Resumo: As tarefas de tradução e interpretação se diferenciam entre si, já que, enquanto a primeira envolve
uma língua escrita, a segunda envolve línguas na modalidade oral/sinalizada (QUADROS, 2004;
LACERDA, 2009). Dentro desse contexto, o presente artigo tem como principal objetivo verificar as
diferenças existentes entre uma tarefa de tradução e uma tarefa de interpretação em Língua Brasileira de
Sinais (Libras), no que diz respeito às hesitações de duas tradutoras/intérpretes durante a tradução e a
interpretação de um texto motivador escrito em língua portuguesa. As análises levaram em consideração o
modelo dos esforços para a interpretação proposto por Gile (1995). Além disso, objetiva-se aqui responder às
seguintes perguntas: (i) é possível observamos uma diferença em termos de hesitação entre uma tarefa de
tradução e uma de interpretação? (ii) qual a natureza dessas hesitações em cada uma das tarefas? Para a
análise dos dados, fizemos uma comparação entre os produtos da interpretação e da tradução e
contabilizamos o número de hesitações ocorridas, considerando o que cada um dos sujeitos de pesquisa teve
acesso antes e durante a produção. Após as análises realizadas, foi possível perceber que a hesitação ocorrida
durante a tradução foi bem pontual e se deu por uma distração do tradutor/intérprete. Já as hesitações
ocorridas durante a interpretação, ocorreram devido a uma sobrecarga nos esforços de processamento do
tradutor/intérprete, o que causou uma interrupção em sua produção e, consequentemente, a necessidade de
solicitar auxílio do intérprete de apoio. A partir da comparação das produções, pudemos responder a
pergunta de pesquisa e chegamos à conclusão de na tarefa de interpretação, o profissional realiza os esforços
de compreensão, memória e produção, além de fazer uso do esforço de coordenação, conforme proposto em
Gile (1995). Isto acaba sobrecarregando a capacidade de processamento do intérprete, resultando em um
número maior de rupturas no fluxo de fala e também de hesitações. Já na tradução, o processo de translação
da língua fonte para a língua alvo não acontece sob a pressão do tempo, de modo que os esforços feitos pelo
profissional não são empreendidos simultaneamente, gerando um número significativamente menor de
hesitações e interrupções. No presente estudo, não foi possível abarcar todos os aspectos inerentes à prática
de tradução/interpretação, porém, esperamos que este trabalho possa fomentar mais pesquisas na área da
tradução/interpretação em línguas de sinais e que possamos ampliar a visão do tradutor/intérprete em relação
à sua atividade profissional.
Palavras-chave: Tradução, Interpretação, Libras.
1
Monitora da disciplina “Fundamentos de Libras Online”, oferecida pela Faculdade de Letras (FALE) da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharel em Letras/Inglês, com ênfase em Tradução e graduanda do curso de
Licenciatura em Inglês, também pela UFMG. Atua na linha de pesquisa tradução e interpretação em Libras/Português.
2
Professora auxiliar da disciplina “Fundamentos de Libras Online”, oferecida pela FALE/UFMG. Licenciada e
Bacharel em Letras/Português e Mestranda em Estudos Linguísticos – Linguística Aplicada/Linguagem e Tecnologia,
também pela UFMG. Atua nas linhas de pesquisa: (i) tradução e interpretação em Libras/Português; e (ii) ensino de
português como segunda língua para surdos.
3
Professor da FALE/UFMG. Mestre em Linguística Teórica e Descritiva, pela UFMG. Coordenador do Projeto de
Capacitação de Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais (ProtTILS), além de membro pesquisador do Núcleo de
Estudos em Libras, Surdez e Bilinguismo (NeLIS/CNPQ), atuando nas seguintes linhas de pesquisa: (i) descrição e
análise das Línguas de Sinais; e (ii) Tradução e Interpretação em Libras/Português.
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
1. Introdução
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
2. Referencial Teórico
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
partir dos corpora é possível observar se o tradutor foi conservador no uso da língua ou não, se usou
formas padronizadas, se foi mais formal, se evitou o uso de expressões regionais, etc., assim, o
trabalho do tradutor tende a ser mais uniforme.
Esse padrão ajuda os teóricos a observarem a frequência das palavras e a adaptação do
estilo. O que não acontece durante a interpretação, já que nesse processo a possibilidade de
documentação é mais restrita. A não ser que seja gravada, a produção da interpretação pode ser
perdida. Além disso, o texto fonte é apresentado apenas uma vez, o fator “pressão de tempo” faz
com que o refinamento do produto final seja quase inexistente, pois a produção do intérprete precisa
ser rápida e há pouca possibilidade de correção ou revisão.
Na interpretação, conforme o modelo de interpretação de Gile (1995), o intérprete precisa
desprender-se dos seguintes esforços: 1) Compreensão, o esforço de ouvir e analisar a mensagem;
2) Memória, o esforço de reter a mensagem; 3) Produção, o esforço de reproduzir a mensagem na
língua de chegada; e 4) Coordenação, o esforço de coordenar os demais esforços. O modelo dos
esforços de Gile (1995) pode ser ilustrado conforme a Figura 1, a seguir.
Segundo Russo (2009), o Tradutor/Intérprete de Língua de Sinais (TILS) tem sido cada vez
mais presente no dia a dia dos surdos, devido à crescente participação dessas pessoas nos espaços
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
O intérprete de língua de sinais, geralmente, não tem uma formação profissional para atuar,
são chamados ad hoc, aqueles que começaram sua atividade de interpretação para auxiliar um
amigo ou um parente surdo e, na maioria das vezes, no meio religioso.
O trabalho do TILS é composto por duas tarefas: a de tradução e a de interpretação. Alguns
autores defendem que os dois termos se complementam e, até mesmo, remetem a uma mesma tarefa
de “versar os conteúdos de uma dada língua para outra, buscando trazer neste processo sentidos
pretendidos, sem que eles se percam ou que sejam distorcidos no percurso” (LACERDA, 2009, p.
14). Outros autores, porém, defendem que os conceitos remetem a tarefas distintas. Para esses
autores, a tradução sempre envolve uma língua escrita, podendo haver:
[...] uma tradução de uma língua de sinais para a língua escrita de uma língua
falada, da língua escrita de sinais para a língua falada, da escrita da língua falada
para a língua de sinais, da língua de sinais para a escrita da língua falada, da escrita
da língua de sinais para a escrita da língua falada e da escrita da língua falada para
a escrita da língua de sinais (QUADROS, 2004, p. 09).
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
O que tem sido adotado, portanto, é a variação de um sistema de glosas, que, originalmente,
são criadas através de palavras em inglês, grafadas em maiúsculo, que são utilizadas na
representação de sinais da língua de sinais com o mesmo sentido. Além disso, “algumas marcações
não-manuais são acrescentadas por códigos sobrescritos, e alguns usos do espaço de sinalização são
representados por letras ou números subscritos” (MCCLEARY; VIOTTI, 2005, p. 03).
A interpretação da língua de sinais, por sua vez, ocorre de duas maneiras diferentes. No
primeiro caso, a interpretação de uma língua para outra acontece de maneira simultânea, ou seja, o
TILS “precisa ouvir/ver a enunciação em uma língua (língua fonte), processá-la e passar para a
outra língua (língua alvo) no tempo da enunciação” (QUADROS, 2004, p. 09). Já no segundo caso,
a interpretação de uma língua para outra ocorre de maneira consecutiva, ou seja, o TILS “ouve/vê o
enunciado em uma língua (língua fonte), processa a informação e, posteriormente, faz a passagem
para a outra língua (língua alvo)” (ibid, 2004, p. 09).
Dessa forma, existem também algumas diferenças entre o trabalho dos tradutores e dos
intérpretes. Essas diferenças são apresentadas no Quadro 01, a seguir:
Tradutor Intérprete
Deve dominar as línguas envolvidas e o assunto Deve dominar as línguas envolvidas e o assunto alvo em seu
alvo em seu trabalho. trabalho, além de dominar as expressões orais/corporais presentes
em ambos os idiomas.
Tem acesso ao material a ser traduzido Não tem acesso ao que será falado/sinalizado previamente, o
previamente. assunto pode mudar no momento da interpretação.
Trabalha mais isoladamente, são horas de trabalho Atua em equipe, são vários os profissionais que se revezam num
diante do computador, entre livros e outras fontes mesmo evento, atuam nas relações face a face muitas vezes
de pesquisa, e eventualmente troca de ideias com conversando com o conferencista ou com o público alvo,
outras pessoas para consultas. buscando ajustar sua atuação da melhor forma possível.
A partir do Quadro 01, podemos perceber que, apesar de se tratar do mesmo profissional, os
TILS possuem características diferentes em relação ao tipo de tarefa por ele desempenhada: a
tradução ou a interpretação. Portanto, cabe a ele adaptar sua intervenção de acordo com o ambiente,
o público alvo, a modalidade de língua e o objetivo final de seu trabalho em cada situação.
Através do exposto, apresentamos a metodologia utilizada, na próxima seção.
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
3. Metodologia
A presente pesquisa foi realizada a partir da coleta de dados feita no Curso de Capacitação
de Tradutores/Intérpretes de Língua de Sinais, parte integrante do Projeto ProTILS. Foram
selecionados dois vídeos produzidos por dois alunos do curso, que assinaram um termo de
consentimento livre e esclarecido autorizando o uso integral ou parcial das produções realizadas
durante o curso. Tais alunos serão mencionadas durante a análise dos dados da seguinte maneira:
Os vídeos, gravados em sala de aula, foram produzidos pelos dois alunos a partir do texto
motivador apresentado no Quadro 02 abaixo, sendo que um deles deveria produzir uma tradução e o
outro uma interpretação.
Pedro Bandeira nasceu em Santos, SP, em 9 de março de 1942, onde dedicou-se ao teatro
amador, até mudar para São Paulo a fim de estudar Ciências Sociais na Universidade de
São Paulo (USP). Morando então na capital, casou-se com Lia, com quem teve três filhos:
Rodrigo (31) e Marcelo e Maurício (28). Ah! E tem duas netinhas: Melissa e Michele.
Além de professor, trabalhou em teatro profissional até 1967 e com teatro de bonecos. Mas
desde 62, Pedro já trabalhava também na área de jornalismo e publicidade, começando na
revista “Última Hora” e depois na editora Abril, onde escreveu para diversas revistas e foi
convidado a participar de uma coleção de livrinhos infantis.
Os vídeos gravados foram transcritos em glosas por meio do software ELAN, que é “uma
ferramenta profissional para a criação de anotações complexas sobre os recursos de áudio e vídeo”
(tradução nossa)ii. Para a análise dos dados, fizemos uma comparação entre os produtos (da
interpretação e da tradução), e contabilizamos o número de hesitações da interpretação em oposição
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
a uma hesitação da tradução, considerando o que cada um dos sujeitos de pesquisa tiveram acesso
antes e durante a produção.
O dicionário Caldas Aulete, apresenta a seguinte definição para o verbo hesitar: “1. Ficar
indeciso, não ter certeza. 2. demonstrar insegurança ou dúvida em” (AULETE, 2004). Dessa forma,
nossa análise objetivou verificar as diferentes hesitações ocorridas durante a tradução e a
interpretação em língua de sinais do texto motivador apresentado acima, a fim de verificar suas
possíveis causas .
Nossa hipótese é a de que, na tradução, o profissional não se encontra em um contexto de
conflito de esforços, uma vez que o processo de compreensão da mensagem e o de produção da
tradução não acontecem na mesma unidade temporal. Por outro lado, na tarefa de interpretação, o
profissional precisa controlar os diferentes esforços (compreensão, memória, produção e
coordenação – GILE, 1995) de maneira simultânea, gerando uma sobrecarga no processamento
cognitivo e resultando em um número maior de descontinuidades e hesitações.
Na próxima seção, apresentamos as análises realizadas e os resultados obtidos através desta
pesquisa.
4. Desenvolvimento e Resultados
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
*hesitação*
INFORMAL
MUDAR SÃO PAULO ESTUDAR CIENCIAS SOCIAL UNIVERSIDADE SÃO PAULO NOME USP
*hesitação*
MARCELO 31
PERDER
PULAR
*hesitação*
ESTUDAR CURSO LÁ
*hesitação*/ DESCULPA
VOLTA
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
CIÊNCIAS SOCIAIS
FACULDADE USP
TRÊS MARIO
QUATRO/TRÊS IDADE 28
TAMBÉM “PUBLICIDADE”
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
ocorreu quando o Sujeito 01 ouviu a informação do texto de que dois irmãos (Marcelo e Maurício)
possuíam a mesma idade, porém, ao processar a informação de que eles seriam gêmeos, acabou
perdendo a informação referente aos nomes desses irmãos, o que fez com que ele buscasse a
informação com o intérprete de apoio. Já a terceira hesitação, ocorreu quando o Sujeito 01 escutou a
informação do ano 1962 e, novamente, recorreu ao auxílio do intérprete de apoio para certificar-se
da data referida no texto.
Devemos nos atentar ao fato de que, nem sempre, o intérprete consegue dividir o tempo dos
esforços como deveria. Algumas vezes, o tempo para a compreensão é mínimo, o que irá influenciar
nos demais esforços. Pode acontecer também do tempo para a produção ser prejudicada se o
intérprete não conseguir memorizar a fala a ser interpretada, tal como aconteceu com o Sujeito 01
de nossa pesquisa.
A seguir, apresentamos as discussões as quais chegamos, após a análise dos dados e os
resultados por nós obtidos.
5. Discussões
O principal objetivo deste artigo era verificar quais são as diferenças entre a tradução e a
interpretação da língua de sinais, mais especificamente da Libras, no que diz respeito às hesitações
de dois tradutores/intérpretes durante a prática de tradução e de interpretação a partir de um texto
motivador escrito em Língua Portuguesa.
A partir da comparação das produções, podemos responder a pergunta de pesquisa: Por que
houve apenas uma hesitação durante a produção da tradução? Primeiro, porque o Sujeito 2 teve
acesso prévio ao texto, segundo porque lhe foi permitido elaborar uma glosa, e, terceiro, porque ele
teve a oportunidade de treinar a sinalização antes da produção. Já em relação ao Sujeito 1, ele não
obteve a oportunidade de ter acesso ao texto e sua produção foi simultânea, tendo como auxílio
apenas o intérprete de apoio.
Dessa forma, confirmarmos nossa hipótese de que haveria uma quantidade
significativamente menor de interrupções e hesitações na tarefa de tradução, uma vez que, o
profissional não se encontra em um contexto de conflito de esforços, já que o processo de
compreensão da mensagem e o de produção da tradução não acontecem na mesma unidade
temporal. Por outro lado, na tarefa de interpretação, o profissional precisa controlar os diferentes
esforços (compreensão, memória, produção e coordenação – GILE, 1995) de maneira simultânea,
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
gerando uma sobrecarga no processamento cognitivo o que pode ser observado no número maior de
hesitações.
Os resultados obtidos através deste trabalho não devem servir como uma generalização das
práticas de tradução/interpretação da língua de sinais, já que é necessário levar em consideração o
contexto e as condições nos quais os TILS estão inseridos. Além disso, por se tratar de um artigo,
não foi possível abarcar todos os aspectos inerentes à prática de tradução/interpretação, tais como as
escolhas lexicais, a relevância, etc. Esses aspectos podem ser analisados em futuras pesquisas na
área. Esperamos que, através de nosso trabalho, possamos ampliar a visão do TILS em relação à sua
atividade profissional e proporcionar um direcionamento para a formação de novos TILS.
i
Informação encontrada em: << http://www.letras.ufmg.br/protils/>>. Acesso em: 25 ago. 2015.
ii
“ELAN is a professional tool for the creation of complex annotations on video and audio resources”. Informação
disponível em: <<https://tla.mpi.nl/tools/tla-tools/elan/>>. Acesso em: 25 ago. 2015.
iii
O intérprete de apoio serve como um ajudador para o intérprete sinalizador, ele auxilia com a audição do que está
sendo falado, apoiando com a memorização e com o léxico da língua de sinais, quando necessário.
Referências:
AULETE, Caldas. Mini dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2004.
GILE, Daniel. “The Effort Models in Interpretation”. In: Basic Concepts and Models for Interpreter
and Translator Training. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1995, p. 159-190.
MCCLEARY, Leland; VIOTTI, Evani. Transcrição de dados de uma língua sinalizada: um estudo
piloto da transcrição na língua de sinais brasileira (LSB). In: CONGRESSO INTERNACIONAL
DA ABRALIN, 04, p. 01-28, Brasília, 2005. Disponível em: <<
https://www.academia.edu/456473/Transcri%C3%A7%C3%A3o_De_Dados_De_Uma_L%C3%A
Dngua_Sinalizada_Um_Estudo_Piloto_Da_Transcri%C3%A7%C3%A3o_De_Narrativas_Na_L%
C3%ADngua_De_Sinais_Brasileira_LSB_>. Acesso em: 20 ago. 2015.
Realização:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU
CENTRO DE ENSINO, PESQUISA, EXTENSÃO E ATENDIMENTO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL – CEPAE
I CONGRESSO NACIONAL DE LIBRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
I CONALIBRAS-UFU
ISSN 2447-4959
RUSSO, Ângela. Intérprete de Língua Brasileira de Sinais: uma posição discursiva em construção.
2009. 133 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. Disponível em:
<<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21851/000738782.pdf>>. Acesso em> 20 ago.
2015.
Realização: