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Sumário
1 Lista 1 2
1.1 Topologia de Espaços Normados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.3 Espaços de Banach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 Lista 2 23
3 Lista 3 35
4 Lista 4 53
4.1 Aplicações do teorema de extensão de Hahn-Banach . . . . . . . . . . . 62
4.2 Teorema da Aplicação Aberta e do Gráfico Fechado . . . . . . . . . . . . 67
4.3 Princípio da Limitação Uniforme e o Teorema de Banach-Steinhaus . 71
4.4 Convergência de Séries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
1
1 Lista 1
1.1 Topologia de Espaços Normados
Exercício 1. Seja X um espaço normado.
(a) Prove que para cada a 2 X, a aplicação x 2 X !7 x + a 2 X é um homeomor-fismo. Prove que, para
cada 2 K, 6= 0, a aplicação x 2 X !7 x 2 X é um homeomorfismo.
(c) Mostre que se K é compacto e F é fechado (em X), então F+K = ff+k j f 2 F; k 2 Kg é fechado.
Sugestão: use a caracterização de compacidade por sequências, válida para espaços métricos.
(3) f(x) = x
g (g1= (x)) = g
(4) f(x) = jxj
2
(5) f(x) = x
(6) f(x) = j sen xj =)
+ +
- 1 3 35 5 7 +
2 4 cos(2x) cos(4x) cos(6x)
Solução:
(1) f(x) = 1. Temos:
an =
1 Z
- cos(nx) dx = n
1
sen (nx) - = 0; 8n 1
1 1
Z
bn = sen(nx) dx = - n
- cos(nx ) - =0; 8n 1
a
1 1 0
Z
a0 = - dx = 2 =2 = 2 = 1:
)
Então a expansão de Fourier de f 1é1 .
f(x) = 1 se x 0 n a = n f
(2) -1 se x < 0 . Seja 1. Temos n 0 para todo 0, pois
2
é uma função ímpar e assim x !7 f(x) cos(nx) é uma função ímpar. Também, x !7 f(x)
sen(nx) é uma função par, e portanto:
1 2
bn = Z- f(x) sen(nx) dx = Z 0 sen(nx) dx
= 2
-n cos(nx) 0 2 2
= -n (cos(n ) - 1) = n (1 - cos(n ))
4 se n é ímpar
= n
0 se n é par
Portanto:
4 4 4 4X sen((2n + 1)x)
7
(3) f(x) = x. Temos que f é uma função ímpar, donde x !7 f(x) cos(nx) é ímpar e assim an
= 0 para todo n 0. Do mesmo modo, x !7 f(x) sen(nx) é uma função par, logo:
1 2
Z Z
bn = - f(x) sen(nx) dx = 0 x sen(nx) dx
= !
2 -x cos(nx)
n 0
+Z 0 cosn (nx)
dx
=
2
-
cos
n
(n ) + sen
n 2(nx) ! 0
2 - 2 se n é par
=- cos(n ) = n
2
n n se n é ímpar
Portanto
X
n+1
2 1 (-1)
f(x) = 2 sen x - sen(2x) + 3 sen(3x) - 2 sen(4x) + + = 2 n sen(nx):
n 1
(4) f(x) = jxj. A função f é par, donde x !7 f(x) cos(nx) é par e x !7 f(x) sen(nx) é ímpar.
Portanto bn = 0 para todo n 1, e aí:
1 1 a
2
0
:
a0 = Z- jxj dx = == 2 =2
E também: )
1 2
Z dx
an = - f(x) cos(nx) dx = Z0 x cos(nx)
Z !
=
2 x sen(nx)
n 0
- 0 sen(nx)
n dx
= n2 cos(nx) =
2
n
(cos(n ) - 1)
2 2
0
= 0 se n é par
4
-n 2 se n é ímpar
Desta forma:
4 4 4 4X cos((2n + 1)x)
2
f(x) = 2 - cos x - 9 cos(3x) - 25 cos(5x) - = 2 -n 0 (2n + 1)
2
(5) f(x) = x . A função f é par, assim x !7 f(x) cos(nx) é par, e x !7 f(x) sen(nx) é ímpar,
donde bn = 0 para todo n 1. Temos:
3 2 2
a0 = 1 2 2 2 = a
Z
- x
2
dx =
Z
0 x
2
dx = 3
=
3 0
2 = 3:
)
8
E também:
1 2
Z 2
an = - f(x) cos(nx) dx = Z 0 x cos(nx) dx
= 2 x 2 sen(nx)
n 0
-n 2
Z 0 x sen(nx) dx!
4 -4 -
= - n Z 0 x sen(nx ) dx = n n cos(n )
4
4 se n é par n
2
= 4
n cos(n ) = - n
2
se n é ímpar, 2
Z Z
1 2 2 4 a 2
a0 = - j sen xj dx = 0 sen x dx = - cos x 0 == 20 =
E para n 1: )
1 2
an = Z- f(x) cos(nx) dx = Z0 sen x cos(nx) dx
Em geral:
sen x sen(nx) 1
Z Z
sen x cos(nx) dx = n -n cos x sen(nx) dx
= sen x sen(nx)-
Z
- nn n -n sen x cos(nx) dx
1 - cos x cos(nx) 1
Exercício 2. Obter as séries dos senos em [0; ] para f(x) = cos x, f(x) = sen(x=2), f(x) =
senh ax.
n -1
2 n +n = n2 - 1(1 + cos(n )) = 2 se n for par
Para n = 1:
Z
2 1 1
b1 = 0 cos x sen x dx = Z 0 sen(2x) dx = -2 cos(2x)0 = 0:
n+1 2
f(x) = 3 sen x- 15 sen(2x)+ 35 sen(3x)+ = (-1) 4n - 1 sen(nx):
n 1
• f(x) = senh(ax). Suponha que a 6= 0, caso contrário não há o que fazer. Temos
que:
2
Z - senh( ax ) cos(
nx ) a
Z
senh(ax) sen(nx) dx = n +n cosh(ax) cos(nx) dx
= - senh(ax) cos(nx)+ n
Z
+n cosh( nsen -n senh(ax) sen(nx) dx
a ax) (nx) a
senh(ax) sen(nx) dx = a2 + n2 n + n
2
a 2
+n 2
n = a + n2
2
senh(a ) cos(n )
= - 2 a2+nn2 senh(a ) se n é par
2 n
2 2 senh(a ) se n é ímpar
a +n
2 1 2 2
2 2
f(x) = 1+a senh(a ) sen x - 4+a senh(a ) sen(2x) +
n+1 n
=2 senh(a ) n 1
(-1) 2
n +a
2
sen(nx):
(c) f(x) =
1 se 0
=2
0 se
=2 < x
a0 =
1 Z
- cos(ax) dx =
2 Z 0 2
cos(ax) dx = a sen(ax) 0 = 2
sen(a )
a
=
a 20
=
sen(a )
a
:
)
12
E também:
2
an = Z 0 cos(ax) cos(nx) dx:
Achemos uma primitiva primeiro:
a ax) (nx) a
2
cos (ax) sen(nx) a a
2 2 Z
= n - n sen(ax) cos(nx) + n cos(ax) cos(nx) dx
Isolando:
2
n cos (ax) sen(nx) a
Z 2 2 2
cos(ax) cos(nx) dx = n - a n - n sen(ax) cos(nx) :
Com isto, vem:
2
2 n a 2 a
an = n2 -a 2
- n2 sen(a ) cos(n ) = a2 - n2 sen(a ) cos(n )
2 a
2 2 sen(a ) se n é par
= a -n
2 a
- a2- n2 sen(a ) se n é ímpar
E assim obtemos a expansão procurada:
sen(a ) 2 a 2 a
2 2
f(x) = a - a - 1 sen(a ) cos x + a - 4 sen(a ) cos(2x) +
n
sen(a ) 2a (-1)
= + sen(a ) cos(nx):
n 1
a a 2 - n2
X
(b) f(x) = cosh(ax). Temos:
a = 0
0
2
Z 0 cosh(ax) dx = 2 senh(ax)
a 0
= 2 senh(a )
a = a
2 = a
senh(a )
:
)
Para n 1: 2
an = Z 0 cosh(ax) cos(nx) dx:
Calculemos uma primitiva:
ax) (nx) a
Z cosh( sen Z
cosh(ax) cos(nx) dx = n -n senh(ax) sen(nx) dx
= cosh(ax) sen(nx) -
n Z
-n - senh( n) cos(nx) + n cosh(ax) cos(nx) dx
a ax a
2
ax) (nx) a senh( ax nx ) a
cosh( sen ) cos(
2 2
Z
= n - n -n cosh(ax) cos(nx) dx
13
Isolando:
2
Z n cosh(ax) sen(nx) a senh(ax) cos(nx)
2 :
2 2 n
cosh(ax) cos(nx) dx = n + a n -
Desta forma:
2
2 n a senh(a ) cos(n ) 2 a
a n = n2 + a 2 n
2
= 2
n +a
2 senh(ax) cos(n )
2 a
2 2 senh(a ) se n é par
= n +a
2 a
- n2+ a2 senh(a ) se n é ímpar
Com isto obtemos a expansão:
senh(a ) 2 a 2 a
2 2
f(x) = a - 1 + a senh(a ) cos x 4+a senh(a ) cos(2x) +
n
senh(a ) 2a (-1)
= + senh(a ) cos(nx):
n 1
a n2 + a2
X
(c) f(x) = 1 se 0 x=2 . Para n = 0 temos:
0 se =2 < x
2 =2 2 a 1
0
a0 = Z0 dx = 2 =1 = 2 =2 :
E para n 1: )
a
Z =2 =2 2n
n= 0 0 2 se n é par
2 2 2 n n se n é ímpar
Solução: Obtivemos:
X n
2 2 (-1)
x = +4 2 cos(nx):
3 n
n 1
n
Faça x = . Notando que cos(n ) = (-1) , temos:
2 X 1 2 X X 2
2 1 1
= =4 2
= +4 = = :
3 n
2 ) 3 n
2 ) n
2
6
n 1 n 1 n 1
14
1.3 Espaços de Banach
Exercício 1. Mostre que c, o espaço vetorial das sequências convergentes, munido da
norma do supremo é um espaço de Banach.
(n)
Solução: Seja ( n)n 0 = ((xk )k 0)n 0 uma sequência de k k -Cauchy. Dado > 0,
(n) (m)
jxk - xk j ; 8 m; n > n0; 8 k 0;
(n)
então fixado k, (xk )n 0 é uma sequência de Cauchy em C, logo converge. Ponha
(n)
xk = limn +
= (x )
xk . c
!1
Defina . Provemos que
k k 0 . Como cada n converge (por estar em
(n)
(n) 2
c), existe o limite x = limk + kx (n)
. Afirmo que (x )n 0 é de Cauchy. Existem
n;n N tais que m; n > n implica jx(n) - x(m)j < =3, pois (x(n)) n 0
é de Cauchy, e
1 2
2 1 !1 k k k
(n) (n) (n) k!+1 (n)
k > n2 implica jx - xk j < =3, pois xk x . Se n0 = maxfn1; n2g, m; n > n0,
k > n temos que:
,
e fixamos um certo 0 (n) (n) (m) ! (m)
(n) (m) (n) (m)
jx - x j jx - xk j + jxk - xk j + jxk - x j< 3 + 3 +3 = :
(n)
Como C é completo, existe o limite x = limn + x . ;n;n N tais que:
x Seja > 0. Existem n
! k n - k1 ; 8 n > n0;
2
k k1
logo n c. Assim c é um espaço de Banach.
15
Exercício 2 (Soma direta externa). Sejam (X; k k) e (Y; k k0) espaços normados.
(a) Mostre que kj kj : X Y ! R 0 dada por kj(x; y)kj = maxfkxk; kyk0g é uma norma em X
Y. Mostre também que tal norma gera a topologia produto em X Y.
(b) Se X e Y são espaços de Banach, mostre que (X Y; kj kj) é um espaço de Banach.
kj (x; y)kj = kj( x; y)kj = maxfk xk; k yk0g = maxfj jkxk; j jkyk0g
= j j maxfkxk; kyk0g = j jkj(x; y)kj:
E por fim, temos que:
0 0 0 0
kx + x k kxk + kx k kj(x; y)kj + kj(x ; y )kj;
0
e analogamente partindo de ky + y k0. Tomando o máximo obtemos:
0 0 0 0 0 0
kj(x; y) + (x ; y )kj = kj(x + x ; y + y )kj kj(x; y)kj + kj(x ; y )kj:
Agora vamos provar que esta norma gera a topologia produto. Uma base desta é
B = fU V j U 2 k k; V 2 k k0 g. Primeiro, provemos que fixado r > 0, vale que:
Bkj kj((x; y); r) = Bk k(x; r) Bk k0 (y; r):
Rapidamente, se (p1; p2) 2 Bk k(x; r) Bk k0 (y; r), então kx - p1k; ky - p2k0 < r,
e daí kj(x; y) - (p1; p2)kj < r, e segue que (p 1; p2) 2 Bkj kj((x; y); r). E por outro lado, se
(p1; p2) 2 Bkj kj((x; y); r), então maxfkx - p1k; ky - p2k0g < r implica que
kx - p1k; ky - p2k0 < r, logo p1 2 Bk k(x; r) e y 2 Bk k0 (y; r). Concluímos que (p1; p2)
2 Bk k(x; r) Bk k0 (y; r). Assim, vale a igualdade proposta.
Em vista disto, toda bola aberta segundo kj kj está em B. Agora vamos provar que
todo elemento não-vazio de B contém alguma bola aberta segundo kj kj. Se U V 2 B
é não vazio, fixe x 2 U e v 2 V. Como U e V são abertos nos seus respectivos
espaços, existem r1; r2 > 0 tais que Bk k(x; r1) U e Bk k0 (y; r2) V. Seja r = minfr1; r2g.
Então temos que:
Bkj kj((x; y); r) = Bk k(x; y) Bk k0 (y; r) Bk k(x; r1) Bk k0 (y; r2) U V:
16
(b) Seja (zn = (xn; yn))n 0 uma sequência de kj kj-Cauchy em X Y. Então dado
> 0, existe n0 2 N tal que se m; n > n0, temos:
kxn - xmk; kyn - ymk0 kjzn - zmkj < ;
donde (xn)n 0 e (yn)n 0 são sequências de Cauchy em X e Y, respectivamente.
Como estes são espaços de Banach, existem x 2 X e y 2 Y tais que x n
y y k k0 z kj kj (x; y) > n
kk xe
N grande
Exercício 3.
Z
kfk1 = 0 jf(x)j dx
é uma norma em C([0; 1]), mas é apenas uma semi-norma no espaço das funções
Riemann-Integráveis.
(c) Qual é a relação (no sentido da inclusão) entre as topologias geradas por k k1 e k
k1?
Solução:
1
(a) É claro que kfk1 = 0 jf(x)j dx 0 qualquer que seja f 2 C([0; 1]). Agora se
1 R
kfk = 0 jf(x)j dx = 0, podemos concluir seguramente que f = 0 se f for contínua.
Caso R 2
Z Z Z
k fk1 = 0 j f(x)j dx = 0 j jjf(x)j dx = j j 0 jf(x)j dx = j jkfk1:
E se f; g 2 C([0; 1]), vale que:
j(f + g)(x)j = jf(x) + g(x)j jf(x)j + jg(x)j; 8 x 2 [0; 1];
e integrando, temos:
1 1 1 1
Z
kf+gk1 = 0 j(f+g)(x)j dx Z 0 jf(x)j+jg(x)j dx = Z0 jf(x)j dx+ Z 0 jg(x)j dx = kfk1+kgk1:
As verificações de k fk1 = j jkfk1 e kf + gk1 kfk1 + kgk1 também valem para
f; g 2 R([0; 1]).
3
Um para cada sequência coordenada e já tomamos o máximo.
17
(b) O espaço não é completo. Seja (fn)n 0 C([0; 1]), dada por:
0 se x < 1 - 1
2n
2
1 1 1 1 1
fn(x) = 8n x - 2 + 2n se 2 - 2n x 2 +
>>
2
1
2n
1
+
:
<1 se x >
1
2n
Vejamos que a sequência é de Cauchy. Temos que se p 2 N, vale que:
1 1 1 1
f -f 2 + 2n 2 + 2n
n+p n 1 = jfn+p(x) - fn(x)j dx jfn+p(x)j + jfn(x)j dx
1 Z 1
k k Z 1
2 - 2n
1
2 - 2n
1
1 1 1 1 2n
1
2 + 2n +
+ -
Z 1 1
!1
2 dx = 2 2 2n 2 + 2n =n2 ! 0: - 2n
Agora suponha por absurdo que a sequência convirja para uma função contínua f 2
C([0; 1]). Então devemos ter limn!+1 kfn - fk1 = 0. Isto é:
kfn - fk1 =
- 1 + 1 f(x) - n x -
1
2
0
2n
jf(x)j dx +
1 1 Z1 1
2
2
1
- 21 n
2n
2 + 2n dx +
Z Z
jf(x) - 1j dx;
1 1
2 +2 n
2
p 1
fn(x) = ’(x) + r (-n x + n) se x n
1
’(x) se x > n
p
Como r 1, temos que kf n - ’k1 = r=2 para todo n 1, donde f n - ’ 2 B1(0; r) para todo n 1. Como
estamos em um espaço normado, temos f n 2 Bp1(’; r) qualquer que seja n. Porém
escolhendo n 2 N grande o suficiente tal que n r > 1, temos que pfn 62B1(0; 1). Se 0 < r < 1, é
2
feita uma construção análoga com r ao invés de r e repete-se o argumento. Portanto B 1(0;
1) não é um aberto segundo
k k1.
Por outro lado, todo aberto segundo k k1 é um aberto segundo k k1. Com
efeito, dada uma bola qualquer B1(’; r), vale que B1(’; r) B1(’; r), pois se
f 2 B1(’; r), temos que:
Z1 Z1 Z1
kf - ’k1 = jf(x) - ’(x)j dx kf - ’k1 dx r dx = r:
0 0 0
18
Exercício 4. Definimos ‘1 = fx = (xn)n 0 j kxk1 = supn 0 jxnj < +1g, o espaço das
sequências limitadas munido da norma do supremo k k1.
(a) Mostre que ‘1 é um espaço de Banach.
(b) Mostre que c é um subespaço de ‘1. Conclua que se c é fechado (mostre), então c é
um espaço de Banach, utilizando o resultado abaixo.
(c) Mostre que c0 = fx = (xn)n 0 j limn!+1 xn = 0g, o espaço das sequências conver-gentes
a zero, com a norma do supremo, é um subespaço fechado de c, e portanto
completo.
Solução:
(a) Seja ( n)n 0 = ((x(kn))k 0)n 0 uma sequência de k k1-Cauchy. Dado > 0, existe n0 2 N tal
que:
kn- mk < ; 8 m; n > n0
(n) 1
sup jx k
- x(m )j
k
; 8 m; n; > n0
k 0
(n) (m)
jxk - xk j ; 8 m; n > n0; 8 k 0;
( n)
então fixado k, (x k )n 0 é uma sequência de Cauchy em C, logo converge. Ponha
(n)
xk = limn!+ 1 xk . kk N
Defina = (xk)k 0. Verifiquemos que n 1 . Seja > 0. Existe n0 tal
que: ! 2
kn- mk < ; 8 m; n > n0
(n) 1
sup jx k
- x(m )j < ; 8 m; n > n0
k
k 0
(n) (m)
jxk - xk j < ; 8 m; n > n0; 8 k 0
(n)
lim jx - x(m)j ; n>n ; k
m + k k 8 0 8 0
1 (n)
! jxk - xkj ; n > n0 ; k 0
(n)
8 8
sup jxk - xkj ; 8 n > n0
k 0
19
Concluímos novamente que c é um espaço de Banach.
( n0) ( n ) ( n ) n 0
jxkj = jxk - x k +xk 0j jxk - x k 0 j + jx k j<2+2= :
completo, a sequência deve convergir para algum valor de F. Por unicidade dos limites,
x 2 F. Portanto F F F =) F = F e F é fechado.
Solução: A solução disto se baseia do fato de que para espaços métricos, ter base
enumerável é equivalente a ser separável. Com efeito, suponha que M tenha uma base
de abertos enumerável, fUn j n 0g. Fixe xn 2 Un, para cada n. Então afirmo
que D =
for um S 0 n0 n0 2 \
Como é aberto, existe r > 0 tal que B(x; r) . Agora tome n 1 tal que
20
1=n < r=2. Como D é denso, existe p 2 B(x; 1=n) \ D. Por simetria, se p 2 B(x; 1=n),
então x 2 B(p; 1=n). Agora seja z 2 B(p; 1=n). Temos:
1 1 r r
d(x; z) d(x; p) + d(p; z) < n +n <2 +2 = r;
donde temos que z 2 B(x; r) e portanto B(p; 1=n) B(x; r). Disto segue que x 2
B(p; 1=n)e B é base.
E se M tem base enumerável, qualquer subespaço de M também tem - uma base é
dada pela interseção dos elementos da base de M, com o subespaço.
Então se A X e X é separável, X tem base enumerável. Logo A tem base enumerável,
e daí A é separável.
j(f + g)(x) - (f + g)(x0)j = jf(x) + g(x) - f(x0) - g(x0)j = jf(x) - f(x0) + (g(x) - g(x0))j jf(x) - f(x0)j + j
(g(x) - g(x0))j = jf(x) - f(x0)j + j jjg(x) - g(x0)j
< 2 + j j 2j j = ;
e assim f + g 2 C(K), pois x0 2 K era qualquer.
Vejamos agora que k k 1 é norma. Fixemos f; g 2 C(K) e 2 C novamente. Claro
que k k 0 por ser o k k
f 12 máximo entre números não-negativos.
2
E f 1 = 0 implica
que supx K jf(x)j = 0, e assim jf(x)j = 0 para todo x K. Isto é, f(x) = 0 para todo
x 2 K e concluímos que f = 0. Também temos:
k fk = sup j f(x)j = sup j jjf(x)j = j j sup jf(x)j = j jkfk :
1 x2K x2K x2K 1
E por fim, temos:
jf(x) + g(x)j jf(x)j + jg(x)j kfk1 + kgk1
para todo x 2 K, então tomando o supremo no lado esquerdo segue que kf + gk 1 kfk1 +
kgk1.
6
Uma vizinhança para cada função, e já tomamos a interseção, que continua sendo uma
vizinhança de x0.
21
Agora vejamos que C(K) é completo com essa norma. Seja ff ngn 0 uma sequência de
k k1-Cauchy in C(K). Seja > 0. Então existe n0 2 N tal que:
kfn - fmk 1 < ; 8 m; n > n0
sup n( ) - m( 8 0
jf x f x)j < ; m; n > n
x2K
n0 2 N tal que: !
kfn - fmk 1 < ; 8 m; n > n0
sup n( )- m( 8 0
jf x f x)j < ; m; n > n
x2K
jfn(x) - fm(x)j < ; 8 m; n > n0; 8 x 2 K
lim jf (x) - f (x)j ; n>n ; x K
m + n m 8 0 8 2
jf(x) - f(x0)j jf(x) - fn0 (x)j + jfn0 (x) - fn0 (x0)j + jfn0 (x0) - f(x0)j < 3 +3 + 3 = ;
! 2 2
k k1
donde f é contínua em x0 e assim fn f C(K), visto que x0 K era qualquer.
22
2 Lista 2
Exercício 1. Mostre que a função
p
j j : C ! R dada por jzj = zz
afirmo que zn z. 7
p 2N ! n j jj
Seja > 0. Existe n0 grande o suficiente tal que n > !0 implica xn -x ; yn -
2 2
2 +2
2 2
Logo zn ! z e C é completo.
Exercício 2. Seja K um espaço compacto. Indicamos por C(K) o conjunto das funções
contínuas do espaço K em C, munido da norma:
23
Solução: Feito anteriormente (no caso geral).
Solução:
(i) =) (ii): Dado = 1 > 0, existe > 0 tal que kxk < =) kf(x)k < 1. Sendo x 2 E com kxk, o
vetor x=2 satisfaz k x=2k = =2 < , portanto vale que kf( x=2)k < 1, daí kf(x)k < 2= .
Como x nestas condições é arbitrário, tomando o sup vem que sup kxk 1 kf(x)k 2= <
+1.
(ii) =) (iii): Fixe M = supkxk 1 kf(x)k < +1. Seja x 2 E qualquer, com x 6= 0 (pois se x =
0 a desigualdade vale trivialmente). Então x=kxk tem norma 1 e daí kf(x=kxk)k M,
donde kf(x)k Mkxk, para qualquer x 2 E.
(iii) =) (iv): Se C = 0 nada há o que fazer. Se C > 0, seja > 0, fixe x0 2 E, e tome = =C
> 0. Se x 2 E é tal que kx - x0k < , então:
Solução: Se hx; yi = 0, nada há o que fazer. Suponha que hx; yi 6= 0. Para todo
2 C vale que hx - y; x - yi 0. Assim:
hx; xi - hx; yi - hy; xi + hy; yi 0
2 2 2
kxk - hx; yi - hx; yi + j j kyk 0
2 2 2
kxk - 2 Re( hx; yi) + j j kyk 0
24
8 2
Se vale para todo 2 C, vale para os da forma = tjhx; yij=hx; yi, com t 2 R. Note que j j =
2 2
jtj = t . Temos que:
h i ! 2 2 2 2 2
kxk2 - 2 Re t x; y hx; yi + t kyk 0 = kxk - 2t jhx; yij + t kyk 0
j x; y j
h i )
A expressão acima é um polinômio de segundo grau em t que nunca troca de sinal,
portanto seu discriminante é menor ou igual a zero:
2 2 2
4jhx; yij - 4kxk kyk 0 =) jhx; yij kxkkyk;
Exercício 5. Mostre que a aplicação fy(x) = hx; yi é linear e contínua, para cada y 2 E
fixado, e que
kfyk1 = sup jfy(x)j = kyk:
kxk 1
x-x y < y = ;
k 0 kk k kykk k
e portanto fy é contínua.
Note que kyk é uma cota superior de conjunto fjf y(x)j j kxk 1g, pois por Cauchy-
Schwarz temos que jfy(x)j = jhx; yij kxkkyk kyk, se kxk 1. Agora vejamos que o valor de
fato é atingido. Ora, o vetor y=kyk tem norma 1 e vale que:
fy y = y ;y = y hy; yi = y kyk2 = kyk:
y
kk
y
kk
1 kk
1
kk
25
Solução: Sabemos que toda sequência é limitada. Então existe M > 0 tal que kxnk; kyk
9
< M para todo n 0. Dado > 0 qualquer, existe n 0 2 N suficientemente grande tal que n >
n0 =) kxn - xk; kyn - yk < =(2M). Então se n > n0:
jhxn; yni - hx; yij = jhxn; yni - hxn; yi + hxn; yi - hx; yij = jhxn; yn - yi + hxn - x; yij jhxn; yn
- yij + jhxn - x; yij kxnkkyn - yk + kxn - xkkyk
= 2 +2 = ;
(iii) Assuma a seguir que estes subconjuntos An são conjuntos 1=(n+1)-densos (maxi-
mais) em M e mostre que a sentença "todo subconjunto fechado e discreto D M é
enumerável"implica que M tem uma base de abertos que é enumerável.
Solução:
(i) Seja M um aberto não vazio. Tome x 2 . Como é aberto existe r > 0
tal que B(x; r) . Como R é arquimediano, existe n 2 N tal que 1=(n + 1) < r, de modo
que B(x; 1=(n + 1)) B(x; r) , e aí:
1 \ An+1\ A =) \ An+1 6= ?;
? 6= B x; n + 1 n+1
1 1 1
S
e daí segue de A1=(n+1) A1=(n+1) = D que \ D 6= ?, logo D é denso.
9
Um n0 para cada sequência e já tomamos o máximo - é uma passagem que costuma ser pulada
depois de se ter uma certa prática com esse tipo de demonstração.
26
(ii) Como M tem base enumerável, M é um espaço de Lindelöf. Como D é fechado, D
também é Lindelöf. Visto que D é discreto, para cada x 2 D existe r x > 0 tal que B(x;
rx) \ D = fxg. Então fB(x; rx)gx2D é uma cobertura aberta de D. Pela propriedade de
Lindelöf, existe I enumerável tal que:
!
DB(x; rx) = D B(x; rx) \ D = DB(x; rx) \ D;
[ ) [ ) [
x2I x2I x2I
isto é, D x2Ifxg.
também.
Como D está contido em um conjunto enumerável, D é
enumerável S
Para a segunda parte, basta notar que dada a condição do enunciado, para todo x
2 An tem-se que B(x; 1=(n+1))\A n = fxg, donde An é discreto. Para ver que é
fechado, seja p 2 An. Então existe (pn)n 0 An tal que pn ! p. Em particular, (pn)n 0 é
uma sequência de Cauchy. Dado = 1=(n + 1) > 0, existe n 0 2 N tal que n > n0
implica d(pn; pn0 ) < 1=(n + 1), e daí pn = pn0 para todo n > n0. Em outras palavras,
a sequência (pn)n 0 é eventualmente constante e igual a p n0 . Com isto, p = p n0 2 An
e An é fechado.
(iii) Suponha que todo fechado e discreto é enumerável. Pelo item (ii), cada A n é
enumerável. Com a hipótese de que cada An é 1=(n + 1)-denso, temos pelo item
S
Exercício 8.
(a) Estudar o espaço E das funções x definidas em toda a reta real R que admitem uma
P irt P
representação na forma x(t) = 2 cre , onde indica que somente um
rR
número finito dos cr é não nulo. Isto é:
fr 2 R j cr 6= 0g é finito.
Demonstrar que dados x; y 2 E, a expressão define um produto interno em E. O
espaço (E; h ; i) é completo?
(b) Mostre que E não é separável.
Solução:
2
(a) Vejamos que h ; i é um produto interno. Temos que x(t)x(t) = jx(t)j 0 para todo t 2
RT 2
R, donde - T jx(t)j dt 0 para todo T > 0. Dividindo por 2T e fazendo
T ! +1, a quantidade permanece não-negativa.
2
Por outro lado, se x 6= 0, existe um intervalo ]a; b[ onde jx(t)j não se anula,
donde existe T0 > 0 tal que jT0j maxfjaj; jbjg e:
1 b (b - a)m
Z 2
hx; xi 2T0 a jx(t)j dt 2T0 6= 0;
27
2
onde m > 0 é o mínimo de jx(t)j em ]a; b[.
Agora vejamos que h ; i é hermiteano. Para todo T > 0 vale que:
T T T
Z Z Z
-T x(t) y(t) dt = -T x(t) y(t) dt = -T x(t) y(t) dt:
Dividindo por 2T e fazendo T + segue que y; x = x; y .
Z Z Z
(x(t) + y(t)) z(t)
-T dt = -T x(t) z(t) dt + -T y(t) z(t) dt;
dividindo por 2T e fazendo T + .
completo. Para cada n 1, ponha x (t) = P n
1 eikt
uX
1 eikt; eijt
i
n+p n+p 2
uXX
u
k =n +1 j =n +1
h
kj
u
k =n +1 k
!1
t t !
int
usando o exercício 15 adiante. Mas x x, com x(t) = 1 e ,ex E (pois
P
a soma não é finita). n! n 1n 62
(b) Novamente apelaremos para o exercício 15 a seguir. Considere o conjunto A = fe irt j r
2 Rg. O conjunto é não-enumerável, e dados r; s 2 R, com r 6= s, temos:
p
p
irt ist h i
r 1 r 2
kx1 - x2k kx1 - yk + ky - x2k < 2 + 2 maxfr1; r2g;
28
Exercício 9. Mostre que num espaço pré-Hilbertiano real temos
2 2 2
kx + yk = kxk + kyk =) hx; yi = 0:
Mostre que o mesmo não vale para um espaço pré-Hilbertiano complexo. Sugestão:
y = ix.
2 2 2
kx + yk = kxk + kyk =) hx + y; x + yi = hx; xi + hy; yi =)
=) hx; xi + 2hx; yi + hy; yi = hx; xi + hy; yi =) 2hx; yi = 0;
donde hx; yi = 0, e usamos que o espaço é real.
Se o espaço for complexo, tome x 6= 0 e y = ix. Por um lado:
2 2 2 2 2
kx + ixk = k(1 + i)xk = j1 + ij kxk = 2kxk :
Por outro:
2 2 2 2 2 2 2 2
kxk + kixk = kxk + jij kxk = kxk + kxk = 2kxk :
Porém hx; ixi = -ihx; xi 6= 0.
Exercício 10 (P1). Seja fxigi2I uma família de números reais positivos. Suponha que
exista um número real > 0 tal que:
X
<!
8 F 2 [I] valha xi :
i2F
Mostre que esta família é somável e que tem por soma:
i2I
xi = sup i2F
xi j F 2 [I]<! :10
X X
Solução : Se denotarmos o supremo dado por
<!
M , então i2F xi para todo F 2
[I] implica que M < + . Agora basta verificar a definição de somabilidade.
P
Seja > 0. Então M - não é o supremo e daí existe F I, finito, tal que
1
M- < i 2
F xi. Agora se F I é finito e F F , como todos os xi são positivos,
temos que:
P
M - < xixi M<M+ = M - xi < :
i2F i2F i2F
X X )
X
Como F nas condições dadas é arbitrário, fx igi2I é somável e tem por soma M.
10 <!
A notação [I] indica a coleção de todos os subconjuntos de I com cardinalidade menor que !, isto
é, todos os subconjuntos finitos de I.
29
Exercício 11. Se fxigi2I e fyigi2I são famílias somáveis em um espaço normado, então fxi
+ yigi2I e f xigi2I, para todo 2 C, são tambem somáveis.
Solução >
P
x =x
P
y =y F(1); F(2) I
que: : Seja 0. Se i2I i e i2I i , existem , finitos, tais
(1)
F F ; finito = x- xi < 2
X
i2F
(2) )
F F y- yi < 2
X
; finito =
i2F
)
(1 ) (2)
Chame F = F [F . Então F I é finito, por ser uma união de dois conjuntos
finitos, e se F I é finito com F F , vale que:
(x + y) - (xi + yi) = x + y - xi - yi = x - xi + y - yi
X
i2F
X i2F
X
i2F
Xi2F
X i2F
x - xi + y - yi <2+2= ;
Xi2F
X i2F
X X x < :
= x -xi < =) x - i
=
i2F i2F
é somável e tem por
Como F nas condições dadas é arbitrário, temos que f x igi2I
soma x.
Exercício 12. Dizemos que uma família fxigi2I de um espaço normado é absolutamente
somável se a família fkxikgi2I é somável. Mostre que num espaço normado e completo,
toda família absolutamente somável é uma família somável. Mostre que se E = R ou E =
C, vale a recíproca. Mostre que em ‘2(N) existem famílias somáveis não absolutamente
somáveis.
X X
kxik = kxik < :
i2F0 i2F0
30
Nestas condições, vale que:
xi kxik < ;
X
i2F0
X i2F0
X
= X 0
i2F \P
xi + 2
0
i F \N
-xi = 0
i2F
X \P
xi + X 0
i2F \N
xi
< 2 +2 = ;
0 0
pois (F \ P) \ F = (F \ N) \ F = ?. Então (xi)i2I verifica a condição de Cauchy, e como R é
completo, (jxij)i2I é somável e daí (xi)i2I é absolutamente somável.
Agora seja (zj)j2I uma família somável em C. Afirmo que (Re(zj))j2I e (Im(zj))j2I
11
são somáveis . Se z = zj, afirmo que Re(z) = Re(zj), e analogamente para
2 [I] 2 [I] F , vale
j2I <! j2I <! verifica F
a outra. Seja > 0. Então existe F tal que se F
que z - i2F
P P
zj < . Daí nestas condições vale que:
Re(z) -
P Re(z j) = Re(z) - Re zj ! = Re z - z j! z - zj < :
Xj2I
Xj2F
X j2F
X i2F
Do mesmo modo para (Im(zj))j2I. Pelo trabalho feito em R, temos que (Re(z j))j2I e
(Im(zj))j2I são absolutamente somáveis, e assim as famílias dos seus respectivos
módulos verificam a condição de Cauchy.
Seja > 0. Então existem F(1); F(2) 2 [I]<! tais que:
0 <! 0 (1)
F 2 [I] ; F \ F =?= jRe(zj)j = jRe(zj)j < 2
X
)
j2F0
X
j2F0
F0 2[I] ; F0
<!
\F
(2) =?= X
j2F
0
jIm(zj)j =
j2F
0
jIm(zj)j < 2
)
31
acima. Com isto:
jzjj = jRe(zj) + i Im(zj)j = jRe(zj) + i Im(zj)j
X
j2F0
X j2F0
X j2F0
j j j j j j j Im(z ) j
Re(zj) + iIm(zj) = Re(zj) + j
X X X
0 0 0
j2F j2F j2F
2 +2 = :
Portanto (jzjj)j2I verifica a condição de Cauchy, e como R é completo, (jz jj)j2I é somável e
(zj)j2I é absolutamente somável.
Finalmente, vejamos um contra-exemplo para a recíproca em ‘ 2(N). Seja en 2 ‘2(N) o
elemento cujo n-ésimo termo seja 1 e o resto 0. Considere a sequência (e n=n)n 1 em
1
‘2(N). De fato, ken=nk2 = n . Temos que (en=n)n 1 é somável e tem por soma:
1 1 1
x= 1; 2 ; 3 ; ;n ;;
P
1
e n 1 n 2 < +1, donde x 2 ‘2(N). Mas a sequência não é absolutamente somável.
Temos que: e
X n = X 1 = + 1:
n 1 n n 1 n
X X X X X
i2I i2A i2I i2AnI i2AnI
P
pois (A n I) \ I = ?: Como j 2 I era qualquer, i2I xiei é a projeção de x em F.
Exercício 14. Em (E; h ; i) seja feigi2I um sistema ortonormal. Mostre que o funcional
linear
y x
y 2 E f(y) = hy; xi - i i
i2I .
é contínuo, onde 2 está fixado e vale que P
6 i2I i i
x E ! x= Xx e
32
Solução: Vejamos que f é a soma de duas funções contínuas: temos que E 3 y !7 hy; xi
2 C é contínua pelo exercício (5). E se nas condições dadas, definirmos
P
g : E ! C por g(y) = i2I yixi, temos que g é linear. Provemos que é contínua verificando
que é limitada na esfera. Suponha que kyk = 1. Temos que:
jg(y)j = y ix i = * y ie i ; x ie i + y ie x ie i kykkxk = kxk;
X
i2I
X i2I
X
i2I
X i2I
X
i2I
irt
Exercício 15. Mostre que as funções e , r 2 R formam uma base ortonormal do espaço
pré-hilbertiano definido no exercício (8).
Solução: Que formam uma base é claro, da forma dos elementos do espaço.
Vejamos que é ortonormal. Sejam r; s 2 R, com r =6 s. Temos que:
T T T
1 1 irt -ist
lim eirt eist dt = lim e e dt = lim 1 ei(r-s)t dt
Z 2
T + 2T -T T + 2T Z -T T + T Z -T
! 1
= !1 1 i(r-s)t T ! 1 1 1 (e i(r-s)T - e -i(r-s)T
)=0;
lim e = lim
T + i(r - s) -T T + 2T i(r - s)
!1 !1
pois 1=(i(r - s)) é constante, a diferença das exponenciais é limitada, e 1=(2T) vai pra
zero. Por outro lado:
T T T
1 1 1 1
2T Z -T eirt eirt dt = 2T Z -T eirte-irt dt = 2T Z -T dt = 2T 2T=1:
Fazendo T ! +1 o resultado ainda é 1.
33
Mas:
hu(x); y1 + y2i = hu(x); y1i + hu(x); y2i = hu(x); y1i + hu(x); y2i
= hx; u (y1)i + hx; u (y2) = hx; u (y1)ii + hx; u (y2)i
= hx; u (y1) + u (y2)i
Como x é arbitrário, por unicidade, segue que u (y 1 + y2) = u (y1) + u (y2), e assim u é
linear. Resta ver que temos u contínuo. Façamos isto verificando que u é limitado na
bola. Tome y 2 F com kyk 1. Temos:
2
ku (y)k = hu (y); u (y)i = hy; u(u (y))i
kykku(u (y))k ku(u (y))k
kukku (y)k:
Se u (y) = 0, vale ku (y)k kuk trivialmente. Caso contrário, dividimos ambos os lados da
desigualdade por ku (y)k e novamente obtemos ku (y)k kuk. Mas y 2 F com kyk 1 nestas
12
condições era arbitrário, portanto u é limitado e ku k kuk.
12
Na verdade vale a igualdade, pelo mesmo argumento.
34
3 Lista 3
Exercício 1. Seja (fn)n 0 uma sequência de funções contínuas do espaço compacto K
no espaço dos números complexos C. Dê um exemplo onde fn(x) converge pontual-
mente para uma função f que não é contínua.
n
Solução: Considere, para todo n 0, fn : [0; 1] ! C dada por fn(x) = x , Então é claro que
(fn)n 0 C([0; 1]), e [0; 1] é compacto. Mas (f n)n 0 converge pontualmente para f : [0; 1] ! C
dada por:
0; se x 2 [0; 1)
f(x) =
1; se x = 1;
e f 62C([0; 1]).
Exercício 2 (P2, Sub). Mostre que C(K), o espaço das funções contínuas de um espaço
compacto K em C, com a norma:
kfk1 = supfjf(x)j j x 2 Kg
fn ! f, existe n0 2 N tal que n n0 =) kfn - fk1 < =3, donde temos que jfn(x) - f(x)j < =3 para
todo x 2 X (em particular para x0). Como fn0 é contínua em x0, existe uma vizinhança V
de x0 tal que x 2 V =) jfn0 (x) - fn0 (x0)j < =3. Então
se x 2 V, temos que:
jf(x) - f(x0)j jf(x) - fn0 (x)j + jfn0 (x) - fn0 (x0)j + jfn0 (x0) - f(x0)j < 3 + 3 + 3 = :
kfk1 = 0 kf(t)j dt
para a sequência:
n
f (x) = x se 0 x 1
n 1 se 1 x 2:
35
Solução: Seja f : [0; 2] ! R dada por:
0 se 0 x<1
f(x) =
1 se 1 x 2
k k1 n +
!1
Afirmo que fn ! f: De fato, temos que kfn - fk1 = 1=(n + 1) ! f.
Exercício 5 (P2). Mostre que CL2 ([0; 2]), o espaço das funções contínuas de um espaço
compacto [0; 2] em C, com a norma:
Z2 1=2
2
kfk2 = jf(x)j dx
0
s Z1
= x2(n+p) - 2x2n+p + x2n dx
0
=s 1 - 2
2(n + p) + 1 2n + p + 1 2n + 1
+ 1
n + 0
!
! 1
Porém f 62CL2 ([0; 2]), pois se f fosse contínua, pelo Teorema do Valor Intermediário, f
deveria assumir todos os valores entre 0 e 1, o que não ocorre. Vejamos que
k k2
fn ! f. Temos que:
Z0 Z0 r
s 2 2 1 1
kfn - fk2 = jfn(x) - f(x)j dx = s x2n dx = 2n + 1 0:
Solução:
(a) Recorde que as operações em ‘1(N) são definidas termo a termo, então as pro-
priedades das operações são herdadas das operações de C. Provemos que x = (x n)n
0; y = (yn)n 0 2 ‘1(N) =) x + y 2 ‘1(N). Diretamente:
X X X
) jx + y j jx j + jynj < + 1:
jx + y j jx j + jy j; 8 n 0 =
n n n n n n n
n 0 n 0 n 0
E se 2 C, temos:
X
X 1 ) X 1 ) 1 ;
jxnj < + = jj jxnj < + = j xnj < +
n 0 n 0 n 0
)
k 0
Mas: X
(n) (m) (n) (m)
jxk - xk jjxk - xk j < 8 m; n > n0; 8 k 0:
k 0
k (x(n)) sequência de j j-Cauchy em C.
Portanto temos que fixado , k n 0é uma (n)
Como C é completo, existe o limite x = lim x . Defina = (x ) . Afirmo
então que ‘1(N) e que n k k1 . k n!1 k kk 0
2 !
37
Seja > 0. Existe n0 2 N tal que:
(n) (m)
jxk - xk j < ; 8 m; n > n0; 8 r 0
k 0
r
X
(m)
lim jx(n) -x j ; n > n; r 0
m !
+ 1 r
k k 8 0 8
k 0
X
(n)
jxk - xkj ; 8 n > n0; 8 r 0
k 0
X
(n)
jxk - xkj ; 8 n > n0
k 0
k n - k1 ; 8 n > n0;
-( 1
portanto
0
n k k1
!
. Isto também nos dá que = n0 n0 - ) 2 ‘ (N), fixado o
n correspondente a, digamos, = 1.
(b) Recorde que as operações em ‘ 2(N) são definidas termo a termo, então as pro-
priedades das operações são herdadas das operações de C. Provemos que x = (x n)n
2
0; y = (yn)n 0 2 ‘2(N) =) x + y 2 ‘ 2(N). Temos que para todo n 0 vale que (x n + yn) (jxnj
2
+ jynj) . Com efeito:
2 2 2 2 2 2
(xn+yn) (jxnj+jynj) () x n+2xnyn+y n jxnj +2jxnynj+jynj () xnyn jxnynj; o que é verdade.
2 2 2
Ainda mais, vale que (jxnj + jynj) 4jxnj + 4jynj (a análise pode ser feita sem perder
generalidade se jxnj jynj, diretamente). Isto vale para todo n, portanto:
2 2 2 2 2
!
jxn+ynj (jxnj+jynj) 4jxnj +4jynj = 4 jxnj +jynj2 <+ ;
X X X X X
1
n 0 n 0 n 0 n 0 n 0
n 0 n 0 n 0
) )
38
daí x = 0. E também:
X X X
Mas: )
jxk(n) - xk(m)j2jxk(n) - xk(m)j2 < k 0
2
8 m; n > n0; 8 k 0:
X
k (x(n)) é uma sequência de j j-Cauchy em C.
Portanto temos que fixado , k n 0 (n)
Como C é completo, existe o limite x = lim x . Defina = (x ) . Afirmo
X
r (n) (m) 2 2
k 0
jxk - xk j < ; 8 m; n > n0; 8 r 0
X
r
(m) 2
lim
m +
k 0
jx(n) k
- x j2k
; 8n > n 0
; 8r 0
X
!1 r
k 0
jxk(n) - xkj2 2
; 8 n > n 0; 8 r 0
X
k 0
jxk(n) - xkj2 2
; 8 n > n0
X
k n - k2 ; 8 n > n0;
-( 2
portanto n k k2 . Isto também nos dá que = n0 n0 - ) 2 ‘ (N), fixado o
n correspondente a, digamos, = 1.
0 !
39
P
(c) Vale a inclusão ‘1(N) ‘2(N). Seja x = (xn)n 0 2 ‘1(N). Então n 0 jxnj < +1,
e portanto jxnj ! 0. Assim existe n0 2 N tal que n > n0 implica que jxnj < 1. Nestas
2
condições jxnj < jxnj e daí:
X X X jx j < + 1
jxnj2 < jxnj n ;
n>n0 n>n0 n 0
P
2
e daí n 0 jxnj < +1 (desprezamos apenas uma quantidade finita de termos).
Não vale a inclusão contrária. A sequência (1=n) n 1 está em ‘2(N) pois:
X1 2
= < +1;
n 1 n2 6
mas não está em ‘1(N) pois: X1
=+1:
n
n 1
!
seja p : V R outra norma qualquer. Por um lado, temos:
!
p(x) = p xiei jxijp(ei)kxkp(ei) = bkxk;
X1 X1 X1
! n n n
i= i= i=
2 kP
n
onde b = i =1 p(ei). Por outro lado, como V tem dimensão finita, a esfera S =
fx V j xk = 1g é compacta. Como p é uma norma, p é contínua. Pelo teorema
do extremo de Weierstrass, p atinge um mínimo em S, digamos em x 0, e chame a =
p(x0). Como x0 2 S, temos kx0k = 1 6= 0, então x 0 6= 0 e daí a > 0. Seja x 2 V qualquer, x
6= 0 (se x = 0 nada há o que fazer). Então:
p kxk a = akxk p(x):
kxk = 0 =) maxfj kj j 1 k ng = 0
=) j kj = 0; 8 k = 1; : : : ; n
=) k = 0; 8 k = 1; : : : ; n:
41
Assim, x = n e = 0. Ainda, se C, temos que x = n e = x=
n k=1 k k 2 k=1 k k
e donde:
,
k=1k k P P
P k x k = max j j = max j jj
1 k n k 1 k n k
j = j j max j j = j j x
1 k n
k
kk
: )
Pn Pn
E por fim, se y = k=1 kek, temos que x + y = k=1( k + k)ek, e assim, fixado k entre 1 e
n qualquer, vale:
j k + kj j kj + j kj kxk + kyk:
Tomando o máximo em k segue que kx + yk kxk + kyk: Portanto k k é uma norma em E.
13
Exercício 10 (P2). Seja E um espaço vetorial, B = (ei)i2I uma base algébrica de E.
Portanto, para cada x 2 E existe finito F I e f i 2 C j i 2 Fg, tais que:
X
x= iei:
i2F
> 8 2 \
:> 8 2 2 1
<
bi = 0; i F nF
Em outras palavras, a combinação finita é única módulo coeficientes nulos. Assim,
P
maxfjaij j i 2 F1g = maxfjbij j i 2 F2g. Portanto, se F I é finito e x = i2F xiei, está bem-
definida a aplicação k k : E ! R dada por kxk = max i2F jxij. Isto é, o valor de kxk não
depende do conjunto F usado para escrever a combinação. Agora só falta verificar que
esta aplicação k k de fato funciona.
Que kxk 0 para todo x 2 E é claro. E:
k k 0 iF i i 8 2 i 8 2
x = = max jx j = 0 = jx j = 0; i F= x = 0; i F;
2
P 2 2
logo x = xe = :
C temos:
i F i i Se
)0 , ) )
k x k = max j x j = max j jjx j = j j max jx j = j j x
i F i i F i i F i kk
:
2 2 2
13
Base de Hamel. A existência de uma tal base para qualquer espaço segue do Axioma da
Escolha, portanto o resultado desse exercício também!
42
E para a desigualdade triangular, escreva x = xe y= ye F; F
P P
I, finitos. Podemos escrever: X i2F1 i i e i2F2 i
X
i, com 1 2
X X 2 X 2
isto é:
i F n F2
xi;
8 2 1
x+y= i F1
ciei; com ci = 8 xi + yi; i
2 F1 \ F 2
F2 > 8
:
[ < yi; i F nF
Assim: 2X > 8 2 2 1
(b) Defina:
f 2 L(E; F) !7 kfk = sup kf(x)k:
kxk 1
(c) Mostre que kf(x)k kfkkxk para todo x 2 E e toda f 2 L(E; F).
Solução:
(f + g)(x + ky) = f(x + ky) + ( g)(x + ky) = f(x + ky) + g(x + ky)
= f(x) + kf(y) + (g(x) + kg(y)) = f(x) + kf(y) + g(x) + kg(y)
= f(x) + g(x) + k(f(y) + g(y)) = f(x) + ( g)(x) + k(f(y) + ( g)(y))
= (f + g)(x) + k(f + g)(y);
portanto f + g é linear.
43
Continuidade: Se = 0 nada há o que fazer. Suponha 6= 0. Seja > 0. Fixe
)
Chame = minf 1; 2g > 0. Se kx - x0k < , então valem as duas condições
acima e:
< 2 + j j 2j j = ;
portanto f+ g é contínua em x0 2 E. Como x0 é arbitrário, f+ g é contínua.
(b) Seja f 2 L(E; F) qualquer. Como kf(x)k 0 qualquer que seja x 2 E, segue que kfk =
supkxk 1 kf(x)k 0. Se kfk = 0, então kf(x)k = 0 e logo f(x) = 0 qualquer que seja x com
kxk. É claro que f(0) = 0. E se x 6= 0, x=kxk tem norma 1 e daí f(x=kxk) = f(x)=kxk =
0 =) f(x) = 0. Portanto f = 0.
Seja agora 2 C. Temos:
k fk = sup k f(x)k = sup j jkf(x)k = j j sup kf(x)k = j jkfk:
kxk 1 kxk 1 kxk 1
Exercício 12 (P2, extra). Seja m 0 um número natural fixado. Mostre que entre
todos os polinômios P 2 C[X] de grau m tais que P(0) = 1, existe um que torna mínimo o valor:
Z1
jP(t)j dt:
0
44
m
Solução: Seja P (C) o espaço dos polinômios com coeficientes complexos e grau
m 1
mm . Temos que k k : P (C)m R dada por kPk = 0 jP(t)j dt é uma norma em
. Como a dimensão de é finita ( 1,
P (C) P (C) m+ para ser exato), a bola unitária:
! 1 R
m Z
B[0; 1] = P 2 P (C) j 0 jP(t)j dt = 1
é compacta, e k m k é contínua por ser uma norma.
que: !
2 m 2
Defina T : P (C) C pondo T(P) = P(0). Dados P; Q P (C) e C, temos
T(P + Q) = (P + Q)(0) = P(0) + Q(0) = T(P) + T(Q);
m
donde T é linear. Como além de P (C), C também tem dimensão finita, segue que T
também é contínua. Desta forma, o conjunto:
-1 m
T (f1g) = fP 2 P (C) j P(0) = 1g
é a pré-imagem de um conjunto fechado por uma função contínua, portanto é fechado
m
também. Como P (C) é um espaço normado, e portanto Hausdorff, temos que B[0; 1] \
-1
T (f1g) é a interseção de um compacto com um fechado, logo compacto.
-1
Pelo teorema do extremo de Weierstrass, existe P 0 2 B[0; 1] \ T (f1g) que minimiza k k
-1
em B[0; 1] \ T (f1g). Mas evidentemente kP0k kPk se kP k 1 (isto é, se P 62B[0; 1]).
-1
Portanto P0 minimiza k k em T (f1g) e é o polinômio procurado.
(b) Mostre que o subespaço Ee0 das sequências de E que convergem para 0 é fechado
em Ee.
14
(c) Mostre que o espaço quociente Eb = E=eEe0 é completo para a norma quociente.
(d) A aplicação I : E ! Eb tal que I(x) = [x] (a classe das sequências tais que xn = x para
todo n) é uma isometria linear de E em um subespaço denso de Eb.
Solução:
(a) Sejam x = (xn)n 0; y = (yn)n 0 2 Ee e 2 C. É claro que kxk 0, por ser o supremo entre
números não-negativos. E se kxk = sup n 0 kxnk = 0, então temos kxnk, e logo xn
iguais a zero para todo n, donde x = 0. Também:
k xk = sup k xnk = sup j jkxnk = j j sup kxnk = j jkxk:
n 0 n 0 n 0
usando a norma quociente, caso ache (será acrescentada com o devido agradecimento).
45
( n)
(b) Seja ( n)n 0 = ((x k )k 0)n 0 uma sequência em Ee0, com n ! = (xk)k 0. Vamos provar
que (xk)k 0 converge para zero também. Seja > 0. Como n ! , existe n0 2 N tal que k
( n0) n
n0 - k < =2, isto é, kx k - xkk < =2 para todo k 0. Mas como (x k0 )k 0 converge para
( n )
zero, existe k0 2 N tal que kx k 0 k < =2 para todo k > k0. Então se k > k0 temos:
n 0 ( n ) n n 0
kxkk = kxk - x k +xk 0k kxk - x 0
k k + kx k k<2+2= ;
donde (xk)k 0 converge para zero, e daí n! 2 Ee0. Portanto Ee0 é fechado.
onde (xk)k 0 2 [ ]. Vejamos que o valor acima não depende da escolha de repre-
sentante (xk)k 0. Mais exatamente, vejamos que se (yk)k 0; (zk)k 0 2 [(xk)k 0], en-tão
15
limk!+1 kykk = limk!+1 kzkk. Seja > 0. Existe k0 2 N grande o suficiente tal que se k >
k0, temos kxk -ykk; kxk -zkk < =2, pois (yk)k 0; (zk)k 0 2 [(xk)k 0]. Nestas condições:
Chame = (yn)n 0. E agora teremos que ([ ]n)n 0 converge para [ ] em E=eEe0, pela
construção dos yn, pois k[ ]n - [ ]k = k[ ]n - Iynk vai pra zero quando
n ! +1.
15
Um para cada sequência e tomamos o máximo.
46
(d) Só resta mostrar que I(E) é denso em E=eEe 0. Seja [ ] 2 E=eEe0 qualquer classe.
Tome um representante (x n)n 0 2 [ ]. Como o representante é uma sequência de
Cauchy, dado > 0 existe n0 2 N tal que n > n0 implica kxn - xn0 k < . Então considere
(xn0 ; xn0 ; ) = Ixn0 2 I(E). Temos:
k[ ] - Ixn0 k = k[(xn)n 0] - [(xn0 )]k = k[(xn - xn0 )n 0]k = lim kxn - xn0 k ;
n!+1
pois kxn - xn0 k < para todo n > n0 implica limn !+1 kxn - xn0 k ). Portanto Ixn0 está na
bola centrada em [ ] de raio , o que conclui o argumento.
n 2
Exercício 14. Seja C com a norma uniforme k k1. Para x = (x1; x2; : : : ; xn) defina:
!
n n
X X
T(x) = 1jxj; :::; njxj :
j=1 j=1
n
!
= n 1jxj + n 1jyj; :::; n njxj + njyj
X X X X
1 1 1 1
j= j= j= j=
x ! !
= n 1jxj; :::; n nj j + n 1jyj; :::; n njyj
X1 X1 X1 X1
j= j= j= j=
= T(x) + T(y):
Agora vejamos que T é limitado. Fixe um índice i entre 1 e n qualquer. Temos:
ij j ij j X ij k k ij
!
kk 1 in ij
!
kk
n n n n n
X X X X
nj=1
ij n
j=1
j i jj 2
n
j=1
j j =
j=1 j j = max
j=1 j
j:
Pn
Portanto kTk = max1 i n j=1 j ijj.
47
Exercício 15. Para x = (xn)n 0 2 ‘2(N), defina:
X X
n 0 n 0
2
pois apenas estamos acrescentando o termo x 0 na soma. Assim T é limitado e kTk 1.
Para ver que a igualdade ocorre basta considerar x = (0; 1; 0; : : :) 2 ‘ 2(N). Claramente
temos kxk2 = 1, T(x) = (1; 0; 0; ) e por fim kT(x)k 2 = 1. Assim kTk = 1.
Exercício 16. Seja BC(]0; +1[) o espaço linear das funções limitadas na semi-reta ]0;
+1[, equipado com a norma uniforme. Defina T 2 L(BC(]0; +1[)) por:
1 Zt
(Tx)(t) = x( ) d :
t0
Mostre que T é um operador linear limitado e calcule a sua norma.
Solução Sejam x; y BC(]0; + [) R. T é linear. Temos,
:
qualquer que seja t > 0: 2 t 1 e 2 Vejamost que
1 1
(T(x + y))(t) = t Z 0 (x + y)( ) d = t Z0 x( ) + y( ) d
1 t 1 t
= t Z 0 x( ) d + t Z 0 y( ) d
1 t 1 t
Z
= t Z 0 x( ) d + t 0 y( ) d
= (Tx)(t) + (Ty)(t) = (Tx)(t) + ( Ty)(t)
= (Tx + Ty)(t):
Logo T(x + y) = Tx + Ty. Agora vejamos que T é limitado. Temos:
1 Zt 1 Z t 1 Zt 1 1
x( ) d
jTx(t)j =t 0t 0 jx( )j d t 0 kxk d = kxk :
k k k k k k
Tomando o sup em t obtemos Tx x ; portanto T é limitado e T 1.
1 Considere x :]0; + [ R dado por x(t) = 1
Vejamos agora que vale a igualdade. 1
para todo t > 0. Claramente kxk = 1. E:t 1!
1 1 Z 1
jTx(t)j = t 0 d = t t = 1:
Portanto T = 1.
k k
48
Exercício 17. Seja P([0; 1]) o conjunto dos polinômios no intervalo [0; 1] equipado com
a norma uniforme:
kxk1 = maxfjx(t)j j t 2 [0; 1]g:
Para x 2 P([0; 1]), seja:
0 dx ( t)
(Tx)(t) = x (t) = dt :
Mostre que T é um operador linear não limitado.
0 0 0
(T(x + y))(t) = (x + y) (t) = x (t) + y (t) = Tx(t) + Ty(t) = (Tx + Ty)(t):
Como t 2 [0; 1] é qualquer, T(x + y) = Tx + Ty, e T é linear. Para verificar que T não é
limitado, vejamos que T não é limitado na esfera: para cada n 2 N, considere x n : [0; 1] !
n n-1
C dado por xn(t) = t . Então temos kxnk1 = 1 qualquer que seja n, porém (Tx n)(t) = nt e
daí kTxnk1 = n.
1
kx + Fk > kx + Fk:
Então existe y 2 F tal que:
1
kx + Fk > kx + yk:
Chame z = x + y. Então temos que q(x) = q(z); pois y 2 F. Reorganizando a última
expressão temos:
1
kz + Fk > kzk =) kq(z)k > kzk:
Como entre 0 e 1 era qualquer, segue que kqk 1. Concluímos que kqk = 1.
Exercício 19. Mostre que: se Y é um espaço de Banach, então (B(X; Y); k k1) é um
espaço de Banach.
49
Solução: Que B(X; Y) com as operações definidas pontualmente é um espaço vetorial e
é normado com k k 1 segue do exercício 11. Resta ver que é completo. Seja (T n)n 0 B(X;
Y) uma sequência de k k1-Cauchy. Vamos provar que para todo x 2 E, (Tnx)n 0 é uma
sequência de Cauchy em Y. Se x = 0 é óbvio. Suponha x 6= 0
e seja > 0. Existe n0 2 N tal que m; n > n0 implica kTn - Tmk1 =kxk. Então se m; n > n0,
temos:
T(x + y) = lim Tn(x + y) = lim Tnx + Tny = lim Tnx + lim Tny = Tx + Ty:
k k
sup kTnx - Txk x
; 8n > n 0
x6=0 k k
kTn - Tk1 ; 8 n > n0;
k k1
fixado, digamos, = 1 e -
portanto Tn ! T. O argumento acima também mostra que
o n0 correspondente, Tn0 - T 2 B(X; Y), donde T = Tn0 - (Tn0 T) 2 B(X; Y). Portanto
é um conjunto G denso em M.
Exercício 21. Seja C([a; b]). Para cada x 2 C([a; b]) defina f : X ! R por:
Zb
f(x) = x(t) dt:
a
Z Z Z Z
f(x+ y) = a (x+ y)(t) dt = a x(t)+ y(t) dt = a x(t) dt+ a y(t) dt = f(x)+ f(y):
Portanto f é um funcional
Z
linear. E também:
Z Z
b b b
jf(x)j =a x(t) dt a jx(t)j dt a kxk dt = (b - a)kxk ;
1 1 R
portanto f é limitado e f b - a. Agora considere a função x : [a; b] dada
k k
por x(t) = 1 para todo t. É claro que kxk =1. E: !
Z Z
b 1 b
jf(x)j = a x(t) dt =a dt = b - a:
Exercício 22. Seja C([a; b]). Fixe t 2 [a; b] e defina t : C([a; b]) ! R por:
t(x) = x(t):
Mostre que o funcional linear chamado de avaliação no ponto t, é um funcional linear
limitado cuja norma é igual a 1.
51
Solução: Sejam x; y 2 C([a; b]) e 2 R. Temos:
daí t é um funcional linear limitado e k tk 1. Agora considere x : [a; b] ! R dado por x(t) = 1
para todo t. É claro que kxk1 = 1. E j t(x)j = jx(t)j = 1 = kxk1. Concluímos que k tk = 1.
Exercício 23. Seja C([a; b]). Fixe c1; c2; : : : ; c n números reais. Defina f : C([a; b]) ! R
por:
Xn
f(x) = cjx(tj) para t1; t2; : : : ; tn 2 [a; b]:
j=1
Mostre que f é um funcional linear limitado.
= f(x) + f(y);
1 1
P
portanto f é um funcional limitado e kfk j=1 jcjj.
52
4 Lista 4
Exercício 1. Mostre que o espaço dual de ‘ (N) é isometricamente isomorfo a ‘ (N),
1 1 1
e 2 C. X X
(1) (2) (1) (2) (1) (2)
f(x + x ) = (xn + xn )yn = xn yn + x n yn
n 1 n 1
X X X X
(1) (2) (1) (2)
= xn yn +xn )yn = xn yn + xn )yn
n 1 n 1 n 1 n 1
(1) (2)
= f(x ) + f(x ):
Assim f é um funcional linear limitado, em outras palavras, f 2 ‘ 1(N) . Isto prova que é
sobrejetora.
Verificar que preserva normas também garante injetividade de . Fixe f 2 ‘ 1(N)
qualquer. Já temos a desigualdade k (f)k1 kfk. Por outro lado, tome x = (xn)n 1 2 ‘1(N)
qualquer. Temos: !
jf(x)j = f xnen = xnf(en)
X
n 1
X
n 1
j xn
jjf(en) j j xn j (f)
k k
X X 1
n 1 n 1
1X 1
k (f)k jxnj = k (f)k kxk1 :
n 1
53
Assim:
kfk = sup jf(x)j k (f)k1:
kxk 1
Concluímos que kfk = k (f)k1 qualquer que seja f 2 ‘1(N) . Assim é também injetora, e
Exercício 2. Mostre que o espaço dual de c0(N) é isometricamente isomorfo a ‘1(N), isto é, c (N)
‘ (N).
0 =1
Solução: Defina:
: ‘1(N) c0(N) 7
! 17
! 0 ! 1
Repetindo os passos do exercício anterior, temos que é uma aplicação linear, e (x)
também, para cada x 2 ‘1(N). Vejamos agora que (x) é limitada e que de fato assume
valores em C (isto é, a série converge):
!
j (x)(y)j = xnyn jxnjjynjjxnjkyk = jxnj kyk = kxk1kyk ;
X X X X
1 1 1
n 1 n 1 ]n 1 n 1
k
k kk
donde (x) x 1: Vejamos agora que vale a igualdade. Para cada m 1, defina
uma sequência truncada y = (y n)n 1, por yn = xn=jxnj se n m e jxnj 6= 0, yn = 1 se xn = 0 e
n m, e por fim yn = 0 para todo n > m. Por construção, y 2 c0(N) e
kyk 1= 1. E temos: k (x)k = k (x)kkyk j (x)(y)j =
xnyn = m
jxnj; 8 m 1:
X X
1
n 1 n=1
N
Fazendo !1 obtemos 1 , de modo que (f(e
jf(e )j k k 2 ).
n 1 n n 1
m + f < )) ‘ (
n 1
P
c N
54
Observação 4.1. À primeira vista pode parecer que é um isomorfismo isométrico entre
‘1(N) e ‘1(N). Não é o caso, pois a sequência (en)n 1 = (( nm)m 1)n 1 é uma base de
Schauder de c0(N), mas não de ‘1(N), então a construção feita para verificar a
ep eq p + q = ab p+ q :
Faça na desigualdade de Young a =
Agora provemos a desigualdade de Hölder. )
jxnj=kxkp e b = jynj=kykq. Temos: p q
jxnynj 1 jxnj 1 jynj
p q
kxkpkykq p kxkp + q kykq ; 8 n 1:
Então podemos fazer a soma:
X jxnynj X 1 jxnj
p
1 jynj
q
x y p q
n 1 k kpk kq n 1p kxkp +q kykq
X X 1 jxnj
p X 1 jynjq
1
x y p q
k kpk kq n 1 jxnynj n 1p kxkp +n 1 q kykq
X X X
1 1 1
x y p
jx jp + q
jy jq
k kpk kq n 1 jxnynj pkxkp n 1 n qkykq n 1 n
1 X 1 1
x y p p q q
k kpk kq n 1 jxnynj pkxkp kxkp + qkykq kykq
1 X 1 1
x y
k kpk kq n 1 jxnynj p + q
= 1:
55
Multiplicando tudo por kxkpkykq segue que:
X
jxnynj kxkpkykq:
n 1
Exercício 4. Mostre que o espaço dual de ‘p(N) é isometricamente isomorfo à ‘q(N), isto é, ‘ (N) ‘ (N),
onde:
p =q
1 1
.
onde nn 1
Demonstração: Pela Desigualdade de Hölder temos que:
xnyn jxnynj kxkpkykq; 8 y 2 ‘q(N);
X X
n 1 n 1
xy
e tomando o supremo obtemos a desigualdade supkykq=1 n 1 n n kxkp. Pa
p=q
realizar a igualdade, considere y = (yn)n 1 , com yn = xn jxnj(p=q)-1= x p . Entã
P
k k
p p
x
n jxnj q -1 jxnj q +1 1 1 p-
p
x p
n x pp=q = x pp=q = x pp=q jxnjp = x pp=q kxkp = kxkp q
= kx
X kk X kk kk X kk
n 1 n 1 n 1
Defina:
: ‘q(N) ‘p(N) C
! 1 7
x = (x n)n (x): ‘p(N)
Temos que: ! X
xy
= kk sup
j (x)(y)j = (x) :
56
Desta forma, preserva normas e é injetora. Agora vejamos que é sobrejetora.
Tome f 2 ‘p(N) e fixe uma base de Schauder, a canônica: (en)n 1 = (( nm)m 1)n 1.
Para qualquer y 2 ‘p(N), temos:
f(y) = f ye
!
= ynf(en) = ((f(en))n 1)(y); n n
X X
n 1 n 1
donde temos que f = ((f(en))n 1). Para concluir, só precisamos verificar que
m ynf(en)
P
(f(en))n 1 2 ‘q(N). Considere, para cada m 1, as sequências truncadas n=1 jynf(en)j ynen,
convencionando que o coeficiente de ek seja 1 se ykf(ek) = 0. Na expressão anterior, isto nos dá:
y e ! y e
f n n
jynf(en)j = jy f(e )j kfk n n kfkkyk ; 8 m 1 n n jynf(en)j p
X y f(e ) X X
m n=1
n n m
n=1
m
n=1
ynf(en) p
Isto juntamente com a desigualdade k (x)k kxk nos dá que k (x)k = kxk, para todo x 2 H.
A sobrejetividade de segue do fato de H ser um espaço de Hilbert, pelo Teorema da
Representação de Riesz. Portanto é um isomorfismo isométrico entre H e H .
57
Exercício 6. Seja H um espaço de Hilbert sobre o corpo C. Mostre que H é isometri-
camente isomorfo a um subespaço de H .
Solução: A estratégia anterior falha pois a aplicação será linear-conjugada, e não linear.
Façamos o caso em que H é separável e temos um sistema ortonormal
completo (en)n 1. É suficiente mostrar que H = ‘2 (N), pois isto nos dá que:
H ‘ (N)‘ (N) H;
= 2 = 2 =
pelo exercício 4.
Defina : H‘2(N) por (x) = (hx; eni)n 1. A linearidade de segue da
linearidade de h ; i na primeira entrada: com efeito, sejam x; y 2 H e 2 C. Temos:
de modo que de fato assume valores em ‘ 2(N). Ainda mais, preserva produtos intern os, e
logo normas:
* +
h x; yi = hx; enihy; eni = hx; enien; hy; enien = hx; yi;
X X X
n 1 n 1 n 1
novamente pela Identidade de Parseval. Segue que é injetora. Só resta ver que é
sobrejetora. Tome (an)n 1 2 ‘2(N). Então temos que dado p > 0, vale que:
n+p akek - n akek = n+p v
u Xn+p
X X X u n!+1
ak ek = t 2
k=1 k=1 k=n+1
jakj ! 0;
k=n+1
Pn
pois (an)n 1 2 ‘2(N). Assim ( k=1 akek)n 1 H éPuma sequência de Cauchy em H. Mas H
é um espaço de Hilbert, logo existe x = n 1 anen 2 H. Porém, para cada n 1, temos hx; eni
= an, de modo que x = (an)n 1, e portanto é sobrejetora.
Observação 4.2. Se não supormos H separável, basta tomarmos um sistema ortonor-
mal maximal fe j j 2 Jg e repetir os argumentos acima para ‘ (J) = f(x ) 2 Hj
P j 2 jjJ
2
j2J jxjj < +1g. Analogamente define-se ‘p(J) e provam-se os resultados análogos
58
Solução: As operações de ker T são induzidas das de X, então todas as propriedades
valem automaticamente. Se x; y 2 ker T e 2 K, vale que:
T(x + y) = Tx + Ty = 0 + 0 = 0;
-1
ker T = fx 2 X j Tx = 0g = T (f0g)
é fechado, por ser a pré-imagem de um conjunto fechado, f0g, por uma função
Exercício 8 (P3). Mostre que o operador "right-shift" R : ‘2(N) ! ‘2(N) definido por:
Extraindo raízes, vem kRxk2 = kxk2. Como x 2 ‘2(N) era arbitrário, segue que R é
limitado e kRk = 1.
2
2 ! M x(y) = xy onde Mx(y)(t) = x(t)y(t); 8 t 2] - ; [
é um operador limitado em L2(] - ; [).
Solução: Se o intervalo for aberto o resultado é falso, basta tomar x(t) = 1=(t - ) e y 1 2
L2(] - ; [) para que a integral não seja finita. Então troquemos o intervalo
59
aberto pelo fechado. Vejamos que Mx é linear. Fixe y1; y2 2 L2([- ; ]) e 2 C.
Fixado t 2 [- ; ] qualquer, vale:
Como t é arbitrário vem que Mx(y1 + y2) = Mx(y1) + Mx(y2). E por fim, temos:
Z 2 2 2 Z 2
[- ; ] kxk1 jy(t)j dt = kxk1 [- ; ] jy(t)j dt
2 2
= kxk 1kyk 2
Exercício 10 (P3). Fixe x = (x1; x2; : : : ; xn; : : :) 2 ‘1(N). Mostre que o operador
Mx : ‘2(N) ! ‘2(N) definido por:
Mx(y) = (x1y1; x2y2; : : : ; xnyn; : : :)
e extraíndo raízes vem que kMxyk2 kxk1kyk2. Portanto kMxk kxk1. O cálculo acima
também mostra que Mx de fato assume valores em ‘2(N).
Agora, seja > 0. Por definição de kxk 1, existe n0 0 tal que jxn0 j > kxk1 - . Agora defina
uma sequência y = (yn)n 0 pondo yn0 = 1, e yn = 0 para todo n 6= n0.
Claramente y 2 ‘2(N) e kyk2 = 1. E daí:
s X 2 1
kMxk = kMxkkyk2 kMxyk2 = n 0
jy j2
n = jxn0 j = jxn0 j > kxk - :
q
Como para todo > 0 temos kMxk > kxk - , concluímos que kMxk kxk . Desta
2 p
Portanto f é um operador linear limitado e kfk =(3 10). Podemos encarar f
como: x y ; y= ;
Xf(x) = hx; yi = n 1
n n n2 1
n 1
2 16
de modo que kfk = kyk2 = =(3 p 10), por exercícios anteriores.
16 P 1 4
O cálculo de n 1 4 = utiliza Séries de Fourier, o teorema de Parseval, e está fora do escopo
n 90
da resolução deste exercício.
61
4.1 Aplicações do teorema de extensão de Hahn-Banach
Exercício 12 (P3). Seja M um subespaço do espaço linear normado (X; k k) e x 2 X tal
que
d = d(x; M) = inf kx - yk > 0:
y2M
Mostre que existe x 2 X tal que kx k = 1, x (x) = d e finalmente x (m) = 0 para cada m 2
M.
Solução: A ideia é definir um funcional linear limitado apenas em M Cx e então estendê-
lo pelo Teorema de Hahn-Banach. Cada elemento de M Cx se escreve unicamente
como m + x, com m 2 M e 2 C, e portanto está caracterizado pelo coeficiente . Defina f :
M Cx ! C pondo f(m + x) = d(x; M). Vejamos que f é linear. Dados 1; 2; 2 C, e dados m1;
m2 2 M, temos:
f(m1 + 1x + (m2 + 2x)) = f(m1 + m2 + ( 1 + 2)x)
= ( 1 + 2)d(x; M)
= 1d(x; M) + 2 d(x; M)
= f(m1 + 1x) + f(m2 + 2x):
Se m 2 M, temos f(m) = f(m + 0 x) = 0 d(x; M) = 0: E também temos que:
Vejamos agora que f é limitado e que tem norma 1. Se m 2 M, claro que f(m) kmk. Se
tomarmos um elemento que não está em M, então o coeficiente é não nulo e podemos escrever:
km + xk = j j m + x j jd(x; M) = j d(x; M)j = jf(m + x)j:
1
Assim f é limitado e kfk 1. Para a outra desigualdade, seja > 0. Pela definição de d(x; M),
existe m 2 M tal que 0 < kx - m k < d(x; M) + . Então:
kfk = kfk 1 = kfk x-m f x-m
x-m x-m
k k
1 jf(x - m )j
= x-m f( - ) = x-m
k k
x m k k
d(x; M) d(x; M)
=
kx - m k d(x; M) +
Como > 0 era qualquer, 0 nos dá kfk 1, e então concluímos que kfk = 1. !
Exercício 13. Seja o espaço linear normado (X; k k). Dados y; z 2 X com y 6= z, mostre
que existe x 2 X tal que x (y) 6= x (z).
62
Solução: Temos dois casos a analisar. Suponha que y e z sejam paralelos, e sem
perder generalidade que y 6= 0. Todo elemento de Cy se escreve unicamente como y e
está caracterizado por este coeficiente . Defina f : Cy ! C dado por f( y) = kyk. Vejamos
rapidamente que f é linear: sejam 1; 2; 2 C. Temos:
f( 1y + 2y) = f(( 1 + 2)y) =( 1 + 2)kyk = 1kyk + 2kyk = f( 1y) + f( 2y):
Ainda mais, f é injetora:
Exercício 14. Seja o espaço linear normado (X; k k). Mostre que se o dual X deste
espaço é separável, então X também é separável.
Sugestão: Tome um denso enumerável e enumere S = fxn j kxnk = 1g. Mostre que
existe xn 2 X de norma 1 e que xn(xn) > 1=2. Gere M = span(fxng) e mostre que é denso
em X.
Pela definição de kxnk como supremo, existe xn 2 X tal que kxnk = 1 e jxn(xn)j > 1=2.
Considere agora M = span(fx ngn 0). Então M é separável, pois o conjunto de todas as
combinações lineares dos fxngn 0 com coeficientes racionais (no caso real), ou cujas
partes reais e imaginárias dos coeficientes sejam racionais (no caso complexo),
é denso em M e enumerável. Agora afirmo que M = X. Suponha por absurdo que
não. Então existe x 2 X n M, e como M é fechado, temos d(x; M) > 0. Pelo exercício
12 existe x 2 X tal que x M = 0 e kx k = 1. Então como todos os x n estão em M, segue
que, para todo n 0:
1
2 < jxn(xn)j = jxn(xn) - x (xn)j = k(xn - x )(xn)k kxn - x k:
Isto contradiz a densidade de S na esfera unitária de X , pois kx k = 1. Uma bola
centrada em x com raio, digamos, 1=4, não contém elementos de S. Portanto M = X.
63
Exercício 15. Seja M um subespaço do espaço linear normado (X; k k). O aniquilador
?
(annihilator) de M é indicado por M e é o subespaço:
?
M = fx 2 X j x (y) = 0 para todo y 2 Mg:
?
(i) Mostre que M é um subespaço linear fechado de X .
(ii) Mostre que a função:
?
(x + M ) = x M
?
do espaço quociente X =M em M está bem definida, é linear, e que ela é
sobrejetora.
? ?
(iii) Mostre que k (x + M )k = kx + M k, e portanto é uma isometria linear.
Solução:
(i) Para cada y 2 M, defina avaly : X ! C pondo avaly(x ) = x (y). Afirmo que avaly 2 X .
Com efeito, dados x1 ; x2 2 X e 2 C, temos:
avaly(x1 + x2) = (x1 + x2)(y) = x1 (y) + x2(y) = avaly(x1 ) + avaly(x2):
E também:
javaly(x )j = jx (y)j kx kkyk =) kavalyk kyk:
Então para cada y 2 M, avaly é um funcional linear limitado, e portanto é contínuo.
?
Pela definição de M , basta notar que: \
? - 1
M = aval y (f0g)
y2M
(x - y ) M = 0 =) x M - y M = 0 =) x M = y M;
e assim está bem definida.
? ? ?
Agora vamos verificar a linearidade. Sejam x + M ; y + M 2 X =M e 2 C.
Temos:
? ? ? ?
((x + M ) + (y + M )) = ((x + M ) + ( y + M ))
?
= (x + y + M )
= (x + y ) M
=xM+(y)M
=xM+ yM
? ?
= (x + M ) + (y + M )
64
E por fim, verifiquemos que é sobrejetora. Seja y 2 M . Pelo Teorema de Hahn-
? ?
Banach, existe ye 2 X que estende y . Então temos ye + M 2 X =M e podemos
calcular:
?
(ye + M ) = ye M = y M:
?
(iii) Provaremos duas desigualdades. Seja y 2 M qualquer. Temos:
?
k (x + M )k = kx Mk = kx M + y Mk = k(x + y ) Mk kx + y k
Tomando o ínfimo entre todos os y 2 M?, vem:
? ?
(x + M ) inf x+y = x+M
k k y 2M k
?
k k k
?
Para a outra desigualdade, notamos que (x + M ) 2 M , e pelo Teorema de
?
Hahn-Banach existe x 2 X que estende (x + M ) preservando a norma.
? ?
Afirmo que x + M = x + M . Com efeito, basta notar que:
?
(x -x)M= x M- x M = (x + M ) - x M = 0:
Apelando para a primeira desigualdade, temos:
? ? ? ?
kx + M k = k x + M k k x k = k (x + M )k kx + M k;
? ?
pois 0 2 M e usamos a definição de kx + M k como ínfimo. Concluímos que k (x +
? ?
M )k = kx + M k, e portanto é um isomorfismo isométrico.
(ii) Mostre que : B(X; Y) ! B(Y ; X ) definido por (T) = T é uma isometria linear.
Solução:
65
(ii) Vejamos que é linear. Tome T1; T2 2 B(X; Y) e 2 C. Tome y 2 Y e x 2 X quaisquer.
Temos que:
e como y é qualquer segue que (T1 + T2) = (T1) + (T2). Agora só resta ver que dado
T 2 B(X; Y), tem-se kT k = kTk: Do item acima, já temos que
kT k kTk.
Façamos a verificação da outra desigualdade. Se T = 0, então segue da definição
de T que também temos T = 0, e aí a igualdade vale trivialmente. Caso
contrário, tome x0 2 X tal que Tx0 6= 0. Pelo exercício 12 aplicado com M = f0g,
existe y 2 Y tal que ky k = 1 e y (Tx0) = kTx0k. Então:
kTx0k = y (Tx0) = T (y )(x0) kT (y )kkx0k kT kky kkx0k = kT kkx0k;
e daí segue que kTk kT k. Concluímos então que kTk = kT k = k (T)k e daí é uma
imersão isométrica.
66
4.2 Teorema da Aplicação Aberta e do Gráfico Fechado
Exercício 17 (Teorema da Aplicação Aberta). Sejam X e Y espaços de Banach, e
T 2 B(X; Y). Mostre que para todo aberto U X, a imagem T(U) é um aberto de Y.
Solução: Vamos nos organizar com o:
1 1 1 r 1
) )
Chame r = r=k. Transladando tudo para a origem, temos:
1
BY(y0; r) - y0 = BY(0; r)TBX 0; 2 - y0:
2 2
1 1
y0 2 TBX
2 0; 2 =
2
existe (un)n 1 TBX 0; 2
2
tal que un
! y
0
1
y + y0 TB X 0; = existe (vn )n 1 TB X 0; 1 tal que vn y 0:
67
e daí y 2 TBX(0; 1). Concluímos que BY(0; r) TBX(0; 1).
1
Agora, para cada n 1 considere a bola BX 0; 2 n . Como T é linear, temos:
1 1
TBX 0; = TBX(0; 1) :
2n 2n
n
Aí, dividindo tudo por 2 , temos:
1 1 r 1
BY(0; r) TBX(0; 1) = 2n BY (0; r) 2n TBX(0; 1) = BY 0; 2n TBX 0; 2n ;
para todo n 1.
Y 2
) r )
X 2
r
x
Agora vejamos que BY 0; 2 é a bola procurada, isto é, que BY 0; 2 TBX(0; 1).
2 B X(0; 1 ) com ky - Tx1k < 4 .
1
1
2
17
2 r
r
Seja y B 0; . Pelas inclusões acima, y TB 0; , então podemos tomar
tomar x2 2BX 0; 4 com ky - Tx 1 - Tx 2k < 8 .
1 r
y - Tx B Y 0 ; , e pelas inclusões acima, y - Tx 1 TB ;
Assim 1 1 4 r 2
X 0 4 . Podemos
este 2 n X 2
1 n
2 1 . Chame n k=0 k . Afirmo que nn 1 é uma
k k
r
P
n 2
y - Tx - Tx < n+ z = x (z ) sequência
de Cauchy. De fato, supondo n > m, temos que:
1
kzn - zmk = n xk - m xk =n xk n kxkk < n 2 k
n +
0:
X X
X X X
k=1 k=1 k=m+1 k=m+1 k=m+1 !1
!
Como é um n n 1
X espaço de Banach, a sequência (z ) converge para um elemento
P
x= n 1 xn 2 X. Afirmo que x 2 BX(0; 1). Temos: 1
kxk = xnkxnk < 2 n = 1:
X X X
n 1 n 1 n 1
É claro que Tzn ! y, por construção. E como T é contínuo, z n ! x nos dá Tzn ! Tx. Por
unicidade dos limites, temos que y = Tx 2 TB X(0; 1).
Como U é aberto, existe a > 0 tal que B X(x; a) U. Então como B X(x; a) = x + BX(0; 1),
temos:
1
x+BX(0; a) U =) BX(0; a) U-x =) aBX(0; 1) U-a =) BX(0; 1) (
a U-x)
Aplicando T e usando linearidade, temos:
1
TBX(0; 1) (
a T(U) - Tx):
17 Existe uma sequência em TBX 0; 2
1
que converge para y, basta tomar um elemento próximo o suficiente de y nesta sequência.
68
Pelo Lema, existe r > 0 tal que BY(0; r) TBX(0; 1). Então:
1
BY(0; r) (
a T(U) - Tx) =) aBY(0; r) T(U) - Tx =)
BY(0; ra) T(U) - Tx =) Tx + BY(0; ra) T(U)
=) BY(Tx; ra) T(U):
Exercício 18. Todo subespaço vetorial fechado F de C([a; b]) formado por funções
continuamente diferenciáveis é de dimensão finita.
Solução: Defina D : F ! C([a; b]) o operador derivada. Vejamos que D é um operador
fechado. Como F é fechado, F é um espaço de Banach. Sejam (f n)n 1 F e g 2 C([a; b])
tais que fn ! f 2 C1([a; b]) e Dfn ! g. Como F é fechado, f 2 F . Como as funções tem derivadas
contínuas, vale o Teorema Fundamental do Cálculo e temos:
( Z (
n ) = n(0) + 0
x n )d 8 1 )
! 1 0 Z x 0
d
f x f Df t t; n n + = f(x) = f( ) + g(t) t;
observando que convergência uniforme permite o passo:
Z
x x x
n
lim Dfn(t) dt = Z0 lim Df+ n
(t) d t = Z 0
g(t) d t:
n!+1 0
Zx
f(x) = f(0) + Df(t) dt;
0
donde concluímos que Df = g. Pelo Teorema do Gráfico Fechado à seguir, temos que D
é um operador contínuo, e assim limitado. Então existe K > 0 tal que:
kfkC1 KkfkC0 ; 8 f 2 F:
n+1
n Z tal que n > K(b - a). Defina : F C pondo:
Temos que:
dim F = dim Fn + dim Im( ) dim Fn + n + 1:
Afirmo que Fn = f0g. Suponha por absurdo que não, e tome f 2 F n com kfkC0 = 1:
Suponha que o módulo máximo seja realizado em t 2 [a; b]. Aplicando o Teorema do
69
Valor Médio, e notando que a maior distância entre t e o próximo ponto da forma p k = a
b- a b - a
+k n é 2n , temos que existe x 2 [a; b] tal que:
0 0 0 b - a 0
jf(t) - f(pk)j = jf (x)jjt - pkj =) jf(t)j = jf (x)jjt - pkj jf (x)j 2 n =) jf (x)j
2n 0
b - a =) jf (x)j > 2K =) kfkC1 > 2KkfkC0 ;
contradizendo que kfkC1 KkfkC0 . Portanto Fn = f0g, logo dim Fn = 0 e concluímos que
18
Já vimos que X Y é Banach com a norma da soma, e G(T) é fechado em X Y, por hipótese.
70
4.3 Princípio da Limitação Uniforme e o Teorema de Banach-
Steinhaus
Exercício 20 (Princípio da Limitação Uniforme). Sejam X um espaço de Banach e
Y um espaço normado, e B B(X; Y). Se, para todo x 2 X tem-se supT2B kTxk < +1, então
Bn = fx 2 X j kTxk ng:
T2B
nos dá, pelo Teorema de Baire, que existe n 0 1 tal que Bn0 tem interior não vazio em X.
Mais exatamente, existem x0 2 X e r > 0 tais que B(x 0; r) Bn0 . Sejam x 2 X e T 2 B
rx
quaisquer. Se x = 0 nada há o que fazer. Se x 6= 0, então o vetor 2k xk + x0
está em Bn0 , e daí:
T 2 x + x0 n 0
rx = 2 rx Tx + Tx0 n0 = 2 rx Tx n0 + kTx0k:
kk
k k k k
n0 0k 0 2B
Mas note que o próprio x0
k n
prosseguir: ) )
está em B , donde Tx para todo T . Podemos
Tx n
4 0
2 rx Tx 2n 0 = r 2k x k 2n0 = kTxk r kxk; 8 x 2 X; 8 T 2 B:
kk kk
Tomando o supremo ) )
4n0
kTk r ; 8T2B:
Tomando o supremo em B resulta:
4n0
sup kTk < +1;
r
T2B
como queríamos.
19 -1
As pré-imagens dos fechados T [0; n].
71
Solução: Que f 2 B(X; Y) já vimos no exercício 19 da lista 3, os passos são os mesmos.
B = ffn 2 B(X; Y) j n 1g
é pontualmente limitado. Como X é Banach, pelo Princípio da Limitação Uniforme,
temos que supn 1 kfnk < +1. Em particular, isto implica que lim inf n!+1 kfnk < +1. Então
temos que:
kn k k nkk k 8 1 n + kn k n + k nkk k k k n + k nk k k
f x f x ; n = lim inf f x lim inf f x = fx lim inf f x ;
) !1 !1 ) !1
donde segue que kfk lim infn + kfnk, pois fnx fx = fnx fx e
! 1
lim infn!+1 kfnxk = limn!+1 kfnx k. ! ) k k !k k
B(
pois B é separadamente contínua. Pelo mesmo motivo, para cada y 2 F n f0g, temos que
;y)
é contínua. Já que E é Banach, pelo Princípio da Limitação Uniforme,
kyk
temos:
y Fnf0g y 8 2 y Fnf0g
sup
2
B(x; y) kk
<+ ; x E= sup
2
B( ; y) =C<+ :
y
1 )
kk
72
4.4 Convergência de Séries de Fourier
Exercício 23 (P3, Sub). Determinar os pontos em que podemos assegurar a conver-
gência da série de Fourier das seguintes funções, definidas no intervalo [- ; [, e dar o
valor da soma de sua série de Fourier:
3
• f(t) = t ;
at
• f(t) = e ;
• f(t) = sen(at);
• f(t) = 1 para -t 0 ;
cos t para 0 < t <
• f(t) = j sen tj;
1
• f(t) = t sen t ;
2
• f(t) = t - 1;
3 1
• f(t) = t sen t 2 .
Solução: Vamos sempre considerar extensões periódicas. Em quase todos os casos, tal
extensão introduzirá descontinuidades de salto nos pontos x = + 2k , k 2 Z. O argumento
principal a ser feito é que se a função é derivável em um intervalo aberto, então ela é
derivável à direita e à esquerda em cada ponto. Assim é Lipschitz à direita e à esquerda
em cada ponto, e daí o Critério de Lipschitz garante a convergência desejada, em
média. Sendo a função contínua neste intervalo aberto, a série de Fourier converge para
a função no ponto. Em detalhes:
3
• f(t) = t : A função f é derivável em ] - ; [, portanto a sua série de Fourier converge
3
para a função em todos os pontos e a soma é t .
Para o ponto t = - , temos que f é derivável à direita e à esquerda (com as
2
derivadas valendo 3 ), portanto a série de Fourier converge em média para a
função no ponto, isto é:
1 - + 1 3 3
sm[f](- ) ! 2 (f(- ) + f(- )) = 2 ( + (- ) ) = 0:
30
20
10
-10 -5 5 10
-10
-20
-30
3
Figura 1: Extensão periódica de t .
73
at
• f(t) = e : A função f é derivável em ] - ; [, portanto a sua série de Fourier converge
at
para a função em todos os pontos e a soma é e .
Para o ponto t = - , temos que f é derivável à direita e à esquerda (com as
-a a
derivadas valendo ae e ae ), portanto a série de Fourier converge em média
para a função no ponto, isto é:
1 - + 1 a -a
sm[f](- ) ! 2 (f(- ) + f(- )) = 2 (e + e ) = cosh(a );
2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
-10 -5 5 10
0:3t
Figura 2: Extensão periódica de e .
!
pois f é ímpar. 2 2
1.0
0.5
-10 -5 5 10
-0.5
-1.0
74
f(t) = 1 para -t 0 f ]-;[
• cos t para 0 < t < : A função é contínua e derivável em .
1.0
0.5
-10 -5 5 10
- 0.5
- 1.0
75
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
-10 -5 5 10
1
• f(t) = t sen t : A expressão não está definida para t = 0, mas extendemos
1
primeiro a função pondo f(0) := limt!0 t sen t = 0. Em ] - ; 0[ e ]0; [ a função
é derivável e assim a sua série de Fourier converge para a função nestes pontos,
1
com soma t sen t .
A função f não é derivável em t = 0, porém é Lipschitziana à direita e à
+ + 1
esquerda de 0. Com efeito, f(0 ) = 0, e jf(s + 0) - f(0 )j = js sen s j s para todo s 2 ]
0; [, e assim f é Lipschitziana à direita de 0. Analogamente verifica-se que é
Lipschitziana à esquerda de 0. Pelo Critério de Lipschitz, a série de Fourier
converge em média para a função no ponto:
1 - + 1
sm[f](0) ! 2 (f(0 ) + f(0 )) = 2 (0 + 0) = 0:
!
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
-10 -5 5 10
-0.2
1
Figura 6: Extensão periódica de t sen .
t
76
2
• f(t) = t - 1: A função f é derivável em ] - ; [, portanto a sua série de Fourier
2
converge para a função em todos os pontos e a soma é t - 1.
Para o ponto t = - , temos que f é derivável à direita e à esquerda (com as
derivadas valendo 2 e -2 ), portanto a série de Fourier converge em média para a
função no ponto, isto é:
1 2 2 2
sm[f](- ) ! 2 ( - 1 + (- ) - 1) = - 1:
8
-10 -5 5 10
2
Figura 7: Extensão periódica de t - 1.
3 1
• f(t) = t sen t 2 : A expressão não está definida para t = 0, mas extendemos
3 1
primeiro a função pondo f(0) := limt 0 t sen = 0. Em ] - ; 0[ e ]0; [ t2
série de Fourier converge para a função
1 - +
sm[f](- ) ! 2 (f(- ) + f(- )) sen
2 sen 2
+ (- ) (- )2
1 3 1 1
= 3
2 3 2
= 2 3 sen - sen = 0:
1 1 1
77
3
-10 -5 5 10
-1
-2
-3
3 1
Figura 8: Extensão periódica de t sen 2 .
t
78