AULA 2 Movimentos do planeta Terra

Dia e noite. Estações do ano. Diferentes marcações de horas pelo mundo.

Como é que isso acontece? O que determina essas demarcações de orien-
tação no espaço geográfico? Tudo tem a ver com os movimentos do planeta
Terra que não são percebidos. Só o que observamos são as variações decor-
rentes desses movimentos.

Terra em giros de diferentes tipos e velocidades

E se a Terra girasse para o outro lado?

Se fôssemos levar a sério a hipótese de que a Terra girasse ao contrário, a principal mudança
afetaria o clima. Sim, a rotação da Terra tem influência direta sobre as condições climáticas. Se a
Terra girasse no sentido contrário, as correntes oceânicas também se inverteriam. “Isso teria um
impacto climático decisivo”, diz Ricardo de Camargo, do Departamento de Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo.
Se o mar e os ventos corressem em sentido contrário, a história humana seria outra também.
Para ficar em um exemplo: foi na crista dos ventos e das correntes oceânicas que correm da costa
africana para o Brasil que Cristóvão Colombo chegou ao Novo Mundo. Se a corrente fosse contrária,
os europeus precisariam esperar que a tecnologia naval se desenvolvesse um pouco mais para se
aventurar pelo Atlântico.
Mas não só o clima mudaria. Se a Terra girasse para o outro lado, o ano teria dois dias a mais.
Isso ocorreria porque cada dia seria quase oito minutos mais curto, ou seja, a Terra daria mais voltas
em torno de si mesma até completar uma volta completa em torno do Sol.
O conceito do que é oriente e ocidente, ligado ao local onde o Sol nasce e se põe, também se
inverteria. Pois o Sol, assim como a Lua e as estrelas, nasceria do lado oeste (atual Ocidente) ao
invés do lado leste (atual Oriente) do globo. O Japão teria que mudar de nome; a palavra Japão vem
do chinês jih-pun (“Sol nascente”), que é a forma abreviada de jih-pun-kuo (“país da origem do Sol”).
No novo cenário, seríamos nós os orientais.
Superinteressante. Abril de 1995. Texto adaptado.

Geografia 1 - Aula 2 13 Instituto Universal Brasileiro

 Orientação e localização no espaço geográfico
A sucessão dos dias e das noites e as esta-
ções do ano são consequências dos movimen- da Terra, pois o eixo imaginário, em torno do
tos da Terra. Que movimentos são esses? As qual a Terra faz a sua rotação, tem uma incli-
respostas estão neste capítulo, no qual vamos nação de 23º 27’, em relação ao plano da órbi-
estudar também o que são paralelos e meridia- ta terrestre. O movimento aparente do Sol - ou
seja, o deslocamento do disco solar tal como
nos e o que significa latitude e longitude. Vamos
observado a partir da superfície - ocorre do Les-
aprender a importância das coordenadas geo-
te para o Oeste. É por isso que, há milhares de
gráficas na localização exata de qualquer ponto anos, o Sol serve como referência de posição: a
da superfície terrestre. Veremos ainda como as direção onde ele aparece pela manhã é o Leste
horas são calculadas no mundo. ou nascente - e a direção onde ele desaparece
no final da tarde é o Oeste ou poente.
Movimentos de Rotação e Translação
Como todos os corpos do Universo, a Ter- Translação
ra também não está parada. Ela realiza inúme-
ros movimentos. Os dois movimentos principais
do nosso planeta são o de rotação e o de trans-
lação, cujos efeitos sentimos no cotidiano.

Rotação
O movimento de rotação da Terra é o giro
que o planeta realiza ao redor de si mesmo, ou
seja, ao redor do seu próprio eixo. Esse movimen-
to se faz no sentido anti-horário, de Oeste para
Leste, e tem duração aproximada de 24 horas (fi-
gura 1). Graças ao movimento de rotação, a luz
solar vai progressivamente iluminando diferentes
áreas, do que resulta a sucessão de dias e noites
nos diversos pontos da superfície terrestre.
Já o movimento de translação é aquele
Dia
que a Terra realiza ao redor do Sol junto com
outros planetas. Em seu movimento de trans-
lação, a Terra percorre um caminho - ou órbita
Sol
Noite
Raios
Solares - que tem a forma de uma elipse.
A velocidade média da Terra ao descre-
ver essa órbita é de 107.000 km por hora, e o
Figura 1. Movimento de rotação da terra tempo necessário para completar uma volta é
de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos.
Esse tempo que a Terra leva para dar
uma volta completa em torno do Sol é chamado
“ano”. O ano civil, adotado por convenção, tem
365 dias. Como o ano sideral, ou o tempo real
do movimento de translação, é de 365 dias e 6
Vale lembrar que, durante o ano, a ilumi-
nação do Sol não é igual em todos os lugares
horas, a cada quatro anos temos um ano de 366
dias, que é chamado ano bissexto.
Geografia 1 - Aula 2 14 Instituto Universal Brasileiro
 Estações do ano. As datas que marcam
o início das estações do ano determinam tam-
bém a maneira e a intensidade com que os raios
solares atingem a Terra em seu movimento de
translação. Essas datas recebem a denomina-
ção de equinócio e solstício (figura 2).
Equinócio 21 de março
Outono
Solstício
Sol
21 de
junho
Inverno
Equinócio
23 de
setembro
Figura 2 – Estações do ano
Para se observar onde e com que inten-
sidade os raios solares incidem sobre os dife-
rentes locais da superfície terrestre, toma-se
como ponto de referência a linha do Equador.
As estações do ano estão diretamente
relacionadas ao desenvolvimento das ativida-
des humanas, como a agricultura e a pecuá-
ria. Além disso, determinam os tipos de vege-
tação e clima de todas as regiões da Terra. E
são opostas em relação aos dois hemisférios
do planeta (norte e sul).
Quando no hemisfério norte é inverno, no
hemisfério Sul é verão. Da mesma maneira,
quando for primavera em um dos hemisférios,
será outono no outro. Isso ocorre justamen-
te em função da posição que cada hemisfério
ocupa em relação ao Sol naquele período, o
que determina a quantidade de irradiação so-
lar que está recebendo.
Durante o inverno, as noites são mais lon-
gas quando o Sol se afasta da linha do Equa-
dor. É esse afastamento que faz as temperatu-
ras diminuírem. Já durante o verão, os dias são
mais longos quando o Sol se aproxima da linha
do Equador e dos trópicos. Por isso, as tempe-
raturas se elevam. No outono e na primavera,
os dias e as noites têm a mesma duração.
Geografia 1 - Aula 2
Equinócio
No dia 21 de março, os raios solares inci-
dem perpendicularmente sobre a linha do Equa-
dor, tendo o dia e a noite a mesma duração na
Verão maior parte dos lugares da Terra. Daí o nome
equinócio que significa “noites iguais aos dias”.
Nesse dia, no hemisfério norte, é o equinócio de
Solstício
primavera - e no hemisfério sul, o equinócio de
outono. No dia 23 de setembro, ocorre o contrá-
rio: é o equinócio de primavera no hemisfério sul
- e o equinócio de outono no hemisfério norte.
21 de
dezembro
Solstício
Primavera Os solstícios ocorrem nos dias 21 de ju-
nho e 21 de dezembro. No dia 21 de junho, os
raios solares incidem perpendicularmente sobre
o trópico de Câncer, situado a 23º 27’ 30’’ no
hemisfério norte. Nesse momento ocorre o sols-
tício de verão nesse hemisfério. É o dia mais
longo e a noite mais curta do ano, que marcam
o início do verão. Enquanto isto, no hemisfério
sul, acontece o solstício de inverno, com a noi-
te mais longa do ano, marcando o início da es-
tação fria. Já no dia 21 de dezembro, os raios
solares estão exatamente perpendiculares ao
trópico de Capricórnio, situado a 23º 27’ 30’’ no
hemisfério sul. É o solstício de verão nesse he-
misfério. Nesse dia, a parte sul do planeta está
recebendo maior quantidade de luz solar que a
parte norte, propiciando o dia mais longo do ano
e o início do verão. No hemisfério norte, acon-
tece a noite mais longa do ano. É o início do
inverno.
As coordenadas geográficas
As coordenadas compõem uma rede de
linhas imaginárias, denominadas paralelos e
meridianos, a partir dos quais se podem deter-
minar valores em graus: latitude, no caso dos
paralelos e a longitude, no caso dos meridia-
nos. No cruzamento de um paralelo com um
meridiano temos um ponto específico do globo
terrestre. Esse ponto tem uma determinada la-
titude e uma determinada longitude que permi-
te localizá-lo na superfície terrestre.
15 Instituto Universal Brasileiro
 Mapa-múndi - Paralelos (Equador 0º) e Meridianos (Greenwich 0º)

Aplicação das coordenadas no GPS

Um motorista, ao se deslocar para fazer uma entrega num endereço no extremo sul
do município de São Paulo, acabou perdendo o rumo. O ajudante contata a Central de
Atendimento da empresa e pede orientação. Em alguns segundos, o motorista recebe
informações sobre a exata localização de onde se encontra, acionando o Sistema de Po-
sicionamento Global (em inglês, Global Positioning System, ou GPS).
O GPS é um sistema de localização que fornece as coordenadas geográficas e a
altitude de um lugar a partir de sinais captados por satélites artificiais que giram ao redor
da Terra. Ele é somente um dos meios que fazem uso das coordenadas geográficas para
a localização no espaço. Qualquer ponto da superfície terrestre pode ser localizado com
precisão com a ajuda das coordenadas geográficas.
Como funciona

1. O GPS capta ondas de rádio

emitidas de 24 satélites, em órbita a
20.000 quilômetros da superfície.

2. Cada aparelho consegue cap-

tar, simultaneamente, as ondas de pelo
menos quatro desses satélites. Pelo
cruzamento delas, é capaz de informar,
com exatidão, em que latitude, longitu-
de e altitude está uma pessoa.

Geografia 1 - Aula 2 16 Instituto Universal Brasileiro

 Polo norte 90º N

Marcação de fronteiras – Na
Amazônia, um aparelho de GPS está
modificando fronteiras, ajudando a re-
primir a extração clandestina de madei-
ra e salvando a vida de pilotos de avião
perdidos na selva. [...]
Nessa selva, o aparelho também
ajuda a marcação das fronteiras. Há
vinte anos, os 2.200 quilômetros de ex-
tensão da fronteira entre Brasil e Ve-
nezuela eram delineados por 291 mar-
cos. Hoje existem 2.680, fincados com
ajuda do GPS. “O aparelho nos permite
identificar o ponto exato da fronteira”,
observa o chefe da Primeira Comissão
Demarcadora de Limites, Dalberson
Monteiro.
Criado com fins militares, o GPS só
ganhou uso civil em meados de 1980.
Os primeiros a adotar a nova tecnologia
para fins pacíficos foram aviões e na-
vios, que precisam da ferramenta para
navegação. Com o desenvolvimento de
aparelhos cada vez menores e mais ba-
ratos, o uso se disseminou.
Paralelos
O globo terrestre é todo cortado por li-
nhas horizontais imaginárias, denominadas
paralelos. A linha do Equador é o paralelo
principal, que possui latitude 0º e divide a
Terra em dois hemisférios (do grego, hemi,
‘metade’, e sphaera, ‘esfera’) norte ou se-
tentrional e o sul ou meridional. Os parale-
Latitudes
norte
0º
Equador
Latitudes
sul
Por outro lado, se esse mesmo pon-
to estiver mais próximo dos polos, maior
será sua latitude (alta latitude). Mas lem-
bre-se: todos os pontos localizados ao
longo de um mesmo paralelo apresenta-
rão a mesma latitude, isto é, estão a igual
distância do Equador.
Meridianos
Somente com a latitude não é possível
determinar a localização precisa de um ponto
na superfície terrestre. Por isso, foram cria-
dos os meridianos que são linhas verticais
imaginárias traçadas de forma a ligar os dois
polos da Terra e que cruzam os paralelos.
180º
Antimeridiano
de Greenwich
Greenwich

los indicam a latitude de um lugar.

Assim, a latitude é a distância em
graus de qualquer ponto da superfície ter-
restre em relação à linha do Equador. A
latitude pode ser norte (N) ou sul (S) e vai
de 0º (linha do Equador) até 90º (polos,
tanto ao sul quanto ao norte). Portanto,
quanto mais próximo do Equador estiver 0º
um ponto, menor será a sua latitude (bai- Longitude Longitude
oeste leste
xa latitude).
Geografia 1 - Aula 2 17 Instituto Universal Brasileiro
 Todos os meridianos têm o mes-
mo tamanho e qualquer um deles pode
ser utilizado para se dividir o planeta em
duas porções iguais: hemisfério ocidental
(a oeste) e hemisfério oriental (a leste).
Contudo, como meridiano de referência
(0º), convencionou-se adotar, internacio-
nalmente, o que passa pelo Observatório
Real de Greenwich, em Londres (Inglater-
ra). Assim, os demais meridianos podem
ser identificados por sua distância, medida
também em graus, em relação ao meridia-
no de Greenwich. Essa distância é o que
chamamos de longitude e varia de 0º a
180º, tanto para leste (L) quanto para oes-
te (O).
Todos os lugares atravessados por um
mesmo meridiano têm a mesma longitude
e estão a igual distância do meridiano de
0º. Desse modo, a intersecção, ou seja, o
cruzamento de um paralelo e um meridia-
no indica a coordenada geográfica de um
ponto sobre a superfície terrestre. Temos, a
partir disso, a latitude e a longitude, com os
quais se pode localizar, com precisão, algo
na superfície da Terra, seja num continen-
te, numa ilha ou num oceano.
Paralelos Latitude
Meridianos Longitude

Coordenadas geográficas,
um exemplo

90º 75º 60º 45º 30º

15º F
B
0º
A

C
15º

E
30º

D
45º

Ponto A - Lat. 0º e Long. 60º O; Ponto B - Lat. 0º e Long. 75º O; Ponto C -

Lat. 15º S e Long. 45º O; Ponto D - Lat. 45º S e Long. 45º O; Ponto E - Lat. 30º S
e Long. 60º O; Ponto F - Lat. 15º N e Long. 75º O.

Geografia 1 - Aula 2 18 Instituto Universal Brasileiro

 Latitude e longitude:
outras aplicações
A latitude e a longitude não cumprem
somente um papel de determinar a locali-
zação de um ponto sobre a Terra. A latitude
ajuda a explicar as diferenças de tempera-
tura existentes no planeta Terra, ainda que
outros fatores como a altitude e a proximi-
dade com o mar também produzam inter-
ferência para que essas diferenças acon-
teçam. De modo geral, as temperaturas
aumentam dos polos para o Equador.
Os paralelos delimitam as zonas cli-
máticas ou térmicas da Terra. As zonas
térmicas são faixas da superfície terrestre
delimitadas por quatro importantes para-
lelos: Círculo Polar Ártico, trópico de Cân-
cer, trópico de Capricórnio e Círculo Polar
Antártico, e em cada uma os raios solares
incidem com determinada inclinação.
Zonas climáticas ou térmicas
Zona polar ártica
Círculo
Polar ártico
Zona
temperada
norte
Zona tropical
Zona tropical
Círculo polar
Zona polar
antártica
Zona temperada sul
A área localizada entre os trópicos é
chamada de zona intertropical (onde pre-
dominam temperaturas elevadas ao longo
do ano, pelo fato de os raios solares inci-
direm quase perpendicularmente durante
o ano todo); as áreas entre os círculos
polares e os polos são chamadas zonas
polares (muito frias o ano todo, pois os
raios solares atingem essas zonas de
modo muito inclinado e somente duran-
te parte do ano). As áreas intermediárias
entre os trópicos e os círculos polares
Geografia 1 - Aula 2
são chamadas zonas temperadas, que
são zonas menos quentes e iluminadas
que a zona tropical porque recebem raios
solares mais inclinados (oblíquos). Já a
longitude é essencial para sabermos as
diferenças de horário de um lugar para o
outro na Terra. Você sabe como se deter-
mina a hora em cada país?
Fusos horários
e suas implicações
Trópico de
Câncer
Trópico de
Capricórnio Devido ao seu movimento de rotação,
a Terra apresenta dias e noites. Como re-
sultado, diversos pontos da superfície ter-
ántártico restre apresentam diferenças de horários.
A determinação da hora parte do prin-
cípio de que a Terra é uma circunferência
perfeita, medindo 360º, e de que a rotação
terrestre dura 24 horas. Com isso, conclui-
se que esse é o tempo necessário para que
todos os meridianos que “cruzam” o plane-
ta passem num determinado momento.
Dividindo-se os 360 graus da esfe-
ra terrestre pelas 24 horas de duração do
movimento de rotação, resultam 15 graus.
Portanto, a cada 15 graus que a Terra gira,
passa-se uma hora - e cada uma dessas
24 faixas recebe o nome de fuso horário.
19 Instituto Universal Brasileiro
 Fusos horários do globo - hora legal

Sentido de rotação da Terra É importante entender que essa

padronização facilita as relações inter-
nacionais. No interior de um mesmo
país, entretanto, esses limites não são
Movimento aparente do Sol
tão rígidos. Os países podem estipular
seus fusos horários a partir de suas divi-
No interior dessas faixas, por conven-
sões político-administrativas, que podem
ção, passou a vigorar um mesmo horário.
abranger regiões maiores ou menores do
Essa padronização do tempo ocorreu no
que as faixas de 15º.
século XIX, num momento em que o Reino
Unido era a principal potência econômica
e militar do planeta. Por isso, o meridiano
que passava no observatório de Greenwi-
ch, então nos arredores de Londres (hoje,
dentro da cidade), foi considerado o meri-
diano zero.
Na Copa do Mundo realizada na Áfri-
A hora de Greenwich tornou-se a hora
ca do Sul, um jogo começava na Cidade do
universal, no sentido de que é em relação a
Cabo às 14 horas e era visto no Rio de Ja-
ela que se determinam os horários em ou-
neiro, em transmissão direta pela TV, às 9
tros pontos do globo terrestre. A leste de
horas. Como o fuso horário em que se situa
Greenwich, as horas aumentam a cada fai-
a Cidade do Cabo passa pelo Sol antes do
xa de 15º, variando entre 0 e 12. Ao contrá-
Rio de Janeiro, sua hora é mais adiantada.
rio, a Oeste de Greenwich, as horas dimi-
Do mesmo modo você explica por que a
nuem, em idêntica variação. O horário de
transmissão de uma corrida de Fórmula 1
Greenwich também é chamado de GMT, ou
que acontece na Inglaterra às 12 horas é
seja, Greenwich Mean Time (Hora média
vista no Rio de Janeiro às 9 horas.
de Greenwich).
Geografia 1 - Aula 2 20 Instituto Universal Brasileiro
 Mudanças nos fusos A partir de 24/06/2008: 3 fusos
horários brasileiros
No caso do Brasil, que é um país de Fernando
grande extensão territorial Leste-Oeste, de Noronha
existem três fusos horários, todos eles atra-
sados em relação a Greenwich. O segundo
fuso horário brasileiro abrange mais de 50%
do território nacional, inclusive a capital fe-
deral. Ele determina, então, o horário oficial
do país, o horário de Brasília.
Os atuais três fusos horários passaram
a vigorar a partir da zero hora de 24 de junho
de 2008, determinada pela Lei nº 11.662,
sancionada pelo governo federal em 24 de
abril de 2008.
Essa lei reduziu de quatro para três o 10/11/2013: voltam os 4 fusos
número de fusos horários usados no Brasil. A
mudança atingiu municípios nos estados do
Acre, Amazonas e Pará. Desde então, os 22 Fernando
de Noronha
municípios do Acre ficaram com diferença de
uma hora em relação a Brasília - antes eram
duas horas a menos. Municípios da parte
oeste do Amazonas, na divisa com o Acre,
sofreram a mesma mudança, o que igualou
o fuso dos estados do Acre e do Amazonas.
A mudança na lei também fez que o
Pará, que antes tinha dois fusos horários,
passasse a ter apenas um. Os relógios da
parte oeste do estado foram adiantados em
mais uma hora, fazendo que todo o Pará fi-
casse com o mesmo horário de Brasília. Ob- Vale lembrar que o antigo sistema de
serve nos mapas as mudanças ocorridas: quatro fusos horários, estabelecido para todo
Legenda o território nacional, foi instituído por meio
Uma hora a menos
da Lei nº 2.784, de 18 de junho de 1913, as-
Horário oficial do país
sinada pelo então presidente da República,
Duas horas a menos Uma hora a mais
Hermes da Fonseca, vigorando no território
brasileiro por longos anos.
18/06/1913 - 24/06/2008: 4 fusos Tudo isso demonstra a arbitrariedade
da nossa forma de medir o tempo, ou seja,
o fato de essas medidas serem produto de
Fernando
de Noronha uma convenção social. Reforça ainda mais
essa verdade o chamado horário de verão,
medida que se adota em alguns países, com
o intuito de economizar energia elétrica.
Pelo horário de verão, adianta-se o re-
lógio em uma hora para se aproveitar um pe-
ríodo de tempo em que amanhece mais cedo
e anoitece mais tarde, potencializando-se a
utilização da luz natural. No Brasil, o horário
de verão é adotado desde 1985, entre outu-
bro e fevereiro de cada ano.

Geografia 1 - Aula 2 21 Instituto Universal Brasileiro


Orientação e Localização
no Espaço Geográfico
Movimentos de rotação
e translação
• O movimento de rotação da
Terra é o giro que o planeta realiza
ao redor de si mesmo, ou seja, ao
redor do seu próprio eixo. Esse movi-
mento se faz no sentido anti-horário,
de oeste para leste, e tem duração
aproximada de 24 horas.
• O movimento de translação é
aquele que a Terra realiza ao redor
do Sol junto com os outros planetas.
Em seu movimento de translação, a
Terra percorre um caminho - ou órbi-
ta - que tem a forma de uma elipse.
O tempo necessário para completar
uma volta é de 365 dias.
• Equinócio é o fenômeno que
ocorre quando os raios solares inci-
dem perpendicularmente sobre a li-
nha do Equador, tendo o dia e a noi-
te a mesma duração na maioria dos
lugares da Terra. Esse fenômeno
ocorre nos dias 21 de março e 23 de
setembro, determinando o início de
algumas estações nos hemisférios
norte e sul.
• Solstício é o fenômeno em
que os raios solares incidem perpen-
dicularmente sobre o trópico de Cân-
cer em 21 de junho e sobre o trópico
de Capricórnio em 21 de dezembro,
determinando o início de algumas
estações nos hemisférios norte e sul.
Coordenadas geográficas
• A intersecção, ou seja, o cru-
zamento de um paralelo e um meri-
diano indica a coordenada geográ-
fica de um ponto sobre a superfície
Geografia 1 - Aula 2
terrestre. Temos, a partir disso, a la-
titude e a longitude, com as quais se
pode localizar com precisão algo na
superfície da Terra.
• Paralelos são linhas horizon-
tais imaginárias que cortam o globo.
São eles que indicam a latitude de
um lugar, que é a distância em graus
de qualquer ponto da superfície ter-
restre em relação à linha do Equador.
• Meridianos são linhas verticais
imaginárias traçadas de um polo a ou-
tro e que cruzam os paralelos. Eles in-
dicam a longitude de um lugar, que é
a medida em graus de um lugar qual-
quer da superfície terrestre até o me-
ridiano de Greenwich.
• A latitude e a longitude, além
de cumprirem um papel de determinar a
localização de um ponto sobre a Terra,
ajudam a explicar as diferenças de tem-
peratura existentes no planeta (latitude)
e as diferenças de horário de um lugar
para o outro na Terra (longitude).
• A latitude ajuda a explicar as
diferenças de temperatura existentes
no planeta Terra.
Zona polar ártica
Zona
Círculo Polar Ártico
temperada
Trópico de
norte
Câncer
Trópico de
Zona Tropical
Capricórnio
Zona Tropical
Zona polar
Círculo Polar antártico
antártica
Zona temperada sul
Fusos horários no mundo
Fuso horário é uma faixa de 15º
da esfera terrestre que corresponde a
uma hora. Dividindo-se os 360 graus da
esfera terrestre pelas 24 horas de dura-
ção do movimento de rotação, resultam
15 graus. Portanto, a cada 15 graus que
a Terra gira, passa-se uma hora.
22 Instituto Universal Brasileiro

1. Em relação aos movimentos da Terra, as-
sinale a alternativa correta.
I - A Terra realiza em torno de si mesma
o movimento de rotação, que tem uma duração
aproximada de 24 horas.
II - Os solstícios correspondem às épocas
do ano em que os hemisférios norte e sul da Terra
são desigualmente iluminados.
III - Os equinócios correspondem às épo-
cas do ano em que os hemisférios norte e sul são
igualmente iluminados.
a) ( ) I, II e III.
b) ( ) I e II.
c) ( ) I e III.
d) ( ) II e III.
2. Analise as proposições a seguir:
I - Os paralelos são importantes porque per-
mitem avaliar a latitude que é a distância em graus
de qualquer ponto da superfície terrestre em rela-
ção à linha do Equador.
II - O Equador e Greenwich são linhas que
dividem a Terra em dois hemisférios, norte e sul e
setentrional e meridional, respectivamente.
III - Os meridianos são linhas verticais imagi-
nárias traçadas de um polo a outro e que cruzam
os paralelos.
Estão corretas:
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I, II e III.
3. (UEL) Para responder a esta questão,
considere os mapas a seguir:
1. 2.
3.
Os mapas 1, 2 e 3 representam, respectiva-
mente:
Geografia 1 - Aula 2
a) ( ) mapa 1 = longitude; mapa 2 = latitu-
de; mapa 3 = zonas climáticas.
b) ( ) mapa 1 = meridianos; mapa 2 = para-
lelos; mapa 3 = zonas climáticas.
c) ( ) mapa 1 = latitude; mapa 2 = parale-
los; mapa 3 = fusos horários.
d) ( ) mapa 1 = paralelos; mapa 2 = meri-
dianos; mapa 3 = zonas climáticas.
4. (UFOP-MG) Observe a figura a seguir.
180° 120° 60° 0° 60° 120° 180°
A
80°
40°
0°
B
40°
80°
As coordenadas dos pontos A e B, indicados
na figura, são:
a) ( ) 60º lat. O, 80º long. N – 60º lat. S,
40º long.L.
b) ( ) 60º lat.N, 80º long. O – 60º lat. S,
40º long.L.
c) ( ) 80º lat. N, 60º long. O – 40º lat. S, 60º
long.O.
d) ( ) 60º lat. N, 80º long. O – 40º lat. S,
60º long.L.
5. (PUC-MG) Ao dividir os 360 graus da es-
fera terrestre pelas 24 horas de duração do movi-
mento de _________________, o resultado é 15
graus. A cada 15 graus que a Terra gira, passa-se
uma hora. Assim, cada uma das 24 divisões da
Terra corresponde a um _________________.
Para que o texto fique adequadamente
preenchido, as lacunas devem ser completadas,
respectivamente, por:
a) ( ) translação e meridiano.
b) ( ) translação e paralelo.
c) ( ) rotação e círculo.
d) ( ) rotação e fuso horário.
6. (FUVEST) A cidade de São Paulo está si-
tuada no fuso horário 45º Oeste. Quando em São
Paulo forem 13 horas, que horas serão numa cida-
de localizada no fuso 75º Leste?
a) ( ) 5 horas.
b) ( ) 21 horas.
c) ( ) 15 horas.
d) ( ) 11 horas.
23 Instituto Universal Brasileiro
 1. a) ( x ) I, II, e III.
Comentário. No dia 21 de junho, os
raios solares incidem perpendicularmente
sobre o trópico de Câncer, situado no he-
misfério norte. Já no dia 23 de setembro,
os raios solares incidem perpendicular-
mente sobre a linha do Equador, tendo o
dia e a noite a mesma duração na maior
parte dos lugares do planeta. Daí o nome
“equinócio” (noites iguais aos dias).
2. c) ( x ) I e III
Comentário. O Equador e Greenwich
são linhas que dividem a Terra em dois hemis-
férios, norte (setentrional) e sul (meridional), e
leste (oriental) e oeste (ocidental).
3. d) ( x ) mapa 1 = paralelos; mapa 2
= meridianos; mapa 3 = zonas climáticas.
Comentário.
Mapa 1.
No mapa 1, observa-se a representa-
ção de paralelos e, consequentemente, de
variações latitudinais.
Mapa 2.
No mapa 2, observa-se a representação
de meridianos e, consequentemente, de va-
riações longitudinais.
Mapa 3.
No mapa 3, observa-se a representação
dos paralelos que definem as zonas climáti-
cas, que indicam variações latitudinais e não
longitudinais.
Geografia 1 - Aula 2
4. d) ( x ) 60º lat. N, 80º long. O – 40º
lat. S, 60º long. L.
180° 120° 60° 0° 60° 120° 180°
80°
A
40°
0°
B
40°
80°
Comentário. O ponto A localiza-se
no paralelo 60º, situado no hemisfério nor-
te, e no meridiano 80º, situado no hemis-
fério ocidental. O ponto B localiza-se no
paralelo 40º, situado no hemisfério sul, e
no meridiano de 60º, situado no hemisfé-
rio oriental. Dessa forma, os dois pontos
apresentam as seguintes coordenadas
geográficas: (A) = 60º LN, 80º LO; (B) =
40º LS, 60º LL.
5. d) ( x ) rotação e fuso horário.
Comentário. O movimento de rota-
ção da Terra é o giro que o planeta realiza
ao redor do seu próprio eixo e leva aproxi-
madamente 24 horas para ocorrer. O fuso
horário é uma faixa de 15º da esfera ter-
restre que corresponde a uma hora. Divi-
dindo-se os 360 graus da esfera terrestre
pelas 24 horas de duração do movimento
de rotação, resultam 15 graus. Portanto, a
cada 15 graus que a Terra gira, passa-se
uma hora.
6. b) ( x ) 21 horas.
Comentário. Sabendo-se que São
Paulo situa-se no terceiro fuso internacio-
nal (45º) a oeste, e que a cidade em ques-
tão situa-se no quinto fuso internacional
(75º) a leste, e que os horários adiantam
para Leste, pode-se dizer que quando em
São Paulo forem 13 horas, serão 21 horas
na cidade situada a 75º leste.
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