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Iluminação:

Conceitos e Projetos
Iluminação: Apresentação
Conceitos e Projetos A OSRAM tem o prazer de colocar à disposição o Curso de Ilu-
minação: Conceitos e Projetos. Seu objetivo é ser um guia útil,
A história da OSRAM está intimamente ligada à história da humanida- principalmente para aqueles que se iniciam na área da ilumina-
de, suas relações e descobertas quanto à iluminação, pois sempre teve ção artificial.
como meta o novo... o futuro. Isso só foi e é possível porque a OSRAM
tem paixão por iluminação inteligente e busca ver o mundo em uma nova De maneira clara e bem estruturada, este curso apresenta os
luz. Por isso, fornece esse bem, de forma responsável, para a população principais conceitos luminotécnicos para que o leitor possa
de mais de 159 países em todos os continentes. se posicionar de maneira mais segura diante de todas as
etapas que compõem o projeto e sua execução.
Em 1910, a empresa criou as lâmpadas incandescentes com filamentos
de tungstênio, mas, desde então, os investimentos em pesquisa re- No início, nos referiremos também à luz natural, porque cer-
sultaram em novas tecnologias como luzes que transportam dados e tos conceitos não são privilégio exclusivo da artificial. Além
vozes a qualquer lugar no planeta, curam bebês, eliminam cicatrizes, disso, lembramos a necessidade premente de trabalhar cada
purificam o ar e a água, além dos LED’s (diodo emissor de luz). vez mais o projeto luminotécnico como um todo – luz natural
e artificial, levando o melhor conforto, funcionalidade e eco-
No Brasil, a OSRAM está presente desde 1922 e sempre contribuiu nomia às edificações.
para o desenvolvimento sócio-econômico do país. Em 1955, iniciou
a fabricação nacional de lâmpadas no município de Osasco, na área
metropolitana de São Paulo.

Hoje, a OSRAM se caracteriza como a empresa mais especializada do


mundo na área de iluminação. Tem uma vasta quantidade de patentes,
trabalhos científicos e prêmios internacionais que garantem um portfó-
lio com cerca de cinco mil tipos de lâmpadas. Ao mesmo tempo, sua
atuação reflete um engajamento incondicional na preservação do meio
ambiente e na qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
Índice Capítulo 05 Critérios de desempenho do ponto de vista do
projeto de iluminação
33

Capítulo 01 Conforto luminoso 06 Capítulo 06 Modelos de avaliação em iluminação 35


6.1 Método de Cálculo de Iluminação Geral: 36
Capítulo 02 Os objetivos da iluminação 10 Método das Eficiências
6.2 Método de cálculo para iluminação localizada: 37
Capítulo 03 Os sistemas de iluminação 10 Método ponto a ponto
6.3 Avaliação de custos 39
Capítulo 04 Conceitos básicos: grandezas fotométricas 15 6.3.1 Custos de Investimento 39
4.1 A radiação solar e a luz 15 6.3.2 Custos Operacionais 40
4.2 Luz e Cores 16 6.3.3 Cálculo de Rentabilidade 40
4.3 Potência Total Instalada 17 6.4 Softwares 42
4.3.1 Densidade de Potência 17
4.3.2 Densidade de Potência Relativa 18 Capítulo 07 Exemplos de aplicação 44
4.4 Fluxo Luminoso 19 7.1 Exemplo 1 - Cálculo de iluminação geral 44
4.5 Eficiência Energética 19 7.2 Exemplo 2 - Método ponto a ponto 50
4.5.1 Eficiência de lâmpada 19 7.3 Exemplo 3 - Método ponto a ponto 51
4.5.2 Eficiência de luminária 20 7.4 Exemplo 4 - Cálculo de iluminação dirigida 52
4.5.3 Fator do Recinto 20 Abertura do facho de luz com refletor
4.5.4 Fator de Depreciação (ou de Manutenção) 22
4.6 Nível de Iluminância 23 Capítulo 08 Anexos 53
4.6.1 Nível Adequado de Iluminância 24 Anexo 1 - Equipamentos auxiliares utilizados 53
4.7 Intensidade Luminosa 24 em iluminação
4.7.1 Curva de distribuição luminosa 24 Anexo 2 - Níveis de Iluminância 54
4.8 Luminância 25 Recomendáveis para Interiores
4.9 Índice de reprodução de cores 27 Anexo 3 - Coeficiente de Reflexão de 55
4.9.1 Espectro de Radiação Visível 28 alguns materiais e cores
4.10 Temperatura de cor 28 Anexo 4 - Planilha de cálculo - Método dos fluxos 56
4.11 Fator de fluxo luminoso 32
4.12 Vida útil, vida média e vida mediana 32 Bibliografia Referência bibliográfica 58
01 | IlumInAção: ConCeItos e PRojetos

Meio Ambiente
(clima)
Objetivos, físicos e
quantificáveis

Qtde. de luz: Lux Sensações


Nível de ruído: dB(A) Estímulos 1º Nível de conforto
Temperatura do ar: ºC Resposta fisiológica
Umidade relativa: % aos estímulos
Ventos: m/s ambientais

Figura 1 – O conceito de conforto: resposta fisiológica a estímulos ambientais

resultado em termos de quantidade, rá, num primeiro momento, através


qualidade da luz e sua distribuição, de sensações.
contrastes etc. O mesmo raciocínio Neste momento é pertinente, então,
serve para as outras áreas do confor- nos perguntarmos como podemos
to ambiental 1 . Para a área de acústi- definir conforto, e, particularmente, o
ca, teremos um certo nível de barulho conforto visual.
(ruído de fundo medido pelo seu nível
de intensidade sonora em dB(A)), as Quanto menor for o esforço de
freqüências desse ruído, sua distri- adaptação do indivíduo, maior será
buição e propagação etc. Para a área sua sensação de conforto (fig. 1).
de conforto térmico, teremos a tem-
1. Conforto luminoso de de muitas variáveis. peratura do ar, a umidade relativa, a
Para que possamos entendê-la de ventilação no ambiente, uma certa Mas o que seria este “esforço de
O que todos nós queremos - arquite- maneira mais clara e objetiva, come- quantidade de insolação etc. adaptação”? Do ponto de vista fisio-
tos, engenheiros, decoradores de in- çaremos por discutir primeiramente o Todos esses estímulos ambientais lógico, para desenvolvermos deter-
teriores, empresas fornecedoras de que é conforto luminoso. são físicos, objetivos e quantificáveis. minadas atividades visuais, nosso
tecnologia, produtos e serviços e, O primeiro nível para avaliarmos o O usuário sentirá todas estas variá- olho necessita de condições especí-
principalmente, o usuário final - é que que é o conforto luminoso refere-se à veis físicas do espaço por meio de ficas e que dependem muito das ati-
nossos ambientes tenham o melhor resposta fisiológica do usuário. seus sentidos – visual, auditivo e ter- vidades que o usuário realiza. Por
conforto luminoso, a melhor qualida- Um determinado ambiente provido de mo-metabólico – e a elas responde- exemplo: para ler e escrever, é ne-
de e o menor custo possível. Esta luz natural e/ou artificial, produz estí- 1 O conforto ambiental é uma área de formação técnica definida pelo MEC na estrutura curricular profissional de arquitetos e
equação, que parece simples, depen- mulos ambientais, ou seja, um certo urbanistas. É composta de quatro sub-áreas: conforto térmico, iluminação (natural e artificial), acústica e ergonomia.

6 7
01 | IlumInAção: ConCeItos e PRojetos

Objetivos, físicos, quantificáveis Subjetivas e dificilmente quantificáveis


Estímulos Sensações / emoções

Avaliação que depende não


só da resposta física mas:
• Da experência anterior
• Da personalidade
Qtde. de luz: Lux • Do estado de ânimo
Nível de ruído: dB(A) • Da faixa etária
Temperatura do ar: ºC • Da relação de gênero
Umidade relativa: % • De aspéctos culturais e
Ventos: m/s estéticos
Figura 3 - Conforto como sensações a
Figura 2 – O conceito de conforto: sensações e emoções subjetivas
partir de estímulos físicos

cessária uma certa quantidade de uma determinada atividade, conforto cional que o homem lhe dá. gante, agradável etc. Mas, quando
luz no plano de trabalho 2 ; para dese- pode e deve ser equacionado somen- Esta resposta sensorial do indivíduo perguntamos para estas mesmas
nhar ou desenvolver atividades visu- te por esta “vertente fisiológica” de ao seu meio ambiente tem, portanto, pessoas se elas estão se sentindo
ais de maior acuidade visual (ativida- maior ou menor esforço? Não. Ho- um componente subjetivo importan- bem ou não em um determinado am-
des mais “finas” e com maior quanti- pkinson diz: “Aquilo que vemos de- te. No processo de atribuir significa- biente, sob determinadas condições
dade de detalhes), necessita-se de pende não somente da qualidade físi- do a um determinado estímulo am- ambientais, a totalidade delas faz au-
mais luz 3 . Mas quantidade de luz não ca da luz ou da cor presente, mas biental, o homem lança mão de uma tomaticamente uma relação direta
é o único requisito necessário. Para também do estado de nossos olhos série de fatores: sua experiência com os estímulos físicos, objetivos
essas atividades, a boa distribuição na hora da visão e da quantidade de pessoal, sua personalidade, aspec- deste ambiente, mensurando-os. Di-
de luz no ambiente e a ausência de experiência visual da qual temos de tos culturais, a relação de gênero e rão “sim” ou “não” dependendo se a
contrastes excessivos (como a inci- lançar mão para nos ajudar em nosso idade, entre outros fatores. temperatura está alta ou baixa, se
dência direta do sol no plano de tra- julgamento... Aquilo que vemos de- Este caráter subjetivo da definição de tem muito ou pouco barulho, muita
balho e reflexos indesejáveis) tam- pende não só da imagem que é foca- conforto ambiental, seja ele luminoso,
bém são fatores essenciais. da na retina, mas da mente que a in- térmico ou acústico, é muito impor-
Quanto melhores forem as condições terpreta” 4 . Ou seja, não é possível tante e, em algumas situações de
Conforto é, portanto, a
propiciadas pelo ambiente, menor será fazer uma distinção marcante entre projeto, como veremos mais adiante,
interpretação de estímulos
o esforço físico que o olho terá de fa- experiência sensorial e emocional, é vital. Quando pedimos para 100
objetivos, físicos e facilmente
zer para se adaptar às condições am- uma vez que a segunda certamente pessoas definirem o que entendem
quantificáveis, por meio de
bientais e desenvolver bem a atividade depende da primeira e ambas são por conforto, 99 o definirão com uma
respostas fisiológicas
em questão. É o enfoque fisiológico elos inseparáveis. Qualquer fato visu- palavra subjetiva. Dirão: é uma sen-
(sensações) e de emoções,
da definição de conforto ambiental. al terá sua repercussão, depois de in- sação de bem estar, é sentir-se bem
com caráter subjetivo e de
Mas será que, para desenvolvermos terpretado, no significado psico-emo- num ambiente, é não se sentir inco-
difícil avaliação (Figs. 2 e 3).
modado, é ter a satisfação plena dos
2 A norma 5413, da ABNT, estipula como mínimo 300 lux e máximo 750 lux.
3 A mesma norma estipula 1.000 lux para desenho, por exemplo. sentidos, é estar em harmonia com o
4 HOPKINSON, R.G. & KAY, L.D. The light of building, ed. Faber and Faber Ltd, London, 1969. ambiente, é um ambiente aconche-

8 9
02 | objetivos da iluminação

Figura 4 Figura 5 Figura 6 - Iluminação Geral Figura 7 - Exemplo de iluminação geral - Supermercado
Iluminação para atividade laborativa - escritório Iluminação para atividade não laborativa - residência

ou pouca luz, se está abafado ou zação da luz como principal instrumento de 3ª. Qual é a ambientação que quere- Vantagens: uma maior flexibilidade na
bem ventilado etc. ambientação do espaço – na criação de mos dar, com a luz, a este espaço ? disposição interna do ambiente – layout.
As duas sub-áreas do conforto am- efeitos especiais com a própria luz ou no Desvantagens: não atende às necessi-
biental que têm maior grau de subje- destaque de objetos e superfícies ou do Pelas questões acima, vemos que, dades específicas de locais que requerem
tividade são a ILUMINAÇÃO e a próprio espaço. Este objetivo está intima- qualquer que seja o sistema adotado, níveis de iluminância6 mais elevados, gran-
acústica, respectivamente. mente associado às atividades não la- ele deverá sempre ser escolhido de de consumo de energia, e em algumas si-
borativas, não produtivas, de lazer, es- uma forma intimamente ligada à função tuações muito específicas, podem desfa-
2. Os objetivos da iluminação tar e religiosas – residências, restauran- a ser exercida no local – novamente, as vorecer o controle do ofuscamento7 pela
tes, museus e galerias, igrejas etc. É a laborativas e não laborativas. visão direta da fonte.
Para a Iluminação, tanto natural quanto luz da emoção5. (fig. 5) Este é o sistema que se emprega mais
artificial, a função é o primeiro e mais im- Para se responder a primeira pergunta, correntemente em grandes escritórios, ofi-
portante parâmetro para a definição de 3. Os sistemas de iluminação classificamos os sistemas de acordo cinas, salas de aula, fábricas, supermerca-
um projeto. Ela irá determinar o tipo de com a forma que as luminárias são dis- dos, grandes magazines etc.
luz que o ambiente precisa. Muitos profissionais cometem um erro tribuídas pelo ambiente e com os efei-
O primeiro objetivo da iluminação é a primário num projeto luminotécnico, par- tos produzidos no plano de trabalho. b) Iluminação localizada: concentra-
obtenção de boas condições de visão as- tindo inicialmente da definição de lâmpa- Esta classificação também é conhecida se a luminária em locais de principal in-
sociadas à visibilidade, segurança e orien- das e/ou luminárias. O primeiro passo de como Sistema Principal. Nela, os siste- teresse. Exemplo: este tipo de ilumina-
tação dentro de um determinado ambien- um projeto luminotécnico é definir-se o(s) mas de iluminação proporcionam: ção é útil para áreas restritas de trabalho
te. Este objetivo está intimamente associa- sistema(s) de iluminação, respondendo em fábrica. (figs. 8 e 9)
do às atividades laborativas e produtivas – basicamente a três perguntas: a) Iluminação geral: distribuição aproxi- As luminárias devem ser instaladas sufi-
escritório, escolas, bibliotecas, bancos, 1ª. Como a luz deverá ser distribuída madamente regular das luminárias pelo te- cientemente altas para cobrir as super-
indústrias etc. É a luz da razão. (fig. 4) pelo ambiente? to; iluminação horizontal de um certo nível fícies adjacentes, possibilitando altos
O segundo objetivo da iluminação é a utili- 2ª. Como a luminária irá distribuir a luz? médio; uniformidade. (figs. 6 e 7) níveis de iluminância sobre o plano de
5 Algumas atividades estão, por essência, numa situação intermediária, como por exemplo as comerciais. Dependendo do tipo de loja, 6 Vide item 4.6
estaremos mais próximos de um caso ou de outro. 7 Vide item 4.8

10 11
03 | sIstemAs de IlumInAção

0 10% 10 40% 40 60%


0 100% 60 90% 40 60%

40 60% 60 90% 90 100%


40 60% 10 40% 0 10%

Figura 8 - Iluminação localizada Figura 9 - Exemplo de iluminação localizada Figura 12 - Classificação das luminárias segundo a radiação do fluxo luminoso

pequena. (figs. 10 e 11)


Vantagens: maior economia de
energia, maior controle dos efeitos
luminotécnicos.
Desvantagens: deve ser complementa-
da por outro tipo de iluminação, e apre-
senta menor flexibilidade na alteração
da disposição dos planos de trabalho.

Para se responder a segunda pergunta,


Figura 10 – Iluminação de tarefa Figura 11 - Exemplo de iluminação de tarefa “Como a luminária irá distribuir a luz?”,
classificam-se os sistemas de iluminação Figura 13 - Exemplo de sistema direto e indireto
trabalho8, ao mesmo tempo em que de acordo com a forma pela qual o fluxo
asseguram uma iluminação geral sufi- reposicionadas. luminoso é irradiado pela luminária, ou,
ciente para eliminar fortes contrastes. Para atividades laborativas, necessi- mais precisamente, de acordo com a Normalmente, quando temos um pro-
Vantagens: maior economia de ener- tam de complementação através do quantidade do fluxo luminoso irradiado jeto de iluminação em mãos, o dividi-
gia, e podem ser posicionadas de tal sistema geral de controle de uniformi- para cima e para baixo do plano horizon- mos em sistema principal, aquele
forma a evitar ofuscamentos, som- dade de luz do local. Para outras si- tal e da luminária (e/ou lâmpada). Essa que resolverá as necessidades fun-
bras indesejáveis e reflexões velado- tuações, não necessariamente. segunda classificação obedece ao es- cionais, e sistema secundário, que
ras, além de considerar as necessi- quema acima. (fig. 12) dará mais ênfase à “personalidade”
dades individuais. c) Iluminação de tarefa: luminárias Muitos autores classificam os siste- do espaço, a sua “ambientação” por
Desvantagens: em caso de mudan- perto da tarefa visual e do plano de mas simplesmente por: direto, indi- meio da luz (numa abordagem mais
ça de layout, as luminárias devem ser trabalho iluminando uma área muito reto e direto-indireto (compreenden- criativa, livre e não tão “funcional”).
8 Tanto para a iluminação localizada como para a de tarefa, que muitas vezes destinam-se a proporcionar altos níveis do, nesse último caso, as classifica- O sistema secundário relaciona-se
de iluminação (1.000-2000 lux). ções intermediárias). mais à terceira pergunta, “Qual é a

12 13
03 | sistemas de iluminação

Sistema Principal Sistema Secundário

Geral Luz de Destaque

Luz de Efeito

Localizado Luz Decorativa

Modulação de Intensidade

De tarefa Luz Arquitetônica

Figura 14 - Sistemas de iluminação Figura 17 - Iluminação decorativa

Figura 15 - Iluminação de destaque


ambientação que queremos dar, com Luz arquitetônica: Obtida quando 4. Conceitos básicos: grandezas
a luz, a este ambiente?”. posicionamos a luz dentro de elemen- fotométricas
tos arquitetônicos do espaço, como
Luz de destaque: Coloca-se ênfase em cornijas, sancas, corrimãos etc. Deve- As grandezas a seguir são fundamen-
determinados aspectos do interior arqui- se tomar cuidado com esse termo, tais para o entendimento dos conceitos
tetônico, como um objeto ou uma super- pois toda a luz deve ser, por definição, da luminotécnica.
fície, chamando a atenção do olhar. Ge- arquitetônica. Ou seja, estar em per- A cada definição, seguem-se as unida-
ralmente, esse efeito é obtido com o uso feita integração com a arquitetura. des de medida e o símbolo gráfico do
de spots, criando-se uma diferença 3, 5 Nesse caso, estão apenas sendo es- Quadro de Unidades de Medida, do
ou até 10 vezes maior em relação à luz colhidos elementos arquitetônicos pa- Sistema Internacional - SI, além de in-
geral ambiente. Este efeito pode ser obti- ra servirem de suporte à luz (fig. 18). terpretações e comentários destinados
do também posicionando a luz muito pró- Figura 16 - Iluminação de efeito a facilitar o seu entendimento.
xima à superficie a ser iluminada. Exem-
plo: paredes, objetos, gôndolas, displays, que produz a luz. Ex: Lustres anti- 4.1 A radiação solar e a luz
quadros etc. (fig. 15) gos, arandelas coloniais e velas Uma fonte de radiação emite ondas ele-
criam uma área de interesse no tromagnéticas com diferentes compri-
Luz de efeito: Enquanto na luz de ambiente, destacando o objeto mentos de onda. A radiação solar tem
destaque procuramos destacar algo, mais do que iluminando o próprio três espectros principais desta radiação:
aqui o objeto de interesse é a própria espaço. (fig. 17) o infravermelho - responsável pela sensa-
luz: jogos de fachos de luz nas pare- ção de calor - o espectro visível, ou luz, e
des, contrastes de luz e sombra etc. Modulação de intensidade (dim- o ultravioleta – responsável pelo efeito hi-
(fig. 16) merização): É a possibilidade de giênico da radiação (pois mata bactérias
aumentar ou diminuir a intensidade e fungos), pela despigmentação de al-
Luz decorativa: Aqui não é o efei- das várias luminárias, modificando Figura 18 - Luz arquitetônica guns tipos de tecidos, pelo bronzeamen-
to de luz que importa, mas o objeto com isso a percepção ambiental. to da pele, etc.

14 15
04 | Conceitos básicos
nm
1013 Ondas largas
Ondas médias
1011 Ondas curtas nm
109 Ondas ultracurtas
780
107 Televisão

107 Radar

103 Infravermelho
Luz
610
10 Ultravioleta
590
10-3 Raios X 570

10-5 Raios Gama 500

380
10-7
10-9 Raios Cósmicos
10-11
10-15

Figura 21 - Composição das cores da luz


Figura 19 - Espectro eletromagnético

da. Se utilizássemos um filtro para 4.3 Potência Total Instalada (ou


100
Luz é, portanto, a radiação eletro- % remover a porção do vermelho da Fluxo Energético)
magnética capaz de produzir uma 80 fonte de luz, a maçã refletiria muito Símbolo: Pt
Noite Dia
sensação visual e está compreendida pouca luz, parecendo totalmente Unidade: W ou Kw
60
entre 380 e 780 nm (Figs. 19 e 20). A negra. Podemos ver que a luz é É a somatória da potência de todos os
sensibilidade visual para a luz varia 40 composta por três cores primárias. aparelhos instalados na iluminação. Tra-
380 780
não só de acordo com o comprimen- A combinação das cores vermelho, verde ta-se aqui da potência da lâmpada, mul-
20
to de onda da radiação, mas também e azul permite obtermos o branco. (Siste- tiplicada pela quantidade de unidades
com a luminosidade. 0 ma RGB: R=Red, G=Green, B=Blue) utilizadas (n), somado à potência consu-
100 400 500 600 700 nm
A curva de sensibilidade do olho hu- UV Luz IV A combinação de duas cores primárias mida de todos os reatores, transforma-
mano demonstra que radiações de Figura 20
produz as cores secundárias - magen- dores e/ou ignitores. Uma vez que os
menor comprimento de onda (violeta Curva de sensibilidade do olho humano à radiação visível ta, amarelo e ciano. As três cores pri- valores resultantes são elevados, a Po-
e azul) geram maior intensidade de verdes azulados. (fig. 20) márias, dosadas em diferentes quanti- tência Total Instalada é expressa em
sensação luminosa quando há pouca dades, permitem obtermos outras co- quilowatts, aplicando-se, portanto, o
luz (ex: crepúsculo, noite etc.), en- 4.2 Luz e Cores res de luz. Da mesma forma que sur- quociente 1000 na equação.
quanto as radiações de maior com- Há uma tendência em pensarmos que os gem diferenças na visualização das
n . w*
primento de onda (laranja e vermelho) objetos já possuem cores definidas. cores ao longo do dia (diferenças da Pt = em Kw
1000
se comportam ao contrário. Na verdade, a aparência de um ob- luz do sol ao meio-dia e no crepúscu-
O olho humano possui diferentes jeto é resultado da iluminação inci- lo), as fontes de luz artificiais também *W = potência consumida pelo con-
sensibilidades para a luz. De dia dente sobre ele. Por exemplo, sob apresentam diferentes resultados. As junto lâmpada + acessórios.
nossa maior percepção se dá para uma luz branca, a maçã aparenta lâmpadas incandescentes, por exem-
o comprimento de onda de 550 nm, ser de cor vermelha, pois ela tende plo, tendem a reproduzir com maior fi- 4.3.1 Densidade de Potência
correspondente às cores amarelo- a refletir a porção do vermelho do delidade as cores vermelha e amarela Símbolo: D
esverdeadas. E de noite, para o de espectro de radiação, absorvendo a do que as cores verde e azul, aparen- Unidade: W/m2
510 nm, correspondente às cores luz nos outros comprimentos de on- tando ter uma luz mais “quente”. É a Potência Total Instalada em watt

16 17
04 | Conceitos básicos

Instalação 1 Instalação 2

1 2
A = 50 m2 A = 70 m2
E = 750 lx E = 400 lx
Pt = 1,5 Kw Pt = 1,4 Kw
D = 30 W/m2 D = 20 W/m2
DR = 4 W/m2 DR = 5 W/m2
por 100 lx por 100 lx

Figura 23 - Fluxo luminoso de uma lâmpada (lm)

Figura 22: Exemplos de avaliação do consumo energético.

para cada metro quadrado de área. Logo: E 2 = 400 lx da por uma fonte, medida em lúmens, na
Com esses dados, a Densidade de tensão nominal de funcionamento.
Pt . 1000 Potência Relativa (Dr) é: É chamado também de “pacote de
D= em W/m 2 Pt
A D1 = em W/m 2 . 100 lx
A.E luz”. (fig. 23)
Essa grandeza é muito útil para os futuros 100 30 W / m 2
Dr1 = = 4 W / m2 por 100 lx
cálculos de dimensionamento de sistemas 750 lx 4.5 Eficiência Energética
de ar-condicionado ou mesmo dos proje- Tomando-se como exemplo duas ins- 100 lx Símbolo: ŋw (ou K, conforme IES)
tos elétricos de uma instalação. A compa- talações comerciais, (fig. 22) tem-se Unidade: lm / W (lúmen / watt)
ração entre projetos luminotécnicos so- a primeira impressão de que a insta- 20 W / m 2
mente se torna efetiva quando se leva em lação 2 é mais eficiente do que a 1, Dr2 = = 5 W / m2 por 100 lx 4.5.1 Eficiência energética de lâmpadas
400 lx
conta níveis de Iluminância9 iguais para di- já que a Densidade de Potência é: 100 lx As lâmpadas se diferenciam entre si não
ferentes sistemas. Em outras palavras, um só pelos diferentes Fluxos Luminosos
sistema luminotécnico só é mais eficiente Logo, a instalação 2 consome mais que irradiam, mas também pelas dife-
1500
do que outro, se, ao apresentar o mesmo D1 = = 30 W / m 2 energia por metro quadrado, e tam- rentes potências que consomem.
50
nível de Iluminância do outro, consumir bém fornece menos luz. Portanto, a Para poder compará-las, é necessário sa-
menos watts por metro quadrado. instalação 1 é mais eficiente. ber quantos lúmens são gerados por watt
1400
D2 = = 20 W / m 2 consumido. A essa grandeza dá-se o no-
70
4.3.2 Densidade de Potência Relativa 4.4 Fluxo Luminoso me de Eficiência Energética (ou “Rendi-
Símbolo: Dr Porém, ao avaliar-se a eficiência, é Símbolo: φ mento Luminoso”). A figura 24 exemplifica
Unidade: W/m2 p/ 100 lx preciso verificar a Iluminância em am- Unidade: lúmen (lm) as eficiências de alguns tipos de lâmpadas.
É a Densidade de Potência Total Instalada bos os casos. Fluxo Luminoso é a radiação total da fonte Como geralmente a lâmpada é instalada
para cada 100 lx de Iluminância. Supondo-se: E 1 = 750 lx luminosa entre os limites de comprimento dentro de luminárias, o Fluxo Luminoso fi-
de onda mencionados (380 e 780m). O nal disponível é menor do que o irradiado
9 Vide iten 4.6 fluxo luminoso é a quantidade de luz emiti- pela lâmpada, devido à absorção, refle-

18 19
04 | ConCeItos BásICos

170
160
150
140 φ
130
h pend
120
110
100 h´
90
φ Luminária H
80 h
70
60
50
φ Plano
40 hpt
30
20
10
0
Incandes- Halóge- Mista Mercúrio DULUX® DULUX® Metálica LUMILUX® LUMILUX® Sódio HQI®
cente nas HWL® HQL® integradas não integr. HCI® T8 T5 NAV® PAR 38 Figura 25:
10 à 15 15 à 25 20 à 35 45 à 55 50 à 65 50 à 87 65 à 90 66 à 93 70 à 125 80 à 140 143 Figura 26 – Representação do Pé Direito Útil
Esquema de representação de Fluxos Luminosos.
Figura 24 - Eficiência energética (lm/W)

xão e transmissão da luz pelos materiais do Recinto (vide ítem 4.5.3). Índice do Recinto no de trabalho (hpt), menos a altura do
com que são construídas as luminárias. O Certos catálogos fornecem a Curva de Símbolo: K pendente da luminária (hpend). Isto é, a
Fluxo Luminoso emitido pela luminária é Distribuição Luminosa junto à Curva Zo- Unidade: não tem distância real entre a luminária e o plano
avaliado através da Eficiência da Luminá- nal de uma luminária. A Curva Zonal nos de trabalho (Fig. 26).
ria (item 4.5.2). Isto é, o Fluxo Luminoso indica o valor da Eficiência da Luminária O Índice do Recinto é a relação entre as Como já visto, o Fluxo Luminoso
da luminária em serviço dividido pelo Flu- em porcentagem. dimensões do local, dada por: emitido por uma lâmpada sofre in-
xo Luminoso da lâmpada. fluência do tipo de luminária e a
4.5.3 Eficiência do Recinto a.b conformação física do recinto onde
K=
4.5.2 Eficiência de luminária (rendi- Símbolo: ŋR h (a + b) ele se propagará.
mento da luminária) Unidade: não tem
Símbolo: ŋL O valor da Eficiência do Recinto é dado para iluminação direta Obs: quando a luminária for embuti-
Unidade: não tem por tabelas, contidas nos catálogos dos da, h = h’.
“Razão do Fluxo Luminoso emitido por uma fabricantes de luminárias, onde relacio- 3. a . b
K=
luminária, em relação à soma dos fluxos in- nam-se os valores dos coeficientes de re- 2.h´ (a + b) Fator de Utilização
dividuais das lâmpadas funcionando fora da flexão do teto, paredes e piso, com a Símbolo: Fu
luminária (fig. 25).” Normalmente, esse valor Curva de Distribuição Luminosa da lumi- para iluminação indireta, sendo Unidade: não tem
é indicado pelos fabricantes de luminárias. nária utilizada e o Índice do Recinto (para a = comprimento do recinto O Fluxo Luminoso final (útil) que irá
Dependendo das qualidades físicas do re- este último, vide p. 21). b = largura do recinto incidir sobre o plano de trabalho é
cinto em que a luminária será instalada, o Uma vez calculado o Índice do Recinto h = pé-direito útil avaliado pelo Fator de Utilização.
Fluxo Luminoso que dela emana poderá se (K), procura-se identificar os valores da h’ = distância do teto ao plano de Ele indica, portanto, a eficiência
propagar mais facilmente, dependendo da refletância do teto, paredes e piso. trabalho luminosa do conjunto lâmpada,
absorção e reflexão dos materiais e da tra- Na interseção da coluna de refletâncias e H = pé direito luminária e recinto. O produto da
jetória que irá percorrer até alcançar o pla- linha de Índice do Recinto, encontra-se o hpt = altura do plano de trabalho Eficiência do Recinto (ŋR) pela Efi-
no de trabalho. Essa condição mais ou valor da Eficiência do Recinto (ŋR), via Fa- Pé-direito útil é o valor do pé-direito to- ciência da Luminária (ŋL) nos dá o
menos favorável é avaliada pela Eficiência tor de Utilização Fu (vide p.21). tal do recinto (H), menos a altura do pla- Fator de Utilização (Fu).

20 21
04 | ConCeitos básiCos

Fu = ŋL . ŋR S3 = 9S1
Símbolo: Fd
Unidade: % S2 = 4S1 4 lux
Determinados catálogos indicam tabelas Todo o sistema de iluminação tem, S1 9 lux
36 lux
de Fatores de Utilização para suas luminá- após sua instalação, uma deprecia-
rias. Apesar destes serem semelhantes às ção no nível de iluminância ao longo
tabelas de Eficiência do Recinto, os valo- do tempo. Esta é decorrente da de- 1m

res nelas encontrados não precisam ser preciação do fluxo luminoso da lâm- 2m
multiplicados pela Eficiência da Luminária, pada e do acúmulo de poeira sobre 3m
uma vez que cada tabela é específica para lâmpadas e luminárias. Para compen-
uma luminária e já considera a sua perda sar parte desta depreciação, estabe-
na emissão do Fluxo Luminoso. lece-se um fator de depreciação que Figura 28 - Lei do inverso do quadrado da distância
Esta tabela nada mais é do que o valor é utilizado no cálculo do números de
da Eficiência do Recinto já multiplicado luminárias. Este fator evita que o nível
pela Eficiência da Luminária, encontrado de iluminância atinja valores abaixo critórios e afins) e de 40% para ambien-
pela interseção do Índice do Recinto (K) e do mínimo recomendado. Para efei- tes com manutenção crítica (galpões in- E=
φ
A ( mlm )
2
das Refletâncias (1) do teto, paredes e pi- tos práticos pode-se utilizar a tabela dustriais, garagens etc.), dando origem a
so, nesta ordem (Fig. 27). (Fig. 27). Fatores de Depreciação, respectivamen- É também a relação entre intensidade
Nesta publicação, iremos considerar te, Fd = 0,8 e Fd = 0,6. luminosa e o quadrado da distância (I/
4.5.4 Fator de Depreciação (ou Fator uma depreciação de 20% para ambien- h²) (fig.28). Na prática, é a quantidade
de Manutenção) tes com boa manutenção / limpeza (es- 4.6 Nível de Iluminância de luz dentro de um ambiente, e pode
Símbolo: E ser medida com o auxílio de um luxí-
TETo (%) 70 50 30 0 Unidade: Lux (lm/m2) metro. Como o fluxo luminoso não é
PAREDE (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 0 A luz que uma lâmpada irradia, rela- distribuído uniformemente, a iluminân-
PISo (%) 10 10 10 0 cionada à superfície à qual incide, cia não será a mesma em todos os
Kr Fator de utilização define uma nova grandeza lumino- pontos da área em questão. Conside-
0,60 34 29 26 33 29 26 29 26 25 técnica denominada de Iluminamen- ra-se, por isso, a iluminância média
0,80 40 36 33 39 35 32 35 32 31
to, nível de iluminação ou Iluminân- (Em). Existem normas especificando o
1,00 45 41 38 44 41 38 40 38 36
cia (fig. 28). valor mínimo de Em, para ambientes
1,25 50 46 43 49 45 43 45 42 41
Expressa em lux (lx), indica o fluxo lumi- diferenciados pela atividade exercida,
1,50 53 50 47 52 49 46 48 46 45
2,00 58 55 52 56 54 52 53 51 50
noso de uma fonte de luz que incide so- relacionados ao conforto visual. Alguns
2,50 60 58 56 59 57 55 56 55 53 bre uma superfície situada à uma certa dos exemplos mais importantes estão
3,00 62 60 58 61 59 58 58 57 55 distância dessa fonte. relacionados no anexo 2 desta publica-
4,00 64 63 61 63 62 60 61 59 58 A equação que expressa esta grandeza é: ção (ABNT - NBR 5413).
5,00 66 64 63 64 63 62 62 61 59
Figura 27 - Exemplo de tabela de Fator de Utilização de Luminária 1Refletância ou Reflexão, vide anexo 3

22 23
04 | Conceitos básicos

150

125
Margem para depreciação
de fluxo luminoso e acúmulo
100 de sujeira
80
Iluminância %

Tempo

Figura 29 - Compensação da depreciação no cálculo da Iluminância Média (Fator de Depreciação) para


Figura 30 - ângulo de abertura FLOOD 38º Figura 31 - ângulo de abertura SPOT 10º
ambientes com boa manutenção

180º 160º 140º 175º 155º 135º 125º


7
4.6.1 Nível Adequado de Iluminância Se a fonte luminosa irradiasse a luz unifor- 120 6
115º
4.8 Luminância
5
Quanto mais elevada a exigência visual da memente em todas as direções, o Fluxo Lu- 80 120º
4
3 100º Símbolo: L
2
atividade, maior deverá ser o valor da Ilumi- minoso se distribuiria na forma de uma esfe- 60 95º
90º Unidade: cd/m2
85º
nância Média (Em) sobre o plano de traba- ra. Tal fato, porém, é quase impossível de cd 90º 2
3
Das grandezas mencionadas, até
4 75º
lho. Deve-se consultar a norma NBR-5413 acontecer, razão pela qual é necessário me- 40 5
6 65º
então, nenhuma é visível, isto é, os
80 60º 7
para definir o valor de Em pretendido. Co- dir o valor dos lúmens emitidos em cada di- 8 55º raios de luz não são vistos, a menos
120 9 45º
mo ja foi mencionado anteriormente, deve- reção. Essa direção é representada por ve- 10
11 35º que sejam refletidos em uma super-
0º 20º 40º 12 5º 15º 25º
se considerar também que, com o tempo tores, cujos comprimentos indicam as Inten- 0
fície e aí transmitam a sensação de
de uso, se reduz o Fluxo Luminoso da lâm- sidades Luminosas. Portanto, intensidade Transversal Longitudinal claridade aos olhos. Essa sensação
pada devido tanto ao desgaste, quanto ao luminosa é o Fluxo Luminoso irradiado na Figura 32: Curva de distribuição de Intensidades de claridade é chamada de Lumi-
acúmulo de poeira na luminária, resultando direção de um determinado ponto. Luminosas no plano transversal e longitudinal para nância (fig. 33).
em uma diminuição da Iluminância. (Fig. uma lâmpada fluorescente isolada (A) ou associada É a Intensidade Luminosa que emana
a um refletor (B).
29) Por isso, quando do cálculo do número 4.7.1 Curva de distribuição luminosa de uma superfície, pela sua superfície
de luminárias, estabelece-se um Fator de Símbolo: CDL aparente (fig. 34).
Depreciação (Fd), o qual, elevando o nú- Unidade: candela (cd) X 1000 lm ângulos em que ela é direcionada num A equação que permite sua determi-
mero previsto de luminárias, evita que, com Se, num plano transversal à lâmpada, plano (fig. 32). nação é:
o desgaste, o nível de Iluminância atinja va- todos os vetores que dela se originam Para a uniformização dos valores das
I
lores abaixo do mínimo recomendado. tiverem suas extremidades ligadas por curvas, geralmente são referidas a 1000 L=
A . cos α
um traço, obtém-se a Curva de Distri- lm. Nesse caso, é necessário multipli-
4.7 Intensidade Luminosa buição Luminosa (CDL). car-se o valor encontrado na CDL pelo onde
Símbolo: I Em outras palavras, é a representação Fluxo Luminoso das lâmpadas em ques- L = Luminância, em cd/m²
Unidade: candela (cd) da Intensidade Luminosa em todos os tão e dividir o resultado por 1000 lm. I = Intensidade Luminosa, em cd

24 25
04 | Conceitos básicos

Ofuscamento 45º
Iluminância Superfície aparente Reflexivo
Luz refletida não é visível A . cos α 3
Ofuscamento
Direto
10
α
2

3
Superfície iluminada
A 1

Figura 34 - Luminância (percepção de brilho) Figura 35 - Ofuscamento Figura 36 - Proporção harmoniosa de luminâncias
Luminância
Luz refletida é visível

Como os objetos refletem a luz dife- moda a partir de 200 cd/m², valores Efeitos Luz e Sombra
rentemente uns dos outros, fica expli- acima deste não devem ultrapassar Deve-se tomar cuidado no direcio-
cado porque a mesma Iluminância o ângulo de 45º, como indicado na namento do foco de uma luminária,
pode dar origem a Luminâncias dife- fig. 35. para evitar que essa crie sombras
rentes. Vale lembrar que o Coeficien- O posicionamento e a Curva de Dis- incômodas, lembrando, porém, que
te de Reflexão é a relação entre o tribuição Luminosa devem ser tais a total ausência de sombras leva à
Fluxo Luminoso refletido e o Fluxo que evitem prejudicar as atividades perda da identificação da textura e
Figura 33 - Luminância X Iluminância
Luminoso incidente em uma superfí- do usuário da iluminação. do formato dos objetos. Uma boa
cie. Esse coeficiente é geralmente iluminação não significa luz distribu-
A = área projetada, em m² dado em tabelas, cujos valores são Proporção Harmoniosa entre Lu- ída por igual.
α = ângulo considerado, em graus em função das cores e dos materiais minâncias
utilizadas (exemplos no anexo 3). Acentuadas diferenças entre as Lu- 4.9 Índice de reprodução de cores
Como é difícil medir-se a Intensidade minâncias de diferentes planos cau- Símbolo: IRC ou Ra
Luminosa que provém de um corpo não Limitação de Ofuscamento sam fadiga visual, devido ao exces- Unidade: %
radiante (através de reflexão), pode-se Duas formas de ofuscamento podem sivo trabalho de acomodação dos Objetos iluminados podem nos pare-
recorrer a outra fórmula, a saber: gerar incômodos: olhos, ao passar por variações cer diferentes, mesmo se as fontes
bruscas de sensação de claridade. de luz tiverem idêntica tonalidade.
ρ.E • Ofuscamento direto, através de luz Para evitar esse desconforto, reco- As variações de cor dos objetos ilu-
L=
π direcionada diretamente ao campo visual. menda-se que as Luminâncias de minados sob fontes de luz diferentes
• Ofuscamento reflexivo, através da piso, parede e teto se harmonizem podem ser identificadas através de
onde reflexão da luz no plano de traba- numa proporção de 1:2:3, e que, no um outro conceito, a Reprodução de
ρ = Refletância ou Coeficiente de lho, direcionando-a para o campo caso de uma mesa de trabalho, a Cores, e de sua escala qualitativa, o
Reflexão visual. Considerando que a Lumi- Luminância não seja inferior a 1/3 Índice de Reprodução de Cores (IRC
E = Iluminância sobre essa superfície nância da própria luminária é incô- da do objeto observado. (fig. 36) ou RA). O IRC é estabelecido em fun-

26 27
04 | Conceitos básicos

100
1a Ra 90-100 Testes de cor - Floricultura,
Muito Bom Nível 1 escritórios - residências - lojas
1b Ra 80-100
80 2a Ra 70-79
Bom Áreas de circulação - Escadas
Nível 2 oficinas - ginásios esportivos
2a Ra 60-69
60
Razoável Depósitos - Postos de gasolina
Nível 3 Ra 40-59 Pátio de montagem industrial
40
Vias de tráfego - Canteiro de
Ruim Nível 4 Ra 20-39 obras - Estacionamentos

Classificação Nível - Índice Irc Exemplos de aplicação

OSRAM - Linha de produtos Normas ABNT - 5413

Figura 37 - Índice de reprodução de cores e exemplos de aplicação


Figura 38 - IRC Figura 39 - Espectro da luz natural

ção da luz natural que tem reprodu- luz branca. Espectros contínuos ou
ção fidedigna, ou seja, 100%. No ca- descontínuos resultam em fonte de luz
so das lâmpadas, o IRC é estabeleci- com presença de comprimentos de
do entre 0 e 100, comparando-se a ondas de cores distintas. Cada fonte
sua propriedade de reprodução de de luz tem, portanto, um espectro de
cor à luz natural (do sol). radiação próprio que lhe confere ca-
Portanto, quanto maior a diferença na racterísticas e qualidades específicas.
aparência de cor do objeto iluminado em A cor de um objeto é determinada pela re-
relação ao padrão, menor é seu IRC. flexão de parte do espectro de luz que in-
Com isso, explica-se o fato de lâmpadas cide sobre ele. Isso significa que uma boa
de mesma Temperatura de Cor possuí- Reprodução de Cores está diretamente li- Figura 40 - Espectro das lâmpadas fluorescentes LUMI- Figura 41 - Espectro das lâmpadas fluorescentes LUMI-
rem Índice de Reprodução de Cores dife- gada à qualidade da luz incidente, ou seja, LUX® 830. LUX® 860.
rentes (figs. 37 e 38). à distribuição equilibrada das ondas cons-
tituintes do seu espectro. Ao lado, apre-
4.9.1 Espectro de Radiação Visível sentam-se alguns espectros de lâmpadas
Como já mencionamos nos ítens 4.1 e (figs. 39 a 43).
4.2, luz é uma faixa de radiação ele-
tromagnética, com comprimento de 4.10 Temperatura de cor
onda entre 380 a 780 nm (nanôme- Símbolo: T
tros), ou seja, da cor ultravioleta à ver- Unidade: K (Kelvin)
Figura 47
melha, passando pelo azul, verde, Em aspecto visual, admite-se que é bas-
amarelo e roxo. As cores azul, verme- tante difícil a avaliação comparativa entre a
lho e verde, quando somadas em sensação de Tonalidade de Cor de diver- Figura 42 - Espectro das lâmpadas POWERSTAR® HCI® Figura 43 - Espectro das lâmpadas de sódio NAV
®

930.
quantias iguais, definem o aspecto da sas lâmpadas. Para estipular um parâme-

28 29
04 | ConCeitos básiCos

tro, foi definido o critério Temperatura de psicológico, quando dizemos que um sis-
Cor (Kelvin) para classificar a luz. Assim tema de iluminação apresenta luz “quente”
como um corpo metálico que, em seu não significa que a luz apresenta uma
aquecimento, passa desde o vermelho até maior temperatura de cor, mas sim que a
o branco, quanto mais claro o branco (se- luz apresenta uma tonalidade mais amare-
melhante à luz diurna ao meio-dia), maior lada. Um exemplo deste tipo de ilumina-
é a Temperatura de Cor (aproximadamen- ção é a utilizada em salas de estar, quartos
te 6500K). A luz amarelada, como de uma ou locais onde se deseja tornar um am-
lâmpada incandescente, está em torno de biente mais aconchegante. Da mesma for-

2000K

2700K

3000K

3800K
4000K
4200K

5200K

6000K
6100K
2700 K. É importante destacar que a cor ma, quanto mais alta for a temperatura de
da luz em nada interfere na Eficiência cor, mais “fria” será a luz (figs. 44 e 45).
Energética da lâmpada, não sendo válida Um exemplo deste tipo de iluminação
100 Incandecente DECOSTAR® T8
a impressão de que quanto mais clara, é a utilizada em escritórios, cozinhas Halógenas
COOL BLUE®
HQI® E
mais potente é a lâmpada. ou locais em que se deseja estimular HCI - T
90
Convém ressaltar que, do ponto de vista ou realizar alguma atividade laborativa. LUMILUX ® LUMILUX® T5
DULUXSTAR® 827 HQI® NDL DULUXSTAR® 860
HQI® WDL DULUXSTAR® 840
80
Luz do dia Luz do dia 10
Especial
70
HWL®
60
HQL®
< 50

NAV®

Figura 45 - Tonalidade de Cor e Reprodução de Cores

Esta característica é muito importante sual é a utilização da iluminação para


de ser observada na escolha de uma dar ao ambiente o aspecto desejado.
lâmpada, pois dependendo do tipo de Sensações de aconchego ou estímu-
ambiente há uma temperatura de cor lo podem ser provocadas quando se
mais adequada para esta aplicação. combinam a Tonalidade de Cor corre-
Os termos “luz quente” ou “luz fria” , ta da fonte de luz ao nível de Ilumi-
3000 K 4000 K 6500 K 8000 K
portanto, referem-se a sensação visual nância pretendido (fig. 46).
de uma luz mais aconchegante ou Estudos subjetivos afirmam que para
Figura 44- Temperaturas de cor (K) mais branca, respectivamente. Iluminâncias mais elevadas são re-
Um dos requisitos para o conforto vi- queridas lâmpadas de temperatura

30 31
04 | Conceitos básicos

Iluminância
E (lx)

Alta
750 lx

Conforto
Média
300 lx

Baixa

2000 3000 4000 5000 6000 T (K)


Branca Branca Luz do Temperatura
Morna Neutra Dia de cor

Figura 46 - Relação de conforto luminoso entre nível de Iluminância e


5. Critérios de desempenho do Uma boa distribuição destes níveis pelo
Tonalidade de Cor da lâmpada
ponto de vista do projeto de local: quanto menor a uniformidade nesta
iluminação distribuição, maiores os esforços de adap-
de cor mais elevada também. Che- Os reatores normalmente apresentam tação do olho em função de pontos mais e
gou-se a esta conclusão baseando- BF de 0,9 ; 1,0 ou 1,1. Uma vez já vistos todos os conceitos lumi- menos iluminados. Estes esforços levam a
se na própria natureza, que ao redu- notécnicos ligados à fotometria (capítulo 4), um cansaço visual e uma queda conse-
zir a luminosidade (crepúsculo), reduz 4.12 Vida útil, vida média e vida mediana este capítulo irá tratar sobre os critérios de qüente da produtividade do trabalho. A boa
também sua temperatura de cor. A Vida útil: Está relacionada com a du- desempenho do ponto de vista da ilumina- uniformidade adquire maior importância no
ilusão de que a tonalidade de cor rabilidade em horas das lâmpadas e ção, tanto para as atividades laborativas caso de atividades laborativas e perde o
mais clara ilumina mais, leva ao equí- reatores. Portanto, é um parâmetro quanto para as não laborativas (de lazer, significado no caso das não laborativas;
voco de que, com as “lâmpadas que deve ser levado em consideração estar, religiosas). A não presença de ofuscamentos den-
frias”, precisa-se de menos luz. do ponto de vista econômico. Alguns Sete critérios de desempenho nos possibili- tro do campo visual: ofuscamento signifi-
exemplos de vida útil de algumas fa- tam avaliar se os objetivos foram cumpridos ca contrastes fortes e extremos de luminân-
4.11 Fator de fluxo luminoso mílias de lâmpadas: nessas duas situações: cias e podem atrapalhar ou até inibir a reali-
Símbolo: BF • Incandescentes: 1.000 horas Um nível mínimo de iluminância (lux) zação de uma tarefa visual laborativa, reali-
Unidade: % • Halógenas: 2.000 a 5.000 horas fixado pela norma NBR 5413: para que zada normalmente por longos períodos. No
A maioria das lâmpadas de descarga • Fluorescentes: 7.500 a 20.000 horas possamos desempenhar bem uma tarefa caso das não laborativas, os contrastes (e
opera em conjunto com reatores. • Lâmpadas Mistas: 10.000 horas qualquer do ponto de vista visual, deve- mesmo os deslumbramentos) são absoluta-
Neste caso, observamos que o fluxo • Vapor de Sódio Alta Pressão: 28.000 a mos ter uma quantidade de luz satisfató- mente fundamentais. São eles que criam os
luminoso total obtido depende do de- 32.000 horas ria. Por exemplo, para as atividades que jogos de luz e de destaque. São, conse-
sempenho do reator. Este desempe- envolvem leitura e escrita, a norma esti- qüentemente, os grandes responsáveis pela
nho é chamado de fator de fluxo lu- Vida Média é a medida aritmética do tem- pula valores mínimos e máximos de 300 e ambientação do espaço. Contrastes de co-
minoso (Ballast Factor) e pode ser po de duração de cada lâmpada ensaiada. 750 lux, respectivamente. No caso de ati- res, de luminâncias e de claro e escuro;
obtido de acordo com a equação: Vida Mediana é o número de horas re- vidades laborativas, estes níveis adquirem Uma boa reprodução de cor (IRC): as
BF = fluxo luminoso obtido / fluxo lumi- sultantes, onde 50% das lâmpadas en- maior importância e maiores valores que fontes de luz artificial normalmente são
noso nominal. saiadas ainda permanecem acesas. no caso das não laborativas; comparadas com a luz natural em função

32 33
05 | Critérios de desempenho

Função

Laborativas e Não laborativas, não


produtivas produtivas, de lazer,
estar e religiosas
de suas capacidades de reproduzir as co- adequados proporcionam uma maior racio-
res. Em ambos os casos das atividades la- nalidade a todo o projeto e instalação. é
“A luz da razão” “A luz da emoção” borativas e não laborativas, a boa reprodu- sempre desejável, mas torna-se imprescin-
ção de cor é sempre desejável; dível no caso das atividades laborativas.
Uma temperatura de cor (K) adequa-
da à função: as aparências de cor quen- 6. Modelos de avaliação em iluminação
te, neutra e fria das lâmpadas interferem
diretamente na ambientação e no estímu- O desenvolvimento de um projeto exige
lo das atividades humanas. Para ativida- uma metodologia para se estabelecer uma
des laborativas, as cores neutras e frias seqüência lógica de cáculos. Esta metodo-
são as mais recomendadas. Para as ativi- logia pressupõe as seguintes etapas:
dades não laborativas, as quentes são a) Levantamento das atividades do
mais acolhedoras e nos levam ao relaxa- local, de suas dimensões físicas, de
mento, intimidade e descanso. seu layout, dos materiais utilizados e
1. Níveis mínimos de iluminação (fixados por 1. Apesar dos níveis mínimos de iluminação
norma técnica) Uma mutabilidade/flexibilidade da das características da rede elétrica
estarem definidos na norma, eles são muito
baixos e têm pouca importância luz: a luz natural caracteriza-se muito no local (dados iniciais do projeto);
2. Boa distribuição da luz (boa uniformidade) por grande mutabilidade não somente b) Determinação dos objetivos da ilu-
2. Desuniformidade em termos de quantidade, mas tam- minação e dos efeitos que se preten-
3. Não ofuscamento
bém de aparência, cor da luz e de sua de alcançar em função da(s)
3. Os contrastes excessivos são muitas vezes
4. Boa reprodução de cor absolutamente desejados (relação claro-escuro, projeção no espaço (em função das atividade(s) a ser(em) exercida(s) no
luz e sombra) posições do sol). A tecnologia hoje dis- ambiente (definidos principalmente
5. Aparência de cor da luz artificial mais neutra e ponível para o controle da luz artificial em função dos sistemas de ilumina-
fria 4. Boa reprodução de cor
também propicia estes efeitos por meio ção a serem adotados);
6. Maior controle na mutabilidade da luz 5. Aparência quente de cor da luz artificial dos sistemas de automação e controle, c) Escolha das lâmpadas (em função de to-
tanto do ponto de vista de sua intensi- dos os demais itens desta relação);
7. A economia de energia é um parâmetro 6. Maior mutabilidade da luz dade quanto de distribuição, espectro d) Escolha das luminárias (em função de to-
importante do projeto
e aparência de cor (veja informações dos os demais itens desta relação);
7. A economia de energia é sempre um
parâmetro desejável, porém não prioritário para
sobre os sistemas OSRAM DALI); e) Análise dos Fatores de Influência na
estas atividades (pois os níveis de iluminação são Uma economia da instalação: não só do Qualidade da Iluminação (relacionados,
muito baixos) principalmente, à definição dos níveis
ponto de vista de custos iniciais, mas tam-
bém de manutenção e operação (conta de de iluminância, das relações de lumi-
luz). Sistemas de iluminação - luminárias, nância–contrastes, do IRC e da Tempe-
lâmpadas e equipamentos complementares ratura de Cor);

34 35
06 | Modelos de avaliação em iluminação

φ
a a a a a
2 2

b
2

φ Luminária b
φ Plano
b
2

Figura - 47: Esquema de representação de Figura 48 - Recomendação quanto às distâncias


Fluxos Luminosos. entre luminárias e paredes laterais.

f) Cálculo da iluminação geral (Mé- c) Cálculo da quantidade de luminárias Para se saber o número de luminárias, Recomenda-se que a distância “a” ou
todo das Eficiências); basta dividir o número de lâmpadas pela “b” entre as luminárias seja o dobro da
g) Cálculo de controle; Para o cálculo da quantidade de luminá- quantidade delas por luminária. distância entre estas e as paredes late-
h) Distribuição da luminária; rias, usa-se o seguinte método, neces- rais (fig. 48).
i) Definição dos pontos de iluminação; sário para se chegar à Iluminância Mé- Distribuição das Luminárias
j) Cálculo de iluminação dirigida; dia (Em) exigida por norma, sendo: Se a quantidade de luminárias resul- 6.2 Cálculo de Iluminação Dirigida
k) Avaliação do consumo energético; A = Área do local tantes do cálculo não for compatível (Método Ponto a Ponto)
l) Avaliação de custos; n = quantidade de lâmpadas com sua distribuição desejada, reco- Se a distância “d” entre a fonte de luz e
m) Cálculo de rentabilidade. φ = luxo luminoso das lâmpadas em lú- menda-se sempre o acréscimo de lu- o objeto a ser iluminado for no mínimo 5
mens minárias e não a eliminação, para que vezes maior do que as dimensões físi-
Os itens B a E já foram tratados nesta publi- Fd = fator de depreciação (Fd = 0,8 pa- não haja prejuízo do nível de Ilumi- cas da fonte de luz, pode-se calcular a
cação. Vejamos agora os itens de F a M em ra boa manutenção; Fd = 0,6 para ma- nância desejado. Iluminância pelo Método de Iluminância
função, obviamente, das definições do item nutenção crítica) Pontual, aplicando-se a fórmula:
A. Passemos a tratar um pouco sobre a BF = fator de fluxo luminoso do reator Cálculo de Controle
metodologia de avaliação quantitativa do (considerar apenas quando utilizado Definida a quantidade de luminárias de- I
E=
projeto luminotécnico. com lâmpadas de descarga) sejada, pode-se calcular exatamente a h2
Fu = Fator de Utilização (que já conside- Iluminância Média alcançada.
6.1 Método de Cálculo de Ilumina- ra o rendimento da luminária - η l - e do onde:
ção Geral - Método das Eficiên- recinto - η r). Definição dos Pontos de Iluminação I = Intensidade Luminosa lançada vertical-
cias (também conhecido como Os pontos de iluminação devem ser pre- mente sobre o ponto considerado (fig. 49).
Método dos Fluxos ou de Cavida- A quantidade de lâmpadas (n) é dada ferencialmente, distribuídos de maneira
des Zonais) pela fórmula: uniforme no recinto, levando-se em con- Esse método demonstra que a Iluminância
ta o layout do mobiliário, o direciona- (E) é inversamente proporcional ao quadra-
Seqüência de cálculo: mento da luz para a mesa de trabalho e do da distância. Por exemplo, dobrando-
Em . A
a) Escolha da lâmpada adequada n= o próprio tamanho da luminária. se a distância entre a fonte de luz e o obje-
φ . Fu. BF . Fd
b) Escolha da luminária adequada

36 37
06 | Modelos de avaliação em iluminação

α
I ά
ß
ά
h
h d
h Iά
r

E I I
E r 2 2
D

Figura 49 - Distância entre a fonte de luz e objeto Figura 50 - Incidência de luz não perpendicular ao
Figura 52 - Grandezas fotométricas
a ser iluminado. plano do objeto

ß= α e D = 2r
to, reduz-se a Iluminância sobre o objeto a 2
um quarto de seu valor anterior (fig. 28)
ά
Se a incidência da luz não for per- tgß = r e ß = arc tg r
I
Iά I1
h h
pendicular ao plano do objeto, a fór-
h
mula passa a ser (fig. 50):
α = 2 . arc tg r
lα . cos α
E= E h Figura. 53 - Converção da abertura de facho
h2

como Figura 51 - Iluminância oriunda de diferentes O ângulo de radiação fornecido nos culado, pode ser o indicador de pro-
pontos de luz
catálogos OSRAM é definido pelo limite jetos luminotécnicos mais econômi-
h
d= de 50% da Intensidade Luminosa máxi- cos. Para tanto, calcula-se inicial-
cos α
Dimensionamento do Grau de Aber- ma (fig. 53). mente a potência total instalada.
tem-se: tura do Facho Luminoso
O grau de abertura do facho luminoso é Avaliação do Consumo Energético 6.3 Avaliação de Custos
lα . cos 3 α
E= função do ângulo ß dado por: Além da quantidade de lâmpadas e Um projeto luminotécnico somente é
h2
luminárias, bem como do nível de Ilu- considerado completo quando se atenta
Assim, a Iluminância (E) em um ponto é o r minância, é imprescindível a determi- para o cálculo de custos, que são:
tgß =
somatório de todas as Iluminâncias inciden- h nação da potência da instalação, pa-
tes sobre esse ponto provenientes de dife- ra se avaliar os custos com energia e 6.3.1 Custos de Investimento
rentes pontos de luz, ou seja (fig. 51): r = h . tg ß assim desenvolver-se um estudo de É a somatória dos custos de aquisi-
rentabilidade entre diversos projetos ção de todos os equipamentos que
E=
I1
h2

( lα . cos 3 α
h2 ) D = 2 . h . tg a
apresentados. O valor da “Potência
por m²” é um índice amplamente di-
compõem o sistema de iluminação,
tais como lâmpadas, luminárias, rea-
2 vulgado e, quando corretamente cal- tores, transformadores, ignitores e a

38 39
06 | Modelos de avaliação em iluminação

60% mais Gastos em:


investimento inicial
Lâmpadas

Lâmpadas e
acessórios

Instalação

fiação, acrescidos dos custos de mão ser multiplicado pelo número de lâmpa- Sistema Sistema®
incandescente 60 W DULUXSTAR 15W
de obra dos profissionais envolvidos, das repostas por mês. Esse custo é bas-
desde a elaboração do projeto à ins- tante significativo nas instalações de difícil Figura 54 - Comparação entre custos de investimento.
talação final (fig. 54). acesso, como iluminação pública, qua-
dras de esporte etc. O fator decisivo no
6.3.2 Custos Operacionais custo operacional é o custo da energia
É a somatória de todos os custos apre- elétrica, que corresponde à Potência Total 60% menos despesas
mensais com manutenção
sentados após a completa instalação do Instalada (Pt), multiplicada pelas horas de
sistema de iluminação, concentrados uso mensal e pelo preço do kWh. Ao se
nos custos de manutenção das condi- optar por um sistema mais eficiente, este
ções luminotécnicas do projeto e os custo sofre substancial redução.
custos de energia consumida (fig. 55).
O custo mensal de manutenção das 6.3.3 Cálculo de Rentabilidade Gastos em:
lâmpadas engloba o custo de aquisição A análise comparativa de dois siste-
Consumo de energia
de novas unidades e o custo da mão de mas de iluminação, para se estabele-
Reposição de lâmpadas
obra necessária para executar a manu- cer qual deles é o mais rentável, leva Mão de Obra
tenção. Esse custo resulta da soma das em consideração tanto os custos de Sistema Sistema®
incandescente 60 W DULUXSTAR 15W
horas mensais de utilização das lâmpa- investimento quanto operacionais. Ge-
das dividida pela sua vida útil. O quo- ralmente, o uso de lâmpadas de me- Figura 55 - Comparação entre custos operacionais.
ciente obtido informa o número de lâm- lhor Eficiência Energética leva a um in-
padas que serão repostas e seu valor vestimento maior, mas proporciona
deve ser multiplicado pelo preço da lâm- economia nos custos operacionais. mento pela diferença na manutenção. o instante de equalização destes custos.
pada nova. Já o custo da mão de obra Decorre daí a amortização dos custos, Feitos os cálculos, os valores podem ser Nos anexos, segue uma planilha do Cál-
para realizar essa reposição é dado em ou seja, há o retorno do investimento alocados em gráficos, como no da figu- culo de Rentabilidade, podendo ser utili-
função da remuneração por hora de tra- dentro de um dado período. O tempo ra 56, onde se visualiza a evolução das zada como instrumento prático para se
balho do respectivo profissional. de retorno é encontrado quando se cal- despesas no tempo. chegar aos custos acima descritos, as-
O tempo de reposição por lâmpada deve cula o quociente da diferença no investi- O ponto de interseção das linhas indica sim como para análise comparativa en-

40 41
06 | Modelos de avaliação em iluminação

Custos

Gasto total DULUXSTAR®


(Investimento inicial + Consumo de energia)
Economia em consumo de energia
(sistema de iluminação)
Adicional de ocnsumo de ar condicionado
(economia indireta)

0 2000 4000 6000 8000 10000

®
Figura 56 - Ilustração da evolução das despesas entre sistemas de iluminação incandescente e DULUXSTAR

tre sistemas diferentes de iluminação. projetos de iluminação maiores e mais dos bancos de dados referentes às notécnica são:
6.4 Softwares complexos. Para isso hoje em dia te- luminárias com compatibilidade entre 1 • RADIANCE : www.lbl.gov
Como avaliar e medir as questões relati- mos os softwares de iluminação. distintos fornecedores. Softwares fe- 2 • AGi32: www.agi32.com
vas à iluminação natural e artificial? Alguns cuidados devem ser tomados chados, ou seja, que só usam lumi- 3 • LUMEN DESIGN: www.lightechnolo-
Todos os métodos de simulação e cál- quando da utilização de programas nárias de um único produtor podem gies.com
culo na área de iluminação natural e arti- computacionais na área de iluminação: ser em muitos casos extremamente 4 • ECOTECH: www.squ1.com
ficial baseiam-se em dois modelos clás- limitados para satisfazer nossas ne- 5 • RELUX: www.relux.ch ou www.relux.biz
sicos de predição: método ponto a pon- 1º • Se for para a área de iluminação cessidades práticas de cálculo. 6 • DIALUX: www.dial.de
to e método dos fluxos, conforme apre- natural, verificar para quais tipos de 7 • SOFTLUX: www.itaim.com.br
sentado anteriormente. céu que o programa possibilita os O número 7, de abril/maio de 2004, da Obs: os 4 primeiros são pagos. Os 3 úl-
O método dos fluxos se aplica mais cálculos, lembrando que o céu brasi- revista Lume Arquitetura, pg.76, apre- timos gratuitos.
aos sistemas gerais. O método ponto a leiro é predominantemente “parcial- senta-se uma relação interessante dos
ponto satisfaz melhor as necessidades mente encoberto”; principais softwares de iluminação, prin-
de dimensionamento dos sistemas lo- 2º • se for para a área de iluminação cipalmente para a artificial, inclusive com
calizados e locais. Apesar de práticos artificial um dos principais aspectos a endereços dos sites para download.
estes métodos podem ser muito traba- serem verificados é a possibilidade
lhosos quando se necessita avaliar deles apresentarem uma atualização Os principais modelos na área de lumi-

42 43
06 | Modelos de avaliação em iluminação

Empresa: Obra:
Recinto: Atividade
Projetista: Data:

01 Comprimento a m 10,00
02 Largura b m 7,50
03 Área A=a . b m2 75,00
04 Pé-direito H m 3,00

Descrição do ambiente
05 Altura do plano de trabalho hpt m 0,80
06 Altura do pendente da luminária h pend m 0
Figura 57 - Ambiente a ser calculado
07 Pé-direito útil h = H - hpt - hpend 2,20
08 Índice do recinto
k=
a.b 1,95
h (a . b)

7. Exemplos de aplicação b) Atividades 09 Fator de depreciação Fd 0,80

• Administrativas (leitura, concentração) 10 Coeficiente de reflexão Teto ρ1 0,70

7.1 Exemplo 1 • Uso de computadores 11 Coeficiente de reflexão Paredes ρ2 0,30

Cálculo de Iluminação Geral (Méto- 12 Coeficiente de reflexão Piso ρ3 0,10

do das Eficiências) c) Objetivos da iluminação


Iluminação da sala de um escritório: • Proporcionar boas condições de f) Nível de Iluminância Adequado • Mobiliário:
trabalho Consultando-se a norma NBR-5413, mesas e armários de fórmica / cor
Empregando-se o Método das Eficiên- • Evitar reflexos na tela do computador/ estipula-se a Iluminância Média de bege-palha;
cias para quantificar-se o número de lu- conforto visual escritórios em Em = 500 lx. cadeiras forradas / cor caramelo.
minárias ou calcular-se a Iluminância pa- • Evitar alto consumo de energia Fator de Depreciação (Fd): ambiente
ra um recinto qualquer, pode-se fazer salubre, com boa manutenção (em h) Proporção Harmoniosa entre
uso da seqüência de cálculo a seguir, d) Cabeçalho caso de queima, troca imediata; lim- Luminâncias
apresentada em forma de planilha. Seu preenchimento é recomendado peza das luminárias a cada 6 meses). Partindo-se do princípio de que a ilumina-
A planilha completa se encontra no ane- para uma futura Identificação do pro- Fd = 0,8 (corresponde a uma margem ção se distribuirá de uma forma homogê-
xo 4 e servirá de formulário de resolução jeto ou mesmo para uma simples de depreciação de 20% da Iluminân- nea ao longo da sala, e que as janelas es-
da maioria dos casos de iluminação in- apresentação ao cliente. cia Média necessária). tarão recobertas por persianas, conclui-
terna que se apresentarem. Para tanto, A partir deste ponto começaremos a se que não haverá diferenças muito gran-
recomenda-se que suas colunas sejam preencher a tabela do anexo 4 ilus- g) Cores des entre as Luminâncias, já que os
mantidas em branco e que ela sirva de trando o exemplo 1. • Teto: Coeficientes de Reflexão dos componen-
modelo para cópias. Vamos seguir o Forro de gesso pintado / cor branca. tes da sala (Refletâncias) também não se
processo descrito no capítulo anterior. e) Dimensões físicas do recinto • Paredes: diferenciam acentuadamente. A propor-
• Comprimento: 10,00 m Pintadas / cor verde-claro; duas pare- ção recomendada entre as Luminâncias
Dados Básicos Pré-Cálculo: • Largura: 7,50 m des com persiana/cor verde-claro. será provavelmente alcançada através da
a) Local • Pé-direito: 3,50 m • Piso: variação natural de Iluminâncias inciden-
• Escritório de contabilidade • Altura do plano de trabalho: 0,80 m Carpete / cor verde-escuro. tes sobre as diferentes superfícies.

44 45
07 | exeMplos de aplicação

TETO (%) 70 50 30 0
13 Iluminância planejada Em lx 500

iluminação
carac. da
PAREDE (%) 50 30 10 50 30 10 30 10 0
14 Tonalidade ou temp. da cor k 4000
PISO (%) 10 10 10 0
Kr Fator de utilização 15 Índice de reprodução de cores IRC 89
0,60 34 29 26 33 29 26 29 26 25
0,80 40 36 33 39 35 32 35 32 31 16 Tipo de lâmpada φ lm ®
LUMILUX T5 HE
1,00 45 41 38 44 41 38 40 38 36 17 Fluxo luminoso de cada lâmpada z Unid. 3300
1,25 50 46 43 49 45 43 45 42 41 18 Lâmpadas por luminária 2

lâmpadas e luminárias
1,50 53 50 47 52 49 46 48 46 45 19 Tipo de luminária -
2,00 58 55 52 56 54 52 53 51 50 20 Fator de fluxo luminoso BF 1
2,50 60 58 56 59 57 55 56 55 53 ηL
21 Eficiência da luminária -
3,00 62 60 58 61 59 58 58 57 55 ηr
22 Eficiência do recinto -
4,00 64 63 61 63 62 60 61 59 58
23 Fator de utilização Fu = L . ηr
η 0,55
5,00 66 64 63 64 63 62 62 61 59
24 Quantidade de lâmpadas Em . A Unid.
n= 26
Figura 58 - Exemplo de tabela de Fator de Utilização de Luminária φ . Fu . BF . Fd Unid. 13
25 Quantidade de luminárias N = n/z
i) Limitação de Ofuscamento Luminância seja refletida e que o
Ofuscamento não deverá ocorrer, operador faça sombra sobre a tela.
uma vez que as superfícies dos mó- n) Ar-condicionado e Acústica plo, não há limitação física de com-
veis e objetos não são lisas ou espe- k) Características do fornecimento O ruído originado pelo funcionamento das primento da lâmpada, e sua utiliza-
lhadas. O ofuscamento direto será de energia elétrica luminárias, caso sejam elas equipadas com ção é mais compensadora.
evitado se forem empregadas luminá- • Tensão estável na rede (220V) lâmpadas fluorescentes e seus respectivos Os dados da lâmpada são obtidos
rias, cujo ângulo de abertura de fa- • Custo de kWh: US$ 0,15 reatores, seria facilmente absorvido pelo for- nos catálogos OSRAM.
cho acima de 45º não apresentar Lu- • Acendimento individualizado (interrup- ro de gesso onde elas estariam embutidas, A saber:
®
minância acima de 200 cd/m². tor na entrada da sala) não prejudicando o trabalho no local. O ar- • LUMILUX T5 HE 35W/840
Obs.: algumas luminárias para lâmpadas • Pontos de energia próximos às mesas. condicionado funcionará com uma intensi- • Fluxo luminoso: 3.300 lm
fluorescentes são indicadas por seus fa- dade 25% menor do que se a instalação for • Temperatura de cor: 4000K Branca Neutra
bricantes para utilização em áreas de ter- l) Tonalidade de Cor da Luz feita com lâmpadas fluorescentes, e não in- • Índice de reprodução de cor: 89
minais de vídeo ou computadores. Para o ambiente de um escritório e Ilumi- candescentes, que irradiam muito calor.
nância de 500 lx, recomenda-se que a p) Escolha da Luminária
j) Efeitos Luz e Sombra Tonalidade de Cor da luz seja Branca o) Escolha das Lâmpadas A luminária poderá ser de embutir,
As luminárias deverão ser colocadas Neutra (aproximadamente 4000k). Os dados anteriores nos levam a de alta eficiência e com aletas me-
lateralmente às mesas de trabalho, concluir que o tipo de lâmpadas indi- tálicas que impeçam o ofuscamen-
para se evitar que haja reflexo ou m) Reprodução de Cores cado para este projeto é a fluores- to. Os modelos mais modernos
®
sombra que prejudique as atividades. Aconselha-se que o Índice de Repro- cente LUMILUX T5 HE. Ela existe possuem refletores parabólicos que
Recomenda-se que as janelas locali- dução de Cores para este tipo de tra- nas versões de 14, 21, 28 e 35W. limitam a angulação do facho lumi-
zadas diante das telas de computa- balho seja acima de 80. noso, tornando-se adequados para
®
dores sejam protegidas por persianas As lâmpadas fluorescentes de pó tri- Optaremos pela versão LUMILUX T5 o seu emprego em salas de com-
ou cortinas, para se evitar que a alta fósforo são as mais adequadas. HE 35W/840, porque o salão é am- putadores.

46 47
07 | Exemplos de aplicação

26 Quantidade de luminárias na instal. Ni Unid. 15

Cálculo de
Controle
27 Iluminância alcançada E = Z . N φ Fu . Bf . Fd Ix 570
A
28 Potência total instalada Pt = nj . W*/100 kW 1,05

Consumo da
Instalação
29 Densidade de potência D = Pt . 1000/A W/m2 14
30 Densidade de potência relativa Dr = D.100 / E W/m2 2,45
Figura 59 - Distribuição final das luminárias
p/100 lx

q) Cálculo da Quantidade de Lu- destas em três linhas contínuas late- ção do reator QT - FH 2x14 - 35W, *W = Potência do conjunto lâmpada +
minárias ralmente às mesas de trabalho, evi- uma vez que, devido à operação em acessório (Consultar Catálogo OSRAM
Uma vez já definidas todas as bases tando o ofuscamento sobre a tela de alta freqüência, a potência entregue à para obter valores orientativos).
conceituais para o cálculo, seguire- computador. Para tanto, a quantida- lâmpada é menor.
mos a seqüência da planilha. de de luminárias (N = 13) deverá ser
30 . 35
elevada para N = 15, para que possa Pt = = 1,05 kW
1000
r) Adequação dos Resultados ao ser subdividida por três. A dimensão
Projeto de 10m comporta a linha contínua
1,05 . 1000
A quantidade de lâmpadas deve ser formada por 5 luminárias, cada uma D= = 14 W/m 2
75
arredondada para o valor múltiplo de aproximadamente 1,44m, não ha-
mais próximo da quantidade de lâm- vendo perigo de não adaptação ao
14 . 100
padas por luminária (neste caso, não projeto (fig. 59). Dr = = 2,45 W/m 2 p/100 lx
570
haveria necessidade), de tal forma
que a quantidade de luminárias (N) t) Cálculo de Controle v) Cálculo de Custos e Rentabilidade
sempre seja um número inteiro. Uma vez de acordo com o resultado Na rotina de cálculo, os itens Cálculo de
fornecido, podemos nos certificar do Custos e Cálculo de Rentabilidade são
s) Definição dos Pontos de Iluminação valor exato da Iluminância Média ob- completamentares ao cálculo luminotéc-
Escolhe-se a disposição das luminá- tida, através dos itens 26 e 27. nico até aqui concluído e podem ser de-
rias levando-se em conta o layout do senvolvidos utilizando-se o guia orienta-
mobiliário, o direcionamento correto u) Avaliação do Consumo Energético tivo “Cálculo de Rentabilidade” que se-
da luz para a mesa de trabalho e o Os itens 28, 29 e 30 da planilha podem gue anexo.
próprio tamanho das luminárias. Nes- ser calculados da seguinte maneira:
te exemplo, sugere-se a disposição Obs.: 70 W = Considerando a utiliza-

48 49
07 | Exemplos de aplicação

100 cd 200 cd
90º

80º
DECOSTAR® 50W/12V
α = 10º

100 cd 70º

h´=1,4m
60º

200 cd h
50º LUMILUX® T5 HE 35W / 840
φ= 3300 lm
300 cd
40º

0º 10º 20º 30º


0,44 m
Figura 60 - Curva de distribuição luminosa Figura 61 - lâmpada adotada

7.2 Exemplo 2 340 . (2 . 3300) = 2244 cd


I 30º =
Cálculo de Iluminância - Método 1000
Ponto a Ponto: Figura 63 - Cálculo de iluminação dirigida
Exemplo orientativo para leitura das cur- Seguindo-se a fórmula:
vas de distribuição luminosa (CDL), cál-
lα = ———
culo da intensidade luminosa nos dife- E= . cos 3 α 7.3 Exemplo 3 d´ √ h 2 - h´ 2
rentes pontos e a respectiva Iluminância h2 Cálculo de Iluminação Dirigida (Fon-
= ————————
(fig. 60). I 30º te de Luz com Refletor) d´ √ (2,5) 2 - (1,4) 2
E= . cos 3 30º
Consultando-se a luminária, cuja CDL está h2 Qual será a distância (d’) de uma luminária
®
representada na página x, e supondo-se que equipada com DECOSTAR 51 50W/12V Portanto, d’ = 2,0m
esta luminária esteja equipada com 2 lâmpa- 2244 10°, cujo facho de luz incide em uma su-
E= . 0,65
®
das fluorescentes LUMILUX T5 HE 4 perfície de 0,44m de diâmetro (fig. 63)? Qual será também a Iluminância no pon-
35W/840 (fig. 61), qual será a Iluminância in- E = 365 lux to central da incidência do facho de luz?
cidida num ponto a 30º de inclinação do eixo α
D = 2 . h . tg
longitudinal da luminária, que se encontra a 2 Dado da lâmpada:
uma altura de 2m do plano do ponto? I = 12500 cd
® 10
LUMILUX T5 HE 35W/840 0,44 = 2 . h . tg
30º 2
φ = 3300 lm I
® 2m E=
Luminária para 2x LUMILUX T5 HE E
Portanto, h = 2,5m h2
35W/840
n=2 Partindo de um h´ = 1,4m temos: 12500
E=
Na CDL, lê-se que: I30° = 340 cd 2,50 2
h 2 = h ´ + d´ 2

Como este valor refere-se a 1000 lm, Figura 62


d´ 2 = h 2 - h´ 2 E = 2000 lux
Cálculo de iluminância em cima do plano de trabalho
tem-se que:

50 51
07 | Exemplos de aplicação

HALOSPOT® 111

Anexo 1 - Equipamentos auxiliares • Capacitor: acessório que tem co-


utilizados em iluminação mo função corrigir o fator de potên-
α cia de um sistema que utiliza reator
• Luminária: abriga a lâmpada e dire- magnético. Da mesma forma que
h= 4m ciona a luz. para cada lâmpada de descarga
• Soquete: tem como função garantir existe seu reator específico, existe
fixação mecânica e a conexão elétri- também um capacitor específico
ca da lâmpada. para cada reator.
• Transformador: equipamento auxi- • Dimmer: tem como função variar a
liar cuja função é converter a tensão intensidade da luz de acordo com a
de rede (tensão primária) para outro necessidade.
70 cm valor de tensão (tensão secundária). • Sistemas de gerenciamento da ilu-
Um único transformador poderá ali- minação: com a evolução da tecno-
Figura 64 - Cálculo de iluminação dirigida
mentar mais de uma lâmpada, desde logia eletrônica digital hoje existem a
que a somatória das potências de to- preços bastante acessíveis sistemas
das as lâmpadas a ele conectadas com o protocolo DALI que apresen-
7.4 Exemplo 4 Ar-Condicionado e Acústica não ultrapasse sua potência máxima. tam inúmeros recursos para controlar
Cálculo de Iluminação Dirigida - Aber- O calor gerado pela iluminação não de- • Reator: equipamento auxiliar ligado en- a iluminação dos ambientes, criação
tura do Facho de Luz com Refletor: ve sobrecarregar a refrigeração artificial tre a rede e as lâmpadas de descarga, de grupos e cenas, acionamentos
Qual será o ângulo de facho de luz de do ambiente. cuja função é estabilizar a corrente atra- por controles remotos e de paredes
uma lâmpada HALOSPOT® 111, para Há um consenso que estabelece que vés da lâmpada. Cada tipo de lâmpada sem fio, sensores de luz e de presen-
que se consiga iluminar uma área de um adulto irradia o calor equivalente requer um reator específico. ça etc. Além do gerenciamento da
0,70m de diâmetro, a 4m de distância a uma lâmpada incandescente de • Starter: elemento bimetálico cuja iluminação, os mesmos sistemas po-
(fig. 64)? 100W. Portanto, fontes de luz mais função é pré-aquecer os eletrodos dem criar efeitos especiais, como o
eficientes colaboram para o bem-es- das lâmpadas fluorescentes, bem co- efeito RGB (mistura das cores verme-
tar, além de se constituir numa menor mo fornecer, em conjunto com o rea- lho, verde e azul), simular a tonalida-
r
α = 2 . arc tg carga térmica ao sistema de condi- tor eletromagnético convencional, um de de luz do sol dentro de um am-
h
cionamento de ar. pulso de tensão necessário para o biente, resultando assim numa ilumi-
0,35 O sistema de iluminação pode com- acendimento das lâmpadas. Os rea- nação mais dinâmica para proporcio-
α = 2 . arc tg
4,00 prometer a acústica de um ambiente tores eletrônicos e de partida rápida nar conforto e criação de diferentes
através da utilização de equipamen- não utilizam starter. atmosferas. Para maiores detalhes
α = 10º tos auxiliares (reatores e transforma- • Ignitor: dispositivo eletrônico cuja acesse o nosso site ou catálogos
dores eletromagnéticos). Uma solu- função é fornecer às lâmpadas de com informações específicas sobre
ção bastante eficiente, com ausência descarga em alta pressão um pulso os sistemas de gerenciamento da ilu-
Observação para todos os exemplos total de ruídos, é o emprego de siste- de tensão necessário para seus minação OSRAM DALI.
apresentados: mas eletrônicos nas instalações. acendimentos.

52 53
08 | ANEXOS

Anexo 2 - Níveis de Iluminância Anexo 3 - Coeficiente de Reflexão


Recomendáveis para Interiores de Alguns Materiais e Cores

Descrição da Atividade Em (lx) Materiais %


Depósito: 200 Rocha 60
Circulação/corredor/escadas: 150 Tijolos 5..25
Garagem: 150 Cimento 15..40
Residências (cômodos gerais): 150 Madeira clara 40
Sala de leitura (biblioteca): 500 Esmalte branco 65..75
Sala de aula (escola): 300 Vidro transparente 6..8
Sala de espera (foyer): 100 Madeira aglomerada 50..60
Escritórios: 500 Azulejos brancos 60..75
Sala de desenhos (arquit. e eng.): 1000 Madeira escura 15..20
Editoras (impressoras): 1000 Gesso 80
Lojas (vitrines): 1000 Cores %
Lojas (sala de vendas): 500 Branco 70..80
Padarias (sala de preparação): 200 Creme claro 70..80
Lavanderias: 200 Amarelo claro 55..65
Restaurantes (geral): 150 Rosa 45..50
Laboratórios: 500 Verde claro 45..50
Museus (geral): 100 Azul celeste 40..45
Indústria/montagem (ativ. visual de precisão média: 500 Cinza claro 40..45
Indústria/inspeção (ativ. de controle de qualidade): 1000 Bege 25..35
Indústria (geral): 200 Amarelo escuro 25..35
Indústria/soldagem (ativ. de muita precisão): 2000 Marrom claro 25..35
Verde oliva 25..35
Laranja 20..25
Exemplificação da Norma NBR-5413. Vermelho 20..35
Os valores são fornecidos para observador com idade entre 40 e 55 Cinza médio 20..35
anos, praticando tarefas que demandam velocidade e precisão médias. Verde escuro 10..15
Azul escuro 10..15
Vermelho escuro 10..15
Cinza escuro 10..15
Azul marinho 5..10
Preto 5..10

54 55
56
08 | ANEXOS

Variável unid. Sistema A Sistema B


Anexo 4 - Planilha para cálculo de iluminação geral: Método dos Fluxos

BF %

Pt = ni . W*/100

Obs: A planilha apresenta duas colunas - Sistemas A e B - para que duas soluções possam ser comparadas.
57
BIBLIOGRAFIA

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ANOTAÇÕES

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