e corrente em pares livres e ligadas, jé que nao envolvem p ou J Em termos de cargas e correntes livres, entdo, as equagGes de Maxwell dizem @ V-D=p, (ii) Vx B= 8 (755) , oO) [ave (i) VxH=Ji + Algumas pessoas consideram essas como as ‘verdadeiras’ equagdes de Maxwell, mas, por favor, entenda que elas ndo so de forma alguma mais ‘gersis’ do que 7.39; simplesmente refletem uma divisio conveniente de carga e cortente em partes, livres e nio livres. E elas tém a desvantagem da notagéo hfbrida, j4 que contém Ee D, além de B e H. Elas tém de ser suplementadas, portant, pelas relagies constitutivas apropriadas, dando D e H em termos de Ee B. Estas dependem da natureza do material; para os meios lineares P=cx-B, € M=\mH, (7.56) entio D=, e H= 737) iH 230° Eletodinamica onde € = 9(1 + Xe) € 4 = fo(1+ Xm). Incidentalmente, voc® ird se lembrar de que D é chamado de ‘deslocamento’eléttico; € por isso que o segundo termo da equagao Ampére/Maxwell (iv) € chamado de corrente de deslocamento, generalizando a Equacao 7.37: oD ey (7.58) Problema 7.37 Agua do mar a frequéncia v = 4 x 10° Hz tem permissividade ¢ = 8lep, permeabilidade ja = jio,¢ resistividade = 0,23 9-m. Qual 6 razio entre acorrente de condugdo ea corente de deslocamento? [Dica: considere um capacitor de placas paralelasimerso em agua do mat no qual ¢ aplicada uma voltagem Va cos (2nvt).) 7.3.6 Condigdes de contorno No geral, 0s campos E, B, D e H sero descontinuos no contorno entre dois meios diferentes, ou em uma superficie com densidade de carga o ou densidade de corrente K. A forma explicita dessas descontinuidades pode ser deduzida a partir das cequagdes de Maxwell (7.55), na sua forma integral J D-da= Qo. fs sobre qualquer superticie fechada S. (ii) i B-da=0 fs (ii) fea- 5 [Be para qualquer superficie S delimitada peta espira fechada C. bo) fiat [Dt Ic dt Js Aplicando (i) a uma superficie gaussiana na forma de ‘caixa de pilus’ mintiscula ¢ com a espessura de uma Kimina, que penetra ligeiramente no material dos dois lados do contorno, obtemos (Figura 7.46): D;-a-Dy-a=ova. (A diregao positiva para a é de 2 para 1. A beirada da plaquinha ndo contribui no limite em que a espessura tende a zero, bem como também ndo hé contribuicio de qualquer densidade volumeétrica de carga.) Assim, o componente de D que & perpendicular a interface € descontinuo da quantia Dy ~ Dy =o. (7.59) ‘0 mesmo raciocinio aplicado & equagao (ii) resulta em Bi - BE =0. (7.60) Figura 7.46 Capitulo? Eletodinamica 231 Em (ii), uma espira amperiana muito fina sobre a superficie resulta em a a3 da, Mas no limite, & medida que largura da espiratende a zero, fluxo se aula, (Com base no mesmo argumento jé deseartei « contribuigdo das duas extremidades para f B - dl.) Portanto, fe Ey -1-E, (761) Ou sej os componentes de E paralelos & interface sio continuos através do contorno. Da mesma forma, (iv) resulta Hy +1 Hy 1 Ting (nde Tie € a cortente livre que passa pela espira amperiana. Nenhumna densidade volumétrica de corrente itd contribur no "mite de largura infinitesimal), mas isso pode acontecer com uma corrente superficial. De fato, se i € um velor unitério Perpendicular interface (apontando de 2 para 1), de forma que (A x 1) seja normal a espira amperiana (Figura 747) entdo Thag. = Kr (80) = (Ky x 8) 1, , portanto, Hi -H! Kix (7.62) De forma que os componentes paraelos de H sio descontinuos por uma quantiaproporcional& densdade superficial de corrente livre. AAS equagdes 7.59 a 7.62 slo as condigdes gerais de contormo para a eletrodindmica, No caso dos meivs lieares, elas podem ser expresses em termos de E e B somente: () BY -@E} =o, (ii) Bf — Bt (7.63) L , Igi_ spi a ii) BE - Bi =0 (v) —Bl ~ Bh =k, xa. (i) BE - By a ie a Em particular, se nto hé carga livre ou corrente livre na interface, ento () aE} -eBt =0, Gi) Bf 7 7 (7.64) (i) BL Bh =0, (iv) —B!- “Blo. eae ee} Como veremos no Capitulo 9, estas equagdes slo a base para a teoria da reflexdoe reftago Figura 7.47 232 Bletrodindmica Mais problemas do Capitulo 7 Problema 7.38 Duas placas de metal muito grandes sio mantidas a uma distincta d uma da outra, uma em poteneial nulo ea outra ‘em potencial Vo (Figura 7.48). Uma esfera de metal de raio a (a < d) € dividida em dois e um dos hemisférios € colocado na placa aterrada, de forma que seu potencial também é nulo, Se a regido entre as placs for preenchida com material mal condutor, de ‘condutvidade c, que corrente lui para o hemisfério? [Resposta: (aa /d)Va, Dica: estude o Exemplo 3.8.) Problema 7.39 Dois tubos de cobre longos e retos, cada um de aio a, sfo mantidos a uma distancia 2a um do outro (veja a Figura 7.49). Um tem potencial Vo, e 0 outro tem potencial ~Vo. O espago que cerca os tubos & preenchido com material mal ‘condutor de condutividade 0. Encontre a cortente por unidade de comprimento que fui de um tubo para o outro, [Dica: consulte © Problema 3.11.) Problema 7.40 Um problema comum dos compéndios pede que vooé calcule a resistincia de um objeto em forma de cone, com resistivdade p, comprimento L, raio a em uma das extremidades ¢raiob na outra (Figura 7.50) As duas extremidades sf planas e consideradas equipotenciais. © método sugerido ¢fatiar em discos circulates de espessura d, encontrar aresisténcia de cada disco «integra para chegar ao tot (@) Caleule R dessa maneira, (©) Explique por que este método ¢ fundamentalmentefalho. [Veja J.D, Romano e R. H. Price, Am. J. Phys. 64,1150 (1996).] (©) Suponha agora que as extremidades sio superticies esféricas, centradas no pice do cone. Calcul a resistencia nesse caso, (Considere L a distancia entre os centros dos perfmetros circulares das tampas das extremidades,) [Resposta: (p/2nabj(b — a}? /(y/L? + (b= a) — L)) Problema 7.41 Um caso raro no qual o campo eletrostético E. para um circuito pode de fato ser calculado & 0 seguinte [M. A. Heald, Am. J. Phys. $2, $22 (1984): imagine uma folha cilindrica infinitamente longa de resistvidade uniforme e raio a. Uma reentrancia (correspondente & bateia) é mantida em -+Vo/2, em é = sex, € uma corrente estacionéria fui pela superficie, como indica a Figura 7.51. Segundo a li de Ohm, entio, Yoo Via.) = (- a] (b) Enconire a densidade superficial de carga no cilindro. (Resposta: (coVo/ra) tg(b/2)] vey, 7 i Figura 7.51 Capitulo 7 Eletodinamica 233 Problema 7.42 Em umn eondutor perfeito, a condutividade ¢ infinita, deforma que E = 0 (Equasio 7.3), toda carga Kiquida reside a superficie (como acontece com um condutorimpereito na eletrosttica). (2) Mostre que campo magnético é constante (OB /8t = 0), dentro de um condutorpereito. (b) Mostre que o fluxo magnético através de uma espira condutora prfeita& constant ‘Um supercondutor & um condutor pereito com a propriedade adicional de que 0 B (constant) interno é de fo zero. (Essa “exclusdo de fluxo’ é conhecida como efeito Meissner.) (©) Mostre que a comente em um supercondotor fica confinaa a supertice. (@) A supercondutvidade se perdeacima de uma ceta temperatura critica (T.), que varia de um material para outzo. Suponha que ‘Yoc® tem uma esfera (de rao a) acima da sua temperatura critica e que a mantivesse em um campo magnéicounforme Bod enquanto resi até um temperatura abuixo de, Encontre a densdade superficial de coment indwida K, como fungio do ngulo polar 9 Problema 7.43 Uma demonstragio conhecida de supercondutividade (Problema 7.42) é a levitagio de um magneto sobre um pedago 0. (@) Em que sentido o dipolo da imagem deve apontar (+2 ou ~2)? (©) Enconte a forga no magneto devida as coments induides no supervonduto (o que equivale a dizer a forga devida ao dipolo da imagem), Considere- igual a Mfg (onde M € 2 massa do magneto) para determinara altura h na qual o magneto ir futue [Dica consulteo Problema 6.3} (©) A corrente induzida na superficie do supercondutor (0 plano xy) pode ser determinada a partir da condigdo de contomo no componente tangencial de B (Equayio 5.74): B = jo(K x 2). Usando o campo que vacé obtém a partir da confgurasao de imagem, mostre que 3mrh Ke RG me conde r 6. distancia a origem, Problema 7.44 Se um dipolo magnetic levtando acima de um plano supercondutorininito (Problema 7.43) estiver livre pra girar, qe dire ele adotarde qu altura da superficie i tar? Problema 7.45 Uma casca esférca de raio« perfeitamente condutora gira em tomo do eixo 2 com velocidade angular w, em um campo magetico uniforme B = By. Calcul a fem desenvovida entre o ‘plo ore eo Equador. [Resposa + Bua] Problema 7.46 Consulte 0 Problema 7.11 (e use o resultado do Problema 540, se ajuda (@)O anelquaado cai mais depress na direso mostada (Figura 7.19), ou quando rodado «45° em tomo de um exo ue sida Dégina? Enconte a rao entre as duas velocidades terminais, Se vo deixasse a espra cai, que dirego ela tomaria na queda? [Respesta: (V2 — 2y/1), onde 6 0 comprimento de um lado © y €a altura do cent acima da beirada do campo magnetico, na configura rodada.| (©) Quanto tempo leva para um ane! circular atravesser a parte inferior do campo magnético na sua velocidad terminal (viel)? Problema 7.47 (@) Use a analogia entre a lei de Faraday e ei de Ampre, juntamente com ale de Biot-Sevart, para mostrar que 18 [Bey xd, E(r,t}= “tH FE , (7.65) pen cng lor can bs Fay. (b) Considerando o Problema 5.50a, mostre que a, 8 ‘onde A é 0 potencal vetrial. Verfique este resultado tomando o rotacionel de ambos os laos. ©) Uma casca esférice de raio F tem uma catga superficial de densidade uniforme o. Ela gira em torno de um eixo fixo com ‘elocidade angular c(t) que varia lentamente com o tempo, Encontre o campo elético dentro fora da esfera, [Dica: aqui hi duas Nz, a voltagem de safda serd maior do que a voltagem de entrada. Por que isso no transgride a lei de conservasio de energia? Resposta: poténcia € 0 produto de voltagem e corrente; evidentemente, sea voltagem aumenta, a corrente tem de diminuir. O objetivo deste problema é ver ‘exatatnente como isso funciona em um modelo simplifcado, (@) Em um transformador ideal, o mesmo fluxo passa por todas as voltas de bobina prima ede secundéria. Mostre que neste caso AM? = Lila, onde M €4 indutancia mitua das bobinas e £1, La so as autoinduténciasindividusis. (6) Suponha que a bobina primaria éacionada com voltagem Veyrads = Vi cos (wt), € que a secundétia esti conectada a um resistor R. Mostre que as dus correntessalisfazem as relages ah, a diy ng tue ay | yal, Vicos(uthi Le GP + MF = BR. (©) Usando o resultado de (a), resolva estas equagdes para f(t) ¢ f(t). (Assuma que 1y ndo tem componente DC.) {@) Mostre que a voltagem de sada (Vigigg = 129) dividida pela voltagem de entrada (Vea) & igual 2 razlo entre as volts: ta! Vereata = No/Ni (€) Calculea poténcia de entrada (Pasty = Veoradn/a)€ & poténcia de sada (Paya, = Visita /2)-€ most que suas médias sobre um ciclo completo sto iguais, Problema 7.55 Suponta que J(r) &constante no tempo, mas (r,t) néo — condigdes que podem ocorter, por exemplo, quando um ‘capacitor estésendo carregado (4) Mostre que a densidade de carga em qualquer ponto determinado & uma fungi linear de tempo: ple, t) = plr.0) + Ar, O}t, ‘nde A(r, 0) €. derivada temporal de pem t = 0. Esta ndo é uma configuragio eletositica ou magnetostitica.” porém — um tanto surpreendentemente — tanto a lei de Coulomb (a forma da Equasdo 2.8) quanto a lei de Biot-Savart (Equagdo 5.39) se aplicam, como vocé pode confirmar mostrando que clas satisfazem as equag6es de Maxwell (b) Mostre que Mel) x F bedece a ei de Ampere com otro de corrente de destocamento de Maxwell, ar = 1 Be) = Problema 7.56 O campo magnético de um fio eto infinito pelo qual passa uma correnteestacionéia I pode ser obtido a partir do termo de comente de deslocamento na lei de Ampére/Maxwell, como se segue: imagine que a corrente consiste de uma densidad linear de carga uniforme movendo-se a0 longo do eixo z a velocidade v (de forma que J = \v), com uma miniseula abertura de ‘comprimento ¢, que chega origem no tempo ¢ = 0. No instante seguinte (at = «/) nio i corrente real passando por uma espita !amperiana no plano 2y, mas hd uma corente de deslocamento devido & carga que ‘falta’ na abertura, {) Use a let de Coulomb para calcular o componente z do campo elétrico para pontos do plano xy a uma distincia s da origem, 0, Nesse caso, a superficie de contoro consist de todo o plano _2y (mais um hemisfério em r = co, mas como li B= 0 no hi contribuigao). No Iugar-da‘tigela’ agora emos a pongo externa do plano (r > R). Aqui aya 2 (isa) #8 (quagio 823 com 0 = /2€ Rn da dopa Equio 825, nto Q (fa 9 (2) nu, Tes cca contribuigdo do plano pararr > Ré ‘o mesmo que para a tigela (Equagao 8.24). Espero que vocé nio tenha ficado atolado demais nos detalhes do Exemplo 8.2. Se € esse 0 caso, pare um momento para ver bem o que aconteceu. Estivamos calculando a forga sobre um objeto macigo, mas em vez de calculara integral de volume, como seria de se esperar, a Equaco 8.22 nos permitiu fazer o céleulo como de uma integral de superficie; de alguma forma, 0 tensor das tenses detecta o que estd acontecendo na parte interna. Problema 8.3 Calcule a forga de atrago magnética entre os hemistrios norte e sul de uma casca esférica uniformemente carregada em rotagio, de raio R, velocidade angular w e densidade de carga superficial c., (Este é 0 mesmo que o Problema 5.42, mas desta ‘vez use 0 tensor das tensdes de Maxwell ea Equagio 8.22.) Problema 8.4 (a) Considere duas cargas pontuais iguais q, separadas por uma distancia 2a, Construa o plano equidistante das duas cargas. Inte- rand 0 tensor das tensBes de Maxwell sobre esse plano, determine a forga de uma carga sobre @ outa, (b) Faga 0 mesmo para cargas com sina opostos. 8.2.3 Conservacio do momento ‘A segunda lei de Newton diz que a forga sobre um objeto é igual & taxa de alteragio do seu momento: ‘ic e dt ‘A Equagio 8.22, portant, pode ser escrta na forma dime Be = egos | Sar fa, 628) ‘onde Pasc € 0 momento (mecdnico) total das particulas contidas no volume V. Essa expressio € semelhante, em estrutura, a0 teorema de Poynting (Equagio 8.9), e convida a uma interpretagio andloga: a primeira integral representa 0 momento ‘armazenado nos préprios campos eletromagnéticos: Pen = foco f Sar, (8.29) y enquanto a segunda integral é © momento por unidade de tempo que flui entrando através da superficie. A Equagio 8,28 € a declaragio geral da conservagdo do momento em eletrodindmica: qualquer aumento no momento zozal (mecdinico mais életromagnético) é igual ao momento irazido pelos campos. (Se V € todo 0 espago, entao ndo ha momento fluindo para dentro ou para forae Pe + Pen & Constante.) ‘Como no caso da conservagio de carga e da conservagio de energia, a conservago de momento pode receber uma formu- lagio diferente. Considere nec @ densidade do momento mecinico,€ (dg a densidade do momento nos campos: Ben = 0608. (8.30) Capitulo Leis de conservacio 247 Entio a Equagio 8.28, na forma diferencial, diz que a FylPowe + Ben) = 7. 631) Evidentemente, -T € a densidade do fluxo de momento, fazendo papel de J (densidade de corrente) na equagio de continuidade, ou de § (densidade do fluxo de energia) no teorema de Poynting. Especificamente, ~T;; € 0 momento na diregio i atravessando uma superficie orientada na diregio j, por unidade de area, por unidade de tempo. Observe que © vetor de Poynting apareceu em dois papéis muito diferentes: § em si é a energia por unidade de drea, pot unidade de tempo, transportada pelos campos eletromagnéticas, enquanto jio¢9$ é 0 momento por unidade de volume armazenado nesses campos. Similarmente, TF tem um papel duplo: ' em si é a tensio eletromagnética (Forse por unidade de érea)agindo sobre una superficie, e —F descreve o fluxo do momento (a densidade de corrente do momento) transportado pelos campos. Exemplo 8.3 ‘Um longo cabo coaxial de comprimento {consiste de um condutor interno (de rao) e de um condutor extemno (de rai b). Ele esti ‘oneetado uma bateria em una das extemidads e a um resistor na outra (Figura 8.5). condvtor interno tern uma distribuigao de carga uniforme por unidade de comprimento A, e uma corrente estacionéria I para a dirita; © condutor extemo tem a carga e a correnteopostas. Qual 0 momento eletromagnético armazenado nos campos? Solugdo: 0s campos so vetor de Poynting, portanto, & wr regs * Evidentemente a enerpia estéfluindo pela lina, da bateria para o resistor. De fato, a poténciatransportada & Ta p= fs aon Ef Soreds= m/e) =v, con deer ser Mas ni nso que estos interessados agora. O momento ns campos € HoAL an Sirreds = ntajaya mente Este € um resulta surpreendente. © cabo nio esd se movendoe os campos so estticos; mesmo asim, 1 & pedo que are- dite que hé momento no sistema, Seago Ie diz que ness histra fala alguma coisa, su intigio é boa. De fato, eo centro de massa de um sistema feaizado esti em epovs0, seu momento total tem de ser nto. Neste caso no enn, 0 centro de massa to est em repouso. A bateia est perdendo enersia ¢ a resistncia est ganhando engi; asim, relatvisticameate, hi uma transferéncalquia de massa (m = Fc) na dirs z, 0 que earesponde precsamente ad momento nos campos. Suponha agora que aumentemos a resisténcia, de forma que a corrente diminui, A variagéo no campo magnético ira induzir um campo eltrico (Equagio 7.19) Esse campo exerce uma forga sobre +A: a 2 dt pon [Beef nas | Figura 85 248 Eletrodindmica (© momento tol transiid a cabo, 8 medida ques coments ei de T para, portant, Pree = [rw tal in(ofay2, «que € precisamente o momento originalmente armazenado nos campos. Problema 8.5 Considere um capacitor de placas paralelas infinito,cuja placa inferior (em 2 = —d/2) tem densidade de carga —2, cuja placa superior (em > = ++/2) tem densidade de carga +2. (a) Determine todos 08 nove elementos do tensor das tenses, na regio entre as places. Expresse sua resposta como uma matriz 3x3: Toe Tay Tos Tys Ty Tys Tex Ty Tes (b) Use @ Equagao 8.22 para determinar a forga por unidade de Srea na placa superior. Compare com a Eguagio 2.51 (©) Qual é 0 momento por unidade de drea, por unidade de tempo que atravessao plano ry (ou qualquer outro plano paralelo a esse, centre as placas)? (4) Nas placas, esse momento € absorvido e elas ecuam (a menos que haja alguma forga nio elérica que as mantenha em posigio). Encontre a forga de recuo por unidade de érea na placa superior e compare sua resposta com (b). [Observacdo: essa nio é uma orga adicional, mas uma maneiraalternativa de calcular a mesma forga — em (b) nds a obtivemos pela lei de forga, e em (A), pela conservagdo do momento] Problema 8.6 Um capacitor de placas paraelascaresado (com campo elérco uniforme E = £2) é colocado em um campo magnético uniforme B = B 8, como mostra a Figura 86. (2) Enconte © momento eletromagnétioo no espago entre as plas. {) Agora, um fio resistive €conectadoente as das plaas, a longo do eixo 2, deforma que o capacitor €lentamentedescarepado A corrente através do fo sotreré uma forya magnétca; qual €o impulso total forneido 20 sistema durante a descarga? {) Em verde desligato campo eétrico (como em (b), suponha que diminuamos lentamenteo campo magnético, Iss ir induzt tm campo eltico de Faraday que, por sua vez exerce uma forga sobre as pacas. Qual &o impulso total entregue ao sistema? Figura 8.6 8.24 Momento angular A esta altura, os campos eletromagnéticos (que comegaram como mediadores de forgas entre as cargas) adquiriram vida propria, Eles transportam energia (Equagao 8.13) Lf ed en 3 (ats), (8.32) Vein 5, Johnson, B.L. Cragin eR. R. Hodges, Am. J. Piys. 62, 33 (1994). O momento nos campos &cancelado pelo momento (mecnio) escondido 1a Fonte do campo magnéica, Ver D. Babson etal. Am. J his. 7,826 (2009), Capitulo 8 Leis de conservagéo 249 ‘© momento (Equagio 8.30) Pen = Ho6S = ey(E x B), (8.33) e, além disso, momento angular: fea =X em = €o[t x (Bx B)] (8.34) ‘Mesmo campos perfeitamente estaticos podem abrigar momento ¢ momento angular desde que Ex B no seja nulo,e é somente quando essas contribuigdes de campo sao inclufdas que as leis chissicas de conservagio se aplicam, Exemplo 8.4 Imagine um solenoide muito longo, de raion. voltas por unidade de comprimento e corrente T. Coaxiis a solenoide hi duas longs cascascilndricas de comprimento t — uma, dentro do solenoide e com rao a, tem carga +0, distibuidauniformemente sob a superficie; a outra, fore do solenoide e com rao b, fem carga ~@ (ve a Figura 8.7; { deve ser muito maior que 6). Quando a.corrente no solenoid € gradvalment reduda, os cilindros entra em rotago, como descobrimos no Exemplo 78, Perguita: de ‘onde vem o momento angular? Soluglo: ele estava inicialmente armazenado nos campos. Antes que a corrent fosse desligada, havia um campo eltrico, Qi, Fes <9 <9) na regido entte 0s cilindros e um campo magnético, B = pont ais < R), dentro do solenoide. A densidade de momento (Equagao 8.33) era, portanto, sta € uma vriago do “para do disco de Feynman’ (R. P. Feynman, R.B. Leighton ¢ M. Sands, The Feynman Lectures, vol. 2, p. 17-5 (Reading, “Mass: Adison-Wesley, 1964) sugerda por FL. Boos, I. (Am. J: Phys. $2,756 (1984). Um modelo semelhante fo peopostaanerormente por R.H. Romer (Am. J. Phys. 4,772 (1966), Para outas referencias, vejaT-C. E. Ma, Am. J. Phys. $8,949 (1986), 250 Eletiodinamica ‘que, lids, € consiante. Por simettia, a integral do componente radial dé zero; para obter © momento angular total dos campos, simplesmente multiplicamos pelo volume, x(R? ~ a?)k Len Span Qe ~a)a, (835) Quando a corrente &desligada, a variagdo do campo magnético induz um campo eléricocircunterencial, dado pea lei de Faraday’ ‘Assim, 0 torque no cilindro externo & ele adquire um momento angular Similarmente,o torque no cilindro interno & .©0 aumento no seu momento angular é 1 24 Le = spon Qa’. De forma que tudo certo: Lem = Ly + Is. O momento angular perdido pelos campos € precisamente igual a0 momento angular adquirido pelos clindros ¢0 moment angular tral (campo mais mari) & conservad. ‘A propssito, 0 caso angular &, em alguns aspectos, mais limpo do que seu anélogo linear (Problema 8.6), porque no Ii momento “angular ‘oculto" para compensar o momento angular nos campos ¢ os cilindros realmente giran quando o campo magnético € desli- ‘ado. Se um sistema localizado no esté se movendo, seu momento linear total tem de set zero,° mas ndo hi teorema correspondent ppara.o momento angular, € no Problema 8.12 voc vera um lindo exemplo no qual absolutamente nada esté se movendo — nem mesmo as correntes — e, no entant, 0 momento angular no € nulo 5 6 1 Problema 8.7 No Exemplo 8.4, suponh que, em vez de desligar o campo magnético (reduzindo 1}, desliguemos o campo elérico, ‘conectando uma haste radial levemente condutora® entre 0s cilindros. (Teremos de fazer um corte no solenoide de forma que os cilindros ainda possam girar livremente.) A partir da forga magnética da corrente na haste, determine © momento angular total Fornecido aos ciindros, & medida que cles descarregam (eles agora estio rigidamente conectados, de forma que giram juntos) ‘Compare © momento angular inicial armazenado nos campos (Equagio 8.35), (Observe que o mecanismo pelo qual 0 momento angular € transferido dos campos para os cilindros é totalmente diferente nos dois casos: no Exemplo 84 foi a lei de Faraday, mas ‘aqui €a lei de forga de Lorentz.) Problema 8.8 Imagine uma esfera de ferro de raio R que transporta uma carga Q © uma magnetizagao uniforme M = M2. A. esfer ex inicialmente em repos, (@)Caleue 0 momento angular armazenado nos campos eltromagnetics (b) Suponha que a esfera é gradualmente (¢ uniformemente) desmagnetizada (talvez aquecendo-a além do ponto de Curie). Use a lei de Faraday para determingro campo elético indazido, encontrar o torque que ese campo exerce sobre exer cal o momento angular total transmitido & esfera no curso da desmagnetizacao. (© Suponha que em ver de desmagnetizaraesera, nds a descareguemes, conectando wm io de terramento ao polo norte. Asuna que a coreate fu sobre a superficie de forma qu a densidade de carga permanece uniforme, Use ali de forga de Lorentz para dleterminaro torgue na esferae calcule « momento angular ol transmit a esfera durante a descarg, (0 campo magico € descontnvo na superficie. isso importa?) [Resposta $0 M QR] 'SColemane JH. van Vleck, Phys Rew 171, 1370 (1968) [No Exemplo 84, desligamos acorrent lentamente para master as coisas quase sic: au eduzimos campo eltricolentamente para que coente Ae deslocameo se mantena dese Esta verso do pradoxo do disco de Feynman foi proposta porN.L. Sharma (Am. J. Phys: $6, 420 (1988); models semelbanes Fora snalisads por E.M, Pugh eG. EPugh, mJ. Phys. 38, 153.1967) por R. H. Romes Am. J. Phys. 38,445 (1967), Capitulo Leisdeconservagio 281 Mais problemas do Capitulo 8 5 9 10 i 2 Problema 8. Um solenoid muito longo de aio, com n voles por unidade de comprimento, transport uma corente[y. Coaxial 0 solenoie,com rao >> a, hum anel circular defo com resistencia. Quando acorente no solenoide(gradalments) diminu, score fy €induzda no nel (@)Caleue fm ermos de dat. (©) A poténca (12) fomecida ao anel tom de ter vindo do slencie. Confirme iso ealevlandoo yetor de Poyoting imeditamente fora do solenoie (o campo ero € devo a varigo de fuxo no solenoide; 0 campo magnéico€ devido i corente no ael) Integre sobre a superticietoda do solenodee verfiqu se ve® resgata a poténcia total conta. Problema 8.10° Uma esfera de raio R tem polarizagdo uniforme P magnetizagio uniforme M (no necessariamente na mesma Airego). Encontre 0 momento eletromagnético dessa configuragao. [Resposta: (4/9}xynR°(M x P)] Problema 8.11"° Imagine o létron como uma cascaesférica uniformemente carregada, com carga ee rio R, girando a velocdade angular (@) Calcule a energa total contida nos campos eletromagnéticos (0) Cateule o momento angular otal contd nos campos. (©) Segundo a férmula de Einstein (B = me?), @ energia nos campos deve contribuir para a massa do elétron. Lorentz € outros ‘especularam que foda massa do elétron pode ser explicada da segunte forma Ucn = mee. Suponha, além do mais, que o ‘momento angular do spin do elon ¢ totalmente atribuido aos campos eletromagnéticos: Lem = f/2. Com esses dois pressuposts, determine 0 rao ea velocidad angular do elétron, Qual € seu produto wR? Esse modelo clissco faz sentido? Problema 8.12!" Suponhe que voc? tem uma carga eltrica q € um monopolo magnética qn, © campo da carga elétrica & Las claro, ¢ 0 campo do monopolo magnético é Encontre © momento angular total armazenado nos campos, seas duascargasestverem separadas por uma distinciad. [Resposta (0/47) adm? Problema 8:13 Paul DeYoung, do Hope College, assnala que como os cilindros do Enemplo 8.4 so deixados em rotago (em velocidades angulares, digamos, ws ¢ wh), existe na realidade um campo magnético residual e, portant, momento angular 10s campos, mesmo depois que a corrente no solenoid foi extinta. Se os cilindros forem pesados, essa comregao ser desprezivel, mas 6 ieressante resolver o problema sem esse pressuposto (2) Caleue (em trmos dea € 2) © momento angular final nos campos. (Defina w = wf, entfo we wp poderam ser positvos ou negatives) (©) Como os ciindros comecam a girar, seus campos mapnéticos varidves induzem um campo elérico azimutal extra que, por sua ve, di uma contribuigo adicional aos torques. Encontre o momento angular extra resultant e compare-o com seu resultado para (0) [Resposta: ~po(QPan (8? ~ a2) /Ala] Problema 8.14" Uma carga pontual q esté a uma disténcia a > R do eixo de um solenoide ininito (de raio Rn volts por unidade ‘de comprimento e corrente 1), Encontre o momento linear ¢ © momento angular (sobre 0 centro) nos campos. (Cologue 4 no eixo +r, om o solenoide ao longo de 2; trate 0 solenoide como no condutor, de forma que vocé nio precise se preocupar com cargas induzidas na sua superficie.) {Resposta: Pm = (wag R°/2a) $ Lem = 0 Para uma discusso abrangente,veja M.A. Heald, Am. J Phys. 56, S40 (1988), Para uma discuss interessante ereferncias,veja RH. Romer, Am. J Phy. 63,777 (1995), Veja. Higbie, Am. J Py. $6, 378 (1988) Este sistema € conhecido como dipolo de Thomson. Veja. Adawi, Am. J. Phys. 44, 762 (1976) ¢ Phys: Rex: DBL, 3901 (1985), € KR. Brownstein, ‘Am. J. Phys. 87,420 (1989), pra discusses ereferncas. ‘Observe que este resultado € independent da distancia de separacdo dee sponta de qe em deg a gr. Na mectnica quantca o momento sngular dado em miiplos semi-ineros de , de forma que est resultado sugere gue se 0: monopols magnéices existe, as cag elias magneticas tem de ser quatizadas: 049m /4% = rh/2, para n = 1,23... uma idea proposainiciakente por Dirac em 1931, Sewn nico monopola exstir ‘em algum lgar no uiveso, iso ‘expicara’ por que as cars elias vm em unidades discret. Veja FS. Jonson, BL. Cragin eR. R, Hodges, Am. J Phys, 62, 33 (1994), para uma diseusso deste outros problemas corelats 252 Eletradinamica Problema 8.15" (a) Leve até o fim o argumento da Segdo 8.1.2, comegando com & Equagio 8,6, mas usando J) no lugar de J. Mostre que 0 vetor de Poynting toma-se S=ExH, ea taxa de mudanga da densidade de energia no campo & Para um meio linear, mostre que ‘em = 5(ED + BH) (6) Com o mesmo esptito,reproduza o argumenta da Seqio 8.2.2, comegando com a Equagio 8.15, com pre Ji em lugar de pe J. [Nao se preacupe em montar o tensor das tenses de Maxwell, mas most que a densidad de momento & p=DxB. 1a” te problema foi sugerido por David Thoules, da Universidade de Washington. Conse a Ses 4.43 para o sentido e “energia, neste contexte Capitulo 9 Ondas eletromagnéticas 9.1 Ondas em uma dimensio 9.1.1 A equagio de onda O aue é uma ‘onda’? Nio ereio que eu possa Ihe dar uma resposta totalmente satisfatiia — o conceitoéintrinsecamente sim tanto vago — mis eis urn comego: uma onda € um dstirbio de wn meio continuo que se propaga com una forma fae ein velocidade constante. Tenho imediatamente que acrescentar qualifcadores: na presenga de absorgio, a onda diminui de tamanho & medida que se move; se 0 meio for dspersivo,frequéncias diferentes viajardo a velocidades diferentes em duss ou trés dimensdes, 8 medida que a onda se espalha, sua amplitude diminui; e é claro que ondas estaciondrias nao ce propagam 4s Forma alguma, Mas tudo isso é um refinamento; vamos comecar com um caso simples: forma fina, velovidade constants (Figura 9.1) Como voce representaria matematicamente um objeto assim’ Na figura desenhei a onda em dois momentos diferentes, Milne a tvamente em algum tempo posterior — ead ponto na forma da onde simplesmente move-s part dicta uma quantidade vt, onde v€a velocidade. Talveza onda seja gerada agitando-se uma das pons de uma cordaatendn F{ =.) representa o deslocamento da corda no posto 2, no tempo t. Dada a forma inicial da corda, y(2) = (2,0), qual éa forma subsequent, f(s,t)? Evidentemente, odeslocemento no ponto = tempo posterior ¢ 0 mesmo que odesioc mentg ‘fA esquerda (isto é, em z — vf), de volla no tempo t = 0: Elest) = f(z wf, 0) = gz — v0), 9.1) [Ess expresso captura(mnatematicamente) a esséncia do movimento da onda. Ela nos diz que fungao f( 4), que paderia depender de = © « de uma forma qualquer que fosse, de fato depende deles somente em uma combinagie rite capectal =~, te Quando iso é verdade, a fangao f(z.) representa uma onda de forma fixa que vaja na ditesto ¢ vom velocidade v, Por exemplo, se A eb sio constantes (com as unidades adequadas), bane filet Sol2,t) = Asen|b(2 ~ vt) So todas representagées de ondas (com formas diferentes, é claro), mas Jalz,t) ef Asen(b2)cos(but)® nao si, Figura 9.1 254 Eletrodinamica Por que uma cordaesticada sustenta um movimento de onda? Na realidade iso decorre da segunda lei de Newton. Imagine ‘uma corda muito longa, com tensio 7. Se ela for deslocada do estado de equilibria forga transversal liquida no segmento entre ze 2 + Az (Figura 9.2) serd AF =Tsenb! ~Tsen6, conde 6" & 0 ngulo que a corda forma com a diregao z no ponto 2+ Az, € 6 6 0 Angulo correspondente no ponto z. Desde que a distorgio da corda néo seja muito grande, esses angulos sio pequenos (a figura esté exagerada, é dbvio), e podemos substituir 0 seno pela tangente: PF earl, ) a Sea massa por unidade de comprimento € j, a segunda lei de Newton diz.que of Be _ of as OF arerted -9 =7( , portanto, a a2 (02) ‘onde v (que como logo veremos representa a velocidade de propagagio) é Ir 9.3) 2 (9.3) A Exquacio 9.2 é conhecida como a equagéio de onda (clissiea), porque admite como solugdes todas as fungdes da forma F(2,t) = gz = vt) (4) (ou seja, todas as fungdes que dependem das varidveis < ¢ ¢ na combinagio especial u = 2 ~ vt), acabamos de saber que tais fungdes representam ondas propagando-se na diregio 2 & velocidade v. ois a Equagio 9.4 significa Of dye _ dg Of _ ay “dude du' Ot dudt ‘ FF _ a (dg) _€g du _ dy 822 ~ Bz \du} ~ du? Oz ~~ du?” a(% = Ot \du) ~ Ita0 . fo FF 10F oy aw a2 Par 4 Observe que g(u) pode ser qualquer funcGo (diferenciavel). Se o distirbio se propaga sem alterar sua forma, la satisfaz ‘a equagao de onda. 2 eeAe Capitulo 9 Ondas eletromagnéticas 255 Mas fungdes com a forma (2 ~ vt) ndo sto as nica slusdes, A equaydo de onda envolve 0 quadrado de v, de forma ‘we Podemosgerar uma outa classe de solugées simpesmente alteundo e sna da velocidade: Slt) = A(z + v0) 95) 'Ss0,€ caro, representa uma onda propagando-se no sentido de = ‘negativo,¢ & certamente razoavel (com bases fisicas) Re tals solugdes sejam permitidas. O que étalvez surpreendente ¢ que a solugdo mais geral para a equagao de onda é a soma de uma onda para a direta e de uma onda para a esquerda L(t) = gz ~ vt) + h(z + wt) (96) (Observe que a equagdo de onda ¢ linea: a soma de quaisquer duas solugdes é, em si, uma solugéo.) Tada solugao para a equagio de onda pode ser expressa dessa forma. Como a equasio do oscilador harménico simples, a equasdo de onda € nipresente na fisica, Se algo esta vibrando, a tusstd do oscilador & quase que certamente responsével (pelo menos para ‘pequenas amplitudes), ¢ se algo esté ondulando (scia 0 contexto mecdnico, acistco, ético ou oceanogritico), 4 equago de onda (talvez com alguns enfeites) deve estar implicada Problema 91 Pr dierenciagio explicit, vere sa fangs fs, foe 41 do texto satsfazem a equa de onda, Most que fs fi. ndo a satisfazem, Problema 9.2 Mosie que a onda estacionsria /(, jhsenlls cos( ot) suit a equaso de ond expresses como a soma <= uma onda vajando para aesquerdaeoutra onda viajando para area, (Equagio 9.6), 9.1.2 Ondas senoidais (0) Terminologia De todas as formas possiveis de onda, a senoidal Slat) = Acosih(s ~ vt) +4) (97) £ or um bom motivo) a mais conhecida, A Figura 9.3 mostra essa Fungdo no tempo t = 0. A a amplitude da onda (ela é Peer eanuresenta o deslocamento méximo a partir do estado de equilitrio, © argumento do cosseno & chamado de fase, © 5 € a constante de fase (obviamente vocé pode somar Svalquer miéliplo intro de 2x a5 sem alterarf(2, 2) normalimente Sed glee no interval 0 < 6 < 2x). Observe que em 2 = tt ~ 5/k.a fase é ‘ula chamemos isso de ‘maximo central’ Se 4 = 0,0 maximo central passa pela origem no tempo t= 0; mais Benericamente, 6/k € a distancia pela qual o maximo contac, portato, a onda toda) é“atrasada’. Finalmente, ko numero de onda; ele esté relacionado 20 comprimento de onda \ pela equagio aa 98) Dots quande 2 avanga em 2n/k, 0 cosseno executa um ciclo completo, {\ medida que o tempo pasa, todo o conjunto da onda avanga para aditeta& velocidade v. Em qualquer ponto fixo 2, a onda vibra subindo edescendo, passando por um cielo completsem on eriodo (9.9) Maximo central 4 f&0) wal a, Figura 9.3 256 Eletrodinamica ‘A frequéncia v (niimero de oscilagdes por unidade de tempo) é 1_ kw PT mry (9.10) Para os nossos objetivos, uma unidade mais conveniente éa frequéncia angular w, assim chamada porque no caso andlogo «do movimento circular uniforme representa o niimero de radianos varridos por unidade de tempo: w= 2nv = ku. (9.11) Normalmente é mais elegante escrever as ondas senoidais (Equaco 9.7) em termos de w, do que v: (2,8) = Acos(kz — wt + 5). 9.12) A oscilago senoidal de nimero de onda ke frequéncia (angular) w viajando para a esquerda seria expressa como Fl2t) = Acos (he + wt — 8). 6.13) sinal da constante de fase € escolhido por coeréncia com nossa convengao anterior de que 5/k deveria representar a distincia pela qual uma onda é ‘atrasada’ (jé que a onda agora esté se movendo para a esquerda, um atraso significa uma ‘mudanga para a direita). Em t = 0, a onda se parece com a Figura 9.4. Como 0 cosseno é uma fungao par, podemos também escrever a Equagdo 9.13 assim: I(t) = Acos(—kz ~ wt +8) (0.14) A comparagio com a Equagao 9.12 revela que, de fato, poderiamos simplesmente trocar o sinal de k para produzir uma ‘onda com a mesma amplitude, constante de fase, frequéncia e comprimento de onda, viajando na diregao oposta, (i) Notagio complexa, Diante da formula de Euler, = cos + isend, (9.15) ‘onda senoidal (Equagio 9.12) pode ser escrita f(z,t) = Re[Aet-“445)}, (9.16) onde Re(€) denota a parte real do niimero complexo €. Isso nos convida a introduzir a fungdo de onda complexa Fiz) = Ae #9, (9.17) com a. amplitude complexa A = Ac'* absorvendo a constante de fase. A fungao de onda de fato & a parte real de j: Sle) = Rolfe) (0.18) Se f & conhecida, encontrar f é simples; a vantagem da notago complexa é que exponenciais $30 muito mais féceis de serem manipuladas do que senos e cossenos. JF,0) Maximo central Figura 94 Exemplo 9.1 ‘Suponta que voeé quer combinar duas ondas senoidas: Ja= fit fa=Re(hi) + Rolf) = Relhi + fe Re(fs), Capitulo Ondas eletromagnétices 257 com fs = fi + fa. Voc® simplesmente soma as fungdes de onda complexas correspondentes e depois toma a parte real. Alids, se las tém a mesma frequéncia e nimero de onda, Bax Aye) 4 yet = fiygiteon, As = Ay + Any ou Ase! = Ase! 4 Ane; (9.19) ~identemente, vootsimplesmente soma as amplitudes (complexas). Na onda combinada a frequéncia eo comprinento de onda ‘ontinuam os mesmos, S(2,0) = Aycos(kz ~ wt +63) §xor® ode facilmente encontrar As ed a pats da Equaio 9,19 Problema 9.3), Tent fazer isso sem usar nota complexa — ‘oct va se ver procurando identidades trigonoméricase atolando em dlgebra complicads, (ii) Combinagées lineares de ondas senoidais. Embora a fungo senoidal 9.17 seja um formato de onda muito especial, © fato € que qualquer onda pode ser expressa como uma combinagao linear de ondas senoidais Feb Hi A(ijet=-o9 ap, (9.20) Aa € uma funglo de (Equagio 8.11), permit que kcoress través de valores negaivosafim de incuirondas que se movem em ambos os sentidos.! A formula para A(k), em termos das condigdes iniciais F(2,0)¢ f(2,0), pode ser obtida a partir da teoria de transformadas de Fourier \eja Problema 9.32), mas os detahes nio so relevantes para 0 meu objetivo aqui. O gue importa que qualquer ‘onda pode ser escrta como uma combinagdo linear de ondas senoidaise portanto, se vcd sabe como as ondas seneidaie oe compotam, em principio saberd como qualquer onda se comport, partir de agora vamos limita a nossa tengo pas ondaa senoidais, Problema 9.3 Use a Equagio 9.19 para determinar Ay eds em termos de At, Ap, 54 ey. Problema 9.4 Obtenha a Equasdo 9.20 diretamente da equagio de onda, pela separasio das vardves, 9.1.3 Condicées de contorno: reflexio e transmissaio (Ae agora su que a corde infstamente longa — ou, plo menos, longao bastante pata no termos de nos preocuper com o que acontece a uma onda quando ela chega i sua extremidade. De fato, que acontece depende muito de coms a a 4 resa na extremidae — ou sea, das condigds de contomo espectfias&squais a onda esa seta, Supona por xemplo que a corda es simplesmente amarrada a uma segunda corda. A tensdo T'é a mesma para ambas, mee a meen Por una de comprimento y presumivelmente noe, portato, as velocdades de onda re v3 S30 diferentes (embrese, v= VT 7p). Digamos, por conveniéneia, que o m6 ocorre em 2 = 0. A onda incidente File.) = Aye, (2 <0), (9.21) ‘chegando pela esquerda, faz surgir uma onda refletida Felz.t) = Age", (5 <0), (9.22) ‘que viaja de volta pela corda I (dat o sinal negativo na frente de f,), além de uma onda transmitida fr(z.t} Are", (2 > 0), (9.23) ue continua para a direta na corda 2. ‘Ronda incident fi.) € uma oscilago senoidal que se estende (em principio) desde = = —oo,e que se comporta assim Gesde sempre, O mesmo vale pra fx e fr (exceto que esta tia, & car, estende-se até 2 = +120) Todas s pares dn reese erica gs se io nezatvos ~ comprinerto de onde equa so sempre psivos. Se permtims fmeox de onda negates eaio asequagdes 9.8 9.11 deveriam se eseitas A = 2k wo ho 258 Elorodinamica sistema esto oscilando & mesma frequéncia w (uma frequéncia determinada pela pessoa em z= -90, que esté agitando a corda, para inicio de conversa). No entanto, como as velocidades das ondas sio diferentes nas duas cordas, os comprimentos de onda e miimeros de onda também sao diferentes: (9.24) E claro que esta situagio é bastante artificial — e mais, com ondas incidentes e refletidas de extensdo infinita viajando na mesma corda, ficard dificil para um espectador diferencié-las. Talvez, entiio, vocé prefira considerar uma onda incidente de extensio finita — digamos, 0 pulso mostrado na Figura 9.5. Vocé pode calcular os detalhes por si mesmo, se quiser (Pro- blema 9.5). O problema com esta abordagem € que nenhum pulso finito é verdadeiramente senoidal. As ondas da Figura 9.5 podem parecer fungdes senos, mas no sio: sio pedacinhos de senos unidos em uma fungdo totalmente diferente (a saber, nula). Como quaisquer outras ondas, elas podem ser formadas como combinagées lineares de verdadeiras fungdes senoidais (Equagao 9.20), mas somente juntando-se toda uma gama de frequéncias e comprimentos de onda, Se vocé quiser uma tinica frequéncia incidente (como ir acontecer no caso eletromagnético), teré de deixar suas ondas se estenderem ao infinito. Na pritica, se voc usar um pulso muito longo ¢ com muitas oscilagdes, estard bem perto do ideal de uma frequéncia tnica, Para uma onda senoidal incidente, entio, o distirbio Iiquido da corda é: ; Aye") 4 Ape, paras <0 (2,t) = (9.25) Apellt=—#4), para 2 > 0. Na junglo (z = 0), 0 deslocamento apenas ligeiramente a esquerda (z = 0-) tem de ser igual ao destocamento ligeira- mente & direita (z = 0*), caso contrério haveria uma quebra entre as duas cordas. Matematicamente, f(2,t) & continua em S00 = f00*, 8. (9.26) Seo n6 da emenda em si tiver massa desprezivel, entio a derivada de f também deve ser continua: 9.27) Caso contrério haveria uma forga Iiquida sobre 0 n6 e, portanto, uma acelerago infinita (Figura 9.6). Essas condigaes de contomno aplicam-se diretamente & verdadeira fungao de onda f(z, 1). Mas como a parte imagingria de f difere da parte real somente na substituigao do cosseno pelo seno (Equago 9.15), segue-se que a func de onda complexa f(z,t) obedece as rmesmas regras: (9.28) Quando aplicadas & Equacao 9.25, essas condigdes de contorno determinam as amplitudes de saida (Ay e Ap) em termos «de uma entrada (41) Ar+Ar= Ar, ky(Ar— Ar. i,-(hoh\g a -( 2h); Ar (BB) dr= (PAE) A (9.29) do que segue-se que (2) Pulso incidente (b) Pulsosrefletido e transmitido Figura 9.5 Capituio Ondas eletromagnéticas 259 T T ra |e T ys : 2 (@) Rampa descontnus; (b) Rampa contin, forga na emenda (ou junio) sem frganaemenda (ou jungio) Figura 9.6 (Ou, em termos das velocidades (Equaga0 9.24): (ean); | A Ay, A (9.3¢ = (228) in dr (0.30) As verdadeiras amplitudes ¢ fases, enti, so relacionadas por ie _ (2-1 iby ir Ane (252) ae 1 Are 3) Se segunda corda for mais leve que a primeira (jg < , de forma que v» > v4), as tts ondasterdo 0 mesmo dngulo de fase (bn = br = d1),e as amplitudes de safda serio (9.32) Se a segunda corda for mais pesada que a primeira (v2 < v, 61). Em outras palavras, como ‘onda refletida fica fora de fase por 180° (dp + 1 = bp. cos (—ky2 — wt +6) — m) = 08 (—kyz — wt +3)), ‘onda refletida ica “de cabega para baixo’. As amplitudes nesse caso so ey 4 Are A a (S52) ees 2vy =) Ay (9.33) Frriculamente, sea segunda cords tiver massa njintamente grande —ou 0 ue ino mesmo, sa primera coda estver simplesmente pregada na ponta —entiio An= A; © Ar =O. Naturalmente, nesse caso, nao hé onda transmitida — toda ela reflete de volta, Problema 9.§Suponha que vc emia uma ona de formato especie g1(= ~ vs, por uma cord de nieo 1. xo faz surgir qimonda refed ha(z-+ e10)uma onda transmit, gr — yt) Inpondo as condgies de contomno9.26¢9.21 neg hn cor. Problema 9.6 (0 Farle um condo de contomoadequaa para subsiuira Equago 9.27, par oeaso de ds cordas sb eno ‘unidas por "um n6 (emenda) de massa m, (6) Enconte a amplitude ea fase das ondas transmit e refletida para 0 caso onde 0 n6 fem massa m ea segunda corda nio tem massa, Problema 9.7 Suponha que cord 2 est’ mergulhada em meio vscos (como melago por exemplo), 0 qual impde uma forga de arraste que ¢ proporcional & sua velocidade (transversal): of, AFimse = 72a, (2) Deduza a equagio de onda modificada que descreve 0 movimento da corda, 260 Eletrodinémica (b) Resta eta equ, asumindo que a coda oxi reqs incident Ou sea, poet solutes na forma (yt) = ec" Plz), (©) Mosse ue as ona so tenuadas (ou ses amplitude Gmina com o aumento de). Enon dstinca de peevagao caracterisca na qua a amplitude 1 do seu valor orginal em em de, Tyo () Se uma onda de amplitude Ay, fase 61 = 0 efrequéncia w incide a partir da esquerda (corda 1), encontre a amplitude e a fase da ‘onda refletida, 9.14 Polarizagio As ondas que viajam por uma corda quando voee a agita so chamadas de transversais, porque o deslocamento é perpen- dicular & diregdo de propagagao, Se a corda for razoavelmente elistica, € possivel também estimular ondas de compressa, dando pequenos puxdes na corda, Ondas de compressio sio dificeis de se ver em uma corda, mas se voc@ tentar com uma ‘mola maluca, elas slo bastante perceptiveis (Figura 9.7), Essas ondas sio chamadas de longitudinais, porque 0 deslocamento 4 partir do estado de equilibrio ocorre ao longo da direglo de propagaeii. As ondas sonoras, que nada mais sio do que ondas de compressio no ar, so longitudinais; as ondas eletromagnéticas, como veremos, sio transversais, Ora, existem, ¢ claro, duas dimensGes perpendiculares a qualquer linha de propagacdo dada. Da mesma forma, as ondas transversas ocorrem em dois estados diferentes de polarizagio: vocé pode agitar a corda para cima e para baixo (polarizagio ‘vertical’ — Figura 9.8a), E,(2,t) = Aelts-#9 g, (9.34) dda esquerda para a dieita (polarizagZo ‘horizontal’ — Figura 9.86), Eula,t) = delmu g, (9.35) ‘ou ao longo de qualquer outradirego do plano ay (Figura 9.8): F(2,1) = del a. (9.36) O vetor de polarizacio ii define o plano de vibragdo.? Como as ondas sio transversais, i perpendicular diregio de Propagagio: 2 =O. 37) 0.0 8 OMI) 029 2 ONNROMNN 0.0.00 OO Figura 9.7 AY wy: L by z y ” (@) Polarizagao vertical (b) Polarizagdo horizontal (6) Vetor de potarizagao Figura 98 2 Obseve gue vot sempre pode tocar o sal de, desde que simutancamenteavane a constante de fase em 180°, que ambes as operates moan ‘sial da onda, Capitulo 8 Ondas cletomagnéticas 261 Em termos do angulo de potarizacao 8, A= cos + sendy. (9.38) Assim, a onda ilustrada na Figura 9.8¢ pode ser considerada uma superposigio de duas ondas — uma polatizada horizon- talmente ¢ a outra verticalmente: F(z, t) = (AcosB)et™*#9 & 4 (Asen delle (9.39) Problema 9.8 A Equago 9.36 descreve a onda em uma conda linearmente polarizada mais generalizada. Polarizasdo Tinea (ou “blana) (assim chamada porque o deslocamento € paalelo a um vetor fxo i) resulta da combinagio de ondsshorizontlmente ¢ ertcalmentepolarizada, de mesma fase (Equagio 9.39). Se os dois components sfo de mesma amplitude, mas fra de fase por 90° (digamos, 5. = 0, 64 = 90°), o resultado & uma onda circularmente polarizada, Nesse caso: {@) Em um ponto fixo 2, mostre que uma corda se move em iteulo em torno do eixo 2. Seu movimento é no sentido horério ov Aant-hordrio quando voe® olka a0 longo do eixo em dirego &origem? Como voe8 cratia uma onda que citculasse no outro sentido? (Em sia, caso hori &chamado de polarizacéo circular direta, ant-horiio, de polarizagio circular i esquerda,) (b) Desenhe a corda no tempo (©) Como voee agitaria a corda a fim de produzir uma onda circularmente polarizada? 9.2 Ondas eletromagnéticas no vacuo 9.2.1 A equacio de onda para Ee B Em regides do espago onde nao hé carga ou corrente, as equages de Maxwell dizem que aB ) V-E=0, (ii) VxE=-% op (9.40) i) V-B=0, (iv) Vx B= pose Ets consituem um conjunto de equages diferencias parciaisacopladas, de primeira ordem para Ee B. Elis posem ser Aesacopladas aplicando-se o rotacional a (ii) e ivy Vx(VxE) =V(V-E)— Vx(VxB) =V(V-B)-WB-=Vx (005) a BR = hotog (VY x BE) = Hoo ar Ou, como V-E=0eV-B= VE = juoeo 41) Nos agora temos equagées separadas para K ¢ B, mas elas sto de segunda ordem; esse 6 o prego que voce aga por esacoplé-as No vacuo, entio, cada componente cartesiano de B e B satisfaz a equagio de onda tridimensional, Ley 262 Eltrodinamica {isto € 0 mesmo que a Equagio 9.2, exceto que 2/02? & substituido por sua generalizagio natural, V2.) Portanto, as equagdes de Maxwell sugerem que o espago vazio comporta a propagagao de ondas eletromagnéticas viajando a uma velocidad 1 v 3,00 x 108 m/s, (9.42) vor © que é precisamente a velocidade da luz, c. A implicagio é estarrecedor talvez a luz seja uma onda eletromagnética.’ E claro que essa conclusio nio surpreende ninguém hoje em dia, mas imagine que descoberta isso foi na época de Maxwell! Lembre-se de como ¢oe j4pentraram na teoria no infcio: eram constantes na leis de Coulomb e Biot-Savart, respectivamente Elas sio medidas em experimentos que incluem bolas de cortiga carregadas, baterias efios — experimentos que nada tém a ver com luz. E no entanto, segundo a teoria de Maxwell, pode-se calcular ¢ a partir desses dois nimeros. Observe 0 papel crucial da contribuigdo de Maxwell & lei de Ampére (j1g¢99E/2t); sem ela, a equagio de onda no surgiria e nfo haveria {cori eletromagnética da luz 9.2.2. Ondas planas monocromiticas Pelos motivos discutidos na Segao 9.1.2, podemos restringir nossa atengio as ondas senoidais de frequéncia w. Como frequéncias diferentes no espectro visivel correspondem a cores diferentes, tais ondas so chamadas de monocrométicas (Tabela 9.1). Suponha, além disso, que as ondas estao viajando na dirego 2 e que nfo tém qualquer dependéncia com z ou yyselas sto chamadas de ondas planas,* porque os campos so uniformes sobre todos os planos perpendiculares a diregdo de ropagagdo (Figura 9.9), Estamos interessados, entdo, em campos com a forma Bye, Bis.) = Bye, 0.43) ‘onde Eo ¢ By sio as amplitudes (complexas) (0s campos fisicos, é claro, so as partes reais de Be B). Ora, as equagdes de onda para Ke B (Equagdo 9.41) foram deduzidas das equagies de Maxwell. No entanto, enquanto todas as solugdes para as equagties de Maxwell (no espago vazio) tém de obedecer & equagtio de onda, o inverso no é verdade; as equagies de Maxwell impdem restriges extras sobre Ey e Bp, Particularmente, como V + E = 0 ¢ V - B= 0, segue-se° que Bo): (Bo). (9.44) Ou seja, as ondas eletromagnéticas so transversais; 0s campos elétrico € magnético sao perpendiculares A dirego de propagagio. Além disso, a Lei de Faraday, V x B = —0B/2t, estabelece uma relagio entre as amplitudes elétrica e ‘magnética, a saber: —K(Eo)y = (Bo)s, b{Eo)x = (Bo)y, (9.45) ‘0, de forma mais compacta = kno Bo = 5 (@ x Bo). (9.46) Evidentemente, Ee B estio emt fase ¢ sto mutuamente perpendiculares; suas amplitudes (reais) relacionam-se por By= En, Ley (9.47) A quarta equago de Maxwell, V x B = jio¢o(0E/04), ndo resulta em uma condigio independente; ela simplesmente reproduz a Equagio 9.45. 5 Como oppo Maxwell se, Diente poderos evita inferEcia de que az conse de onde ransversas do mesmo meio que € a casa os fenimenos cltrios e magnéticos. Veja Ivan Tolstoy, Janes Clerk Manvel, Biography (Chicago: University af Chicago Press, 1983), + Parsumadscussi sobre nda exérias, est ne, ea JR Rei, FJ Mire RW, Chity, Foundation of Eectromagneic Theory, 32, e590 17-5 Reang, MA: Addison-Wesley, 1979) Ou resolvao Problema 9.3, € claro que em regis pequentsosuliciente qualquer onda esenealinente plana, desde que 0 comprimento de onda seja muito menor do que o rao de curvatura da frente ds onda 5. Como apart eal de difere da pate imaginira somente na substi do seo plo cossen, seo pimeirochedacer i equies de Maxwell 0 ‘mesmo ocorterd com o segundo e, portant, tambin obedece, Capitulo 9 Ondas eletromagnéticas 263 Tabela 9.1 Espectro eletromagnético Frequéncia (Hz) Tipo Comprimento de onda (i) 108 10-8 10% raios gama 1o-? 10 io 10 10" 108 raios x 10-8 107 10-8 10° ultravioleta 10-7 i's visivel 10-8 10 infravermelho 10-8 108 10-¢ 10 10- 10! 10-? 10" rmicro-ondas 10 10° 1 108 1V.FM 10 10° 10? 10° AM 108 10° Jot 10% RF 108 10° 108 Espectro visivel Frequéncia (Hz) Cor ‘Comprimento de onda (m) 1,0 x 10% ultravioleta préximo 3,0 x 10-7 7,5x 104 azul mais curto visivel 4,0 x 10-7 65x10" azul 4,6 x 10-7 5.6.x 10" verde 5,4 x 10" 5,1 x 10! amarelo 59x 10-7 49x 10! Taranja 6,1 x 10-7 3,9 10! vermelho mais longo visivel_ 7,6 x 10-7 3,0x 10 infravermelho préximo 1,0 x 10-8 Exemplo 9.2 ‘Se Eaponta na diego 2, entio B aponta na diego y (Equacao 9.46): Bist) = Bre 8, Bat) = LBjerton, 264 Eletrodinamica ‘ou (fomando a parte real) Bl2,t) = Bycos(ks cot +5)%, Blsyt} Treats —u 9 oxy Este €o paradigma para uma onda plana monocromtica (veja a Figura 9.10). A onda, como um todo, é dita polaizada na diregto x (por convengio, usamos a diregdo de E para especificar a polarizagao de uma onda eletromagnética). Figura 9.10 Nio hi nada especial na diregdo = é claro — podemos facilmente generalizar para ondas monocromaticas viajando em uma diregdo arbitréria, A notagao € facilitada pela introducio do vetor de propagaciio (ou de onda), k, que aponta na ditegao da propagagioe cuja magnitude é 0 néimero de onda k. O produto escatar ker € a generalizagao apropriada para k (Figura 9.1), portanto, Eej= Keka, (9.49) Ber,t) Lael sa x A) onde 8&0 vetor de polarizagdo. Como E é transversal, ak=0) (9.50) (A transversalidade de B decorre automaticamente da Equagio 9.49.) Os verdadeiros (reais) campos magnéticos de uma onda plana monocromética com vetor de propagagao k e polarizagao f sao E(r,t) = Eyeos(k-r—wt +5), 9.51) Bor. Eiycos(ke rt +8) A) (9532) Figura 9.11 Problema 9.9 Escreva os campos elétrico e magnético (reais) para uma onda plana monocromitica Kp, de frequéncia w, e angulo de fase zero que estejam (a) viajando no sentido de + negativo e polarizados na diego 2; (b) viajando a partir da origem para o ponto (1,1, ),.com polatizagdo paralela ao plano x2. Em cada caso, desenhe a onda e dé os componentes catesianos explicitos de ke fi Capitulo 9 Ondas elatomagneticas 265 9.2.3 Energia e momento em ondas eletromagnéticas Segundo a Equago 8.13, energia por unidade de volume armazenada nos campos eletromagnéticos é =} (oe + a) 053) ‘No caso de uma onda plana monocromética (Equago 9.48) * = neo8*, (9.54) de forma que as contribuides elétrica e magnética sdo iguais: = eq E? = eB} cos? (kz ~ wt + 6). (9.55) A medida que a onda viaja, leva essa energia consigo. A densidade de fluxo de energia (energia por unidade de area, por unidade de tempo) transportada pelos campos é dada pelo vetor de Poynting (Equacio 8.10) muy Ho S=—(ExB). (9.56) Para as ondas planas monocromiticas propagando-se na diregio =, S = ceqEG cos (kz — wt + 6) % = cud. (9.57) Observe que S € a densidade de energia (u) multiplicada pela velocidade das ondas (c%) — como deveria ser. Pois em ‘um tempo Af, um comprimento ¢ At passa pela drea A (Figura 9.12), transportando consigo uma energia uAc At. Portanto, a energia por unidade de tempo, por unidade de area, € uc Os campos eletromagnéticos nao s6 transportam energia, como também momento. De fato, constatamos na Equacio 8,30 que a densidade de momento armazenada nos campos & (9.58) Para as ondas planas monocromiticas, entlo, p= dab} cos? (ke — wt + 6) (9.59) No caso da luz, 0 comprimento de onda é to pequeno (~ 5 x 10-7 m) e 0 periodo tio curto (~ 10 5), que qualquer medida macrose6pica id abranger varios ciclos. Tipicamente, portant nlo estamos interessados no termo instvel de cosseno ‘20 quadrado das densidades de momento ¢ energia; quetemos apenas o valor médio. Ora, a média do cosseno ao quadrado sobre um ciclo completo® é 3, portanto, L {u) = 56088, (9.60) Figura 9.12 Hi om rue imetigete para fave sso de cabegs: sen? 8 + cox? 8 = 1, sobre um ciclo completo a mind sen? # gu & media de os? portant (sen®) = (cos?) = 1/2. Mais formalmene, 4 Postin-marsiaeve 266 Eletrodinamica (S) = sceoh? a, (9.61) 1 2 — () = 5 e052. (9.62) 2 Uso colehetes, (), para denotar a média (temporal) de um ciclo completo (ou vérios ciclos, se preterit). A poténcia média por unidade de drea transportada por uma onda eletromagnética €chamada de intensidade: I 1 oR? (9) = 5eeoE (9.63) Quando a tu incide sobre um meio absorvedor perfeito, ea transmite seu momento & superficie. Em um tempo At a transferéncia de momento € (Figura 9.12) Ap = (jo) Ac At, de forma que a pressio de radiagao (forga média por unidade de direa) & 1 sete age 2° (Em um refletor perfeito a pressio € o dobro porque o momento troca de sentido em vez de ser simplesmente absorvido.) Podemos explicar qualitativamente essa press, como se segue: 0 campo elétrico (Equagio 9.48) desloca cargas na direciio -r,€ 0 campo magnético entdo exerce sobre elas uma forga (g7 x B) na dirego z. A forga liquida sobre todas as cargas na superficie produz a pressio. (9.64) Problema 9.10 A intensidade da luz do Sol ao atingir a Terra € de aproximadamente 1.300 W/m®. Se a luz do Sol atingir um absorvedor perfeito, que pressdo ir exereer? E sobre um refletorperfeito? A que fragio da pressio atmosférica isso equivale? Problema 9.11 Em notagdo complexa hi um dispositive engenhoso para descobrir a média temporal de um produto. Supona que f(r,t) = Acos (kr —wt +5.) € g(t,t) = Boos (kr — wt + dy). Mostre que (fg) = (1/2)Re( fg"), onde o asterisco denota © conjugado complexo, (Observe que isto 86 funciona se as duas ondastverem os mesmos ke w, thas to precisa ter a mesma amplitude ou fae. Por exemplo, Relof- B+ 1B-B) e (8) = 5! Re B') 4 Ha 2u0 Problema 9.12 Encontre todos os elementos do tensor das tenses das Maxwell para ma onda plana monoeromstica vigjand na diregio = e Tinearmente potarizada na diregio x (Equagao 9.48). A sua resposta faz sentido? (Lembre-se de que —'T representa a densidade de fuxo de momento.) Como a densdade de fuxo de momento se relaciona com a densidae de energia neste e350? 9.3 Ondas eletromagnéticas na matéria 9.3.1 Propagagio em meio linear rga livre ou corrente live, as equagGes de Maxwell tornam-se Dentro da matéria, mas em regiées onde no hi (@) V-D=0, (ii) VxE & (9.65) (iil) V-B=0, (iv) vxu-2 Se o meio é linear, 1 p-«, n=! (9.66) () VeE=0, fi) VxB=— 3, (9.67) ) ) ee (i) V-B=0, (iv) Vx Bape", Capitulo Ondas eletromagnéticas 267 ue (extraordinariamente) diferem das anslogas para 0 véacuo (Equagdo 9.40) somente na substituigo de paycy por ye.” Evi- dentemente, as ondas eletromagnéticas propagam-se através de um meio homogéneo e linear a uma velocidade lie Gn ne fe (9.69) eon €0 indice de refragio do material. Para a maior parte dos materiais,y € muito préximo de jin, de forma que n® Va, (9.70) onde ¢, 6 a constante dielétrica (Equagio 4.34). Como e, & quase sempre maior que 1, a luz viaja mais lentamente através da matéria — um fato bem conhecido da 6tica. ‘Todos os nossos resultados anteriores se aplicam com a simples transcrigGo ¢y ~» ¢, po > jee, portanto, ¢ + v (vejao Problema 8.15). A densidade de energia é* (9.68) onde vay (rete), 71) 0 vetor de Poynting é (ExB) (9.72) » Para ondas planas monocromiticas, a frequéncia e o mimero de onda estio relacionados aw = kv (Equagio 9.11), a amplitude de B é 1/v multiplicado pela amplitude de E (Equaglo 9.47), e a intensidade I peut (073) A pergunta interessante é esta: 0 que acontece quando & onda passa de um meio transparente para outro — do ar para a ‘gua, digamos, ou do vidro para o pléstico? Como no caso das ondas em uma cotda, esperamos obter uma onda refletida e uma onda transmitida. Os detalhes dependem da natureza exata das condigdes de contorno da eletrodinamica que deduzimos ‘no Capitulo 7 (Equagao 7.64): (@) aE} =e8}, (ii) Ef = Bl, (9.74) Lote i) BL = Bi, (iv) +B] = pl ) Br= BE, Uw) Bl = Bl Essas equagdes relacionam os campos elétricos e magnéticos logo i esquerda e logo a direita da interface entre dois meios lineares. Nas pr6ximas seges vamos usé-las para deduzir as leis que regem a reflexdo e a refrago das ondas. cletromagnéticas. 9.3.2 Reflexio e transmissio para incidéncia normal Suponha que plano sy forma o contomno entre dois meios lineares. Uma onda plan de frequénciaw, viajando na diresao += € polarizada na direglo x aproxima-se da interface a partir da esquerda (Figura 9.13): Ey (2,t) = Boch 3, (9.75) By(2,1) Ela produz uma onda refletida . . En(2,t) = Boge #8 x, « (9.76) Balz,t) 2 pype-he-wn 7 Ess obserogin¢matemutcamente bastante vl, mas inplicages isis so suprendetes:& medida que a onda raves os campos avamente Doarizam manetizr todas as moléuls € os dipols (osilantes) resultant, cram seus prprios campos eléticose magneticos, Estes combiner ac ‘om os campos origins deta forma que se cra uma ica onda com a mesma frequéneia, mas velocdade diferente. Essa conpirdo extonicina ‘sponivel plo enimeno de transparénea. uma consquéncadsintamente rao ivi ds iearidade domo. Para una Shea complemen, ‘ja M.B. James DJ. Grits, Am, J.P. 309 (1992), 8. Conse aSegio 44.3 para o sgnicad preciso de ‘densidade de engi’ no contest de mis nears 268 Eletrodindmica Figura 9.13 ‘que viaja de volta para a esquerda no meio (1), € uma onda transmitida Eip(2,t) = Bppetl*-0 g, (9.77) Br(z,t) = 2 By ellhne—2t Br(z.t) were y, que continua para a direita no meio (2). Observe o sinal negativo em Bp, como requer a Equagao 9.49 — ou, se vocé preferir, pelo fato de que o vetor de Poynting aponta na ditegio de propagacio. . Em z = 0, 0s campos combinados na esquerda, Ey + Ex € By + Bp, devem juntar-se aos campos na dircita, By e Br, de acordo com as condigdes de contorno 9.74, Nesse caso no hd componentes perpendiculares a superficie, de forma que (i) e (i) sio trivia. No entanto, (it) requer que 1 + Bog = Bors (9.78) enquanto (iv) diz. que (9.79) ou (9.80) onde, ahh (081) Hat yam As equagdes 9.78 9.80 sio facilmente resolvidas para as amplitudes de safda, em termos da amplitude incidente: Be, = (128) a, By Vis, (0.82) aera - hs Tra) Be ) Esses resultados sio visivelmente semelhantes aos de ondas em uma corda. De fato, se as permissividades ps forem tao préximas dos seus valores no vacuo (como, lembre-se, elas sdo para a maior parte dos meios), entdo /? = v/v, ¢ temos a (woe é va) i Boy (2 *) Bay Es, =(2)a (9.83) mth que sio idénticas &s Equagdes 9.30. Nesse caso, como antes, a onda refletida esté em fase (virado para cima) se vp > v1 € ora de fase (de cabega para baixo) se v2 < vi; a8 amplitudes reais relacionam-se por A _ (202 Fon, Bop = (Za) (9.84) ‘ou, em termos de indices de refragao, (9.85) Capituio9 Ondas eletomagnéticas 269 Imédia por unidade de rea) é Se (novamente) 11 = ja = jo, entio a relagdo entre a intensidade refletida ea intensidade incidente é In _ (Eog\? _ (ms ~m\? f Fo (@ mm)" Ce) enquanto a relacio entre a intensidade transmitida e a intensidade incidente é 2 dmng ) rtm a £10 chamado coefciente de reflexao eT é0 coeficiente de transmissao; cles medem a fagdo da energia incidente que ¢ refletida e transmitida,respectivamente, Observe que R+T=1, (9.88) Beno Oe ao de energia € claro, requt. Por exemplo, quando a luz passa doar (m, = 1) para o video (ny = 1,5), R= 0,04e T= 0,96. Nao surpreende que a maior parte da luz sejatransmitida, Problema 13 Calcul os cocfcenes exats de refexio de tansmisi, sem assur que jr = po po, Conime que R+T = 1 Problema 9-14 Ao screver as Equaies 9.7 9.77, assum tacitament ue as ondes refed transmis tim a mesma polavi- 2arto da ond incidente— ao longo da diego. Prove que isso fm de ser asim, [Dica: dete que os vetoes de polarizacto das ‘ondas tansmitida e refletia sejam Br = cosbr& + senOr gy, fin =cosbeX+senOnd, prove a partir das condiges de contomno que Or = On = 0.) 9.3.3 Reflexio e transmissio para incidéncia obliqua, Ne sepio anterior abordei a reflexzo ea transmissio para incidéncia normal — ou seja, quando a onda que chega atinge & interface de frente. Agora vamos aborda o caso mais geral de incidncia obliqua, no qual 2 onda que chega encontra o contorno a um Angulo arbitrério #) (Figura 9.14). E claro que a incidéncia normal ¢ ‘apenas um caso especial da incidéncia Ghligva, com ér = 0, mas quis tai-los separadamente como uma espécie de aquecimento porgue a Algebra agora vai ficar ‘um pouco complicade Suponba, entio, que uma onda plana monocromatica Ex(t,t) = Boje, By(e,t) = At xEy) (9.89) Figura 9.14 210 Eletrodinarica aproxima-se vindo da esquerda fazendo surgir uma onda tefletida Ep(r,t) =Bo,e"**"" “9, Balr,t) = —(ke x Er), (9.90) uma onda transmitida Ex(r,t) =Bo,e™-, Bp(r,t) = +(e x Br). 1) ® [As trés ondas tém a mesma frequéncia wo — que é determinada definitivamente na origem (a lanterna ou seja Id 0 que for que produza o raio incidente). Os trés mimeros de onda sfo relacionados pela Equagio 9.11 Mp = Ep (9.92) uy Me kyo = rey = kre =, on ky = ke = ‘Os campos combinados no meio (1), By + Ex e By + Bg, devem agora ser unidos aos campos Ey e Br no meio (2), usando-se as condigGes de contorno 9.74. Todos eles partilham da estrutura genética (pelltre-o0d 4 ( jltlnerot) = ( jeilkr eo) om 2 <0, 093) Preencherei os parénteses dentro de instantes; por enquanto, o importante é observar que a dependéncia em sr, ye t esti cconfinada aos expoentes. Como as condigdes de contorno tém de ser validas para todos os pontos do plano e em todos os tempos, esses fatores exponenciais tém de ser iguais (quando z = 0). Caso contrério, uma leve mudanga em 1, por exemplo, destruiria a igualdade (Veja o Problema 9.15). E claro que os fatores de tempo ja sto iguais (inclusive voc® pode considerar isso uma confirmagio independente de que as frequénciastransmitida e refletida tém de combinar com a frequéncia incidente) Quanto aos termos espaciais, evidentemente ky-rkp-r=kr-r, quando z=0, (9.94) ou, mais explicitamente, (ki )e + y(hi)y = (kee + vkn)y = kr) + ykr) ys (9.95) para todo xe todo y. Mas a Equagio 9.95 sé € valida se os componentes forem separadamente iguais, pois se « = 0, teremos (ily = Cady = (Rr dyy (9.96) enquanto y = O resulta em (k1)e = (ka)e = (br) (9.97) Podemos muito bem orientar nossos eixos de forma que ky esteja no plano x2 (isto & (K7)y = 0); conforme a Equa: ‘540 9.96, 0 mesmo vale para ky € kr. Concluséo: Primeira lez os vetores de ondas incidente, refletda e transmitida formam um plano (chamado plano dei déncia), que também inclui a normal & superficie aqui oeixo =). Enguanto isso, a Equagdo 9.97 implica que kysend; = kesenOe = kr sen Or, (9.98) onde 6) € 0 ngulo de incidéncia, 0 & 0 Angulo de reflexdo e 6 Angulo de transmissao, mais conhecido como fngulo de refracdio, todos eles medidos com relagao & normal (Figura 9.14). Diante da Equacao 9.92, entio, junda lei: 0 Angulo de incidéncia é igual a0 angulo de reflexdo, 41 = Or. (9.99) Esta € lel da reflexdo. Quanto ao angulo de transmissaio, ‘Tercera lei = wend; (9.100) Esta éa lei da refragio, ou lei de Snell Capitulo 9 Ondas eletromagneticas 271 Estas sio as tres leis fundamentais da ética geométrica, E extraordindtio de quiio pouca eletradindmica de fato as compoe: ainda temos de abordar as condigdes de contorno especificas — usamos apenas a sua forma genérica (Equagao 9.93). Portanto, ‘quaisquer outras ondas (ondas na gua, por exemplo, ou ondas sonoras) devem obedecer as mésmas leis “Sticas” quando passam de um meio para outro, ‘Agora que cuidamos dos fatores exponenciais— eles se cancelam, dada a Equagao 9.94 —as condigdes de contomno 9.74 tomam-se: eae 2 (8) e.(Bo, + Bon): = €2(Eor): (ii) (Bo, + Bog): = (Bors i) (Bo, + Bay)ey = Borden ern ipo = (iv) Bu + Borde (Bor)ey a im ‘onde By = (1/u)k x Eo em cada caso, (As tiltimas duas representam pares de equagdes, uma para 0 componente x ¢ outra para 0 componente y.) ‘Suponha que a polarizagdo da onda incidente seja paralela ao plano de incidéncia (0 plano zz da Figura 9.15); segue-se (vejao Problema 9.14) que as ondas reffeida e transmitida sao também polarizadas nesse plano. (Vou deixar que vocé mesmo analise 0 caso da polarizagio perpendicular ao plano de incidéncia; veja o Problema 9.16.) Entio (i) fica assim €:(—Ep, sen Oy + Eo, Sen OR) = €2(—Ky, sen Or); 0.102) (Gi) nada acrescenta (0 = 0), jd que os campos magnéticos no tém componentes 2: (ii) torna-se Ey, 086; + Ep, co80n = Eo, cosOr; (9.103) e (iv) diz que lL. —| (9.104) wer < y Dadlas as leis de reflexio e refrago, as equagdes 9.102 ¢ 9.104 se reduzem a Bo, ~ Bon = BE oy (9.105) ‘onde (como antes) ae oe, (9.106) fav yam ea Equagio 9.103 diz que 8 - By, + Bop = 8b, (9.107) onde e cosy as ©0881" (9.108) Figura 9.15, 272 Eletrodinarica Resolvendo as equagdes 9.105 e 9.107 para as amplitudes refletida e transmitida obtemos (4) By, (9.109) Essas equagies so conhecidas como equagdes de Fresnel, para 0 caso de polarizagio no plano de incidéncia, (Ha duas, coutras equagdes de Fresnel que dio as amplitudes refletida e transmitida quando a polatizacdo € perpendicular a0 plano de incidéncia — veja 0 Problema 9.16.) Observe que a onda transmitida esta sempre em fase com a onda incidente; a onda refletida esté ou em fase (‘virada para cima’), se «> 3, ou 180° fora de fase (‘de cabega para baixo'), sea < 8 ‘A amplitude das ondas transmitida e refletida depende do angulo de incidéncia, porque a € uma fungio de 8): /T= [inn Fn) sen OD cos No caso de incidéncia normal (8; = 0), 0 = 1, € reencontramosa Equacio 9.82. No caso de incidéncia rasan (8 ‘a diverge e a onda ¢ totalmente refletida (um fato que € dotorosamente conhecido por qualquer um que jf tenha dir noite em uma estrada mothada). Curiosamente, existe um Angulo intermediario, 8 (chamado fingulo de Brewster), no qual a onda refletida se extingue completamente." Segundo a Equagao 9,109, isso ocorre quando a = 3, ou a? 1-8? seu? 60 = olny Para 0 caso tipico ry & ja, entio § = no/m, sen? Oy © 5°/(1 + A), €, portanto, o@ tetas = (9.112) ‘A Figura 9.16 mostra 0 grifico das amplitudes transmitida e refltida, como fungdes de 41, para luz incidente em vidro (nz = 1,5) partir do ar (my = 1). (No gréfico, um niimeto negativo indica que a onda estd 180° fora de fase com o raio incidente — a amplitude em si € 0 valor absoluto.) ‘A poténcia por unidade de Srea que atinge a interface é S -#, Portanto, aintensidade incidente é 1 In = saniBh, 00861 0.113) enquanto as intensidades refletida e ransmitida sto 1 2 1 2 I= jeer}, cose © Ir = yext2B, caste. @.114) 10) os 06 oa 02 00 02 04 Figura 9.16 57 Bxisc uma ambiguidade ineviivel na fase da onda refletida, jé que (como mencionei na nots de rodapé 2) madaro sinal do vetr de poarizagio € suivante a uma mudanga de fase de 150°. A convengio que adosina Fgura 9.15, com Eye psiivo ‘para cima’, €eoerente com alguns, mas no ‘com todos 08 tetas pr em tea 10. Como as ondas plaizadas perpendicularmente so plano de incidénciandoexibem supresso comespondrte do componente refetid, um ao aritriio incidente no angola de Brewster gera un rao eletido que € rotabmentepolarizado paraelamente a erface, E por isso que os vidos Polaroid, com co de transmins vertical, ajudam aredair ilo de uma superficie horizontal Capitulo 9 Ondas eletomagnéticas — 273 (Os cossenos esto af porque estou falando sobre a poténcia média por unidade de drea da interface, ea interface esta em ‘ingulo com a frente da onda.) Os coeficientes de relexto e transmissio para ondas polarizadas paralelamente ao plano de incidéncia sio > ® Ir _ (Fox\’ _ (2-8 Tr (2) = (33) , (9.115) (9.116) Eles estdo tragados como fungdes do angulo de incidéncia na Figura 9.17 (para a interface ar/vidro). R é a fragio da energia incidente gue é refletida — naturalmente ela tende a zero no angulo de Brewster; Téa fragio transmitida — ela tende a Lem Op. Observe que R-+T = 1, como requer a conservacio de energia: a energia por unidade de tempo que chega a uma determinada porglo da drea da superficie ¢ igual a energia por unidade de tempo que deixa essa porcio de drea, 10 ost | 06 oa R Oy 02 00 % lo® 20° 30° 40° 50° 60° 70° 80° 90° ——— Problema 9.15 Suponha que Ae"** + Bet = Cle, para algumas constants nao nulas A, B,C. a,b,c, pata todo. Prove que a eAPB=C. Problema 9.16 Analiseo caso de polatizagio perpendicular a0 plano de incidéncia (isto €, campos elétricos na diregao ys na Figura 9.15). Imponha as condigdes de contomo 9.101, e obtenha as equagées de Fresnel para Bo, ¢ Epp. Desenhe (Eo. / Eby) © (Bop /,) convo funges de 8, para 0 c380 8 = n/m, = 1,5. (Observe que part esse a onda refetida esti sempre 180° fora de fase) Mosie que ndo hi ngulo de Brewster para qualquer m; € na: Bo,, nunca & nulo (& menos, € caro, que m= ns 111 = ja, pois nesse cas os ois meio so oticamenteindistinguveis). Confirm que as suas equaies de Fresnel se reduzem is formas apropriadas para incid@ncia normal, Caleule os eoefcients de reflexioe transmisso ¢ certfique-se de que sua soma¢ Problema 9.17 0 indice de refraso do diamante € 2.42. Construa um grifico anélogo ao da Figura 9.16 pata a interface adamant (Assuma que sai = f12 = Ho.) Sobretudo, calcue (a) as amplitudes para incidéncia normal, (b)o Angulo de Brewster e () 0 éngulo “onde as curvas se eruzam’, no qual as amplitudes refletida e transmitida so igus. 9.4 Absorgao e dispersio 9.4.1 Ondas eletromagnéticas em condutores Na Segiio 9.3 estipulei que a densidade da carga livre p:€ a densidade de corrente livre J; sio nulas e tudo 0 que se seguity {oi baseado nesse pressuposto, Tal restrigdo & perfeitamente razodvel quando voc® estd falando sobre propagacdo de ondas no vcuo ou através de materiaisisolantes tais como vidro ou égua (pura). Mas no caso dos condutores, no controlamos independentemente o fluxo de carga e, em geral, Jy certamente ndo € nula, De fato, segundo a lei de Ohm, a densidade de corrente (livre) em um condutor € proporcional ao campo elétrico: Ji=oE, @.117) 274 Eletodindmica Com isso, as equagdes de Maxwell para os meios lineares assumem a forma oB @V-E (ii) VxB=-, (9.118) (i) V-B=0, (iv) Vx B= 0B tye ‘Agora, equago de continuidade para carga livre, an Veui=-Fh 6.119) Juniamente com as lei de Ohm e de Gauss (i) resulta em. ou ot para um meio linear homogéneo, do que segue que put) =e !7/% (0). (9.120) Assim, qualquer densidade de carga livre inicial (0) dissipa-se em um tempo caracteristico r = e/a. Isso effete o fato familiar de que se voc’ colocar alguma carga livre em um condutor, ela fluiré para as beiradas. A constante de tempo 7 permite uma medida de qudo “bom’ um condutoré: para um condutor ‘perfeito’ o = co and r = 0; para um ‘bom’ condutor, + € muito menor do que os outros tempos relevantes do problema (em sistemas oscilatstios, isso significa r < 1); para um “mau condutor, r& maior do que os tempos caracterfsticos do problema (r > 1/1)!" No momento no estamos interessados nesse comportamento transiente — vamos esperar que qualquer carga livre acumulada desaparega. Daf em diante gy = temos (i) V-E=0, Gi) vxE=-B, (9.121) ; on (i) V-B=0, (iv) Vx B= pe + uoB, Essas equagdes diferem das suas correspondentes para meios nao condutores (9.67) somente quanto ao acréscimo do Lttimo termo em (iv). Aplicando o rotacional a (ii) ¢ (iv), como antes, obtemos equagdes de onda modificadas para Ke B: CE OE ®B OB VE = nee te, VB = nese + ue (0.122) Essas equagdes ainda admitem solugdes em ondas planas, B(z,t) = Ege"), Bez, 1) = Boe“, 0.123) mas desta vez, 0 ‘ntimero de onda’ k é complexo: i? = peu? + inow, (9.124) como voce pode facilmente verificar substituindo a Equagio 9.123 na Equagao 9.122. Tirando a raiz quadrada, kak+ix, (9.125) onde 12 ye z| (Z| , et “(yy 6.126 TIN. Astby Am. 1. Pips. 4, $53 (1979), ressata que par bons condtores €absurdamente curt (10~ s, par ocobe,enquant o tempo enre colsies € r= 10°"). O problema € que appa ei de Ohm dia de valer em escls de tempo mais cara do quer: de ato o tempo qe leva rama ara les sar em um bom condor € da ordem re, no 7. Akém disso, H.C. Ohnian, An. J. Phys. 1, 1020 (1983), mostra que emo snds mas para 0s campos e cores se equilitacem. Mas nada dso €relvane para o nosso objetivo laa dense de carg ve em 4m congutor acaba se dsiando eexatamente quanto tempo ese process demora vai além do que nes interes Capitulo Ondas elaromagnétcas 275, A parte imagindria de k resulta em uma atenuagio da onda (amplitude decrescente com 2 crescente): Blz,t) = Bye te, Bz, t) = Bye. (9.127) A distncia necesséria para reducir a amplitude por um fator de 1/e (cerca de um tergo) é chamada de profundidade de penetracio: Hl (9.128) ‘e € uma medida da penetrago da onda no condutor. Enquanto isso, a parte real de i determina 0 comprimento de onda, a velocidade de propagacio eo indice de refragao, da maneira usual: aa, « (9.129) K wo As ondas planas atenuadas (Equagio 9,127) satisfazem a equagio de onda modificada (9.122) para qualquer By ¢ Bo, Mas as equagdes de Maxwell (9.121) impdem outras testrigdes que servem para determinar as amplitudes, fases e polarizagdes relativas de Ee B. Como antes, (i) ¢ (ii) eliminam quaisquer componentes 2: os campos sio rransversais, E preferivel orientar nossos eixos de forma que E seja polarizado ao longo da ditegao 2: re gi(he—ut) g (9.130) Entio (iii) fornece Be, t)= Fhe selteo0 (9.131) (A Equagio (iv) diz a mesma coisa.) Mais uma vez.os campos elétrico e magnético so mutuamente perpendiculares. ‘Como qualquer niimero complexo, k pode ser expresso em termos de seu médulo (de sua fase): k= Ke'*, (9.132) onde 7 (ire = wyfeny/t + (2) (9.133) we. e 6 = arctg(«/h) (9.198) Segundo as equagdes 9,130 ¢ 9.131, as amplitudes complexas Ey = Eye!* e Bg = Boe'®® sto relacionadas por Ket Byeit® = = Eoe's# 9.135) Evidentemente, os campos elétrico e magnético nao estiio mais em fase. Inclusive, Sp dp =o: 0.136) ‘o campo magnético vem depois do campo elétrico, Enquanto iso, as amplitudes (reais) de Ee B sio relacionadas por Bo _K a Repco 14(2) (9.137) Os campos elétrico e magnético (reais) sao, por fim, E(z,t) = Bye" cos (kz — wt + dp) %, (9.138) B(z,t) = Boe™** cos (kz — wt + 55 + 9) ¥- Esses campos estio ilustrados na Figura 9.18. 276 Eletrodinamica Figura 9.18 Problema 9.18 (a) Suponha que vov® ineorporu alguma carg ive em um pedago de vdro. Mais ou menos quanto demoraria par a carga Nur até asupertice? (0) A prata € um excelente condutor, mas € cars. Suponha que vooéestivese projetnd ‘operar a uma frequéncia de 10” Hz, De que espessura voe8 faria os revestimentas de prata? {6) Encontro eomprimento de onda e a velocidade de propagagio no cobre para ondas de ridio de | MHz. Compare aos valores correspondentes no a (ot veo). um experimento com micro-ondas para Problema 9.19 {a) Mostre que a profundidade de penetragdo em um mau condutor (9 < we) € (2/0) y/e/n (independentemente da frequéncia), Encontre a profundidade de penetragao (em mets) para a dua (pura). (b) Mostre que a profundidade de penetragdo em um bom condutor (0 > we) € X/2x (onde A & 0 comprimento de onda dentro do condutor), Enconte a profundidade de penetragio (em nanémetros) para um metal tipico (0 =: 10° (91 m)") no especto visvel (w © 10"), assumindo que ¢ % eo € 1. so. Por que os metais sio opacos? (6) Mostre que em um bom conduto, o campo magnético atrasa-se 45° em relagdo ao campo elético, ¢ enconre a razJo entre suas amplitudes. Para um exemplo numérico, use o ‘metal pico” da parte (b). Problema 9.20 (@) Calcul a desidade de engi por métia temporal de ums onda eletromagnetia plana, em ui meio condutor(Equago 9.138) Mostre ques contibuigo magnética€ sempre dominant. [Resposa: (A? /2yus* Ee?" (6) Moste que a intensidade & (2) EBe~®* 9.4.2 Reflexdo em uma superficie condutora AAs condigdes de contorno que usamos pata analisar reflexdo e refragio em uma interface entre dois dieléricos nao valem na presenga de cargas livres ¢ correntes. Em vez disso, temos as relagbes mais geras (7.63) (i) BL eB} =o, (ii) EL Bl =o, (9.139) (ii) BY - By (vy) tat Bt xa, ia 4 conde 0; (que ndio deve ser confundida com a condutividade) é a densidade superficial de carga livre, K, & a densidade su- perficial de corrente livre e fi (que nao deve ser confundido com a polarizagio da onda) é um vetor unitério perpendicular & superficie, apontando a partir do meio (2) para dentro do meio (1). Pata os condutores Ghmicos (J; = oB) ndo pode haver ccorrente superficial livre, ja que isso exigiria um campo elétrico infinito no contorno. Suponha agora que o plano sry forma o contomo entre umm meio linear niio condutor (1) ¢ um condutor (2). Uma onda plana monocromética, viajando na diregdo z e polarizada na diregdo x, aproxima-se pela esquerda, como na Figura 9.13: (9.140) Capitulo 9 Ondas eletomagneticas 277 Esta onda incidente faz surgir uma onda refletida, : : i Exl2st) = Boge 6598, Ba(et) =~ Boge 9 9 (9.141) que se propaga de volta para a esquerda no meio (1), ¢ uma onda transmitida Ep(z,t) = Bye, Br(2,t) 2b, et (9.142) ue é atenuada & medida que penetra no condutor, Em 2 = 0,a ondacombinada no meio(1) tem de se juntar& onda no meio (2), obedecendo as condigdes de contorno 9.139, Como E+ = em ambos os lados, a condigo de contomno (i) resulta em o = 0. Como B+ = 0, (ii) é automaticamente satisfeita, Enguanto isso, (it) Fomece Ey, + Box = Bors (9.143) e(iv) (com K, = 0) diz =0, (9.144) oa (9.145) ‘onde (9.146) Segue-se que = -(1-8)— ~ (2a - By, By =(2.) be, 9.147 ee (3) iia (a)® oe Esses resultados so formalmente idénticos aos que se aplicam a0 contorno entre ndo condutores (Equagiio 9.82), mas a semelhanga € enganosa, jé que 3 agora é um niimero complexo, ara um condutor perfeito (o = co), ky = co (Equagio 9,126), de forma que 5 ¢ infinito,e Eon esse caso a onda ¢ totalmente refietida, com uma mudanga de fase de 180°. (E por isso que condutores excelentes dio bons espelhos. Na pritica, vocé passa uma camada fina de prata em um painel de vidro — o vidro nada tem a ver com a le esté ali apenas para sustentar a prata e evitar que ela escurega, Como a profundidade de penetragao na prata em ias dticas € da ordem de 100 A, voc ndo precisa de uma camada muito grossa.) ~ Boy, Boy 0. (9.148) Problema 9.24 Calculeo coeficente de reflexto da uz.em uma interface arfprata (js = pa = poset =, = 6 x 10°(82>m)~ em frequéncas cas wy = 4% 10/5) 9.4.3 A dependéncia da permissividade com a frequéncia [Nas segGes anteriores vinos que a propagagio das ondas eletromagnéticas através da matéria € governada por ts proprie- ddades do material que consideramos constantes: a permissividade e, a permeabilidade j. € a condutividade o. Na realidade, cada um desses parimetros depende, até certo ponto, da frequéncia das ondas que voce esté considerando. De fato, se a permissividade fosse realmente constante, o indice de refracio em um meio transparente n & /é- também seria constant. Mas sabe-se bem, gragas & tica, que n € uma fungao do comprimento de onda (a Figura 9.19 mostra o gréfico para um vidro ico). Um prisma ou uma gota de chuva desviam a luz azul de forma mais acentuada que a vermetha e abrem a luz branca em ‘umarco-fris de cores. Esse fendmeno é chamado de dispersio, Por extensio, sempre que a velocidade da onda for dependente da sua frequéncia, o meio que a sustenta & chamado de dispersivo.'? TEA propos, os condones sin disprsvos: veja as equagbes 9.126 9.129.

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