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Conceitos e Projetos
Iluminação: Apresentação
Conceitos e Projetos A OSRAM tem o prazer de colocar à disposição o Curso de Ilu-
minação: Conceitos e Projetos. Seu objetivo é ser um guia útil,
A história da OSRAM está intimamente ligada à história da humanida- principalmente para aqueles que se iniciam na área da ilumina-
de, suas relações e descobertas quanto à iluminação, pois sempre teve ção artificial.
como meta o novo... o futuro. Isso só foi e é possível porque a OSRAM
tem paixão por iluminação inteligente e busca ver o mundo em uma nova De maneira clara e bem estruturada, este curso apresenta os
luz. Por isso, fornece esse bem, de forma responsável, para a população principais conceitos luminotécnicos para que o leitor possa
de mais de 159 países em todos os continentes. se posicionar de maneira mais segura diante de todas as
etapas que compõem o projeto e sua execução.
Em 1910, a empresa criou as lâmpadas incandescentes com filamentos
de tungstênio, mas, desde então, os investimentos em pesquisa re- No início, nos referiremos também à luz natural, porque cer-
sultaram em novas tecnologias como luzes que transportam dados e tos conceitos não são privilégio exclusivo da artificial. Além
vozes a qualquer lugar no planeta, curam bebês, eliminam cicatrizes, disso, lembramos a necessidade premente de trabalhar cada
purificam o ar e a água, além dos LED’s (diodo emissor de luz). vez mais o projeto luminotécnico como um todo – luz natural
e artificial, levando o melhor conforto, funcionalidade e eco-
No Brasil, a OSRAM está presente desde 1922 e sempre contribuiu nomia às edificações.
para o desenvolvimento sócio-econômico do país. Em 1955, iniciou
a fabricação nacional de lâmpadas no município de Osasco, na área
metropolitana de São Paulo.
Meio Ambiente
(clima)
Objetivos, físicos e
quantificáveis
6 7
01 | IlumInAção: ConCeItos e PRojetos
cessária uma certa quantidade de uma determinada atividade, conforto cional que o homem lhe dá. gante, agradável etc. Mas, quando
luz no plano de trabalho 2 ; para dese- pode e deve ser equacionado somen- Esta resposta sensorial do indivíduo perguntamos para estas mesmas
nhar ou desenvolver atividades visu- te por esta “vertente fisiológica” de ao seu meio ambiente tem, portanto, pessoas se elas estão se sentindo
ais de maior acuidade visual (ativida- maior ou menor esforço? Não. Ho- um componente subjetivo importan- bem ou não em um determinado am-
des mais “finas” e com maior quanti- pkinson diz: “Aquilo que vemos de- te. No processo de atribuir significa- biente, sob determinadas condições
dade de detalhes), necessita-se de pende não somente da qualidade físi- do a um determinado estímulo am- ambientais, a totalidade delas faz au-
mais luz 3 . Mas quantidade de luz não ca da luz ou da cor presente, mas biental, o homem lança mão de uma tomaticamente uma relação direta
é o único requisito necessário. Para também do estado de nossos olhos série de fatores: sua experiência com os estímulos físicos, objetivos
essas atividades, a boa distribuição na hora da visão e da quantidade de pessoal, sua personalidade, aspec- deste ambiente, mensurando-os. Di-
de luz no ambiente e a ausência de experiência visual da qual temos de tos culturais, a relação de gênero e rão “sim” ou “não” dependendo se a
contrastes excessivos (como a inci- lançar mão para nos ajudar em nosso idade, entre outros fatores. temperatura está alta ou baixa, se
dência direta do sol no plano de tra- julgamento... Aquilo que vemos de- Este caráter subjetivo da definição de tem muito ou pouco barulho, muita
balho e reflexos indesejáveis) tam- pende não só da imagem que é foca- conforto ambiental, seja ele luminoso,
bém são fatores essenciais. da na retina, mas da mente que a in- térmico ou acústico, é muito impor-
Quanto melhores forem as condições terpreta” 4 . Ou seja, não é possível tante e, em algumas situações de
Conforto é, portanto, a
propiciadas pelo ambiente, menor será fazer uma distinção marcante entre projeto, como veremos mais adiante,
interpretação de estímulos
o esforço físico que o olho terá de fa- experiência sensorial e emocional, é vital. Quando pedimos para 100
objetivos, físicos e facilmente
zer para se adaptar às condições am- uma vez que a segunda certamente pessoas definirem o que entendem
quantificáveis, por meio de
bientais e desenvolver bem a atividade depende da primeira e ambas são por conforto, 99 o definirão com uma
respostas fisiológicas
em questão. É o enfoque fisiológico elos inseparáveis. Qualquer fato visu- palavra subjetiva. Dirão: é uma sen-
(sensações) e de emoções,
da definição de conforto ambiental. al terá sua repercussão, depois de in- sação de bem estar, é sentir-se bem
com caráter subjetivo e de
Mas será que, para desenvolvermos terpretado, no significado psico-emo- num ambiente, é não se sentir inco-
difícil avaliação (Figs. 2 e 3).
modado, é ter a satisfação plena dos
2 A norma 5413, da ABNT, estipula como mínimo 300 lux e máximo 750 lux.
3 A mesma norma estipula 1.000 lux para desenho, por exemplo. sentidos, é estar em harmonia com o
4 HOPKINSON, R.G. & KAY, L.D. The light of building, ed. Faber and Faber Ltd, London, 1969. ambiente, é um ambiente aconche-
8 9
02 | objetivos da iluminação
Figura 4 Figura 5 Figura 6 - Iluminação Geral Figura 7 - Exemplo de iluminação geral - Supermercado
Iluminação para atividade laborativa - escritório Iluminação para atividade não laborativa - residência
ou pouca luz, se está abafado ou zação da luz como principal instrumento de 3ª. Qual é a ambientação que quere- Vantagens: uma maior flexibilidade na
bem ventilado etc. ambientação do espaço – na criação de mos dar, com a luz, a este espaço ? disposição interna do ambiente – layout.
As duas sub-áreas do conforto am- efeitos especiais com a própria luz ou no Desvantagens: não atende às necessi-
biental que têm maior grau de subje- destaque de objetos e superfícies ou do Pelas questões acima, vemos que, dades específicas de locais que requerem
tividade são a ILUMINAÇÃO e a próprio espaço. Este objetivo está intima- qualquer que seja o sistema adotado, níveis de iluminância6 mais elevados, gran-
acústica, respectivamente. mente associado às atividades não la- ele deverá sempre ser escolhido de de consumo de energia, e em algumas si-
borativas, não produtivas, de lazer, es- uma forma intimamente ligada à função tuações muito específicas, podem desfa-
2. Os objetivos da iluminação tar e religiosas – residências, restauran- a ser exercida no local – novamente, as vorecer o controle do ofuscamento7 pela
tes, museus e galerias, igrejas etc. É a laborativas e não laborativas. visão direta da fonte.
Para a Iluminação, tanto natural quanto luz da emoção5. (fig. 5) Este é o sistema que se emprega mais
artificial, a função é o primeiro e mais im- Para se responder a primeira pergunta, correntemente em grandes escritórios, ofi-
portante parâmetro para a definição de 3. Os sistemas de iluminação classificamos os sistemas de acordo cinas, salas de aula, fábricas, supermerca-
um projeto. Ela irá determinar o tipo de com a forma que as luminárias são dis- dos, grandes magazines etc.
luz que o ambiente precisa. Muitos profissionais cometem um erro tribuídas pelo ambiente e com os efei-
O primeiro objetivo da iluminação é a primário num projeto luminotécnico, par- tos produzidos no plano de trabalho. b) Iluminação localizada: concentra-
obtenção de boas condições de visão as- tindo inicialmente da definição de lâmpa- Esta classificação também é conhecida se a luminária em locais de principal in-
sociadas à visibilidade, segurança e orien- das e/ou luminárias. O primeiro passo de como Sistema Principal. Nela, os siste- teresse. Exemplo: este tipo de ilumina-
tação dentro de um determinado ambien- um projeto luminotécnico é definir-se o(s) mas de iluminação proporcionam: ção é útil para áreas restritas de trabalho
te. Este objetivo está intimamente associa- sistema(s) de iluminação, respondendo em fábrica. (figs. 8 e 9)
do às atividades laborativas e produtivas – basicamente a três perguntas: a) Iluminação geral: distribuição aproxi- As luminárias devem ser instaladas sufi-
escritório, escolas, bibliotecas, bancos, 1ª. Como a luz deverá ser distribuída madamente regular das luminárias pelo te- cientemente altas para cobrir as super-
indústrias etc. É a luz da razão. (fig. 4) pelo ambiente? to; iluminação horizontal de um certo nível fícies adjacentes, possibilitando altos
O segundo objetivo da iluminação é a utili- 2ª. Como a luminária irá distribuir a luz? médio; uniformidade. (figs. 6 e 7) níveis de iluminância sobre o plano de
5 Algumas atividades estão, por essência, numa situação intermediária, como por exemplo as comerciais. Dependendo do tipo de loja, 6 Vide item 4.6
estaremos mais próximos de um caso ou de outro. 7 Vide item 4.8
10 11
03 | sIstemAs de IlumInAção
Figura 8 - Iluminação localizada Figura 9 - Exemplo de iluminação localizada Figura 12 - Classificação das luminárias segundo a radiação do fluxo luminoso
12 13
03 | sistemas de iluminação
Luz de Efeito
Modulação de Intensidade
14 15
04 | Conceitos básicos
nm
1013 Ondas largas
Ondas médias
1011 Ondas curtas nm
109 Ondas ultracurtas
780
107 Televisão
107 Radar
103 Infravermelho
Luz
610
10 Ultravioleta
590
10-3 Raios X 570
380
10-7
10-9 Raios Cósmicos
10-11
10-15
16 17
04 | Conceitos básicos
Instalação 1 Instalação 2
1 2
A = 50 m2 A = 70 m2
E = 750 lx E = 400 lx
Pt = 1,5 Kw Pt = 1,4 Kw
D = 30 W/m2 D = 20 W/m2
DR = 4 W/m2 DR = 5 W/m2
por 100 lx por 100 lx
para cada metro quadrado de área. Logo: E 2 = 400 lx da por uma fonte, medida em lúmens, na
Com esses dados, a Densidade de tensão nominal de funcionamento.
Pt . 1000 Potência Relativa (Dr) é: É chamado também de “pacote de
D= em W/m 2 Pt
A D1 = em W/m 2 . 100 lx
A.E luz”. (fig. 23)
Essa grandeza é muito útil para os futuros 100 30 W / m 2
Dr1 = = 4 W / m2 por 100 lx
cálculos de dimensionamento de sistemas 750 lx 4.5 Eficiência Energética
de ar-condicionado ou mesmo dos proje- Tomando-se como exemplo duas ins- 100 lx Símbolo: ŋw (ou K, conforme IES)
tos elétricos de uma instalação. A compa- talações comerciais, (fig. 22) tem-se Unidade: lm / W (lúmen / watt)
ração entre projetos luminotécnicos so- a primeira impressão de que a insta- 20 W / m 2
mente se torna efetiva quando se leva em lação 2 é mais eficiente do que a 1, Dr2 = = 5 W / m2 por 100 lx 4.5.1 Eficiência energética de lâmpadas
400 lx
conta níveis de Iluminância9 iguais para di- já que a Densidade de Potência é: 100 lx As lâmpadas se diferenciam entre si não
ferentes sistemas. Em outras palavras, um só pelos diferentes Fluxos Luminosos
sistema luminotécnico só é mais eficiente Logo, a instalação 2 consome mais que irradiam, mas também pelas dife-
1500
do que outro, se, ao apresentar o mesmo D1 = = 30 W / m 2 energia por metro quadrado, e tam- rentes potências que consomem.
50
nível de Iluminância do outro, consumir bém fornece menos luz. Portanto, a Para poder compará-las, é necessário sa-
menos watts por metro quadrado. instalação 1 é mais eficiente. ber quantos lúmens são gerados por watt
1400
D2 = = 20 W / m 2 consumido. A essa grandeza dá-se o no-
70
4.3.2 Densidade de Potência Relativa 4.4 Fluxo Luminoso me de Eficiência Energética (ou “Rendi-
Símbolo: Dr Porém, ao avaliar-se a eficiência, é Símbolo: φ mento Luminoso”). A figura 24 exemplifica
Unidade: W/m2 p/ 100 lx preciso verificar a Iluminância em am- Unidade: lúmen (lm) as eficiências de alguns tipos de lâmpadas.
É a Densidade de Potência Total Instalada bos os casos. Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte Como geralmente a lâmpada é instalada
para cada 100 lx de Iluminância. Supondo-se: E 1 = 750 lx luminosa entre os limites de comprimento dentro de luminárias, o Fluxo Luminoso fi-
de onda mencionados (380 e 780m). O nal disponível é menor do que o irradiado
9 Vide iten 4.6 fluxo luminoso é a quantidade de luz emiti- pela lâmpada, devido à absorção, refle-
18 19
04 | ConCeItos BásICos
170
160
150
140 φ
130
h pend
120
110
100 h´
90
φ Luminária H
80 h
70
60
50
φ Plano
40 hpt
30
20
10
0
Incandes- Halóge- Mista Mercúrio DULUX® DULUX® Metálica LUMILUX® LUMILUX® Sódio HQI®
cente nas HWL® HQL® integradas não integr. HCI® T8 T5 NAV® PAR 38 Figura 25:
10 à 15 15 à 25 20 à 35 45 à 55 50 à 65 50 à 87 65 à 90 66 à 93 70 à 125 80 à 140 143 Figura 26 – Representação do Pé Direito Útil
Esquema de representação de Fluxos Luminosos.
Figura 24 - Eficiência energética (lm/W)
xão e transmissão da luz pelos materiais do Recinto (vide ítem 4.5.3). Índice do Recinto no de trabalho (hpt), menos a altura do
com que são construídas as luminárias. O Certos catálogos fornecem a Curva de Símbolo: K pendente da luminária (hpend). Isto é, a
Fluxo Luminoso emitido pela luminária é Distribuição Luminosa junto à Curva Zo- Unidade: não tem distância real entre a luminária e o plano
avaliado através da Eficiência da Luminá- nal de uma luminária. A Curva Zonal nos de trabalho (Fig. 26).
ria (item 4.5.2). Isto é, o Fluxo Luminoso indica o valor da Eficiência da Luminária O Índice do Recinto é a relação entre as Como já visto, o Fluxo Luminoso
da luminária em serviço dividido pelo Flu- em porcentagem. dimensões do local, dada por: emitido por uma lâmpada sofre in-
xo Luminoso da lâmpada. fluência do tipo de luminária e a
4.5.3 Eficiência do Recinto a.b conformação física do recinto onde
K=
4.5.2 Eficiência de luminária (rendi- Símbolo: ŋR h (a + b) ele se propagará.
mento da luminária) Unidade: não tem
Símbolo: ŋL O valor da Eficiência do Recinto é dado para iluminação direta Obs: quando a luminária for embuti-
Unidade: não tem por tabelas, contidas nos catálogos dos da, h = h’.
“Razão do Fluxo Luminoso emitido por uma fabricantes de luminárias, onde relacio- 3. a . b
K=
luminária, em relação à soma dos fluxos in- nam-se os valores dos coeficientes de re- 2.h´ (a + b) Fator de Utilização
dividuais das lâmpadas funcionando fora da flexão do teto, paredes e piso, com a Símbolo: Fu
luminária (fig. 25).” Normalmente, esse valor Curva de Distribuição Luminosa da lumi- para iluminação indireta, sendo Unidade: não tem
é indicado pelos fabricantes de luminárias. nária utilizada e o Índice do Recinto (para a = comprimento do recinto O Fluxo Luminoso final (útil) que irá
Dependendo das qualidades físicas do re- este último, vide p. 21). b = largura do recinto incidir sobre o plano de trabalho é
cinto em que a luminária será instalada, o Uma vez calculado o Índice do Recinto h = pé-direito útil avaliado pelo Fator de Utilização.
Fluxo Luminoso que dela emana poderá se (K), procura-se identificar os valores da h’ = distância do teto ao plano de Ele indica, portanto, a eficiência
propagar mais facilmente, dependendo da refletância do teto, paredes e piso. trabalho luminosa do conjunto lâmpada,
absorção e reflexão dos materiais e da tra- Na interseção da coluna de refletâncias e H = pé direito luminária e recinto. O produto da
jetória que irá percorrer até alcançar o pla- linha de Índice do Recinto, encontra-se o hpt = altura do plano de trabalho Eficiência do Recinto (ŋR) pela Efi-
no de trabalho. Essa condição mais ou valor da Eficiência do Recinto (ŋR), via Fa- Pé-direito útil é o valor do pé-direito to- ciência da Luminária (ŋL) nos dá o
menos favorável é avaliada pela Eficiência tor de Utilização Fu (vide p.21). tal do recinto (H), menos a altura do pla- Fator de Utilização (Fu).
20 21
04 | ConCeitos básiCos
Fu = ŋL . ŋR S3 = 9S1
Símbolo: Fd
Unidade: % S2 = 4S1 4 lux
Determinados catálogos indicam tabelas Todo o sistema de iluminação tem, S1 9 lux
36 lux
de Fatores de Utilização para suas luminá- após sua instalação, uma deprecia-
rias. Apesar destes serem semelhantes às ção no nível de iluminância ao longo
tabelas de Eficiência do Recinto, os valo- do tempo. Esta é decorrente da de- 1m
res nelas encontrados não precisam ser preciação do fluxo luminoso da lâm- 2m
multiplicados pela Eficiência da Luminária, pada e do acúmulo de poeira sobre 3m
uma vez que cada tabela é específica para lâmpadas e luminárias. Para compen-
uma luminária e já considera a sua perda sar parte desta depreciação, estabe-
na emissão do Fluxo Luminoso. lece-se um fator de depreciação que Figura 28 - Lei do inverso do quadrado da distância
Esta tabela nada mais é do que o valor é utilizado no cálculo do números de
da Eficiência do Recinto já multiplicado luminárias. Este fator evita que o nível
pela Eficiência da Luminária, encontrado de iluminância atinja valores abaixo critórios e afins) e de 40% para ambien-
pela interseção do Índice do Recinto (K) e do mínimo recomendado. Para efei- tes com manutenção crítica (galpões in- E=
φ
A ( mlm )
2
das Refletâncias (1) do teto, paredes e pi- tos práticos pode-se utilizar a tabela dustriais, garagens etc.), dando origem a
so, nesta ordem (Fig. 27). (Fig. 27). Fatores de Depreciação, respectivamen- É também a relação entre intensidade
Nesta publicação, iremos considerar te, Fd = 0,8 e Fd = 0,6. luminosa e o quadrado da distância (I/
4.5.4 Fator de Depreciação (ou Fator uma depreciação de 20% para ambien- h²) (fig.28). Na prática, é a quantidade
de Manutenção) tes com boa manutenção / limpeza (es- 4.6 Nível de Iluminância de luz dentro de um ambiente, e pode
Símbolo: E ser medida com o auxílio de um luxí-
TETo (%) 70 50 30 0 Unidade: Lux (lm/m2) metro. Como o fluxo luminoso não é
PAREDE (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 0 A luz que uma lâmpada irradia, rela- distribuído uniformemente, a iluminân-
PISo (%) 10 10 10 0 cionada à superfície à qual incide, cia não será a mesma em todos os
Kr Fator de utilização define uma nova grandeza lumino- pontos da área em questão. Conside-
0,60 34 29 26 33 29 26 29 26 25 técnica denominada de Iluminamen- ra-se, por isso, a iluminância média
0,80 40 36 33 39 35 32 35 32 31
to, nível de iluminação ou Iluminân- (Em). Existem normas especificando o
1,00 45 41 38 44 41 38 40 38 36
cia (fig. 28). valor mínimo de Em, para ambientes
1,25 50 46 43 49 45 43 45 42 41
Expressa em lux (lx), indica o fluxo lumi- diferenciados pela atividade exercida,
1,50 53 50 47 52 49 46 48 46 45
2,00 58 55 52 56 54 52 53 51 50
noso de uma fonte de luz que incide so- relacionados ao conforto visual. Alguns
2,50 60 58 56 59 57 55 56 55 53 bre uma superfície situada à uma certa dos exemplos mais importantes estão
3,00 62 60 58 61 59 58 58 57 55 distância dessa fonte. relacionados no anexo 2 desta publica-
4,00 64 63 61 63 62 60 61 59 58 A equação que expressa esta grandeza é: ção (ABNT - NBR 5413).
5,00 66 64 63 64 63 62 62 61 59
Figura 27 - Exemplo de tabela de Fator de Utilização de Luminária 1Refletância ou Reflexão, vide anexo 3
22 23
04 | Conceitos básicos
150
125
Margem para depreciação
de fluxo luminoso e acúmulo
100 de sujeira
80
Iluminância %
Tempo
24 25
04 | Conceitos básicos
Ofuscamento 45º
Iluminância Superfície aparente Reflexivo
Luz refletida não é visível A . cos α 3
Ofuscamento
Direto
10
α
2
3
Superfície iluminada
A 1
Figura 34 - Luminância (percepção de brilho) Figura 35 - Ofuscamento Figura 36 - Proporção harmoniosa de luminâncias
Luminância
Luz refletida é visível
Como os objetos refletem a luz dife- moda a partir de 200 cd/m², valores Efeitos Luz e Sombra
rentemente uns dos outros, fica expli- acima deste não devem ultrapassar Deve-se tomar cuidado no direcio-
cado porque a mesma Iluminância o ângulo de 45º, como indicado na namento do foco de uma luminária,
pode dar origem a Luminâncias dife- fig. 35. para evitar que essa crie sombras
rentes. Vale lembrar que o Coeficien- O posicionamento e a Curva de Dis- incômodas, lembrando, porém, que
te de Reflexão é a relação entre o tribuição Luminosa devem ser tais a total ausência de sombras leva à
Fluxo Luminoso refletido e o Fluxo que evitem prejudicar as atividades perda da identificação da textura e
Figura 33 - Luminância X Iluminância
Luminoso incidente em uma superfí- do usuário da iluminação. do formato dos objetos. Uma boa
cie. Esse coeficiente é geralmente iluminação não significa luz distribu-
A = área projetada, em m² dado em tabelas, cujos valores são Proporção Harmoniosa entre Lu- ída por igual.
α = ângulo considerado, em graus em função das cores e dos materiais minâncias
utilizadas (exemplos no anexo 3). Acentuadas diferenças entre as Lu- 4.9 Índice de reprodução de cores
Como é difícil medir-se a Intensidade minâncias de diferentes planos cau- Símbolo: IRC ou Ra
Luminosa que provém de um corpo não Limitação de Ofuscamento sam fadiga visual, devido ao exces- Unidade: %
radiante (através de reflexão), pode-se Duas formas de ofuscamento podem sivo trabalho de acomodação dos Objetos iluminados podem nos pare-
recorrer a outra fórmula, a saber: gerar incômodos: olhos, ao passar por variações cer diferentes, mesmo se as fontes
bruscas de sensação de claridade. de luz tiverem idêntica tonalidade.
ρ.E • Ofuscamento direto, através de luz Para evitar esse desconforto, reco- As variações de cor dos objetos ilu-
L=
π direcionada diretamente ao campo visual. menda-se que as Luminâncias de minados sob fontes de luz diferentes
• Ofuscamento reflexivo, através da piso, parede e teto se harmonizem podem ser identificadas através de
onde reflexão da luz no plano de traba- numa proporção de 1:2:3, e que, no um outro conceito, a Reprodução de
ρ = Refletância ou Coeficiente de lho, direcionando-a para o campo caso de uma mesa de trabalho, a Cores, e de sua escala qualitativa, o
Reflexão visual. Considerando que a Lumi- Luminância não seja inferior a 1/3 Índice de Reprodução de Cores (IRC
E = Iluminância sobre essa superfície nância da própria luminária é incô- da do objeto observado. (fig. 36) ou RA). O IRC é estabelecido em fun-
26 27
04 | Conceitos básicos
100
1a Ra 90-100 Testes de cor - Floricultura,
Muito Bom Nível 1 escritórios - residências - lojas
1b Ra 80-100
80 2a Ra 70-79
Bom Áreas de circulação - Escadas
Nível 2 oficinas - ginásios esportivos
2a Ra 60-69
60
Razoável Depósitos - Postos de gasolina
Nível 3 Ra 40-59 Pátio de montagem industrial
40
Vias de tráfego - Canteiro de
Ruim Nível 4 Ra 20-39 obras - Estacionamentos
ção da luz natural que tem reprodu- luz branca. Espectros contínuos ou
ção fidedigna, ou seja, 100%. No ca- descontínuos resultam em fonte de luz
so das lâmpadas, o IRC é estabeleci- com presença de comprimentos de
do entre 0 e 100, comparando-se a ondas de cores distintas. Cada fonte
sua propriedade de reprodução de de luz tem, portanto, um espectro de
cor à luz natural (do sol). radiação próprio que lhe confere ca-
Portanto, quanto maior a diferença na racterísticas e qualidades específicas.
aparência de cor do objeto iluminado em A cor de um objeto é determinada pela re-
relação ao padrão, menor é seu IRC. flexão de parte do espectro de luz que in-
Com isso, explica-se o fato de lâmpadas cide sobre ele. Isso significa que uma boa
de mesma Temperatura de Cor possuí- Reprodução de Cores está diretamente li- Figura 40 - Espectro das lâmpadas fluorescentes LUMI- Figura 41 - Espectro das lâmpadas fluorescentes LUMI-
rem Índice de Reprodução de Cores dife- gada à qualidade da luz incidente, ou seja, LUX® 830. LUX® 860.
rentes (figs. 37 e 38). à distribuição equilibrada das ondas cons-
tituintes do seu espectro. Ao lado, apre-
4.9.1 Espectro de Radiação Visível sentam-se alguns espectros de lâmpadas
Como já mencionamos nos ítens 4.1 e (figs. 39 a 43).
4.2, luz é uma faixa de radiação ele-
tromagnética, com comprimento de 4.10 Temperatura de cor
onda entre 380 a 780 nm (nanôme- Símbolo: T
tros), ou seja, da cor ultravioleta à ver- Unidade: K (Kelvin)
Figura 47
melha, passando pelo azul, verde, Em aspecto visual, admite-se que é bas-
amarelo e roxo. As cores azul, verme- tante difícil a avaliação comparativa entre a
lho e verde, quando somadas em sensação de Tonalidade de Cor de diver- Figura 42 - Espectro das lâmpadas POWERSTAR® HCI® Figura 43 - Espectro das lâmpadas de sódio NAV
®
930.
quantias iguais, definem o aspecto da sas lâmpadas. Para estipular um parâme-
28 29
04 | ConCeitos básiCos
tro, foi definido o critério Temperatura de psicológico, quando dizemos que um sis-
Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim tema de iluminação apresenta luz “quente”
como um corpo metálico que, em seu não significa que a luz apresenta uma
aquecimento, passa desde o vermelho até maior temperatura de cor, mas sim que a
o branco, quanto mais claro o branco (se- luz apresenta uma tonalidade mais amare-
melhante à luz diurna ao meio-dia), maior lada. Um exemplo deste tipo de ilumina-
é a Temperatura de Cor (aproximadamen- ção é a utilizada em salas de estar, quartos
te 6500K). A luz amarelada, como de uma ou locais onde se deseja tornar um am-
lâmpada incandescente, está em torno de biente mais aconchegante. Da mesma for-
2000K
2700K
3000K
3800K
4000K
4200K
5200K
6000K
6100K
2700 K. É importante destacar que a cor ma, quanto mais alta for a temperatura de
da luz em nada interfere na Eficiência cor, mais “fria” será a luz (figs. 44 e 45).
Energética da lâmpada, não sendo válida Um exemplo deste tipo de iluminação
100 Incandecente DECOSTAR® T8
a impressão de que quanto mais clara, é a utilizada em escritórios, cozinhas Halógenas
COOL BLUE®
HQI® E
mais potente é a lâmpada. ou locais em que se deseja estimular HCI - T
90
Convém ressaltar que, do ponto de vista ou realizar alguma atividade laborativa. LUMILUX ® LUMILUX® T5
DULUXSTAR® 827 HQI® NDL DULUXSTAR® 860
HQI® WDL DULUXSTAR® 840
80
Luz do dia Luz do dia 10
Especial
70
HWL®
60
HQL®
< 50
NAV®
30 31
04 | Conceitos básicos
Iluminância
E (lx)
Alta
750 lx
Conforto
Média
300 lx
Baixa
32 33
05 | Critérios de desempenho
Função
34 35
06 | Modelos de avaliação em iluminação
φ
a a a a a
2 2
b
2
φ Luminária b
φ Plano
b
2
f) Cálculo da iluminação geral (Mé- c) Cálculo da quantidade de luminárias Para se saber o número de luminárias, Recomenda-se que a distância “a” ou
todo das Eficiências); basta dividir o número de lâmpadas pela “b” entre as luminárias seja o dobro da
g) Cálculo de controle; Para o cálculo da quantidade de luminá- quantidade delas por luminária. distância entre estas e as paredes late-
h) Distribuição da luminária; rias, usa-se o seguinte método, neces- rais (fig. 48).
i) Definição dos pontos de iluminação; sário para se chegar à Iluminância Mé- Distribuição das Luminárias
j) Cálculo de iluminação dirigida; dia (Em) exigida por norma, sendo: Se a quantidade de luminárias resul- 6.2 Cálculo de Iluminação Dirigida
k) Avaliação do consumo energético; A = Área do local tantes do cálculo não for compatível (Método Ponto a Ponto)
l) Avaliação de custos; n = quantidade de lâmpadas com sua distribuição desejada, reco- Se a distância “d” entre a fonte de luz e
m) Cálculo de rentabilidade. φ = luxo luminoso das lâmpadas em lú- menda-se sempre o acréscimo de lu- o objeto a ser iluminado for no mínimo 5
mens minárias e não a eliminação, para que vezes maior do que as dimensões físi-
Os itens B a E já foram tratados nesta publi- Fd = fator de depreciação (Fd = 0,8 pa- não haja prejuízo do nível de Ilumi- cas da fonte de luz, pode-se calcular a
cação. Vejamos agora os itens de F a M em ra boa manutenção; Fd = 0,6 para ma- nância desejado. Iluminância pelo Método de Iluminância
função, obviamente, das definições do item nutenção crítica) Pontual, aplicando-se a fórmula:
A. Passemos a tratar um pouco sobre a BF = fator de fluxo luminoso do reator Cálculo de Controle
metodologia de avaliação quantitativa do (considerar apenas quando utilizado Definida a quantidade de luminárias de- I
E=
projeto luminotécnico. com lâmpadas de descarga) sejada, pode-se calcular exatamente a h2
Fu = Fator de Utilização (que já conside- Iluminância Média alcançada.
6.1 Método de Cálculo de Ilumina- ra o rendimento da luminária - η l - e do onde:
ção Geral - Método das Eficiên- recinto - η r). Definição dos Pontos de Iluminação I = Intensidade Luminosa lançada vertical-
cias (também conhecido como Os pontos de iluminação devem ser pre- mente sobre o ponto considerado (fig. 49).
Método dos Fluxos ou de Cavida- A quantidade de lâmpadas (n) é dada ferencialmente, distribuídos de maneira
des Zonais) pela fórmula: uniforme no recinto, levando-se em con- Esse método demonstra que a Iluminância
ta o layout do mobiliário, o direciona- (E) é inversamente proporcional ao quadra-
Seqüência de cálculo: mento da luz para a mesa de trabalho e do da distância. Por exemplo, dobrando-
Em . A
a) Escolha da lâmpada adequada n= o próprio tamanho da luminária. se a distância entre a fonte de luz e o obje-
φ . Fu. BF . Fd
b) Escolha da luminária adequada
36 37
06 | Modelos de avaliação em iluminação
α
I ά
ß
ά
h
h d
h Iά
r
E I I
E r 2 2
D
Figura 49 - Distância entre a fonte de luz e objeto Figura 50 - Incidência de luz não perpendicular ao
Figura 52 - Grandezas fotométricas
a ser iluminado. plano do objeto
ß= α e D = 2r
to, reduz-se a Iluminância sobre o objeto a 2
um quarto de seu valor anterior (fig. 28)
ά
Se a incidência da luz não for per- tgß = r e ß = arc tg r
I
Iά I1
h h
pendicular ao plano do objeto, a fór-
h
mula passa a ser (fig. 50):
α = 2 . arc tg r
lα . cos α
E= E h Figura. 53 - Converção da abertura de facho
h2
como Figura 51 - Iluminância oriunda de diferentes O ângulo de radiação fornecido nos culado, pode ser o indicador de pro-
pontos de luz
catálogos OSRAM é definido pelo limite jetos luminotécnicos mais econômi-
h
d= de 50% da Intensidade Luminosa máxi- cos. Para tanto, calcula-se inicial-
cos α
Dimensionamento do Grau de Aber- ma (fig. 53). mente a potência total instalada.
tem-se: tura do Facho Luminoso
O grau de abertura do facho luminoso é Avaliação do Consumo Energético 6.3 Avaliação de Custos
lα . cos 3 α
E= função do ângulo ß dado por: Além da quantidade de lâmpadas e Um projeto luminotécnico somente é
h2
luminárias, bem como do nível de Ilu- considerado completo quando se atenta
Assim, a Iluminância (E) em um ponto é o r minância, é imprescindível a determi- para o cálculo de custos, que são:
tgß =
somatório de todas as Iluminâncias inciden- h nação da potência da instalação, pa-
tes sobre esse ponto provenientes de dife- ra se avaliar os custos com energia e 6.3.1 Custos de Investimento
rentes pontos de luz, ou seja (fig. 51): r = h . tg ß assim desenvolver-se um estudo de É a somatória dos custos de aquisi-
rentabilidade entre diversos projetos ção de todos os equipamentos que
E=
I1
h2
+Σ
( lα . cos 3 α
h2 ) D = 2 . h . tg a
apresentados. O valor da “Potência
por m²” é um índice amplamente di-
compõem o sistema de iluminação,
tais como lâmpadas, luminárias, rea-
2 vulgado e, quando corretamente cal- tores, transformadores, ignitores e a
38 39
06 | Modelos de avaliação em iluminação
Lâmpadas e
acessórios
Instalação
fiação, acrescidos dos custos de mão ser multiplicado pelo número de lâmpa- Sistema Sistema®
incandescente 60 W DULUXSTAR 15W
de obra dos profissionais envolvidos, das repostas por mês. Esse custo é bas-
desde a elaboração do projeto à ins- tante significativo nas instalações de difícil Figura 54 - Comparação entre custos de investimento.
talação final (fig. 54). acesso, como iluminação pública, qua-
dras de esporte etc. O fator decisivo no
6.3.2 Custos Operacionais custo operacional é o custo da energia
É a somatória de todos os custos apre- elétrica, que corresponde à Potência Total 60% menos despesas
mensais com manutenção
sentados após a completa instalação do Instalada (Pt), multiplicada pelas horas de
sistema de iluminação, concentrados uso mensal e pelo preço do kWh. Ao se
nos custos de manutenção das condi- optar por um sistema mais eficiente, este
ções luminotécnicas do projeto e os custo sofre substancial redução.
custos de energia consumida (fig. 55).
O custo mensal de manutenção das 6.3.3 Cálculo de Rentabilidade Gastos em:
lâmpadas engloba o custo de aquisição A análise comparativa de dois siste-
Consumo de energia
de novas unidades e o custo da mão de mas de iluminação, para se estabele-
Reposição de lâmpadas
obra necessária para executar a manu- cer qual deles é o mais rentável, leva Mão de Obra
tenção. Esse custo resulta da soma das em consideração tanto os custos de Sistema Sistema®
incandescente 60 W DULUXSTAR 15W
horas mensais de utilização das lâmpa- investimento quanto operacionais. Ge-
das dividida pela sua vida útil. O quo- ralmente, o uso de lâmpadas de me- Figura 55 - Comparação entre custos operacionais.
ciente obtido informa o número de lâm- lhor Eficiência Energética leva a um in-
padas que serão repostas e seu valor vestimento maior, mas proporciona
deve ser multiplicado pelo preço da lâm- economia nos custos operacionais. mento pela diferença na manutenção. o instante de equalização destes custos.
pada nova. Já o custo da mão de obra Decorre daí a amortização dos custos, Feitos os cálculos, os valores podem ser Nos anexos, segue uma planilha do Cál-
para realizar essa reposição é dado em ou seja, há o retorno do investimento alocados em gráficos, como no da figu- culo de Rentabilidade, podendo ser utili-
função da remuneração por hora de tra- dentro de um dado período. O tempo ra 56, onde se visualiza a evolução das zada como instrumento prático para se
balho do respectivo profissional. de retorno é encontrado quando se cal- despesas no tempo. chegar aos custos acima descritos, as-
O tempo de reposição por lâmpada deve cula o quociente da diferença no investi- O ponto de interseção das linhas indica sim como para análise comparativa en-
40 41
06 | Modelos de avaliação em iluminação
Custos
®
Figura 56 - Ilustração da evolução das despesas entre sistemas de iluminação incandescente e DULUXSTAR
tre sistemas diferentes de iluminação. projetos de iluminação maiores e mais dos bancos de dados referentes às notécnica são:
6.4 Softwares complexos. Para isso hoje em dia te- luminárias com compatibilidade entre 1 • RADIANCE : www.lbl.gov
Como avaliar e medir as questões relati- mos os softwares de iluminação. distintos fornecedores. Softwares fe- 2 • AGi32: www.agi32.com
vas à iluminação natural e artificial? Alguns cuidados devem ser tomados chados, ou seja, que só usam lumi- 3 • LUMEN DESIGN: www.lightechnolo-
Todos os métodos de simulação e cál- quando da utilização de programas nárias de um único produtor podem gies.com
culo na área de iluminação natural e arti- computacionais na área de iluminação: ser em muitos casos extremamente 4 • ECOTECH: www.squ1.com
ficial baseiam-se em dois modelos clás- limitados para satisfazer nossas ne- 5 • RELUX: www.relux.ch ou www.relux.biz
sicos de predição: método ponto a pon- 1º • Se for para a área de iluminação cessidades práticas de cálculo. 6 • DIALUX: www.dial.de
to e método dos fluxos, conforme apre- natural, verificar para quais tipos de 7 • SOFTLUX: www.itaim.com.br
sentado anteriormente. céu que o programa possibilita os O número 7, de abril/maio de 2004, da Obs: os 4 primeiros são pagos. Os 3 úl-
O método dos fluxos se aplica mais cálculos, lembrando que o céu brasi- revista Lume Arquitetura, pg.76, apre- timos gratuitos.
aos sistemas gerais. O método ponto a leiro é predominantemente “parcial- senta-se uma relação interessante dos
ponto satisfaz melhor as necessidades mente encoberto”; principais softwares de iluminação, prin-
de dimensionamento dos sistemas lo- 2º • se for para a área de iluminação cipalmente para a artificial, inclusive com
calizados e locais. Apesar de práticos artificial um dos principais aspectos a endereços dos sites para download.
estes métodos podem ser muito traba- serem verificados é a possibilidade
lhosos quando se necessita avaliar deles apresentarem uma atualização Os principais modelos na área de lumi-
42 43
06 | Modelos de avaliação em iluminação
Empresa: Obra:
Recinto: Atividade
Projetista: Data:
01 Comprimento a m 10,00
02 Largura b m 7,50
03 Área A=a . b m2 75,00
04 Pé-direito H m 3,00
Descrição do ambiente
05 Altura do plano de trabalho hpt m 0,80
06 Altura do pendente da luminária h pend m 0
Figura 57 - Ambiente a ser calculado
07 Pé-direito útil h = H - hpt - hpend 2,20
08 Índice do recinto
k=
a.b 1,95
h (a . b)
44 45
07 | exeMplos de aplicação
TETO (%) 70 50 30 0
13 Iluminância planejada Em lx 500
iluminação
carac. da
PAREDE (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 0
14 Tonalidade ou temp. da cor k 4000
PISO (%) 10 10 10 0
Kr Fator de utilização 15 Índice de reprodução de cores IRC 89
0,60 34 29 26 33 29 26 29 26 25
0,80 40 36 33 39 35 32 35 32 31 16 Tipo de lâmpada φ lm ®
LUMILUX T5 HE
1,00 45 41 38 44 41 38 40 38 36 17 Fluxo luminoso de cada lâmpada z Unid. 3300
1,25 50 46 43 49 45 43 45 42 41 18 Lâmpadas por luminária 2
lâmpadas e luminárias
1,50 53 50 47 52 49 46 48 46 45 19 Tipo de luminária -
2,00 58 55 52 56 54 52 53 51 50 20 Fator de fluxo luminoso BF 1
2,50 60 58 56 59 57 55 56 55 53 ηL
21 Eficiência da luminária -
3,00 62 60 58 61 59 58 58 57 55 ηr
22 Eficiência do recinto -
4,00 64 63 61 63 62 60 61 59 58
23 Fator de utilização Fu = L . ηr
η 0,55
5,00 66 64 63 64 63 62 62 61 59
24 Quantidade de lâmpadas Em . A Unid.
n= 26
Figura 58 - Exemplo de tabela de Fator de Utilização de Luminária φ . Fu . BF . Fd Unid. 13
25 Quantidade de luminárias N = n/z
i) Limitação de Ofuscamento Luminância seja refletida e que o
Ofuscamento não deverá ocorrer, operador faça sombra sobre a tela.
uma vez que as superfícies dos mó- n) Ar-condicionado e Acústica plo, não há limitação física de com-
veis e objetos não são lisas ou espe- k) Características do fornecimento O ruído originado pelo funcionamento das primento da lâmpada, e sua utiliza-
lhadas. O ofuscamento direto será de energia elétrica luminárias, caso sejam elas equipadas com ção é mais compensadora.
evitado se forem empregadas luminá- • Tensão estável na rede (220V) lâmpadas fluorescentes e seus respectivos Os dados da lâmpada são obtidos
rias, cujo ângulo de abertura de fa- • Custo de kWh: US$ 0,15 reatores, seria facilmente absorvido pelo for- nos catálogos OSRAM.
cho acima de 45º não apresentar Lu- • Acendimento individualizado (interrup- ro de gesso onde elas estariam embutidas, A saber:
®
minância acima de 200 cd/m². tor na entrada da sala) não prejudicando o trabalho no local. O ar- • LUMILUX T5 HE 35W/840
Obs.: algumas luminárias para lâmpadas • Pontos de energia próximos às mesas. condicionado funcionará com uma intensi- • Fluxo luminoso: 3.300 lm
fluorescentes são indicadas por seus fa- dade 25% menor do que se a instalação for • Temperatura de cor: 4000K Branca Neutra
bricantes para utilização em áreas de ter- l) Tonalidade de Cor da Luz feita com lâmpadas fluorescentes, e não in- • Índice de reprodução de cor: 89
minais de vídeo ou computadores. Para o ambiente de um escritório e Ilumi- candescentes, que irradiam muito calor.
nância de 500 lx, recomenda-se que a p) Escolha da Luminária
j) Efeitos Luz e Sombra Tonalidade de Cor da luz seja Branca o) Escolha das Lâmpadas A luminária poderá ser de embutir,
As luminárias deverão ser colocadas Neutra (aproximadamente 4000k). Os dados anteriores nos levam a de alta eficiência e com aletas me-
lateralmente às mesas de trabalho, concluir que o tipo de lâmpadas indi- tálicas que impeçam o ofuscamen-
para se evitar que haja reflexo ou m) Reprodução de Cores cado para este projeto é a fluores- to. Os modelos mais modernos
®
sombra que prejudique as atividades. Aconselha-se que o Índice de Repro- cente LUMILUX T5 HE. Ela existe possuem refletores parabólicos que
Recomenda-se que as janelas locali- dução de Cores para este tipo de tra- nas versões de 14, 21, 28 e 35W. limitam a angulação do facho lumi-
zadas diante das telas de computa- balho seja acima de 80. noso, tornando-se adequados para
®
dores sejam protegidas por persianas As lâmpadas fluorescentes de pó tri- Optaremos pela versão LUMILUX T5 o seu emprego em salas de com-
ou cortinas, para se evitar que a alta fósforo são as mais adequadas. HE 35W/840, porque o salão é am- putadores.
46 47
07 | Exemplos de aplicação
Cálculo de
Controle
27 Iluminância alcançada E = Z . N φ Fu . Bf . Fd Ix 570
A
28 Potência total instalada Pt = nj . W*/100 kW 1,05
Consumo da
Instalação
29 Densidade de potência D = Pt . 1000/A W/m2 14
30 Densidade de potência relativa Dr = D.100 / E W/m2 2,45
Figura 59 - Distribuição final das luminárias
p/100 lx
q) Cálculo da Quantidade de Lu- destas em três linhas contínuas late- ção do reator QT - FH 2x14 - 35W, *W = Potência do conjunto lâmpada +
minárias ralmente às mesas de trabalho, evi- uma vez que, devido à operação em acessório (Consultar Catálogo OSRAM
Uma vez já definidas todas as bases tando o ofuscamento sobre a tela de alta freqüência, a potência entregue à para obter valores orientativos).
conceituais para o cálculo, seguire- computador. Para tanto, a quantida- lâmpada é menor.
mos a seqüência da planilha. de de luminárias (N = 13) deverá ser
30 . 35
elevada para N = 15, para que possa Pt = = 1,05 kW
1000
r) Adequação dos Resultados ao ser subdividida por três. A dimensão
Projeto de 10m comporta a linha contínua
1,05 . 1000
A quantidade de lâmpadas deve ser formada por 5 luminárias, cada uma D= = 14 W/m 2
75
arredondada para o valor múltiplo de aproximadamente 1,44m, não ha-
mais próximo da quantidade de lâm- vendo perigo de não adaptação ao
14 . 100
padas por luminária (neste caso, não projeto (fig. 59). Dr = = 2,45 W/m 2 p/100 lx
570
haveria necessidade), de tal forma
que a quantidade de luminárias (N) t) Cálculo de Controle v) Cálculo de Custos e Rentabilidade
sempre seja um número inteiro. Uma vez de acordo com o resultado Na rotina de cálculo, os itens Cálculo de
fornecido, podemos nos certificar do Custos e Cálculo de Rentabilidade são
s) Definição dos Pontos de Iluminação valor exato da Iluminância Média ob- completamentares ao cálculo luminotéc-
Escolhe-se a disposição das luminá- tida, através dos itens 26 e 27. nico até aqui concluído e podem ser de-
rias levando-se em conta o layout do senvolvidos utilizando-se o guia orienta-
mobiliário, o direcionamento correto u) Avaliação do Consumo Energético tivo “Cálculo de Rentabilidade” que se-
da luz para a mesa de trabalho e o Os itens 28, 29 e 30 da planilha podem gue anexo.
próprio tamanho das luminárias. Nes- ser calculados da seguinte maneira:
te exemplo, sugere-se a disposição Obs.: 70 W = Considerando a utiliza-
48 49
07 | Exemplos de aplicação
100 cd 200 cd
90º
80º
DECOSTAR® 50W/12V
α = 10º
d´
100 cd 70º
h´=1,4m
60º
200 cd h
50º LUMILUX® T5 HE 35W / 840
φ= 3300 lm
300 cd
40º
50 51
07 | Exemplos de aplicação
HALOSPOT® 111
52 53
08 | ANEXOS
54 55
56
08 | ANEXOS
BF %
Pt = ni . W*/100
Obs: A planilha apresenta duas colunas - Sistemas A e B - para que duas soluções possam ser comparadas.
57
BIBLIOGRAFIA
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VIANNA, Nelson & GONÇALVES, Joana Carla Soares. Iluminação e Arquitetura, Geros Ar- Agradecimento:
quitetura, São Paulo, 2004, 2a. edição. Consultor Nelson Solano Vianna
Geros Arquitetura
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ANOTAÇÕES
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