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CETI ESTEFÂNIA TOSA DA SILVA

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA (LITERATURA)


PROFESSORA: DEBORAH COSTA
ASSUNTO: REALISMO
ATIVIDADE 4º PERÍODO (GRUPO) A cidade apavorada Vai com ele, vai, Geni!
Se quedou paralisada Vai com ele, vai, Geni!
ESTUDO DA CANÇÃO GENI E Pronta pra virar geleia Você pode nos salvar
ZEPELIM Mas do zepelim gigante Você vai nos redimir
Desceu o seu comandante Você dá pra qualquer um
De tudo que é nego torto Dizendo: "Mudei de ideia!" Bendita Geni!
Do mangue e do cais do porto Quando vi nesta cidade Foram tantos os pedidos
Ela já foi namorada Tanto horror e iniquidade Tão sinceros, tão sentidos
O seu corpo é dos errantes Resolvi tudo explodir Que ela dominou seu asco
Dos cegos, dos retirantes Mas posso evitar o drama Nessa noite lancinante
É de quem não tem mais nada Se aquela formosa dama Entregou-se a tal amante
Dá-se assim desde menina Esta noite me servir Como quem dá-se ao carrasco
Na garagem, na cantina Essa dama era Geni! Ele fez tanta sujeira
Atrás do tanque, no mato Mas não pode ser Geni! Lambuzou-se a noite inteira
É a rainha dos detentos Ela é feita pra apanhar Até ficar saciado
Das loucas, dos lazarentos Ela é boa de cuspir E nem bem amanhecia
Dos moleques do internato Ela dá pra qualquer um Partiu numa nuvem fria
E também vai amiúde Maldita Geni! Com seu zepelim prateado
Com os velhinhos sem saúde Mas de fato, logo ela Num suspiro aliviado
E as viúvas sem porvir Tão coitada e tão singela Ela se virou de lado
Ela é um poço de bondade Cativara o forasteiro E tentou até sorrir
E é por isso que a cidade O guerreiro tão vistoso Mas logo raiou o dia
Vive sempre a repetir Tão temido e poderoso E a cidade em cantoria
Joga pedra na Geni! Era dela, prisioneiro Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni! Acontece que a donzela Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar! (E isso era segredo dela) Joga bosta na Geni!
Ela é boa de cuspir! Também tinha seus caprichos Ela é feita pra apanhar!
Ela dá pra qualquer um! E ao deitar com homem tão nobre Ela é boa de cuspir!
Maldita Geni! Tão cheirando a brilho e a cobre Ela dá pra qualquer um!
Um dia surgiu, brilhante Preferia amar com os bichos Maldita Geni!
Entre as nuvens, flutuante Ao ouvir tal heresia Joga pedra na Geni!
Um enorme zepelim A cidade em romaria Joga bosta na Geni!
Pairou sobre os edifícios Foi beijar a sua mão Ela é feita pra apanhar!
Abriu dois mil orifícios O prefeito de joelhos Ela é boa de cuspir!
Com dois mil canhões assim O bispo de olhos vermelhos Ela dá pra qualquer um!
E o banqueiro com um milhão Maldita Geni!
ESTUDO DE TEXTO

1- Quem é Geni? Ela sofre algum tipo de violência? Comprove 6- O comandante ameaçou explodir a cidade. Será que o horror
a sua resposta com a canção. e a iniquidade provinham da “Formosa dama Geni” ou da
cidade? Justifique com os versos do texto.
2- Chico Buarque critica três instituições na canção, que
também são criticadas pelo Realismo. Cite essas três 7- A “cidade” se expressa de novo, se mostrando incrédula
instituições e como são representadas na canção. quanto à escolha do comandante. Cite os versos que
comprovam esta afirmação.
3- Na 1ª parte da canção, o autor mostra a personalidade de
Geni, mas não de forma pejorativa. Cite os versos que 8- Geni passa de MALdita para BENdita. Explique como
comprovam isto. funcionam esses contrários.

4- Explique que cidade era essa retratada pelos versos: “E é por 9- O autor mostra poder como “algo sujo”, pela forma como o
isso que a cidade / Vive a sempre a repetir”. comandante trata Geni durante a noite. Mesmo depois do
sacrifício dela, além de pedra, Geni recebe “bosta” também.
5- A situação se repetia, até surgir “uma força superior”. Que Retire os versos que retratam as duas situações citadas.
força era essa e o porquê de superior?
10- Há características realistas presentes na canção. Cite-as e
mostre os versos que comprovem suas citações.

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