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Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o condão de


suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua decisão
observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72: “Art. 35.
O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda
instância, que julgará a perempção.”

Recurso administrativo protocolado intempestivamente não tem o condão de


suspender a exigibilidade do crédito tributário, o que está claro no artigo 151,
inciso III, do CTN, que estabelece a suspensão da exigibilidade do crédito
tributário pelo recurso administrativo “nos termos das Leis reguladoras do
processo tributário administrativo”, as quais prescrevem os prazos a serem
observados. Os prazos no procedimento administrativo tributário estão
estipulados no Decreto Federal nº 70.235 de 1972 bem como na Lei nº 9.784 de
1999. Isso significa que se o recurso não for interposto dentro do prazo legal,
não satisfará a condição básica para produzir o efeito de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, pelo simples fato de estar em desconformidade
com o princípio do devido processo legal administrativo.

Ainda que haja o “princípio do informalismo em favor do interessado”, referido


por Paulo de Barros e, quanto tais efeitos são favoráveis ao particular, não
podemos esquecer que o órgão administrativo ao receber o recurso, em primeiro
plano prosegue a uma apuração acerca da perempção, estando intempestivo o
recurso, provavelmente não será suspensa a exigibilidade do crédito tributário.
O artigo 151, inciso III do Código Tributário Nacional dispõe que:
“Art. 151 – Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
III – as reclamações, os recursos nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo.”
Sendo assim, o recurso administrativo poderá manter a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário mesmo quando apresentado
intempestivamente, já que, combinando o artigo da 35 da Lei 70.235/1972 com o
artigo151, inciso III do CTN supracitado não é possível concluir que recurso
intempestivo não suspenderia a exigibilidade do crédito, não há qualquer
previsão neste sentido.
A própria lei que rege o procedimento administrativo, prevê o encaminhamento
deste recurso, o que nos leva a concluir, que este será encaminhado ao órgão
julgador com os mesmos efeitos daquele recebido no prazo regular e apenas
aojulgá-lo, poderá ser declarada a perempção e tornar o débito exigível.

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