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RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO.
Questão 3) Qualquer que seja o conteúdo da decisão do relator, vale dizer, se,
por exemplo, não conhecer do recurso pela manifesta intempestividade, por
ausência de preparo, ou, ainda, se improvê-lo nos termos do artigo 932, inciso
IV, do Código de Processo Civil, por contrariar súmula do tribunais superiores,
pode ser ela atacada por meio de agravo interno, que deve ser interposto no
prazo de 15 dias (artigo 1.070 do CPC), a partir da intimação do ato decisório
proferido pelo relator. O agravo em recurso especial e em recurso
extraordinário no CPC/15), de acordo com o art. 1042: decisão relativa à
inadmissão de recurso extraordinário intempestivo sobrestado por força de
repercussão geral (art. 1035, §6º) ou sobrestado por força da sistemática de
recurso repetitivo (art. 103,§2º); quando o recurso extraordinário ou especial
tiver seu seguimento negado por errônea aplicação do precedente do STF
e/ou STJ (art. 1040, I) ou, quando, havendo erro na identificação da
repercussão geral, for negado seguimento a recurso extraordinário (Art. .035,
§8º e 1.039, parágrafo único.)”, caberá um agravo para cada respectiva
decisão de inadmissão de recurso especial e extraordinário. Ou seja, a parte
deverá interpor agravo contra a respectiva decisão que inadmitiu o recurso
especial e outro agravo contra a decisão que inadmitiu o recurso
extraordinário. No caso de interposição conjunta de ambos os agravos, os
autos serão remetidos primeiramente ao Superior Tribunal de Justiça. Após
concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça, os autos
serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele
dirigido, salvo se estiver prejudicado em razão do julgamento do primeiro
agravo dirigido ao Superior Tribunal de Justiça.
Questão 4) No âmbito do STJ, por sua vez, quando do julgamento, pela Corte
Especial, da Questão de Ordem no Agravo, firmou-se entendimento de que
“Não cabe agravo de instrumento contra decisão que nega seguimento a
recurso especial com base no art. 543, § 7º, inciso I, do CPC”. Os entendimentos
de STF e STJ, nesses casos, favoráveis ao trancamento do próprio agravo em
REsp ou RE, extraídos do regime processual anterior, agora ainda mais se
justificam, diante da expressa previsão legal de cabimento do agravo interno
na hipótese, no § 2º do art. 1.030 do Novo CPC. Interposto o agravo, o recorrido
será intimado para apresentar suas contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias,
conforme dispõe o art. 1.042, § 3º, do CPC. Após a apresentação, ou não, das
contrarrazões ao agravo, o Presidente ou Vice-Presidente poderá retratar-se e
desfazer a decisão de inadmissibilidade, determinando seja o recurso especial
ou extraordinário encaminhado ao tribunal superior.
Questão 9) Como já mencionado no caput do art. 1.042 extrai-se que não cabe
o agravo em recurso especial, nem o agravo em recurso extraordinário,
quando a decisão que nega seguimento ao recurso especial ou ao recurso
extraordinário estiver fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. Deve
ser interposto o recurso de agravo interno para apreciação da matéria pelo
órgão colegiado competente do próprio tribunal inferior (“distinguishing
brasileiro”), quando o agravante terá o ônus de demonstrar a inaplicabilidade
do precedente ao caso concreto. § 3º No regime anterior, no julgamento
plenário da Questão de Ordem no Agravo de Instrumento (AI) 760.358, firmou-
se o entendimento de que não seria cabível recurso para o STF contra a
aplicação do procedimento da repercussão geral nas instâncias de origem, a
não ser na hipótese em que houvesse expressa negativa da retratação
(CPC/73, art. 543-B, §§ 3º e 4º, incluídos pela lei 11.418, de 2006): “1. Não é cabível
agravo de instrumento da decisão do tribunal de origem que, em cumprimento do
disposto no § 3º do art. 543-B, do CPC, aplica decisão de mérito do STF em questão de
repercussão geral. 2- Ao decretar o prejuízo de recurso ou exercer o juízo de
retratação no processo em que interposto o recurso extraordinário, o tribunal
de origem não está exercendo competência do STF, mas atribuição própria,
de forma que a remessa dos autos individualmente ao STF apenas se justificará,
nos termos da lei, na hipótese em que houver expressa negativa de retratação.
Agravo de instrumento que se converte em agravo regimental, a ser decidido
pelo tribunal de origem”. Porém, o cabimento do Agravo Interno na (quase)
antiga sistemática vem disciplinado em, pelo menos, quatro dispositivos legais:
I) impugnação à decisão monocrática no julgamento de conflito de
competência (art. 120, § único). Porém, a divergência autorizadora dos
embargos pela nova legislação é tão ampla que o recurso é cabível mesmo
que o acórdão paradigma (base da divergência) seja da mesma Turma que
proferiu a decisão embargada, desde que a composição tenha sofrido
alteração substancial (em mais da metade dos seus membros), já que o
colegiado que proferiu uma e outra decisão não pode mais ser visto como o
mesmo. A divergência entre o acórdão a ser objeto dos embargos e o
paradigma (com o qual será feito o cotejo, a comparação) não basta ser
alegada, devendo ser comprovada. Isso para que seja possível a verificação
pelo órgão julgador da existência da divergência. Se a citação for de
repositório oficial onde apenas tenha sido publicada a ementa do julgado
paradigma, a verificação da divergência deve ser possível ser feita pelo
conteúdo da própria ementa. Por outro lado, se juntado ou reproduzido o
inteiro teor do julgado paradigma, a divergência pode estar na
fundamentação da decisão. Ademais, os casos cotejados (paradigma e
recorrido) devem ter partido das mesmas premissas as teses devem ter sido
construídas a partir das mesmas circunstâncias fáticas e jurídicas. Acórdãos que
não tenham partido das mesmas premissas não podem ser cotejados, já que o
objetivo do recurso é pacificar a jurisprudência interna das Cortes. Outra
exigência que deve ser cumprida pelo embargante é a realização do
chamado cotejo analítico. Não basta que seja apontado que um acórdão
divergiu de outro, devendo ser desenvolvida argumentação demonstrativa da
similitude dos casos e dos entendimentos em sentido opostos. Se os embargos
forem desprovidos ou não alterarem a conclusão do julgamento anterior,
aproveita-se o recurso extraordinário já interposto (não sendo necessária sua
ratificação), pois não houve alteração do julgado anterior (tornando sem
objeto o primeiro recurso extraordinário interposto). Por outro lado, se houver a
reforma da decisão primeira (objeto dos embargos), o recurso extraordinário
interposto perde o objeto e outro deve ser interposto. Portanto o STF dispõe na
súmula 599 que "são incabíveis embargos de divergência de decisão de Turma
em agravo regimental".
Questão 11) Para que um recurso de embargos seja conhecido por óbice de
súmula de caráter processual, a divergência apresentada não pode ser
genérica: deve indicar que a mesma súmula processual não pode ser óbice ao
conhecimento do recurso, ou seja, demonstrar uma tese especificamente
contrária à decisão.
Questão 13) A divergência pode ser julgada por qualquer outro órgão do
tribunal ou turma, sessão, Corte Especial ou pleno, no caso do STJ, e turma ou
pleno no caso do STF. Onde há órgãos com competências materiais diversas,
de se ressaltar que podem ser cotejadas decisões ainda que as competências
dos órgãos julgadores sejam distintas. Não pode ser, todavia, entre um acórdão
e uma decisão monocrática (até porque a decisão monocrática é proferida
por delegação e pode ser reformada pelo colegiado).