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Roteiro de Estudos

PIC 2019 – N2 – CICLO 8


Encontros 1 e 2

Prezados Professores.

Pelo calendário divulgado previamente, os ciclos 7 e 8 do PIC serão realizados


após a aplicação da prova da segunda fase da OBMEP 2019.

Por esse motivo, esses dois ciclos são dedicados à resolução de problemas
variados.

Para esse ciclo 8 do grupo N2, estamos sugerindo a resolução de alguns dos
problemas presentes nos capítulos 3 até o 9 do livro

Círculos Matemáticos de Moscou


Problemas Semana-a-Semana
Sergey Dorichenko

As soluções dos problemas desse livro estão sendo gravadas em vídeo e estão
sendo disponibilizadas no seguinte módulo do Portal da Matemática, no link:

https://portaldosaber.obmep.org.br/index.php/modulo/lista?serie=10

Caso possível, sugerimos que o vídeo introdutório desse módulo seja


apresentado para a turma.

Esperamos que após a realização do ciclo 8, os alunos continuem estudando de


modo mais independente, avancem no estudo e na leitura do livro do Dorichenko
e continuem assistindo os vídeos com as soluções dos problemas que não foram
abordados nesse encontro do PIC.

Apenas por uma opção didática, iremos dividir os exercícios em dois conjuntos
associados à “aritmética ou contagem” e, posteriormente, “geometria”.

Informamos também que não serão aplicadas avaliações presenciais, avaliações


on-line e tarefas sobre os conteúdos do ciclo 8.

Bons estudos

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Círculos Matemáticos de Moscou
Problemas Semana-a-Semana - Sergey Dorichenko

CONJUNTO DE EXERCÍCIOS ARITMÉTICOS OU DE CONTAGEM

Exercício 1. (Conjunto de Problemas 3, Problema 3.2, página 7)

Sem efetuar as contas de todos os pares ou de todos os ímpares, responda o que segue:
o que é maior, a soma de todos os números pares de 1 a 100 ou a soma de todos os
números ímpares de 1 a 99? Por quanto?

Exercício 2. (Conjunto de Problemas 3, Problema 3.8, página 8)

João e Maria estão disputando um determinado jogo. Em cada rodada, o jogador da vez
pode remover 1 ou 11 fósforos de uma mesma pilha com 111 fósforos. Eles jogam
alternadamente removendo fósforos, com João jogando primeiro. O vencedor é o
jogador que torna seu oponente incapaz de retirar fósforos. Quem vai vencer?

Exercício 3. (Conjunto de Problemas 3, Problema 3.11, página 8)

Cada uma das letras D, O, I, S na multiplicação que segue representa um algarismo


diferente. Encontre o algarismo correspondente a cada letra.

Exercício 4. (Conjunto de Problemas 4, Problema 4.1, página 9)

Um determinado país pequeno tem 4 cidades: A, B, C e D. Existem 5 estradas entre A e


B, 4 entre B e C, 2 entre A e D, e 3 entre D e C.

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De quantas maneiras diferentes é possível viajar:

(a) de A para C passando por B;

(b) de A para C passando por B ou por D?

Exercício 5. (Conjunto de Problemas 4, Problema 4.4, página 9)

(a) Há três lâmpadas em um fio muito curto de luzes para árvores de Natal: uma é
vermelha, outra é azul e a terceira é verde. Cada lâmpada pode estar ligada ou desligada.
De quantas maneiras diferentes esse fio pode estar iluminado?

(b) E se o fio tivesse cinco lâmpadas diferentes de cinco cores diferentes?

Exercício 6. (Conjunto de Problemas 4, Problema 4.5, página 9)

Verifique a validade das equações na figura e, a partir dessas simulações, construa uma
argumentação técnica que justifique a seguinte afirmação:

“Para qualquer inteiro positivo n, temos que 1+2+ · · · +(n−1)+n+(n−1)+· · ·+2+1 = n2. ”

Exercício 7. (Conjunto de Problemas 5, Problema 5.2, página 11)

Uma turma tem 25 alunos. Determine de quantas maneiras diferentes é possível


escolher os grupos a seguir nessa turma:

(a) se o grupo é composto de um monitor e um representante.

(b) se o grupo é formado por dois monitores.

(c) se o grupo é formado por três monitores.

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Exercício 8. (Conjunto de Problemas 5, Problema 5.9, página 12)

(a) Há 3 livros em uma prateleira. De quantas maneiras os livros podem ser arrumados
em ordens diferentes de modo que nenhum deles permaneça em seu lugar original?

(b) E se a prateleira tiver 4 livros?

(c) E se forem 5 livros?

Exercício 9. (Conjunto de Problemas 6, Problema 6.3, página 13)

O último algarismo do quadrado de um inteiro pode ser 2? Justifique a sua resposta.

Exercício 10. (Conjunto de Problemas 6, Problema 6.10, página 14)

Quantas cadeias de 15 algarismos iguais a 0 ou a 1 existem que não têm dois algarismos
iguais a 0 juntos?

Exercício 11. (Conjunto de Problemas 7, Problema 7.4, página 15)

Encontre o resto na divisão quando:

(a) 3100 é dividido por 5;

(b) 5100 é dividido por 3.

Exercício 12. (Conjunto de Problemas 7, Problema 7.7, página 15)

(a) Quantos números diferentes com 10 algarismos podem ser escritos usando-se
apenas os algarismos 1 e 2?

(b) Uma mangueira tem dez mangas. De quantas maneiras podemos colher diversas
delas?

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Problemas Semana-a-Semana - Sergey Dorichenko

SOLUÇÕES E COMENTÁRIOS - EXERCÍCIOS ARITMÉTICOS OU DE CONTAGEM

Solução do Exercício 1.

Ressaltamos que não é necessário calcular a soma de todos os números pares até 100,
calcular a soma de todos os números ímpares até 100 e depois comparar os dois
resultados. Divida esses números de 1 a 100 em pares na forma: (1 e 2), (3 e 4), (5 e 6),
. . . , (99 e 100). Temos 50 pares de números e cada par tem um número ímpar e um par,
com o ímpar sendo igual ao par menos um. Logo, a soma dos números ímpares de 1 a
99 é menor do que a soma dos números pares de 1 a 100 e a diferença entre essas duas
somas é igual a (1) + (1) + .... +(1) = 50.

Solução do Exercício 2.

Observe que depois da jogada de João o número de fósforos será par e, depois de cada
jogada de Maria, será ímpar. Portanto, não importa por quanto tempo eles joguem,
Maria não poderá vencer, já que, depois de qualquer uma de suas jogadas, o número
resultante de fósforos nunca pode ser 0. E João sempre vai vencer, pois Maria sempre
vai deixar pelo menos um fósforo e, dessa forma, João poderá efetuar sua jogada.

OBS: Se em lugar dos números 1, 11 e 111 fossem, respectivamente, 7, 77 e 777, então


a mesma argumentação acima poderia ser utilizada.

Solução do Exercício 3.

O último algarismo de S3 é o próprio S, já que o último algarismo de S×S é D e o último


algarismo de S×D é S. Logo, S tem que ser 4 ou 9 (os casos 0, 1, 5, 6 estão excluídos
porque levam a D = S). Observe que o 9 também está excluído, pois levaria a D = 1 e a
última linha antes do resultado final teria apenas 4 algarismos em vez de 5. Então,
conclui-se que S = 4 e D = 6.

Por outro lado, como S é par, segue que ambos I e O têm que ser pares e não podem ser
iguais a 0. Portanto, ou O = 2 e I = 8, ou vice-versa, observe que ambos os casos
funcionam, de modo que o número é 6284 ou 6824.

Solução do Exercício 4.

(a) É possível ir de A para B de 5 maneiras diferentes, dependendo da estrada escolhida.


Para cada uma delas, existem 4 caminhos de B para C. Temos, pelo princípio

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multiplicativo, o total de 5×4 = 20 maneiras de ir de A para C passando por B sem visitar
outra cidade.

(b) Pelo raciocínio anterior, existem 2 × 3 = 6 maneiras diferentes de ir de A para C


passando por D. Logo, pelo princípio aditivo, para ir de A para C passando por B ou por
D, existem 20+6 = 26 caminhos diferentes.

Solução do Exercício 5.

(a) Quando só uma das lâmpadas estiver acesa, existem três possibilidades. Quando
exatamente duas estiverem acessas, exatamente uma estará desligada e há três
maneiras disso acontecer. Finalmente, todas as três lâmpadas podem estar acessas.
Logo, há sete maneiras diferentes do fio estar iluminado.

(b) Solução 1: Podemos tentar contar todas as possibilidades, como fizemos em (a). Quando só
uma das lâmpadas estiver acesa, existem cinco possibilidades. Quando exatamente quatro
estiverem acessas, exatamente uma estará desligada e há cinco maneiras disso acontecer.

Como podemos contar todas as possibilidades quando exatamente duas lâmpadas estiverem
acesas? Um modo é o seguinte. Estique o fio, alinhando as lâmpadas. Se as duas lâmpadas
acessas forem adjacentes, existem quatro possibilidades: ∗ ∗ − − −, − ∗ ∗ − −, − − ∗ ∗ − e − − − ∗ ∗.
Se elas estiverem separadas por uma lâmpada apagada, existem três possibilidades:

∗ − ∗ − −, − ∗ − ∗ − e − − ∗ − ∗. Se elas estiverem separadas por duas lâmpadas apagadas, existem


duas possibilidades: ∗ − − ∗ − e − ∗ − − ∗. Se elas estiverem separadas por três lâmpadas apagadas,
a única possibilidade é ∗−−−∗. Logo, há 4+3+2+1 = 10 opções para duas lâmpadas acessas. Há o
mesmo número de opções quando três lâmpadas estiverem acessas,

pois, neste caso, duas estarão desligadas. Existe mais uma opção, quando todas as lâmpadas
estiverem ligadas. Logo, o número de possibilidades é 5 + 5 + 10 + 10 + 1 = 31.

Solução 2: A solução anterior ficou meio complicada. E se fossem 10 lâmpadas? Teríamos que
considerar um número muito grande de possibilidades. Será possível tornar a solução mais
simples? Vamos contar de quantas maneiras as lâmpadas podem estar ligadas e desligadas,
incluindo a possibilidade de nenhuma estar acessa. Com três lâmpadas, existem 7 possibilidades
com pelo menos uma delas acesa e uma possibilidade com todas apagadas, com um total de 8
maneiras. Adicione uma lâmpada ao fio. Quando a lâmpada adicional estiver acesa, existirão 8
maneiras de acender as outras três lâmpadas e, quando a lâmpada adicional estiver desligada,
também existirão 8 opções para as outras lâmpadas. Isso fornece um total de 8 + 8 = 16

possibilidades para um fio com quatro lâmpadas. Dessas 16, uma é com todas as lâmpadas
desligadas, de modo que há 16 − 1 = 15 possibilidades com pelo menos uma lâmpada ligada.

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OBS. Usando essa abordagem anterior, você pode resolver o problema
progressivamente para qualquer número de lâmpadas. Como desafio veja se consegue
usar essa abordagem para encontrar a solução para 10 lâmpadas.

Solução do Exercício 6.

Para a percepção do padrão associado, faça um exemplo com n = 5 e desenhe 52 = 25


pontos em um quadrado 5 × 5. Também podemos contar os pontos de outro modo
contando ao longo das diagonais que vão para baixo e para a direita formando um ângulo
de 45 graus. Comece no ponto na parte de baixo à esquerda no quadrado, há 1 ponto.
Na próxima diagonal acima e à direita, há 2 pontos. Na terceira diagonal, há 3 pontos.
Continue até a quinta diagonal, com 5 pontos. A sexta diagonal tem 4 pontos, a sétima
tem 3, e assim por diante até a última com 1 ponto. Temos, então, 1 +2 + 3 +4 + 5+ 4 +
3+ 2 + 1 = 52. Se desenharmos um quadrado com n2 pontos e contarmos ao longo das
diagonais como acima, veremos que 1 + 2 + · · · + (n − 1) + n + (n − 1) + · · · + 1 = n2.

Solução do Exercício 7.

a) Vamos supor que um aluno não pode ser monitor e representante ao mesmo tempo.
Existem 25 maneiras de escolher um monitor. Para cada uma dessas escolhas, existem
24 maneiras de escolher o representante. Portanto, via o princípio multiplicativo,
obtemos 25 × 24 = 600 maneiras diferentes.

b) Vamos usar o resultado anterior. Em cada par encontrado no item (a), vamos
transformar o representante em monitor. Obteremos assim todos os pares possíveis de
monitores, mas cada par foi contado duas vezes, pois, se Guilherme e Simão forem os
monitores, obteremos este par de ambas as escolhas “Guilherme é o monitor e Simão é
o representante” e “Guilherme é o representante e Simão é o monitor”. Portanto, o
número de escolhas é a metade, ou seja, 300.

c) O primeiro monitor pode ser escolhido de 25 maneiras diferentes. Depois que o


primeiro foi escolhido, o segundo pode ser escolhido de 24 maneiras diferentes. Depois
que os dois primeiros foram escolhidos, o terceiro pode ser escolhido de 23 maneiras
diferentes. Se a ordem de escolha dos monitores fosse relevante, teríamos 25×24×23 =
13 800 maneiras de escolher. Mas não importa a ordem, só interessa saber que são três
monitores. Se Fred, Maíra
e Luana foram escolhidos como monitores, isso poderia ter ocorrido com Fred em
primeiro lugar, Maíra em segundo, Luana em terceiro; com Fred em primeiro lugar,
Luana em segundo, Maíra em terceiro; com Maíra em primeiro lugar, Fred em segundo,
Luana em terceiro; com Maíra em primeiro lugar, Luana em segundo, Fred em terceiro;
com Luana em primeiro lugar, Fred em segundo, Maíra em terceiro; ou com Luana em
primeiro lugar, Maíra em segundo, Fred em terceiro. Contamos cada conjunto de

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monitores seis vezes no nosso processo, de modo que o número total de maneiras de
escolher três monitores é 13800/6 = 2300.

Solução do Exercício 8.

(a) Numere os livros 1, 2 e 3. Inicialmente, eles estão ordenados como 1, 2, 3 na


prateleira. Se colocarmos o livro 1 na posição 2, o livro 3 tem que ir para a posição 1, de
modo que o único resultado possível é 3, 1, 2. Se colocarmos o livro 1 na posição 3, o
livro 2 tem que ir para a posição 1, de modo que o único resultado possível é 2, 3, 1.
Logo, só há duas maneiras de arrumar os livros de modo que nenhum deles fique em
sua posição original.

(b) Numere os livros 1, 2, 3 e 4. Inicialmente, eles estão ordenados como 1, 2, 3, 4 na


prateleira. Podemos colocar o livro 1 na posição 2, 3 ou 4. Com cada um desses
movimentos, encontraremos o mesmo úmero de opções para arrumar os livros. Vamos
contar, então, o número de arrumações possíveis quando o livro 1 termina na posição 4
e depois multiplicar esse número por 3 para obter o número total de arrumações
possíveis. Coloque o livro 4 temporariamente na posição 1, de modo que os livros estão
ordenados como 4, 2, 3, 1. As duas arrumações possíveis dos três primeiros livros (4,2,
3, no momento) que não deixam nenhum em sua posição original irão dar arrumações
dos quatro livros que não deixam nenhum em sua posição original. Além disso, a ordem
4, 3, 2 também é uma arrumação de 4, 2, 3 que muda a posição original dos quatro livros,
logo existem três arrumações possíveis de 4, 2, 3 que levam a arrumações de todos os
quatro livros de modo que nenhum deles fique em sua posição original, mas com o livro
1 na quarta posição. Multiplique esse número por 3 para obter um total de nove
ordenações que não deixam nenhum livro em sua posição original.

(c) Numere os livros na ordem 1, 2, 3, 4, 5. O livro 1 pode ser colocado em qualquer uma
das outras quatro posições: 2, 3, 4 ou 5; o número de arrumações possíveis em cada um
desses casos será o mesmo, de modo que podemos calcular o número de arrumações
com o livro 1 na posição 5 e multiplicá-lo por 4. Coloque o livro 5 temporariamente na
posição 1. Então os livros 5, 2, 3, 4 podem ser arrumados de modo que o livro 5
permaneça na posição 1 enquanto os livros 2, 3 e 4 são permutados, ou podem ser
arrumados de modo que nenhum dos quatro permaneça na mesma posição. Do item
(a), sabemos que existem duas ordenações possíveis com o livro 5 ocupando a primeira
posição e, do item (b), sabemos que existem 9 ordenações possíveis quando movemos
o livro 5. Isso nos dá 11 arrumações com o livro 1 na posição cinco, logo há 4×11 = 44
ordenações possíveis dos cinco livros com nenhum deles ocupando sua posição original.

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Solução do Exercício 9.

Para encontrar o último algarismo no quadrado de um inteiro, basta saber qual é o


quadrado do último algarismo do número. Vamos construir uma tabela:
Se um número termina em 0, seu quadrado termina em 0.
Se um número termina em 1, seu quadrado termina em 1.
Se um número termina em 2, seu quadrado termina em 4.
Se um número termina em 3, seu quadrado termina em 9.
Se um número termina em 4, seu quadrado termina em 6.
Se um número termina em 5, seu quadrado termina em 5.
Se um número termina em 6, seu quadrado termina em 6.
Se um número termina em 7, seu quadrado termina em 9.
Se um número termina em 8, seu quadrado termina em 4.
Se um número termina em 9, seu quadrado termina em 1.
Examinamos todos os casos possíveis e vimos que em nenhum caso o quadrado termina
com o algarismo 2.

Solução do Exercício 10.

Vamos primeiro tentar resolver o problema quando o número de algarismos na cadeia


for pequeno. Chamamos o número de algarismos na cadeia de comprimento da cadeia.
Por exemplo, 0 e 1 são as únicas cadeias de comprimento 1. Existem duas delas e ambas
satisfazem a condição do problema. As cadeias de comprimento 2 que satisfazem a
condição do problema são 01, 10 e 11, e há três delas. Vamos analisar como pode ser
construída uma cadeia de comprimento n sem algarismos iguais a 0 adjacentes. Se a
última posição na cadeia tem um algarismo igual a 1, então, nas n − 1 posições
anteriores, pode haver qualquer cadeia sem algarismos iguais a 0 adjacentes. Se a última
posição na cadeia tem um algarismo igual a 0, então tem que haver um algarismo igual
a 1 na posição anterior e pode haver qualquer cadeia sem algarismos iguais a 0
adjacentes nas n−2 posições anteriores. Portanto, qualquer cadeia de comprimento n
sem algarismos iguais a 0 adjacentes resulta da inclusão de um algarismo igual a 1 no
final de uma cadeia de comprimento n−1 sem algarismos iguais a 0 adjacentes ou da
inclusão de 10 no final de uma cadeia de comprimento n − 2 sem algarismos iguais a 0
adjacentes. Agora podemos, sistematicamente, encontrar o número de cadeias sem
algarismos iguais a 0 adjacentes de comprimento cada vez maior conhecendo o número
de tais cadeias de comprimento menor. Por exemplo, para n = 3, existem 2+3 = 5 cadeias
de comprimento três. A razão disso é que podemos incluir 10 ao final das duas cadeias
de comprimento 1, obtendo 010 e 110, e podemos incluir 1 ao final das três cadeias de
comprimento 2, obtendo 011, 101 e 111. Analogamente, há 3 + 5 = 8 dessas cadeias com
comprimento 4, e assim por diante. A sequência resultante, onde cada número depois
do segundo é a soma dos dois números precedentes, é conhecida como uma sequência
de Fibonacci. Para este problema, a sequência é 2, 3, 5, 8, 13, . . . e você pode estendê-
la para encontrar a resposta para cadeias de comprimento 15.

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Solução do Exercício 11.

(a) Faça uma tabela dos restos quando as potências de 3 forem divididas por 5. O resto para 3 1
é 3. Como 32 = 9, o resto é 4. Como 33 = 27, o resto é 2. O resto para 34 = 81 é 1. Depois disso, os
restos se repetirão seguindo o mesmo padrão, como vemos com 35 = 243, que tem resto 3 e 36
= 729, que tem resto 4. Os restos seguem o padrão 3, 4, 2, 1, 3, 4, 2, 1, . . . . Como 100 é um
múltiplo de 4, o ciclo estará em 1, de modo que o resto da divisão de 3100 por 5 é 1. Para calcular
restos, é conveniente usar um teorema geral que é mais fácil de explicar através de exemplos. O
resto da divisão de 78 por 5 é 3 e o resto da divisão de 79 por 5 é 4. O resto da divisão de 157 =
78 + 79 por 5 é o resto da divisão de 3 + 4 = 7 por 5, que é 2. O resto da divisão de 6162 = 78 ×
79 por 5 é o resto da divisão de 3 × 4 = 12 por 5, que é 2. Não importa qual é o divisor, nem qual
é o dividendo; funciona com a soma, a multiplicação e, quando interpretado corretamente, com
a subtração. Na subtração, pode-se obter números negativos, mas o resto ainda é suposto de ser
maior ou igual a zero. Por exemplo, o resto da divisão de −8 por 5 é 2 porque −8 = (−2) × 5 + 2.

(b) Vamos fazer uma tabela dos restos quando as potências de 5 forem divididas por 3. Use o
teorema acima, substituindo os números pelos seus restos ao serem divididos por 3. O resto
para 51 é 2 e para 52 = 25 é 1. O resto da divisão de 5100 = (52)50 por 3 é igual ao resto da divisão
de 150 por 3, que é 1.

Solução do Exercício 12.

(a) O primeiro algarismo do número pode ser 1 ou 2, o que nos dá duas possibilidades. Para cada
escolha do primeiro algarismo, existem duas escolhas para o segundo, e assim por diante. Então,
há 210 = 1024 desses números. Este argumento pode fazer com que você se lembre de outros
problemas que já fez.

(b) Neste problema não importa a ordem em que são colhidas as mangas, só quais mangas são
retiradas. O número total de mangas colhidas pode ser qualquer número de 1 a 10. Precisamos
contar todas as possibilidades. Podemos tornar este problema semelhante ao anterior. Podemos
colher ou não colher cada fruta. Vamos escrever cada maneira de colher as mangas como uma
cadeia de dez algarismos, com cada algarismo associado a uma das mangas. O algarismo será 1
se a manga associada for colhida e será 2 se ela for deixada na mangueira. Assim, cada maneira
de colher as mangas corresponderá a um número com dez algarismos formado apenas com os
algarismos 1 e 2, e cada um desses números corresponderá a um modo de colher mangas. O
único caso excepcional é 2222222222, que corresponde a não retirar manga alguma. Portanto,
o número de maneiras de colher diversas frutas é um a menos do que a quantidade de números
com dez algarismos formado apenas com os algarismos 1 e 2. Isso nos dá 1024 − 1 = 1023
maneiras de colher de uma a dez mangas. Poderíamos também considerar a possibilidade de
não colher fruta alguma, interpretando isso como sendo um modo de colher zero mangas. Então
a resposta seria que existem 1024 maneiras de colher mangas.

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CONJUNTO DE EXERCÍCIOS GEOMÉTRICOS

Exercício 1. (Conjunto de Problemas 3, Problema 3.7, página 7)

(a) Desenhe uma linha poligonal fechada com 6 segmentos de modo que cada segmento intersecte
apenas um dos outros segmentos em um ponto que não é uma extremidade de um segmento.

(b) É possível desenhar uma figura semelhante com 7 segmentos?

Exercício 2. (Conjunto de Problemas 4, Problema 4.8, página 10)

Uma página em um calendário está parcialmente coberta pela página anterior, como na figura.
Qual parte tem área maior, a coberta ou a descoberta?

Exercício 3. (Conjunto de Problemas 4, Problema 4.10, página 10)

(a) Uma fábrica de brinquedos produz pirâmides triangulares coloridas. Cada pirâmide tem
quatro faces, que são triângulos equiláteros, sendo uma amarela, uma vermelha, uma azul e
uma verde. Quantos padrões diferentes de cores podem ser produzidos pela fábrica nessas
pirâmides triangulares?

(b) Considere o mesmo problema no caso em que a fábrica produz cubos com faces quadradas
sendo uma amarela, uma vermelha, uma azul, uma verde, uma branca e uma preta.

Exercício 4. (Conjunto de Problemas 5, Problema 5.7, página 11)

Duas escadas de concreto, ambas com um metro de altura e dois metros de comprimento da
base, estão cobertas com longas tiras de carpete. A primeira escada tem sete degraus e a
segunda tem nove, como ilustrado no diagrama. Uma tira de carpete que cubra completamente
a primeira escada também cobrirá completamente a segunda?

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Exercício 5. (Conjunto de Problemas 6, Problema 6.9, página 14)

Em um conjunto tendo muitos retângulos 2×1 do mesmo tamanho, alguns estão em branco e
outros têm uma diagonal, como na figura abaixo.

Serão escolhidos dezoito retângulos que serão montados em um quadrado 6×6 de modo que
duas diagonais nos retângulos nunca se encontrem. Qual é o menor número de retângulos em
branco necessários para isso?

Exercício 6. (Conjunto de Problemas 6, Problema 6.11, página 14)

Um triângulo equilátero pode ser “coberto” por dois triângulos equiláteros menores?

Por exemplo, no desenho que segue tem-se um triângulo equilátero coberto por 4 triângulos
equiláteros menores:

Exercício 7. (Conjunto de Problemas 7, Problema 7.6, página 15)

Encontre as áreas das figuras nos diagramas a seguir sabendo que a área de cada quadrado é 1.

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Exercício 8. (Conjunto de Problemas 7, Problema 7.8, página 15)

Um retângulo 200 × 3 é desenhado em um papel quadriculado ao longo das linhas no papel.


Uma diagonal do retângulo irá cruzar quantos quadrados do papel?

Exercício 9. (Conjunto de Problemas 8, Problema 8.3, página 17)

Foram marcados quinze pontos pretos em um quadrado de papel branco com lado de 4 cm.
Prove que é possível recortar um quadrado com lado de 1 cm do papel maior de modo que o
quadrado menor não contenha pontos em seu interior.

Exercício 10. (Conjunto de Problemas 9, Problema 9.9, página 20)

Mostre que a área da região sombreada da estrela pentagonal regular na figura é exatamente a
metade da área total.

Exercício 11. (Conjunto de Problemas 8, Problema 8.7, página 18)

Dois espelhos estão colocados paralelos um ao outro como no diagrama que segue.

Um raio de luz saindo do ponto A atinge o primeiro espelho no ponto B e, finalmente, chega ao
ponto C. As reflexões em cada espelho seguem a lei usual: o ângulo de incidência é igual ao
ângulo de reflexão. O raio poderia chegar ao ponto C se a distância entre os espelhos fosse
duplicada subindo-se o espelho de cima? Neste caso, qual seria a variação do comprimento do
caminho percorrido pelo raio de luz de A até C?

Exercício 12. (Conjunto de Problemas 8, Problema 8.9, página 18)

Exiba desenhos de triângulos que podem ser divididos em:

(a) três triângulos congruentes.


(b) quatro triângulos congruentes.
(c) cinco triângulos congruentes.

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SOLUÇÕES E COMENTÁRIOS - EXERCÍCIOS GEOMÉTRICOS

Solução do Exercício 1.

(a) Veja o diagrama que segue:

(b) Não, não é possível. Demonstraremos isto por absurdo. Suponha que existe tal linha
poligonal. Conte o número de pontos interiores de interseção dos segmentos desta curva. Existe
exatamente um ponto de interseção em cada segmento. Há 7 segmentos e cada ponto de
interseção pertence a exatamente 2 segmentos. Então quantos pontos de interseção existem no
total? Exatamente metade do número total de segmentos ou 3,5 pontos, o que é impossível, já
que tem que haver um número inteiro de pontos. Portanto, não existe tal curva.

Solução do Exercício 2.

Desenhe as retas que representam as arestas cobertas da página.

Desenhe também a reta MN que divide o retângulo ABCD em dois retângulos. O retângulo MBCN
está coberto exatamente pela metade, enquanto que a parte coberta do retângulo AMND é
maior do que sua metade, como pode ser visto desenhando-se a diagonal MD. Logo a parte
descoberta da página é menor do que a coberta.

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Solução do Exercício 3.

(a) Coloque uma pirâmide na sua frente com a face amarela para baixo e vire-a de modo que a
face verde esteja voltada para você. Existem agora duas faces “atrás” que podem ser, da
esquerda para a direita, vermelha e azul, ou azul e vermelha. Portanto, existem duas pirâmides
diferentes.

(b) Imagine que um exemplar de cada tipo diferente de cubo está sobre a mesa na sua frente.
Coloque todos os cubos com a face amarela para baixo e faça a divisão dos cubos em cinco pilhas
de modo que a face de cima de todos os cubos em cada pilha tenham a mesma cor. Cada pilha
terá um número igual de cubos, de modo que podemos contar o número de cubos em uma pilha
e multiplicá-lo por 5 para encontrar o número total de cubos. Vire os cubos com a face de cima
vermelha de modo que as faces verdes estejam voltadas para você. A face de trás pode ser azul,
branca ou preta. Para cada uma dessas três possibilidades, as duas cores que sobrarem podem
estar a sua esquerda ou à sua direita. Por exemplo, se a face de trás for azul, a face a esquerda
pode ser preta ou branca. Isso nos dá um total de 3×2 = 6 cubos na pilha com a face vermelha
para cima. Portanto, há 5 × 6 = 30 cubos na mesa.

Solução do Exercício 4.

Sim, já que os comprimentos dos carpetes são idênticos. Para encontrar os comprimentos dos
carpetes, adicione a soma dos comprimentos das partes verticais de uma escada à soma das
partes horizontais da mesma escada. Para ambas as escadas, a soma dos segmentos horizontais
tem que ser igual ao comprimento total da base de 2 metros, enquanto que a soma dos
segmentos verticais tem que ser igual à altura de 1 metro. Logo, o comprimento de cada carpete
é 3 metros e cada carpete cobrirá qualquer das duas escadas.

Solução do Exercício 5.

De fato, você não precisa usar nenhum retângulo em branco, veja o diagrama que segue:

15
Solução do exercício 6.

A resposta é não. O segmento mais longo que pode ser coberto por um triângulo equilátero não
pode ser maior do que o lado do triângulo. Temos um triângulo equilátero grande e dois
menores. Um dos dois menores não pode cobrir dois vértices do maior. Portanto, dois triângulos
menores podem cobrir, no m´máximo, dois vértices do maior, de modo que um vértice
permanecerá descoberto.

Solução do Exercício 7.

(a) O triângulo no topo à esquerda consiste em duas metades de um quadrado, logo sua área é
1. O triângulo embaixo à esquerda está dentro de um quadrado 2 × 2 indicado pelas linhas
tracejadas, como pode ser visto a seguir

Para encontrar sua área, precisamos subtrair as áreas das partes extras do quadrado. Uma dessas
partes é a metade de um quadrado 2 × 2 e a segunda parte extra é a metade de um retângulo 1
× 2. Logo a área do triângulo é 4 − 2 − 1 = 1. O triângulo à direita está dentro de um retângulo 2
× 3 indicado pelas linhas tracejadas no diagrama. Subtraindo as áreas das partes extras,
concluímos que a área do triângulo é 2.

(b) Nosso triângulo está dentro de um retângulo 4×3 indicado pelas linhas tracejadas no
diagrama abaixo

Subtraindo as áreas das partes extras, obtemos a área do triângulo:

16
3 × 4 3×1 2×1 5
−1− − =
2 2 2 2

(c) Resolva este problema por conta própria usando procedimentos semelhantes aos descritos
nos itens (a) e (b). Isso pode ser feito de muitas maneiras diferentes, mas a resposta é 13.

Solução do Exercício 8.

Desenhe o retângulo no papel quadriculado com o lado maior horizontal. Desenhe uma diagonal
do vértice A no canto inferior à esquerda para o vértice C no canto superior à direita. O retângulo
consiste em três faixas horizontais 200 × 1, cada uma com linhas verticais do quadriculado.
Saindo de A, a diagonal passa primeiro pela faixa inferior, depois a do meio e depois a de cima.
Podemos argumentar por absurdo que, exceto pelos pontos A e C, a diagonal não passa por
nenhum ponto do reticulado, ou seja, não passa por um ponto onde uma linha horizontal do
quadriculado cruza uma linha vertical do quadriculado.

Suponha, ao contrário do que queremos mostrar, que a diagonal passa por um ponto X do
reticulado ao sair da faixa inferior para a faixa do meio. Então a diagonal liga o vértice A ao ponto
X do reticulado. Continuando, a diagonal terá que mudar da faixa do meio para a faixa superior
passando também por um ponto Y do reticulado: de fato, ao ir de A para X, ela percorre uma
distância horizontal correspondente a um número inteiro n de quadrados e uma distância
vertical correspondente a um único quadrado; mas, na próxima faixa, ela também vai ter que
percorrer uma distância horizontal correspondente ao mesmo número inteiro n de quadrados e
uma distância vertical correspondente a um único quadrado, logo tem que mudar de faixa em
um ponto do reticulado. Finalmente, ao ir de Y para C, a diagonal também terá que percorrer
uma distância horizontal correspondente ao mesmo número inteiro n de quadrados. Logo, ao ir
de A para C, a diagonal percorre uma distância horizontal correspondente a 3n quadrados para
algum inteiro n. Mas isso significa que o comprimento do nosso retângulo é divisível por 3, o que
é falso. Portanto, a nossa diagonal não passa por um ponto do reticulado ao mudar da faixa
inferior para a central. Analogamente, ela não passa por um ponto do reticulado ao mudar da
faixa central para a superior, de modo que os únicos pontos do reticulado na nossa diagonal são
A e C. Entre essas duas extremidades, a diagonal cruza as duas fronteiras horizontais da faixa do
meio e 199 linhas verticais do quadriculado. Como não há pontos do reticulado entre A e C,
temos um total de 201 interseções com as linhas do quadriculado, sem contar os pontos A e C.
Esses pontos de interseção, juntos com A e C, dividem a diagonal em 202 segmentos de reta.
Cada um desses segmentos está em um quadrado por onde a diagonal passa. Então a diagonal
cruza 202 quadrados.

17
Solução do Exercício 9.

Vamos dividir o quadrado em 16 quadrados com lado de 1 cm, como na figura.

Os interiores desses quadrados não têm pontos em comum, logo um ponto não pode estar
dentro de dois quadrados diferentes. Como temos 15 pontos e 16 quadrados, pelo menos um
quadrado não tem ponto dentro.

Solução do Exercício 10.

Nossa estrela consiste em um pentágono regular, que é a parte central da estrela, e 5 triângulos
adjacentes, que chamaremos de seus raios. Desenhe duas diagonais no pentágono central, como
ilustrado abaixo:

Elas dividem o pentágono em três partes: dois triângulos congruentes e um triângulo


ligeiramente maior. Este último é congruente a um raio da estrela, já que forma, junto com o raio
adjacente, um paralelogramo (justifique isso). Vemos agora que a parte sombreada da estrela
consiste em três triângulos congruentes a um raio e um triângulo menor. A parte não sombreada
da estrela também consiste em três raios e um triângulo menor. Como os dois triângulos
menores são congruentes, a área da região sombreada é exatamente metade da área total.

18
Solução do Exercício 11.

Uma solução pode ser vista no diagrama:

A posição original do espelho de cima está representada por uma linha fina. Faça a reflexão dos
segmentos tracejados representando parte do caminho original da luz em relação a essa linha
fina. Obteremos partes do caminho novo. O comprimento do caminho novo é igual ao do
caminho original e o raio ainda chegará ao ponto C.

Solução do Exercício 12.

(a) Podemos cortar um triângulo equilátero ao longo das bissetrizes, que se encontram em um
ponto no centro.

(b) Podemos cortar um triângulo equilátero ao longo dos segmentos que unem os pontos
médios dos lados.

(c) Por exemplo, podemos efetuar os cortes como ilustrado na figura que segue:

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