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Análise crítica do artigo “La necessária renovación de la formación del professorado para una educación científica de
calidad” escrito por Amparo Vilches e Daniel Gil Pérez, em 2007, como uma contribuição para a “Década da Educação
para um Futuro Sustentável”, instituída pelas Nações Unidas (2005 e 2014).

. Ponto de vista do texto e pessoal: A meu ver foi realizada uma correta análise das dificuldades no progresso da
formação de professores nos 20 anos anteriores ao artigo, sendo apresentadas algumas propostas de como
ultrapassar essas limitações, fomentando o carácter ativo dos docentes e salientando muito bem a importância de
uma mudança e renovação no ensino científico perante os atuais problemas que a sociedade enfrenta.

. Resumo: O progresso na formação dos professores nas últimas 2 décadas anteriores ao artigo escrito, revelou-se
insuficiente. Ao mesmo tempo percebeu-se o quanto isso é fundamental para que seja possível combater os maiores
problemas no ensino científico: o fracasso, o desinteresse escolar e a rejeição pelos estudos científicos. Os especialistas
chegam a um consenso, é necessário renovar a educação científica e a formação de professores, substituindo a
transmissão simples de conhecimentos por estratégias onde a investigação e pesquisa promovem a participação dos
alunos na reconstrução do conhecimento (1). Existindo consenso nas estratégias surgem os seguintes obstáculos: a
resistência dos professores à mudança, a falta do bom conhecimento da matéria como comodismo e o facto de se
questionar somente o ensino fundamental e médio não englobando as universidades (2). Uma vez que as práticas
educacionais baseadas na investigação são mais eficazes, os professores devem conhecer o conteúdo científico, bem
como os problemas que levaram à construção desses, de forma a que os aspetos históricos, sociais e desenvolvimentos
científicos recentes que permeiam a construção do conhecimento sejam também tidos em atenção. Rompe-se assim
com conceções simplistas, superando reduções. Se por um lado os professores devem selecionar conteúdos,
orientando atividades de investigação dos alunos, fomentando o seu trabalho em equipa e dirigindo de forma continua
a avaliação dos mesmos, por outro é vital que a ciência se torne parte da cultura de uma sociedade, formando-se
cidadãos informados em vez da preparação de uma minoria de futuros cientistas (3). A reorientação da educação abre
assim novas perspetivas de solução: tanto os professores e os cidadãos devem contribuir para adquirir perceções
corretas dos problemas que a humanidade enfrenta atualmente, participando da tomada de decisões (4). Ao incentivar
os futuros professores a aprender o conteúdo da sua matéria através de um processo de investigação, fomenta a sua
utilização futura nos seus alunos, ao envolver todo o corpo docente trabalha-se coletivamente na investigação sobre
os problemas que o ensino apresenta, ao promover “pesquisadores iniciantes” apoiados por pesquisadores
especializados verifica-se uma auto e contínua formação dos docentes (5).

. O objetivo dos autores foi cumprido: “convite para romper a inércia do ensino monótono, com um trabalho coletivo
de inovação, pesquisa e formação contínua”. Estes apresentam um problema importante que tem vindo a ser
analisado há alguns anos, mas que se torna difícil de incorporar em hábitos de ensino pré-estabelecidos. Analisando
as suas obras, estes seguem uma linha de pensamento conciso e de incentivo à mudança necessária. Com uma
abordagem que promove uma reflexão interior conseguem de forma persuasiva (1) incutir uma missão num futuro
professor: como irei fomentar o interesse pela ciência desenvolvendo estratégias inovadoras para a sua melhor
aprendizagem? Os problemas que se verificam têm solução. (2)Relativamente à falta de renovação do ensino nas
universidades, não concordo com o mesmo, talvez devido ao facto do artigo ter sido escrito há cerca de 12 anos atrás
e até agora se tenham desenvolvido novos hábitos nas universidades. Aí sim já se verifica a assimilação de
conhecimentos através da investigação, do trabalho proativo e de uma evolução e trabalho coletivo de interajuda nos
docentes nas diversas áreas científicas. (3)Foram apresentadas de forma clara, estratégias e propostas de uma
renovação do ensino em ciências e da própria autoformação dos docentes. (4)Foi também com grande gosto que li e
reli a importância da alfabetização e disseminação científica nas culturas e em todos os setores da sociedade, em
detrimento da formação de uma minoria de futuros cientistas. Concordo que apesar de serem necessários cada vez
mais cientistas e técnicos, que os atuais problemas que o mundo enfrenta devem ser entendidos por todos para que
possam participar ativamente e de forma correta na tomada de decisões. (5)A pesquisa dos autores assim o mostra, a
compreensão dos conceitos requer que o ensino da ciência se transforme numa atividade próxima da pesquisa
científica contínua e abrangida por vários intervenientes.

. Conclusão: Os autores conseguiram de uma forma global atingir os objetivos a que se propuseram, mencionando
problemáticas, novas formas de pensar e agir apelando a um público alvo cuja importância tem vindo a ser esquecida
ao longo dos anos como pilares vitais de uma sociedade interessada e bem informada perante os atuais desafios
científicos do século XXI.

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