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Para Hume o conhecimento deriva da experiência, por isso dizemos que é empirista.
Para o empirismo a fonte do conhecimento é a experiência sensível, pois nada está na razão
que não tenha estado nos sentidos.
Hume insere-se no empirismo uma vez que considera que todo o conhecimento tem origem
na experiência e se traduz em perceções.
Para Hume existem dois tipos de perceções: as impressões e as ideias, que se distinguem pelo
seu grau de força e vivacidade. As ideias são menos vivas e intensas do que as impressões.
Assim para Hume há dois tipos de perceções: as ideias e as impressões., sendo as primeiras
menos vivas e intensas que as segundas.
As impressões são atos originários do pensamento que tem como base a experiencia imediata.
As ideias são cópias das impressões, sendo por isso perceções menos intensas e fortes e são
imagens das impressões, logo aparecem depois das impressões.
Todas as nossas ideias têm uma origem empírica, logo não existem ideias inatas, todas são
formadas a partir da experiencia.
Segundo o princípio da cópia as ideias são cópias das impressões, logo menos intensas e
vividas do que as impressões que estão na sua origem.
As impressões são mais nítidas e vivas que as ideias, porque é aquilo que recebemos
diretamente da realidade, enquanto as ideias é aquilo que fica retido das impressões; logo as
impressões são mais fortes que as ideias.
Este princípio da cópia implica que não há ideias inatas uma vez que estas são cópias das
impressões, então têm uma origem empírica (formam-se a partir da experiência).
O princípio da cópia foi utilizado por Hume para esclarecer a relação entre impressões e ideias.
Impressões simples são aquelas que nos fornecem apenas uma impressão (ex. referem-se a
determinado ruido, cheiro, paladar…); as ideias simples derivam das impressões (ex.a ideia de
cor)
As complexas são aquelas que fornecem várias sensações em simultâneo (ex. observar a
minha mochila, tamanho, cor, textura…); as ideias complexas são combinações de ideias
simples.
Para Hume todas as ideias são, direta ou indiretamente, cópias de impressões. Este princípio
ficou conhecido como Princípio da Cópia.
Para tal recorre ao argumento do “cego de nascença” para justificar a sua confiança no
Princípio da Cópia. Segundo este argumento, uma vez que um cego de nascença não tem
qualquer impressão de cores, então ou este não pode imaginar a cor azul, ou existem ideias
que não correspondem a qualquer impressão. Mas o facto é que um cego de nascença não
pode imaginar a cor azul.
Sim. A ideia de um objeto, por exemplo uma pedra, refere-se a todo as pedras uma vez que
existe um conjunto de propriedades que são comuns e se mantêm em todas as pedras;
condição que possibilita esta relação da ideia de vários objetos.
Por outro lado temos os raciocínios indutivos, sempre que queremos ir além da experiencia
imediata ou passada, temos que fazer previsões e generalizações. São os raciocínios indutivos
Consiste na ideia de ligação entre acontecimentos, isto é, na ideia de que sempre que em
certas condições acontece A, inevitavelmente acontece B, de tal forma que A produz B.
Não. Com base na observação e na experiência apenas podemos afirmar que dois fenómenos
se sucedem habitualmente um ao outro, por isso para Hume é impossível afirmar que exista
uma relação necessária de causa-efeito entre dois fenómenos, isto é nega a existência do
princípio de causalidade por não haver uma impressão que lhe corresponda.
Explica, a relação entre hábito e inferência causal Ou explica a relação entre hábito e
causalidade
Não existe qualquer justificação, racional ou empírica para a nossa crença na existência de
relações causais. Com base no hábito e não na razão ou nos próprios objetos, acreditamos na
repetição futura dos acontecimentos.
Logo a ideia de relação de causa efeito é o produto da subjetividade humana e não temos
razões para afirmar que tem correspondência na realidade objetiva.
Explica de que modo a analise efetuada por Hume ao princípio de causalidade se harmoniza
com o empirismo.
Para Hume uma ideia só é verdadeira se lhe corresponder uma impressão, logo a verdade das
ideias é determinada pela nossa experiência. À ideia de causa não corresponde qualquer
impressão sensível.
A experiência (para Hume o único critério quanto a questões de facto) permite-nos captar uma
sucessão regular entre dois fenómenos, mas não uma sucessão necessária (ou seja só permite
ver o que acontece aqui e agora e não o que sempre acontecerá).
Pela experiência sabemos que no passado a água ferveu, mas não é legítimo concluir que
sempre ferverá. E, contudo acreditamos que o seu aquecimento é a causa necessária para a
sua fervura.
Segundo Hume, a confiança nos nossos raciocínios indutivos tem fundamento racional e
objetivo? Ou podemos justificar o Principio da Uniformidade da Natureza?
Não. A indução só será justificada por meio da razão ou por meio da experiencia. justificada de
pela razão ou pela experiencia. Tal não é possível, uma vez que é por meio da experiencia que
sabemos, por exemplo que o sol nasceu todos os dias e por meio de uma indução que
afirmamos que nascerá no futuro. No entanto não podemos ter a certeza que isso aconteça,
somente pela experiencia passada de termos visto o sol sempre a nascer.
A este Principio Hume chama Principio da uniformidade da Natureza, que tem por base uma
indução.
A indução não pode ser justificada com base na razão, se fosse racionalmente justificável,
então bastaria o facto de as premissas serem verdadeiras para que a conclusão fosse
verdadeira, mas não é assim.
Também não pode ser justificada empiricamente, isto é por intermédio da experiência, não
podemos dizer que qualquer acontecimento no futuro será sempre igual ao passado.
Assim a nossa crença na uniformidade da natureza tem por base a indução, então não
podemos justificar a indução por intermédio da indução, para além de que a experiencia
passada nunca pode garantir a verdade da conclusão dos raciocínios indutivos. Assim a
indução não pode ser justificada.
Não podemos justificar o principio da uniformidade da natureza porque se trata de uma crença
indutiva para a qual apenas encontramos uma justificação indutiva.
Para Descartes a origem do conhecimento não pode residir nos nossos sentidos, mas na razão.
O conhecimento constrói-se baseando-se nas ideias inatas, com a garantia de que Deus
garante o funcionamento da nossa razão. Por este motivo Descartes é um racionalista.
Já para Hume obtemos conhecimento pela perceção que temos dos dados dos sentidos,
construindo impressões e ideias. As nossas ideias são cópias das impressões, logo não são
inatas, contrariamente ao que Descartes defendia.
Para Descartes o conhecimento é possível uma vez que a razão não se baseia nos sentidos,
tornando o seu funcionamento dependente da garantia de Deus.
Hume tem uma posição moderadamente cética (ou é um cético moderado) relativamente à
possibilidade de conhecimento já que qualquer lei natural não é senão proveniente de uma
generalização a partir da própria experiência.