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Piotr Ilitch Tchaikovski

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Piotr Ilitch Tchaikovski[nota 1] (em russo: ? Пётр Ильи́ч Piotr Ilitch Tchaikovski
Чайко́ вский; Vótkinsk, 7 de maio de 1840 — São Petersburgo, 6 Пётр Ильи́ ч Чайко́ вский
de novembro de 1893)[nota 2] foi um compositor russo do período
romântico cujas obras estão entre as músicas mais populares do
repertório clássico. Primeiro compositor russo a conquistar fama
internacionalmente, sua carreira foi impulsionada por sua
participação como regente convidado em outros países da Europa e
nos Estados Unidos. Como reconhecimento, em 1884 foi
homenageado pelo imperador Alexandre III e recebeu uma pensão
vitalícia.

Embora musicalmente precoce, Tchaikovski foi educado para uma


carreira na administração pública. Em sua juventude, eram escassas
as oportunidade para uma carreira musical na Rússia, e não existia
educação pública na área. Quando surgiu uma oportunidade para
esse tipo de formação, ele ingressou no nascente Conservatório de
São Petersburgo, no qual se graduou em 1865. O treinamento que
ele recebeu nessa instituição, orientado para o estilo musical do
Ocidente, destacou-o dos compositores do movimento nacionalista
da época, cujos principais representantes eram os compositores do
Grupo dos Cinco. O treinamento de Tchaikovski levou-o a
reconciliar o que aprendera com as tradições musicais nativas de
seu país, às quais ele havia sido exposto desde a infância. Dessa
Nome Piotr Ilitch Tchaikovski
completo
reconciliação, ele forjou um estilo musical pessoal, mas
Nascimento 7 de maio de 1840
inconfundivelmente russo, uma tarefa particularmente desafiadora, Vótkinsk, Viatka, Rússia
visto que os princípios que governavam a melodia, a harmonia e
Morte 6 de novembro de 1893 (53 anos)
outros fundamentos da música tradicional russa diferiam São Petersburgo, São
grandemente daqueles que governavam a música da Europa Petersburgo, Rússia
Ocidental, e isso parecia negar o possível uso da música russa em Ocupação compositor
composições ocidentais em larga escala ou a formação de um estilo Magnum Abertura 1812
híbrido. Além disso, a cultura russa exibia uma personalidade opus O Quebra-Nozes
dividida, com seus elementos nativos e importados distanciando-se O Lago dos Cisnes
A Bela Adormecida
cada vez mais desde a época de Pedro I, e isso resultara em Marcha Eslava
incertezas, dentre a intelligentsia russa, a respeito da identidade Romeu e Julieta
Concerto para violino e orquestra
nacional do país. Essa ambiguidade teve importantes reflexos na A Dama de Espadas
carreira de Tchaikovski, e levou a uma série de conflitos pessoais Ievgueni Oneguin
que prejudicaram a sua autoconfiança. Carreira musical
Período romantismo
musical
Assinatura
Apesar de seus muitos sucessos musicais, a vida de Tchaikovski foi
pontuada por crises pessoais e depressão. Fatores que contribuíram
para isso incluem também a sua separação precoce de sua mãe,
seguida da morte prematura desta; a morte de seu amigo e colega Nikolai Rubinstein; seu desastroso casamento; e o colapso do
único relacionamento duradouro de sua vida adulta, que foi sua associação de treze anos com a sua patrona, a rica viúva Nadejda
von Mekk. Sua homossexualidade, que ele manteve em sigilo e temia causasse danos à reputação de seus amigos e família,
tradicionalmente tem sido considerada um fator importante. A morte súbita de Tchaikovski, aos 53 anos, é geralmente atribuída à
cólera, mas existe um debate em andamento sobre se essa foi de fato a causa da sua morte, e se a sua morte foi acidental ou auto-
infligida.

Inicialmente, as opiniões da crítica a respeito da música de Tchaikovski foram contraditórias. Embora desde cedo ele tivesse
encontrado apoiadores, parte da crítica russa considerava a sua música insuficientemente representativa dos valores musicais
nativos do seu país, e expressava a suspeita de que os europeus a apreciavam por conta de seus elementos ocidentais. Em um
aparente reforço disso, críticos europeus elogiaram-no por oferecer uma música mais substantiva do que a das correntes exóticas
russas, e afirmaram que ele transcendera os estereótipos da música clássica do seu país. Outros, como o crítico Harold C.
Schonberg, consideraram a música de Tchaikovski "desprovida de pensamentos elevados", e desmereceram seus trabalhos por
não seguirem estritamente os princípios musicais ocidentais. Apesar dessa ambiguidade inicial, a percepção da crítica a respeito
de sua obra melhorou gradualmente, sobretudo após a sua morte. Além disso, a música de Tchaikovski encontrou duradoura
popularidade junto ao público, e ele permanece um dos compositores do repertório clássico mais frequentemente executados.
Suas obras mais conhecidas incluem os balés O Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes e A Bela Adormecida; a Abertura 1812 e a
abertura-fantasia Romeu e Julieta; seus concertos para piano e orquestra e para violino e orquestra; suas quarta, quinta e sexta
sinfonias; sua Marcha Eslava; e suas óperas Ievgueni Oneguin e A Dama de Espadas.

Índice
Biografia
Origens e juventude
Buscando uma carreira como compositor
Relação com Os Cinco
Fama crescente
Casamento e sexualidade
Anos no estrangeiro
Retorno à Rússia
Círculo Beliaiev e crescente reputação
Morte
Música
Gama criativa
Tchaikovski e a Ucrânia
Estilo de composição
Melodia
Harmonia
Ritmo
Estrutura
Repetição
Orquestração
Pastiche (passé-ismo)
Antecedentes e influências
Impacto estético
Recepção
Dedicatórias e colaborações
Junto à crítica
Junto ao público

Legado
Notas
Referências
Bibliografia

Biografia

Origens e juventude
Piotr Ilitch Tchaikovski nasceu em Vótkinsk, uma pequena cidade do Governorado de
Viatka, no Império Russo. Sua data de nascimento foi registrada como sendo 25 de abril
de 1840 no calendário juliano então utilizado na Rússia, e que corresponde ao dia 7 de
maio do mesmo ano, no calendário gregoriano.[1] Pelo lado paterno, o futuro compositor
vinha de uma família com longa tradição militar. Seu pai, Ilia Petrovitch Tchaikovski,
formara-se na Escola de Minas de São Petersburgo, depois servira como tenente-coronel e
engenheiro no Departamento de Minas,[2] e mais tarde tornara-se administrador de
siderúrgicas localizadas em Vótkinsk.[3] Seu avô, originalmente chamado Petro
Fedorovitch Tchaika, nascera na aldeia de Mikolaivka, à época no Governorado de
Poltava,[1] filho de um cossaco ucraniano chamado Fiódor Tchaika,[1] que em 1709
distinguira-se sob Pedro I, o Grande, na Batalha de Poltava.[4][5] Petro Tchaika serviu Ilia Tchaikovski, pai do
compositor (1867)
primeiro como assistente médico no exército e depois como governador das cidades de
Slobodski e Glazov, em Viatka. Ele foi honrado com a Ordem de São Vladimir, e, como
recompensa por seus serviços, em 1785 foi agraciado pela imperatriz Catarina II com direitos de nobreza.[6] Após russificar o seu
nome, ele passou a assinar Piotr Fedorovitch Tchaikovski.[7]

A mãe de Piotr Tchaikovski, Aleksandra Andreievna d'Assier, nascera em 1812 e, pelo lado paterno, era descendente do escultor
francês Michel-Victor Acier,[6] que provavelmente emigrara em razão da Revolução Francesa.[3] Filha de um bem-posicionado
burocrata, depois da morte de sua mãe, em 1816, ela fora educada no prestigioso Instituto Patriótico de São Petersburgo, voltado
para órfãs da nobreza russa.[3] Quando casou-se com Ilia Tchaikovski, em 1833, Aleksandra era dezoito anos mais jovem que o
noivo, e tornou-se a segunda de suas três esposas.[8]

Ambos, Ilia e Aleksandra, haviam recebido educação em artes, incluindo música, pois à época essa era considerada uma
competência importante para funcionários públicos em áreas remotas da Rússia, cuja vida implicava a necessidade de
entretenimento, sobretudo em encontros sociais.[9] Dos seus seis irmãos,[nota 3] Tchaikovski tinha mais proximidade com a sua
irmã Aleksandra e com os gêmeos Anatoli e Modest.[3] O casamento de sua irmã Aleksandra produziria sete filhos,[14] e
emprestaria a Piotr Tchaikovski a única vida familiar que ele conheceria enquanto adulto.[15] Uma dessas crianças, Vladimir
Davidov, a quem o compositor apelidaria Bob, mais tarde se tornaria muito próxima dele.[16]

Em 1844, os pais do compositor contrataram Fanny Dürbach, uma governanta francesa de 22 anos de idade.[17] O pequeno Piotr,
de quatro anos e meio de idade, foi inicialmente considerado jovem demais para receber as lições que a governanta administrava
ao seu irmão mais velho Nikolai e a uma sobrinha da família. Contudo, sua insistência acabou por convencer Dürbach,[18] e aos
seis anos de idade ele falava francês e alemão.[9] Tchaikovski se apegou à jovem governanta, e já se sugeriu que a afeição que ele
recebia dessa moça buscava compensar a distância emocional de sua mãe.[19][20] Contudo, esse ponto de sua biografia permanece
relativamente controverso, visto outros terem afirmado que Aleksandra Andreievna nutria grande afeto pelo filho.[21] Dürbach
preservou muito do trabalho musical de Tchaikovski desse período, incluindo as suas
primeiras composições conhecidas, e mais tarde tornou-se uma importante fonte de
informações sobre a infância do compositor.[22][23] Apesar de ter deixado de trabalhar
para a família Tchaikovski por ocasião da mudança desta para São Petersburgo, em 1848,
quando o jovem Piotr tinha oito anos, ela se corresponderia com ele até a sua vida
adulta.[24]

Desde pequeno, Tchaikovski passou a receber


aulas de piano em casa, e seus pais compraram um

A família Tchaikovski em orquestrião, um tipo de órgão que podia imitar


1848. Piotr Tchaikovski, o elaborados efeitos orquestrais e executava peças de
futuro compositor, é o Wolfgang Mozart, Gioachino Rossini, Vicenzo
primeiro à esquerda. Bellini e Gaetano Donizetti.[13] Em 1844, aos
quatro anos, ele realizou sua primeira tentativa de
composição, uma canção chamada Nossa Mamãe em Petersburgo, escrita juntamente com
sua mãe.[13] Seus pais, inicialmente encorajando seu talento por razões práticas e
estéticas, no final de 1845 contrataram uma tutora chamada Maria Pilchikova.[13] Precoce,
dentro de três anos sua habilidade em ler partituras seria comparável à de sua
professora.[25] Em 1848, quando da mudança de sua família para São Petersburgo,
Tchaikovski e seus irmãos foram matriculados em uma escola privada, onde ele continuou
Muito do que se sabe sobre
a receber lições de piano até 1849.[13] a vida privada de
Tchaikovski se deve à sua
Contudo, em 1850 os pais de Tchaikovski decidiram enviá-lo para a Escola Imperial de correspondência, sobretudo
Jurisprudência. Ilia Petrovitch e Aleksandra Andreievna haviam se formado em institutos aquela trocada com seu
de São Petersburgo e pensavam que, na Escola de Jurisprudência, que servia irmão Modest.
principalmente à pequena nobreza, o jovem Piotr receberia uma educação que o prepararia
para uma carreira como funcionário público.[26] Naquela época, independentemente do talento, as únicas carreiras musicais
disponíveis na Rússia - exceto para a aristocracia afluente - eram como instrutor em um conservatório ou como instrumentista em
um dos teatros imperiais. Ambas opções eram percebidas como destinadas aos níveis mais baixos da escala social, sendo
exercidas por indivíduos que gozavam de direitos semelhantes aos dos camponeses.[27] Além disso, as motivações dos pais de
Tchaikovski podem ter sido fundadas em razões mais imediatas, pois a renda de Ilia Tchaikovski vinha se tornando cada vez mais
incerta. Como consequência, é possível que eles desejassem ver o filho tornar-se independente o mais rapidamente possível.[26]
Como a idade mínima para aceitação na Escola Imperial de Jurisprudência era doze anos, Tchaikovski teve de frequentar por dois
anos a Escola Preparatória da Escola Imperial de Jurisprudência, a 1.300 quilômetros de sua família.[28][29] Uma vez
transcorridos esses dois anos, Tchaikovski foi transferido para a Escola Imperial de Jurisprudência, onde realizaria um curso de
sete anos de estudos.[30]

A separação precoce de Tchaikovski de sua mãe causou um trauma emocional que durou o resto de sua vida, e que foi
intensificado pela sua morte de cólera em 1854, quando ele tinha catorze anos.[31][32][nota 4] A perda de sua mãe levou-o a fazer
sua primeira composição séria, uma valsa em sua memória, e, deprimido, ele apenas informou Fanny Dürbach da morte de
Aleksandra Andreievna transcorridos dois anos.[34] Ilia Petrovitch, que também contraíra cólera, assim que se recuperou mandou
o filho de volta à escola, na esperança de que os estudos ocupassem a mente do menino.[34] Piotr Tchaikovski compensou seu
isolamento estabelecendo amizades que durariam o resto de sua vida, notadamente com os seus colegas Aleksei Apukhtin e
Vladimir Gerard.[35][36][29] A música, embora não fosse uma prioridade na Escola de Jurisprudência, fazia parte do seu currículo
e também ajudou Tchaikovski a ligar-se aos seus colegas. Eles freqüentavam regularmente a ópera,[37][38] e Tchaikovski
improvisava no harmônio da escola, brincando com temas que ele e seus colegas haviam aprendido nas aulas de canto coral.[39]
Tchaikovski também continuou seus estudos de piano com Franz Becker, um fabricante de instrumentos que ocasionalmente
visitava a escola; no entanto, segundo o musicólogo David Brown, os resultados foram "insignificantes".[40]
Em 1855, Ilia Petrovitch pagou lições particulares com Rudolph Kündinger, um conhecido professor de piano, e o questionou
sobre uma carreira musical para seu filho. Embora impressionado com o talento do menino, Kündinger disse que nada do que
observara sugeriria um futuro como compositor ou intérprete.[41][29] Mais tarde, Kündinger admitiu que essa avaliação fora
baseada em suas próprias experiências negativas como músico na Rússia, e em sua relutância em ver o jovem Tchaikovski tratado
da mesma forma.[42] Embora seu pai tenha permanecido receptivo quanto a uma carreira musical, ele instruiu Piotr a terminar seu
curso na Escola Imperial de Jurisprudência e tentar um posto no Ministério da Justiça.[39][29]

Buscando uma carreira como compositor


Em 10 de junho de 1859, anos 19 anos, graduou-se na Escola Imperial de Jurisprudência.
Nomeado para o Ministério da Justiça um mês depois,[43] dentro de seis meses ele tornou-
se assistente júnior, e, dois meses depois, assistente sênior. Ele permaneceu nesse posto
pelo resto de sua carreira no serviço civil, que durou três anos.[44] Enquanto isso, a
Sociedade Musical Russa (SMR) foi fundada em 1859 pela grã-duquesa Helena Pavlovna
(uma tia alemã do czar Alexandre II) e por seu protegido, o pianista e compositor Anton
Rubinstein.[43] Czares e aristocratas anteriores haviam se concentrado quase
exclusivamente na importação de talentos europeus,[45] e o objetivo da SMR era cumprir
o desejo de Alexandre II de promover talentos nativos.[46] Como parte de suas atividades,
ela organizava uma temporada regular de concertos públicos (anteriormente realizada
apenas durante as seis semanas da quaresma, quando os teatros imperiais estavam
fechados)[47] e oferecia treinamento profissional em música.[46][29] Em 1861, Tchaikovski
frequentou aulas da SMR em teoria musical, ensinadas por Nikolai Zaremba no Palácio
Mikhailovski, que mais tarde viria a abrigar o Museu Russo.[48] Tchaikovski em 1863, aos
23 anos
Essas aulas foram precursoras do Conservatório de São Petersburgo, inaugurado em 1862.
Opondo-se às expectativas da família e abdicando da carreira jurídica, Tchaikovski se matriculou no Conservatório como parte de
sua primeira turma.[43] Devido ao seu domínio do instrumento, ele foi dispensado das aulas compulsórias de piano, mas decidiu
estudar flauta e órgão.[43] Ainda mais importante para sua formação musical, ao longo do curso de três anos ele estudou harmonia
e contraponto com Zaremba, e orquestração e composição com Rubinstein.[49][50][29] O Conservatório beneficiou Tchaikovski de
duas maneiras. Primeiro, ela o transformou em um músico profissional, com as competências necessárias para prosperar como
compositor, e, depois, o expôs aos princípios e às formas musicais europeus, que lhe fizeram compreender que a sua arte não era
exclusivamente russa ou ocidental.[51] Essa compreensão se tornaria fundamental na carreira de Tchaikovski, que buscaria
reconciliar as influências russas e europeias em seu estilo composicional. Ele acreditava e tentava mostrar em sua música que
ambos os aspectos estavam "interligados e mutuamente dependentes",[52][53] e seus esforços se tornaram um ponto de partida
para outros compositores russos que buscaram construir seus próprios estilos.[54]

O período de Tchaikovski no Conservatório coincidiu com o declínio financeiro do seu pai, e por essa época ele começou a se
manter por meio de lições de piano a alunos que lhe eram encaminhados por Anton Rubinstein.[43] Em geral, Rubinstein se
impressionara com o talento musical de Tchaikovski, e mais tarde o citou em sua autobiografia como "um compositor de
gênio".[55] Contudo, ele mostrou-se menos satisfeito com as tendências mais progressistas de alguns de seus trabalhos enquanto
estudante.[56][57][58] Quanto a isso, ele não mudou de opinião, mesmo com a reputação de Tchaikovski crescendo.[nota 5][nota 6]
Notadamente, ele e Zaremba entraram em confronto com o compositor, quando ele candidatou a sua Sinfonia nº. 1 para uma
apresentação da SMR em São Petersburgo. Rubinstein e Zaremba se recusaram a considerar o trabalho, a menos que mudanças
substanciais fossem feitas; e, embora Tchaikovski tenha concordado e feito algumas mudanças, ainda assim eles se recusaram a
incluí-la no programa.[61] Tchaikovski, frustrado por ser tratado como se ainda fosse um aluno, retirou a candidatura de sinfonia.
A sua primeira apresentação completa, sem as mudanças que Rubinstein e Zaremba pediram, ocorreu em Moscou, em fevereiro
de 1868.[62]
Ao graduar-se no Conservatório em 1865, Tchaikovski recebeu a maior honraria da escola,
a sua medalha de prata.[63][nota 7] Pouco tempo depois, o irmão de Anton Rubinstein,
Nikolai, ofereceu-lhe o cargo de professor de harmonia na mesma instituição.[64] Embora
o salário de um professor fosse de apenas cinquenta rublos por mês, o convite impulsionou
o moral de Tchaikovski e levou-o a aceita-lo. Pela mesma época, ele também se
entusiasmou com a notícia da primeira apresentação pública de uma de suas obras,
intitulada Danças Características, que foi conduzida por Johann Strauss II em um
concerto nos jardins do Palácio Pavlovsk, em 11 de setembro de 1865.[63] Tchaikovski
mais tarde incluiu este trabalho, re-intitulado Danças das Camareiras, em sua ópera
Voievoda.[65]

De 1867 a 1878, Tchaikovski combinou seus deveres profissionais com a crítica musical,
Os irmãos Nikolai e Anton
Rubinstein. enquanto continuava compondo.[66][29] Essa atividade o expôs à música contemporânea e
lhe proporcionou oportunidades de viajar para o exterior.[67] Em suas resenhas, ele
elogiou Ludwig van Beethoven, considerou Johannes Brahms superestimado e, apesar de
sua admiração, criticou Robert Schumann por uma orquestração ruim.[68][nota 8] Em 1875 assistiu a uma das primeiras
apresentações da ópera Carmen, de Georges Bizet, e uma experiência que o impressionou duradouramente.[70] Contrariamente,
presenciou a encenação de Der Ring des Nibelungen, de Richard Wagner, em sua apresentação inaugural na Bayreuth
Festspielhaus, na Alemanha, e, embora tenha percebido seu valor histórico,[71] não apreciou a música, chamando Das Rheingold
de "disparate improvável, no qual, de vez em quando, brilham detalhes extraordinariamente belos e surpreendentes".[72]
Enquanto crítico de música, ele também abordou com frequência a má situação da ópera russa.[73]

Relação com Os Cinco


Em 1856, enquanto Tchaikovski ainda estava na Escola Imperial de Jurisprudência e
Anton Rubinstein articulava aristocratas para formar a SMR, o crítico Vladimir Stasov e
um pianista de 18 anos, Mili Balakirev, reuniram-se e concordaram em promover uma
agenda nacionalista para a música russa, a fim de fomentar obras que tivessem Mikhail
Glinka como modelo e incorporassem elementos da música folclórica russa, rejeitando as
práticas musicais ocidentais e usando dispositivos harmônicos exóticos, como a escala
hexafônica e escala octatônica.[74] Eles viam os conservatórios de estilo ocidental como
desfavoráveis à formação de talentos nativos.[75][76] Assim Balakirev, César Cui, Modest
Mussorgski, Nikolai Rimski-Korsakov e Aleksandr Borodin ficaram conhecidos como o
Grupo dos Cinco ou o "Poderoso Punhado" (em russo: Могучая кучка, transl. moguchaya
kuchka), expressão esta cunhada por Vladimir Stasov em 1867.[77]

Os esforços desse grupo foram recebidos com críticas aguçadas, que por sua vez levaram a
confrontações. Notadamente, Rubinstein criticou a ênfase do grupo em "esforços
amadores" na composição musical, e em resposta Balakirev e mais tarde Mussorgski
atacaram Rubinstein por seu conservadorismo musical e sua crença no treinamento
musical profissional.[78] Tchaikovski e seus colegas estudantes de conservatório foram
apanhados no meio da disputa.[79]

Apesar de ambivalente sobre boa parte da música dos Cinco, Tchaikovski manteve Os Cinco. Do alto, em
sentido horário: Balakirev,
relações amistosas com a maioria de seus membros.[80] Em 1869 ele e Mili Balakirev
Mussorgski, Borodin,
trabalharam juntos no que se tornou a primeira obra-prima de Tchaikovski, a sua abertura- Rimski-Korsakov e Cui.
fantasia Romeu e Julieta, obra que os Cinco abraçaram de todo o coração.[81] O grupo
também recebeu com alegria a sua Sinfonia nº. 2, apelidada Pequena Russa,[82] por vezes
considerada a obra de Tchaikovski que mais se aproximou dos ideais nacionalistas russos da época.[83] Apesar de seu apoio,
Tchaikovski fez esforços consideráveis para garantir sua independência musical, tanto em relação ao Grupo dos Cinco, quanto em
relação à facção mais conservadora do Conservatório de São Petersburgo.[84]

Fama crescente
A irregularidade dos sucessos musicais de Tchaikovski, conquistados com tremendo
esforço, exacerbou a sua sensibilidade às críticas. Os acessos de raiva de Nikolai
Rubinstein criticando a sua música, inclusive o seu famoso ataque ao seu Concerto para
Piano e Orquestra n.º 1,[nota 9] contribuíram ainda mais para isso.[86] No entanto, a
popularidade de Tchaikovski aumentou, e crescentemente artistas de primeira linha se
mostraram dispostos a realizar as suas composições. Notadamente, Hans von Bülow regeu
o Concerto para Piano e Orquestra n.º 1 e defendeu outras obras de Tchaikovski como
pianista e regente,[87][88] e outros artistas a executarem suas obras nessa época incluem
Adele aus der Ohe, Max Erdmannsdörfer, Eduard Naprávnik e Sergei Taneiev.[89]

Outro fator que ajudou a música de Tchaikovski a se tornar popular foi uma mudança de
atitude do próprio público russo. Embora anteriormente as audiências do país tivessem se
Piotr Tchaikovski, por volta satisfeito com performances virtuosas e extravagantes. de composições tecnicamente
de 1870. exigentes mas musicalmente leves, gradualmente elas passaram a ouvir com crescente
apreciação a música em si. As obras de Tchaikovski eram realizadas com freqüência, com
pouco tempo entre a composição e as primeiros apresentações, e a publicação em 1867 de suas canções e músicas para piano,
voltadas para o ambiente familiar, também ajudou a aumentar a sua popularidade como compositor.[90]

No final da década de 1860, Tchaikovski também começou a compor óperas. Sua primeira, Voievoda, baseada em uma peça de
Aleksandr Ostrovski, estreou em 1869, com uma recepção favorável mas sucesso transitório.[91] O compositor ficou insatisfeito
com o resultado, e, tendo reutilizado em obras posteriores partes de suas composições, destruiu seu manuscrito.[91] A ela seguiu-
se Undina, em 1870, da qual apenas trechos foram realizados, e que também foi destruída pelo compositor.[92] Dentre esses
projetos, Tchaikovski começou a compor uma ópera chamada Mandragora, para um libreto de Sergei Rachinski, mas acabou por
abandona-la após compor o pequeno Coro de Flores e Insetos.[93][29]

A primeira ópera de Tchaikovski a sobreviver intacta, Oprítchnik, estreou em 12 de abril de 1874.[94] Durante a sua composição,
ele perdeu o libreto semi-finalizado que Ostrovski lhe entregara, e, constrangido demais para pedir outra cópia, decidiu reescreve-
lo, modelando sua técnica dramática na de Eugène Scribe. Estreada a obra, ela experimentou algum sucesso de público,[94] mas a
crítica a recebeu de maneira claramente negativa. César Cui, em particular, descreveu-a como "vazia de ideias".[94] Mussorgski,
em uma carta para para Vladimir Stasov, desaprovou a ópera e considerou que ela buscava excessivamente agradar o público. No
entanto, seu sucesso junto ao público perdurou, e a ópera Oprítchnik continua a ser realizada de tempos em tempos na Rússia.[92]

Outras obras deste período incluem as Variações em um tema rococó, as sinfonias n.º 3 e n.º 4, a ópera Ievgueni Oneguin, o balé
O Lago dos Cisnes. A última das primeiras óperas de Tchaikovski, Vakula, o ferreiro, foi composta na segunda metade de
1874.[94] O libreto, baseado em um conto de Nikolai Gogol, deveria ter sido musicado por Aleksandr Serov, mas, com a sua
morte, a grã-duquesa Helena Pavlona e mais tarde a SMR organizaram uma competição em sua homenagem, com a garantia de
que composição vencedora seria executada no Teatro Imperial Mariinski.[94] Tchaikovski foi declarado vencedor, e a ópera
estreou em 1876, desfrutando de uma recepção morna da crítica.[95] Após a morte de Tchaikovski, Rimski-Korsakov escreveu
uma ópera baseada na mesma história de Gogol.[96]

Casamento e sexualidade
Discussões a respeito da sexualidade de Tchaikovski talvez tenham sido as mais intensas
sobre qualquer compositor no século XIX, e certamente o foram em relação a qualquer
compositor russo de seu tempo.[97] Esse tema é objeto de considerável controvérsia,
envolvendo esforços da família de Tchaikovski e do governo russo para retratá-lo como
heterossexual,[98] e análises que argumentam categoricamente o contrário, mas sem
apresentar novas evidências.[99][100] Apesar dessas questões, em sua maioria os biógrafos
de Tchaikovski concordam que ele era homossexual.[101] Por longos períodos, ele
procurou ativamente a companhia de outros homens em seu círculo, "associando-se
abertamente e estabelecendo conexões profissionais com eles",[86] e existem fartos
indícios de que ele manteve relacionamentos com eles, incluindo com o músico Iosif
Kotek, por volta da época do seu casamento.[102] Porções relevantes da autobiografia de
O compositor e sua esposa
seu irmão Modest tratam da orientação sexual do compositor, assim como cartas
Antonina, em 1877.
anteriormente suprimidas pelos censores soviéticos, nas quais Tchaikovski escreveu
abertamente sobre isso, sobretudo quando em correspondência com Modest, que era mais
abertamente homossexual.[103]

A natureza sexual de Tchaikovski tornara-se perceptível pelo menos desde sua época na Escola Imperial de
Jurisprudência,[104][105] e durante seu período como funcionário público em São Petersburgo, Tchaikovski buscou desfrutar das
oportunidades culturais e sociais da capital russa e envolveu-se em aventuras amorosas, até que a ameaça de um escândalo
expondo a sua homossexualidade "recobrou-lhe a sobriedade".[106]

Em 1868, ele conheceu a soprano belga Désirée Artôt, e, pouco depois, em uma carta a seu irmão Anatoli, Tchaikovski cobriu-a
de elogios dizendo que "raramente conheci uma mulher tão amável, inteligente e gentil."[64] Eles se apaixonaram, no caso de
Tchaikovski talvez mais pela voz e pelas performances de Artôt,[64] e poucos meses depois de se conhecerem passaram a planejar
casamento.[29] Contudo, o relacionamento não prosperou, talvez pela recusa de Artôt em desistir do palco ou se estabelecer na
Rússia,[107][108] ou pelo fato de sua família ter sido alertada das inclinações sexuais do compositor.[91] Tchaikovski permaneceu
solteiro pela maior parte de sua vida, e mais tarde afirmou que ela era a única mulher que ele amara. Contudo, a partir de 1876 ele
voltou a mencionar aos seus familiares a possibilidade de casamento.[109] Nesse período, a correspondência do compositor indica
grande preocupação com escândalos envolvendo a sua sexualidade, que ele temia afetassem a reputação e pudessem ostracizar
seus familiares.[71] Em uma carta, por exemplo, ele faz referência à sua orientação sexual e à do seu irmão, justificando sua
decisão em se casar:

“ Agora estou passando por um período muito crítico em minha vida. Eu vou
entrar em mais detalhes mais tarde, mas por agora vou simplesmente dizer-lhe:
eu decidi me casar. É inevitável. Eu tenho que fazer isso não apenas para mim,
mas também por você [Modest], e por Tolia, Sasha, e todos aqueles que amo.
Por você, em particular! Você também, Modia, deve pensar cuidadosamente
sobre isso [...] Farei sérios preparativos para contrair um casamento legal,
independentemente da identidade da outra parte [...] Como é terrível pensar que
aqueles que me amam possam, por vezes, sentir vergonha de mim. Em suma,
eu procuro casamento ou algum tipo de envolvimento público com uma mulher,
para calar a boca de criaturas desprezíveis cujas opiniões não significam nada
para mim, mas que estão em posição de causar sofrimento aos que me são
próximos.[110] ”
Assim, em 1877, aos 37 anos, o compositor desposou uma ex-aluna, Antonina Miliukova. Rapidamente, esse casamento mostrou-
se um desastre.[111] Incompatível psicologicamente e sexualmente,[112] o casal viveu junto por apenas dois meses e meio, até
Tchaikovski partir para o estrangeiro, extenuado emocionalmente e sofrendo de um agudo bloqueio criativo.[113] Contudo,
Tchaikovski nunca culpou Antonina pelo insucesso do seu casamento, e é provável que essa experiência o tenha forçado a encarar
a verdade sobre a sua sexualidade.[29] Embora durante a primeira parte de sua vida ele tenha tratado a sua sexualidade como um
fato moralmente indiferente e que ele pensava poder suprimir quando se tornasse
necessário, a perspectiva de vir a casar-se levou-o a considerar imperativo pôr isso em
prática, isso é, reprimir as suas inclinações.[114] Contudo, ele parece ter obtido pouco
sucesso nessa empreitada.[115] Em uma carta a Modest em 1876, em que ele admitira ter
três encontros sexuais recentes, mostrara remorso ao afirmar que "não me é possível
conter-me, apesar de todos os votos que fiz a mim mesmo, de minhas próprias
fraquezas".[115]

Apesar de evidências importantes a respeito de sua sexualidade, não é claro o quão


confortável o compositor se sentia em relação a ela, sobretudo nas décadas seguintes ao
seu casamento. Não se sabe com precisão se Tchaikovski, como afirma o musicólogo e
biógrafo David Brown, "se sentiu perturbado dentro de si mesmo, tomado por algo de que, Iosif Kotek (esquerda) e
ele finalmente percebeu, nunca poderia escapar",[116] ou se, como coloca o biógrafo Tchaikovski (1877).
Alexander Poznansky, ele "não sentia qualquer culpa insuportável" por sua natureza
sexual[86] e "chegou a entender as suas peculiaridades sexuais como uma parte
insuperável e até mesmo natural de sua personalidade [...] sem sofrer qualquer dano psicológico grave."[117]

Anos no estrangeiro
Tchaikovski permaneceu no exterior por um ano após a desintegração de seu casamento.
Sua família continuou a apoiá-lo durante esta crise e ao longo de sua vida,[118] e ele
também foi auxiliado por Nadejda von Mekk, a viúva de um magnata da ferrovia, que
tornara-se sua apoiadora financeira não muito antes do casamento. Ela se transformaria em
uma importante amiga e apoiadora emocional do compositor,[119] e seria sua mecenas
pelos próximos 13 anos, o que lhe permitiria concentrar-se exclusivamente em suas
composições.[120]

Durante esse tempo, ele completou a ópera Ievgueni Oneguin, orquestrou a sua Sinfonia
n.º 4 e compôs um Concerto para Violino e Orquestra.[121] Ele retornou brevemente ao
Conservatório de Moscou, no outono de 1879,[122][nota 10] e, durante os anos seguintes,
assegurado pela renda regular de von Mekk, viajou incessantemente pela Europa e pela
Rússia rural, principalmente sozinho e evitando contatos sociais sempre que possível.[129]
Nadejda von Mekk, patrona
Durante esse tempo, a reputação estrangeira de Tchaikovski cresceu, e uma reavaliação
e confidente de Tchaikovski
de 1877 a 1890. positiva de sua música também ocorreu na Rússia, graças em parte ao apelo do romancista
russo Fiódor Dostoiévski por "unidade universal" com o Ocidente, em 1880. Antes do
apelo de Dostoiévski, a música de Tchaikovski era considerada "excessivamente
dependente do Ocidente", mas a mensagem do escritor se espalhou pela Rússia e esse estigma em relação à música de
Tchaikovski evaporou-se.[130] Ele foi aclamado de maneira sem precedentes e até mesmo atraiu seguidores dentre os jovens
intelectuais de São Petersburgo, como Aleksandr Benois, Leon Bakst e Serguei Diaguilev.[131]

Duas de suas obras musicais deste período se destacam. Com a Catedral de Cristo Salvador sendo concluída em Moscou em
1880, o 25.º aniversário da coroação de Alexandre II programado para 1881,[9][nota 11] e a Exposição de Artes e Indústria de
Moscou de 1882 em fase de planejamento, Nikolai Rubinstein sugeriu a Tchaikovski que compusesse uma grande peça
comemorativa. Tchaikovski concordou, e terminou essa obra em seis semanas. Em uma carta a Nadejda von Mekk, ele escreveu
que esta peça, a Abertura 1812, seria "muito alta e barulhenta, mas eu a escrevi sem qualquer sentimento caloroso de amor e,
portanto, provavelmente não haverá méritos artísticos nela".[132] Ele também avisou o maestro Eduard Naprávnik que "eu não
ficarei surpreso e ofendido se você achar que está em um estilo inadequado para concertos de sinfonia".[132] No entanto, para
muitos, essa abertura tornou-se "a peça de Tchaikovski que eles conhecem melhor",[133] notada particularmente pelo uso de
canhões nas partituras.[134]

Em 23 de março de 1881, Nikolai Rubinstein morreu em Paris. Em dezembro do mesmo ano, Tchaikovski começou a trabalhar
em seu Trio em A menor para piano, "dedicado à memória de um grande artista".[135] Realizada pela primeira vez em uma
apresentação particular no Conservatório de Moscou, no primeiro aniversário da morte de Rubinstein, a peça se tornou
extremamente popular durante a vida do compositor. Em novembro de 1893 ela seria usada na elegia do próprio Tchaikovski, em
concertos memoriais em Moscou e São Petersburgo.[136][nota 12]

Retorno à Rússia
Em 1884 Tchaikovski começou a perder sua insociabilidade e inquietação.
Naquele ano, no mês de março, o czar Alexandre III conferiu-lhe a Ordem de
São Vladimir quarta classe, que vinha acompanhada de um título nobiliárquico
hereditário[138][139] e uma audiência pessoal com o czar.[140] Isso foi visto como
um selo de aprovação oficial, que promoveu a posição social de
Tchaikovski.[138][139] Aos olhos do compositor esse avanço em sua posição
pode ter sido reforçado pelo sucesso de sua Suíte Orquestral n.º 3, que estreou
em São Petersburgo em janeiro de 1885 e foi imediatamente aclamada pela Elenco original do balé A Bela
crítica e pelo público.[141] Nesse mesmo ano Alexandre III solicitou uma nova Adormecida, em São Petersburgo
produção de Ievgueni Oneguin no Teatro Bolshoi Kamenni, em São (1890).
Petersburgo.[15] Ao determinar que a ópera fosse encenada lá, e não no Teatro
Mariinski, ele buscava afirmar que a música de Tchaikovski estava substituindo a ópera italiana como a arte imperial oficial.
Além disso, por sugestão de Ivan Vsevolojski, diretor dos teatros imperiais e um patrono do compositor, Tchaikovski foi
premiado pelo czar com uma pensão anual vitalícia de três mil rublos. Embora não oficialmente, na prática isso fez dele o
principal compositor da corte russa.[142][143]

Apesar do seu desdém pela vida pública, agora Tchaikovski participava ativamente dela, tanto como consequência de sua
crescente celebridade quanto em função do dever que ele sentia de promover a música russa. Ele colaborou com seu ex-aluno
Sergei Taneiev, que agora era diretor do Conservatório de Moscou, participando nos exames de estudantes e mediando as relações
por vezes delicadas entre vários membros da equipe. Ele também serviu como diretor da filial de Moscou da Sociedade Musical
Russa durante a temporada de 1889-1890, e nessa posição convidou muitas celebridades internacionais para reger na Rússia,
incluindo Johannes Brahms, Antonín Dvořák e Jules Massenet.[140]

Durante este período Tchaikovski também começou a promover a música russa por meio de sua atuação como maestro.[140] Em
janeiro de 1887 ele substituiu, por um curto espaço de tempo, o regente responsável pelas apresentações de sua ópera
Tcherevitchki no Teatro Bolshoi em Moscou.[144][29] Ao longo desse mesmo ano ele esteve em demanda considerável em toda a
Europa e Rússia.[145] Essas performances ajudaram-no a superar o medo do palco que o acompanhara desde sempre, e
aumentaram a sua autoconfiança.[146][29] Em 1888 Tchaikovski regeu sua Sinfonia n.º 5 em sua estreia em São Petersburgo,
repetindo o trabalho uma semana depois, com a primeira apresentação de seu poema sinfônico Hamlet. Embora a crítica tenha se
mostrado hostil, com César Cui chamando a sinfonia de "rotineira" e "espalhafatosa", ambas as obras foram recebidas com
grande entusiasmo pelo público, e Tchaikovski, indiferente, continuou a conduzir a sinfonia na Rússia e na Europa. Sua atividade
como regente levou-o aos Estados Unidos, em 1891, onde ele regeu a orquestra da New York Music Society em seu Festival
Coronation March, no concerto inaugural do Carnegie Hall.[147]

Círculo Beliaiev e crescente reputação


Em novembro de 1887 Tchaikovski chegou a São Petersburgo a tempo de ouvir vários dos
Concertos Sinfônicos Russos, organizados pelo magnata russo Mitrofan Beliaiev e
dedicados exclusivamente à música de compositores daquele país. Um desses concertos
incluiu a primeiro apresentação completa de sua Sinfonia n.º 1 revista, e outro apresentava
a versão final da Sinfonia n.º 3 de Nikolai Rimski-Korsakov, cujo círculo de amigos e
colaboradores se encontravam em contato com Tchaikovski.[148] Rimski-Korsakov,
Aleksander Glazunov, Anatoli Liadov, e vários outros músicos de inclinação nacionalista
formaram um grupo conhecido como Círculo Beliaiev, em homenagem ao organizador dos
Concertos Sinfônicos Russos e também um influente patrono de músicos.[149] Tchaikovski
colaborou intensamente com esse Círculo, tornando-se muito mais à vontade com eles do
que com o Grupo dos Cinco e sentindo-se mais confiante em mostrar sua música ao lado
deles.[150] Essa relação durou até à sua morte.[151]

Em 1893, Tchaikovski
Em 1892 Tchaikovski foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts, na França, sendo o
recebeu da Universidade de
segundo artista russo a ser aceito nela.[152] No ano seguinte a Universidade de Cambridge,
Cambridge o título de
na Inglaterra, honrou Tchaikovski com o título de Doutor Honoris Causa em música.[29] Doutor Honoris Causa em
música.

Morte
Entre 16 e 28 de outubro de 1893, Tchaikovski conduziu a estreia de sua Sinfonia n.º 6 Pathétique,[153] em São Petersburgo.
Nove dias depois ele morreu, aos 53 anos. Foi enterrado no Cemitério de Tikhvin, no Mosteiro de Aleksander Nevski, próximo
aos túmulos dos compositores Alexander Borodin, Mikhail Glinka e Modest Mussorgski. Mais tarde Nikolai Rimski-Korsakov e
Mili Balakirev também foram enterrados nas proximidades.[154]

Embora tradicionalmente a morte de Tchaikovski tenha sido atribuída ao cólera, por supostamente ter bebido água não fervida em
um restaurante local,[155][29] muitos escritores têm teorizado que seu óbito foi um suicídio.[156][157] Contudo o assunto
permanece particularmente controverso, e o estado do conhecimento a esse respeito foi resumido da seguinte forma: "A polêmica
sobre a morte [de Tchaikovski] chegou a um impasse [...] Boatos ligados aos famosos demoram a desaparecer [...] problemas nas
evidência oferecem pouca esperança de resolução satisfatória [dessa polêmica]: as circunstâncias do diagnóstico e a confusão
testemunhada; a desconsideração dos efeitos a longo prazo do tabagismo e do álcool. Nós não sabemos como Tchaikovski
morreu. Talvez nunca saibamos [...]".[158]

Música
Tchaikovski escreveu muitos trabalhos que se tornaram populares dentre o público de música clássica, incluindo a abertura-
fantasia Romeu e Julieta, a Abertura 1812, seus três balés (O Quebra-Nozes, O Lago dos Cisnes e A Bela Adormecida) e a
Marcha Eslava. Estes, juntamente com o seu Concerto para Piano e Orquestra n.º 1, o seu Concerto para Violino e Orquestra, as
três últimas das suas seis sinfonias numeradas, e as suas óperas A Dama de Espadas e Ievgueni Oneguin, estão entre os seus
trabalhos mais conhecidos. Quase tão populares são a Sinfonia Manfredo, o poema sinfônico Francesca da Rimini, o Capricho
Italiano e a Serenata para Cordas.[159]

Abertura-fantasia Romeu e Julieta.

Trecho da Dança da Fada Açucarada, de O Quebra-Nozes.

Cena de O Lago dos Cisnes.

A Abertura 1812.

Trecho do poema sinfônico Francesca da Rimini.

Terceiro movimento da Sinfonia n.º4.


Gama criativa
Tchaikovski exibia uma gama estilística e emocional extraordinariamente ampla, de peças de salão de charme inofensivo a
sinfonias de tremenda profundidade, força e grandeza. Algumas de suas obras, como as Variações em um Tema Rococó,
empregam uma forma clássica que lembra os compositores do século XVIII, como Wolfgang Mozart, que era o seu compositor
favorito. Outras composições, como sua Sinfonia n.º 2 Pequena Russa, e sua ópera Vakula, o ferreiro, flertam com práticas
musicais mais parecidas com as do Grupo dos Cinco, especialmente no uso de canções folclóricas.[160] Além disso, trabalhos
como as suas últimas três sinfonias empregam uma linguagem musical pessoal que possibilitou uma expressão emocional
intensa.[161]

Tchaikovski e a Ucrânia
Tchaikovski visitou a Ucrânia pela primeira vez em 1864, hospedando-se em
Trostianets, onde escreveu seu primeiro trabalho orquestral, a abertura A
tempestade. Nos vinte e oito anos seguintes, ele visitou mais de quinze cidades
da Ucrânia, por vezes permanecendo por alguns meses em cada uma delas. Uma
de suas localidades favoritas era Kamianka, no Oblast de Tcherkássi, onde sua
irmã Aleksandra morava com sua família. Sobre Kamianka, ele escreveu que
"encontrei uma sensação de paz em minha alma, que não encontrei em Moscou e
São Petersburgo".[162] Tchaikovski escreveu mais de trinta composições
enquanto estava na Ucrânia. Ele também visitou o compositor ucraniano Mikola A última casa em que o compositor
Lisenko, em 1890, e assistiu a uma performance de sua ópera Taras Bulba na morou, em Klin, e que hoje abriga a
Ópera de Kiev. Tchaikovski foi um dos fundadores do Conservatório de Música Casa-Museu Tchaikovski.
de Kiev, que mais tarde foi rebatizado com o seu nome. Ele também se
apresentou em concertos como maestro em Kiev, Odessa e Carcóvia.[163]

Estilo de composição

Melodia
O crítico de música e jornalista americano Harold Schonberg escreveu sobre o "fundo de melodia doce, inesgotável e super-
sensório" de Tchaikovski, uma característica que segundo ele assegurou o sucesso contínuo de sua música com o público.[164] A
variedade de estilos melódicos das obras de Tchaikovski é tão ampla quanto a variedade de suas composições. Por vezes ele
usava melodias de estilo ocidental, em outros casos melodias originais escritas no estilo da música folclórica russa, e até mesmo
músicas folclóricas reais.[160]

De acordo com o dicionário de música The New Grove, o talento melódico de Tchaikovski podia se tornar seu pior inimigo de
duas maneiras. O primeiro desafio que a melodia apresentava relacionava-se com a herança étnica de Tchaikovski. Ao contrário
dos compositores ocidentais, os compositores russos compunham melodias que tendiam a ser auto-suficientes; eles funcionavam
com uma mentalidade de estase e repetição, e não de progresso e desenvolvimento progressivo. Em um nível técnico, isso o levou
a usar a modulação a fim de introduzir um segundo tema contrastante, algo que se mostrava difícil, pois esse conceito estrangeiro
não existia na música russa da época.[165] A segunda maneira como a melodia trabalhou contra Tchaikovski foi algo que ele
compartilhou com a maioria dos compositores da era romântica. Eles não escreviam nas formas melódicas regulares e simétricas
que funcionavam bem com a forma sonata, como aquelas favorecidas por compositores clássicos como Joseph Haydn, Mozart ou
Beethoven, mas eram completas e independentes por si mesmas.[166] Essa independência impediu seu uso como elementos
estruturais em combinação com outras formas melódicas do mesmo tipo. Por esse motivo, já se considerou que os compositores
românticos "nunca foram sinfonistas natos".[167] Tudo o que um compositor romântico, como Tchaikovski, podia fazer com suas
melodias era essencialmente repeti-las e eventualmente modifica-las para gerar tensão, manter interesse e satisfazer os
ouvintes.[168]

Harmonia
A harmonia poderia ser uma armadilha potencial para Tchaikovski, já que compositores russos da época tendiam a focar na
inércia e em estruturas auto-suficientes, enquanto o estilo de harmonia ocidental trabalhava contra isso, para fazer a música
progredir e, em uma última instância, moldá-la.[169] A modulação, a mudança de um tom para outro, foi um princípio condutor
tanto na harmonia quanto na forma sonata, que desde meados do século XVIII tornara-se a principal estrutura musical ocidental
em larga escala. A modulação mantinha o interesse harmônico por períodos mais longo, fornecia um claro contraste entre os
temas musicais de uma peça, e explicitava como esses temas relacionavam-se entre si.[170] Um ponto a favor de Tchaikovski foi
"um talento para a harmonia" que "impressionou" Rudolph Kündinger, o seu professor de música durante seu tempo na Escola de
Jurisprudência.[171] Junto com o que ele aprendeu em seus estudos no Conservatório de São Petersburgo, esse talento permitiu a
Tchaikovski empregar uma gama variada de harmonia em sua música, desde as práticas harmônicas e texturais ocidentais de seus
dois primeiros quartetos para cordas, até o uso de escalas de tons inteiros na parte final da sua Sinfonia n.º 2, uma prática mais
tipicamente usada pelo Grupo dos Cinco.[160]

Ritmo
Ritmicamente, Tchaikovski algumas vezes experimentou com métricas incomuns. Mais frequentemente, ele usava uma métrica
firme e regular, uma prática que o servia bem sobretudo em composições para dança. Em alguns casos, seus ritmos se tornaram
suficientemente pronunciados para serem os principais agentes expressivos de suas composições. Como na música folclórica
russa, eles também se tornaram um meio para simular movimento e progressão em movimentos sinfônicos em grande escala -
aquilo que Brown chamou "propulsão sintética", e que substituiu o impulso que, na forma sonata, seria criado estritamente pela
interação de elementos melódicos ou temáticos. Esse tipo de interação geralmente não é encontrado na música russa.[nota 13][160]

Estrutura
A estrutura das composições de Tchaikovski demonstra tentativas de superar a forma sonata, cujo princípio de crescimento
progressivo, através da interação de temas musicais, era estranho à prática russa.[165] O argumento tradicional, de que
Tchaikovski parecia incapaz de desenvolver temas dessa maneira, falha em considerar esse ponto, e também a possibilidade de
que Tchaikovski tenha pretendido que as passagens de desenvolvimento de seus trabalhos de grande escala funcionassem como
"hiatos forçados", para criar tensão, em vez de crescerem suavemente com argumentos musicais progressivos.[172]

De acordo com Brown e os musicólogos Hans Keller e Daniel Jitomirski, Tchaikovski encontrou sua solução para estruturas em
larga escala quando compunha sua Sinfonia n.º 4. Segundo Jitomirski, ele essencialmente evitou a interação temática e manteve a
forma sonata apenas como um "esboço". Dentro deste esquema, seu foco centrou-se na alternância periódica e na justaposição de
elementos. Tchaikovski colocou blocos tonais e temáticos dissimilares uns ao lado dos outros, com o que Keller chama de "novos
e violentos contrastes" entre temas musicais, tons e harmonias.[173][174] Este processo, de acordo com Brown e Keller,
embala[173] e acrescenta drama intenso à composição.[175] Enquanto Warrack argumento que o resultado é "um tratamento
episódico e engenhoso de duas melodias, em vez de um desenvolvimento sinfônico delas", no sentido germânico,[176] Brown
responde que as composições de Tchaikovski conduziram o ouvinte do período "através de uma sucessão de seções carregadas,
que se juntavam formando um tipo radicalmente novo de experiência sinfônica", fundada não na somatória, como as sinfonias
austro-alemãs, mas na acumulação.[173]

Em parte devido às complexidades melódicas e estruturais envolvidas neste acúmulo, e em parte devido à natureza do próprio
compositor, a música de Tchaikovski tornou-se intensamente expressiva.[177][160][175] Essa intensidade era inteiramente nova na
música russa, e levou alguns russos a comparar Tchaikovski a Dostoiévski.[178] O musicólogo alemão Hermann Kretzschmar
credita Tchaikovski com o oferecimento, em suas últimas sinfonias, de "imagens completas da vida, desenvolvidas livremente, às
vezes até dramaticamente, em torno de contrastes psicológicos [...] Esta música tem a marca da experiência verdadeiramente
vivida e sentida".[179] Botstein, ao elaborar este comentário, sugere que ouvir a música de Tchaikovski "se tornou um espelho
psicológico conectado à experiência cotidiana, que refletia a natureza dinâmica do próprio eu emocional do ouvinte". Esse
engajamento ativo com a música "ofereceu ao ouvinte uma visão de tensão emocional e psicológica, e uma extremidade de
sentimento que possuía relevância porque se identificava com reminiscências de uma experiência verdadeiramente "vivida e
sentida", ou com a busca de intensidade de cada um, em um sentido profundamente pessoal".[179]

Repetição
A repetição é uma prática típica da música de Tchaikovski, assim como é na
música russa.[180][181] Seu uso de seqüências dentro de melodias (repetindo uma
melodia em um tom mais alto ou mais baixo no mesmo tom) por vezes se
estendia por longos períodos em suas composições.[160] Contudo, a repetição faz
Seqüência crescente. Nela, existem
com que a melodia que está sendo repetida permaneça estática durante um
apenas quatro segmentos,
período de tempo, mesmo quando há um nível superficial de atividade rítmica
continuamente mais altos, e que
adicionado a ela.[182][181] Tchaikovski manteve a fluidez de sua música, ao seguem a uma mesma distância
tratar a melodia, a tonalidade, o ritmo e a cor do som como uma unidade (segundos: C – D, D – E, etc.)
integrada, e não como elementos separados.[177] Fazendo mudanças sutis mas
perceptíveis no ritmo ou no fraseado de uma melodia, modulando para outro tom, alterando a própria melodia ou variando os
instrumentos que a tocam, as composições de Tchaikovski captavam e mantinham o interesse do ouvinte, evitando que ele se
dispersasse. Ao estender o número de repetições, ele poderia aumentar a tensão musical e dramática de uma passagem,
construindo "uma experiência emocional de intensidade quase insuportável", e controlando o pico e a liberação dessa tensão.[160]
Segundo o musicólogo Martin Cooper, trata-se de uma forma sutil de unificar uma peça musical, que Tchaikovski levou a um
ponto alto de refinamento.[183][nota 14]

Orquestração
Como outros compositores românticos, Tchaikovski se baseou fortemente na orquestração para efeitos musicais.[184]
Tchaikovski, no entanto, tornou-se conhecido pela "opulência sensual" e pelo "voluptuoso virtuosismo dos timbres" de sua
orquestração.[185][186] Como Glinka, Tchaikovski tendia para cores primárias brilhantes, e contrastes de textura fortemente
delineados.[160] No entanto, começando com a sua Sinfonia n.º 3, Tchaikovski experimentou com uma gama mais ampla de
timbres.[187] A notação de Tchaikovski foi notada e admirada por alguns de seus pares. Rimski-Korsakov referia-se regularmente
a ela em suas aulas no Conservatório de São Petersburgo, e dizia que a notação de Tchaikovski era "despojada de todo esforço
posterior, [a fim de] produzir uma sonoridade saudável e bela".[188] Essa sonoridade, segundo o musicólogo Richard Taruskin, é
essencialmente germânica. Tchaikovski tipicamente fazia dois ou mais instrumentos tocar simultaneamente uma melodia (uma
prática chamada de duplicação) e seu ouvido para combinações surpreendentes de instrumentos resultava em "uma sonoridade
orquestral generalizada, na qual os timbres individuais dos instrumentos, estando inteiramente misturados, desapareceriam".[188]

Pastiche (passé-ismo)
Em obras como a Serenata para Cordas e Variações em um Tema Rococó, Tchaikovski mostrou grande talento ao compor
pastiches no estilo europeu do século XVIII. No balé A Bela Adormecida e na ópera A Dama de Espadas, ele passou da imitação
para a evocação em grande escala. Essa prática, que Aleksandr Benois chama de "passé-ismo", empresta um ar de atemporalidade
e proximidade, fazendo com que o passado se confunda com o presente.[189] Em um nível prático, Tchaikovski foi atraído para
estilos passados porque achava que poderia encontrar soluções para certos problemas estruturais que eles apresentam. Seus
pastiches rococós também podem ter oferecido escapatória para um mundo musical mais puro do que o seu, para o qual ele se
sentiu atraído. Da mesma forma, a atração de Tchaikovski pelo balé pode ter permitido um refúgio em um mundo de conto de
fadas, onde ele poderia compor livremente dentro de uma tradição de elegância francesa.[190]

Antecedentes e influências
De acordo com Brown e o musicólogo Roland John Wiley, dentre os compositores
ocidentais contemporâneos de Tchaikovski, Robert Schumann se destacou como forte
influência quanto à estrutura formal, às práticas harmônicas e à escrita para
piano.[191][192] Para Asafyev, Schumann deixou sua marca em Tchaikovski não apenas
como uma influência formal, mas também como um exemplo de dramaturgia musical e
autoexpressão.[193]

Leon Botstein afirma que composições de Franz


Liszt e Richard Wagner também deixaram
impressões no estilo orquestral de
Tchaikovski.[nota 15][195] A tendência romântica

Mozart estava entre os tardia de escrever suítes orquestrais, iniciada por


compositores favoritos de Franz Lachner, Jules Massenet e Joachim Raff
Tchaikovski. após a redescoberta de obras de Johann Sebastian
Bach nesse gênero, pode ter influenciado
Tchaikovski a testá-las pessoalmente.[196] A ópera de seu professor Anton Rubinstein,
Demônio, tornou-se um modelo para o quadro final de Ievgueni Oneguin.[143] O mesmo
aconteceu com os balés Coppélia e Sylvia, de Léo Delibes, em relação a A Bela
Adormecida;[nota 16] e a ópera Carmen, de Georges Bizet, quanto à A Dama de A música de Schumann,
Espadas.[198][199] contemporâneo de
Tchaikovski, foi muito
Além disso, Tchaikovski voltou-se para compositores do passado - Beethoven, cuja apreciada por ele.
música respeitava;[200] Mozart, cuja música amava;[200] Glinka, cuja ópera Uma Vida
para o Czar impressionou-o profundamente em sua infância, e cuja notação ele estudou assiduamente;[201] e Adolphe Adam,
cujo balé Giselle era um dos seus favoritos, em seus dias de estudante, e cuja notação consultou enquanto trabalhava em A Bela
Adormecida.[202] Os quartetos de cordas de Beethoven podem ter influenciado as tentativas de Tchaikovski nesse tipo de
peça.[203] Outros compositores cujos trabalhos interessavam a Tchaikovski incluíam Hector Berlioz, Felix Mendelssohn,
Giacomo Meyerbeer e Henry Litolff.[204]

Impacto estético
O historiador da música Francis Maes sustenta que, independentemente do que ele compunha, a principal preocupação de
Tchaikovski era como a sua música impactaria seus ouvintes em um nível estético, em momentos específicos da peça e em um
nível cumulativo, quando a música terminava. O que seus ouvintes vivenciariam em um nível emocional ou íntimo, tornou-se um
fim em si mesmo,[205] e o foco de Tchaikovski em agradar o seu público pode ser considerado semelhante ao de Mendelssohn ou
Mozart.[206][207] No entanto, mesmo quando ele compunha a chamada "música de programa", por exemplo sua abertura-fantasia
Romeu e Julieta, seguia a forma sonata. Seu uso de melodias estilizadas do século XVIII e de temas patrióticos, foi voltado para
os valores da aristocracia russa.[208] Ele foi ajudado nisso por Ivan Vsevolojski, que encomendou a Tchaikovski A Bela
Adormecida e a Modest o libreto para A Dama de Espadas, estipulando claramente o uso de configurações do século
XVIII.[209][nota 17] Tchaikovski também usava frequentemente a polonaise, uma referência à dinastia Romanov e um símbolo do
patriotismo russo. Usá-la no final de uma obra podia garantir o seu sucesso com os ouvintes russos.[211][207]
Afora a questão do impacto que o compositor buscava atingir por meio da estética de suas obras, para Botstein, embora a estética
do seu trabalho seja característica do movimento romântico, em um nível mais subjetivo ela pode ser interpretada a partir e em
contraposição à estética do nascente movimento realista, que o compositor pode ter ambicionado empregar em sua obra, em um
esforço de superação. Segundo esse crítico, Tchaikovski era um ávido leitor, e, embora fosse crítico de algumas vertentes da
literatura realista, sobretudo aquela de Émile Zola, ele tinha grande estima pela obra de Liev Tolstói e Anton Tchekov. De
maneira ainda mais específica, a música de Tchaikovski encontraria ressonância na corrente realista das artes visuais russas da
época, sobretudo no trabalho de Ilia Repin e Nikolai Gay, cujas obras teriam causada no público da época uma sensação de
histeria e frenesi semelhante à proporcionada por algumas das composições de Tchaikovski.[212]

Recepção

Dedicatórias e colaborações
O relacionamento de Tchaikovski com os seus colaboradores foi confuso. Tal como Nikolai Rubinstein em relação ao seu
Concerto para Piano n.º 1, o virtuoso e pedagogo Leopold Auer rejeitou o Concerto para Violino e Orquestra,[213] embora mais
tarde tenha mudado de ideias a esse respeito, executando-o com grande êxito junto ao público. Ele também viria a ensiná-lo a
seus alunos, que incluíam Jascha Heifetz e Nathan Milstein.[214] De acordo com o crítico musical Michael Steinberg, Wilhelm
Fitzenhagen "interveio consideravelmente buscando moldar o que ele considerava a 'sua' obra", as Variações sobre um Tema
Rococó. O desembaraço do violoncelista alemão causou irritação a Tchaikovski, que, apesar disso, nada fez a respeito e publicou
as Variações em um tema rococó com as modificações de Fitzenhagen.[215] A colaboração de Fitzenhagen nos três balés de
Tchaikovski foi mais satisfatória, e é possível que isso se deva à mediação de Marius Petipa, com quem ele trabalhou nos dois
últimos.[nota 18] Embora A Bela Adormecida fosse vista por seus dançarinos como desnecessariamente complicada, Petipa os
convenceu a fazerem esforços adicionais. A seu turno, Tchaikovski comprometeu-se a tornar a sua música a mais prática possível
para os dançarinos, e em retorno recebeu mais liberdade criativa que os compositores de balé da época. Ele respondeu com
partituras que minimizavam as sutilezas rítmicas normalmente presentes em seu trabalho, mas eram inventivas e ricas em
melodia, com uma orquestração mais refinada e imaginativa do que outras peças para balé.[217]

Junto à crítica
A recepção da crítica à música de Tchaikovski também foi heterogênea, mas melhorou ao longo do tempo. Mesmo depois de
1880, críticos dentro da Rússia o consideravam suspeito por não ser suficientemente representativo da cultura nacional, e
achavam que os críticos da Europa Ocidental o louvavam exatamente por esse motivo.[218] De acordo com o musicólogo e
maestro Leon Botstein, esse ponto de vista pode ter sido ligeiramente correto, pois um número de críticos alemães da época
afirmava que Tchaikovski sentia-se particularmente à vontade fora do âmbito da música russa.[219] Dos críticos estrangeiros que
não aprovavam a sua música, Eduard Hanslick criticou o Concerto para Violino como uma composição musical "cujo fedor pode-
se ouvir"[220] e William Forster Abtrop escreveu sobre a Sinfonia n.º 5, em sua coluna no jornal Boston Evening Transcript, que
"a peroração furiosa soa como uma horda de demônios lutando em uma torrente de conhaque, a música cada vez mais bêbada.
Pandemônio, delirium tremens, alucinação e, acima de tudo, terrível barulho!".[221]

A divisão entre os críticos russos e ocidentais permaneceu estendeu-se pela maior parte do século XX, mas por uma razão
diferente. De acordo com Brown e Wiley, a visão predominante dos críticos ocidentais era de que as qualidades da música de
Tchaikovski que atraíam o público - suas emoções fortes, objetividade, eloquência e orquestração vívida - juntas levavam à
superficialidade composicional.[158][160] O uso da música de Tchaikovski nas artes populares e cinematográficas, segundo
Brown, diminuiu ainda mais o seu valor diante da crítica.[160] Além disso, a música de Tchaikovski exigia engajamento ativo do
ouvinte - como Botstein expressa, sua música "falava à vida interior imaginativa do ouvinte, independentemente da sua
nacionalidade" - e críticos conservadores podem ter sentido que tais demonstrações emotivas "atacam as fronteiras da apreciação
estética convencional - a recepção culta da arte como um ato de discernimento formalista - e a educada apreciação da arte como
um ato de diversão".[179]
Também o compositor não ter seguido estritamente a forma sonata, preferindo
justapor blocos tonais e grupos temáticos, tem sido por vezes visto como uma
fraqueza, e não um sinal de originalidade.[177] Mesmo com o que Schonberg
chamou de "reavaliação profissional" do trabalho de Tchaikovski,[159] não
desapareceu completamente a crítica a Tchaikovski por não seguir os passos dos
mestres vienenses, e a sua intenção de escrever música que agradaria seu
público é também por vezes usada contra si. Em um artigo de 1992, Allan
Kozinn, crítico do The New York Times, escreveu que "afinal de contas, é a
flexibilidade de Tchaikovski que nos deu uma noção de sua variabilidade [...]
Tchaikovski foi capaz de produzir música - embora divertida e muito amada -
que parece superficial, manipuladora e trivial, quando considerada em seu
contexto. O Concerto para Piano n.º 1 é um bom exemplo: faz um barulho
alegre, nada em belas melodias, e sua retórica dramática permite (ou mesmo
requer) que um solista faça uma impressão grande, fanfarrona. Mas é
inteiramente oco".[222]

No século XXI, no entanto, a crítica tem reagido mais positivamente à


originalidade e talento de Tchaikovski.[159] De acordo com o historiador cultural
Joseph Horowitz, "Tchaikovski está sendo visto novamente como um
compositor de primeira categoria, que produziu música de profundidade,
inovação e influência".[223] Importante nesta reavaliação é uma mudança de
atitude que tem afastado o desdém pelo emocionalismo aberto e os excessos
românticos, característica essa que marcou a segunda metade do século XX.[158]
Composições de Tchaikovski
Segundo Horowitz, "hoje Tchaikovski é mais admirado do que deplorado por
encontraram duradoura popularidade
sua franqueza emocional; sua música parece atormentada e insegura, mas,
junto ao público. De cima para baixo,
também, todos nós somos assim".[223] montagens de O Lago dos Cisnes do
Kansas City Ballet (2016), da Ópera
Real Sueca (2008) e do Teatro
Junto ao público
Alexandrinski em São Petersburgo
Horowitz sustenta que, embora a posição da música de Tchaikovski tenha (2008).
oscilado entre os críticos, para o público ele "nunca saiu de moda, e seus
trabalhos mais populares renderam sound-bites icônicos, como o tema de amor
de Romeu e Julieta".[223] Botstein acrescenta que "Tchaikovski atraiu as
audiências fora da Rússia com uma rapidez e objetividade que foram
surpreendentes até mesmo para a música, uma forma de arte frequentemente
associada à emoção".[219] As melodias de Tchaikovski, enunciadas com
eloqüência e correspondidas por seu uso inventivo da harmonia e da orquestração, sempre garantiram o apelo da audiência.[224]
Como reflexo dessa popularidade, a música de Tchaikovski também tem sido usada com freqüência na música popular e no
cinema.[225]

Legado
Tchaikovski tem sido considerado o mais popular compositor russo de todos os tempos.[1] De acordo com Wiley, Tchaikovski foi
um pioneiro de várias maneiras. "Graças em grande parte a Nadezhda von Mekk [...] ele se tornou o primeiro compositor russo
profissional em tempo integral". Isso, ele acrescenta, permitiu-lhe ter tempo e liberdade para consolidar as práticas
composicionais ocidentais que aprendera no Conservatório de São Petersburgo, fundindo-os com canções folclóricas russas e
outros elementos musicais nativos a fim de cumprir seus próprios objetivos expressivos e forjar um estilo original e
profundamente pessoal. Ele causou um impacto não apenas nas obras absolutas, como a sinfonia, mas também na música de
programa e, como Wiley coloca, "transformou as realizações de Liszt e Berlioz [...] em
termos de elevação shakespeariana e importância psicológica".[226] Wiley e Holden
observam que Tchaikovski fez isso sem ter uma escola de composição nativa em que se
apoiar. Eles apontam que apenas Glinka o havia precedido na combinação de práticas
russas e ocidentais, e seus professores em São Petersburgo tinham sido completamente
germânicos em suas perspectivas musicais. Segundo escrevem, para todos os efeitos
Tchaikovski estava só em sua busca artística.[227][226]

Maes e Taruskin escrevem que


Tchaikovski acreditava que sua Efígie de Tchaikovski em
capacidade de combinar habilidade e uma moeda de rublo
altos padrões em suas obras musicais o soviético (1990).
separava de seus contemporâneos do
Grupo dos Cinco.[185][228] Maes acrescenta que, como eles, ele queria produzir
música que refletisse o caráter nacional russo, mas para ele era importante que
isso fosse feito de maneira a satisfazer os mais altos padrões europeus de
qualidade.[185] Tchaikovski emergiu em um momento em que a nação russa
Monumento a Tchaikovski em Klin.
estava profundamente dividida sobre o de seu caráter nacional. Como seu país,
escreve Maes, ele demorou para descobrir como expressar seu caráter russo de
uma maneira que fosse fiel a ele mesmo e ao que ele aprendera. Por causa de seu profissionalismo, diz Maes, ele trabalhou duro
nessa meta e teve sucesso. Um amigo do compositor, o crítico musical Hermann Laroche, escreveu sobre A Bela Adormecida que
a partitura continha "um elemento mais profundo e mais geral que a cor, na estrutura interna da música, sobretudo nos
fundamentos do elemento da melodia. Esse elemento básico é, sem dúvida, russo".[229]

Tchaikovski foi inspirado a ir além da Rússia, com a sua música.[185][143] Sua exposição à música ocidental encorajou-o a crer
que ele pertencia não apenas à Rússia, mas também ao mundo em geral.[51] Para Volkov, essa mentalidade o levou a refletir
seriamente sobre o lugar da Rússia na cultura musical europeia - o primeiro compositor russo a fazê-lo.[130] Essa forma de ver-se
a si mesmo o levou a se tornar o primeiro compositor russo a familiarizar o público estrangeiro com seus próprios trabalhos e
com os de outros compositores russos.[230] Em sua biografia de Tchaikovski, Anthony Holden relembra a aridez da música
clássica russa antes do nascimento de Tchaikovski, e depois coloca as realizações do compositor em perspectiva histórica: "Vinte
anos após a morte de Tchaikovski, em 1913, Le Sacre du Printemps de Ígor Stravinski entrou em cena, sinalizando a chegada da
Rússia à música do século XX. Entre esses dois mundos muito diferentes, a música de Tchaikovski era a única ponte".[227]

Notas
Pjotr Iljitsch Tschaikowski. Em russo-português e também com
1. A grafia original do seu nome, no fontes em língua portuguesa, o padrão de transliteração da
alfabeto russo anterior às frequentemente seu nome é Folha de São Paulo, amplamente
revoluções russas de 1917, é romanizado Pyotr Ilyich utilizado em língua portuguesa.
Петръ Ильичъ Чайковскій. Seu Tchaikovsky, grafia apropriada da Além disso, essa é a grafia que
nome e sobrenome em suas romanização de seu nome em melhor se adequa aos padrões
grafias contemporâneas, Пётр língua inglesa, e que permite adotados pela Wikipédia
Ильи́ч Чайко́ вский, são evitar os diacríticos e caracteres lusófona.
geralmente transcritos do russo adaptados típicos dos sistemas 2. No calendário juliano, suas datas
de acordo com as diferentes de transliteração Científico e ISO de nascimento e morte eram
fonéticas de cada idioma de 9, e os dígrafos e trígrafos do respectivamente 25 de abril de
destino, e buscando preservar sistema GOST 16876-71, cuja 1840 e 25 de outubro de 1893.
sua dicção em seu idioma de fonética frequentemente não Algumas das fontes utilizadas
origem. Assim, enquanto é corresponde à do português. neste artigo referem-se a datas
comum sua romanização como Contudo, a romanização do seu no calendário juliano, e outras a
Pyotr Ilyich Tchaikovsky em nome como Piotr Ilitch datas no calendário gregoriano.
língua inglesa, normalmente em Tchaikovski apresenta vantagens
francês seu nome é grafado Piotr adicionais, pois se conforma com
Ilitch Tchaïkovski, e em alemão a maior parte dos dicionários
3. Tchaikovski teve quatro irmãos 8. Sua crítica levou Tchaikovski a 11. Essa celebração não aconteceu,
(Nikolai, Ippolit, Anatoli e considerar re-compor as pois Alexandre II foi assassinado
Modest), uma irmã (Alexandra) e sinfonias de Schumann, um em março de 1881.
uma meia-irmã (Zinaida, fruto do projeto que ele nunca 12. Essa peça também cumpriu um
primeiro casamento de seu realizou.[69] pedido antigo de von Mekk para
pai).[10][11] Nikolai seguiria os 9. Em uma carta para sua patrona um trabalho desse tipo, que ela
passos do pai e tornaria-se Nadejda von Mekk, mais tarde queria ver executado pelo
engenheiro de minas, e Ippolit Tchaikovski descreveria a reação pianista que ela havia contratado
tornaria-se oficial da Marinha de Rubinstein ao ouvir o para sua casa, Claude
Imperial Russa.[3] Dentre os concerto pela primeira vez: "uma Debussy.[137]
gêmeos, Anatoli construiria uma torrente de palavras jorrou dos 13. Para mais informações, ver a
proeminente carreira jurídica, lábios de Rubinstein, tornando- subseção Repetição.
enquanto Modest tornou-se se mais altas e duras até que ele
dramaturgo, libretista e 14. Para mais informações, ver a
soava como um Júpiter
subseção Orquestração.
tradutor,[12] e mais tarde seria o trovejando. De acordo com ele,
primeiro biógrafo de seu irmão meu concerto era ruim, 15. Como prova da influência de
compositor.[13] impossível de tocar, com várias Wagner, Botstein cita uma carta
passagens estranhas... tão de Tchaikovski a Taneiev, na qual
4. Sua morte o afetou de tal o compositor "admite
maneira, que ele só informou pobremente composto que seria
impossível corrigi-lo. [...] Eu prontamente a influência dos
Fanny Dürbach dois anos Nibelungos em Francesca da
fiquei não apenas atônito, mas
depois.[33] Mais de vinte e cinco Rimini". Esta carta é citada por
também ofendido por essa
anos depois de sua perda, Brown.[194]
cena". Ele publicaria o concerto
Tchaikovski escreveu para sua
em seu original, e somente mais 16. Embora também se diga que
patrona, Nadejda von Mekk, que
tarde realizou algumas esses dois balés influenciaram
"cada momento daquele dia
aterrador é tão vívido para mim modificações. [85] igualmente O Lago dos Cisnes,
10. Desde o início da crise conjugal Tchaikovski já o havia composto
como se fosse ontem".[34]
do compositor, Rubinstein quando tomou conhecimento
5. Tchaikovski atribuiu a frieza de desses trabalhos de Delibes.[197]
supunha que Tchaikovski poderia
Rubinstein a uma diferença em
partir, e estava preparado para 17. Vsevolojski originalmente
seus temperamentos musicais, e
Rubinstein pode ter ficado isso [123]. No entanto, sua desejava que o libreto fosse
enciumado, profissionalmente, intromissão no relacionamento musicado por um compositor
com o impacto da obra de de Tchaikovski com Nadejda von atualmente pouco conhecido,
Tchaikovski como compositor. A Mekk pode ter contribuído para a chamado Nikolai Klenovski, e
homofobia pode ter sido outro partida do compositor. As ações não por Tchaikovski.[210]
de Rubinstein, que azedaram
fator.[59] 18. O trabalho de Tchaikovski com
suas relações com Tchaikovski e
6. Uma exceção à antipatia de Julius Reisinger em O Lago dos
von Mekk, incluíam implorar a
Rubinstein foi a Serenata para Cisnes também foi bem
von Mekk em pessoa para que
cordas, que ele considerou "a sucedido, já que o incentivou a
terminasse com o subsídio de
melhor peça de Tchaikovski" colaborar também com Petipa.
Tchaikovski para o bem do
quando a ouviu durante um Contudo, a relação entre eles
próprio compositor.[124][125] As permanece relativamente
ensaio. Segundo o biógrafo de ações de Rubinstein, por sua
Tchaikovski, David Brown, obscura na literatura a
vez, foram estimuladas pela
"finalmente, esse erudito de São respeito.[216]
retirada de Tchaikovski da
Petersburgo [Rubinstein], que delegação russa para a Feira
consistentemente grunhiu com Mundial de Paris de 1878,
desaprovação às sucessivas posição que Rubinstein havia
composições de Tchaikovski, buscado garantir para o
encontrou um trabalho de seu
compositor.[126][127] Rubinstein
ex-aluno que ele poderia
havia sido contratado para
endossar".[60] realizar quatro concertos lá, e no
7. A medalha de ouro do primeiro apresentou o Primeiro
Conservatório só seria Concerto para Piano de
introduzida anos mais tarde.[63] Tchaikovski.[128]

Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Pyotr Ilyich Tchaikovsky»,
especificamente desta versão (https://en.wikipedia.org/w/index.php?title=Pyotr_Ilyich_Tchaikovsky&oldid=88228
9647).

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