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ESCOLA EB 2,3 EGAS MONIZ

Te s t e d e P O R T U G U Ê S

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Ano: 8º Turma: __ Nº. ____ _____/ 11 / 2019

GRUPO I
Compreensão do Oral

Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir, duas vezes, a reportagem “O Natal
dos sem CASA”, até ao minuto 02:22.

1. Seleciona (de 1.1. a 1.3.) a opção que permite obter uma afirmação adequada ao que acabaste de
ouvir.

1.1. Abílio vive


(A) num hotel, em Santa Apolónia, há dois anos. 
(B) nas ruas de Santa Apolónia, há dois anos. 
(C) com os pais, em Santa Apolónia, há dois anos. 
(D)em Santa Apolónia, por razões profissionais, há dois anos. 

1.2. Segundo Abílio,


(A) o seu currículo possibilitar-lhe-á a integração no mercado de trabalho. 
(B) sair das ruas da capital não faz parte dos seus planos. 
(C) a idade é um fator que condiciona o acesso a um emprego. 
(D) o acesso ao mercado de trabalho é limitado porque não sabe ler. 

1.3. A noite de Natal


(A) é vivida em conjunto com os sem-abrigo, como uma noite especial. 
(B) é uma noite igual às outras, passada nas ruas de Lisboa. 
(C) é passada num hotel, visto ser também a data do seu aniversário. 
(D) é especial, porque janta com os voluntários e amigos. 

2. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa.


(A) Os voluntários desempenham um papel irrelevante na vida dos sem-abrigo. 
(B) Os voluntários abdicam da sua vida pessoal para apoiarem os sem-abrigo. 
(C) Os voluntários apoiam os sem-abrigo com bens de primeira necessidade. 
(D) A palavra e os atos dos voluntários são fundamentais para os sem-abrigo. 

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GRUPO II
Leitura
Lê o texto com atenção.

O Natal e as Crianças
Como explicá-lo aos mais novos
O Natal é a época da família, da reunião, da união e de um
espírito de solidariedade que torna as pessoas, consequentemente,
mais felizes. É um momento especial, sobretudo para os mais
novos.
Como se explica o que é o Natal às crianças?
A época natalícia é vivida com grande euforia pelas crianças e, em muitas situações, resume-
se praticamente aos presentes e ao Pai Natal.
Mas o Natal é muito mais do que isso, e é importante que as crianças o entendam – só assim
podem viver e recordar, ano após ano, o verdadeiro espírito da quadra natalícia.
A escola é um espaço privilegiado no envolvimento da criança neste espírito natalício,
promovendo a interiorização de valores e o renascimento de velhas tradições. Em contexto escolar, os
educadores desenvolvem inúmeras atividades, que vão das decorações festivas e elaboração de
postais à confeção de doces tradicionais, sem esquecer outras formas que possam fazer parte da festa
de Natal, envolvendo as crianças e as famílias.

Por que se celebra o Natal?


A resposta imediata, e respeitando todas as crenças religiosas, é que se celebra o nascimento
de Jesus. O educador pode integrar o presépio como uma das tradições natalícias, construindo as
figuras que o compõem.
As histórias de Natal assumem, neste contexto, um papel fundamental para a interiorização do
sentido do Natal, com a exploração de valores, de sentimentos importantes inerentes a esta época
festiva, afastando, assim, a exagerada importância atribuída, atualmente, às prendas, ao Pai Natal e
aos brinquedos.
A lembrança de Natal por cada criança, para a família, contribui para reforçar valores de
carinho e dedicação. Desta forma, poderemos reforçar que a magia dos presentes de Natal não se
resume à quantidade de prendas, mas à partilha e aos laços de afeto e solidariedade entre todos.
É no Natal que se constata uma tendência especial para fomentar o espírito de solidariedade e
de responsabilidade social e nunca será demais incutir esses valores à criança, explicando-lhe o
verdadeiro sentido do Natal.

Catarina Lopes, disponível em


http://media.rtp.pt/agoranos/agora-tania/o-natal-e-as-criancas (consultado em 8 de novembro de 2019)

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1. As afirmações apresentadas de (A) a (E) baseiam-se em informações contidas no texto. Escreve a
sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações aparecem no texto.

(A) A escola valoriza a essência do Natal através da leitura de histórias que transmitem princípios
e sentimentos a adotar.

(B) O período natalício é aproveitado para mostrar aos mais novos como é importante que a
sociedade seja solidária e justa.

(C) O afeto, o carinho, a partilha, a dedicação e a solidariedade são presentes mágicos a


incentivar no Natal.

(D) Durante a época natalícia, promove-se a união e a solidariedade entre as pessoas, o que
contribui para a felicidade de todos.

(E) As prendas perdem-se na memória dos mais novos, sendo recordados as tradições e os
valores transmitidos.

Resposta: _______________________________________________________________

2. Explica por que razão a escola é importante na recuperação do autêntico espírito natalício.
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3. Seleciona a opção que corresponde à única afirmação falsa.


(A) O nascimento de Jesus deve ser visto como uma crença religiosa entre outras crenças,
considerando-se o presépio como uma tradição. 

(B) As histórias natalícias lidas na escola ensinam valores e sentimentos necessários para a
sociedade. 

(C) Os educadores dizem aos seus educandos que as prendas e o Pai Natal são fundamentais para
que haja espírito natalício. 

(D) O verdadeiro sentido natalício tem a ver com a solidariedade e a responsabilidade social. 

4. Identifica o antecedente do pronome sublinhado na frase “(…) nunca será demais incutir esses
valores à criança, explicando-lhe o verdadeiro sentido do Natal.”

Resposta: _______________________________________________________________________

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GRUPO III
Educação Literária

Lê o excerto do conto “Natal”, de Miguel Torga. Se necessário, consulta o vocabulário.


Natal

De sacola e bordão, o velho Garrinchas fazia os possíveis para se aproximar da terra. A


necessidade levara-o longe demais. Pedir é um triste ofício, e pedir em Lourosa, pior.
Ninguém dá nada. Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser - e beba um
desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão alargar os
horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida, que ao menos se
envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio do padre-nosso. Sim, rezava
quando batia a qualquer porta. Gostavam… Lá se tinha fé na oração, isso era outra
conversa. As boas ações é que nos salvam. Não se entra no céu com ladainhas 1, tirassem
daí o sentido. A coisa fia mais fina! Mas, enfim… Segue-se que só dando ao canelo por
muito largo conseguia viver.
E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse de outra
maneira. Muito embora trouxesse dez réis no bolso e o bornal 2 cheio, o certo é que já lhe
custava arrastar as pernas. Derreadinho! 3 Podia, realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e
no dia seguinte, de manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe na cabeça
consoar à manjedoira nativa… E a verdade é que nem casa nem família o esperavam.
Todo o calor possível seria o do forno do povo, permanentemente escancarado à pobreza.
Em todo o caso sempre era passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na
modorra4 de um borralho5 de estevas6 e giestas familiares, a respirar o perfume a pão
fresco da última cozedura… Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos desamparados.
Encher-lhes a barriga, não. Agora albergar o corpo e matar o sono naquele santuário
coletivo da fome, podiam. O problema estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais
acabava, e sentia-se cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande
carrego7. Ainda por cima atrasara-se na jornada 8 em Feitais. Dera uma volta ao lugarejo, as
bichas pegaram, a coisa começou a render, e esqueceu-se das horas. Quando foi a dar
conta, passava das quatro. E, como anoitecia cedo, não havia outro remédio senão ir agora
a mata-cavalos, a correr contra o tempo e contra a idade, com o coração a refilar. Aflito,
batia-lhe na taipa9 do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência. O remédio era andar
para diante. E o pior de tudo é que começava a nevar. Pela amostra, parecia coisa ligeira.
Mas vamos ao caso que pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas
tropelias a sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se! Cada desconsideração do destino!
Valia-lhe o bom feitio. Viesse o que viesse, recebia tudo com a mesma cara. Aborrecer-se
para quê? Não lucrava nada!
Miguel Torga, in Novos Contos da Montanha.
Lisboa: BIS, 2008
VOCABULÁRIO
1
ladainhas – orações à Virgem ou aos santos.
2
bornal – saco para transportar alimentos ou ferramentas.
3
derreadinho – exausto, muito cansado.
4
modorra – apatia; sonolência.
5
borralho – lareira; cinzas quentes.

4
6
estevas – planta que segrega uma resina aromática.
7
carrego – carga que se leva aos ombros ou à cabeça.
8
jornada – caminho que se anda num dia.
9
taipa – resguardo.

Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.


1. Situa a ação narrada no espaço e no tempo.
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2. Identifica a personagem do texto. Explicita o modo como a personagem se vê a si próprio,


tendo em conta as informações do final do texto.
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3. Refere o que levou a personagem principal a sair da sua terra natal.


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4. Explicita o argumento que sustenta o regresso de Garrinchas à sua terra natal.


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5. Transcreve duas passagens textuais que confirmem o estado físico de Garrinchas.


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6. Explica o significado da seguinte passagem textual: “E, como anoitecia cedo, não havia outro
remédio senão ir agora a mata-cavalos a correr contra o tempo e contra a idade, com o
coração a refilar”.
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7. Identifica o recurso expressivo usado na passagem seguinte “Aflito, batia-lhe na taipa do


peito, a pedir misericórdia”.
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8. Identifica o espaço comum ou coletivo em que ele pensava passar a noite de Natal. Explica a
escolha do velho.
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9. Transcreve a expressão cujo significado é noite de Natal.


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GRUPO IV
Gramática
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações dadas.
1. Indica a classe e subclasse das palavras sublinhadas na frase.
1.1. “Ninguém dá nada. (…) As boas ações é que nos salvam. (…) Não lucrava nada!”
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2. Indica a função sintática dos constituintes destacados.


2.1. Caminha com cautela, Garrinchas!
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2.2. Garrinchas permaneceu quieto no meio da serra.
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2.3. O narrador simpatiza com Garrinchas.
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2.4. Aquele homem, o Garrinchas, não tinha família à sua espera.
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3. Reescreve a frase que se segue, substituindo a expressão sublinhada por um pronome pessoal.
3.1. A necessidade levaria o Garrinchas longe de mais.
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4. Reescreve a frase na passiva.


4.1. Garrinchas dá uma volta ao lugarejo.
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5. Classifica as orações destacadas.


5.1. “(…) nem casa nem família o esperavam”.
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5.2. Enquanto nevava, Garrinchas caminhava.
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5.3. Garrinchas, que rezava de porta em porta, pedia comida e esmolas.
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5.4. O velho não conseguia acender a fogueira porque a lenha estava húmida.
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GRUPO V
Escrita

Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 120 e um máximo de 200 palavras, sobre
o papel que cada um de nós pode ter para ajudar os sem-abrigo.
No teu texto, apresenta, pelo menos, duas razões (argumentos) que fundamentem a tua
opinião e dois exemplos.
Segue as orientações:
 Introdução (1.º parágrafo) – apresentação da tua opinião ou ponto de vista sobre o
papel de cada um na ajuda a dar aos sem-abrigo.
 Desenvolvimento (parágrafo ou parágrafos seguintes) – apresentação de duas razões
(argumentos) com um exemplo a validar cada razão (argumento).
 Conclusão (último parágrafo) – síntese das ideias principais apresentadas nos
parágrafos anteriores, reforçando o teu ponto de vista.
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COTAÇÕES

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO V

1.1. 3 pontos 1. 3 pontos 1. 2 pontos 1. 6 pontos Tema e género textual


5 pontos
1.2. 3 pontos 2. 3 pontos 2. 3 pontos 2. 6 pontos
Coerência e pertinência
1.3. 3 pontos 3. 3 pontos 3. 3 pontos 3. 3 pontos
da informação
2. 3 pontos 4. 3 pontos 4. 4 pontos 4. 3 pontos 4 pontos

5. 2 pontos 5. 6 pontos Estrutura e coesão


4 pontos
6. 4 pontos
Morfologia e sintaxe
7. 3 pontos 4 pontos

8. 4 pontos Repertório vocabular


4 pontos
9. 2 pontos
Ortografia
4 pontos

12 pontos 12 pontos 27 pontos 24 pontos 25 pontos

TOTAL: 100 pontos

8
ITENS DE RESPOSTA
COTAÇ
ÕES
GRUPO I – Compreensão do Oral
1.1. (B)

1.2. (C) 9
(3×3)
1.3. (C)
2. (A) 3

Grupo II - Leitura

1. (D), (E), (A), (C), (B)


3
2. O verdadeiro espírito natalício implica ser-se solidário e estar-se próximo das pessoas. Ora, na escola, os
3
professores desenvolvem atividades que ensinam estes valores aos alunos, através da preparação de
encontros com as famílias, da recuperação de receitas tradicionais de Natal e da elaboração de postais
adequados a esta época.
3
3. (C).
4. “criança”. 3

GRUPO III – Educação Literária

1. Decorre a caminho de Lourosa, na véspera de Natal. 2

2. A perosnagem é o velho Garrinchas que se vê como alguém com bom feitio, capaz de 3
aceitar e de enfrentar as adversidades.

3. Garrinchas teve de sair de Lourosa porque a população não era sensível aos pedintes, não 3
dava nada. Logo, para sobreviver, teve de ir pedir para ouras terras.

4. Garrinchas queria ir cear na noite de Natal à “sua terra nativa”. Desejava passar o Natal 4
“debaixo de telhas conhecidas”, apesar de não ter nem família nem casa que o
acolhessem.

5. As passagens textuais que confirmar o estado físico de Garrinchas são as seguintes: “já
2
lhe custava arrastar as pernas.”; “Derreadinho!”; “sentia-se cansado. Setenta e cinco
anos, parecendo que não, é um grande carrego.”

6. O pedinte tinha de se apressar para chegar a tempo ao local que desejava, visto que o
tempo era escasso e as suas forças físicas, devido à idade, eram reduzidas. Por isso, o 4
ritmo cardíaco aumentava.

7. A personificação. 3

8. Como ele não tinha família na sua terra nem casa que o acolhesse, própria ou de amigos,
epnsou refugiar-se num espaço coletivo, o forno do povo, onde se cozia o pão para toda a 4
gente. Estava sempre aberto e era quente.

9. “noite santa”. 2

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ITENS DE RESPOSTA
COTAÇ
GRUPO IV – Gramática ÕES

1. ninguém: pronome indefinido; dá: verbo principal transitivo direto; boas: adjetivo qualificativo; é: verbo 6
copulativo ; nos: pronome pessoal; não: advérbo de negação. (1x6)

2.
2.1. Vocativo 6
2.2. Predicativo do ujeito. (1,5 x4)
2.3. Complemento oblíquo.
2.4. Modificador do nome apositivo.

3. A necessidade levá-lo-ia londe de mais. 3

4. Uma volta ao lugarejo é dada pelo Garrinchas. 3

5.
5.1. Oração coordenada copulativa.
5.2. Oração subordinada adverbial temporal. 6
5.3. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa. (1,5x4)
5.4. Oração subordinada adverbial causal.
GRUPO V – Escrita

Na redação do texto, o aluno deverá:


(A) escrever um texto, cumprindo as instruções fornecidas relativamente ao género, ao tema
e à extensão do texto;
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(B) produzir um discurso coerente do ponto de vista da informação fornecida;
(C) usar adequadamente parágrafos, marcadores do discurso e pontuação;
(D) utilizar vocabulário adequado, pertinente e variado;
(E) escrever com correção ortográfica e morfossintática.

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