O anel beta-lactâmico é o responsável pela atividade anti-microbiana dos Beta-lactâmicos e seu rompimento resulta
em perda da atividade.
O mecanismo de resistência mais freqüente a essas drogas é a produção de beta-lactamases, que hidrolisam o anel.
Penicilinas
PENICILINAS NATURAIS
PENICILINA G
A Penicilina G cristalina (natural) [uso só IV] é rapidamente eliminada do organismo (4h), o prolongamento do seu
tempo de ação é conseguido através de seus ésteres:
● Penicilina G procaína: procaína associada causa vasoconstrição local, diminuindo abs e aumentando o
tempo de ação (uso IM)
● Penicilina G benzatina: benzatina = macromolécula que libera a penicilina lentamente no local da injeção
IM, promovendo níveis circulantes de penicilina durante dias.
Mecanismo de ação: l iga-se às proteínas ligadoras de penicilinas (PBPs), inibindo síntese da parede celular da bact
em crescimento -> lise osmótica. BACTERICIDA
Principal indicação da penicilina G benzatina: sífilis não-neurológica e outras treponematoses, nas quais é
necessário manter penicilinemia por tempo prolongado, mas níveis elevados NÃO são necessários. TTO da
faringoamigdalite estreptocócica e surto de febre reumática. NÃO usada em pneumonias estreptocócicas pois níveis
sanguíneos são baixos.
Principal indicação da penicilina G procaína: infecções estreptocócicas de média gravidade (erisipela, escarlatina
e outras), também pode ser usada na pneumonia pneumocócica comunitária.
Penicilina G cristalina: t ratamento de infecções graves por microorgs sensíveis: meningoencefalite, sepse,
endocardite, erisipela bolhosa. Também é a apresentação + indicada p/ tto da sífilis congênita neonatal sintomática.
EFEITOS ADVERSOS
A toxicidade da penicilina G é mínima. Pode provocar paraefeitos irritativos (dor muito pronunciada, induração,
abcessos estéreis e flebites no local da injeção), tóxicos (SNC – raros).
O principal é a HIPERSENSIBILIDADE: gravidade varia de urticária, erupções cutâneas até choque anafilático,
edema de glote, etc. As manifestações alérgicas podem surgir em 15-20 min e ser fatal ou não.
Habitualmente a penicilina G apresenta sensibilidade cruzada c/ outras penicilinas. 5-10% dos casos há reação
cruzada com cefalosporinas.
Não parece haver correlação direta entre HF/HP de alergia a outros agentes, mas verifica-se propensão maior de
hipersensibilidade à penicilina em indivíduos alérgicos a outros medicamentos.
PENICILINA V
Difere-se da G por ser de uso oral, é alternativa da penicilia G procaína p/ infecções de pequena gravidade causada
por estreptococos (amigdalite, impetigo), exige tomada a cada 6h, tem mesmos efeitos alérgicos da G.
PENICILINAS SEMISSINTÉTICAS
Amplo grupo de atb que de acordo c/ sua atividade antibact pode ser dividido em 5 grupos:
1. Penicilinas de pequeno espectro, de abs oral, sensíveis às penicilinases (não comercializadas no BR)
2. Penicilinas de pequeno espectro, resistentes às penicilinases (meticilina, oxacilina e derivados)
3. Penicilinas de largo espectro (ampicilina, amoxicilina) - AMINOPENICILINAS
4. Penicilinas antipseudomonas (carbenicilina, tiarcilina) - CARBOXIPENICILINAS
5. Penicilinas de espectro de ação ampliado (mezlocilina, piperacilina) - UREIDOPENICILINAS
PENICILINAS ANTIESTAFILOCÓCICAS
Esta e derivados têm a vantagem de serem absd via oral ao contrário da meticilina. A oxacilina difere-se dos seus
derivados por ter pior abs oral, somente a oxacilina é disponível p/ uso parenteral.
Embora resistente à ação das penicilinases estafilocócicas, são vulneráveis a outras beta-lactamases produzidas por
enterobactérias e pseudômonas.
Espectro de ação: Cocos e bacilos gram-positivos, aeróbios e anaeróbios, MAS pouca ação sobre gram-negativos.
NÃO age contra enterococos. Sua importância está na atividade contra ESTAFILOCOCOS PRODUTORES DE
PENICILINASES.
No BR, tanto S. aureus quanto S. epidermidis apresentam nº considerável de cepas resistentes no ambiente
hospitalar – são os MRSA (estafilococos meticilino-resistentes) devido à resistência ser cruzada c/ meticilina.
Indicações: ÚNICA: apenas em infecções estafilocócicas graves (meningites, sepse, abcesso, impetigo bolhoso) ,
nas de menor gravidade usa-se cefalosporina de 1
ª G VO. –
Tem efeito contra gram-positivas e negativas, MAS é inativada por penicilinases estafilocócicas e beta-lactamases
produzidas por bacilos gram-negativos.
Uso difundido e maciço pelo mundo -> resistência desenvolveu-se, tornando incerta sua eficácia contra bacilos
gram-negativos e estafilococos.
NO BRASIL: mantém sua atividade inalterada sobre o meningococo, estreptococos do grupo A, bacilos
gram-positivos e anaeróbios e enterococos; ENTRETANTO cepas resistentes de enterobactérias e Haemophilus
surgiram.
O pneumococo de resistência intermediária também está em ascendência no BR, por isso, o tto empírico da
meningite por pneumococo exige cefalosporina de 3ªG.
Indicações: alternativa nas infecções por cocos e bacilos gram-positivos e cocos gram-negativos (embora prefira-se
a penicilina G).
Meningoencefalites por L. monocytogenes e Streptococcus agalactiae (grupo B) – gerally nos RNs.
ASSOCIAÇÃO AMPICILINA + SULBACTAM: mainly infecções graves por gram-negativos e anaeróbios, embora
NÃO tenha atividade contra P. aeruginosa. (infecções intra-abdominais, ginecológicas e algumas penumonias
hospitalares).
AMOXICILINA
Mesmo espectro de ação da ampicilina (há resistência cruzada entre as 2 drogas), difere-se na farmacocinética por
sua melhor ABS oral.
Indicações: mesmas da ampicilina, melhor abs oral, não sofre interferência de alimentos, mantém concetrações
terapêuticas ativas por 8-12 horas.
Infecções mais graves: aborto séptico, infecção abdominal cirúrgica = uso IV.
CARBOXIPENICILINAS
CARBENICILINA E TICARCICILINA
Largo espectro, inativadas por beta-lactamases e rapidamente eliminadas por via urinária. Não apresenta maior
vantagem em relação a outras penicilinas p/ combate a bactérias gram-positivas e à maioria das gram-negativas.
Sua vantagem principal é o uso no tto de infecções por: Acinetobacter baumannii, Stenotrophomonas
maltophilia,Pseudomonas aeruginosa e Bacteroides fragilis. Na atualidade é freqüente a resistência adquirida dos
bacilos gram-negativos a essas drogas (canais porínicos e principalmente beta-lactamases), por isso SOMENTE A
TICARCILINA+CLAVULANATO É ÚTIL NA PRÁTICA ATUAL.
Indicações (uso apenas IV): algumas situações causadas por bacts gram-negativas produtoras de beta-lactamases,
S
principalmente Burholderia cepacia e tenotrophomonas maltophilia (pneumonias, sepses, queimaduras infectadas,
peritonites).
EC: causam alteração da função plaquetária causando distúrbios de coagulação c/ tendência a hemorragia.
UREIDOPENICILINAS
PIPERACILINA+TAZOBACTAM
Amplo espectro de ação inculindo P. aeruginosa e anaeróbios. Destaca-se por potente atividade contra P.
aeruginosa, Serratia, Acinetobacter, Klebsiella, Proteus indol-positivos e anaeróbios.
Indicações clínicas: principalmente infecções hospitalares causadas por P. aeruginosa, Serratia, Acinetobacter,
Klebsiella, Proteus indol-positivos e em infecções intra-abdominais cirúrgicas (uso vantajoso pela ação contra
enterobactérias e anaeróbios, os microorganismos mais envolvidos).
INFORMAÇÕES ADICIONAIS