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As economias não crescem de forma contínua e regular, mas sim por fases. Geralmente, a
períodos de crescimento rápido seguem-se outros de crescimento mais lento ou, até, de
decrescimento da produção e riqueza do país.
Algumas teorias procuram atribuir a explicação a causas exclusivamente externas (teorias exó-
genas) ou meramente internas (teorias endógenas) à própria economia.
As teorias exógenas identificam ciclos externos, explicando a sua formação com base
nas flutuações de fatores exteriores ao sistema económico (guerras, revoluções, perío-
dos de eleição, preço do petróleo, inovações tecnológicas…);
Na explicação desta temática, muitos autores consideram que as economias tendem para o
equilíbrio a longo prazo, sendo, no entanto, afastadas desse equilíbrio por choques ou impul-
sos.
Também pode assistir-se a choques do lado da oferta, causados por aspetos como:
Destruição criativa – O empresário reconhece uma fase onde as antigas “inovações” perdem procura,
implicando a sua substituição por outras, pelo que desvia o investimento das atividades ultrapassadas
para novos produtos. Elimina, por um lado, (postos de trabalho, empresas sem agilidade), promovendo,
por outro lado (empresas inovadoras, a orientação dos agentes económicos para as novas tecnologias e
novas preferências dos clientes, novas oportunidades de trabalho e novos negócios).
Para Schumpeter, o desenvolvimento económico está fundamentada em três fatores principais (as ino-
vações tecnológicas, o crédito bancário e o empresário inovador). (ver pág. 65)
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Schumpeter defende que as economias saem do estado de equilíbrio devido à inova-
ção num processo que se designa por destruição criativa.
- À medida que as inovações são introduzidas ou as antigas são absorvidas pelo mercado, o
consumo generaliza-se, a taxa de crescimento económico diminui e tem início um período
recessivo, com redução do investimento e a diminuição do emprego.
Para Schumpeter, um ciclo económico corresponde à vida de uma inovação. Uma inovação
pode ser um novo produto no mercado (por exemplo, os telemóveis), a descoberta de uma
nova forma de produzir (novas tecnologias) ou de comercializar os bens (por exemplo, o
comércio eletrónico), a conquista de novas fontes de matéria-prima (como a descoberta de
tecidos sintéticos) ou a alteração da estrutura de um mercado (como a abolição de um mono-
pólio – como as poderosas multinacionais).
Ciclos de Kondratieff
É uma classificação dos ciclos económicos, de acordo com a sua duração, que identifi-
ca ciclos (ou ondas longas) – de Kondratieff – com duração de 45 a 60 anos. São os
ciclos mais amplos, que compreendem uma visão mais abrangente da realidade.
Pico Expansão
Pico
Recessão
Pico
Baixa
Baixa
FASE DE EXPANSÃO
as ações sobem – com os lucros a aumentar, o valor das ações tende a subir.
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a inflação pode aumentar – com o aumento de consumo e o dinamismo da atividade eco-
nómica, a inflação pode apresentar valores mais altos, se a produtividade não acompanhar os
aumentos salariais;
FASE DE PROSPERIDADE
Verifica-se quando, na fase de expansão, é atingido o valor mais elevado relativamente ao
produto, rendimento, consumo, investimento e emprego, considera-se que atingiu o pico ou
ponto máximo. Trata-se de uma situação na qual a taxa de desemprego atinge o valor mínimo,
a economia opera em plena potência e os recursos de capital e trabalho disponíveis estão a
ser utilizados na produção, conduzindo a um auge de crescimento económico.
FASE DE RECESSÃO
Podemos falar em recessão técnica quando uma economia apresenta taxas mais baixas
de crescimento económico em dois trimestres consecutivos.
o consumo diminui – os consumidores, com receio da crise que se avizinha, cortam nas
suas despesas de consumo;
a produção cai – não conseguindo escoar o produto, as empresas acumulam stocks, pelo
que irão diminuir a sua produção;
as ações/lucro caem – com os lucros a diminuir, o valor das ações entra em queda.
FASE DE DEPRESSÃO
Uma economia está em depressão quando atinge o menor crescimento do produto (ponto
mínimo do ciclo económico - baixa), consistindo num prolongamento de um período de crise,
traduzindo-se na falência de inúmeras empresas, crescimento acentuado do desemprego, difi-
culdades de acesso ao crédito, baixos níveis de produção e investimento, redução das transa-
ções comerciais, deflação ou hiperinflação generalizada.
Trata-se portanto de uma fase mais severa do que a recessão e, em regra, considera-se como
elementos para a sua redução drástica – cerca de 10% - do PIB ou uma recessão que se
estende por três ou quatro anos.
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AS PRINCIPAIS CRISES ECONÓMICAS
Períodos Causas
Pré-Industrial Superprodução (fatores naturais/políticos)
Séc. XIX Superprodução
Séc. XX (década de 30) Superprodução
Séc. XX (década de 70) Inflação e Desemprego
Séc. XXI (anos 2008-2009) Financeira
Após a crise de 1929, o Estado alterou o seu papel liberal, passando a adotar medidas inter-
vencionistas necessárias para o desenvolvimento económico e social, atendendo ao pedido da
população, que esperava uma intervenção que lhes garantisse condições mínimas de susten-
tabilidade.
Bolha especulativa – forma-se quando o nível dos preços de troca num mercado (mercado de ativos
financeiros, mercado de câmbios, mercado imobiliário, mercado de matérias-primas, etc.) se estabelece
muito acima do valor financeiro intrínseco (ou fundamental) dos bens ou ativos permutados. Neste tipo de
situação, os preços afastam-se da valorização económica habitual, com base numa crença manifestada
pelos compradores. Nestas situações, a progressão do mercado é sustentada unicamente pela entrada
de novos participantes.
Por limiar de pobreza entende-se a despesa mínima necessária à manutenção da mera saúde
física, referindo-se a aspetos como a alimentação, habitação, vestuário, luz, combustíveis,
entre outros.
Pobreza absoluta
É vítima de pobreza absoluta qualquer indivíduo que se encontre abaixo deste limiar universal.
Pobreza relativa
A pobreza relativa é uma conceção que defende que uma família ou indivíduo é considerado
pobre quando não possui recursos suficientes para sustentar um nível de vida que é generali-
zado e aceite na sociedade em que se insere, referindo-se a aspetos de estatuto e exclusão
social.
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Assim, segundo esta abordagem, existe pobreza quando um indivíduo ou família, apesar de
possuir o mínimo necessário para subsistir, não consegue viver de acordo com o meio social
em que se insere nem manter um estatuto social comparável com os restantes elementos da
mesma sociedade.
Globalização e desigualdade
Ao longo do globo e mesmo dentro de um país são observáveis bolsas onde se concentram
pessoas riquíssimas e outras de precariedade, e carência - “bolsas de pobreza”.
Os países emergentes são aqueles que apresentam um rápido processo de crescimento eco-
nómico e industrialização, enquadrando-se nos países em desenvolvimento porque se encon-
tram num processo de transição que não lhes permite ainda serem considerados desenvolvi-
dos.
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Algumas características que justificam as limitações do desenvolvimento vividas pelos países
subdesenvolvidos apresentam raízes históricas, concretamente:
1. A explosão demográfica
2. A escassez de capital
A falta de capital impede, desde logo, a realização de infraestruturas básicas (vias de comuni-
cação, saneamento, hospitais, escolas, etc…). Estas deficiências implicam uma fraca capaci-
dade produtiva e falta de investimentos à produção (as empresas tendem, desde logo a não se
fixar nestas regiões), necessários para gerar emprego e aumentar a riqueza.
Além disto, nestas regiões a desigualdade na repartição dos rendimentos é muito significativa,
visto que a maioria das populações não ganha o suficiente para sobreviver, enquanto uma
pequena parte é extremamente rica e opta por colocar essa riqueza no exterior.
As economias destes países apresentam várias deformações, muitas vezes causadas pelo
facto de terem sido colónias. Essas distorções têm origem, na maioria dos casos, em econo-
mias que se dirigem para a monoprodução, monoexportação e monomercado.
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5. O dualismo económico
Exemplo: uma determinada empresa estrangeira, na zona onde se fixa pode construir vias de
comunicação, habitações para os seus trabalhadores, clínicas de saúde, levando a que esta
zona contraste com a realidade económica do resto do país.
6. A dependência estrutural
Dependência tecnológica: dado que estes países não possuem a capacidade para
criar as suas próprias inovações tecnológicas, têm de importar estes produtos, sejam
bens de consumo ou bens de capital, assim como adquirir patentes e licenças aos paí-
ses mais desenvolvidos para conseguirem modernizar os seus aparelhos produtivos;
Dependência cultural: é relativamente comum que a parte mais rica estude fora do
país, em países europeus ou nos EUA, regressando mais tarde com novos hábitos e
padrões de comportamento, o que frequentemente conduz a um “efeito imitação” gene-
ralizado a toda a população. Além disto, este “efeito imitação” verificou-se também com
os hábitos, tradições e religião no caso das colónias relativamente ao país colonizador.
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O PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - de 2013 recorre aos indica-
dores IDH, IDH ajustado à desigualdade, IDG e IPM, distinguindo, essencialmente, quatro
níveis de desenvolvimento: muito elevado, elevado, médio e baixo. (ver páginas 83 e 84)
Nota: O PNUD é o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem por mandato promover o
desenvolvimento e erradicar a pobreza no mundo.
Apesar de o IDH ser o indicador mais comummente utilizado nestas classificações, concreta-
mente pelo PNUD, existem outras classificações feitas por diversas organizações internacio-
nais, salientando-se:
FMI, que procede à classificação dos países de acordo com critérios de natureza geo-
gráfica e económica, distinguindo os países avançados dos países em desenvolvimen-
to emergentes, bem como as maiores zonas monetárias;
Nota: FMI é a sigla utilizada para designar o Fundo Monetário Internacional, criado em julho de 1944
numa conferência da ONU. O objetivo dos 44 governos representados naquela conferência era criar um
quadro de cooperação económica para impedir a recorrência do ciclo vicioso de desvalorizações competi-
tivas que tinham contribuído para a Grande Depressão de 1929.
Banco Mundial, que procede a uma classificação por grupos de rendimento e região.
Nota: O Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em
desenvolvimento. A missão do banco é alcançar o duplo objetivo de erradicar a pobreza extrema e de
construir uma prosperidade compartilhada.
Note-se: o estudo do desenvolvimento de um país deter ter por base um conjunto amplo de indicadores,
pois há indicadores que, quando isolados, nos conduzem a erro, no que se refere ao desenvolvimento de
um determinado país.
BRICS
Os BRICS são um exemplo concreto de que uma situação de crescimento económico, por si
só, não significa necessariamente desenvolvimento, já que a distribuição das riquezas geradas
pelo crescimento não é automática nem equilibrada.
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Trata-se de um grupo de países emergentes (com um acentuado crescimento económico) que
incluí o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a Africa do Sul, que partilham algumas característi-
cas semelhantes:
Estima-se que, em poucos anos, este grupo de países representará um quinto da economia
mundial, caminhando no sentido de ultrapassar o G7. ( O G7 é um grupo internacional constituído
pelas sete economias mais desenvolvidas do mundo: os EUA, o Japão, a Alemanha, o Reino Unido, a
França, a Itália e o Canadá.)
A Rússia viu reduzir drasticamente os seus territórios com a queda do regime comunista
e desmembramento da URSS, perdendo recursos naturais e humanos, parecendo ainda
distante de recuperar a importância estratégica e política de outros tempos (auge em
finais de 1970), apesar de continuar com um enorme arsenal nuclear e poderio militar.
O Brasil possui uma vantagem demográfica, isto é, apresenta a melhor relação possível
entre a população ativa e as variáveis económicas, no entanto, ainda tem graves lacunas
ao nível da qualificação técnica e educacional da sua população e dificuldades em estabi-
lizar alguns aspetos económicos, como a inflação e o câmbio.
A África do sul viveu o apartheid durante mais de 40 anos, sofrendo, por isso, um gran-
de isolamento internacional. A queda deste regime foi permitindo a sua reconstrução. A
maioria dos seus investimentos tem origem asiática, nomeadamente, dos restantes
BRICS que procuram, deste modo, obter vantagens para o seu próprio desenvolvimento.
Ao integrar os BRICS, passou a desempenhar um papel de “porta de entrada” para o con-
tinente onde se insere. Página | 9
NPI – Novos países industrializados
Os novos países industrializados, NPI, são um grupo ou conjunto de nações que tiveram um
enorme desenvolvimento industrial, a partir de 1950, podendo agrupar-se estes países emer-
gentes em dois subconjuntos, tendo em conta a sua localização geográfica: os que se locali-
zam na América Latina e os que se localizam na Ásia Oriental e Sudeste Asiático.
Um dos maiores responsáveis por este fenómeno foi a difusão das empresas transacionais,
que se instalaram, principalmente, em países de mão de obra abundante e barata, grande
mercado consumidor, facilidade na obtenção de matérias-primas a baixos custos e, em alguns
casos, benefícios fiscais.
Estas nações apresentam inúmeras limitações difíceis de contornar, no que diz respeito à con-
versão do seu crescimento económico em desenvolvimento, nomeadamente:
Os principais fatores enfrentados pelos NPI asiáticos, que podem constituir fatores de limitação
ao seu desenvolvimento, são:
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CEI – Comunidade dos Estados Independentes
Os principais objetivos que foram acompanhando esta organização de países podem ser inu-
merados da seguinte forma:
Na altura da sua criação, um dos principais objetivos desta comunidade era manter os laços e
as relações de cooperação entre os novos países formados a partir do desmembramento da
URSS, porém manteve sempre uma forte influência do bloco mais poderoso, a Rússia.
É de notar que na fase das antigas repúblicas socialistas da União Soviética verificou-se a pri-
vação de algumas liberdades fundamentais, pelo que após o fim da URSS, de modo a resolver
algumas divergências, estes organizaram-se em estados independentes, formando a CEI.
Quando surgiu, a CEI não era um bloco económico, pois não havia acordos nem políticos nem
comerciais entre os Estados-membros. Além de não existir integração económica, não se defi-
nia legislação comercial comum, nem mesmo ao nível de reduções ou isenções de tarifas
alfandegárias. No entanto, os seus objetivos foram evoluindo e alguns esforços têm sido
empreendidos no sentido de conseguir um acordo estável, aceite e cumprido por todos, no
âmbito do comércio livre.
A ONU é uma organização internacional cujos objetivos são: facilitar a cooperação em matéria
de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico, progresso
social, direitos humanos, e contribuir para a realização da paz mundial.
a Assembleia Geral, a quem compete adotar resoluções que, não sendo vinculativas,
servem apenas como recomendação;
o Secretariado, dirigido por um secretário-geral, eleito pela Assembleia Geral, por perío-
dos de cinco anos, que representa a organização junto dos estados-membros e com
poder executivo na aplicação das resoluções adotadas;
o Tribunal Internacional de Justiça, órgão judicial que resolve as questões de caráter jurí-
dico colocadas pelos membros.
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A ação da ONU desenvolve-se em três domínios essenciais:
As metas propostas em 2000 por esta organização (na Declaração do Milénio), para alcançar
até 2015 foram os seguintes:
Observando as páginas 100 a 110 é possível verificar que os indicadores recolhidos e analisa-
dos pela ONU revelam melhorias consideráveis, mas muito trabalho se encontra ainda por
fazer, sendo necessário um esforço de todas as nações e uma intensa cooperação com os
países mais desfavorecidos.
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