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INTENSIVO ANUAL

Disciplina: Direito Penal


Prof. Arthur Trigueiros
Aula: 01
Monitor: Fábio

MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

Índice

I. Anotações da aula

I. Anotações da aula

CRIMES CONTRA A VIDA

- Arts. 121 a 128 do CP

HAPI
Homicídio (art. 121, CP)
Aborto (arts.124 a 128 do CP)
Participação em suicídio (art. 122 do CP)
Infanticídio (art. 123 do CP)

HOMICÍDIO (art. 121, CP)

- Bem jurídico: vida humana extrauterina


• Vida humana do ponto de vista penal é protegida em dois momentos:
 Intrauterina / endouterina - aborto
 Extrauterina – homicídio; infanticídio; participação em suicídio

Espécies de homicídio

a) Doloso
- Simples
- Privilegiado
- Qualificado
- Majorado

b) Culposo
- Simples
- Majorado

Homicídio doloso

• Simples (art. 121, caput, CP)

 Corresponde à forma básica (tipo fundamental) de homicídio – Pena: 6 a 20 anos de


reclusão
 Ação nuclear (verbo): MATAR (alguém)
o Injusta / arbitrária eliminação da vida de uma pessoa por outra.
 Elemento subjetivo da conduta: dolo – direto ou eventual.
 Exige motivação específica? Não!!!
o Basta que o agente queira / assuma o risco de matar a vítima.
 Intenção de matar (“animus necandi” ou “animus accidendi”)
1  Homicídio doloso simples é crime hediondo?
oRegra: Não!
oExceção: Sim, desde que praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que por uma só pessoa (art. 1º, I, Lei 8.072/90)  homicídio condicionado
(o homicídio doloso simples somente é hediondo se presente a condição de ter
sido praticado em atividade típica de grupo de extermínio).
 Consumação e tentativa
o Consumação do homicídio: morte da vítima (resultado naturalístico)  crime
material
 Morte? Cessação da atividade encefálica (Lei 9.434/97)
o Tentativa: é admissível. Ocorrerá quando a morte não ocorrer por circunstâncias
alheias à vontade de agente.
o É possível praticar homicídio doloso por omissão? Sim, mas somente por omissão
imprópria (impura / espúria / promíscua).
 Dever jurídico de agir para impedir o resultado (art. 13, §2º, CP)

• Privilegiado (art. 121, §1º)

 Causa especial de diminuição de pena (1/6 a 1/3) – 3ª fase da aplicação da pena.


 Motivação do crime
 Privilegiadoras (circunstâncias que irão reduzir a pena no homicídio doloso)
 Privilegiadoras do homicídio:
o Se o agente matar a vítima IMPELIDO(1)
 Por motivo de relevante valor moral = índole individual – misericórdia /
compaixão.
 Por motivo de relevante valor social = o agente deve matar a vítima
impelido por um motivo quer interessa não somente a ele, mas a uma
coletividade (valor de índole coletiva)
o Se o agente matar a vítima
 Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
– homicídio emocional

(1) tomado / dominado por determinado motivo ≠ agir sob a INFLUÊNCIA de determinado motivo (art.
65, III, “a”, CP)

Privilegiadoras: são de caráter subjetivo. Portanto, são incomunicáveis em caso de concurso


de pessoas (art. 30, CP)

• Qualificado (art. 121, §2º, CP)

 Sempre será considerado crime hediondo


 Pena: 12 a 30 anos, reclusão.
 Qualificadoras
o Meios de execução
o Modos de execução
o Motivos

I – mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe


(natureza subjetiva  motivo)

1ª) parte: “mediante paga ou promessa de recompensa”


 homicídio mercenário

Concurso de agentes no homicídio mercenário


 crime de concurso necessário (plurissubjetivo) – mandante /
executor
- Executor e mandante respondem pela forma
qualificada (posição majoritária)  motivo mercenário é elementar do homicídio (tipo penal
derivado), comunica-se ao coautor / partícipe (art. 30, CP).
2
2ª) parte: “...ou por outro motivo torpe”.
 interpretação analógica
 Torpe: vil, abjeto, repugnante, desprezível.

II - Motivo fútil (art. 121, §2º, II, CP)


 natureza subjetiva = motivação
 fútil: pequeno, insignificante, somenos importância; revela
desproporção entre a causa e a reação do agente.

OBS: matar sem razão alguma caracteriza motivo torpe ou motivo


fútil?
 2 correntes:
a) Não. A ausência de motivo não é MOTIVO!
b) Sim. Matar sem motivo algum revela uma absoluta deturpação moral do agente.

III – Emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou qualquer outro


meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum (art. 121, §2º, III, CP)
 meios de execução (natureza objetiva)

- Veneno: se o homicídio for praticado com emprego de veneno, fala-se


VENEFÍCIO. Só se caracteriza a qualificadora se o veneno for empregado sem que a vítima tenha ciência
 o emprego ocorre de forma insidiosa.

- Tortura: é a causação de intenso sofrimento à vítima.

IV – Traição, por emboscada, dissimulação ou mediante o emprego de


recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (art. 121, §2º, IV, CP)
- Modos de execução (natureza objetiva)
* traição: costas, de inopino (inesperadamente)
* emboscada: tocaia
* dissimulação: ocultação da real intenção
 moral
 material
* recursos de dificultam / impossibilitam a defesa (interpretação
analógica)

V – Se praticado para garantir a execução, a vantagem, a impunidade ou a


ocultação de outro crime (art. 121, §2º, V, CP)
 natureza subjetiva
* qualificadora da conexão

- Conexão teleológica: quando o homicídio é praticado para garantir a


execução de crime posterior
- Conexão consequencial: homicídio é praticado para garantir a vantagem /
impunidade / ocultação de crime anterior.

VI – Feminicídio (art. 121, §2º, VI e §2º-A, CP)  Lei 13.104/2015


- Matar mulher por razões da condição do sexo feminino  tipo penal não
incriminador descritivo
- Sujeito passivo: mulher

* Feminicídio ≠ femicídio

a. Violência doméstica ou familiar (vide Lei 11.340/06);


b. Por menosprezo ou discriminação à condição de mulher (misoginia)
- Natureza: divergência doutrina / jurisprudência
- STJ: natureza objetiva.

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