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A crítica é a espinha dorsal da modernidade literária. "
uAo leitor, se pede ainda mais que paciência: gosto e o esforço da deci
fração, e seguir o movimento dos ensaios em busca de algo que se esqui
va, entranhado nos poemas, mas pode, quem sabe, revelar-se como uma
iluminação. Foi o que senti, ao ler muitas vezes, sempre com prazer a
poesia de Bandeira. Este livro é um pouco a história dessa leitura. ~
(Humildade... p. 18).
Não é com esforço e sim com prazer que o leitor acom panha
Davi A rrigucci J r. em seu s ensaios. Como um itinerante, condu
zido n a s veredas e n a s sen d as de um sertão de m uitos m istérios e
en can tam en to s, que irrom pem em in sta n tâ n e o s de im agens e sons
profusos, cujos sentidos só se revelam nos p asso s seguros e m edi
tados do conhecedor dos cam inhos, capaz de integrar os fragm en
tos do p ercu rso n u m a rota de sentido e direção em que cada o b stá
culo d a com preensão é m eticulosam ente retirado p ara exibição
286 ARRIGUCCI J r ., Davi. O cacto e a s ruínas. A p o e sia en tre ou tras a rtes,
p o r O svaldo H um berto L. C eschin. L ín g u a e L i t e r a t u r a , n ° 2 3 ,
p. 2 8 3 -2 9 0 , 1997
com pleta da figura em seu m undo. É o seu com entário que expõe
essa ab u n d a n te paisagem gerada n a criação d a arte aos olhos de
todos nós, m inuciosam ente revelada p ara além do possível:
“Sua poesia era de uma beleza estranha e única,feita do atrito das idéias
e das coisas. ”
E logo a seguir:
uAté hoje não sei se o esforço crítico para conhecê-lafoi de todofeliz, por
sua complexidade e múltiplas dimensões. ”