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ELETRÔNICA DIGITAL I
SUMÁRIO
SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
1. Introdução
2. Base de um sistema de numeração
2.1. Sistema decimal ou sistema de base 10
2.2. Sistema binário ou sistema de base 2
2.3. Sistema binário e decimal lado a lado
2.4. Sistema octal ou sistema de base 8
2.5. Sistema hexadecimal ou sistema de base 16
3. Conversão de sistemas (conversões entre bases)
3.1. Conversão de uma base b qualquer para a base 10
3.2. Conversão da base 10 para uma base b qualquer
3.3. Conversão para sistema binário ou base 2
3.4. Conversão para sistema octal ou base 8
3.5. Conversão para sistema hexadecimal ou base 16
3.6. Conversões entre as bases 2, 8 e 16
4. Exercícios resolvidos
5. Exercícios propostos
ÁLGEBRA DE BOOLE
1. Introdução
2. Postulados:
2.1. Complemento
2.2. Adição
2.3. Multiplicação
3. Propriedades
3.1. Propriedade comutativa
3.2. Propriedade associativa
3.3. Propriedade distributiva
4. Teoremas
4.1. 1º teorema de De Morgan
4.2. 2º teorema de De Morgan
4.3. Absorção
5. Resumo princípios e postulados da Álgebra Booleana
6. Leitura complementar
7. Exercícios resolvidos
8. Exercícios propostos
FUNÇÕES LÓGICAS
RESPOSTAS
Sistema de Numeração
Conversão de Sistemas
PREFÁCIO
SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
1 Introdução
Desde que o homem sentiu a necessidade de quantificar as coisas ao seu redor, sentiu-se
também a necessidade de se desenvolver métodos para a representação dessas quantidades.
Nb = an.bn + .... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 + a-1.b-1 + a-2.b-2 + .... + a-n.b-n, considerando que:
an.bn + .... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 representa a parte inteira do número, enquanto
Para qualquer sistema de numeração, ou seja, para qualquer base b utilizada, o maior valor
que pode ser representado por um único algarismo será própria base menos 1 (b - 1).
Podemos dizer então que uma base b qualquer é formada por b algarismos cujos valores
variam de 0 a (b-1).
ELETRONICA DIGITAL I PROF. ANTONIO HERNANDES
5
FATEC SÃO BERNARDO DO CAMPO TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
Estendendo a ideia para n algarismos, o maior número que poderá ser representado nessa
tal base, será um valor obtido multiplicando-se a base por ela mesma n vezes, menos 1.
Agora podemos então expandir essa ideia para outras bases quaisquer e dizer que o maior
número inteiro N que pode ser representado com n algarismos em uma base b, pode ser
obtido pela expressão N = bn - 1.
De uma forma geral, entre as diversas possibilidades de sistemas de numeração que podemos
construir, os que realmente nos interessam são:
Para o homem, evidentemente esse é o sistema que mais interessa, aquele que se aprende
a trabalhar desde muito cedo, com o qual estruturamos todas as atividades que o homem
desenvolve no seu dia a dia. É o sistema para o qual conhecemos uma série métodos de
cálculo (algoritmos) para se obter os resultados desejados.
Percebemos que algarismo 3 representa 300 (três centenas ou 3x10 2), o 8 representa 80 (oito
dezenas ou 8x101) e o 3 agora representa 3 mesmo (3 unidades ou 3x10 0), ratificando a fato
do sistema ser posicional como foi dito anteriormente, ou seja, que dependendo de onde o
símbolo (algarismo) se encontra, ele representa quantidades diferentes.
As grandezas que o homem sempre procurou quantificar, passam por infinitos valores sempre
que sofrerem uma variação de um valor para outro. Esse fato pode ser deduzido pelo conceito
de que entre dois números quaisquer, sempre existirá um outro número intermediário.
Essas grandezas são ditas analógicas, sofrendo variações contínuas ao longo do tempo. A
busca pelo controle dessas grandezas e os processos a elas ligados, perde-se na história e
intensificado com a revolução industrial iniciada na Inglaterra.
A evolução dessas máquinas foram introduzindo cada vez mais elementos eletrônicos de
controle, inicialmente também analógicos. Em meados do século XIX, com os estudos de
George Boole e posteriormente com criação do transistor, associados a crescente
miniaturização de componentes eletrônicos, fez com que a eletrônica digital experimentasse
um forte crescimento ganhando cada vez mais espaço na indústria. Foi o início da era digital.
As maquinas e equipamentos passam a incorporar cada vez mais circuitos lógicos digitais e
estes utilizam o sistema binário, ou seja, apenas dois números, 0 e 1, que passam a ser
chamados de bit (do inglês binary digit). Podemos portanto, conceituar o bit como a unidade
mínima de informação em um sistema lógico digital ou sistema binário
Como foi colocado no início deste trabalho, existem vantagens na utilização do sistema binário
pelo ponto de vista da construção de circuitos eletrônicos, necessitando apenas de dois níveis
de tensão, para os quais os valores exatos não são tão importantes, bastando que haja uma
diferença que permita a eles atribuir os níveis lógicos 0 (Low Level) e 1 (High Level).
Normalmente, o bit 1 é associado ao nível alto de tensão enquanto o bit 0 é associado a um
nível baixo de tensão ou zero volt.
Na verdade, qualquer circuito que apresente apenas duas situações muito bem definidas, como
ligado ou desligado, aberto ou fechado, etc, sem a possibilidade de estados intermediários, pode
ser trabalhado de modo digital, ou seja, com a utilização da lógica binária.
Utilizamos todos os símbolos da base considerada para formar os números com um algarismo
apenas, iniciando pelo zero até chegarmos em b-1, que como já mencionamos, é o maior valor
que pode ser representado com um algarismo apenas na base b. Depois, passamos a repetir
os símbolos dessa base, começando pelo zero novamente, mas agora acrescentando um
algarismo à esquerda, começando pelo 1.
Quando chegarmos novamente com b-1 para o algarismo da direita (dígito menos
significativo), voltamos a repetir os símbolos da base para o algarismo menos significativo e
na “casa” imediatamente à esquerda aumentamos para o próximo símbolo dessa base que
seria o 2. Novamente, agora com o dois à esquerda, vamos repetir o processo até essa
segunda “casa” da esquerda alcance b-1. Quando isso acontecer, dizemos que chegamos ao
maior valor que pode ser representado por dois algarismos nessa base b. Passamos então a
repetir os símbolos para essas duas casas à partir do zero e acrescentamos mais um
algarismo à esquerda, o terceiro, que também começará pelo 1 e avançará até b-1. O
processo então se repete infinitamente.
0
1 Já chegamos ao último símbolo da base 2
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1 novamente já chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
1 0 1
1 1 0
1 1 1 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
1 0 0 0 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
...
1 1 1 1 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
1 0 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...
Notamos que 102 (le-se “um-zero na base 2) é o segundo número e representa a quantidade
2 no sistema decimal. Não podemos confundir 102 com 10 (dez). Por esse motivo não convém
chamar 102 de “dez”. Apesar da grafia semelhante, são como sabemos, coisas diferentes, e
devem ser chamadas de modos diferentes.
Para que não haja confusão quanto ao que realmente significa o número apresentado, precisamos definir
que sempre que um número for apresentado sem o sufixo que indica o sistema de numeração utilizado
para a representação, iremos considerar que o número está sendo apresentado no sistema decimal. Para
outras bases quaisquer, existe a obrigatoriedade de se apresentar um indicativo dessa base.
Nb = an.bn + .... + a4.24 + a3.23 + a2.22 + a1.21 + a0.20, que pode ser substituído por:
Nb = an.bn + .... + a4.16 + a3.8 + a2.4 + a1.2 + a0.1
De modo análogo, os coeficientes serão agora multiplicados por 2, à cada casa para a
esquerda, ou seja, teremos os seguintes pesos para cada coeficiente:
.... a4 a3 a2 a1 a0
.... 16 8 4 2 1
Que são os pesos para cada casa do sistema binário, sendo considerado como o valor da
posição ocupada por um algarismo. Esse valor aumenta da direita para a esquerda à razão
de 2, chegando a um máximo de 2n-1, onde n é o número de dígitos que formam o número.
Podemos então montar a seguinte tabela:
22 22 21 20
8 4 2 1
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1
Para o sistema binário fica fácil saber qual é o valor representado, já que onde se tem zero
não devemos considerar o valor e onde se tem 1, consideramos o peso da casa onde ele se
encontra. Por exemplo, tomemos uma posição qualquer:
Potências de base 2 22 22 21 20
Valor de posição 8 4 2 1
Binário 1 0 1 1
Desse modo é possível completar essa tabela, colocando ambos os sistemas para efeito de
comparação:
22 22 21 20
Decimal
8 4 2 1
0 0 0 0 0
0 0 0 1 1
0 0 1 0 2
0 0 1 1 3
0 1 0 0 4
0 1 0 1 5
0 1 1 0 6
0 1 1 1 7
1 0 0 0 8
1 0 0 1 9
1 0 1 0 10
1 0 1 1 11
1 1 0 0 12
1 1 0 1 13
1 1 1 0 14
1 1 1 1 15
Os sistemas decimais e microprocessados, como dissemos, trabalham muito bem com esse
sistema binário de representação. No entanto, é possível perceber que conforme o valor
representado vai aumentando, a representação binária necessita de muitos algarismos (bits)
a mais do que no sistema decimal. Isso é intuitivo, pois a base binária é muito menor do que
a decimal. Desse modo, com muitos algarismos a mais e com zeros e uns apenas, a
possibilidade de ocorrer erros de leitura ou escrita desses números é muito grande, ficando
muito melhor representa-los em outras bases maiores, porém múltiplas de 2, como as bases
8 (octal) e 16 (hexadecimal).
0
1
2
3
4
5
6
7 chegamos ao último símbolo da base 8
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1
1 2
...
1 7 chegamos novamente ao último símbolo
2 0 o processo se repete, agora com 2 à frente
2 1
2 2
...
...
7 7 chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
...
...
7 7 7
1 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 último símbolo decimal
A passamos a usar letras
B
C
D
E
F chegamos ao último símbolo
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1
1 2
...
1 9 último símbolo decimal
1 A passamos a usar letras
1 B
1 C
1 D
1 E
1 F chegamos novamente ao último símbolo
2 0 o processo se repete, agora com 2 à frente
2 1
2 2
...
...
F F chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
...
...
F F F
1 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...
Para indicar que um numero está sendo escrito no sistema hexadecimal, podemos utilizar o
sufixo 16 como já foi dito ou a letra H, maiúscula ou minúscula. Exemplo 7AH
A Tabela a seguir apresenta um resumo dos quatro sistemas de numeração que vimos
Nb = an.bn + an-1.bn-1 + an-2.bn-2 +... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 + a-1.b-1 + a-2.b-2 + .... + a-n.b-n
Para a parte inteira, fazemos divisões sucessivas do número a ser convertido pelo valor da
base em que se deseja converte-lo. Ao final, quando não for mais possível dividir por b, o resto
irá apresentar o número para o qual foi convertido. Para tanto, basta tomar o número de trás
para frente, ou seja, o primeiro resto obtido será o dígito menos significativo e o quociente
será o dígito mais significativo.
Para a parte fracionária, temos que multiplica-la sucessivamente pela base. Do resultado
obtido, iremos considerar a parte inteira como o primeiro algarismo da parte fracionária do
número convertido, ou seja, a primeira casa decimal. A parte fracionária restante será
novamente multiplicada pela base para se obter o número da próxima casa decimal. Repete-
se esse processo até que se alcance o número de casas desejado ou até que se obtenha
resultado nulo.
Para começarmos, vamos converter um número pequeno, com parte inteira apenas: 9.
8 (10) |_2
0 4 |_2
0 2 |_2
0 1
(1000)2
59 (10) | 2
1 29 | 2
1 14 | 2
0 7|2
1 3 |_2
1 1 (111011)2
Para aumentar o grau de dificuldade, vamos agora converter um número fracionário: 9,37510
9 |_2
1 4 |_2
0 2 |_2
0,375
x2
0,750
x2
1,500 0,500
x2
1,000 Parte fracionária: (0,011)2
Juntando a parte inteira com a fracionária ⇒ 1001 + 0,011 = (1001,011)2
Eventualmente, podemos não obter o valor zero com algumas poucas multiplicações pela
base, ou seja, com algumas poucas casas decimais. Poderíamos continuar a indefinidamente
essa operação de multiplicação em busca de um resultado “0”, se isso for possível, ou
interromper a conversão. Nesse caso, teremos apenas um valor aproximado, que será tanto
melhor quanto maior forem as casas decimais obtidas. Vamos a um exemplo:
Converter 8,365(10) para a base 2.
A parte inteira 8 é muito simples e resultará em 1000(2)
Para a parte fracionária 0,365 teremos:
0,365 x 2 = 0,73 → 0 é o primeiro algarismo fracionário
0,73 x 2 = 1,46 → 1
0,46 x 2 = 0,92 → 0
0,92 x 2 = 1,84 → 1
0,84 x 2 = 1,68 → 1
Se interrompermos aqui, o resultado será 1000,01011(2)
Aumentando a quantidade de operações, teremos:
0,365 x 2 = 0,73 → 0 é o primeiro algarismo fracionário
0,73 x 2 = 1,46 → 1
0,46 x 2 = 0,92 → 0
0,92 x 2 = 1,84 → 1
0,84 x 2 = 1,68 → 1
0,68 x 2 = 1,36 → 1
0,36 x 2 = 0,72 → 0
0,72 x 2 = 1,44 → 1
0,44 x 2 = 0,88 → 0
0,88 x 2 = 1,76 → 1
Vamos agora tomar o caminho inverso e para cada número binário obtido, converte-lo ao
respectivo correspondente decimal. Claro que a parte inteira de ambos resultará em 8.
Quanto a parte fracionária teremos:
Com 5 algarismos:
Com 10 algarismos:
0,0101110101 = 0x2-1+1x2-2+0x2-3+1x2-4+1x2-5+1x2-6+0x2-7+1x2-8+0x2-9+1x2-10 =
= 0x1/2+1x1/4+0x1/8+1x1/16+1x1/32+1x1/64+0x1/128+1x1/256+0x1/512+1x1/1024 =
= 0,364257813
Logo: 1000, 0101110101 (2) → 8, 364257813, que é muito mais próximo de 8,365 do
que o valor obtido anteriormente (8,34375). Isso é óbvio pois, quanto mais aumentarmos as
casas decimais nos processos de conversão de bases, maior será a precisão obtida.
284 (10) | 8
4 35 | 8
3 4 284 = (434)8
Do mesmo modo:
2381(10) | 16
13 148 |_16
4 9 2381 = (94D)16
O processo é o mesmo envolvendo a base 10, só que agora a base utilizada como meio de
conversão é a base 2. Isso significa que basicamente faremos sempre conversões de uma base
qualquer (potência de 2 é claro), para uma outra base qualquer (também potência de 2!)
Vamos então trabalhar com essas duas formas de conversão, da base 2 para uma base
qualquer e de uma base qualquer para a base 2.
Basta reescrever cada número em seu equivalente binário usando n bits, onde 2 n = b
Exemplo 1: (418)8 ( )2
4 1 6
Exemplo 2: (135)8 ( )2
1 3 6
Exemplo 1: (9E4)16 ( )2
9 E 4
Exemplo 2: (30A)16 ( )2
3 0 A
Como já exposto acima, para conversão de um número binário ao sistema octal, basta
rearranjar os bits em grupos de 3, começando da direita para a esquerda:
Exemplo: (1001010010)2 ( )8
Do mesmo modo:
Usamos a base 2 como meio de conversão, ou seja, escrevemos o octal na forma binária e
depois convertemos de binário para hexadecimal.
4 Exercícios resolvidos
4.1 Sistema de Numeração
1. O que caracteriza um sistema digital? E um sistema analógico?
R.: Em um sistema digital uma informa pode assumir um número limitado de valores entre
dois extremos; podemos dizer que a faixa de valores possíveis é discreta e apresenta uma
quantidade de valores finita. Em um sistema analógico uma informação pode assumir
qualquer valor entre dois extremos; podemos dizer que a faixa de valores e contínua e
apresenta infinitos valores.
3 F C 9
0011 1111 1100 1001
011 111 111 001 001
3 7 7 1 1 3FC916 = 377118
5 Exercícios propostos
5.1 Sistema de Numeração
1. Qual o maior número decimal que pode ser representado em base 2, usando:
a) 4 bits _________
b) 8 bits _________
c) 10 bits _________
d) 16 bits _________
2. Quantos bits são necessários para representar cada um dos números decimais
abaixo?
a) 51210 b) 1210 c) 210 d) 1710 e) 3310 f) 4310 g) 710
5. Uma câmera digital, que grava em preto-e-branco, mede e grava um número binário
que representa o nível (intensidade) de cinza em cada pixel da imagem. Por
exemplo, se usarmos números de 4 bits, o valor correspondente ao preto é ajustado
em 0000 e o valor correspondente ao branco em 1111, e qualquer nível de cinza fica
entre 0000 e 1111. Se usarmos 6 bits, o preto corresponderá a 000000 e o branco a
111111 e todos os tons de cinza estarão entre esses dois valores. Suponha que
desejamos distinguir entre 254 diferentes tons de cinza em cada pixel da imagem.
Quantos bits seriam necessários para representar esses tons?
2. Converter os números dados nos seus respectivos valores nos demais sistemas
apresentados abaixo:
2 0 1 1 16 2
16 6 4 3 8 2 10 2
16 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 2
D B 5 D 16 2
16 4 2 5 6 7 10 2
16 10 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 2
16 1 7 9 3 9 10 2
F 7 0 9 16 10 2
16 10 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 2
16 0 2 4 6 8 10 2
1 E 3 0 16 10 2
16 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 2
16 8 6 0 5 4 10 2
16 10 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
A A 4 C 16 10 2
16 5 4 2 6 8 10 2
16 5 9 1 7 3 10 2
ÁLGEBRA DE BOOLE
1. Introdução
Em 1841, George Boole, matemático inglês, lança-se à busca de uma linguagem matemática
universal para o equacionamento da lógica. A álgebra booleana foi então apresentada 1854,
fundamentada no sistema binário, passa a ser utilizada em projetos de sistemas digitais. A
correlação entre o sistema binário e os circuitos elétricos já era notado, uma vez que as
variáveis envolvidas nesses sistemas possuem apenas dois valores possíveis, como exemplo,
uma chave fechada ou aberta, uma carga ligada ou desligada, etc. Assim, podemos ter as
seguintes situações:
Podemos associar esses estados aos chamados Níveis Lógicos (0 ou 1) e ainda a valores de
tensão. Isso pode ser feito de dois modos diferentes, contrários, denominados Lógica Positiva
e Lógica Negativa. O mais comum é o uso da lógica positiva, que podemos ver a seguir:
Para entendermos essa ideia, vamos considerar um circuito formado por uma lâmpada
alimentada por uma bateria através de uma chave interruptora. Dependendo do estado
(posição) da chave a lâmpada estará acesa ou apagada.
As operações básicas da álgebra booleana são: E (AND), OU (OR) e NÃO (NOT), onde as
variáveis utilizadas, denominadas variáveis Booleana podem assumir valores binários: 0 ou1.
Mais adiante em nossos estudos, associaremos esses valores binários, assumidos pelas
variáveis Booleanas nas operações algébricas, aos níveis lógicos e por conseguinte aos
valores de tensão.
2. Postulados
Os postulados são afirmações dentro da álgebra e que dispensam demonstração.
2.1. Complemento
Postulado da complementação ou NÂO (NOT), também chamada de operação “—“ (Barra).
Sendo dada uma variável lógica A, que pode assumir apenas os valores 0 e 1, o complemento
dessa variável, que será representado por , será sempre o inverso ou a negação de A.
Se A = 0 =1
Se A = 1 =0
̿ = A (01)
Esse postulado, nos leva ao teorema 𝐀
Verificando:
A=0 = 1 e se =1 = 0 Se A = 0 =0
A=1 = 0 e se =0 =1 Se A = 1 =1
2.2. Adição
Postulado da adição, ou então, OU (OR), também chamada de operação “+”.
A função lógica OU (OR) (adição booleana) tem suas regras definidas na tabela:
0+1=1
1+0=1
1+1=1
A+0=A (02)
A+1=1 (03)
A+A=A (04)
̅=1
A+𝐀 (05)
Prova:
a. A + 0 = A Se A = 0 0 + 0 = 0 igual ao valor de A
Se A = 1 1 + 0 = 1 igual ao valor de A
b. A + 1 = 1 Se A = 0 0 + 1 = 1
Se A = 1 1 + 1 = 1
c. A + A = A Se A = 0 0 + 0 = 0 igual ao valor de A
Se A = 1 1 + 1 = 1 igual ao valor de A
d. A + A
̅= 1 Se A = 0 0 + 1 = 1
Se A = 1 1 + 0 = 1
2.3. Multiplicação
Postulado da multiplicação ou então E (AND), também chamada de operação “.”
0.1=0
1.0=0
1.1=1
A.0=0 (06)
A.1=A (07)
A.A=A (08)
̅= 0
A.𝐀 (09)
Prova:
a. A . 0 = 0 A = 0 0 . 0 = 0
A = 1 1 . 0 = 0
b. A . 1 = A A = 0 0 . 1 = 0 igual ao valor de A
A = 1 1 . 1 = 1 igual ao valor de A
c. A . A = A A = 0 0 . 0 = 0 igual ao valor de A
A = 1 1 . 1 = 1 igual ao valor de A
d. A . A
̅= 0 A = 0 0 . 1 = 0
A = 1 1 . 0 = 0
3. Propriedades
Diferente dos postulados, as propriedades da álgebra booleana podem ser demonstradas,
afirmando sua veracidade. Essas propriedades são muito semelhantes às propriedades
válidas na álgebra comum.
A B A.B B.A
0 0 0 0
0 1 0 0
1 0 0 0
1 1 1 1
A B A+B B+A
0 0 0 0
0 1 1 1
1 0 1 1
1 1 1 1
a) NA MULTIPLICAÇÃO A . (B . C) = (A . B) . C (12)
A B C A . (B . C) (A . B) . C)
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 0 0
1 1 0 0 0
1 1 1 1 1
A B C A + (B + C) (A + B) + C)
0 0 0 0 0
0 0 1 1 1
0 1 0 1 1
0 1 1 1 1
1 0 0 1 1
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1
A B C A . (B + C) A.B+A.C
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1
4. Teoremas
4.1. 1º Teorema de De Morgan
O 1º teorema de De Morgan diz: o complemento do produto é igual á soma dos complementos.
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐀 .𝐁 .𝐂 = 𝐀̅+𝐁̅ + 𝐂̅ (16) (estende-se para N variáveis)
A B C ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
A .B .C ̅+B
A ̅ + C̅
0 0 0 1 1
0 0 1 1 1
0 1 0 1 1
0 1 1 1 1
1 0 0 1 1
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0
A B C ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
A+ B+ C ̅.B
A ̅ . C̅
0 0 0 1 1
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 0 0
1 1 0 0 0
1 1 1 0 0
4.3. Absorção
̅B=A+B
A +𝐀 (18) Também chamado de “Identidade Auxiliar” da absorção.
Vamos provar esta identidade:
̅ B = ̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿
̅B=A ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ . ̅̅̅̅̅̅̅
̅ B) = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ . (A + B ̅) = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ .A + A ̅ .B̅) = ̅̅̅̅̅̅
̅ .B̅=A+B
A+A A + A (A A A A
Identidades Auxiliares:
a) A + A . B = A (19)
A + A . B=
Portanto, A + A . B = A
b) A . (A + B) = A (20)
A . (A + B) =
Portanto, A . (A + B) = A
̅=A
c) A . B + A . B (21)
̅ =
A.B+A.B
̅) =
=A.(B+B (colocando variável A em evidência)
̅=A
Portanto: A . B + A . B
̅) = A
d) (A + B) . (A + B (22)
̅)
(A + B) . (A + B =
̅+A.B+B.B
= A.A + A . B ̅ = (Propriedade distributiva)
̅+A.B+0=
=A+A.B (postulado da multiplicação A.A = A e B. B =0)
̅ + A.B =
= A + A. B (zero é o elemento neutro da adição)
̅+B)=
= A (1 + B (colocando variável A em evidência)
̅) = A
Portanto: (A + B) . (A + B
e) (A + B) . (A + C) = A + B.C (23)
(A + B) . (A +C) =
Portanto: (A + B) . (A + C) = A + B.C
f) A . ( A + B) = A . B (24)
g) A + B . C = (A + B) . (A + C) (25)
h) A . (B + C) = A . B + A . C (26)
i) A . B + A . C = (A + C) . ( A + B) (27)
j) (A + B) . ( A + C) = A . C + A . B (28)
k) A . B + A . C + B . C = A . B + A . C (29)
l) (A + B) . ( A + C) . (B + C) = (A + B) . ( A + C) (30)
6. Leitura Complementar
Base Binária e álgebra de BOOLE – Um pouco de história....
Extraído de: https://sites.google.com/site/faetecjln/home/faetec/eletronica-digital/boole-e-sua-historia em 03/03/2016
A primeira máquina que efetuava facilmente subtração, multiplicação e divisão foi inventada
por um gênio, Gottfried Wilheim Leibniz, cuja imaginação parecia inesgotável.
Gottfried Wilheim Leibniz nasceu em 1646, em Leipzig, na Alemanha. Seu pai, professor de
filosofia da moral, morreu quando o menino tinha apenas 6 anos, mas Leibniz já estava bem
orientado no caminho do conhecimento. Passava os dias na biblioteca do pai, estudando
história, latim, grego e outros assuntos.
Em 1672, durante uma temporada em Paris, Leibniz começou a estudar com o matemático e
astrônomo holandês Christian Huygens. A experiência estimulou-o a procurar descobrir um
método mecânico de aliviar as intermináveis tarefas de cálculo dos astrônomos. "Pois é
indigno para esses sábios homens", escreveu Leibniz, "perder horas, como escravos, em
trabalhos de cálculo que poderiam, com segurança, ficar a cargo de qualquer pessoa, caso se
usassem máquinas".
No ano seguinte, ficou pronta sua calculadora mecânica, que se distinguia por possuir três
elementos significativos. A porção aditiva era, essencialmente, idêntica à da Pascaline, mas
Leibniz incluiu um componente móvel (precursor do carro móvel das calculadoras de mesa
posteriores) e uma manivela manual, que ficava ao lado e acionava uma roda dentada - ou,
nas versões posteriores, cilindros - dentro da máquina. Esse mecanismo funcionava, com o
componente móvel, para acelerar as adições repetitivas envolvidas nas operações de
multiplicação e divisão. A própria repetição tornava-se automatizada.
Leibniz foi um dos primeiros defensores do sistema binário, que chegou a ele de uma
maneira indireta. Em 1666, enquanto completava seus estudos universitários, e bem antes de
inventar sua calculadora de rodas dentadas. Leibniz, então com 20 anos, esboçou um trabalho
que, modestamente, descrevia como um ensaio de estudante.
Denominado De Arte Combinatória (Sobre a Arte das Combinações), esse pequeno trabalho
delineava um método geral para reduzir todo pensamento - de qualquer tipo e sobre qualquer
assunto - a enunciados de perfeita exatidão. A lógica (ou, como ele a chamava, as leis do
pensar) seria então transposta do domínio verbal, que é repleto de ambigüidades, ao domínio
da matemática, que pode definir com precisão as relações entre objetos ou enunciados. Além
de propor que todo pensamento racional se tornasse matemático, Leibníz invocava "uma
espécie de linguagem ou escrita universal, mas infinitamente diversa de todas as outras
concebidas até agora, isso porque os símbolos e até mesmo as palavras nela envolvidas
estariam relacionadas com a exatidão, e os erros, exceto os factuais, seriam meros erros de
cálculo. Seria muito difícil formar ou inventar essa linguagem, mas também seria muito fácil
compreendê-la sem utilizar dicionários".
Seus contemporâneos, talvez perplexos, talvez sentindo-se insultados por suas idéias,
ignoraram esse ensaio, e o próprio Leibniz, ao que parece, nunca voltou a retomar a idéia da
nova linguagem. Uma década mais tarde, porém, ele começou a explorar de uma nova
maneira as potencialidades da matemática, concentrando-se em aprimorar o sistema binário.
Enquanto trabalhava, transcrevendo laboriosamente fileiras após fileiras de números decimais
transformados em binários, era estimulado por um manuscrito secular que lhe chamara a
atenção. Tratava-se de um comentário sobre o venerável livro chinês "I Ching, ou Livro das
Mutações", que procura representar o universo e todas as suas complexidades por meio de
uma série de dualidades: contrastando luz e trevas, macho e fêmea. Encorajado por essa
aparente validação de suas próprias noções matemáticas, Leibniz continuou aperfeiçoando e
formalizando as intermináveis combinações de uns e zeros, que constituíram o moderno
sistema binário.
No entanto, não obstante toda a sua genialidade, Leibniz não conseguiu descobrir nenhuma
utilidade imediata para o produto de seus esforços. Sua calculadora de rodas dentadas fora
projetada para trabalhar com números decimais, e Leibniz nunca a converteu para números
binários, talvez intimidado pelas longas cadeias de dígitos criadas por esse sistema. Como
apenas os dígitos zero e um são utilizados, o número 8, por exemplo, torna-se 1000 quando
convertido em binário, e o equivalente binário do número decimal 1000 é a incômoda cadeia
1111101000. Mais tarde o gênio alemão efetivamente dedicou certo tempo pensando em
como utilizaria números binários num dispositivo de cálculo, mas nunca tentou efetivamente
construir tal máquina. Em vez disso, preocupou-se em investir o sistema binário de
significados místicos, vendo nele a imagem da criação.
Seus ensaios pioneiros revolucionaram a ciência da lógica. O que Boole concebeu era uma
forma de álgebra, um sistema de símbolos e regras aplicável a qualquer coisa, desde números
e letras a objetos ou enunciados. Com esse sistema, Boole pode codificar proposições - isto
é, enunciados que se pode provar serem verdadeiros ou falsos - em linguagem simbólica, e
então manipulá-las quase da mesma maneira como se faz com os números ordinais.
A maioria dos matemáticos contemporâneos de Boole ignorou ou criticou seu sistema, mas
este tinha uma força à qual não se podia resistir por muito tempo. Um matemático norte-
americano chamado Charles Sanders Peirce introduziu a álgebra booleana nos Estados
Unidos em 1867, descrevendo-a concisamente num artigo enviado à Academia Norte-
americana de Artes e Ciências. Ao longo de quase duas décadas, Peirce devotou grande parte
de seu próprio tempo e energia a modificar e expandir a álgebra booleana. Compreendeu que
a lógica de dois estados de Boole presta-se, facilmente, à descrição de circuitos de comutação
elétricos: circuitos estão ligados ou desligados, assim como uma proposição é verdadeira ou
falsa; um interruptor funciona de maneira muito parecida com uma porta lógica, permitindo, ou
não permitindo, que a corrente - isto é, a verdade - prossiga até o interruptor seguinte. O
próprio Peirce estava, em última instância, mais interessado em lógica que na ciência da
eletricidade. Embora desenhasse, mais tarde, um circuito lógico rudimentar usando
eletricidade, o dispositivo nunca foi construído.
Publicada em 1938. Esse brilhante ensaio, que teve um efeito imediato sobre o planejamento
dos sistemas telefônicos, ocupa uma posição central no desenvolvimento da moderna ciência
dos computadores. Em 1948, Shannon publicaria outra obra genial - Uma Teoria Matemática
da Comunicação -, descrevendo o que desde então passaria a ser conhecido como teoria da
informação. Shannon apresentou um método para definir e medir a informação em termos
matemáticos, onde escolhas sim-não eram representadas por dígitos binários. Esse trabalho
apareceu de forma totalmente inesperada e veio a ter um alcance que os seus
contemporâneos, e talvez até o próprio Shannon, não conseguiram vislumbrar naquele
momento. Foi um dos raros passos decisivos, inesperados e globais que até hoje se
registraram na história da ciência.
7. Exercícios resolvidos
1) Simplificar as expressões algébricas abaixo, utilizando apenas as propriedades, os
postulados e o teorema de De Morgan.
a) X A . B A . B
X A . (B B) Propriedade distributiva para evidenciar a variável A
X A .1 Pelo postulado da adição (B B) = 1
XA Pelo postulado da multiplicação A .1 A
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)
o)
p)
8. Exercícios propostos
1) Simplificar a expressão algébrica abaixo, utilizando apenas as propriedades, os
postulados e o teorema de De Morgan.
a. 𝑍̅
b. X Y Z
c. X .Y Z
d. Y XZ XZ
e. Z XY XY
AB = 00 AB = 01 AB = 10 AB = 11
C D E
S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1
0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0
1 0 0 0 1 1 1 0 1 0 1
1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
FUNÇÕES LÓGICAS
Existe, portanto, uma analogia entre as funções lógicas Booleanas, ditas daqui por diante
como funções lógicas apenas, e as funções reais da álgebra convencional. Ambas podem
assumir valores que são dependentes de variáveis independentes que se relacionam entre si
pela função em questão. A diferença é que as funções reais podem assumir qualquer valor no
conjunto de números reais (IR) enquanto que as funções lógicas estão definidas na Álgebra
Booleana cujo universo de valores é binário (0 e 1).
A partir dessa colocação, podemos começar a estruturar algumas relações entre as variáveis
lógicas (funções) para se chegar a um resultado.
Vamos imaginar que temos como entrada de um sistema duas variáveis A e B, que são
binárias, ou seja podem assumir “0” ou “1” como valores. Trazendo para o mundo real, essas
duas variáveis podem ser, por exemplo, duas chaves elétricas onde à chave aberta podemos
associar o valor 0 (zero) e à chave fechada o valor 1 (um).
Temos também um elemento de saída nesse sistema, que no mundo real pode perfeitamente
ser representado por uma lâmpada. Para esse elemento podemos associar, por exemplo, o
valor 1 quando a lâmpada estiver acesa e o valor 0 quando apagada. Neste ponto, é
importante salientar que poderíamos fazer ao contrário, ou seja, valor 0 quando a lâmpada
estiver acesa e o valor 1 quando estiver apagada. A isso chamamos de lógica positiva (a
primeira) e lógica negativa (a segunda situação).
À isso chamamos de lógica binária, que dará origem à toda lógica digital e por conseguinte,
aos sistema digital. Você deve estar perguntando: qual a vantagem disso tudo?
Veja que mencionamos dois valores de tensão apenas no mundo binário ou digital. Se
estivéssemos com um sistema analógico onde cada variável e a própria função pudessem
assumir infinitos valores, com quantos valores diferente de tensão teríamos que trabalhar?
Essa proposição foi apresentada no item 1.1 na introdução ao sistema de numeração. Vamos
agora detalhar um pouco mais essa idéia:
Supondo ainda que isso fosse superado, e construído, pense pelo lado do resultado, ou seja,
pelo elemento de saída. Na lógica binária ou digital, a lâmpada acesa significa NL1 e apagada
NL0. Não existem dúvidas!
Se fosse decimal, cada valor resultante da função significaria um valor de tensão diferente e
com isso um certo brilho da lâmpada. Como interpretar o resultado? Seria completamente
subjetivo. Teríamos certeza apenas com o zero vendo que a lâmpada está apagada.
Poderíamos então engenhosamente desenvolver um dispositivo sensor que para cada brilho
obtido na lâmpada me indicasse qual o valor decimal de saída. Funcionaria muito bem até o
momento em que tivéssemos que substituir o elemento de saída. Quem garante que a nova
lâmpada desenvolve as mesmas intensidades luminosas para cada valor de tensão?
Eventualmente sim, se fosse rigorosamente igual a anterior, do contrário teríamos que
recalibrar o sistema. Definitivamente, não é prático.
Voltando ao sistema elétrico que estávamos começando a estudar, surge agora uma questão:
como estão relacionados os elementos desse circuito? As duas chaves devem ser utilizadas
conjuntamente ou separadamente, uma de cada vez?
A resposta é que podemos relaciona-los de diversos modos e cada um desses modos será
então representado por uma função diferente, função essa que por si só já representa o modo
de relacionamento entre eles.
Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se somente se ambas
as chaves estiverem fechadas. Caso contrário ficará apagada (receberá GND).
Isso significa que as chaves deverão ser ligadas em série para que isso aconteça.
Dizemos então: Para a lâmpada acender (NL1) a chave A deve estar fechada (NL1) E a chave
B deve estar fechada também (NL1). Qualquer outra combinação de chaves (A ou B ou ambas
abertas (NL0)) resultará em lâmpada apagada (NL0).
A função E realizada entre as variáveis de entrada pode ser então representada por um circuito
com as chaves (variáveis de entrada) ligadas em série.
Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas em uma única tabela, que
chamaremos de Tabela Verdade da função E.
A B S = A “E” B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1
Onde NL0 significa chave aberta e lâmpada apagada e NL1 significa chave fechada e lâmpada
acesa.
Usamos para o nosso exemplo duas chaves apenas, mas poderiam ser muitas outras mais,
na realidade não há limites. Todas as chaves estariam em série e deveriam estar todas
fechadas para que a lâmpada acenda.
Finalmente, pensando apenas na função lógica binária, podemos dizer que na operação E a
saída assume no nível lógico ALTO (NL1) se e somente se todas as variáveis de entrada
assumirem nível lógico ALTO (NL1).
Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma OU outra chave,
ou ainda ambas as chaves estiverem fechadas. Caso contrário ficará apagada (receberá
GND).
Isso significa que as chaves deverão ser ligadas em paralelo para que isso aconteça.
Dizemos então: Para a lâmpada acender (NL1) a chave A deve estar fechada OU a chave B
deve estar fechada OU ainda ambas as chaves devem estar fechadas (NL1). Se ambas as
chaves estiverem abertas (NL0)) a lâmpada estará apagada (NL0).
A função OU entre as variáveis de entrada pode ser então representada por um circuito com
as chaves (variáveis de entrada) ligadas em paralelo.
Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas em uma única tabela, que
chamaremos de Tabela Verdade da função OU.
A B S = A “OU” B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1
Onde NL0 significa chave aberta e lâmpada apagada e NL1 significa chave fechada e lâmpada
acesa.
Analogamente à função E, usamos para o nosso exemplo de função OU duas chaves apenas,
mas poderiam ser muitas outras mais, sem limites. Basta que uma esteja fechada para que a
lâmpada acenda.
Finalmente, pensando apenas na função lógica binária, podemos dizer que na operação OU
a saída S assume no nível lógico BAIXO (NL0) se e somente se todas as variáveis de entrada
assumirem no nível lógico Baixo (NL0).
A ̅
S=A
0 1
1 0
Se nos lembrarmos que o universo é formado por dois elementos apenas, se considerarmos
a variável S assumindo o valor 0, o complemento de S, ou seja, o que falta para o todo, é 1.
Analisaremos o circuito do seguinte modo: considerando que na figura acima a chave está na
posição dita “fechada”, ou seja, em NL1, ao mudarmos a chave de posição ela passará para
a posição dita “aberta”, ou seja, em NL0. Assim, ao passar para a posição “aberta, na verdade
estará fechando o circuito e acendendo a lâmpada.
Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas na tabela abaixo, que chamaremos
de Tabela Verdade da função NE.
A B S = A “NÃO-E” B
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0
Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma chave ou
nenhuma delas estiver fechada (NL1). Caso contrário ficará apagada (receberá GND).
̅̅̅̅̅̅
A função fica definida como S = A . B, que deve ser lido como “S igual a A e B barra”
Como função OU assume nível lógico 1 bastando que uma das variáveis de entrada assuma
NL1, concluímos que a função NÃO-OU assume nível lógico 1 se e somente se as variáveis
de entradas assumirem NL0. Se uma das variáveis ou mais assumirem NL1 a saída assumirá
NL0.
Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas na tabela abaixo, que chamaremos
de Tabela Verdade da função NOU.
A B S = A “NÃO-OU” B
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0
No circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma ou mais chaves estiverem
fechadas (NL1). Caso contrário ficará apagada (receberá GND).
̅̅̅̅̅̅̅
A função fica definida como S = A + B, que deve ser lido como “S igual a A ou B barra”
b) S = (A + B ).C.(A +C ).B
Exercícios
1. Escrever as expressões lógicas dos circuitos apresentados abaixo:
2. Desenhar os circuitos com portas lógicas a partir das expressões lógicas abaixo:
S = (A + B).(B.C)
ABC A+B B.C S
000 0 1 0
001 0 1 0
010 1 1 1
011 1 0 0
100 1 1 1
101 1 1 1
110 1 1 1
111 1 0 0
RESPOSTAS
Sistema de Numeração
5.1. Sistema de Numeração
1. a) 15
b) 255
c) 1023
d) 65535
2. a) 10 b) 4 c) 2 d) 5 e) 7 f) 7 g) 3
3. 10 - 12
4. a) Máximo de 1.048.575 posições
b) 5 - FF16
5. 8 bits?
6. a. 64 - 256 - 1024
b. 440.000 bits
c. 11.363 s (aprox. 3 hs e 9 min)
7. 0 - 1 - 2 - 3 - 10 - 11 - 12 - 13 - 20 - 21 - 22 - 23 - 30 - 31 - 32 - 33 - 100 - 101 -
102 - 103
8. A partir da tabela continue a sequência numérica dos sistemas Binário e
Hexadecimal:
Decimal Binário Hexadecimal Continuação
0 0 0 0 0 0 Decimal Binário Hexadecimal
1 0 0 0 1 1 26 1 1 0 1 0 1 A
2 0 0 1 0 2 27 1 1 0 1 1 1 B
3 0 0 1 1 3 28 1 1 1 0 0 1 C
4 0 1 0 0 4 29 1 1 1 0 1 1 D
5 0 1 0 1 5 30 1 1 1 1 0 1 E
6 0 1 1 0 6 31 1 1 1 1 1 1 F
7 0 1 1 1 7 32 1 0 0 0 0 0 2 0
8 1 0 0 0 8 33 1 0 0 0 0 1 2 1
9 1 0 0 1 9 34 1 0 0 0 1 0 2 2
10 1 0 1 0 A 35 1 0 0 0 1 1 2 3
11 1 0 1 1 B 36 1 0 0 1 0 0 2 4
12 1 1 0 0 C 37 1 0 0 1 0 1 2 5
13 1 1 0 1 D 38 1 0 0 1 1 0 2 6
14 1 1 1 0 E 39 1 0 0 1 1 1 2 7
15 1 1 1 1 F 40 1 0 1 0 0 0 2 8
16 1 0 0 0 0 1 0 41 1 0 1 0 0 1 2 9
17 1 0 0 0 1 1 1 42 1 0 1 0 1 0 2 A
18 1 0 0 1 0 1 2 43 1 0 1 0 1 1 2 B
19 1 0 0 1 1 1 3 44 1 0 1 1 0 0 2 C
20 1 0 1 0 0 1 4 45 1 0 1 1 0 1 2 D
21 1 0 1 0 1 1 5 46 1 0 1 1 1 0 2 E
22 1 0 1 1 0 1 6 47 1 0 1 1 1 1 2 F
23 1 0 1 1 1 1 7 48 1 1 0 0 0 0 3 0
24 1 1 0 0 0 1 8 49 1 1 0 0 0 1 3 1
25 1 1 0 0 1 1 9 50 1 1 0 0 1 0 3 2
Continuação Continuação
Decimal Decimal Decimal Decimal Binário Hexadecimal
51 1 1 0 0 1 1 3 3 76 1 0 0 1 1 0 0 4 C
52 1 1 0 1 0 0 3 4 77 1 0 0 1 1 0 1 4 D
53 1 1 0 1 0 1 3 5 78 1 0 0 1 1 1 0 4 E
54 1 1 0 1 1 0 3 6 79 1 0 0 1 1 1 1 4 F
55 1 1 0 1 1 1 3 7 80 1 0 1 0 0 0 0 5 0
56 1 1 1 0 0 0 3 8 81 1 0 1 0 0 0 1 5 1
57 1 1 1 0 0 1 3 9 82 1 0 1 0 0 1 0 5 2
58 1 1 1 0 1 0 3 A 83 1 0 1 0 0 1 1 5 3
59 1 1 1 0 1 1 3 B 84 1 0 1 0 1 0 0 5 4
60 1 1 1 1 0 0 3 C 85 1 0 1 0 1 0 1 5 5
61 1 1 1 1 0 1 3 D 86 1 0 1 0 1 1 0 5 6
62 1 1 1 1 1 0 3 E 87 1 0 1 0 1 1 1 5 7
63 1 1 1 1 1 1 3 F 88 1 0 1 1 0 0 0 5 8
64 1 0 0 0 0 0 0 4 0 89 1 0 1 1 0 0 1 5 9
65 1 0 0 0 0 0 1 4 1 90 1 0 1 1 0 1 0 5 A
66 1 0 0 0 0 1 0 4 2 91 1 0 1 1 0 1 1 5 B
67 1 0 0 0 0 1 1 4 3 92 1 0 1 1 1 0 0 5 C
68 1 0 0 0 1 0 0 4 4 93 1 0 1 1 1 0 1 5 D
69 1 0 0 0 1 0 1 4 5 94 1 0 1 1 1 1 0 5 E
70 1 0 0 0 1 1 0 4 6 95 1 0 1 1 1 1 1 5 F
71 1 0 0 0 1 1 1 4 7 96 1 1 0 0 0 0 0 6 0
72 1 0 0 1 0 0 0 4 8 97 1 1 0 0 0 0 1 6 1
73 1 0 0 1 0 0 1 4 9 98 1 1 0 0 0 1 0 6 2
74 1 0 0 1 0 1 0 4 A 99 1 1 0 0 0 1 1 6 3
75 1 0 0 1 0 1 1 4 B 100 1 1 0 0 1 0 0 6 4
2. Converter os números dados nos seus respectivos valores nos demais sistemas
apresentados abaixo:
2 0 1 1 16 0 8 2 0 9 10 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
F B 7 E 16 6 4 3 8 2 10 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 2
D B B B 16 5 6 2 5 1 10 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 2
D B 5 D 16 5 6 1 5 7 10 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 2
A 6 4 7 16 4 2 5 6 7 10 1 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 2
E C 5 E 16 6 0 5 1 0 10 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 2
4 6 1 3 16 1 7 9 3 9 10 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2
F 7 0 9 16 6 3 2 4 1 10 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 2
B 5 5 3 16 4 6 4 1 9 10 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 2
0 9 A 4 16 0 2 4 6 8 10 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 2
1 E 3 0 16 0 7 7 2 8 10 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2
F F 9 E 16 6 5 4 3 8 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 2
1 5 0 2 6 16 8 6 0 5 4 10 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 2
E 7 F F 16 5 9 3 9 1 10 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2
A A 4 C 16 4 3 5 9 6 10 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 2
D 3 F C 16 5 4 2 6 8 10 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 2
E 7 2 5 16 5 9 1 7 3 10 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 2