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Mural: “Elementos da narrativa”

Cartaz central
Texto:

Elementos da narrativa:
relembre o que observar para analisar um texto narrativo

Primeiro cartaz grande – acima


Texto:

Quando precisamos identificar quem narra o texto que lemos, devemos fazer a pergunta “a
partir de qual ponto de vista a história está sendo contada?”, pois estamos identificando

o FOCO NARRATIVO. Para isso, devemos analisar as seguintes


questões:

1. O narrador participa ou não da história?

2. Se o narrador participa da história, ele está no centro da narrativa, ou seja, ele é


protagonista, ou ele está em uma posição periférica, sendo um personagem secundário?

3. Se o narrador não participa da história, ele conhece todos os fatos e consegue acessar os
pensamentos e pontos de vista de todos os personagens, ou ele acompanha especialmente
o ponto de vista de um dos personagens da obra?

4. O narrador faz comentários interpretando e expondo a opinião dele sobre fatos da história
ou ele a narra de modo neutro, expondo os fatos pelos fatos?

Após percorrer esse questionário, estamos prontos para classificar o foco narrativo:

Cartazes menores, outras cores de cartolina (lado direito do cartaz “foco narrativo”)

Narrador onisciente neutro: este tipo de narrador não participa da história e a narra em 3ª
pessoa, mantendo sempre um distanciamento dos fatos que apresenta. Desse modo, ao
lermos, temos a sensação ilusória de que os eventos do enredo são narrados sem
nenhuma intervenção, como se contassem a si mesmos. É importante destacar, que este
narrador tem acesso às percepções de todos os personagens, podendo apresentá-las de
forma alternada.

Palavras-chave: 3ª pessoa; distanciamento; visão completa dos eventos.

Narrador onisciente seletivo: este narrador não participa da história e a narra utilizando a
3ª pessoa, porém, apesar de ser onisciente, ele decide se aproximar de uma personagem
e apresentar os fatos como se acompanhasse apenas o ponto de vista dela. Ou seja, seu
olhar se torna intencionalmente restrito. Contudo, é importante notar que ao longo da
narrativa é possível que o narrador alterne qual personagem está acompanhando, fazendo
com que o foco seja modificado.

Palavras-chave: 3ª pessoa; foco em uma personagem por vez; visão intencionalmente restrita
dos fatos.

Narrador onisciente intruso: a principal característica desse tipo de narrador é fazer


comentários interpretativos a respeito da história que conta. Este narrador pode ser
escrito em 1ª pessoa, porém, ainda assim, nunca participará da história, pois, apenas seus
comentários são apresentados em 1ª pessoa, enquanto os eventos do enredo continuam
sendo narrados em 3ª. Deste modo, o narrador observa os fatos a partir de uma posição
superior (“por cima”) e tem acesso completo ao que se passa.

Palavras-chave: comentários interpretativos; não participa da história; visão completa dos


eventos.

Narrador testemunha: este narrador é personagem da história, porém, não é o protagonista.


Sua grande caracteŕistica é observar e acompanhar os fatos que ocorrem ao seu redor,
porém, a partir das limitações que seu ponto de vista impõem. Sendo um personagem, ele
não consegue saber o que os demais sentem e pensam sobre os eventos a não ser que lhe
seja contado. Além disso, faz com que nós, leitores, ocupemos o seu lugar na história: não
temos como saber mais do que ele sabe.

Palavras-chave: personagem secundário; observa os fatos; visão limitada do enredo.

Narrador protagonista: este narrador não só é personagem da história, mas é também o seu
protagonista, portanto, conta os fatos em 1ª pessoa e a partir do centro do enredo. Assim
como o narrador testemunha, faz com que nós, leitores, ocupemos o seu lugar na história que
conheçamos os eventos da narrativa por meio do seu ponto de vista limitado.

Palavras-chave: personagem principal; vive os fatos; visão limitada do enredo.

Segundo cartaz grande – central

Verossimilhança: é a qualidade do que parece ser verdadeiro dentro de uma obra de ficção.
Ou seja, quando falamos que um fato é verossímil em uma obra, não estamos afirmando que
ele é verdadeiro no mundo real, mas, sim, que é coerente dentro do universo ficcional que
acompanhamos. Desse modo, é verossímil no universo de contos de fadas que feitiços
possam ser feitos, porém não o seria em uma história contextualizada em uma situação
cotidiana realista.
Terceiro cartaz grande – lado direito

Outra etapa importante da análise da narrativa é a identificação dos PERSONAGENS


presentes nela, ou seja, de quem realiza as ações do enredo. Devemos ficar atentos, pois só
podemos considerar personagens aqueles que, de fato, agem ou falam na narrativa. Se um
ser é apenas mencionado, ele não é personagem.

Cartazes menores (lado direito ao cartaz “personagens”)

Classificação quanto ao papel desempenhado no enredo:

Personagem protagonista: é o personagem principal, portanto, o conflito da narrativa está


diretamente relacionado a ele.

Personagem antagonista: é o personagem que se opõe ao protagonista, seja por atrapalhar


suas ações ou por apresentar valores opostos aos seus.

Personagem secundário: são personagens menos importantes na narrativa e que, portanto,


realizam um número menor de ações. Podem estar ligados ao protagonista, ajudando-o, ou
ao antagonista.

Classificação quanto à caracterização:

Personagem plano: são caracterização é feita a partir de poucos elementos, são facilmente
reconhecidos pelos leitores, pois tendem a ser tipos (o caipira; a dona de casa; o ladrão) e,
portanto, ter características estereotipadas e caricaturais. Este tipo de personagem não muda
ao longo da história e, portanto, não apresenta profundidade.

Personagem redondo: sua caracterização é feita de forma complexa apresentando diversas


características (físicas, psicológicas, sociais) que são afetadas pelos fatos do enredo e podem
ser alteradas ao longo da narrativa. O personagem redondo simula a complexidade de uma
pessoa real.

Terceiro cartaz grande – lado esquerdo

Tempo e espaço

Para completar a análise da narrativa é preciso compreender ainda como a construção do


TEMPO e do ESPAÇO foi elaborada na história.

Cartazes menores (lado esquerdo ao cartaz “tempo” e “espaço”).


Época: constitui o pano de fundo para o enredo, ou seja, seu contexto histórico. A época da
narrativa nem sempre coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita, por exemplo,
podemos escrever hoje uma narrativa que ocorra durante a Idade Média.

Duração da história: corresponde ao período de tempo ocupado pelos eventos do enredo.


Geralmente, contos possuem duração menor se comparados a romances, em que o tempo é
dilatado e pode se estender por gerações. Contudo, essa não é uma regra fixa: há romances
que também ocorrem em um período de tempo curto.

Tempo cronológico: é o nome que se dá ao tempo que transcorre na ordem natural dos fatos
no enredo isto é do começo para o final. Está, portanto, ligado ao enredo linear (que não altera
a ordem que os fatos ocorreram); chama-se cronológico porque é medido em horas, dias,
meses, anos, séculos.

Tempo psicológico: é o nome que se dá ao tempo que transcorre numa ordem determinada
pelo desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens, isto é, altera a ordem natural
dos acontecimentos. Está, portanto, ligado ao enredo não linear (no qual os acontecimentos
estão fora da ordem natural).

Espaço: é o lugar onde se passa a ação numa narrativa. Se houver poucos fatos na história,
ou se o enredo for psicológico, haverá menos variedade de espaços; já se a narrativa for cheia
de acontecimentos, haverá maior número de espaços. O espaço tem como funções principais
situar as ações dos personagens e estabelecer com eles uma interação, quer influenciando
suas atitudes, pensamentos ou emoções, quer sofrendo eventuais transformações
provocadas pelos personagens.

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