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com
cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o
crescimento que procede de Deus.” (Col 2:16-19).
A celebração da Páscoa era um costume Israelita, e concomitantemente, judeu. Muitas
das igrejas apostólicas não eram igrejas dos judeus, e sim igrejas gregas, quais o apóstolo Paulo
instruiu os colossenses o que não se deveria guardar das celebrações judaicas, dentre outras
festas, a da Páscoa está incluída.
O costume cristão substituiu a Páscoa judaica, pela celebração da “Ceia do Senhor”
tendo em vista que a ressurreição do Senhor Jesus aconteceu no dia da Páscoa em que um
cordeiro era sacrificado, devido o simbolismo que para os cristãos o Senhor Jesus era o cordeiro
pascal, de acordo com o texto de I Coríntios 5:7-8:
Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem
fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa
não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos
da sinceridade e da verdade.
No texto acima está o foco do assunto abordado no tópico aludido. Quando o apóstolo
Paulo diz aos coríntios que não devemos celebrar a “festa” a palavra utilizada no grego original
segundo o léxico de Strong é εορταζω “heortazo”, que significa: Guardar um dia de festa,
celebrar uma festa. Ou seja, ele estava se referindo à “festa” ou “celebração” da Ceia do Senhor,
e é claro quando ele diz que essa festa não deve ser celebrada com o “velho fermento”, isto
pode ser entendido dentro da hermenêutica como uma hipérbole. Não existe fundamentação
bíblica para o termo “pão comum”, o ideal é não usar alguns termos que dão margem para dúbia
interpretação; e se considerarmos o I Cor 5:7-8, fica nítido que o fermento era algo que não era
visto com bons olhos.
Caso, tentássemos utilizar a interpretação sugerida pelo tópico, quando diz o texto: O
pão da Santa Ceia, que hoje comemos é o pão comum, isto é, com fermento, figura do corpo
de Jesus que foi morto e sepultado, ressuscitando ao terceiro dia, glorioso e triunfante.
Seríamos impedidos diante de tantas afirmações contrárias ao exposto. É impossível considerar
que comemos o pão com fermento, porque era o corpo de Cristo “após o recebimento do
pecado” que era o símbolo do fermento. O corpo ressuscitado do Senhor Jesus é chamado de
“corpo glorificado” e nele não havia pecado algum, diante disso, seria impossível tal
interpretação.
O apóstolo Paulo também instrui os coríntios sobre os exageros, nessa celebração (A
Ceia do Senhor) que era como um “jantar”, conforme o texto abaixo:
“Nisto, porém, que vos prescrevo, não vos louvo, porquanto vos ajuntais não para
melhor, e sim para pior. Porque, antes de tudo, estou informado haver divisões entre vós
quando vos reunis na igreja; e eu, em parte, o creio. Porque até mesmo importa que haja
partidos entre vós, para que também os aprovados se tornem conhecidos em vosso meio.
Quando, pois, vos reunis no mesmo lugar, não é a ceia do Senhor que comeis. Porque, ao
comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha fome, ao passo
que há também quem se embriague. Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? Ou
menosprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-
ei? Nisto, certamente, não vos louvo. Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei:
que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e
Autor: Anderson Amorim – Anderson.pamorim@hotmail.com
disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante
modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no
meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque, todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele
venha. Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu
do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do
pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para
si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque,
se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos
disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. Assim, pois, irmãos
meus, quando vos reunis para comer, esperai uns pelos outros. Se alguém tem fome, coma em
casa, a fim de não vos reunirdes para juízo. Quanto às demais coisas, eu as ordenarei quando
for ter convosco.” (I Cor 11:17-34)
É importante considerar os ensinos de Paulo para tal fundamentação, tendo em
vista a ordem cronológica do Novo Testamento Bíblico. Diferente do que muitos pensam, as
cartas de Paulo foram escritas antes dos Evangelhos. O Evangelho mais antigo, o de Marcos,
foi escrito em 65 d.C. e a carta aos colossenses foi escrita entre 53 a 55 d.C. Ao observarmos
que a carta aos coríntios foi escrita em 55 d.C. podemos entender o que é unânime entre os
estudiosos do Novo Testamento: A comunidade onde foram escritos os evangelhos canônicos
tiveram acesso primeiramente às cartas de Paulo; ou seja, as cartas de Paulo foram usadas como
referência para muitos assuntos dos relatos dos evangelhos, inclusive sobre o assunto da “Ceia
do Senhor”.
GEISLER, Norman; NIX, Willian E. Introdução Bíblica: Como a Bíblia chegou até
Nós. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Vida, 1997.