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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA –

Estudar a história da Psicologia é buscar compreender de que lugar ela veio, como se
solidificou até se tornar uma ciência, pois a princípio ela não era considerada uma ciência.
Ela surgiu quando a filosofia e a fisiologia se juntam para responder perguntas incluindo a
experimentação e seus métodos empíricos nas pesquisas. As suas raízes surgiram a partir do
século V A.C, onde surgem alguns filósofos gregos que buscaram estudar a mente humana,
relação entre o homem com o mundo e os aspectos relacionados a racionalidade, sendo eles:
Sócrates, Platão e Aristóteles).
O termo psicologia vem do grego (psyché) que significa alma, e de logos que significa
razão, sendo definida como o estudo da alma. É relevante destacar que é com Sócrates (469-
399 A.C) que a Psicologia solidez, sendo ele que apresentou os primeiros conceitos
relacionados à Psicologia. Onde a sua principal busca era com o limite que distinguia o
homem dos animais, sendo o primeiro sujeito a escrever um livro ligado diretamente a
psicologia “alma e as três dimensões: vegetativa, sensitiva e racional” afirmando que só o
homem possui razão, sendo então Sócrates o precursor que abriu o caminho para o estudo da
Psicologia.
Após Sócrates, surge Platão (427-347 A.C), que da continuidade nos estudos, sendo
ele um discípulo de Sócrates. Ele buscou apresentar que existe um “lugar para a razão está no
próprio corpo do homem”. Consequentemente Aristóteles (384-322 A.C), que foi um
discípulo de Platão, defende que a alma e o corpo não podem ser separados. Ele estudou as
distinções entre percepção, razão e percepções.
Surgiram outros filósofos que buscavam compreender essas distinções entre a alma,
corpo e pensamento, Santo Agostinho (354-430) que inspirou em Platão que distinguia alma e
corpo, expondo que a alma também era uma manifestação divina no homem, sendo ela a sede
do pensamento, imortal e que ligava o homem a Deus. São Tomás de Aquino (1225-1274)
viveu em um período de crise econômica e social, a ruptura da Igreja Católica, e o surgimento
do Protestantismo, a mudança para o capitalismo, com a Revolução Francesa e a revolução
Industrial na Inglaterra. Essa crise leva a indagação da Igreja e dos seus conhecimentos
produzidos. Nesse período então São Tomás de Aquino busca em Aristóteles a diferenciação
entre existência e essência. Ele considera que o homem busca a perfeição através da sua
existência.
Depois de aproximadamente 200 anos da morte de São Tomás de Aquino, se inicia o
período de mudanças, onde ocorre o Renascimento. A passagem para o capitalismo começa a
surgir, consequentemente dá-se o desenvolvimento de valorização do homem. Aparece então
René Descartes (1596-1659), sendo um filósofo que propôs o dualismo (corpo como
mecanismo) sendo desprovido do espírito e o método (ciência). Ele postula a ruptura entre
mente e corpo, alegando que o homem tem uma substância material e uma substância
pensante. Esse dualismo contribuiu para o avanço da psicologia, pois, o estudo do corpo era
imprescindível nos séculos anteriores, o estudo do corpo humano morto favorece o progresso
da Anatomia e da Fisiologia.
As descobertas que houve contribuiu significativamente para o avanço da Psicologia,
em 1846 a Neurologia descobrem que a doença mental é consequência da ação direta ou
indireta dos mais variados fatores sobre as células cerebrais. Sendo a Psicofísica o caminho
que os fisiologistas seguiam, estudando a fisiologia do olho e a percepção das cores.
Ainda na Alemanha em 1860 surge uma lei campo da Psicofísica. A lei de Fechner-
Weber que determina a combinação entre estímulo e sensação, concedendo a sua mensuração,
essa lei explica que a percepção aumenta em progressão aritmética, enquanto o estímulo varia
em progressão geométrica.
A Psicologia científica surgiu na Alemanha, com a implantação do primeiro
laboratório de Psicologia a realizar experimentos na área da Psicofisiologia em 1879 na
Universidade de Leipzig, por Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920). Vale destacar que
Wundt, Weber e Fechner estudaram juntos na Universidade de Leipzig, onde deslocaram para
esses países vários estudiosos desse novo ramo da ciência, como o Edward B. Titchner e o
William James.
A Psicologia então surge como ciência quando se desliga (corta o cordão umbilical) da
Filosofia que foi de onde ela se difundiu, consequentemente os pesquisadores começam a
estudar sobre esse novo conhecimento, passando a definir o seu objeto de estudo, delimitando
seu campo de estudo, distinguindo de outras áreas de conhecimento (Filosofia e Fisiologia),
formulando teorias e métodos de estudo desse objeto. Assim a Psicologia então começa a se
solidificar, porém é nos Estados Unidos que ela se expande rapidamente, devido ao grande
progresso econômico do país. É lá que surgem as primeiras escolas em Psicologia, as quais
deram originalidade ás várias teorias que existem no momento atual.
O Funcionalismo de William James (1842-1910) que se propôs em responder algumas
questões como “o que fazem os homens” e “por que o fazem” enfatizando que a consciência
como a sede das preocupações, buscando a compreensão de seu funcionamento.
O Estruturalismo de Edward Titchner (1867-1967) que buscou a compreensão do
mesmo aspecto que o Funcionalismo: a consciência. Porém Titchner estudou seus aspectos
estruturais, os estados da consciência como estruturas do SNC. Essa escola foi inaugurada por
Wundt, mas Titchner quem usou primeiramente o termo Estruturalismo, seu método utilizado
é o introspeccionismo e os conhecimentos psicológicos. Consequentemente surge o
Associacionismo de Edward L. Thorndike (1874-1949) originador da primeira teoria da
aprendizagem. Esse termo originou-se de que a aprendizagem se dá por meio de um processo
de associações de ideias, desde as mais simples às mais complexas.
Todos os filósofos e estudiosos citados contribuíram ao longo da história para a
construção da Psicologia, seja de forma indireta ou direta. Desde os primórdios da
humanidade pode-se notar que o ser humano buscou compreender a relação entre o
pensamento e comportamento. Após estudar a história da Psicologia podemos analisar que ela
tem uma longa história, porém no Brasil ela só foi regulamentada em 1982. Portanto torna-se
necessário se aprofundar em conhecer/estudar a sua história para ter a compreensão de que
lugar ela foi constituída e construída, bem como a sua ligação direta com a filosofia e
fisiologia. Além do mais, conhecer o processo de formação da Psicologia enquanto história
nos permite uma visão mais ampla para a compreensão do homem, as suas ações e
questionamentos. Em suma, ao estudar a história da psicologia fica evidente a importância
que os filósofos tiveram acerca do assunto e essa evolução mostra que a Psicologia está
sempre em desenvolvimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIB, J. A. D. Epistemologia pluralizada e história da psicologia. São Paulo , v. 7, n.


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BOCK, A. M. B, et al. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo:


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Acesso em: 10 Set. 2019

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