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FACULDADE DE TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

ELETRÔNICA DIGITAL I

Antonio Hernandes Gonçalves


FATEC SÃO BERNARDO DO CAMPO TECNOLOGIA EM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

SUMÁRIO

SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
1. Introdução
2. Base de um sistema de numeração
2.1. Sistema decimal ou sistema de base 10
2.2. Sistema binário ou sistema de base 2
2.3. Sistema binário e decimal lado a lado
2.4. Sistema octal ou sistema de base 8
2.5. Sistema hexadecimal ou sistema de base 16
3. Conversão de sistemas (conversões entre bases)
3.1. Conversão de uma base b qualquer para a base 10
3.2. Conversão da base 10 para uma base b qualquer
3.3. Conversão para sistema binário ou base 2
3.4. Conversão para sistema octal ou base 8
3.5. Conversão para sistema hexadecimal ou base 16
3.6. Conversões entre as bases 2, 8 e 16
4. Exercícios resolvidos
5. Exercícios propostos

ÁLGEBRA DE BOOLE
1. Introdução
2. Postulados:
2.1. Complemento
2.2. Adição
2.3. Multiplicação
3. Propriedades
3.1. Propriedade comutativa
3.2. Propriedade associativa
3.3. Propriedade distributiva
4. Teoremas
4.1. 1º teorema de De Morgan
4.2. 2º teorema de De Morgan
4.3. Absorção
5. Resumo princípios e postulados da Álgebra Booleana
6. Leitura complementar
7. Exercícios resolvidos
8. Exercícios propostos

FUNÇÕES LÓGICAS

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1. Variáveis lógicas e as funções lógicas


2. Funções lógicas básicas
2.1. Função lógica E (AND)
2.2. Função lógica OU (OR)
2.3. Função lógica NÃO (NOT)
3. Funções lógicas derivadas
3.1. Função lógica NE (NAND)
3.2. Função lógica NOU (NOR)
3.3. Função lógica OU-EXCLUSIVO ou XOU (XOR)
3.4.

RESPOSTAS
Sistema de Numeração
Conversão de Sistemas

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PREFÁCIO

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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO

1 Introdução
Desde que o homem sentiu a necessidade de quantificar as coisas ao seu redor, sentiu-se
também a necessidade de se desenvolver métodos para a representação dessas quantidades.

Entretanto, para o estudo das técnicas digitais e sistemas de computação utilizaremos o


sistema de numeração binária porque além de fornecer apenas duas possibilidades de valores
(0 e 1), o que evita a subjetividade na interpretação de um estado, torna viável sua utilização
pois precisamos apenas de um valor de tensão, uma vez que o outro algarismo será
considerado referência e associado ao nível lógico zero. Se tivéssemos mais algarismos,
necessitaríamos de outros níveis de tensão, o que tornaria a construção do circuito muito
complexa.

De um modo geral, os métodos de representação, e podemos incluir o que estamos


acostumados (base 10 ou decimal), se valem de um modo de numeração posicional. Isso
significa que dependendo da posição ocupada por um mesmo símbolo (algarismo) em um
número, teremos seu valor aumentado de uma potência b para cada casa à esquerda, onde
b é a base utilizada para a formação desse sistema. Por conseguinte, dizemos que esse
sistema é ponderado, pois teremos assim, em cada posição, um multiplicador que aumenta
com a potência de b.

2 Base de um Sistema de Numeração


A base de um sistema representa a quantidade de símbolos que podem ser utilizados na
representação de uma quantidade qualquer. A base 10 ainda é a base mais utilizada, desde
de tempos imemoráveis, mas não mais a única utilizada.

Com o desenvolvimento da eletrônica e sua sempre crescente utilização em sistemas


computacionais, a base 2 (sistema binário) passou a ser maciçamente utilizada na lógica
desses sistemas. Por comodidade para os programadores desses equipamentos, sistemas de
numeração múltiplos da base dois, tais como o octal (base 8 = 23) e mais fortemente o
hexadecimal (base 16 = 24), passaram a ser utilizados uma vez que, pelo fato da base ser
maior, o resultado são números representados por uma quantidade menor de algarismos, se
comparado ao sistema binário.

O modo de construção de um sistema de numeração segue sempre a mesma sequencia. Para


representamos uma determinada quantidade N, utilizando uma base b, teremos:

Nb = an.bn + .... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 + a-1.b-1 + a-2.b-2 + .... + a-n.b-n, considerando que:

an.bn + .... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 representa a parte inteira do número, enquanto

a-1.b-1 + a-2.b-2 + .... + a-n.b-n representa a parte fracionária.

Para qualquer sistema de numeração, ou seja, para qualquer base b utilizada, o maior valor
que pode ser representado por um único algarismo será própria base menos 1 (b - 1).
Podemos dizer então que uma base b qualquer é formada por b algarismos cujos valores
variam de 0 a (b-1).
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Estendendo a ideia para n algarismos, o maior número que poderá ser representado nessa
tal base, será um valor obtido multiplicando-se a base por ela mesma n vezes, menos 1.

Por exemplo, se considerarmos a base 10 e lançarmos mão de 4 algarismos, poderemos


representar quantidade de 0 a 104 – 1 = 10.000 – 1 = 9999. Esse será então o maior valor que
se pode representar na base 10 com 4 algarismos. Pelo fato de estarmos muito acostumados
com a base 10, esse resultado é facilmente entendido.

Agora podemos então expandir essa ideia para outras bases quaisquer e dizer que o maior
número inteiro N que pode ser representado com n algarismos em uma base b, pode ser
obtido pela expressão N = bn - 1.

De uma forma geral, entre as diversas possibilidades de sistemas de numeração que podemos
construir, os que realmente nos interessam são:

 Sistema de Numeração DECIMAL


 Sistema de Numeração BINÁRIO
 Sistema de Numeração OCTAL
 Sistema de Numeração HEXADECIMAL

2.1 Sistema Decimal ou Sistema de Base 10


O sistema decimal é formado por 10 símbolos diferentes utilizados para expressar uma
determinada quantidade, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, cada qual representando uma quantia
diferente, sendo que o 0 (zero) é o algarismo menos significativo e o 9 (nove) o algarismo mais
significativo. Com esses 10 símbolos podemos representar qualquer quantidade.

Para o homem, evidentemente esse é o sistema que mais interessa, aquele que se aprende
a trabalhar desde muito cedo, com o qual estruturamos todas as atividades que o homem
desenvolve no seu dia a dia. É o sistema para o qual conhecemos uma série métodos de
cálculo (algoritmos) para se obter os resultados desejados.

Para exemplificar a ideia de construção de um sistema, apresentada no item anterior,


tomemos o número 383, considerando-o escrito no sistema decimal.

Podemos assim decompo-lo: 383 = 3x102 + 8x101 + 3x100

Percebemos que algarismo 3 representa 300 (três centenas ou 3x10 2), o 8 representa 80 (oito
dezenas ou 8x101) e o 3 agora representa 3 mesmo (3 unidades ou 3x10 0), ratificando a fato
do sistema ser posicional como foi dito anteriormente, ou seja, que dependendo de onde o
símbolo (algarismo) se encontra, ele representa quantidades diferentes.

Logo: 383 = 3x102 + 8x101 + 3x100

3x100 + 8x10 + 3x1 = 300 + 80 +3

As grandezas que o homem sempre procurou quantificar, passam por infinitos valores sempre
que sofrerem uma variação de um valor para outro. Esse fato pode ser deduzido pelo conceito
de que entre dois números quaisquer, sempre existirá um outro número intermediário.

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Essas grandezas são ditas analógicas, sofrendo variações contínuas ao longo do tempo. A
busca pelo controle dessas grandezas e os processos a elas ligados, perde-se na história e
intensificado com a revolução industrial iniciada na Inglaterra.

A evolução dessas máquinas foram introduzindo cada vez mais elementos eletrônicos de
controle, inicialmente também analógicos. Em meados do século XIX, com os estudos de
George Boole e posteriormente com criação do transistor, associados a crescente
miniaturização de componentes eletrônicos, fez com que a eletrônica digital experimentasse
um forte crescimento ganhando cada vez mais espaço na indústria. Foi o início da era digital.

As maquinas e equipamentos passam a incorporar cada vez mais circuitos lógicos digitais e
estes utilizam o sistema binário, ou seja, apenas dois números, 0 e 1, que passam a ser
chamados de bit (do inglês binary digit). Podemos portanto, conceituar o bit como a unidade
mínima de informação em um sistema lógico digital ou sistema binário

Como foi colocado no início deste trabalho, existem vantagens na utilização do sistema binário
pelo ponto de vista da construção de circuitos eletrônicos, necessitando apenas de dois níveis
de tensão, para os quais os valores exatos não são tão importantes, bastando que haja uma
diferença que permita a eles atribuir os níveis lógicos 0 (Low Level) e 1 (High Level).
Normalmente, o bit 1 é associado ao nível alto de tensão enquanto o bit 0 é associado a um
nível baixo de tensão ou zero volt.

2.2 Sistema Binário ou Sistema de Base 2


O sistema de numeração binário, é formado por 2 algarismos apenas: 0 e 1, sendo então 0
(zero) o digito menos significativo (dms, em inglês LSD – Less Significant Digit) e 1 o dígito
mais significativo (DMS, em inglês MSD – Most Significant Digit). Como dito anteriormente,
esse é o sistema utilizado pelos equipamentos digitais e microprocessados.

Na verdade, qualquer circuito que apresente apenas duas situações muito bem definidas, como
ligado ou desligado, aberto ou fechado, etc, sem a possibilidade de estados intermediários, pode
ser trabalhado de modo digital, ou seja, com a utilização da lógica binária.

Como formamos os números no sistema binário?

Do mesmo modo que no sistema decimal ou de uma base b qualquer!

Utilizamos todos os símbolos da base considerada para formar os números com um algarismo
apenas, iniciando pelo zero até chegarmos em b-1, que como já mencionamos, é o maior valor
que pode ser representado com um algarismo apenas na base b. Depois, passamos a repetir
os símbolos dessa base, começando pelo zero novamente, mas agora acrescentando um
algarismo à esquerda, começando pelo 1.

Quando chegarmos novamente com b-1 para o algarismo da direita (dígito menos
significativo), voltamos a repetir os símbolos da base para o algarismo menos significativo e
na “casa” imediatamente à esquerda aumentamos para o próximo símbolo dessa base que
seria o 2. Novamente, agora com o dois à esquerda, vamos repetir o processo até essa
segunda “casa” da esquerda alcance b-1. Quando isso acontecer, dizemos que chegamos ao
maior valor que pode ser representado por dois algarismos nessa base b. Passamos então a
repetir os símbolos para essas duas casas à partir do zero e acrescentamos mais um
algarismo à esquerda, o terceiro, que também começará pelo 1 e avançará até b-1. O
processo então se repete infinitamente.

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Vejamos então como isso é feito para a base 10:


0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 chegamos ao último símbolo
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1
1 2
...
1 9 chegamos novamente ao último símbolo
2 0 o processo se repete, agora com 2 à frente
2 1
2 2
...
...
9 9 chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
...
...
9 9 9
1 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...

Como ficaria para a base 2?

0
1 Já chegamos ao último símbolo da base 2
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1 novamente já chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
1 0 1
1 1 0
1 1 1 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
1 0 0 0 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
...
1 1 1 1 chegamos ao final novamente trabalhando com 3 casas
1 0 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...
Notamos que 102 (le-se “um-zero na base 2) é o segundo número e representa a quantidade
2 no sistema decimal. Não podemos confundir 102 com 10 (dez). Por esse motivo não convém
chamar 102 de “dez”. Apesar da grafia semelhante, são como sabemos, coisas diferentes, e
devem ser chamadas de modos diferentes.

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Para que não haja confusão quanto ao que realmente significa o número apresentado, precisamos definir
que sempre que um número for apresentado sem o sufixo que indica o sistema de numeração utilizado
para a representação, iremos considerar que o número está sendo apresentado no sistema decimal. Para
outras bases quaisquer, existe a obrigatoriedade de se apresentar um indicativo dessa base.

2.3 Sistema Binário e Decimal lado a lado


Lembrando que Nb = an.bn + .... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0, podemos escrever para a base 10:
Nb = an.bn + .... + a4.104 + a3.103 + a2.102 + a1.101 + a0.100, que pode ser substituído por:
Nb = an.bn + .... + a4.10000 + a3.1000 + a2.100 + a1.10 + a0.1
Isso significa que os coeficientes serão multiplicados por 10, à cada casa para a esquerda, ou
seja, teremos os seguintes pesos para cada coeficiente:
.... a4 a3 a2 a1 a0
.... 10000 1000 100 10 1

O aumento se dá de 10 em 10, isso porque a base é 10. E se a base fosse 2?

Nb = an.bn + .... + a4.24 + a3.23 + a2.22 + a1.21 + a0.20, que pode ser substituído por:
Nb = an.bn + .... + a4.16 + a3.8 + a2.4 + a1.2 + a0.1
De modo análogo, os coeficientes serão agora multiplicados por 2, à cada casa para a
esquerda, ou seja, teremos os seguintes pesos para cada coeficiente:
.... a4 a3 a2 a1 a0
.... 16 8 4 2 1
Que são os pesos para cada casa do sistema binário, sendo considerado como o valor da
posição ocupada por um algarismo. Esse valor aumenta da direita para a esquerda à razão
de 2, chegando a um máximo de 2n-1, onde n é o número de dígitos que formam o número.
Podemos então montar a seguinte tabela:
22 22 21 20
8 4 2 1
0 0 0 0
0 0 0 1
0 0 1 0
0 0 1 1
0 1 0 0
0 1 0 1
0 1 1 0
0 1 1 1
1 0 0 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 0 1 1
1 1 0 0
1 1 0 1
1 1 1 0
1 1 1 1

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Para o sistema binário fica fácil saber qual é o valor representado, já que onde se tem zero
não devemos considerar o valor e onde se tem 1, consideramos o peso da casa onde ele se
encontra. Por exemplo, tomemos uma posição qualquer:

Potências de base 2 22 22 21 20
Valor de posição 8 4 2 1
Binário 1 0 1 1

Baseado no valor de posição, temos então 8 + 0 + 2 + 1 = 11. Portanto (1011)2 = 11

Desse modo é possível completar essa tabela, colocando ambos os sistemas para efeito de
comparação:
22 22 21 20
Decimal
8 4 2 1
0 0 0 0 0
0 0 0 1 1
0 0 1 0 2
0 0 1 1 3
0 1 0 0 4
0 1 0 1 5
0 1 1 0 6
0 1 1 1 7
1 0 0 0 8
1 0 0 1 9
1 0 1 0 10
1 0 1 1 11
1 1 0 0 12
1 1 0 1 13
1 1 1 0 14
1 1 1 1 15

Os sistemas decimais e microprocessados, como dissemos, trabalham muito bem com esse
sistema binário de representação. No entanto, é possível perceber que conforme o valor
representado vai aumentando, a representação binária necessita de muitos algarismos (bits)
a mais do que no sistema decimal. Isso é intuitivo, pois a base binária é muito menor do que
a decimal. Desse modo, com muitos algarismos a mais e com zeros e uns apenas, a
possibilidade de ocorrer erros de leitura ou escrita desses números é muito grande, ficando
muito melhor representa-los em outras bases maiores, porém múltiplas de 2, como as bases
8 (octal) e 16 (hexadecimal).

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2.4 Sistema Octal ou Sistema de base 8


O sistema de numeração octal, é formado por 8 símbolos diferentes, de zero a 7.

Como formamos os números no sistema octal?

0
1
2
3
4
5
6
7 chegamos ao último símbolo da base 8
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1
1 2
...
1 7 chegamos novamente ao último símbolo
2 0 o processo se repete, agora com 2 à frente
2 1
2 2
...
...
7 7 chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
...
...
7 7 7
1 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...

2.5 Sistema Hexadecimal OU Sistema de Base 16


O sistema de numeração hexadecimal, é formado por 16 símbolos diferentes, de zero a 15.
Na verdade, utilizamos os mesmos 10 símbolos, os do sistema decimal, indo então de zero a
9. Para representar os valores de 10 a 15 utilizamos as 6 primeiras letras do alfabeto: A, B, C,
D, E e F

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Como formamos os números no sistema octal?

0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 último símbolo decimal
A passamos a usar letras
B
C
D
E
F chegamos ao último símbolo
1 0 passamos a repetir os símbolos, agora com 1 à frente
1 1
1 2
...
1 9 último símbolo decimal
1 A passamos a usar letras
1 B
1 C
1 D
1 E
1 F chegamos novamente ao último símbolo
2 0 o processo se repete, agora com 2 à frente
2 1
2 2
...
...
F F chegamos ao último símbolo em ambas as casas
1 0 0 elas retornam a zero e o processo se repete, agora com 3 algarismos
...
...
F F F
1 0 0 0 e o processo se repete indefinidamente...

Para indicar que um numero está sendo escrito no sistema hexadecimal, podemos utilizar o
sufixo 16 como já foi dito ou a letra H, maiúscula ou minúscula. Exemplo 7AH

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A Tabela a seguir apresenta um resumo dos quatro sistemas de numeração que vimos

DECIMAL BINÁRIO OCTAL HEXADECIMAL


(base 10) (base 2) (base 8) (base 16)
0 0 0 0
1 1 1 1
2 10 2 2
3 11 3 3
4 100 4 4
5 101 5 5
6 110 6 6
7 111 7 7
8 1000 10 8
9 1001 11 9
10 1010 12 A
11 1011 13 B
12 1100 14 C
13 1101 15 D
14 1110 16 E
15 1111 17 F
16 10000 20 10
17 10001 21 11
18 10010 22 12
19 10011 23 13
20 10100 24 14
21 10101 25 15
22 10110 26 16
23 10111 27 17
24 11000 30 18
25 11001 31 19
26 11010 32 1A
27 11011 33 1B
28 11100 34 1C
29 11101 35 1D
30 11110 36 1E
31 11111 37 1F
32 100000 40 20
33 100001 41 21
34 100010 42 22
35 100011 43 23
36 100100 44 24
37 100101 45 25
38 100110 46 26
39 100111 47 27
40 101000 50 28
41 101001 51 29
42 101010 52 2A
43 101011 53 2B
44 101100 54 2C
45 101101 55 2D
46 101110 56 2E
47 101111 57 2F
48 110000 60 30
49 110001 61 31
50 110010 62 32

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3 Conversão de Sistemas (Conversões entre Bases)


Neste estudo, vamos apresentar métodos para conversão de um número para diversas bases.

3.1 Conversão de uma base b qualquer para a base 10


Essa conversão é feita baseada no método de formação de uma base b qualquer. Vamos
considerar então um número N qualquer escrito na base b. Sua transformação para a base
10 pode ser feita pela aplicação da expressão geral de formação da base b:

Nb = an.bn + an-1.bn-1 + an-2.bn-2 +... + a2.b2 + a1.b1 + a0.b0 + a-1.b-1 + a-2.b-2 + .... + a-n.b-n

Para exemplificar, vamos converter o número 232214 para a base dez.

Aplicando a expressão geral, teremos:

1232214 = 1x45 + 2x44 + 3x43 + 2x42 + 2x41 + 1x40 =


= 1x1024 + 2x256 + 3x64 + 2x16 + 2x4 + 1x1 = 1769

3.1.1 De binário para base 10

Para convertermos de binário para decimal procedemos conforme segue:


Exemplo: 11010(2) para base 10
1 1 0 1 0 = (1) . 24 + (1). 23 + (0) . 22 + (1) . 21 + (0) . 20 = 16 + 8 + 0 + 2 + 0 = 26
11010(2) para base 10 = 26

3.1.2 De octal para base 10

Para convertermos de octal para decimal procedemos conforme segue:


Exemplo: 354(8) para base 10
3 5 4 = (3) . 82 + (5) . 81 + (4) . 80 = 3 . 64 + 5 . 8 + 4 . 1 = 192 + 40 + 4 = 236
354(8) para base 10 = 236.

3.1.3 De hexadecimal para base 10

Para convertermos de hexadecimal para decimal procedemos conforme segue:


Exemplo: 5A3(16) para base 10
5 A 3 = (5) .162 + (A) . 161 + (3) . 160 = 5 . 256 + 10 . 16 + 3 . 1 = 1280 + 160 + 3 = 1443
5ª316) para base 10 = 1443.

3.2 Conversão da base 10 para uma base b qualquer


A conversão de um número da base 10 para uma base qualquer deve ser feita de modo
diferente para a parte inteira e a parte fracionária do número, ou seja, os algoritmos de
conversão são diferentes.

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Para a parte inteira, fazemos divisões sucessivas do número a ser convertido pelo valor da
base em que se deseja converte-lo. Ao final, quando não for mais possível dividir por b, o resto
irá apresentar o número para o qual foi convertido. Para tanto, basta tomar o número de trás
para frente, ou seja, o primeiro resto obtido será o dígito menos significativo e o quociente
será o dígito mais significativo.

Para a parte fracionária, temos que multiplica-la sucessivamente pela base. Do resultado
obtido, iremos considerar a parte inteira como o primeiro algarismo da parte fracionária do
número convertido, ou seja, a primeira casa decimal. A parte fracionária restante será
novamente multiplicada pela base para se obter o número da próxima casa decimal. Repete-
se esse processo até que se alcance o número de casas desejado ou até que se obtenha
resultado nulo.

3.2.1 Conversão para sistema binário ou base 2

Para começarmos, vamos converter um número pequeno, com parte inteira apenas: 9.

Conforme explicado acima, faremos divisões sucessivas pela base 2:

8 (10) |_2

0 4 |_2

0 2 |_2

0 1

(1000)2

Aumentando um pouco o valor numérico, podemos converter o número 59 para a base 2:

59 (10) | 2

1 29 | 2

1 14 | 2

0 7|2

1 3 |_2

1 1 (111011)2

Para aumentar o grau de dificuldade, vamos agora converter um número fracionário: 9,37510

9 |_2

1 4 |_2

0 2 |_2

0 1 Parte inteira: (1001)2

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0,375
x2
0,750
x2
1,500 0,500
x2
1,000 Parte fracionária: (0,011)2
Juntando a parte inteira com a fracionária ⇒ 1001 + 0,011 = (1001,011)2
Eventualmente, podemos não obter o valor zero com algumas poucas multiplicações pela
base, ou seja, com algumas poucas casas decimais. Poderíamos continuar a indefinidamente
essa operação de multiplicação em busca de um resultado “0”, se isso for possível, ou
interromper a conversão. Nesse caso, teremos apenas um valor aproximado, que será tanto
melhor quanto maior forem as casas decimais obtidas. Vamos a um exemplo:
Converter 8,365(10) para a base 2.
A parte inteira 8 é muito simples e resultará em 1000(2)
Para a parte fracionária 0,365 teremos:
0,365 x 2 = 0,73 → 0 é o primeiro algarismo fracionário
0,73 x 2 = 1,46 → 1
0,46 x 2 = 0,92 → 0
0,92 x 2 = 1,84 → 1
0,84 x 2 = 1,68 → 1
Se interrompermos aqui, o resultado será 1000,01011(2)
Aumentando a quantidade de operações, teremos:
0,365 x 2 = 0,73 → 0 é o primeiro algarismo fracionário
0,73 x 2 = 1,46 → 1
0,46 x 2 = 0,92 → 0
0,92 x 2 = 1,84 → 1
0,84 x 2 = 1,68 → 1
0,68 x 2 = 1,36 → 1
0,36 x 2 = 0,72 → 0
0,72 x 2 = 1,44 → 1
0,44 x 2 = 0,88 → 0
0,88 x 2 = 1,76 → 1

Se interrompermos aqui, o resultado será 1000,0101110101(2)

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16
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Vamos agora tomar o caminho inverso e para cada número binário obtido, converte-lo ao
respectivo correspondente decimal. Claro que a parte inteira de ambos resultará em 8.
Quanto a parte fracionária teremos:

Com 5 algarismos:

0,01011 = 0x2-1+1x2-2+0x2-3+1x2-4+1x2-5 = 0x1/2+1x1/4+0x1/8+1x1/16+1x1/32 =

= 1/4 + 1/16 + 1/32 = 0,25 + 0,0625 + 0,03125 = 0,34375

Logo: 1000,01011(2) → 8,34375

Com 10 algarismos:

0,0101110101 = 0x2-1+1x2-2+0x2-3+1x2-4+1x2-5+1x2-6+0x2-7+1x2-8+0x2-9+1x2-10 =

= 0x1/2+1x1/4+0x1/8+1x1/16+1x1/32+1x1/64+0x1/128+1x1/256+0x1/512+1x1/1024 =

= 1/4 + 1/16 + 1/32 + 1/64 + 1/256+ 1/512 + 1/1024 =

= 0,25 + 0,0625 + 0,03125 + 0,015625 + 0,00390625 + 001953125 + 0,009675625 =

= 0,364257813

Logo: 1000, 0101110101 (2) → 8, 364257813, que é muito mais próximo de 8,365 do
que o valor obtido anteriormente (8,34375). Isso é óbvio pois, quanto mais aumentarmos as
casas decimais nos processos de conversão de bases, maior será a precisão obtida.

3.2.2 Conversão para sistema octal ou base 8

Procedimento idêntico ao binário, mudamos apenas o divisor de 2 para 8

284 (10) | 8

4 35 | 8

3 4 284 = (434)8

3.2.3 Conversão para sistema hexadecimal ou base 16

Do mesmo modo:

2381(10) | 16

13 148 |_16

4 9 2381 = (94D)16

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17
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3.3 Conversões entre as bases 2, 8 e 16


A primeira observação a ser feita é que a base 8 e 16 são potências da base 2 (2 3 = 8 e 24 =
16). Esse fato torna o processo de conversão entre essas 3 bases muito simples. A base 2
será então a conexão entre uma base e outra, ou seja, para se converter um número expresso
em uma base n, potência de 2 (2n), para uma outra base m, também potencia de 2 (2m),
reescrevemos os números da base n em binários composto por n bits e depois reagrupamos
esses bits em grupos de m bits, começando da direita para a esquerda.

Vamos exemplificar: (434)8  ( )16

(434)8. = (100 011 100)2 = (100011100)2 = (1 0001 1100)2 = (1 1 C)16

em grupos de 3 bits (23=8) rearranjados em grupos de 4 bits (24=16)

O processo é o mesmo envolvendo a base 10, só que agora a base utilizada como meio de
conversão é a base 2. Isso significa que basicamente faremos sempre conversões de uma base
qualquer (potência de 2 é claro), para uma outra base qualquer (também potência de 2!)

Vamos então trabalhar com essas duas formas de conversão, da base 2 para uma base
qualquer e de uma base qualquer para a base 2.

3.3.1 Conversão de uma base b (potência de 2) qualquer para a base 2

Basta reescrever cada número em seu equivalente binário usando n bits, onde 2 n = b

3.3.1.1 Sistema octal para sistema binário

Exemplo 1: (418)8  ( )2

A base 8 precisa de 3 bits para a representação de todos os números:

(416)8 = 100 001 110 = (100001110)2

4 1 6

Exemplo 2: (135)8  ( )2

(135)8 = 001 011 101 = (001011101)2

1 3 6

Os zeros à esquerda não são significativos,


podendo ser omitidos: (1011101)2

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3.3.1.2 Sistema hexadecimal para sistema binário

Exemplo 1: (9E4)16  ( )2

A base 16 precisa de 4 bits para a representação de todos os números:

(9E4)8 = 1001 1110 0100 = (100111100100)2

9 E 4

Exemplo 2: (30A)16  ( )2

(30A)16 = 0011 0000 1010 = (001100001010)2

3 0 A

Os zeros à esquerda não são significativos,


podendo ser omitidos: (1100001010)2

3.3.2 Conversão da base 2 para uma base b (potência de 2) qualquer

Basta reescrever a representação binária em grupos de n bits, onde 2 n = b

3.3.2.1 Sistema binário para sistema octal

Como já exposto acima, para conversão de um número binário ao sistema octal, basta
rearranjar os bits em grupos de 3, começando da direita para a esquerda:

Exemplo: (1001010010)2  ( )8

(1001010010)2 = 1 001 010 010 = (1122)8

3.3.2.2 Sistema binário para Hexadecimal

Do mesmo modo:

Exemplo: (1001010010)2  ( )16

(1001010010)2 = 10 0101 0010 = (252)16 = (252)H

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3.3.3 Sistema octal para sistema hexadecimal

Usamos a base 2 como meio de conversão, ou seja, escrevemos o octal na forma binária e
depois convertemos de binário para hexadecimal.

(1122)8 = 1 001 010 010 = (1001010010)2 = 10 0101 0010 = (252)16 = (252)H

3.3.4 Sistema hexadecimal para sistema octal

Do mesmo modo que o anterior, temos:

(252)H = (252)16 = 10 0101 0010 = (1001010010)2 = 1 001 010 010 = (1122)8

4 Exercícios resolvidos
4.1 Sistema de Numeração
1. O que caracteriza um sistema digital? E um sistema analógico?
R.: Em um sistema digital uma informa pode assumir um número limitado de valores entre
dois extremos; podemos dizer que a faixa de valores possíveis é discreta e apresenta uma
quantidade de valores finita. Em um sistema analógico uma informação pode assumir
qualquer valor entre dois extremos; podemos dizer que a faixa de valores e contínua e
apresenta infinitos valores.

2. Cite 3 vantagens do uso de sistema digitais sobre sistemas analógicos.


R.: Maior facilidade de implementação
Maior imunidade a ruídos
Replicabilidade (possibilidade de se obter o mesmo resultados em diferentes unidades
de um mesmo equipamento).

4.2 Conversão de Sistemas


3FC916 = ( )8

3 F C 9
0011 1111 1100 1001
011 111 111 001 001
3 7 7 1 1 3FC916 = 377118

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5 Exercícios propostos
5.1 Sistema de Numeração
1. Qual o maior número decimal que pode ser representado em base 2, usando:
a) 4 bits _________
b) 8 bits _________
c) 10 bits _________
d) 16 bits _________

2. Quantos bits são necessários para representar cada um dos números decimais
abaixo?
a) 51210 b) 1210 c) 210 d) 1710 e) 3310 f) 4310 g) 710

3. Quantos bits são necessários para representar os números decimais na faixa de 0 a


999 usando código binário puro? E código BCD?

4. Os endereços das posições de memória de um microcomputador são números


binários que identificam cada posição da memória onde um byte é armazenado. O
número de bits que constitui um endereço depende da quantidade de posições de
memória. Visto que o número de bits pode ser muito grande, o endereço é
especificado em hexa em vez de binário.
a) Se um computador tem 20 bits de endereço, quantas posições diferentes de
memória ele tem?
b) Quantos dígitos hexa são necessários para representar um endereço de uma
posição de memória? Qual o endereço, em hexa, da 256ª posição da memória (o
primeiro endereço é 0)?

5. Uma câmera digital, que grava em preto-e-branco, mede e grava um número binário
que representa o nível (intensidade) de cinza em cada pixel da imagem. Por
exemplo, se usarmos números de 4 bits, o valor correspondente ao preto é ajustado
em 0000 e o valor correspondente ao branco em 1111, e qualquer nível de cinza fica
entre 0000 e 1111. Se usarmos 6 bits, o preto corresponderá a 000000 e o branco a
111111 e todos os tons de cinza estarão entre esses dois valores. Suponha que
desejamos distinguir entre 254 diferentes tons de cinza em cada pixel da imagem.
Quantos bits seriam necessários para representar esses tons?

6. Em um CD de áudio, o sinal de tensão de áudio é amostrado cerca de 44000 vezes


por segundo, e o valor de cada amostra é gravado na superfície do CD como um
número binário. Em outras palavras, cada número binário gravado representa um
único ponto da forma de onda do sinal de áudio.
a. Se os números binários tem uma extensão de 6 bits, quantos valores diferentes
de tensão podem ser representados por um único número binário? Repita o
cálculo para 8 e 10 bits
b. Se forem 10 bits, quantos bits serão gravados no CD em um segundo?
c. Se um CD tem capacidade de armazenar 5 bilhões de bits, quantos segundos de
áudio podem ser gravados quando se usam números de 10 bits?

7. Elabore um sistema numérico hipotético de base 4. Apresente os algarismos e a


sequência de números equivalentes ao sistema decimal até 19 10.

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8. A partir da tabela continue a sequência numérica dos sistemas Binário e


Hexadecimal:

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5.2 Conversão de Sistemas

1. Preencha os quadros abaixo

Decimal Binário Hexa Decimal Binário Hexa


23 2
64 12
65 125
100 1024
1010 32000

Binário Decimal Hexa Binário Decimal Hexa


0101 1100
10101010 10010111
00110011 10110100
11110000 01110011
1011011011 1001110101

Hexa Binário Decimal Hexa Binário Decimal


C 3
17 10
3F4 CD
5B6 567
3FBA 1FFE

2. Converter os números dados nos seus respectivos valores nos demais sistemas
apresentados abaixo:

2 0 1 1 16 2

16 6 4 3 8 2 10 2

16 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 2

D B 5 D 16 2

16 4 2 5 6 7 10 2

16 10 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 2

16 1 7 9 3 9 10 2

F 7 0 9 16 10 2

16 10 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 2

16 0 2 4 6 8 10 2

1 E 3 0 16 10 2

16 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 2

16 8 6 0 5 4 10 2

16 10 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2

A A 4 C 16 10 2

16 5 4 2 6 8 10 2

16 5 9 1 7 3 10 2

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ÁLGEBRA DE BOOLE

1. Introdução
Em 1841, George Boole, matemático inglês, lança-se à busca de uma linguagem matemática
universal para o equacionamento da lógica. A álgebra booleana foi então apresentada 1854,
fundamentada no sistema binário, passa a ser utilizada em projetos de sistemas digitais. A
correlação entre o sistema binário e os circuitos elétricos já era notado, uma vez que as
variáveis envolvidas nesses sistemas possuem apenas dois valores possíveis, como exemplo,
uma chave fechada ou aberta, uma carga ligada ou desligada, etc. Assim, podemos ter as
seguintes situações:

Chave aberta => Em corte, Desligada, falso, etc.

Chave fechada => Saturado, Ligada, verdadeiro, etc.

Podemos associar esses estados aos chamados Níveis Lógicos (0 ou 1) e ainda a valores de
tensão. Isso pode ser feito de dois modos diferentes, contrários, denominados Lógica Positiva
e Lógica Negativa. O mais comum é o uso da lógica positiva, que podemos ver a seguir:

Chave aberta => L (low), NL0

Chave fechada => H (hight), NL1.

Para entendermos essa ideia, vamos considerar um circuito formado por uma lâmpada
alimentada por uma bateria através de uma chave interruptora. Dependendo do estado
(posição) da chave a lâmpada estará acesa ou apagada.

Chave aberta => NL0 Lâmpada apagada

Chave fechada => NL1 Lâmpada acesa

As operações básicas da álgebra booleana são: E (AND), OU (OR) e NÃO (NOT), onde as
variáveis utilizadas, denominadas variáveis Booleana podem assumir valores binários: 0 ou1.
Mais adiante em nossos estudos, associaremos esses valores binários, assumidos pelas
variáveis Booleanas nas operações algébricas, aos níveis lógicos e por conseguinte aos
valores de tensão.

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2. Postulados
Os postulados são afirmações dentro da álgebra e que dispensam demonstração.

2.1. Complemento
Postulado da complementação ou NÂO (NOT), também chamada de operação “—“ (Barra).

Sendo dada uma variável lógica A, que pode assumir apenas os valores 0 e 1, o complemento
dessa variável, que será representado por , será sempre o inverso ou a negação de A.

Se A = 0  =1

Se A = 1  =0

̿ = A (01)
Esse postulado, nos leva ao teorema 𝐀

Verificando:

A=0  = 1 e se =1  = 0  Se A = 0  =0

A=1  = 0 e se =0  =1  Se A = 1  =1

2.2. Adição
Postulado da adição, ou então, OU (OR), também chamada de operação “+”.

A função lógica OU (OR) (adição booleana) tem suas regras definidas na tabela:

0+0=0 lê-se : zero OU zero igual a zero

0+1=1

1+0=1

1+1=1

Podemos a partir daí tirar as seguintes conclusões:

A+0=A (02)

A+1=1 (03)

A+A=A (04)

̅=1
A+𝐀 (05)

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Prova:

Considerando que a variável A pode assumir dois valores: 0 ou 1, podemos ter:

a. A + 0 = A Se A = 0  0 + 0 = 0  igual ao valor de A

Se A = 1  1 + 0 = 1  igual ao valor de A

b. A + 1 = 1 Se A = 0  0 + 1 = 1

Se A = 1  1 + 1 = 1

c. A + A = A Se A = 0  0 + 0 = 0  igual ao valor de A

Se A = 1  1 + 1 = 1  igual ao valor de A

d. A + A
̅= 1 Se A = 0  0 + 1 = 1

Se A = 1  1 + 0 = 1

2.3. Multiplicação
Postulado da multiplicação ou então E (AND), também chamada de operação “.”

Este postulado determina as regras da multiplicação dentro da álgebra booleana.

Temos abaixo a tabela da função lógica E (AND).

0.0=0 lê-se : zero E zero igual a zero

0.1=0

1.0=0

1.1=1

Através desse postulado, podemos estabelecer os seguintes teoremas:

A.0=0 (06)

A.1=A (07)

A.A=A (08)

̅= 0
A.𝐀 (09)

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Prova:

Considerando que a variável A pode assumir dois valores: 0 ou 1, podemos ter:

a. A . 0 = 0 A = 0  0 . 0 = 0

A = 1  1 . 0 = 0

b. A . 1 = A A = 0  0 . 1 = 0  igual ao valor de A

A = 1  1 . 1 = 1  igual ao valor de A

c. A . A = A A = 0  0 . 0 = 0  igual ao valor de A

A = 1  1 . 1 = 1  igual ao valor de A

d. A . A
̅= 0 A = 0  0 . 1 = 0

A = 1  1 . 0 = 0

3. Propriedades
Diferente dos postulados, as propriedades da álgebra booleana podem ser demonstradas,
afirmando sua veracidade. Essas propriedades são muito semelhantes às propriedades
válidas na álgebra comum.

3.1. Propriedade Comutativa


a) NA MULTIPLICAÇÂO A.B=B.A (10)

Através do postulado da multiplicação, podemos provar essa igualdade, analisando todas as


possibilidades.

A B A.B B.A
0 0 0 0
0 1 0 0
1 0 0 0
1 1 1 1

b) NA ADIÇÃO A+B=B+A (11)

Igualmente ao item anterior, provaremos essa igualdade, analisando todas as possibilidades:

A B A+B B+A
0 0 0 0
0 1 1 1
1 0 1 1
1 1 1 1

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3.2. Propriedade Associativa

a) NA MULTIPLICAÇÃO A . (B . C) = (A . B) . C (12)

A B C A . (B . C) (A . B) . C)
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 0 0
1 1 0 0 0
1 1 1 1 1

b) NA ADIÇÃO A + (B+C) = (A + B) + C (13)

A B C A + (B + C) (A + B) + C)
0 0 0 0 0
0 0 1 1 1
0 1 0 1 1
0 1 1 1 1
1 0 0 1 1
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1

3.3. Propriedade Distributiva


a) Da multiplicação em relação à adição A . (B + C) = A . B + A . C (14)

A B C A . (B + C) A.B+A.C
0 0 0 0 0
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 1 1

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b) Da adição em relação à multiplicação A + (B . C) = (A + B) . (A + C) (15)

4. Teoremas
4.1. 1º Teorema de De Morgan
O 1º teorema de De Morgan diz: o complemento do produto é igual á soma dos complementos.
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐀 .𝐁 .𝐂 = 𝐀̅+𝐁̅ + 𝐂̅ (16) (estende-se para N variáveis)

Provemos, através da igualdade, analisando todas as possibilidades:

A B C ̅̅̅̅̅̅̅̅̅
A .B .C ̅+B
A ̅ + C̅
0 0 0 1 1
0 0 1 1 1
0 1 0 1 1
0 1 1 1 1
1 0 0 1 1
1 0 1 1 1
1 1 0 1 1
1 1 1 0 0

Para duas variáveis podemos escrever: ̅̅̅̅̅̅ ̅+B


A .B = A ̅

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4.2. 2º Teorema de De Morgan


O 2º teorema de De Morgan diz: o complemento da soma é igual ao produto dos
complementos.
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐀+𝐁+𝐂=𝐀 ̅ . 𝐂̅
̅.𝐁 (17) (estende-se para N variáveis)
Provemos:

A B C ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
A+ B+ C ̅.B
A ̅ . C̅
0 0 0 1 1
0 0 1 0 0
0 1 0 0 0
0 1 1 0 0
1 0 0 0 0
1 0 1 0 0
1 1 0 0 0
1 1 1 0 0

Para duas variáveis podemos escrever: ̅̅̅̅̅̅̅


A+B=A ̅.B
̅

4.3. Absorção
̅B=A+B
A +𝐀 (18) Também chamado de “Identidade Auxiliar” da absorção.
Vamos provar esta identidade:
̅ B = ̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿̿
̅B=A ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ . ̅̅̅̅̅̅̅
̅ B) = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ . (A + B ̅) = ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
̅ .A + A ̅ .B̅) = ̅̅̅̅̅̅
̅ .B̅=A+B
A+A A + A (A A A A

Identidades Auxiliares:

a) A + A . B = A (19)

A + A . B=

= A . (1 + B) = (colocando variável A em evidência)

=A.1= (pelo postulado 1 + B = 1)

=A (pelo postulado da multiplicação A . 1 = A)

Portanto, A + A . B = A

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30
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b) A . (A + B) = A (20)

A . (A + B) =

=A.A+A.B= (utilizando a propriedade distributiva)

=A+A.B= (considerando que A . A = A)

=A (que já foi demonstrada verdadeira em a)

Portanto, A . (A + B) = A

̅=A
c) A . B + A . B (21)

̅ =
A.B+A.B

̅) =
=A.(B+B (colocando variável A em evidência)

=A.1 (Postulado da adição B + B = 1

=A (pelo postulado da multiplicação A . 1 = A)

̅=A
Portanto: A . B + A . B

̅) = A
d) (A + B) . (A + B (22)

̅)
(A + B) . (A + B =

̅+A.B+B.B
= A.A + A . B ̅ = (Propriedade distributiva)

̅+A.B+0=
=A+A.B (postulado da multiplicação A.A = A e B. B =0)

̅ + A.B =
= A + A. B (zero é o elemento neutro da adição)

̅+B)=
= A (1 + B (colocando variável A em evidência)

=A.1 (Postulado da adição: 1 + B + B = 1)

=A (pelo postulado da multiplicação A . 1 = A)

̅) = A
Portanto: (A + B) . (A + B

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e) (A + B) . (A + C) = A + B.C (23)

(A + B) . (A +C) =

= A.A + A.C + A.B + B.C = (Propriedade distributiva)

= A + A.C + A.B + B.C = (Postulado da multiplicação A.A = A)

= A . (1 + B + C) + B.C = (Propriedade distributiva para evidenciar A)

= A . 1 + B.C = (Postulado da adição 1 + X = 1)

= A + B.C (Postulado da multiplicação A .1 = A)

Portanto: (A + B) . (A + C) = A + B.C

Demonstre as demais identidades:

f) A . ( A + B) = A . B (24)

g) A + B . C = (A + B) . (A + C) (25)

h) A . (B + C) = A . B + A . C (26)

i) A . B + A . C = (A + C) . ( A + B) (27)

j) (A + B) . ( A + C) = A . C + A . B (28)

k) A . B + A . C + B . C = A . B + A . C (29)

l) (A + B) . ( A + C) . (B + C) = (A + B) . ( A + C) (30)

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5. Resumo dos Postulados, propriedades e teoremas da


Álgebra Booleana
Os principais postulados e princípios da Álgebra Booleana são:
I- COMPLEMENTO ̿ = A
𝐀 (01)
II- POSTULADO DA SOMA A+0=A (02)
A+1=1 (03)
A+A=A (04)
̅=1
A+𝐀 (05) (Teorema da Negação)

III- POSTULADO DA MULTIPLICAÇÃO


A.0=0 (06)
A.1=A (07)
A.A=A (08)
̅= 0
A.𝐀 (09) (Teorema da Negação)

IV- PROPRIEDADE COMUTATIVA A.B=B.A (10)


A+B=B+A (11)

V- PROPRIEDADE ASSOCIATIVA A . (B . C) = (A . B) . C (12)


A + (B+C) = (A + B) + C (13)

VI- PROPRIEDADE DISTRIBUTIVA A . (B + C) = A . B + A . C (14)


A + (B . C) = (A + B) . (A + C) (15)

VII- TEOREMA DE DE MORGAN ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅


𝐀 .𝐁 .𝐂 = 𝐀 ̅ + 𝐂̅
̅+𝐁 (16)
̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐀 +𝐁+𝐂=𝐀 ̅.𝐁̅ . 𝐂̅ (17)

VIII- ABSORÇÃO ̅B=A+B


A +𝐀 (18)

IX- IDENTIDADE AUXILIAR A+A.B=A (19)


A . (A + B) = A (20)
̅=A
A.B+A.𝐁 (21)
̅) = A
(A + B) . (A + 𝐁 (22)
(A + B) . (A + C) = A + B.C (23)
̅ + B) = A . B
A . (𝐀 (24)
A + B . C = (A + B) . (A + C) (25)
A . (B + C) = A . B + A . C (26)
A.B+𝐀 ̅ . C = (A + C) . (𝐀
̅ + B) (27)
̅ + C) = A . C + 𝐀
(A + B) . (𝐀 ̅.B (28)
̅ . C +B. C=A. B + 𝐀
A.B+𝐀 ̅.C (29)
̅ + C) . (B + C) = (A + B) . (𝐀
(A + B) . (𝐀 ̅ + C) (30)

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6. Leitura Complementar
Base Binária e álgebra de BOOLE – Um pouco de história....
Extraído de: https://sites.google.com/site/faetecjln/home/faetec/eletronica-digital/boole-e-sua-historia em 03/03/2016

A primeira máquina que efetuava facilmente subtração, multiplicação e divisão foi inventada
por um gênio, Gottfried Wilheim Leibniz, cuja imaginação parecia inesgotável.

Gottfried Wilheim Leibniz nasceu em 1646, em Leipzig, na Alemanha. Seu pai, professor de
filosofia da moral, morreu quando o menino tinha apenas 6 anos, mas Leibniz já estava bem
orientado no caminho do conhecimento. Passava os dias na biblioteca do pai, estudando
história, latim, grego e outros assuntos.

Quando entrou na Universidade de Leipzig, com 15 anos, já possuía um conhecimento que


rivalizava com a de muitos de seus professores. No entanto, novos mundos abriram-se para
ele na universidade. Defrontou-se pela primeira vez com os trabalhos de Johannes Kepler,
Galileu e outros sábios que estavam, então, ampliando rapidamente as fronteiras do
conhecimento científico. Fascinado pela velocidade do progresso da ciência, Leibniz
acrescenta a matemática no seu currículo.

Em 1672, durante uma temporada em Paris, Leibniz começou a estudar com o matemático e
astrônomo holandês Christian Huygens. A experiência estimulou-o a procurar descobrir um
método mecânico de aliviar as intermináveis tarefas de cálculo dos astrônomos. "Pois é
indigno para esses sábios homens", escreveu Leibniz, "perder horas, como escravos, em
trabalhos de cálculo que poderiam, com segurança, ficar a cargo de qualquer pessoa, caso se
usassem máquinas".

No ano seguinte, ficou pronta sua calculadora mecânica, que se distinguia por possuir três
elementos significativos. A porção aditiva era, essencialmente, idêntica à da Pascaline, mas
Leibniz incluiu um componente móvel (precursor do carro móvel das calculadoras de mesa
posteriores) e uma manivela manual, que ficava ao lado e acionava uma roda dentada - ou,
nas versões posteriores, cilindros - dentro da máquina. Esse mecanismo funcionava, com o
componente móvel, para acelerar as adições repetitivas envolvidas nas operações de
multiplicação e divisão. A própria repetição tornava-se automatizada.

Leibniz: Um dos Precursores do Código Binário

Qualquer computador digital, independente do tamanho ou da finalidade a que se destina,


significa, em sua essência, um sistema de tráfego de informações expresso em zeros e uns.

Um código de dois símbolos não é a única alternativa ao sistema decimal. A aritmética


babilônica baseava-se no número 60, e nos costumes e linguagem dos povos que falam inglês
estão submersos os remanescentes de um sistema de base 12, que em certa época imperou
nas ilhas britânicas: 12 meses num ano, 12 polegadas num pé, dois períodos de 12 horas num
dia, medidas em grupos de dúzias etc. Inspirado no número de dedos no par das mãos
humanas, o sistema decimal terminou por ofuscar todos os outros meios de numeração, pelo
menos no Ocidente.

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Certos pensadores ocidentais pós-renascentistas, no entanto, fascinaram-se pela


simplicidade dos dois estados da numeração binária. Lentamente, o conceito infiltrou-se em
disciplinas científicas isoladas, da lógica e da filosofia à matemática e à engenharia, ajudando
a anunciar a aurora da era do computador.

Leibniz foi um dos primeiros defensores do sistema binário, que chegou a ele de uma
maneira indireta. Em 1666, enquanto completava seus estudos universitários, e bem antes de
inventar sua calculadora de rodas dentadas. Leibniz, então com 20 anos, esboçou um trabalho
que, modestamente, descrevia como um ensaio de estudante.

Denominado De Arte Combinatória (Sobre a Arte das Combinações), esse pequeno trabalho
delineava um método geral para reduzir todo pensamento - de qualquer tipo e sobre qualquer
assunto - a enunciados de perfeita exatidão. A lógica (ou, como ele a chamava, as leis do
pensar) seria então transposta do domínio verbal, que é repleto de ambigüidades, ao domínio
da matemática, que pode definir com precisão as relações entre objetos ou enunciados. Além
de propor que todo pensamento racional se tornasse matemático, Leibníz invocava "uma
espécie de linguagem ou escrita universal, mas infinitamente diversa de todas as outras
concebidas até agora, isso porque os símbolos e até mesmo as palavras nela envolvidas
estariam relacionadas com a exatidão, e os erros, exceto os factuais, seriam meros erros de
cálculo. Seria muito difícil formar ou inventar essa linguagem, mas também seria muito fácil
compreendê-la sem utilizar dicionários".

Refinamento do Sistema Binário

Seus contemporâneos, talvez perplexos, talvez sentindo-se insultados por suas idéias,
ignoraram esse ensaio, e o próprio Leibniz, ao que parece, nunca voltou a retomar a idéia da
nova linguagem. Uma década mais tarde, porém, ele começou a explorar de uma nova
maneira as potencialidades da matemática, concentrando-se em aprimorar o sistema binário.
Enquanto trabalhava, transcrevendo laboriosamente fileiras após fileiras de números decimais
transformados em binários, era estimulado por um manuscrito secular que lhe chamara a
atenção. Tratava-se de um comentário sobre o venerável livro chinês "I Ching, ou Livro das
Mutações", que procura representar o universo e todas as suas complexidades por meio de
uma série de dualidades: contrastando luz e trevas, macho e fêmea. Encorajado por essa
aparente validação de suas próprias noções matemáticas, Leibniz continuou aperfeiçoando e
formalizando as intermináveis combinações de uns e zeros, que constituíram o moderno
sistema binário.

No entanto, não obstante toda a sua genialidade, Leibniz não conseguiu descobrir nenhuma
utilidade imediata para o produto de seus esforços. Sua calculadora de rodas dentadas fora
projetada para trabalhar com números decimais, e Leibniz nunca a converteu para números
binários, talvez intimidado pelas longas cadeias de dígitos criadas por esse sistema. Como
apenas os dígitos zero e um são utilizados, o número 8, por exemplo, torna-se 1000 quando
convertido em binário, e o equivalente binário do número decimal 1000 é a incômoda cadeia
1111101000. Mais tarde o gênio alemão efetivamente dedicou certo tempo pensando em
como utilizaria números binários num dispositivo de cálculo, mas nunca tentou efetivamente
construir tal máquina. Em vez disso, preocupou-se em investir o sistema binário de
significados místicos, vendo nele a imagem da criação.

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BOOLE e a obra denominada "Uma Investigação das Leis do Pensamento"

Em 1841, mais de um século após a morte de Leibniz, um matemático


inglês autodidata chamado George Boole retomou vigorosamente a
procura de uma linguagem universal.
É notável que um homem de origem humilde como Boole fosse capaz
de assumir tal busca. Filho de comerciantes pobres, dificilmente
poderia obter uma educação sólida, e muito menos dedicar-se a uma
carreira intelectual. Mas sua determinação era ilimitada.
Criança precoce, aos 12 anos Boole já dominava o latim e o grego.
Mais tarde, incorporou o francês, o alemão e o italiano à sua bateria de
idiomas. Depois foi a vez da matemática: devorando todas as publicações especializadas que
lhe chegavam às mãos, dominou as mais complicadas idéias de seu tempo. Durante a década
seguinte, Boole começou a construir sua própria reputação, produzindo um fluxo constante de
artigos para periódicos locais. Seu trabalho causou tão boa impressão que, em 1849, foi
convidado a fazer parte de uma faculdade de matemática da Irlanda.
Com mais tempo para pensar e escrever, Boole voltava-se para o assunto sobre o qual Leibniz
especulara muito tempo antes: colocar a lógica sob o domínio da matemática. Boole já tinha
escrito um importante artigo sobre esse conceito, A Análise Matemática da Lógica, em 1847.
Em 1854 ele aprimoraria suas idéias num trabalho intitulado:

Uma Investigação das Leis do Pensamento.

Seus ensaios pioneiros revolucionaram a ciência da lógica. O que Boole concebeu era uma
forma de álgebra, um sistema de símbolos e regras aplicável a qualquer coisa, desde números
e letras a objetos ou enunciados. Com esse sistema, Boole pode codificar proposições - isto
é, enunciados que se pode provar serem verdadeiros ou falsos - em linguagem simbólica, e
então manipulá-las quase da mesma maneira como se faz com os números ordinais.

As três operações mais fundamentais da álgebra chamam-se AND, OR e NOT. Embora o


sistema de Boole inclua muitas outras operações, essas três são as únicas necessárias para
somar, subtrair, multiplicar e dividir, ou, ainda, executar ações tais como comparar símbolos
ou números. Para tanto, Boole introduziu o conceito de portas lógicas que só processam dois
tipos de entidades - verdade ou falsidade, sim ou não, aberto ou fechado, um ou zero. Boole
esperava que, despojando os argumentos lógicos de toda verbosidade, seu sistema tornaria
muito mais fácil - na verdade, tornaria praticamente infalível - a obtenção de soluções corretas.

A maioria dos matemáticos contemporâneos de Boole ignorou ou criticou seu sistema, mas
este tinha uma força à qual não se podia resistir por muito tempo. Um matemático norte-
americano chamado Charles Sanders Peirce introduziu a álgebra booleana nos Estados
Unidos em 1867, descrevendo-a concisamente num artigo enviado à Academia Norte-
americana de Artes e Ciências. Ao longo de quase duas décadas, Peirce devotou grande parte
de seu próprio tempo e energia a modificar e expandir a álgebra booleana. Compreendeu que
a lógica de dois estados de Boole presta-se, facilmente, à descrição de circuitos de comutação
elétricos: circuitos estão ligados ou desligados, assim como uma proposição é verdadeira ou
falsa; um interruptor funciona de maneira muito parecida com uma porta lógica, permitindo, ou
não permitindo, que a corrente - isto é, a verdade - prossiga até o interruptor seguinte. O
próprio Peirce estava, em última instância, mais interessado em lógica que na ciência da
eletricidade. Embora desenhasse, mais tarde, um circuito lógico rudimentar usando
eletricidade, o dispositivo nunca foi construído.

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Shannon: A Teoria Ligada ao Mundo Real

Introduzindo a álgebra booleana em cursos universitários de lógica e filosofia norte-americana,


Charles Peirce (1867) plantou uma semente que daria frutos meio século mais tarde. Em 1936,
Claude Shannon, um jovem estudante norte-americano, estendeu uma ponte entre teoria
algébrica e aplicação prática. Shannon chegara havia pouco tempo ao Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT), vindo da Universidade de Michigan, onde adquirira dois graus de
bacharelado, um em engenharia elétrica, outro em matemática. Para conseguir um pouco
mais de dinheiro no MIT, Shannon tomava conta de um dispositivo de computação mecânico,
desajeitado e cheio de manivelas, conhecido como analisador diferencial, e que fora
construido em 1930 por Vannevar Bush, professor de Shannon. Essa máquina teve um papel
pioneiro, pois foi a primeira a resolver complexas equações diferenciais - expressões
matemáticas que descrevem o comportamento de objetos móveis, tais como aeroplanos, ou
de forças como a gravidade. Essas equações poderiam custar aos engenheiros meses de
cálculos manuais. Por isso, o analisador diferencial tinha grande importância científica. Mas
também apresentava grandes defeitos. Um deles era seu tamanho. Nisso dava um passo para
trás, na direção da Máquina Analítica de Babbage; de fato, o analisador de Bush era
essencialmente um conjunto de eixos, engrenagens e fios, arranjados numa sucessão de
caixas que cobria a extensão de uma grande sala. Em parte, todo esse volume era uma
exigência da necessidade de computar com todos os dez dígitos do sistema decimal de
numeração. Mas o tamanho não era a única desvantagem desse aparelho. Ele era também
um dispositivo analógico, media movimentos e distâncias, e realizava seus cálculos a partir
dessas medidas.
A montagem de um problema exigia que se calculasse uma enorme quantidade de relações
de engrenagens, o que podia demorar dois ou três dias. A mudança para um outro problema
era um exercício igualmente enfadonho, que deixava as mãos do operador cobertas de óleo.
Bush sugeriu que Shannon estudasse a organização lógica da máquina para sua tese, e, à
medida que o estudante lutava com as evasivas partes internas do analisador, não podia evitar
que lhe ocorressem meios de aperfeiçoá-lo. Recordando-se da álgebra booleana que
estudara em seu curso universitário, Shannon ficou surpreso - como Peirce também ficara
antes - ao constatar sua semelhança com a operação de um circuito elétrico. Shannon
percebeu as implicações que tal semelhança teria para o desenho dos circuitos elétricos num
computador. Se fossem instalados de acordo com os princípios booleanos, tais circuitos
poderiam expressar a lógica e testar a verdade das proposições, bem como executar cálculos
complexos.
Shannon prosseguiu em suas idéias sobre números binários, álgebra boolena e circuitos
elétricos, desenvolvendo-as em sua tese de mestrado:

A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits

Publicada em 1938. Esse brilhante ensaio, que teve um efeito imediato sobre o planejamento
dos sistemas telefônicos, ocupa uma posição central no desenvolvimento da moderna ciência
dos computadores. Em 1948, Shannon publicaria outra obra genial - Uma Teoria Matemática
da Comunicação -, descrevendo o que desde então passaria a ser conhecido como teoria da
informação. Shannon apresentou um método para definir e medir a informação em termos
matemáticos, onde escolhas sim-não eram representadas por dígitos binários. Esse trabalho
apareceu de forma totalmente inesperada e veio a ter um alcance que os seus
contemporâneos, e talvez até o próprio Shannon, não conseguiram vislumbrar naquele
momento. Foi um dos raros passos decisivos, inesperados e globais que até hoje se
registraram na história da ciência.

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7. Exercícios resolvidos
1) Simplificar as expressões algébricas abaixo, utilizando apenas as propriedades, os
postulados e o teorema de De Morgan.

a) X  A . B  A . B
X  A . (B  B) Propriedade distributiva para evidenciar a variável A
X  A .1 Pelo postulado da adição (B  B) = 1
XA Pelo postulado da multiplicação A .1  A

c)

d)

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e)

f)

g)

h)

i)

j)

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k)

l)

m)

n)

o)

p)

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8. Exercícios propostos
1) Simplificar a expressão algébrica abaixo, utilizando apenas as propriedades, os
postulados e o teorema de De Morgan.

2) Utilizando os conhecimentos da álgebra booleana, prove as seguintes igualdades:

3) Simplifique utilizando as propriedades da Álgebra de Boole:


S  A[B (C  D)  A(B  C)]  CD  ABC  AB

4) Idem para a função lógica:

5) Forneça a tabela da verdade da função lógica: S  C [ A B  B ( A  C)]

6) Simplifique usando álgebra de Boole:  X  Y  Z .X  Y  Z 

a. 𝑍̅
b. X  Y  Z
c. X .Y  Z 
d. Y  XZ  XZ
e. Z  XY  XY

7) Determine a função lógica minimizada a partir da tabela verdade abaixo:


A B C S
0 0 0 1
0 0 1 0
0 1 0 0
0 1 1 1
1 0 0 1
1 0 0 1
1 0 0 1
1 1 1 0

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8) Determine as funções lógicas simplificadas para S1 e S2 da tabela verdade (A, B, C,


D e E são as entradas).

AB = 00 AB = 01 AB = 10 AB = 11
C D E
S1 S2 S1 S2 S1 S2 S1 S2
0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 1
0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0
0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0
1 0 0 0 1 1 1 0 1 0 1
1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

9) Simplifique as seguintes equações

10) Simplifique as seguintes expressões booleanas

11) Aplicar as leis da Álgebra de Boole às seguintes funções, de modo a simplifica-las.

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12) Simplifique as funções seguintes e obtenha as tabelas verdade que correspondem ao


seu funcionamento

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FUNÇÕES LÓGICAS

1. Variáveis lógicas e as funções lógicas


Quando trabalhamos com a Álgebra Booleana, podemos desenvolver expressões algébricas
cujo valor é binário assumido é dependente de variáveis também binárias independentes.
Essas expressões estão desse modo em função (f) ou em dependência dos valores
assumidos pelas variáveis independentes (seus valores não dependem de nenhuma outra
relação).

Existe, portanto, uma analogia entre as funções lógicas Booleanas, ditas daqui por diante
como funções lógicas apenas, e as funções reais da álgebra convencional. Ambas podem
assumir valores que são dependentes de variáveis independentes que se relacionam entre si
pela função em questão. A diferença é que as funções reais podem assumir qualquer valor no
conjunto de números reais (IR) enquanto que as funções lógicas estão definidas na Álgebra
Booleana cujo universo de valores é binário (0 e 1).

A partir dessa colocação, podemos começar a estruturar algumas relações entre as variáveis
lógicas (funções) para se chegar a um resultado.

Vamos imaginar que temos como entrada de um sistema duas variáveis A e B, que são
binárias, ou seja podem assumir “0” ou “1” como valores. Trazendo para o mundo real, essas
duas variáveis podem ser, por exemplo, duas chaves elétricas onde à chave aberta podemos
associar o valor 0 (zero) e à chave fechada o valor 1 (um).

Temos também um elemento de saída nesse sistema, que no mundo real pode perfeitamente
ser representado por uma lâmpada. Para esse elemento podemos associar, por exemplo, o
valor 1 quando a lâmpada estiver acesa e o valor 0 quando apagada. Neste ponto, é
importante salientar que poderíamos fazer ao contrário, ou seja, valor 0 quando a lâmpada
estiver acesa e o valor 1 quando estiver apagada. A isso chamamos de lógica positiva (a
primeira) e lógica negativa (a segunda situação).

Complementando a ideia, ao elemento de saída (lâmpada), estamos associando o valor lógico


zero, que chamaremos doravante Nível Lógico 0 ou simplesmente NL0 (GND), ao valor de
tensão 0 volts e ao Nível Lógico 1 ou apenas NL1 o valor de tensão positivo da fonte utilizada
(Vcc).

À isso chamamos de lógica binária, que dará origem à toda lógica digital e por conseguinte,
aos sistema digital. Você deve estar perguntando: qual a vantagem disso tudo?

Veja que mencionamos dois valores de tensão apenas no mundo binário ou digital. Se
estivéssemos com um sistema analógico onde cada variável e a própria função pudessem
assumir infinitos valores, com quantos valores diferente de tensão teríamos que trabalhar?

Essa proposição foi apresentada no item 1.1 na introdução ao sistema de numeração. Vamos
agora detalhar um pouco mais essa idéia:

Se estivéssemos usando o sistema decimal, seriam 10 níveis de tensão diferentes, a


referência, que normalmente é o 0 V (GND) e outros 9 valores positivos de tensão necessários
para cada valor de entrada ou saída.

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Isso já inviabilizaria o sistema pele aspecto construtivo. Seria necessário um transformador


com 9 saídas (tapes), uma para cada valor positivo de tensão, 9 retificadores independentes,
9 estabilizadores, etc, etc. Uma loucura!

Supondo ainda que isso fosse superado, e construído, pense pelo lado do resultado, ou seja,
pelo elemento de saída. Na lógica binária ou digital, a lâmpada acesa significa NL1 e apagada
NL0. Não existem dúvidas!

Se fosse decimal, cada valor resultante da função significaria um valor de tensão diferente e
com isso um certo brilho da lâmpada. Como interpretar o resultado? Seria completamente
subjetivo. Teríamos certeza apenas com o zero vendo que a lâmpada está apagada.

Poderíamos então engenhosamente desenvolver um dispositivo sensor que para cada brilho
obtido na lâmpada me indicasse qual o valor decimal de saída. Funcionaria muito bem até o
momento em que tivéssemos que substituir o elemento de saída. Quem garante que a nova
lâmpada desenvolve as mesmas intensidades luminosas para cada valor de tensão?
Eventualmente sim, se fosse rigorosamente igual a anterior, do contrário teríamos que
recalibrar o sistema. Definitivamente, não é prático.

Entendeu porque desenvolveu-se o sistema de numeração binária, a Álgebra Booleana e os


estudamos insistentemente nos capítulos anteriores?

Voltando ao sistema elétrico que estávamos começando a estudar, surge agora uma questão:
como estão relacionados os elementos desse circuito? As duas chaves devem ser utilizadas
conjuntamente ou separadamente, uma de cada vez?

A resposta é que podemos relaciona-los de diversos modos e cada um desses modos será
então representado por uma função diferente, função essa que por si só já representa o modo
de relacionamento entre eles.

2. Funções lógicas básicas


Estudando as possibilidades de combinação dos elementos, podemos chegar a três situações
distintas, que chamaremos de circuitos básicos quando no circuito real e de Funções Lógicas
Básicas quando trazidas para a álgebra booleana. São elas:

1. Função lógica E (AND)


2. Função lógica OU (OR)
3. Função lógica NÃO (NOT) (Função Complemento, ou inversão)

Vamos então ao estudo de cada uma dessas funções.

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2.1. Função Lógica E (AND)


Com função E, como o próprio nome sugere, a função assumirá NL1 se e somente se a
variável A E a variável B assumirem NL1. Caso contrário a saída assumirá NL0.

Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se somente se ambas
as chaves estiverem fechadas. Caso contrário ficará apagada (receberá GND).

Isso significa que as chaves deverão ser ligadas em série para que isso aconteça.

Dizemos então: Para a lâmpada acender (NL1) a chave A deve estar fechada (NL1) E a chave
B deve estar fechada também (NL1). Qualquer outra combinação de chaves (A ou B ou ambas
abertas (NL0)) resultará em lâmpada apagada (NL0).

A função E realizada entre as variáveis de entrada pode ser então representada por um circuito
com as chaves (variáveis de entrada) ligadas em série.

Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas em uma única tabela, que
chamaremos de Tabela Verdade da função E.
A B S = A “E” B
0 0 0
0 1 0
1 0 0
1 1 1

Onde NL0 significa chave aberta e lâmpada apagada e NL1 significa chave fechada e lâmpada
acesa.

Ao invés de escrevermos S = A “E” B. podemos simbolizar a operação “E” realizada entre as


variáveis A e B por um ponto (.) e teremos então S = A . B, que iremos ler como S é igual a A
e B. Podemos ainda defini-la como produto lógico.

Usamos para o nosso exemplo duas chaves apenas, mas poderiam ser muitas outras mais,
na realidade não há limites. Todas as chaves estariam em série e deveriam estar todas
fechadas para que a lâmpada acenda.

Finalmente, pensando apenas na função lógica binária, podemos dizer que na operação E a
saída assume no nível lógico ALTO (NL1) se e somente se todas as variáveis de entrada
assumirem nível lógico ALTO (NL1).

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2.2. Função Lógica OU (OR)


De modo análogo à função E, na função OU, como o próprio nome sugere, a função assumirá
NL1 se a variável A OU a variável B assumirem NL1. Caso contrário a saída assumirá NL0.

Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma OU outra chave,
ou ainda ambas as chaves estiverem fechadas. Caso contrário ficará apagada (receberá
GND).

Isso significa que as chaves deverão ser ligadas em paralelo para que isso aconteça.

Dizemos então: Para a lâmpada acender (NL1) a chave A deve estar fechada OU a chave B
deve estar fechada OU ainda ambas as chaves devem estar fechadas (NL1). Se ambas as
chaves estiverem abertas (NL0)) a lâmpada estará apagada (NL0).

A função OU entre as variáveis de entrada pode ser então representada por um circuito com
as chaves (variáveis de entrada) ligadas em paralelo.

Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas em uma única tabela, que
chamaremos de Tabela Verdade da função OU.

A B S = A “OU” B
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1

Onde NL0 significa chave aberta e lâmpada apagada e NL1 significa chave fechada e lâmpada
acesa.

Ao invés de escrevermos S = A “OU” B. podemos simbolizar a operação “OU” realizada entre


as variáveis A e B por um sinal de mais (+) e teremos então S = A + B, que iremos ler como S
é igual a A ou B. Podemos ainda chama-la soma lógica de duas ou mais variáveis binárias

Analogamente à função E, usamos para o nosso exemplo de função OU duas chaves apenas,
mas poderiam ser muitas outras mais, sem limites. Basta que uma esteja fechada para que a
lâmpada acenda.

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Finalmente, pensando apenas na função lógica binária, podemos dizer que na operação OU
a saída S assume no nível lógico BAIXO (NL0) se e somente se todas as variáveis de entrada
assumirem no nível lógico Baixo (NL0).

2.3. Função Lógica NÃO (NOT)


A função NÃO ou de negação, também conhecida como função complemento ou ainda
inversora, fica definida sobre uma única variável de entrada. Nesta função, quando a variável
de entrada assume NL0, a saída assume NL1. Se a variável de entrada assumir NL0, a saída
assumirá NL1. Desse modo, a saída S terá nível lógico inverso ao da entrada.

A ̅
S=A
0 1
1 0

̅ e lê-se S igual a A “barra”. A barra representa o


A função fica definida como S = A
complemento de A.

Se nos lembrarmos que o universo é formado por dois elementos apenas, se considerarmos
a variável S assumindo o valor 0, o complemento de S, ou seja, o que falta para o todo, é 1.

A recíproca é verdadeira: se considerarmos a variável S assumindo o valor 1, o complemento


de S, ou seja, o que falta para o todo, é 0.

Para representarmos o circuito elétrico, existem algumas propostas. Considero interessante e


viável do ponto de vista do uso de chaves o circuito a seguir:

Analisaremos o circuito do seguinte modo: considerando que na figura acima a chave está na
posição dita “fechada”, ou seja, em NL1, ao mudarmos a chave de posição ela passará para
a posição dita “aberta”, ou seja, em NL0. Assim, ao passar para a posição “aberta, na verdade
estará fechando o circuito e acendendo a lâmpada.

Ao lado temos uma outra


representação muito utilizada.

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3. Funções Lógicas Derivadas


Uma vez que as funções lógicas básicas foram estabelecidas, podemos então associa-las e
obter então as Funções Lógicas Derivadas:

3.1. Função lógica NE (NAND)


3.2. Função lógica NOU (NOR)
3.3. Função lógica OU-EXCLUSIVO

3.1. Função Lógicas NE (NAND)


A função NÃO-E, de um modo simplificado denominada NE (NAND em inglês), nada mais é
do que uma associação das funções E e NÃO, nessa sequência. Isso implica em realizar a
função E entre as variáveis de entrada e após a obtenção do resultado, aplicar a função NÃO.

Como função E assume nível lógico 1 se e somente se as variáveis de entrada assumirem


NL1, significa que a função NÃO-E assume nível lógico 0 se e somente se as variáveis de
entradas assumirem NL1. Se uma das variáveis ou ambas não assumirem NL1 a saída
assumirá NL1. Em outras palavras, a função assume NL1 se uma ou mais entradas assumirem
NL0.

Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas na tabela abaixo, que chamaremos
de Tabela Verdade da função NE.

A B S = A “NÃO-E” B
0 0 1
0 1 1
1 0 1
1 1 0

Trazendo para o circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma chave ou
nenhuma delas estiver fechada (NL1). Caso contrário ficará apagada (receberá GND).

Abaixo apresentamos os dois circuitos que podem ser utilizados:

̅̅̅̅̅̅
A função fica definida como S = A . B, que deve ser lido como “S igual a A e B barra”

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3.2. Função Lógicas NOU (NOR)


A função NÃO-OU, de modo simplificado NOU (NOR em inglês), é formada pela associação
das funções OU e NÃO, nessa sequência. Isso implica em realizar a função OU entre as
variáveis de entrada e após a obtenção do resultado, aplicar a função NÃO.

Como função OU assume nível lógico 1 bastando que uma das variáveis de entrada assuma
NL1, concluímos que a função NÃO-OU assume nível lógico 1 se e somente se as variáveis
de entradas assumirem NL0. Se uma das variáveis ou mais assumirem NL1 a saída assumirá
NL0.

Todas as combinações possíveis podem ser sintetizadas na tabela abaixo, que chamaremos
de Tabela Verdade da função NOU.

A B S = A “NÃO-OU” B
0 0 1
0 1 0
1 0 0
1 1 0

No circuito elétrico, a lâmpada acenderá (receberá Vcc) se uma ou mais chaves estiverem
fechadas (NL1). Caso contrário ficará apagada (receberá GND).

Abaixo apresentamos os dois circuitos que podem ser utilizados:

̅̅̅̅̅̅̅
A função fica definida como S = A + B, que deve ser lido como “S igual a A ou B barra”

3.3. Função Lógicas OU-EXCLUSIVO ou XOU (XOR)


9.2.1

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1. Levante as tabelas verdade para as seguintes expressões:


a) S = (A.B +C.D)

b) S = (A + B ).C.(A +C ).B

2. Dê as expressões simplificadas das tabelas-verdades abaixo:

Exercícios
1. Escrever as expressões lógicas dos circuitos apresentados abaixo:

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2. Desenhar os circuitos com portas lógicas a partir das expressões lógicas abaixo:

Obtenção da expressão lógica e tabela da verdade a partir do circuito lógico


Exemplo:

S = (A + B).(B.C)
ABC A+B B.C S
000 0 1 0
001 0 1 0
010 1 1 1
011 1 0 0
100 1 1 1
101 1 1 1
110 1 1 1
111 1 0 0

1. A partir da expressão lógica, desenhe o circuito e obtenha a tabela da verdade.


S = A.B.C + A.D + A.B.D

2. Demonstre através da tabela da verdade as seguintes igualdades/desigualdades:


_ _ ___ _ _ ____ _ _ ____ _ _ ___
a) A.B ? A.B b) A + B ? A + B c) A.B = A + B d) A + B = A.B

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RESPOSTAS
Sistema de Numeração
5.1. Sistema de Numeração
1. a) 15
b) 255
c) 1023
d) 65535
2. a) 10 b) 4 c) 2 d) 5 e) 7 f) 7 g) 3
3. 10 - 12
4. a) Máximo de 1.048.575 posições
b) 5 - FF16
5. 8 bits?
6. a. 64 - 256 - 1024
b. 440.000 bits
c. 11.363 s (aprox. 3 hs e 9 min)
7. 0 - 1 - 2 - 3 - 10 - 11 - 12 - 13 - 20 - 21 - 22 - 23 - 30 - 31 - 32 - 33 - 100 - 101 -
102 - 103
8. A partir da tabela continue a sequência numérica dos sistemas Binário e
Hexadecimal:
Decimal Binário Hexadecimal Continuação
0 0 0 0 0 0 Decimal Binário Hexadecimal
1 0 0 0 1 1 26 1 1 0 1 0 1 A
2 0 0 1 0 2 27 1 1 0 1 1 1 B
3 0 0 1 1 3 28 1 1 1 0 0 1 C
4 0 1 0 0 4 29 1 1 1 0 1 1 D
5 0 1 0 1 5 30 1 1 1 1 0 1 E
6 0 1 1 0 6 31 1 1 1 1 1 1 F
7 0 1 1 1 7 32 1 0 0 0 0 0 2 0
8 1 0 0 0 8 33 1 0 0 0 0 1 2 1
9 1 0 0 1 9 34 1 0 0 0 1 0 2 2
10 1 0 1 0 A 35 1 0 0 0 1 1 2 3
11 1 0 1 1 B 36 1 0 0 1 0 0 2 4
12 1 1 0 0 C 37 1 0 0 1 0 1 2 5
13 1 1 0 1 D 38 1 0 0 1 1 0 2 6
14 1 1 1 0 E 39 1 0 0 1 1 1 2 7
15 1 1 1 1 F 40 1 0 1 0 0 0 2 8
16 1 0 0 0 0 1 0 41 1 0 1 0 0 1 2 9
17 1 0 0 0 1 1 1 42 1 0 1 0 1 0 2 A
18 1 0 0 1 0 1 2 43 1 0 1 0 1 1 2 B
19 1 0 0 1 1 1 3 44 1 0 1 1 0 0 2 C
20 1 0 1 0 0 1 4 45 1 0 1 1 0 1 2 D
21 1 0 1 0 1 1 5 46 1 0 1 1 1 0 2 E
22 1 0 1 1 0 1 6 47 1 0 1 1 1 1 2 F
23 1 0 1 1 1 1 7 48 1 1 0 0 0 0 3 0
24 1 1 0 0 0 1 8 49 1 1 0 0 0 1 3 1
25 1 1 0 0 1 1 9 50 1 1 0 0 1 0 3 2

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Continuação Continuação
Decimal Decimal Decimal Decimal Binário Hexadecimal
51 1 1 0 0 1 1 3 3 76 1 0 0 1 1 0 0 4 C
52 1 1 0 1 0 0 3 4 77 1 0 0 1 1 0 1 4 D
53 1 1 0 1 0 1 3 5 78 1 0 0 1 1 1 0 4 E
54 1 1 0 1 1 0 3 6 79 1 0 0 1 1 1 1 4 F
55 1 1 0 1 1 1 3 7 80 1 0 1 0 0 0 0 5 0
56 1 1 1 0 0 0 3 8 81 1 0 1 0 0 0 1 5 1
57 1 1 1 0 0 1 3 9 82 1 0 1 0 0 1 0 5 2
58 1 1 1 0 1 0 3 A 83 1 0 1 0 0 1 1 5 3
59 1 1 1 0 1 1 3 B 84 1 0 1 0 1 0 0 5 4
60 1 1 1 1 0 0 3 C 85 1 0 1 0 1 0 1 5 5
61 1 1 1 1 0 1 3 D 86 1 0 1 0 1 1 0 5 6
62 1 1 1 1 1 0 3 E 87 1 0 1 0 1 1 1 5 7
63 1 1 1 1 1 1 3 F 88 1 0 1 1 0 0 0 5 8
64 1 0 0 0 0 0 0 4 0 89 1 0 1 1 0 0 1 5 9
65 1 0 0 0 0 0 1 4 1 90 1 0 1 1 0 1 0 5 A
66 1 0 0 0 0 1 0 4 2 91 1 0 1 1 0 1 1 5 B
67 1 0 0 0 0 1 1 4 3 92 1 0 1 1 1 0 0 5 C
68 1 0 0 0 1 0 0 4 4 93 1 0 1 1 1 0 1 5 D
69 1 0 0 0 1 0 1 4 5 94 1 0 1 1 1 1 0 5 E
70 1 0 0 0 1 1 0 4 6 95 1 0 1 1 1 1 1 5 F
71 1 0 0 0 1 1 1 4 7 96 1 1 0 0 0 0 0 6 0
72 1 0 0 1 0 0 0 4 8 97 1 1 0 0 0 0 1 6 1
73 1 0 0 1 0 0 1 4 9 98 1 1 0 0 0 1 0 6 2
74 1 0 0 1 0 1 0 4 A 99 1 1 0 0 0 1 1 6 3
75 1 0 0 1 0 1 1 4 B 100 1 1 0 0 1 0 0 6 4

5.2. Conversão de Sistemas


1. Preencha os quadros abaixo

Decimal Binário Hexa Decimal Binário Hexa


23 00010111 17 2 0010 2
64 01000000 40 12 1100 C
65 01000001 41 125 01111101 7D
100 01100100 64 1024 10000000000 400
1010 1111110010 3F2 32000 111110100000000 7D00

Binário Decimal Hexa Binário Decimal Hexa


0101 5 5 1100 12 C
10101010 170 AA 10010111 151 97
00110011 51 33 10110100 180 B4
11110000 240 F0 01110011 115 73
1011011011 731 2DB 1001110101 629 275

Hexa Binário Decimal Hexa Binário Decimal


C 1100 12 3 0011 3
17 00010111 23 10 00010000 16
3F4 1111110100 1012 CD 11001101 205
5B6 10110110110 1462 567 10101100111 1383
3FBA 11111110111010 16314 1FFE 1111111111110 8190

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2. Converter os números dados nos seus respectivos valores nos demais sistemas
apresentados abaixo:

2 0 1 1 16 0 8 2 0 9 10 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2

F B 7 E 16 6 4 3 8 2 10 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 2

D B B B 16 5 6 2 5 1 10 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 2

D B 5 D 16 5 6 1 5 7 10 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 2

A 6 4 7 16 4 2 5 6 7 10 1 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 2

E C 5 E 16 6 0 5 1 0 10 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 2

4 6 1 3 16 1 7 9 3 9 10 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2

F 7 0 9 16 6 3 2 4 1 10 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 1 2

B 5 5 3 16 4 6 4 1 9 10 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 2

0 9 A 4 16 0 2 4 6 8 10 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 2

1 E 3 0 16 0 7 7 2 8 10 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 2

F F 9 E 16 6 5 4 3 8 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 2

1 5 0 2 6 16 8 6 0 5 4 10 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 2

E 7 F F 16 5 9 3 9 1 10 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2

A A 4 C 16 4 3 5 9 6 10 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 2

D 3 F C 16 5 4 2 6 8 10 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 2

E 7 2 5 16 5 9 1 7 3 10 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 2

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