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OS MISTÉRIOS DO SEXO
PRIMEIRA PARTE
2. A HARMONIA UNIVERSAL
6. A VOLTA À UNIDADE
7. A LEI DA RECIPROCIDADE
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
39. OS AVATARAS
46. OS CONTINENTES
48. A DUALIDADE
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
78. SUB-RAÇAS
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
SEGUNDA PARTE
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
TERCEIRA PARTE
161. PRÓLOGO
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO IV
183. O OZONE
CAPÍTULO V
185. ESPERMATOGÊNESE
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VIII
CONCLUSÃO
195. CONCLUSÃO
OS MISTÉRIOS DO SEXO
CAPÍTULO I
PARTE PRIMEIRA
CAPÍTULO I
A ação do Sol sobre a Terra, diz Flamarion, é tudo: a ele devemos nossa
existência - o vento que sopra em nossos campos; os rios que descem para os mares; as
chuvas que fecundam a Terra; as sementes que germinam; o ar que respiramos; as idéias
dos pensadores... É ao Sol que devemos reportar a explicação do fenômeno da vida. É o
agente direto ou indireto de todas as transformações que se operam nos planetas - ele,
cuja força e glória nos cercam e penetram, e sem ele cessaria logo de pulsar o coração
gelado da Terra...
Resta, entretanto, indagar se esse esplendoroso Sol, diante de cujo trono se
curvam reverentes os maiores sábios e também se esse prateado astro da noite ao qual os
poetas dedicam versos maviosos, são de fato aqueles que agem e influem, "direta ou
indiretamente" sobre os destinos da Terra e de quantos seres nela habitam. Não seriam
eles, por sua vez, subordinados a outros astros que por trás deles se acham ocultos ?
"É verdade (em princípio), é certo (em teoria), é real (de fato em ampliação) que
aquilo que está em baixo (o mundo físico, material) é como o que está em cima (análogo
e proporcional ao mundo espiritual e intelectual) e o que está em cima é como o que está
em baixo (reciprocidade), para a realização das maravilhas da Causa Única (Lei
suprema, em virtude da qual se harmoniza a criação universal na sua Unidade). E do
mesmo modo que todas as coisas são feitas de Um só (princípio), por mediação de Um
só (agente), assim também todas as coisas nasceram dessa mesma coisa, por adaptação
(ou conjugação). O sol (condensador da irradiação positiva, AOD, OD) é seu Pai
(elemento produtor ativo); a Lua (espelho da reverberação negativa ou da Luz no Azul,
AOB, OB) é sua Mãe (elemento produtor passivo); o Vento (atmosfera etérica
ondulatória) a contém em seu peito (servindo-lhe de veículo); a Terra (considerada
como tipo dos centros de condensação material, é sua nutridora material) é sua nutridora
(atanor - ou forno purificador, o telesma universal - de sua elaboração).
OBS: Telesma : Teles, fam. É a substância primitiva da qual se formam as coisas.
cima como de baixo (dos mundos físicos ou material e hiperfísico ou astral, e ainda, sob
outro ponto de vista, das esferas sensível e inteligível).
"Assim (por esse agente ou por semelhante processo) foi o universo criado
(transformado de princípio em essência em poder original atuante, realizado na razão do
"Fiat Lux"). Daí se originarão maravilhosas adaptações, cuja maneira (de ser, tipo de
formação), aqui se acha (indicada, revelada).
"O que acabo de revelar (meu ensinamento, meu verbo solar ou "Deva-Vani")
está completo (consumado, proferido) sobre o magistério (a operação, a Grande Obra
mágica) do Sol (com inúmeros sentidos, dentre eles: a força e o papel das correntes
fluídicas universais; a evolução - AUR andrógino ou Luz engendradora; o Magistério
dos alquimistas; cujo segredo, por assim dizer, estava a descoberto ou desvendado no
presente texto da Tábua Esmeraldina)."
O TULKUISMO EM AÇÃO
Dentro do processo evolutivo e mediante uma recíproca verdadeira, todas as
coisas estão subordinadas entre si, na razão da menor para a maior, a menos para a mais
evoluída, por fenômenos idênticos aos que na doutrina esotérica tibetana se denomina
"Tulkuismo". Deste assunto tratam os capítulos 31º a 34º da obra "O Tibete e a
Teosofia", do cientista e teósofo espanhol, Roso de Luna, em colaboração com o autor
deste livro (trata-se de obra publicada em capítulos pela revista Dhârânâ, órgão oficial
da SBE, cujos fascículos encontram-se esgotados). Transcreveremos aqui alguns trechos
no intuito de elucidar uma questão muito debatida entre os estudiosos do Oriente e
quase desconhecida entre os ocidentais:
"Assim, cada cifra numérica possui dois valores: o seu próprio absoluto e o
relativo à ordem a que pertence (decimal, centesimal, milesimal etc.); o que, vertido
para a linguagem concreta equivale a dizer: cada ser é um número na grande síntese
cósmica e possui duas modalidades psíquicas e dois valores: o seu próprio e o da
missão, assim como o "Eu sou quem sou" (Ego sum qui sum), e seu corolário filosófico,
Cogito, Ergo sum - com aquele que corresponde, qual parte integrante de um conjunto
superior, à família, povo, nação. Daí acontece o caso muito frequente de um indivíduo
forte, valioso, digno, achar-se mal colocado ou fora da ordem que lhe corresponde,
como aconteceria, por exemplo, ao número nove, permita-se a comparação, que,
valendo muito mais do que um, passasse a valer menos se este ocupasse a ordem das
dezenas, com o valor de 10".
"Se cada homem e até cada coisa existe no Cosmos, é um tulku ou hipóstase de
uma entidade superior a que se acha subordinado por lei serial de numeração abstrata;
do mesmo modo se cada naldjorna possui um guru (mestre), em série indefinida, o
grandioso panorama do Universo, organismo vivo, não é mais do que a simbólica
árvore, cujas raízes, como a árvore norsa dos escandinavos primitivos e quantas outras
figuram nas diversas teogonias, se acham dentro do seio insondável da Divindade
abstrata, inefável e incognoscível; enquanto seus ramos crescem e se dividem sem
cessar, envolvendo assim tudo quanto se acha dentro do infinitamente grande até
alcançar o infinitamente pequeno".
"E ao longe de tais raízes, troncos, galhos, folhas, flores e frutos atua uma só
força inteligente: a do Logos ou Verbo, fazendo circular, centrífuga e centripetamente, a
magna vibração da vida em que cada ilusória "realidade vital" não é senão o tulku, tatwa
ou invólucro mágico de uma parte, grande ou pequena, daquela vibração, como tônica
orgânica ou vital dentro de outro organismo superior, ao qual se subordina como a parte
do todo".
Crimes dessa natureza são não só os previstos no Código do Manú, mas também
todo o ato praticado contra a vida e os direitos do homem e da própria Terra, como ser
vivo que é, a qual vem suportando; ao invés dos cuidados restauradores devidos pelos
seus filhos que se nutrem de sua seiva, terríveis bombardeios de imprevisíveis
conseqüências intra e extra terrena, abrindo fendas profundas, dolorosas chagas a
clamarem perversidade de almas inconscientes e formando na atmosfera faixas de
radiações, cujo tremendo efeito deletério recai sobre vastas áreas, envenenando os ares e
as águas, contaminando os alimentos, tanto os de origem vegetal como animal, afetando
portanto gravemente a saúde pública, conforme tem sido divulgado nos trabalhos de
notáveis médicos e higienistas.
Que futuro podemos esperar de uma humanidade incoerente e hipócrita; os
próprios dirigentes dos povos que se dizem supercivilizados são os que se dizem
pacifistas mas forjam as armas para a destruição; os que apregoam o direito e a
liberdade mas espezinham a dignidade e cerceiam o livre arbítrio do homem e dos
povos; são enfim os que ensinam a fé, o amor fraternal e a caridade mas só para uso
externo, pois que eles mesmos não praticam tais coisas.
parte a dança maldita dos quatro cavaleiros do apocalipse: domínio, guerra, fome, peste;
eles mesmos, formas humanas caóticas em oposição aos quatro Rishis ou reis Divinos.
"Vou dar-te os sinais característicos dos homens que andam pelo caminho que
conduz à Vida Divina. Ei-los: Intrepidez, pureza de coração, perseverança em busca da
sabedoria, caridade, abnegação, domínio de si mesmo, devoção, religiosidade,
austeridade, retidão, veracidade, mansidão, renúncia, equanimidade, amor e compaixão
para com todos os seres, ausência do desejo de matar, ânimo tranqüilo, modéstia,
discrição, firmeza; paciência, constância, castidade, humildade, indulgência."
"Agora houve as características dos homens que andam pelo caminho que
conduz aos demônios: Hipocrisia, egoísmo, orgulho, arrogância, presunção, cólera,
ódio, rudeza, ignorância".
"O bom caráter liberta da morte e conduz à Divindade. O mau caráter da causa a
repetidos nascimentos mortais. O primeiro da liberdade, o segundo, escravidão".
"Duas espécies de natureza pode-se observar neste mundo humano, a divina ou
boa, e a diabólica ou má. As características da natureza boa ou divina já te descrevi
suficientemente. Escuta agora, ó filho da Terra! quais são as da natureza má".
Os seres que são iguais aos Assuras (demônios, espíritos maus) não conhecem
nem o seu princípio nem seu fim; não sabem o que é praticar uma reta ação e não sabem
abster-se de ação má. Neles não há pureza nem moralidade, nem veracidade. Eles dizem
que no mundo não há verdade nem justiça. Negam a existência do Espírito Divino;
acreditam que o mundo é produto do acaso, e que o fim da vida é para gozo dos bens
materiais. E vivem conforme suas idéias errôneas: são de intelecto mesquinho,
desregrados, inimigos da humanidade e praga do mundo. Entregam-se aos prazeres
carnais e pensam que esse é o mais alto bem. Mas nunca os prazeres sensuais os
satisfazem, porque, mal um apetite obteve satisfação, já emerge outro cada vez mais
imperioso. É impura a sua vida, porque, pensando bem, com a morte do corpo tudo se
acaba, julgam que o supremo bem consiste na satisfação de seus desejos. Enleados nas
teias do desejo, entregam-se a volúpia, à ira e a avareza; prostituem suas mentes e seu
sentimento de justiça, empenham-se em acumular riquezas sem qualquer escrúpulo,
desde que possam satisfazer suas ambições materialistas.
CAPÍTULO II
coroa, para significar que ainda não expirou o prazo para completar sua régia evolução.
Este é representado pelo tradicional guerreiro ou cavaleiro Akdorge das lendas
transhimalaias, simbolizando a luta do ternário espiritual contra o feroz dragão da
ignorância, encarnando os quatro princípios inferiores esmagados pelas quatro patas do
cavalo branco ( o Kalki-avatara , símbolo da redenção humana), símbolo esse plagiado
no Ocidente com a figura cavalheiresca de um Ignaro S. Jorge, cuja origem não pode ser
outra senão o lendário Akdorge das mais antigas tradições orientais, em que o guerreiro
que representa a Tríade Superior e dignificado com o título de Maitri ou Maitreya, que
significa o vencedor dos três mundos (ou três mayas, ilusões) das três gunas ou estados
vibratórios da matéria.
As quatro verdades são expressas nas Revelações que este ou aquele ser oferece
ao mundo, de acordo com as várias épocas evolutivas em que eles se apresentam entre
os homens, a fim de libertá-los da ignorância em que vivem, causadora de todos seus
sofrimentos; revelações que constituem portanto as mais preciosas oferendas trazidas ao
quarto globo de nosso sistema.
Assim é que, durante cada período de 108.000 anos ou a quarta parte de 432.000, o
zodíaco faz quatro voltas completas em torno do seu eixo, dando lugar a outras
mudanças sucessivas da estrela polar.
Esse movimento do empíreo, em volta do qual gira todo o mistério, e que tanta
influência exerce sobre a Terra e a vida de todos seus habitantes, fará com que na
próxima fase ou ciclo a estrela Sirius passe a ocupar o lugar da estrela Polar, chamada
esotericamente nas escrituras orientais, Olho de Druva, e simbolicamente significando
que através deste astro o Eterno perscruta desde o Polo Norte toda a evolução do
planeta, que é a sua própria, segundo aquela estância de Dzyan, que ensina que Deus se
divide para consumar o supremo sacrifício.
Não há linhas retas nem pontos fixos no Universo, cujos movimentos, grandes
ou pequenos, rápidos ou lentos, luminosos ou trevosos, constituem no seu conjunto a
famosa harmonia das esferas de que tanto falavam os filósofos da antiguidade. O
clarividente Swedenborg se referia a esses ciclos de vida, que se manifestam em todos
os fenômenos da Natureza, como se fossem a própria vibração do Logos:
"A lei essencial da natureza é a vibração. Um ponto imutável é inteiramente
impossível dentro do nosso sistema. Os movimentos sutis a que chamamos de ondas, os
mais vagarosos que denominamos oscilações, as trajetórias dos planetas a que
chamamos de órbitas, as épocas da História designados por ciclos, tudo isso não é mais
do que um movimento ondulatório no Ar, no Éter, no Aura, na Terra, de nebulosas,
pensamentos, emoções e de tudo quanto se possa imaginar."
Voltamos considerar um dos temas abordados nesta parte de nosso trabalho, que
se propõe demonstrar que a Terra, como tudo na Natureza, é um ser vivo. As quatro
estações representam para o globo as quatro fases digestivas do homem: 1º) Ingestão de
germes e seu preparo por meio da digestão, digamos, num período climático para cada
um dos hemisférios; 2º) Assimilação pelo húmus, dos germes ingeridos, ou verdadeira
digestão da Terra, triunfo da fermentação e das forças negras, porém começo da vitória
das forças brancas, isto é , da evolução solar, na seguinte estação; 3º) Produção e saída
dos germes transformados, união dos sucos terrestres e raios solares, constituindo a
seiva, triunfo das forças evolutivas sobre as involutivas, o mesmo fenômeno que se
verifica na humanidade, para a estação imediata; 4º) Fim da evolução dos novos seres
terrestres; todos os subprodutos volvem à terra, sob forma de cadáveres vegetais.
E tudo isso se explica as incompreensíveis palavras de Sendivexio em seu
"Diálogo entre Sulfur e o Alquimista", quando faz alusão ao coração sempre ativo da
Terra, que ao astro faz passar, sob a ação do sulfur solar, de luminoso sol condensado
com o auxílio do seu nebuloso anel, a planeta obscuro, tal como hoje o conhecemos.
Esta nossa Mãe Bhumi, "vaca nutridora" a que trivialmente se denomina Terra, e o
Espírito Planetário que a preside fornecem a quantos seres parasitariamente nela vivem,
o prana vital que do Sol recebem, realizando assim os mais transcendentes processos
bioquímicos e fisiológicos, que ainda não entraram nas cogitações de nossos ilustres
cientistas.
OS MISTÉRIOS DO SEXO
A GENEALOGIA ESOTÉRICA NO COSMOS E NO HOMEM
PARTE PRIMEIRA
A HARMONIA UNIVERSAL
CAPÍTULO III
O EQUILÍBRIO DO COSMOS
Cada continente é, por sua vez, o sol dos demais, passando com suas raças por
uma sucessão de ascensão e declínios de civilização, enquanto nos outros se desenvolve
civilização diferente. Cada raça transfere para as outras o resultado de sua evolução.
Houve, pois, para cada raça uma idade de pedra, de bronze, de aço, de ferro; sem contar
com as idades de ouro e de prata, segundo seus ciclos, possuindo cada uma sua cor e
característica própria.
Essas místicas relações eram ensinadas aos mystai nos mistérios menores das
antigas escolas iniciáticas, assim chamados por conduzirem à percepção das coisas
somente através de um véu ou névoa, ao contrário do que sucedia nos mistérios maiores,
em que os epotpai, podiam percebe-las claramente sem qualquer disfarces. Tais métodos
de ensino, designados pelos nomes de maya-vada, doutrina da ilusão ou maya-budista,
ainda hoje são adotados na Índia, pelas duas escolas, a do norte, a maya-yana ou grande
barca da salvação, e a do sul, a hina-yana ou pequena barca, mas tudo implicitamente
envolvido na interpretação da letra que mata por ocultar o Espírito que vivifica.
Intimamente unido aos planos cósmicos e achando-se sob a influência de um dos
sete raios planetários, cada homem possui idéias e temperamentos próprios que os
levam a pensar, agir e reagir de maneira diversa dos demais, mesmo em face de
situações e circunstâncias perfeitamente idênticas. Em Medicina isto se torna tão
evidente que levou um famoso médico patrício a pronunciar uma frase que se tornou
aforismo: "Não há doenças, sim doentes". A Medicina também conhece o fato, mas não
sabe explicá-lo. Há pacientes que podem ingerir impunemente uma grama ou mais de
iodureto de potássio, enquanto outros nem sequer suportam o cheiro do iodo. Para as
intolerâncias, hipersensibilidades, idiossincrasias alimentares ou medicamentosas,
conseqüências da diferenciação do raio planetário a que está sujeito cada ser humano,
convencionou-se chamar de "Alergia", com significação complementar ao que
anteriormente se designava "Anafilaxia".
O primitivo regime frugívoro não era imposto nem artificioso; era o natural
enquanto durava a eterna primavera, isto é, até que os cataclismos que fizeram
submergir a Atlântida inclinaram a posição do eixo da Terra, ocasionando os equinócios
e solstícios, as quatro estações climáticas do ano. O homem foi se afastando cada vez
mais da natureza, adquiriu os quatro temperamentos, sanguíneo, linfático, nervoso e
bilioso, devendo adaptar-se a diferentes lugares e climas, já sem as primeiras condições
de vida paradisíaca, da remotíssima era em que os Deuses conviviam com os Homens,
do que a Mitologia e a Tradição nos oferecem alguns vislumbres. Dos motivos dessa
involução espiritual e conseqüente degenerescência física temos tratado em outros
lugares e não seria oportuno repeti-los aqui.
Através de gerações sem conta o homem habituou-se a um regime alimentar
antinatural, tornando-se onívoro, e a própria constituição orgânica sofreu constante
adaptações, estudadas e classificadas pela Antropologia.
percurso, e era chamado e Núcio e o Lobo do Sol, solaris luminis particeps. Por tudo
isso, era ao mesmo tempo chefe e evocador das Almas, o grande Mago e Hierofante".
Virgílio descreve-o tomando sua vara para evocar as almas precipitadas no Orco:
Tum Virgem capit, hae animas ille evocat Orco. É o áureo das teogonias, cujo nome os
hierofantes não permitiam se pronunciassem. Digamos entre parênteses que,
esclarecendo as dúvidas criadas por alguns autores, sempre ensinamos ser amarelo-ouro
a sua cor, bem como a da pedra correspondente.
Na mitologia grega é simbolizado por um dos vigilantes pastores que cuidam do
rebanho celeste, ou Hermés-Anúbis, e também pelo bom demônio Agathodaemon. É
ainda o Argus que vela sobre a Terra e todos os seres que a habitam, e que ela toma
equivocadamente pelo próprio Sol.
O imperador Juliano orava ao Sol Oculto, por intercessão de Mercúrio, pois,
como diz Vossius (Idolatria, II, 373), todos os teólogos asseguram que Mercúrio e o Sol
são uma e a mesma coisa.
Sol oculto, sol espiritual, assim o temos denominado. Mercúrio é o mais
eloqüente e sábio dos Deuses, e que não é para estranhar, pois se acha tão próximo da
Sabedoria e da Palavra do Deus Solar que com ele se confunde. Simbolizando o
androginismo perfeito, relaciona-se com a Hierarquia dos Makaras ou "Manus-Karas",
justamente aqueles que deram aos homens o mental e o sexo.
Hermés, "Herr-man" ou o Senhor ou Mestre dos Homens, um dos designativos
de Mercúrio, donde a teosófica afirmativa de ser Buda-Mercúrio o dirigente da quinta
raça em que se desenvolve o mental superior - representa ao mesmo tempo o sexto e
sétimo princípios, uma vez que não são inseparáveis; isto é, a esfera ou órbita do
referido planeta, onde se acha seu periélio e, como dissemos, para onde se dirige a
Mônada depois de cada peregrinação terrena.
mergulham definitivamente no Sol, por não lhes ser mais necessário vivenciar no
humano ciclo.
O insigne teósofo Roso de Luna, assim descreve as órbitas psíquicas da alma:
"As vulgares, em suas duas classes principais permanecerão séculos e séculos
prisioneiras entre a Lua e a Terra, no chamado cone sombrio da Lua. As mais elevadas,
ao morrerem, serão libertadas ou mudadas deste par conjugado de astros, ou melhor,
levadas em seu periélio psíquico à regiões mais excelsas de Vênus e de Mercúrio. As
perversas, enfim, possuem na órbita terrestre, não seu afélio, como as outras mas seu
periélio, onde tão miserável estado, como o representado pela vida no vale profundo e
escuro, de solitário e tristonho pranto, segundo as palavras do místico Frei Luiz de Lião,
seja para elas e para a sua melancólica psiquis um verdadeiro céu, dentro da realidade de
todas as coisas do Universo, exatamente como na vida dos homens decaídos, as casas de
jogo, as tavernas, ou lupanares e tantos outros infernais lugares significam para suas
almas verdadeiros paraísos".
De público, não se deve ir além sobre o assunto, que por isso mesmo deixou de
ser tratado também pelo ínclito Roso de Luna. Daí termos recorrido à irreverente
comparação da página anterior. Por mais evoluída e sublime que seja uma alma, jamais
poderá ser comparada à do Cristo ou à do Buda. Com razão disse este que seu espírito
continuaria no âmbito da Terra. Quanto às suas "vestes", como ensinou H.P.Blavatsky,
serviram para Shânkara-Chária e outros mais, vale dizer, para várias de suas tulkuísticas
manifestações.
39. OS AVATARAS
Podemos afirmar que o Buda não foi um dos Avataras comuns, isto é, dos que
figuraram na série dos dez, o último dos quais é o Kalkiavatara, o Cavaleiro do cavalo
branco, de que tratamos em nosso livro "O Verdadeiro Caminho da Iniciação". A
brilhante autora de "A Doutrina Secreta", embora não pudesse aprofundar a questão
deixou transparecer que a manifestação de Gautama, o Buda, não era apenas dessa
natureza. Falando dos Avataras, assim se expressou ela:
"É claro que os primeiros padres da Igreja, positivamente pagãos, haviam se
ocupado dos segredos dos templos, inclusive do mistério avatárico ou o messiânico,
procurando adaptá-lo ao nascimento do Messias. Mesmo assim, iludiram-se a si
próprios porque esses números cíclicos de que se serviram referem-se ao fim das raças-
mães e não a este ou aquele indivíduo propriamente dito. Seus esforços mal dirigidos
provocaram também um erro de cinco anos. Seria possível, diante do que eles
afirmavam acerca de um assunto de tal importância e tão universalmente conhecido, que
erro tão grave fosse praticado em uma computação cronológica de antemão organizada e
inscrita nos céus pelo dedo de Deus ? Por sua vez, que fariam os iniciados pagãos e
judeus se tal afirmativa sobre Jesus fosse correta ? Poderiam eles, como guardiões da
chave dos ciclos secretos dos Avataras; eles, os herdeiros de toda a sabedoria dos Árias,
dos egípcios e dos caldeus, deixar de reconhecer seu grande Deus encarnado como o
próprio Jeová, seu Salvador dos últimos dias; Ele, que todas as nações da Ásia esperam,
ainda, como seu Kalkiavatara, Maitréia-Buda, Messias, etc. ?
46. OS CONTINENTES
Analogamente, cada planeta é formado por diversos continentes, que passam por
seus períodos de sono e atividade. E cada continente se origina de um planeta anterior.
Razão porque as escrituras tanto denominam de dwipa a um continente como a um
globo, fato que tem dado lugar a inúteis discussões entre teósofos e ocultistas,
unicamente por desconhecerem esse particular.
Há necessariamente, um substrato para a antilogia entre solares e lunares. Nosso
planeta possui uma direita e uma esquerda, cujas leis de evolução se sucedem. Nelas
está implícito o fenômeno do dia e noite que se observa simultaneamente em toda a
superfície do globo, a face-dia iluminada pelo Sol, e a face-noite pela Lua.
Seria pueril querer aplicar ao continente asiático, por exemplo as mesmas leis
que regem a América. Já o Sol nos aponta, à sua moda, que as leis, nesse caso, não
sendo diferentes, são no entanto sucessivas em sua aplicação.
A terra é, pois, constituída pela reunião no mesmo globo, de alguns continentes
que foram outrora satélites de outro Sol. Assim, do mesmo modo que um Sol negro se
ilumina e um Sol branco se extingue, na Terra um continente se torna solar e dirigente
dos demais - acontecendo isso atualmente com o americano, como se verifica pela
destruição - e no hemisfério oposto outro continente desaparece ou se torna satélite do
que lhe sucede. Foi em obediência a essa lei que a Europa substituiu a Atlântida e este
continente sucedeu a Lemúria.
48. A DUALIDADE
A Terra é a esposa, a alma gêmea da Lua, com a qual forma esse par sexuado
que, em sânscrito, se chama Soma. É lei geral, e não exceção, que tudo seja duplo; são
duplos os sóis, conjugados se apresentam os Deuses, os homens, os irracionais, as
flores, as células, as moléculas; do mesmo modo se apresentam os átomos com seus
íons - pistilos de sua planetária flor - e seus elétrons, verdadeiros estames que são
planetas, protozoários, varonis heróis.
Não escapam à regra os homens capazes de compreender um dia o amor puro,
integral, uno e universal, que encerra em seu seio prolífero os mundos superiores e
inferiores, na suprema realidade que se chama Cosmos, por sua amorosa e conjugada
Harmonia.
fragmentos brancos, como se fora leite nas profundezas da Mãe, enquanto a Raiz, por
sua vez, cresce nas profundezas do Oceano da Vida".
Eis como na fabulosa gênese dos Universos se poderia vislumbrar o
processamento fisiológico e maravilhoso de algo como uma fantástica cópula dos
siderais progenitores de miríadas de expressões vivas. Sim, o que está em baixo é como
o que está no alto...
"As nuvens se tornam, então, durante alguns instantes, como se fossem de oiro
puro... A seguir, essas mesmas nuvens se dissipam diante da amorosa carícia de seu
calor fecundo... E o áureo raio vai incidir diretamente sobre a Terra, que ansiosa por ser
fecundada, recebe-o com infindáveis beijos, que a própria madrugada deposita sobre as
folhas mais elevadas das palmeiras, até a erva rasteira das planícies... O Homem que
esse matinal beijo, por sua vez, recebe.... de pés descalços, sente o poder vitalizante
desse mesmo prana Solar, sob a carícia do raio doirado, que lhe vem retemperar as
forças perdidas de uma véspera sempre agitada, repleta de temores e desilusões, como
só acontece à humana vida...
"E assim, continua o raio a acalentar toda a Terra, à medida que se levante o dia,
saturando a atmosfera com a sua frescura, com as áureas cintilações de sua longa
cabeleira. Aura Solar dando vida à traquéia, aos brônquios e aos pulmões das plantas,
dos animais, do próprio homem...
"Bate em cheio na face do globo, e as raízes do mundo vegetal, sentindo o
contato de seu prana, restauram os seus vigores, ativando, desse modo, a ação química
no seio dos fluidos ativos no subsolo, pelo hálito do raio solar... esse mesmo mundo
super-excitado pelo vigor das correntes que atravessam os seus próprios nervos...
"Excitada, também, a clorofila das partes verdes, verde-hemoglobina (de certo
modo rubro-verde), como o próprio sangue dos vegetais, iniciam, por sua vez, as
reações redutoras de aldeídos, que passam açucares, destes - como oiro respiratório nos
organismos superiores, de onde logo saem, por desdobramento, os prodigiosos álcoois,
do catabolismo vegetal, que o homem preferiu substituir pelos procedentes de
fermentação vinícolas ou de funestas destilações...
"O divino raio solar penetra, ainda, no seio do mar, dando vida a quantos seres
nele habitam, do mesmo modo que, no mais profundo da Terra, que embora opaca para
seus raios actínicos, no entanto, transparente para os raios infra e supra luminosos, que
se lançam nos abismos de suas entranhas..."
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO IV
A segunda raça foi criada sob a égide do planeta Júpiter. Correspondia francamente ao
estado de consciência intuicional ou Búdico, que é o que vibra no sexto princípio. Ao
sentido da audição, desenvolvido na primeira raça, juntava-se o tato, correspondendo
aos impactos do Fogo e do Ar. Para o pleno desenvolvimento de seus indivíduos, os
espíritos da natureza, também chamados elementais, construíram em torno dos chayas
moléculas mais densas de matéria, formando uma espécie de urdidura protetora, de
maneira que o exterior (chaya) da primeira raça tornava-se o interior da segunda,
equivalente pois ao seu duplo etérico.
Suas formas, de brilhantes matizes, apresentavam-se ainda filamentosas,
arborescentes, com vestígios também animais, repetindo as três rondas anteriores,
durante as quais se desenvolveram os reinos mineral, vegetal e animal. De uma
coloração amarelo-ouro, os indivíduos melhor desenvolvidos, apresentavam, já nos
meados do ciclo evolutivo dessa raça, aparências semi-humanas, principalmente na
conformação do crânio e das faces.
Reproduziam-se de dois modos distintos: os assexuados desdobravam-se, como
os indivíduos da primeira raça, razão por que tomaram o nome de andróginos latentes.
continentes que se elevam para Leste, do lado de Ceilão, da Austrália até a Tasmânia e a
ilha da Páscoa (famosa pelo ciclópicos achados arqueológicos) e para oeste até
Madagascar. Uma parte da Á África emerge igualmente; a Suécia, a Noruega e a Sibéria
conservam-se.
No decorrer dos tempos, tal continente teve de suportar numerosos cataclismos,
devido às erupções vulcânicas e aos tremores de terra. Uma inclinação, ou antes,
rebaixamento, começou na Noruega e esse antigo continente desapareceu durante algum
tempo sob as águas. Há cerca de sete milhões de anos, no período Eoceno (da era
terciária), houve uma grande convulsão vulcânica que destruiu quase toda a Lemúria,
não subsistindo senão fragmentos, tais como a Austrália, Madagascar, a ilha da Páscoa
etc. Nos meados da evolução da terceira raça ocorreram fortes variações climáticas que
fizeram desaparecer os últimos vestígios da segunda, assim como os primeiros
representantes da terceira.
superior, representada pelo mental ou intelecto, tem por antagônica ou oposta a tríade
inferior, na própria conformação anatômica da região pubiana ou sexual.
O exame ginecológico dos órgãos genitais da mulher mostra que seu aspecto
interno corresponde ao aspecto exterior dos órgãos masculinos. Marañon, o grande
endocrinólogo espanhol, dizia que o homem e a mulher apresentam externamente seu
sexo e, internamente, o oposto. O mental e o sexo foram dados ao mesmo tempo ao
homem, justamente quando sua evolução alcançou a primeira etapa da responsabilidade
perante a Lei. Daí a necessidade de manifestar-se imediatamente na face da Terra a
Grande Hierarquia Oculta, de que falamos no capítulo anterior, constituída de seres
evoluídos, com a missão de guiar a humanidade nascente, que carecia de especiais
cuidados, como os recém-nascidos e as crianças os devem receber de seus genitores.
Quando esse mental chegar a tornar-se tão puro quanto o de sua origem (mundo
superior ou divino) desaparecerá o sexo, pois o mesmo andrógino do começo se
manifestará consciente, iluminado ou equilibrado, Uno com o Pai.
Os adeptos ou iluminados, embora não possam considerar-se andróginos,
anatomicamente falando, já se encontram nessas condições espirituais de evolução,
tanto que são designados "mercurianos perfeitos", andróginos ou hermafroditas (Hermés
Afrodita, iguais a Mercúrio e Vênus).
cor ouro velho brilhante, com um fulgor que lhes provinha da própria Mônada na sua
tríplice manifestação átmica, búdica ou manásica.
Os órgãos visuais desenvolveram-se a princípio pela refulgência de um só olho
no centro da fronte; que depois foi involuindo para tornar-se o terceiro olho da visão
interior ou espiritual, com a qual se relaciona a glândula pineal. Muito mais tarde foram
se formando os dois olhos latero-subfrontais, cuja plena função só veio manifestar-se na
sétima sub-raça e nos primórdios da quarta raça-mãe ou atlante.
Os princípios Atmã-Budi-Manas, ou tríade superior, caracterizavam o estado de
consciência da terceira raça e correspondiam aos impactos do fogo, ar e água. Aos
sentidos preexistentes do tato e audição, somou-se, da maneira que tentamos resumir, o
da visão. Os homens daquela raça pecaram, portanto, pela visão e pelo instinto, como
era natural para a realização das experiências evolucionais.
CAPÍTULO V
continentes se transformaram em duas ilhas que, por sua vez, foram tragadas pelas
águas há perto de duzentos e cinquenta mil anos. Depois disso só restava em pleno
oceano a ilha de Posseidon, que alguns historiadores supõem ter sido todo o continente
da Atlântida. Finalmente, também essa ilha veio a submergir em conseqüência de um
maremoto vulcânico, numa data que a cronologia esotérica estima em nove mil
quinhentos e sessenta e quatro anos antes da era cristã. (2).
78. SUB-RAÇAS
Como as demais raças raízes, a atlante desenvolveu sete sub-raças, a saber: 1a.)
os romoals, povos pastores que imigraram sob a direção dos reis divinos; 2a.) os tlavatli,
de cor amarela, pacíficos habitantes da América; 3a.) os toltecas, belos, de cor
avermelhada, estatura elevada, constituíram poderosa civilização, embora fossem
essencialmente guerreiros; deram origem aos maias e astecas; 4a.) os turânios, raça
guerreira e brutal, designados nos antigos documentos Hindus sob o nome de
rackshasas; 5a.) os semitas, povo turbulento e obstinado, que deu origem aos Hebreus;
6a.) os acádicos, migradores, espalharam-se pela bacia do Mediterrâneo; deles se
originaram os pelasgos, os etruscos, os cartagineses, os citas; e 7a.) os mongóis,
nascidos dos turânios, difundiram-se sobretudo pelo norte da Ásia.
Aos quatro sentidos da quarta raça veio, na quinta, juntar-se o olfato, como
quinto sentido para os representantes da quinta raça mãe, na razão também dos cinco
continentes, cinco dedos, quinto princípio (Manas), do astro pentagonal e de outras
coisas mais.
SUB-RAÇAS ÁRIAS
A primeira sub-raça Ária povoou, como se disse, o Norte da Índia. Sua religião
era o hinduísmo primitivo, regido pelo Código do Manú, pela lei das castas, fonte de
preconceitos que até hoje perturbam a vida social daquele país.
A segunda, ário-semita ou caldáica, atravessou o Afganistão, ocupando as
planícies do Eufrates, dirigida pelo Manú Ram ou Rama, que adotou o símbolo de Áries
(carneiro), do qual provem o termo ário, ariano. Sua religião era o Sabeísmo, crendo no
Princípio deífico impessoal, universal, tributando culto aos planetários e aos deuses.
A terceira, chamada iraniana, conduzida pelo primeiro Zoroastro, cabendo
observar que houve não apenas um, mas vários seres com esse nome, assim também
como o de Moisés, Vyasa e outros. Estabeleceu-se na Pérsia, difundindo-se pela Arábia
e pelo Egito. Culto do fogo e da pureza. Astrologia e Alquimia obtiveram progressos
acentuados.
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(1) - A Sociedade Brasileira de Eubiose tem pesquisado certas regiões chamadas Jinas,
entre as quais, a de S. Tomé das Letras, no Sul de Minas, onde se encontram inscrições
rupestres ainda por decifrar; a de Vila Velha, no Paraná; a Serra do Roncador, em Mato
Grosso; a Ilha de Itaparica, na Bahia; a Pedra da Gávea, na Guanabara, cujas inscrições
foram decifradas por Bernardo A. da Silva Ramos, e publicadas em sua obra "Inscrições
e Tradições da América Pré-Histórica, especialmente do Brasil".
(2) - As catástrofes atlantes teriam dado causa a uma inclinação de 23 graus no eixo do
Globo, segundo cálculos aproximativos.
(3) - Deste vocábulo deriva a palavra japonesa Maru, com o significado de força, vapor.
Maruths, Marus, Tachus-marus, são outrossim, expressões que designam seres de alta
hierarquia, que, no meio da Terra, montam guarda aos vinte e dois templos sagrados de
Agartha.
CAPÍTULO VI
misteriosas galerias subterrâneas das cidades toltecas eram utilizadas pelos seus mais
conspícuos representantes, quase sempre sacerdotes, para se comunicarem com
determinadas regiões do mundo "jina" ou agartino, habitado por seres de extraordinário
saber e poder. Outras galerias subterrâneas existiram ou existem numa secreta
correspondência com aquele mundo, construídas e conservadas para que, na instância
das catástrofes de fim de ciclo, o povo eleito, os iniciados, ou seja, os poucos que
permanecerem fiéis à divina tradição, pudessem ser guiados à Terra Santa, à Ilha
Imperecível que resiste e sobrevive a qualquer cataclismo, na expressão das escrituras
sagradas do Oriente.
Também temos afirmado que se pode passar subterraneamente de um sítio no
Estado de Mato Grosso para certa região do Peru, denominada Machu-Pichu,
esotericamente Manus Piscus (Piscis).
"Que povo era aquele, anterior aos Incas, construtor de semelhante império no
Novo Mundo ? De onde teria vindo para realizar semelhante fenômeno cíclico, se tudo
na vida está regulado por uma série de leis que a mesma ciência desconhece ?
"Para que se possa ter uma idéia do que é o Peru atual, torna-se necessária a
apresentação de fatores que passaram despercebidos. Julga ela que aquele povo
guerreiro e empreendedor se originou dos aymaras, cujo hábitat era o planalto dos
Andes, ao tempo em que os quíchuas, seus irmãos, se achavam estabelecidos nos vales
situados mais a nordeste. Pensam os historiadores que essas duas grandes estirpes pré-
colombianas foram do mesmo sangue, pelo simples fato de ser idêntica a linguagem,
não havendo entre uma e outra maior diferença que a existente entre dois dialetos do
mesmo tronco.
"A verdade é que, avançando cada vez mais, os Incas foram subjugando povo a
povo, construindo assim os fundamentos do seu vasto Império. Merece particular
destaque o fato de que, sendo esse povo de origem guerreira (1) conseguiu formar uma
civilização digna de constituir um dos maiores títulos de glória de uma estirpe aborígene
da América. Seus engenheiros eram capazes de construir através das montanhas,
galerias que, segundo secretas tradições, alcançavam longínquas distâncias (2) e lançar
pontes sobre abismos ou abrir estradas de cuja perfeição e solidez nos falam bem alto as
que ainda hoje existem. Eram igualmente infatigáveis agricultores; hidráulicos tão
geniais que suas obras são em nosso dias motivo de assombro por parte dos técnicos.
Tem-se a impressão de estar em face daquele espírito construtivo e admirável dos
remotíssimos tempos da Atlântida, a que se referem as narrações de Platão, em Timeu e
Crítias, bem como as de Diodoro Sículo e outros.
"Não se pode falar no país dos Incas sem mencionar as ruínas de Machu-Pichu,
descobertas pelos arqueólogos americanos no começo de 1911. Situadas sobre as
montanhas, a nordeste de Cuzco em um "Cañon" banhado pelo rio Urubamba, as
construções daquela cidade-fortaleza constituem uma das maravilhas do Novo Mundo.
Sobre a rochosa cordilheira onde ainda são vistos terraços de pedra lavrada e ruínas
graníticas de templos, existia a morada de um povo misterioso de quem os Incas
descendem.
"Encontram-se essas ruínas em uma das pontas do monte Machu-Pichu, do qual
tomaram o nome. Quando foram redescobertas - pois sua existência havia sido
vagamente mencionada no passado - estavam em grande parte sepultadas sob a
cordilheira. Deixemos de parte séculos sem conta de opressão, guerras civis e lutas
tremendas por sua independência e chegamos ao Peru de hoje.
"A que país se assemelha este vasto centro que já foi um império pré-
colombiano e como tal, incluía em suas fronteiras a maior porção da Bolívia atual ? A
terra em que a civilização dos Incas floresceu e se extinguiu chamou-se "O Teto da
América Meridional", já que o teto do mundo inteiro é o Tibete. O nome dado pelos
antigos a esse rincão americano e sua configuração topográfica, que levou os atuais
habitantes a falarem do Peru central como de La Sierra, nenhuma dúvida nos deixa
acerca de sua identidade com as terras tibetanas, ao Norte da India.
"Entre os principais maciços montanhosos dos Andes há desfiladeiros profundos
e íngremes, cavados pelas águas dos numerosos rios, que vão desembarcar no
ramos e famílias raciais, todas elas, grandes e pequenas, possuidoras de Guias (ou
Manus) capazes de se infiltrarem com suas gentes nos momentos cíclicos coordenados
pela própria Lei de Evolução, onde quer que fossem reclamados.
"Os homens de ciência não estão de acordo quanto à idade que se deve assinalar
às civilizações americanas. Nota-se mesmo entre eles uma certa tendência em só admitir
a existência de civilizações pré-históricas em outras regiões do mundo, notadamente nas
asiáticas. No entanto Posnanshy, por exemplo, afirma que a famosa cidade pré-incaica
de altiplano boliviano, Tiahuanaco, foi construída há perto de 13.000 (treze mil) anos.
Aquele sábio baseia seus cálculos cronológicos na orientação astronômica dada pelos
fundadores às entradas do templo maior, método aliás seguido pelos construtores das
pirâmides do Egito.
"É indiscutível a grande antiguidade dessas ruínas. Os Incas encontraram a
região abandonada quando aí chegaram pela primeira vez. Do grande povo construtor
que antes deles tinham ocupado a região, nenhum vestígio ficou entre os raros
habitantes dos seus arredores. As condições climáticas e mesmo a configuração
topográfica da meseta do lago Titicaca, provavelmente sofreram grandes modificações
no correr dos tempos, visto os degraus da escadaria de pedra ultimamente descobertos
no muro que olha de frente o lago e que deviam ter sido usados pelos habitantes de
Tihuanaco para descer até às margens do mesmo lago, acharem-se atualmente afastados
desse em um número considerável de milhas.
"A referida cidade, que ocupa grande superfície, foi planejada e construída por
arquitetos de incomparável capacidade. Os monólitos empregados são de enormes
dimensões; um deles mede aproximadamente doze metros de comprimento e mais de
dois de largura, pesando 70 toneladas. Com muita probabilidade, diz Markham, em seu
livro "Los Incas del Peru": "A condução e colocação de tais monólitos em semelhante
lugar faz supor uma grande população, um governo regular e desde logo o cultivo da
terra em grande escala, além da organização de uma chefia ativa e inteligente
encarregada do transporte dos abastecimentos e sua distribuição entre os trabalhadores.
Deve ter sido um regime que uniu o gênio e a destreza ao poder e à capacidade
administrativa. Depois da gigantesca dimensão das pedras, o que mais surpreende é sua
magnífica escultura. A complexidade e simetria do debuxo e da ornamentação
demonstram grandes conhecimentos artísticos por parte daqueles que tiveram a seu
cargo a realização de tão maravilhoso trabalho".
"Que teria acontecido àquele povo imperial cuja permanência em semelhante
região não poderia ser curta, mesmo porque uma raça nômade não constrói tão
maravilhosas obras arquitetônicas ?
"Sir Markham acredita em uma possível elevação da zona andina como fator
decisivo do afastamento da raça tiahuanacana. Para apoiar sua tese, cita o descobrimento
de ossos de mastodonte na região de Ulluma, na Bolívia, situada a 4300 metros acima
do nível do mar. Esse animal não podia viver em semelhantes altitudes. Os esqueletos
gigantescos sepultos nas paredes quebradas dos desertos de Tarapacá e pertencentes a
mamíferos que só habitam as selvas frondosas, são outras tantas provas de ter havido
uma profunda mudança no clima. Os desertos em que se encontram os restos dos
tamanduás deviam ter sido anteriormente zonas úmidas e férteis cobertas de espessos
bosques.
"Quando a cordilheira era mais baixa do que agora, os ventos alísios chegaram a
semelhante lugar deixando sua umidade na faixa costeira. Quando os mastodontes
viviam em Ulluma e os tamanduás em Tarapacá, os Andes, em seu lento ressurgimento,
estariam a setecentos ou mil metros mais abaixo do que é hoje; o milho crescia então
nas proximidades do lago Titicaca e a paragem das ruínas de Tihuanaco poderia
aumentar a numerosa população que construiu aquela ciclópica cidade.
"A origem dos Incas, sucessores de outros povos de precedência ainda mais
enigmática, não é muito clara, apesar de sua alta cultura e do íntimo contato com os
conquistadores espanhóis. Sir Markham trata mui detalhadamente dos mitos de Paccari-
Tempu, Pouso da Aurora, e de Tampu-Tocco, a Serra das Três Cavernas, melhor dito,
embocaduras chamadas, Sutic, Maras e Ceapac. A lenda diz como da embocadura de
Maras saiu uma tribo que levava o mesmo nome, e da de Sutic, outra denominada
Tampu. Da do centro saíram, por sua vez, quatro augustos personagens com o título de
Ayar, nome que se dá a diversos monarcas primitivos e que se chamavam Manco, o
príncipe; Auca, o ayar guerreiro e jovial; cach, o Ayar sal e Uchu, o Ayar pimenta. Estes
monarcas vieram acompanhados de suas esposas. Reuniram em torno de si forças
consideráveis, sem contar as duas tribos que saíram das embocaduras Maras e Tampu,
da Serra do Tampu-Tacco. Sob suas bandeiras alistaram mais outras oito linhagens
cujos nomes conserva a lenda.
jesuíta pensou que havia conquistado o tupi, mas este é que conquistara a religião
daquele. O português julgou que o tupi deixaria de existir; e o português transformou-se
e ergueu-se com fisionomia de nação nova contra a Metrópole, porque o tupi venceu
dentro da alma e do sangue do português.
"O tapuia isolou-se na selva para viver e foi morto pelos arcabuzes e pelas flexas
inimigas. O tupi sociabilizou-se sem temor da morte; e ficou eternizado no sangue da
nossa raça. O tapuia é morte; o tupi é vida".
Da lavra do brilhante Menotti são também as seguintes expressões:
"Somos um país de imigração e continuaremos a ser o refúgio da humanidade,
por motivos geográficos e econômicos demasiadamente sabidos. Segundo os dados de
Reclus, só o vale do Amazonas é capaz de alimentar trezentos milhões de habitantes. Na
opinião bem fundamentada do sociólogo mexicano Vasconcelos, é de entre as bacias do
Amazonas e do Prata que sairá a raça cósmica, que realizará a concórdia universal,
porque será filha das dores e das esperanças de toda a humanidade.
"Temos de construir uma grande nação, integrando na Pátria comum todas as
nossas expressões históricas, étnicas, sociais, religiosas e políticas, pela força centrípeta
do elemento tupi".
De um editorial publicado na revista "Dhâranâ", nº 72, intitulado "Uma Nova
Humanidade":
"Está se formando no continente sul-americano um novo tipo racial. Para
concentrar-se e tomar expressão só lhe falta um corpo coletivo capaz de fundi-lo em
uma só entidade. Já a atual população dos países Íbero-americanos possui, sobre outras,
imensa superioridade do ponto de vista estético, culturalmente emotivo e ideológico. A
descoberta não é nossa; já o disseram outros pensadores mais autorizados. Até o mais
inferior índio mexicano possui em seu imo, profunda sensibilidade e capacidade de
organização. Que viva em choça e deixe morrer a metade de seus filhos, não é prova em
contrário. Em sua concepção dos valores da vida não entra o fator castigo nem o
problema da morte. Em troca, está profundamente integrado no sentido de sua pessoa,
como fator dentro de sua comunidade.
"Nisso se estriba o aparente mistério de produzirem eles uma arte plástica de
insuperável beleza, que só podem reproduzir, aproximadamente, raros artistas
civilizados, tidos como gênios. O gênio do índio mexicano produziu no começo deste
século a maior escola de pintura, sem exceção alguma e o maior ressurgimento dos
grêmios de artesãos populares de nossa época".
Roso de Luna, quando, em 1910, realizou uma série de conferências teosóficas
pela América do Sul, teve ensejo de dizer:
"O país de Pinzón, Cabral, Lopes e Souza, por sua maior vizinhança com a
Europa e África, por sua mescla de raças e por inúmeras outras razões... demonstra
excepcionais características que nos dão o direito de afirmar que seus futuros destinos
são semelhantes aos de Norte América; que em cultura, no litoral, nada fica a dever à
Europa; do mesmo modo que, em belezas naturais e espiritualidade, recorda o berço
ário, a Índia, como se no desenvolver dessa nobre raça - da Ásia à Europa e desta à
América - coubesse ao Brasil a glória de servir de remate e epílogo daquele grande
povo, com um civilização fluvial e costeira igual a de todos os grandes rios chamados
Ganges, Indo, Oxus, Iaxarte, Nilo, Tigre e Eufrates, Danúbio, Ródano, Reno, Mississipi,
etc cada um deles legando ao humano um florão de sua coroa...
"Não resta dúvida alguma que as bacias do Amazonas e do Prata, com o decorrer
do tempo, selarão em suas ribeiras os destinos do mundo".
As proféticas palavras desses grandes pensadores fazem eco as nossas: Brasil Tu
é o Santuário da iniciação moral do gênero humano, a caminho da sociedade futura. Teu
nome o diz: é em teu seio, nas profundezas de teu solo, que se mantém vivas e
crepitantes as brasas de Agni, o Fogo Sagrado.
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(1) - Também de caráter guerreiro era a primeira sub-raça ária que povoou, como se
disse, o Norte da Índia. A uma de suas quatro castas se deu por isso mesmo o nome de
Kshattrya, no sentido de aguerrida, a par de Jina, isto é, heróica e sábia.
(2) - A cidade de Cuzco, no Perú, como toda a cordilheira de Machu-Pichu, comunica-
se por via subterrânea com a Serra do Roncador, em Mato Grosso, por se tratarem de
regiões Jinas. Nossos Xavantes, de caráter aguerrido, mas não feroz como dizem alguns
sertanistas, são os fiéis guardiões de uma região vedada à curiosidade profana; uma
espécie de tabu onde se oculta grande mistério relacionado com a descida das Mônadas
de Norte para Sul e com a infusão do nobre sangue ibérico no não menos nobre da raça
Tupi.
É conhecida a tradição que nos fala da advertência Xavantina: Toda a vez que
um intruso se aproxima de suas terras, vê cair na sua frente uma flecha atirada por mãos
invisíveis. Se teima em prosseguir, a segunda flecha lhe cai junto aos pés, para uma
terceira o ferir mortalmente, no caso de não atender ao aviso da nação aborígene
localizada na bacia do Tocantins.
O termo Xavante poderia ser decomposto em dois: chave, andes. Ligada a essa
possível derivação, estaria a hipótese de se encontrar em suas mãos a chave do enigma.
Tentaram ir buscá-la e não voltaram para contar a aventura, os valorosos Fawcett, pai e
filho. Quem se interessa pela história desses heróis, poderá ler algumas páginas
emocionantes assinadas por Feliciano Galdino, publicadas em "O Globo", do Rio, de 17
de setembro de 1928, que, pela sua importância, foram transcritas por Bernardo de
Azevedo da Silva Ramos, por justa alcunha, "O Champollion brasileiro", no segundo
volume de sua citada obra, "Inscrições e Tradições da América Pré-Histórica", sob o
título de "Os Mártires da Ciência" (pgs. 470/474).
(3) - terrível poder esse o de matar uma pessoa em duas semanas, pela força do olhar
direto. A magia negra, como a branca, dispões de métodos e processos incrivelmente
eficazes e rápidos. Poder mortífero semelhante ao olhar dos Mulukurumbas , possuem
os "Kahunas", magos nativos do Havai, os "donos do Segredo". Podem eles matar um
desafeto a distância, pela prática da "Ana-Ana" - A oração da morte. Uma das perguntas
mais frequentes dos turistas que chegam a Honolulu é sobre a veracidade e os perigos
dessa arma.
Max Freedom Long, em seu livro "Milagres da Ciência Secreta" (Secret Science
Behind Miracles) reporta suas observações pessoais e as constatações do Dr. William T.
Brigham que conviveu quarenta anos com os Kahunas do Havai. Os arquivos do
"Queen's Hospital", de Honolulu, indicam, segundo o autor, que as vítimas dessa
potente forma de magia não escapam da morte, apesar de todos os socorros que a
medicina lhes possa oferecer.
"Nos primórdios do Havai, prisioneiros de guerra, bem como outros quaisquer
infelizes, recebiam o que se chamava tratamento pela sugestão hipnótica para, numa
forma de grande potência, fazer com que seu espírito subconsciente, depois da morte, se
separasse da mente espiritual consciente e permanecesse como fantasma, a fim de
guardar as clausuras de pedra sagrada dos templos nativos do "kahunaísmo" decadente.
É provável que alguns destes infelizes receberam ordens de servir os kahunas na "oração
da morte", mesmo depois de executados.
"Os espíritos (elementais) também recebiam instruções definitivas sobre o que
deviam fazer com a força vital. Deviam apanhar como que o odor pessoal através de
uma mecha de cabelos ou fragmentos de vestuário usado pela vítima e segui-la pelo
faro, assim como faz um cão à procura do dono pelas pegadas que este deixou no solo.
Tão logo encontrasse a vítima deveriam esperar uma oportunidade até que pudessem
penetrar em seu corpo. Isto eles eram capazes de fazer por causa da sobrecarga de força
vital que lhes fora doada por seu mestre e que deveria ser usada como choque
paralisador.
"O processo era um só, qual seja o de penetrar no corpo da vítima ou anexar-se
ao mesmo. Uma vez feito isto, a força vital da vítima era retirada pelos espíritos intrusos
e armazenada em seus fantasmas. Como as forças da vítima eram retiradas pelos pés,
uma espécie de insensibilidade advinha dos mesmos, a qual progredia gradativamente
num período de três dias até os joelhos, quadris e, finalmente, o plexo solar e o coração,
vindo então a vítima a falecer.
"Quando a morte era consumada, os espíritos retiravam o máximo de força vital
e voltavam para seus mestres. Se a vítima fosse salva por um outro "kahuna", os
espíritos voltavam para seu chefe, porém hipnotizados e com ordem de atacar o
mandante. Neste caso, poderiam de fato atacar e então os resultados eram fatais. Com o
propósito de evitar tal perigo, o ritual de magia era seguido à risca, quando o "kahuna"
enviava seus espíritos (kala). Ou, ainda, como acontecia na maior parte dos casos, a
pessoa que contratara o "kahuna" para enviar a "oração da morte" a outro, e que
afirmava merecer a vítima tão drástica punição, era nomeada responsável e a única a ser
atacada, caso a vítima fosse salva por outro "kahuna" e os espíritos mandados de volta,
antes da tarefa cumprida".
O autor observa que nenhuma das explicações correntes acerca da "oração da
morte", como o uso de algum veneno, ou "pavor supersticioso", era verdadeira. Quase
nunca a vítima sabia que estava sendo assassinada pela magia. Em seguida passa a
relatar detalhadamente os casos por ele observados.
Mais uma lenda que, como tantas outras, vem comprovar existência de um
mundo subterrâneo, a que se referem as tradições dos povos primitivos, assunto de que
temos tratado em diversos trabalhos, inclusive em nosso livro "O Verdadeiro Caminho
da Iniciação".
Tal mundo ou país é conhecido por vários nomes, sobressaindo dentre todos o de
Agartha, muito citado nas obras do marquês Saint'Yves d'Alveydre, "La Mission des
Juifs" e "La Mission de L'Inde, Mission de Europe dans L'Asie"; como no livro "Le Roi
du Monde", do ilustre cabalista Réné Guénon e também no de Ferdinand Ossendowski,
intitulado "Bêtes, Homes, Dieux".
Agharta é a mesma Asgardi ou a cidade dos Doze Ases, dos Edas escandinavos,
o mesmo País subterrâneo de Asar, dos povos da Mesopotâmia. É o País do Amenti a
que se refere o Livro da Santa Morada ou Livro dos Mortos, mal compreendido pelos
ocultistas que tentaram comentá-lo. É ainda o País das Sete Pétalas descrito por
Parashara a Maitréia no Vishnu Purana, ou o dos sete Reis de Edon (Éden ou Paraíso
Terrestre). Para os tibetanos e mongóis é a Cidade de Erdemi; na Mitologia grega, são
os Campos Elíseos, o Tártaro ou Hades; para os antigos mexicanos, a Cidade de Tula ou
Tulã; para os bardos celtas: A Terra do Mistério, cantada por O'Hering. É o famoso
Monte Salvat, das tradições do Santo Graal e do ciclo artúrico, nas quais se inspirou
Wagner para compor suas monumentais peças Lohengrin e Parsifal. É a Terra de Chivin
ou Cidade das Treze Serpentes; o Fu-Sang das tradições chinesas; "o Mundo
subterrâneo que fica na Raiz do Céu", segundo o Votan Tsental; o País dos Calcas,
Kalcis ou Kalkis, ou a famosa Cólchida, para onde se dirigiam os Argonautas. Na
literatura inca se fala do famoso falcão, companheiro inseparável de Manco-Capac,
imperador da dinastia incaica. Essa ave se chamava "indi", era venerada e temida por
todos de sua raça.
CAPÍTULO VII
determinada direção, por mais distante que esteja o objeto visado, agem tão eficazmente
como se estivessem fisicamente presentes os indivíduos que os emitem.
Incalculável é o mal que homens e mulheres causam ao mundo e a si próprios
pela força destruidora de seus pensamentos hostis, de suas palavras de ódio, de inveja,
de egoísmo. A calúnia, a maledicência, o rancor são outros tantos inimigos mortais da
alma.
Felizmente, como consoladora compensação, existem as formas-pensamento de
paz e amor, de bondade e solidariedade, emitidas pelos que se dedicam à felicidade
humana, capazes de induzir calma, coragem, resignação, tranqüilidade e toda a sorte de
benefícios morais, e mesmo materiais, às almas aflitas e sofredoras.
Os efeitos dos pensamentos são tão intensificados quando emitidos
conjuntamente por várias pessoas. Daí os maiores benefícios que auferem as
coletividades onde militam associações espiritualistas e escolas de iniciação, como a
Sociedade Brasileira de Eubiose, em cujas sedes e templos se reúnem seus membros
para ensinar e vivenciar as regras de paz, do amor e da concórdia universal.
As poderosas egrégoras assim formadas movem-se e vibram em todas as
direções, afastando ou dominando as vibrações negativas dos gênios do mal. Quantos
benefícios esses pensamentos coletivos tem trazido à humanidade! Ninguém jamais o
poderá saber, porque as entidades que eles representam vibram e agem na matéria sutil
que não se vê e na qual, por isso, poucos acreditam.
As cores do ovo áurico, de cada homem revelam o estado evolutivo de seu corpo
mental. É também pelas formas e cores dos pensamentos que nesse "ovo" se agitam ou
dele se projetam para o exterior, que o clarividente pode ter conhecimento do caráter de
cada pessoa. A forma indica a natureza boa ou má do pensamento, e a cor espalha a
qualidade superior ou inferior da matéria que o reveste. A precisão dos pensamentos,
sua intensidade e natureza, resultam da luz e da nitidez de suas formas.
O tom rosa brilhante caracteriza os pensamentos afetivos, amorosos; os que
visam aliviar alguém de sofrimentos, apresentam-se aos olhos do clarividente em
matizes de ouro, de azul celeste e, por vezes, de um branco prateado. Dir-se-ia que tais
pensamentos, como todos os de simpatia e amizade, depois de tomarem a forma ovóide,
que é a de qualquer criação física ou mental, adornam-se de asas e partem com uma
velocidade superior à da luz, através do mundo mental, em busca de seu destino.
Assemelham-se aos Devas luminosos dos hindus, tanto quanto aos anjos dos cristãos.
De cores embaçadas e turvas e de formas grosseiras apresentam-se os
pensamentos de sensualidade, ódio, ciúme, cólera, irascibilidade, por se acharem
impregnados de matéria astral. Neles predominam os tons escuros do vermelho e do
verde, projetando-se sob formas de raios e de garras aduncas.
A grande maioria dos pensamentos não tem uma forma precisa, nem cores
marcantes, assemelhando-se a espessos nevoeiros de contornos indefinidos. São dessa
natureza os emitidos pela massa de fiéis e devotos, ao entrarem nos templos e igrejas,
com pouca fé e em geral sem convicções fundamentadas, conferindo assim,
inevitavelmente, um nível de pequena ou nula espiritualidade ao ambiente. Formam-se
sobre eles nuvens de um azul sombrio, por entre as quais transitam lívidos pensamentos
de medo e remorsos ou estranhas formas tentaculares do egoísmo.
nos seus impulsos e caprichos, coagindo-nos a criar hábitos de pensar e sentir que
passarão a formar parte integrante do nosso caráter.
"Durante os primeiros anos de vida do homem, o Ego tem pouco domínio sobre
seus veículos; espera, portanto, que os pais o ajudem a conseguir um domínio mais
firme, cercando-o de condições adequadas. É impossível exagerar a plasticidade desses
veículos ainda não formados. Muito pode fazer-se com o corpo físico das crianças;
porém, muito mais ainda se pode fazer com o veículo astral e com o mental.
"Estes corpos respondem prontamente a toda a vibração que lhes chega e são
intensamente receptivos a qualquer influência, boa ou má, que proceda de quem os
rodeia. Além disso, enquanto em sua tenra juventude sejam muito suscetíveis e se
moldem com facilidade, muito depressa se assentam e enrijecem, adquirindo hábitos
que, uma vez firmemente arraigados, são difíceis de extirpar.
"De sorte que o porvir das crianças depende dos pais e mestres em medida muito
maior do que geralmente estes supõem. Só uma clarividente sabe com que rapidez e em
que grande medida se poderia melhorar o caráter das crianças se o adulto fosse melhor
do que é correntemente. O meio ambiente em que crescem é de tanta importância, que
na vida, em que se alcança o adeptado, a criança há de estar em um meio ambiente
absolutamente perfeito."
MISTÉRIOS DO SEXO
Segunda Parte
Capítulo I
Capítulo II
CAPÍTULO I
das escrituras sagradas, e seu reflexo na Terra, desenvolve-se o fio de nossa existência.
Fio que se vai tecendo, não pelas três Parcas nem pelas três Normas, mas pelas eternas
Normas do Movimento Cósmico. Seus respectivos símbolos, não deuses como pensa o
vulgo, são representadas por Brahmã, o crescimento germinativo, o movimento
progressivo de tudo quanto nasce, cresce ou se dilata; e por Shiva, o decrescimento
vital, o cíclico movimento regressivo de quanto se contrai ou morre, e que se vai
transformando e desaparecendo, ilusório equilíbrio, fugaz, instável, relativo, fio apenas
da limitação, da inércia, da forma cambiante que jamais volta a ser idêntica a si mesma
nos momentos sucessivos.
No começo era o Ritmo, disse o inspirado Wagner. E o Ritmo outra coisa não é
senão o eterno caminhar de Édipo, alma incansável, embora o corpo se desgaste na
caminhada (alusão aos pés inchados) e mesmo que, de costas para a Luz, como disse
Platão, tome por seres reais as sombras que se projetam nas paredes de seu cárcere
terreno (o bíblico pote de argila), do qual se libertará gloriosamente com a morte física,
para renascer em outro mundo, o mundo "Jina" ou "Lunar".
critério ocultista que o autor desenvolve nessa obra, há motivo para pensar que, com
semelhantes práticas, da mais refinada magia negra e a mais anti-natural, o que faziam
era suspender a evolução interior daquelas almas que, devido a conservação maior ou
menor dos corpos físicos, ficavam atadas e retidas em esferas vizinhas deste mundo
inferior. Semelhante estado de suspensão da marcha ascencional das lamas, que
acompanham a destruição "conjurada" dos corpos de carne, devem equivaler, em um
aspecto ao fenômeno do trânsito da larva à crisálida, fenômeno em que não há
putrefação. Em outro aspecto, corresponde ao estado desses cadáveres que, longe de se
compreenderem, são encontrados às vezes dentro de suas tumbas em conservação tão
perfeita que lhes permitiu crescerem o cabelo e as unhas, e até apresentarem uma
coloração em suas faces, por neles continuar a circulação sanguínea, alimentada
"etereamente" através das paredes da sepultura, pelos mais aterradores fenômenos do
vampirismo.
Em são Ocultismo, a completa liberação da alma pressupõe, como condição
indispensável, a total decomposição ou a incineração do corpo. Tudo quanto de um
modo ou de outro impeça ou retarde essa liberação de átomos físicos pelo corpo
aprisionado, além de ser uma operação necromante, impede ou atrasa semelhante
liberação, tal como sucede no caso das evocações que se fazem dos mortos nas sessões
espíritas e em geral todo e qualquer ato de comunicação com os que se despediram deste
mundo, salvo as comunicações de pensamentos e palavras nascidas do amor, que é
superior à morte, e da santa recordação de sua obra e de bons exemplos de sua vida.
redenção, pois que a hoste de seres que encarnaram em uma parte da humanidade
preferiram o livre arbítrio à escravidão passiva, a dor e a tortura intelectual, consciente,
durante miríades de séculos, à beatitude instintiva, imbecil e vazia.
"Sabendo que semelhante encarnação era prematura e não estava no plano da
natureza, a Hoste celeste, ou Prometeu, sacrificou-se, entretanto, para beneficiar, desse
modo, uma parte da humanidade. À medida, porém, que salvava o homem do
obscurantismo mental, infligia-lhe as torturas da própria consciência de sua
responsabilidade, resultante de seu livre arbítrio, além de quantos males é herdeiro o
homem por sua carne mortal.
"Semelhante tortura aceitou-a Prometeu, embora essa Hoste se houvesse, daí por
diante, misturado no tabernáculo por ela preparado (1). Sim, não concluído tal
tabernáculo no referido período de formação, por isso mesmo incapaz de espiritual
evolução ou marcha para adiante, ao lado da física, uma vez desfeita a homogeneidade
pela referida mescla, aquele dom de Prometeu se converte na causa principal, senão a
única da origem de quanto por mal se concebe..." (2)
Foi esse desvio que lhe deu a forma do misterioso Tau ou Esquadro (outro
símbolo iniciático ou maçônico, além do seu sentido de construção, obra), com o plano
translativo, mas que um dia volverá, infalivelmente à sua primitiva posição, a despeito
de opiniões contrárias baseadas em cálculos aparentemente certos, mas certamente
errôneos porque despistados pelo véu maiávico (a ilusão dos sentidos), que envolve toda
a abóbada celeste.
CAPÍTULO II
Depois de Plutarco, iniciamos este capítulo citando Roso de Luna que, tanto
quanto H.P. Blavatsky, nunca poderemos deixar de citar porquanto, pela magnitude de
suas obras, se tornaram eternos credores
da gratidão e admiração dos verdadeiros teósofos.
105. O HOMEM-ZERO
Este conceito inicial é negativo e talvez o mais evidente. O homem igual a zero, que
pode, de fato, representar o homem e seus problemas para o ente vulgar que de si
próprio jamais se ocupou ? Um verdadeiro não-ser metafísico, nada, zero. Por outro
lado, no começo das coisas, antes de seu desaparecimento como um ser distinto,
emanado da Divindade, o homem nada era, representava o zero. E a própria Divindade
pode ser simbolizada por um Zero; neste caso, Zero Astro ou Sol. Donde o nome
adotado de Zoroastro, ou antes, por um dos seres que se apresentam na Terra com esse
nome.
106. O HOMEM-UNO
Este conceito, homem-uno, é por sua vez evidente. Por um lado, obediente a
toda espécie de manifestação, que é una no começo, como por exemplo, o talo do
germe, do seio do abstrato ou do não-ser. Por outro, como quer a ciência positiva, que
só vê e analisa o organismo físico, do qual pretende fazer derivar, como quaisquer
funções ou secreções, os princípios intangíveis e as faculdades hiperfísicas que integram
o animal-homem.
107. O HOMEM-DUAL
Já não parece clara e evidente às mentalidades vulgares, esta maneira de
considerar o homem. Para divulgar a idéia da dualidade, as religiões apelam para a fé. A
fé, no entanto, pairando acima do conhecimento, não pode ser racionalmente explicada e
muito menos demonstrada cientificamente. Seria pois "algo" sentimental e inexplicável.
As religiões cristãs, por exemplo, ensinam que, com a morte, fica livre para sempre a
parte imortal do homem, a alma, criada por Deus, antes dos nascimento físico; e que
depois da morte seu destino terá um destes três endereços: céu, inferno ou purgatório,
segundo sua conduta (boa, má ou neutra) durante o tempo que viveu na Terra, unida a
um corpo carnal perecível, porém capaz de recompor-se e reanimar-se no dia do "Juízo
Final", isto é, ressuscitaria o mesmo corpo que fora seu tentador, seu lastro cruel e até
mesmo seu inimigo mortal.
Este, em duas pinceladas, o quadro apresentado pelas religiões ocidentais com o
seu homem dual, alma e corpo, dois elementos, um mortal-eterno e outro mortal-
ressuscitável. Ou a mariposa triunfal, que bate suas asas policrômicas surgindo de
misterioso casulo, simbolizado no sudário da morte, e a asquerosa larva que, nele
encerrando-se teve de morrer para ressuscitar como alígero ser.
No entanto, mesmo errônea essa doutrina dualista, devemos convir que não está,
quanto a anterior, tão longe da verdade. pelo menos já considera algo que não morre.
109. O HOMEM-QUÍNTUPLO
Segundo a filosofia grega, a alma é atraída para baixo pelo corpo e para cima
pelo espírito, separando-se, por assim dizer, em três níveis constituídos
respectivamente; a) pela mente inferior ou passional (em Sânscrito denominada Kama-
manas, alma animal, corpo dos desejos; b) pela mente superior intuitiva ou agencial
(Budhi-manas ou alma espiritual) e c) pela mente reflexiva ou mediadora propriamente
dita (o Manas Sânscrito, donde se deriva a palavra "manú", pensador e "man", homem).
Esses três elementos anímicos formam com o espírito e o corpo a divisão
quinária das antigas filosofias do Oriente, nas quais, por essa razão, tomaram por
símbolo o pentalfa, muito propriamente relacionando-o aos cinco sentidos, aos "tatwas"
e aos cinco continentes.
______________________________________________________________________
I Budismo Esotérico I Vedanta I Táraka-raja-yoga I OcidenteI
----------------------------------------------------------------------
I Sthula-sharira I Ana-maya-kocha I Sthula-upadi I corpo I
I Prana I I I I
I Linga-sharira IPrana-maya-kosha I I I
I Kama-rupa I I I I
I Manas IManas-maya-kosha I Sukshma-upadi I alma I
I IVijnana-maya-koshaI I I
I Budhi IAnanda-maya-kosha I I I
I Atmã IAtmã I Atmã I espírito I
I I I I I
----------------------------------------------------------------------
----------------------------------------------------------------------
I I Aparelho I Aparelho I Aparelho Céfalo I
I I Digestivo I Circulatório I Raquidiano I
I--------------------------------------------------------------------I
I Orifícios de I Boca I Nariz I Olhos I
I Entrada I I I I
I--------------------------------------------------------------------I
I Orifícios de I Esôfago I Traquéia I Nervo óptico I
I Saída I I I I
I--------------------------------------------------------------------I
I Órgãos I estômago I Coração I Terceiro I
I Centrais I I I Ventrículo I
I--------------------------------------------------------------------I
I Órgãos I Fígado e I Pulmões I Hemisférios I
I laterais I Pâncreas I I I
I--------------------------------------------------------------------I
I Cavidades I Abdômen I Caixa I Crânio I
I orgânicas I I Torácica I I
I--------------------------------------------------------------------I
I Formas de matéI sólidos e I Ar I Luz I
Iria assimilávelI líquidos I I I
I--------------------------------------------------------------------I
I Redes I Sistema I Sistema arté- I Sistema I
I Gerais I quilífero I rio Venoso I nervoso I
I--------------------------------------------------------------------I
I Redes de I Tubo intestinal I Aparelho I Aparelho sexual I
I eliminação I I Urinário I interno I
I--------------------------------------------------------------------I
I Sublimações I Transforma os I Transforma o I Transforma o I
I I alimentos em I plasma sanguí- I fluído nêurico I
I I linfa e plasma I neo em energia I em magnetismo e I
I I sanguíneo. I nervosa ou I pensamentos. I
I I I fluído nêurico I I
I--------------------------------------------------------------------I
MISTÉRIO DO SEXO
----------------
SEGUNDA PARTE
CAPÍTULO III
OS TATTVAS
CAPÍTULO IV
-----------
CAPÍTULO V
----------
CAPÍTULO VI
-----------
O fogo nas várias tradições - As diversas naturezas do fogo - Ignis natura renovatur
integra - o fogo nos demais planos da natureza - O fogo no plano mental - O fogo e a
Tríade Superior - Hino ao fogo.
CAPÍTULO III
Correspondem aos sete princípios, aos sete sentidos e aos sete centros de força
existentes em nosso duplo etérico. O corpo humano age e reage segundo o "tattva" nele
gerado ou introduzido de um plano externo.
Para os discípulos da Escola antiga, acrescenta HPB, o caso é diferente. Começam pelo
treinamento do órgão ou glândula centro-cerebral que está em relação com o "terceiro
olho", na mesma razão de Manas para Budi. Aquele que dá energia à Vontade, enquanto
este confere a percepção clarividente. RAJA-IOGA E JNANA-IOGA.
CAPÍTULO IV
para o vago, assim, como a solar para o simpático. Logo, mediante semelhantes
exercícios pode-se conseguir o perfeito equilíbrio do sistema nervoso. Nas crises
simpático-tônicas, já alguns médicos mandam respirar profundamente, ou por ambas as
narinas ou, justamente, pela direita; nas vagotônicas, pela esquerda.
A respiração pela narina esquerda chama-se também "Chandraswara", isto é,
respiração lunar. (Chandra, lua; Swara, hálito). Se pela narina direita, "Suryaswara" ou
respiração solar (Surya - Sol).
A respiração feita pela esquerda é menos cálida do que a pela direita. Por isso, de
um doente febril se deitar sobre o lado direito, obriga a narina esquerda a funcionar, e a
febre diminui dentro de poucos instantes. Sim, porque Lua, "Apas" ou água e Sol,
"Tejas", "Agni" ou fogo são respectivamente termos de igual significado. Tudo quanto
está no Macrocosmo se encontra também no Microcosmo, segundo a sentença
hermética: "O que está em baixo é como o que está em cima"...
É isso, a respiração natural. Mas o iogue pode modificar a própria natureza
quando deseja alcançar determinado fim, principalmente quando este se reverte em
benefício para seus semelhantes. Dominada pelo poder da inteligência, a respiração se
torna submissa à vontade do homem.
alto padrão moral e espiritual, seria vã qualquer tentativa nesse sentido. Na terceira parte
desse livro desenvolveremos estes e outros temas diretamente relacionados com o título
do mesmo.
------------------------------------------------------------------------
I "Tattva" I SABOR I COMPRIMENTO I NATUREZA I MOVIMENTO I
I----------------------------------------------------------------------I
I Pritivi I doce I 12 dedos I grumoso I centro I
I Apas I adstringente 16 dedos I frio I para baixo I
I Tejas I picante I 4 dedos I quente I para cima I
I Vayú I ácido I 8 dedos I em movimento inclinado I
I Akasha I amargo I sem dimensão I onipenetrante- I transversal I
I I I I trante I I
I----------------------------------------------------------------------I
CAPÍTULO V
teve por título CHARA-KASAMHITA, pelo fato de ter sido corrigido por Châraka,
"Ayur-Veda" ou Ciência da Vida, é assim chamada por ensinar como se alcança a
longevidade e como se evitam as causas das doenças.
Châraka (não confundir com Ramachâraka e outros nomes parecidos) dizia que,
boa ou má, feliz ou desgraçada pode ser a vida. Antes de entrarmos em considerações
sobre as causas determinantes da ventura ou desventura, devemos estar preparados para
responder esta pergunta:
qual eucaristia dos corpos humanos (a carne eucarística ou imortal das tradições) que
passavam a pertencer ao "mundo jina", agartino ou de Shamballah, a Cidade dos deuses.
CAPÍTULO VI
coisa divina (Blavatsky). A chama física é o veículo objetivo do espírito mais elevado.
O éter é fogo. A chama é a parte inferior do éter. O fogo é divindade em sua presença
subjetiva, através do Universo. sob certas condições, este fogo universal se manifesta
como água, ar e terra. É o elemento uno de nosso Universo visível, sendo a potência
criadora (Kriya-Shakti) de todas as formas de vida, luz e calor. No aspecto menos sutil é
Prana, é a forma primeira e reflete as formas inferiores dos primitivos seres subjetivos.
T = 0,001 kg 1 2
-------- X --- X 100.000.000 = 510.000.000.000 de kg
9,81 2
ondas no éter, no ar, na água, na aura, na terra, por nebulosas, pensamentos, emoções de
todo o imaginável".
OS MISTÉRIOS DO SEXO
TERCEIRA PARTE
161. Prólogo
Pergunta de difícil resposta - Nasceu este livro das seguintes perguntas feitas ao
seu autor: "Que pensa a Eubiose a respeito do sexo ? Aprova ou condena que se evite a
procriação ? Deve-se limitar o número de filhos ?"
A nossa resposta foi: O assunto é por demais complexo para ser respondido
imediatamente. O teósofo apanhado de surpresa, principalmente o que confunde
Eubiose com religião, desprezaria o lado científico do problema e responderia, sem
vacilações, do modo pelo qual as religiões correntes o fazem: - A união dos sexos é uma
função dada por Deus com o objetivo da criação de indivíduos semelhantes aos pais, e
que todo o artifício, seja ele qual for, para obstar esse objetivo é contrário a Lei da
Natureza e da Igreja". Nesse caso, para tais pessoas, Teosofia e Igreja valem a mesma
coisa, o que absolutamente, não se dá. Desprezaria esse mesmo teósofo, muitíssimo
mais, aquilo a que preferimos chamar de Lei, e que está acima da própria Teosofia, visto
a concebermos como algo tangível, embora como origem de todas as religiões, ciências,
artes e filosofias.
Até certo ponto, concordaríamos que se respondesse desse modo; porém, em se
tratando de um assunto que afeta a humanidade inteira, por sua vez, subordinada à
excelsa Lei da Evolução, há inúmeros casos em que se deve evitar ou limitar a
procriação. Os próprios Manús, grandes e pequenos, reconhecem a necessidade de se
considerar a situação cada casal. Diante da impossibilidade, por exemplo, de uma
esposa exercer as funções maternas, devido a um defeito orgânico ou doença, não há
razão de sacrificá-la. O sectarismo religioso, nesse caso, colide com a orientação
científica e os preconceitos sócio-econômicos. Certas religiões, reconhecendo a
necessidade, em diversos casos, de se evitar ou limitar os filhos, aconselham o uso dos
processos científicos conhecidos, sem se responsabilizar pela opinião da maioria dos
seus prosélitos. Dessa forma, sem comprometer a própria felicidade conjugal, senão,
muito mais ainda, a evolução de ambos: marido e mulher.
A leitura deste livro permitirá compreender o que pensa a Teosofia seguindo a
própria Lei da evolução humana - não só do ponto de vista daquelas perguntas como de
outras, que envolvem o mais importante assunto da vida humana, e que se relaciona
com uma das tarefas da Sociedade Brasileira de Eubiose, claramente exposta no lema
"Spess messis in Semine" (A esperança da colheita reside na Semente). Semente
representada pelos "filhos", as crianças, a nova geração que homens procriaram, como
se inconscientemente quisessem fazer a espiritual seleção entre as velhas e as novas
sementes raciais, ou seja, as de um ciclo positivamente agonizante, para um outro que
vai surgir das suas cinzas. Por isso, terçam armas da arena da vida as Forças do Mal e as
Forças do Bem, para fazer jus a essas repetidas batalhas no campo de Kuru-Kshetra ,
que é o mesmo da vida humana, entre lunares e solares, por sua vez imitando aquela no
começo das coisas, entre "rakshasas" negros e devas luminosos.
CAPÍTULO I
Comecemos:
"Busca dentro de ti mesmo o que procura fora !"... "O Adepto faz-s, e não é
feito"... Tais são os ensinamentos dos livros sagrados do Oriente. E mesmo Jeoshua,
quando aconselha o "faze por ti, que Eu te ajudarei", além de estar de acordo com
aquelas duas sábias sentenças, completa a do "Conhece-te a ti mesmo" do portal do
Templo de Delfos. Porque não é pagando a outros para realizar preces, missas, etc.
("culto externo" e não o do interno...) que o Homem poderá resolver aquelas três
perguntas feitas pela Esfinge. O que vale é o esforço próprio, o verdadeiro significado
do Édipo grego, ou "pé inchado" (de tanto caminhar), como o da ânsia multi-milenar da
mônada humana em busca da Meta desejada, ou a sua completa evolução por este
planeta de dores (ou de provas, de conhecimentos, de experiências, etc.) onde é
obrigado a viver...
Lá está ela guardando, ainda a entrada desse deserto imenso de areia que se
chama "Saara". Com a sua face voltada para o Oriente, e coroada de um disco de ouro, o
sol da manhã emergia da cadeia arábica, e seus primeiros raios iam iluminar o disco e a
face da esfinge, fazendo-a resplandecer como um "sol, de face humana", ou como um
"deus aureolado de chamas". A própria face do Kumara-andrógino, excelso padrão da
humanidade inteira.
Com um pouco de boa vontade e fértil imaginação, poderíamos até ouvir suas
fantásticas palavras ao peregrino:
"Sim... Homem-Esfinge, se te fizeres em deus!... Homem-animal, se te tornares
um "demônio", por te afastares das diretrizes da Lei!...Atrás de ti, Fogueira imensa
destrói as velhas e imundas roupagens com que te revestiste inúmeras vezes, para
alcançar o lugar que te encontras hoje. Não busques, pois, olhar para trás na mórbida
contemplação dessas chamas perigosas que se elevam, ora pequeninas, como as tuas
faltas dessa mesma natureza, ora enormes, raivosas e sibilantes, como verdadeiras
víboras destilando veneno das tuas faltas maiores... Não o faças, para que tu mesmo não
sejas por elas destruído. Olha sempre para frente, buscando fogueira maior e mais
excelsa, que a do próprio Sol espiritual, cujas radiosas chamas, oh! corajoso peregrino,
édipo de todos os tempos, concorrerão para que ELE te confundas, e transformados
sejas em "Sol de humana face", em "Deus aureolado de chamas!..."
"santos da Igreja", como Francisco de Assis, o Cura d'Ars e Pio X. Todos eles incapazes
de ter um procedimento incorreto para com seus irmãos em humanidade.
Mais uma vez dissemos: "Não é a religião que faz o homem e sim, o seu
caráter".
A discriminação religiosa é um dos crimes contra a própria Divindade, ainda
mais, quando é acompanhada de férreos preconceitos e injustas perseguições. Por isso
mesmo, quem adota uma religião pelo simples fato de ter sido a mesma de seus pais,
como quer a Igreja, demonstra quanto muito, ser um seguidor da "lei do menor esforço",
pouco importando a posição em que esteja colocado. Ademais, que dizer se esses "pais"
ao invés de católicos (por exemplo), fossem protestantes, muçulmanos, budistas ou
ateus ?
Como isso, entretanto, vem a própria Igreja em nosso auxílio, Sim, porque o
termo "pais" provem do latim "padre", que por sua vez remonta ao sânscrito "Pitris",
com o mesmíssimo significado para "Aqueles" que foram de fato, os Construtores da
Humanidade, para não dizer, responsáveis pela sua Antropogênese, e como tal, senhores
de uma só Religião ou Verdade, que serviu, mais tarde, de origem às simples facetas
com que se apresentam as várias religiões existentes no mundo, para não dizer, "turvos
espelhos onde aquela Verdade se reflete".
O próprio Amônio Sacas ensinou que "a religião das multidões correm pari-
passu com a filosofia, e com esta gradualmente se corrompem, por vícios de conceitos,
mentiras e superstições puramente humanas". Era necessário, portanto, restitui-la à sua
prístina integridade (a religião-Sabedoria dos Pitris, pais ou antepassado), purificando-a
da escória e interpretando-a filosoficamente. Sim, porque o propósito de Jesus foi o de
restabelecer a pureza inicial num todo harmonioso, a Sabedoria Iniciática das Idades;
reduzir o domínio da superstição, que prevalecia (e prevalece ainda em muitos
setores...), corrigir os erros introduzidos nas diversas religiões, etc.
Tornamos a repetir, nenhum DELES (Rama, Krishna, Buda, Platão, e etc.)
pregou a religião confessional que se lhes atribuem, e sim, os seus pretensos discípulos
que, escravos do inerte dogma que criavam, esqueceram que religião não é crença, mas
uma dupla ligação de fraternidade entre os homens, segundo sua etimologia latina, (do
religo, religare, etc.). Tal como no começo, dia virá em que todos os homens estarão
ligados pelos indissolúveis laços de Fraternidade entre os homens, para que melhor
possam unir-se à sua própria Origem, na razão do dito de Santo Agostinho: "Viemos da
Divindade e um dia, depois de cumpridos todos os trabalhos, para Ela haveremos de
voltar". Por sinal, que com a mesma interpretação da "Parábola do Filho Pródigo", ou
aquele que "volta a Casa Paterna", embora não a façam, desse modo, os que ignoram tão
excelsos ensinamentos, por não serem iniciados.
Esses grandes Seres, portadores, todos Eles da Paz, da Harmonia, da Concórdia
entre os homens - jamais benzeriam espadas e outras armas de destruição ou extermínio,
como o fazem alguns daqueles que se dizem representantes de Deus na Terra. Sem falar
na contradição palmar da súplica posterior que fazem as religiões, à Divindade, para que
"faça cessar a luta entre os homens". Valha-nos neste momento o famoso "Ser ou não
ser" do "Hamlet"... Sim, porque o Poder Espiritual é um e o Temporal bem outro, na
razão mesma de ouvirmos da boca do "Cristo" aquele: "dai a César o que é de César e a
Deus o que é de Deus !"...
Quanto a estas críticas, ou outras quaisquer que fazemos - dentro do espírito
construtivo ensinado pela Eubiose - continuam valendo os nossos dizeres publicados em
"O Verdadeiro Caminho da Iniciação (pag 98 e seguintes).
Helena P. Blavatsky já dizia: "A crítica mútua é a política mais sadia, e ajuda a
estabelecer regras finais e definitivas na vida prática, e não meramente teórica. Temos
tido teoria demais !"
Infelizmente, em assuntos dessa natureza - iguais aquele que fez a "Pedro negar
o Mestre por três vezes" - nem todos possuem coragem bastante para afrontar os
chamados "Preconceitos Sociais", mesmo que a sociedade humana, com algumas
exceções, por felicidade, esteja repleta de vícios e defeitos que lhe não dão o direito de
criticar o próximo, sob a pena de "rir o roto do esfarrapado", por isso mesmo, não
podendo "atirar a primeira pedra"... muito menos naquele que fala em nome da Razão
através de seu tríplice aspecto" Amor, Verdade e Justiça. E que a mesma humanidade se
acha afastada da Lei inclusive as religiões, conforme provamos em nossa obra anterior,
nenhuma obra resta. Falam bem alto todos os horrores que a afligiram na última Grande
Guerra. Aliás, as guerras sem tréguas são todas elas provocadas, por verdadeiros
monstros que serão fatalmente expulsos de seus tronos, ou melhor, destruídos
juntamente com o próprio ciclo agonizante. É a cavalgada fantasmagórica dos Três
Irmãos da sombra, em oposição aos Três Irmãos Luminosos. Os primeiros agiram
recentemente através da personalidade de Mussoline, Hitler e Stalin, tal qual uma
caótica reedição dos flagelos: Átila, Genghis-Khan e Tamerlão, refletindo aquele fatal
triângulo, chamem-no Ódio, Mentira, Injustiça, como grosseiras formas de uma
evolução passada, por isso mesmo capazes de interditar aos Homens - principalmente
aos de espírito fraco - a excelsa Visão das Coisas Eternas.
Desviemos nossos olhos, para não vermos tamanhas misérias, num chamado
"século de luzes", e marchemos, intrépidos, com o leitor amigo, através das propositais
"sinuosidades" a que nos referimos no começo do capítulo, com se estivéssemos
seguindo as hamanas quedas, nesse "cair e levantar" de tão longos quão necessários
parênteses, principalmente em se tratando de questões de sexo.
CAPÍTULO II
JULGAMENTOS EUBIÓTICOS
se das relações maritais, se não desejarem filhos. A mulher não necessita mais procurar,
afobada, uma clínica de controle de natalidade ou um consultório médico, muitas vezes
com grande sacrifício, a fim de se informar do "modus-operandi" de adaptar um
preventivo mecânico à sua cervix (colo do útero), ou modernamente, no interior do
útero (Dispositivo Intra-uterino - DIU), objeto de borracha, metal ou plástico, invenção
em cuja história se contam inúmeros fracassos e que, como poderá dizer qualquer
ginecologista, já causou infecções pélvicas, tendo sido o fator etiológico de condições
que muitas vezes exigiram operação abdominal, tendo ainda em muitos casos, tornado
mulheres estéreis ou inválidas, e em outros, sendo causa de sua morte. Sem falar no
fato, de tal dispositivo causar freqüentemente uma ação abortiva. Quando as mulheres
tiverem sido instruídas sobre este método simples e natural, que não exige o dispêndio
de dinheiro e sim, apenas um cuidado inteligente quanto à ocasião do mês em que
tenham relações sexuais, será seguramente eliminada uma grande fonte de afecções
peculiares às mulheres.
A moderna Farmacologia, partindo dos estudos de Pincus, realizadas com
mulheres de Porto Rico, em 1945, produz drogas de natureza hormonal, que agindo
sobre a hipófise e ovários, impede que estes libertem seus óvulos. Assim, não havendo
ovulação, não poderá haver fecundação, isto é, a concepção de um novo ser. Daí serem
chamados tais medicamentos de drogas anti-concepcionais ou Enovulatório, os quais
podem trazer efeitos outros, secundários, desde os desequilíbrios hormonais até
perigosas alterações no sistema circulatório, que podem chegar a serem fatais. Em
estudos, encontram-se outros medicamentos que agem como anti-concepcionais
masculinos, por um mecanismo semelhante aos femininos. Mas, os efeitos secundários
dos mesmos são de tal maneira nocivos, que ainda não foram liberados para uso
generalizado.
indigência; que sejam fundadas instituições como as acima enumeradas, de maior valia
que as sociedades protetoras de animais. Sem querer diminuir essa grande obra, também
de benemerência, não há razão para se preferir manter em seu lar cães, gatos, etc., com
seus bercinhos enfeitados, comendo à mesa com seus "humanos papais". Preferível
adotar uma ou mais crianças abandonadas, que no final de contas, acabariam por serem
tão queridas como se fossem seus próprios filhos. Nem sempre prevalece o velho adágio
popular de que "Deus dá o frio conforme a roupa", pois, em muitas partes do mundo,
tanto se morre de frio como de fome, não faltando ocasião propícia para se adotar as
referidas crianças. Do mesmo modo, quando aquele outro adágio: "Onde comem dois,
comem três e mais", pois, acontece muitas vezes que nem para dois há o necessário,
quanto mais para maior número de pessoas.
não for absorvido pelas preocupações da família, porque, nenhuma excelência poderá
jamais exonerá-la de suas humildes funções de mãe, para as quais o instinto a atrai e a
natureza a destina. À personalidade prepara instintivamente as mulheres a auxiliar os
demais, ates de produzir por conta própria."
Michelet dizia: "Les homes superieurs, sont tous les fils de leus mère; ils en
reproduisent l'empreinte morale aussi bien que les trais".
Efetivamente, a mãe é a melhor mestra, que a humanidade conhece e admira,
para formar cidadãos dignos e cônscios dos seus deveres cívicos, e atém mesmo
espirituais; do mesmo modo que as esposas e filhas exemplares, que não se esquecerão
jamais de praticar os ensinamentos daquela que lhes deu a vida e guiou os passos na
adolescência.
Mãe, nome querido que todos nós trazemos como preciosa jóia no escrínio de
nossos corações.
Não pode, pois, de ser a maldita mulher, que sem motivo justificável, se negar ao
mais excelso de todos os privilégios existentes no mundo: o da MATERNIDADE.
Descubramo-nos ! Por nossa frente passa uma Mulher carregando em seu seio "o
bendito fruto", com que a própria Lei quis honrá-la, preciosa dádiva que a natureza lhe
fez, pouco importa que seu nome seja Maria ou qualquer outro !
Descubramo-nos, sim, que em seu Seio vibra, em ânsias de evolução, a preciosa
Mônada que, finalmente encontrou o lar apropriado onde devia realizar a sua atual
encarnação.
"Senire parvulus venire ad ME"
J.H.S
CAPÍTULO III
Ciência e Eubiose
"... As trevas irradiam a Luz, e a Luz deixa cair um Raio solitário nas Águas, nas
profundezas da Mãe. O Raio atravessa, rapidamente, o Ovo virgem; ele faz vibrar o Ovo
Eterno, que deixa cair o Germe não eterno, que se condensa no Ovo do Mundo".
(Doutrina Secreta - A Evolução Cósmica - Estância III do "Livro de Dzyan")
Tais seres que eram uma espécie de "irmãos siameses", foram fortes e audazes.
Conceberam o projeto de "escalar o céu para lutar contra os deuses" (donde a tradição
religiosa copiou a Torre de Babel e respectiva "confusão das línguas", mas em verdade,
o que transcende nosso trabalho intitulado "Reminiscências Atlantes", publicado no
número 32 da revista Dhâranâ), tal como aconteceu com os Titãs em mais remotos dias,
Júpiter quis castigá-los, porém, resolveu não aniquilar tão soberba raça, para não privar
o Olimpo do culto e dos sacrifícios oferecidos pelos homens. Adotou um meio termo:
dividiu os homens duplos em duas metades ("a separação dos sexos" nos meados da 3a.
raça-mãe ou Lemuriana), às quais Apolo deus os necessários retoques (isto é, o Sol,
Prana, a própria vida Universal), para que não ficassem por demais imperfeitas. Assim,
nasceram as diversas atrações do amor: as naturais e aquelas que o homem normal olha
como "aberrações" (as tais "faltas ortográficas" a que se refere Anatole France) pela
nostalgia de cada homem pela metade perdida (donde o termo, dizemos nós, "alma-
irmã", ou algo que vem completar uma das duas partes).
Os modernos Teósofos citam os andróginos platônicos como "reminiscência da
antiga tradição esotérica de uma raça bi-sexuada, bem como um versículo do Gênesis:
"Macho e Fêmea criou", que tem, sem dúvida alguma, explicação mais simples dentro
da exegese bíblica, como expressão abreviada da criação da primitiva parelha.
Não realizada, entretanto, a emancipação do crescimento, desde a vida intra-
uterina até a puberdade, o sexo adquire plenamente com esta, os seus tirânicos direitos,
se é que, segundo Freud, indica o Dr. Marañon em suas maravilhosas obras, não começa
a exigí-los muitos anos antes, ao alcançar nos cinco anos os pródomos da sexualidade.
E uma vez que começa a impor o sexo o seu imperativo categórico, orgânico e
até psíquico, não mais pode perdê-lo. Em resumo, em idades avançadas do homem e
depois do fenômeno da menopausa na mulher, o sexo descamba, de modo estranho, para
diversas espécies de misticismo, que a ciência bem longe está em conhecer. É a "ferida
de Amfertas", no Parsifal de Wagner; a chaga terrível que jamais sanará; a propulsora
eterna de grandezas e loucuras, de heroísmos e crimes, de sonhos, esperanças de
protéicas desilusões; da Arte, enfim, da História e da Vida.
A crucificação no sexo e pelo sexo não pertence apenas ao homem. Dela
compartilham, também, os animais, se é que ela não é em si a característica animal de
sua complexíssima contextura, assemelhando-se a simbólica flor do Loto, com as suas
raízes no fundo das águas (ou o lodo que lhe deu o nome, dizemos), seus talos
emergindo das águas tranqüilas, suas folhas estendem-se, verdes e louçãs, no ar, e suas
flores, alegria da vista, saturando de fragrâncias, não foi mais além no problema do
sexo, porem, teve que aparecer o sábio Lineu surpreendendo o mundo com a revelação
do sexo nas plantas, e vendo nas flores, encanto maior da natureza animada, depois da
mulher, um tálamo de amor, o cego amor vegetal! Tálamo em que, sobre o cálice floral,
cálice havia de ser em dores e amarguras !, masculinos estames e femininos pistilos
sublimemente se unirem, no policrômico seio da circunavegadora corola, para dar
nascimento à semente, futuro germe de outras plantas análogas, que opor, com a sua
indefinida prossecução sobre a Terra, à destruidora ação da Natureza, tornando mais
uma vez real a sentença de que o Amor é maior do que a Morte, e que a Mors-Amor -
Morte e Amor (como dissemos anteriormente) o título genial da maior das obras de D.
Juan Valera, são os dois pratos da balança da Vida, com cuja oscilação eterna, que
levam o seu cadáver para a margem vizinha, enquanto a esposa já mãe, cerra sua corola,
onde palpitam ainda os amantes eflúvios, enrola seu pistilo e volta as profundidades
aquáticas, a fim de amadurecer o fruto de um amor heróico e sem limites...
Muito tem ainda a Ciência que descobrir na Natureza, os mistérios do sexo, não
se limitando, como até agora, a animais e vegetais, mas a tudo quanto nos cerca:
minerais, átomos, moléculas, células e astros, fazendo do estudo do Sexo Universal a
chave mestra dos segredos do Cosmos, porque, se o Sexo, em si, é limitação, a união
dos sexos contrários é propagação indefinida: finitude da Dualidade, vencendo, com a
sua recíproca penetração, so Infinito !
Sim, porque, orgânica e filosoficamente, o fenômeno da cópula não é mais do
que a cessão, que o elemento chamado masculino faz ao elemento feminino, de algo que
possui, mas o segundo necessita. Razão pela qual a sabedoria da Linguagem, outra das
preciosas chaves do Mistério que nos cerca, houve por bem chamar ao referido
fenômeno de "comércio sexual", como simil da mesma essência do fenômeno
"Comércio", nascido com a Humanidade, em forma de troca, ou seja, da cessão de algo
que se tem e não se necessita, e até estorva, devido a sua abundância, em troca de algo
de que se carece. E, desse modo, tal "troca de que se tem pelo que não se tem, mas se
deseja", é comum a tudo quanto existe no Universo, constituindo, assim a própria
essência da Vida, que é precisamente a Vida pelo Sexo.
Em tal sentido, a química não vem a ser senão o estudo do sexo em moléculas e
átomos. Se a Filogenia e a Ontogenia nos ensinam que a vida terrestre nasceu no mar,
isto é, da Água, a Química moderna já comprovou este princípio, que na presente obra
não é possível desenvolver de modo científico, de que: todas as reações químicas
produzem ou decompõem água", ou finalmente, quando esta última não aparecendo, por
falta de algun de seus dois componentes, colocam os elementos da reação em condições
de produzir água ou decompô-la, por meio de outra posterior.
Assim, se a água é a Mãe, e "águas-mães" se chama, por exemplo, aos resíduos
da cristalização por via úmida, a água é, por sua vez, o filho (na espécie humana,
dizemos nós, o filho é precedido de água, na razão das "águas do parto"...) em toda
reação de ácidos e bases para formar o sal ( união dos resíduos - ligaduras post-cópula,
como se poderia dizer; e que não é estranha nenhuma vez no reino animal), sendo, além
disso, a água o protótipo do androginismo químico, porque, embora o voltâmetro
decomponha a sua molécula em um átomo de hidrogênio (H), que atua nas reações à
guisa de elemento ácido, e outra de oxidrila (OH) que, por sua parte, age como elemento
básico, tornando-se assim, a água, por seu Hidrogênio (H), o último, o menos ácido dos
ácidos, e por seu Oxidrila, (OH), a primeira ou menos alcalina das bases, que, com o
seu maior calor específico, é causa da decisiva importância da água em a Natureza.
Fica, pois, com isso assentado - mais longe não podemos ir neste livro - que
debaixo do novo "sentido sexual" de nosso presente Ensaio, todo ácido é "masculino" e
como tal, apto a ceder um Hidrogênio ao unir-se ou copular com o Oxidrila da base, a
qual, por sua vez, se faz feminina".
A molécula H + (OH) é, pois, o filho de semelhante "comércio sexual químico",
e os ligados a radicais resíduos, ou "progenitores" da referida molécula de água, ficam
em condições de latência química, para reconstituir o seu recíproco e perdido "sexo",
H H H H H H H H
| | ....... | | | | | |
H--C--C--OH HO--C--C--H --> H--C--C--O--C--C--H + H2O
| | ....... | | | | | |
H H H H H H H H
Quanto à sexualidade dos astros, ela já se torna evidente para muitos filósofos
astrônomos e, como já tratamos do assunto em muitos dos nossos trabalhos, não se torna
necessária a sua repetição. Basta apontar, apenas, que os últimos estudos sobre os
cometas começam a considerá-los como "espermatozóides cósmicos", que, depois das
mais vertiginosas, "loucas e juvenis corridas" pelo espaço sem fim, acabam ficando
prisioneiros de verdadeiros "óvulos femininos", constituído pelo Sol e os "anéis" ou
"esferas", onde se movem os planetas, e ainda por estes mesmos. Realizada tamanha
"fecundação", o núcleo cometário, tal como aconteceu com o cometa Biela em 1866-72,
se decompõe em milhares de fragmentos produtores de densas "chuvas de estrelas", com
as quais "o espermatozóide celeste" é absorvido, do mesmo modo como pela
fecundação é absorvido o espermatozóide orgânico, pelo óvulo que assim fecundado
determina, em seguida, a primeira cariocinese do organismo do "filho". Milhões e
milhões desses inertes fragmentos, como suspeita a teoria meteorítica de Lockier, caem
sobre o Sol, "alimentando-o" (novo broto do mito de Saturno), do mesmo modo que
sobre a Terra e demais planetas. Cada um destes, com efeito, possui ligados a ele ou
fazendo parte "de sua família", vários cometas ou "espermatozóides" ainda não
destruídos, mas que, cedo ou tarde, deverão ser por eles "genesicamente absorvidos", tal
como foi dito. Isto sem contar com a mesma Luz, que gira em torno da Terra, como o
"espermatozóide" em torno do "óvulo", antes de fecundá-lo, e a prognosticada
dissolução da "masculina Lua" (para a Terra, pois, para o Sol se faz "feminina"...) no
âmbito "ovular" da "feminina Terra", que só se dará, felizmente, em época muito
distante, na opinião dos referidos astrônomos-filósofos.
E não apenas astros e átomos obedecem, desse modo, ao imperativo do sexo,
mas também, de modo brilhante, o metabolismo de tudo quanto nos cerca, pois tudo é,
segundo o critério dual do masculino-feminino, positivo-negativo, latente-radiante,
ativo-passivo, quente-frio, luminoso-tenebroso e demais "contrários filosóficos" -
contrários por sua mesma transcendental sexualidade - sem o que nada seria possível
realizar no mundo, pois, como muito bem afirma D. Rafael Salillas, em sua "Teoria
Básica ou Sexual", tudo é, segundo a lei do "lingham e do Yoni" : a chave e a fechadura,
o ferrolho macho e fêmea, do mesmo modo que o colchete, o arado e a terra, cortante e
cortado, a serra e a madeira, o vencedor e o vencido, o operador e o operado, lucro e
perda, abandono e posse, ação e reação, impulso e queda e mil outros conceitos
reciprocamente sexuais, de que está repleta a literatura burlesca de todos os tempos e
países, literatura cujo único mal se estriba em oferecer "como recreação proibida", ou de
atrações morbo-imaginativas, o que deveria ser tratado com a maior pureza e
sublimidade possíveis, por corresponder a um dos mais sagrados mistérios da
Natureza... SANCTA, SANCTA SUNT TRACTANDA !
Viveu-se, durante muitos séculos - o que é de se lamentar - debaixo de
condenáveis subterfúgios acerca dessas questões. Hoje, em troca, todo o mundo clama
acompanhando o simpático escritor espanhol Ernesto Lopes Parra :" A verdade,
que da Terra se acham afastados todos os sóis que adornam o cerúleo manto do
Firmamento.
Em tão perigoso sentido, o Conde de Gabalis tem tantos precursores como
continuadores.
Mas, fiquemos aqui, por enquanto, pois, para terminar esta terceira parte e o
próprio livro que hoje expomos, teremos mais uma vez de citar Roso de Luna, através
de sua valiosíssima obra "Aberraciones psíquicas del sexo" . CAPÍTULO V
O que figura no presente capítulo, faz parte de uma série de estudos realizados
através de pesquisa microscópica pelo Dr. Constant Papazolu, de "Sanatatea", de
Bucarest, que é bem um complemento do magistral estudo do capítulo anterior, da
autoria do insigne polígrafo espanhol, Dr. Mario Roso de Luna, além dos enxertos,
comentários, anotações e tradução do autor da presente obra:
"O problema relacionado com o conhecimento do mecanismo, através do qual
evolui o sexo, não constitui apenas uma curiosidade científica, mas sim uma questão de
suma importância, tanto sob o ponto de vista social como econômico.
É, pois, natural que um problema de tamanha vitalidade concorresse para que
diversas opiniões se fizessem apresentar, na esperança de que o resumo fosse elucidado.
E assim, das várias teorias levadas a lume, surgiram dois grupos:
Segundo Biedl, a gônada, que é uma glândula sexual inicial, em sua origem, bi-
sexual, da maneira que o sexo é determinado, posteriormente, depois da bifurcação
sexual, concorrendo para que o mesmo se pronuncie a favor do que estiver melhor
representado, por intermédio dos tecidos sexuais endócrinos.
Muitas são as opiniões que concedem à vitalidade das células - segundo o grau
de cada uma - a virtude de produzir seres masculinos ou femininos. Institui-se, do
mesmo modo, no que diz respeito ao vigor dos procriadores maduros, ao estado de
nutrição, conservação, etc. (o que não deixa de ser importante, dizemos nós, para o caso,
segundo reclama a própria lógica.
É de observar que, em todas essas opiniões, os experimentadores chegaram -
partindo da mesma idéia - a resultados opostos, de modo que semelhante teoria não
possui valor científico suficiente, para que fosse tomada em consideração.
a) do estado psico-mental;
b) do sistema secretor interno
c) do sistema nervoso;
d) do aparelho genital.
anterior), dirigindo-se então para baixo, para o centro de ereção, que atua mediante os
nervos eretivos provocando uma afluência sanguínea sobre os corpos cavernosos.
(-) (+)
CABEÇA CABEÇA
^ v
| |
| |
Coração Coração
e e
Grande Simpático Grande Simpático
| |
| |
^ V
Órgão Órgão
Genital Genital
(+) (-)
O cérebro masculino da mulher, não produz mais que os germens das idéias, mas
ele só fornece esses germens, o que vale dizer, o movimento inicial e a substância da
primeira, numa palavra: o esperma intelectual. É o cérebro masculino da mulher que
fecunda o cérebro feminino do homem, que a seguir gera as idéias. O diagrama acima
explica e comprova (esotericamente) tudo quanto acima vai exarado, em relação com a
cabeça, e do mesmo fenômeno sexual caótico para o cerebral, etc., ou seja do Samadhi
ou êxtase místico (cabeça, portanto), para o da cópula ou região sexual.
Veja-se, ainda, o que foi dito na primeira parte, por meio de representações ou
símbolos, a respeito dos dois referidos fenômenos, do ponto de vista externo: dois olhos
físicos e mais o frontal ou o chamado terceiro olho (relacionado com a glândula pinela),
que formam um triângulo de vértice para cima, ou apontando o divino, em oposição aos
dois testículo e o falus, que além do mais, situados na região pubiana, que tem a forma
de um triângulo de vértice para baixo, ou mundo infra-terreno, pois que, no terreno
propriamente dito, ela o indica no momento eretivo, tomando o falus a posição
horizontal para a referida função de cópula, que é bem a comparação feita no capítulo
anterior da "chave para a fechadura", etc. etc...
Em tais momentos, também assume a divina posição do 3o olho, muito bem
representado, como se disse ainda na primeira parte, por uma "serpente de bote armado
na fronte dos faraós" mais conhecido como "ureus mágico".
Em medicina, bem se poderia dizer que semelhante triângulo, anatomicamente
falando (e que se vê externamente) confirma o nosso esotérico, apontando pela primeira
vez em estudos profanos, como internamente, no chamado "Triângulo Lietau".
Com um derivativo conhecido, os intelectuais não necessitam tanto da união
sexual, como o vulgar dos homens. sim, nessa mais que comprovada ligação existente
entre o cérebro e os órgãos sexuais.
Outro ponto em que a Medicina está, mesmo sem o saber, de acordo com o
esoterismo, é aquele dos distúrbios mentais muitas vezes serem provocados pelo abuso
dos chamados "prazeres sexuais", sendo que muito mais, ainda, perlo sentimento de
culpa provocado pelo "vício solitário". Sem falar em que, muito antes de se manifestar o
referido desequilíbrio, na maioria dos casos, já as células se tornarem menos suscetíveis
de fecundar o óvulo feminino.
muito bem estudado pelo Dr. Marañon, ou dos estados intersexuais, inclusive bridas ou
vestígios uterinos, exigindo uma intervenção cirúrgica, por um profissional de
reconhecido mérito. São anomalias que passam despercebidas, mas que podem colocar
um quadro enorme de sintomas nervosos, incapazes de serem debelados com a
Hormonoterapia, ou quaisquer outros medicamentos.
A falta de resistência ao frio, que se nota na maioria dos anciãos (e sempre às
voltas com balas, bombons, açúcar, enfim) demonstra uma hipo glicemia, na maioria
dos casos provocada por uma prostatite, que é doença de todo aquele que já passou dos
40/45 anos, mas que não é razão, como já foi dito anteriormente, para deixar de ser
tratada. É a prova que uma dose pela manhã e outra à noite, de SABAL SERRULATA,
fazem desaparecer esta fraqueza, essa falta de vitalidade naquele que do mesmo
medicamento fizer uso. Não há como experimentar, quem estiver em semelhantes
condições...
O uso do cloro, de maneira excessiva (na água, etc.) não apenas causa apenas a
impotência, mas antes produz a ruína da mucosa gastro-intestinal, isso em adultos,
quanto mais em crianças...
Nas próprias piscinas - como se usa e abusa de modo aterrador - o cloro é
prejudicialíssimo à saúde pública. Não falemos da falta de higiene existente em tais
lugares, onde não podia deixar de haver a promiscuidade e tudo quanto da mesma
resulta, inclusive o do fenômeno produzido pelo choque entre o corpo, na sua
temperatura natural, com a água, principalmente se o banhista não tiver, antes de entrar
na piscina, tomada a consciência e a humanitária deliberação de procurar o mictório, etc.
Que dizer, ainda, de moléstias de pele, e em lugares invisíveis do corpo, ou as que o
mesmo banhista não queira revelar ao médico de tais estabelecimentos ?
Das várias moléstias causadas pelo excesso de cloro nas piscinas ressaltam:
oftalmias, otites, rinites, etc. etc.
Em questões dessa natureza - dentro da própria técnica profissional, à qual se
atribui hoje tanto valor - é ao médico, à Saúde Pública, que se deve ouvir, e não aos de
outras profissões, sob pena de graves riscos para a população, seja de que país for.
Até hoje, na América do Norte, ninguém sabe, ao certo, a razão porque ali, mais
do que em qualquer parte, principalmente em determinados Estados, sempre grassou a
"paralisia infantil". E pelo que se sabe, além de muitas outras razões, o cloro entra como
principal elemento que facilita a incidência dessa doença. Depois que esse mesmo país
tomou a deliberação do uso do OZONE e outras providências que a própria Medicina
conhece (vacinas, etc.), o surto de semelhante moléstia diminui ou desapareceu, ficando,
entretanto, nos lugares onde continua o grosseiro e prejudicialíssimo sistema do cloro.
em outros países, onde raramente foram constatados casos da mesma doença, por se ter
tomado a resolução de aumentar o volume d'água para abastecimento da cidade, fazendo
uso de uma "adutora" de certa cachoeira de má procedência, (águas contaminadas, etc. )
logo diversos casos de "paralisia infantil" foram constatados.
Empregar o cloro para não se apanhar uma doença, ou mesmo morrer dela, pelo
fato de ser a água de má procedência, torna-se um círculo vicioso, porque também se
apanha doenças terríveis com o cloro, das quais também se pode morrer muito mais
depressa do que bebendo uma água imunda. As probabilidades são totais para o
primeiro caso, e duvidosas para o segundo, na razão das defesas orgânicas em cada
indivíduo.
183. O OZONE
Em uma época a que o espírito humano não pode remontar, nosso sistema solar
não formava senão uma vasta nebulosa perdida no infinito negro da imensidade (por
hipótese, negra, mas em verdade, o índigo do mesmo akasha, como já dissemos na parte
anterior).
De acordo com as leis, em virtude das quais "cada átomo atrai outro átomo", um
anel central se formou e todas as moléculas da nebulosa convergiram para esse anel.
Então, dois fenômenos se produziram: o movimento de rotação, conseqüência da
força condensadora e da atração central, e o calor, conseqüência do movimento
produzido.
Um globo de fogo brilhou no espaço; em torno desse globo a nebulosa continuou
a girar, e suas diversas partes condensando-se, sucessivamente, formaram alguns anéis,
que gravitaram em torno do centro incandescente.
No entanto, o trabalho atômico, continuando em cada um de seus anéis, fez com
que os mesmos se separassem e dessem nascimento a outros focos luminosos (os
planetas), donde, outros anéis se desprendendo e separando, formaram, por sua vez, os
seus satélites.
O Fiat-Lux estava realizado !
Séculos e séculos se passaram, e em nossa Terra, quarto anel cortado da
nebulosa primitiva, resfriou-se, e uma camada consistente pode receber a condensação
dos vapores.
Todavia, o fogo central sempre em atividade desprendia enormes quantidades de
gazes, que, para se escaparem, faziam monstruosas fendas na crosta terrestre,
produzindo gigantescas elevações. As águas, subitamente volatilizadas, subiam em
imensas trombas de vapor às regiões geladas do éter, donde bruscamente condensadas
tornavam a cair com estrepitosos raios que, unidos aos clarões do raio e à rutilância dos
relâmpagos, continuavam a obra terrível mais grandiosa da criação.
Milênios sobre milênios se passaram para que a camada se condensasse, os
continentes emergissem e a vida aparecesse na face da Terra.
Descrever as primeiras idade da vida, definir como uma simples célula
transformou-se em uma alga e esta num gigantesco dinossauro; como insignificante
infusório, passando pela escala ascendente de todos os seres, tornou-se um homem;
como os cataclismos cósmicos agiram na sucessão das raças; descrever tudo isso é
impossível, no limitado espaço em que nos mantemos, em uma insignificante
mensagem, cujos fins, em verdade, são bem outros".
Foi, pois, em tal ocasião - como dissemos anteriormente - que o homem
envolvido pelo natural ozone produzido pela obra grandiosa da criação, além do mais,
possuindo outros meios de vida superiores aos de hoje, adquiria o direito a uma
existência acima de 200 anos. Regiões há na face da Terra, próximas aquelas a que
denominamos de "embocadura agartinas", onde os vapores que vem do seio da Terra
auxiliam os habitantes dos arredores a uma existência ainda hoje superior a 150 anos,
pouco importa o sorriso de escárnio por parte daquelas que ousam criticar as coisas que
ignoram por completo. A estes, como diz o Nitri-xataca de Barticari, nem Brahmâ é
capaz de convencer.
CAPÍTULO V
"O lobo posterior da hipófise, situada na base do cérebro, produz uma secreção
que é lançada na corrente sanguínea. Este hormônio ou secreção interna excita as
contrações musculares do útero (ou fenômeno peristáltico, que, tornando-se deficiente,
em certos partos laboriosos, dizemos, exige o emprego da pituitrina).
Após a libertação do óvulo, fica no ovário uma cavidade que se enche de sangue.
Por sua vez, este coágulo sanguíneo é absorvido. Por um processo desconhecido, o
espaço por este coágulo sanguíneo torna-se cheio de células de coloração amarela. Estas
constituem o corpus-luteum ou "corpo amarelo".
Imaginemos que este corpo amarelo se acha ciente de que um óvulo partiu na
esperança de encontrar um companheiro masculino (a teoria dos átomos já apontada em
outro capítulo), ou seja o espermatozóide e por este ser fertilizado. Sabemos que o
destino do óvulo, no caso de se dar a fecundação, é a cavidade do útero. Este corpo lúteo
envia ao mesmo, por intermédio da corrente sanguínea, um aviso para que se prepare
afim de receber importante hóspede. Outro aviso é enviado aos músculos do útero
dizendo-lhes que eliminem a ação do hormônio da hipófise (pituitrina), que, como
vimos, é causa das contrações e expansões do útero. Os músculos obedecem a este
aviso, cessam as contrações e o útero torna-se preparado para hospedar o óvulo
fecundado".
O Dr.Cyrus W. Anderson, por sua vez, escreveu no "Colorado Medicine" (junho
de 1933) um artigo referente às suas observações sobre o fato de as mulheres sentirem,
pelos meados do ciclo menstrual, uma sensação particular na bacia. O Dr. Anderson
descreve esta sensação como uma dor ligeira, semelhante a uma cãimbra, sobrevindo
súbita e seguidamente, durante algumas longas horas, uma desagradável sensação, como
se o fundo do útero estivesse caído para fora da bacia... Não se assemelha a nenhuma
outra dor. No entanto, dizemos, existe um outro aviso ainda não conhecido da ciência
médica, que vem através de vários sintomas, objetivos e subjetivos; além da referida
dor, que nem sempre aparece. Sim, uma outra como se fosse um corte de navalha, ou
algo deslisando, de modo cortante, de um dos lados para o baixo ventre. a mulher se
torna mais irritável, embora se interessando pela união sexual, devido a excitações
vaginais. Quando sentada, move as coxas, insensível e agitadamente; seus olhos se
tornam lânguidos e húmidos, algumas vezes produz movimento instintivo com os
lábios, formando ligeira contração no canto da boca, principalmente do lado esquerdo.
Conclui o referido médico que tal dor é produzido pela ruptura do folículo ao
desprender o óvulo. Baseado nessa dor intermenstrual, localizou o período estéril, para
as pacientes que desejam espaçar o nascimento dos filhos, a partir de quatro dias após a
superveniência da dor... "E, em nenhum caso houve gravidez em pacientes que só se
utilizaram deste período seguro", segundo relata. Contudo, há ainda autores que não dão
muito valor à associação dessa "dor intermedeia", com o fenômeno da ovulação.
E assim, de acordo com outras experiências, ficou constatado que a "libertação
do óvulo" e o início de sua jornada pela trompa se dá 12 a 16 dias antes de cada
menstruação. Ademais, se "o óvulo vivesse desde o instante de seu nascimento até ser
expulso com os resíduos menstruais, não haveria um período seguro, por assim dizer, na
vida da mulher. Se o mesmo vivesse longo tempo, seria possível a uma célula masculina
fertilizá-lo ou fecundá-lo a qualquer momento". Se tal fosse verdadeiro, todas as
mulheres que levam vida matrimonial normal, achar-se-iam em estado quase constante
de gravidez". Sabe-se, pois, que ele expulso uma só vez por mês e vive apenas algumas
horas, exceto quando fecundado pela célula masculina.
Quanto às células masculinas, chamadas espermatozóides, são gerados em
quantidades incríveis nos testículos.
Da mesma maneira que a próstata, é comparada ao útero, os testículos o são com
os ovários. Produzem eles as células necessárias à reprodução. Ambos, segundo a
ciência, lançam na corrente sanguínea hormônios que servem ao pleno desenvolvimento
sexual, com suas características. Mas, como se verá oportunamente, quando apresentar-
mos novas teorias (de caráter esotérico), nem sempre ambos funcionam do mesmo
modo, como não funcionam ambas as narinas, na razão luni-solar do fenômeno.
O espermatozóide tem uma cabeça lanceolada (donde o termo Lachesis
lanceolata, que aqui citamos para fazer lembrar aquela "serpente" existente na fronte dos
faraós, em oposição ao próprio falus",etc.) e uma cauda. Depositado na vagina ou vulva,
ganha a entrada do útero, atravessa a sua cavidade e penetra nas trompas. Com seus
duzentos milhões de companheiros ou irmãos, vai vivamente à caça do óvulo virgem. Se
encontra um deles na trompa, imediatamente se introduz no mesmo (digamos, uma
segunda cópula interna, ou antes, complementar). Nesse momento se dá a fertilização do
óvulo, tornando-se grávida a mulher.
Suponha-se, entretanto, que não exista óvulo algum nas trompas. Esperarão as
células masculinas o seu aparecimento ? Não. Tem longa vida ? Não, ainda. Calculou-se
que as células masculinas perdem o seu poder de fecundação 48 horas após terem
penetrado nos órgãos femininos. Diz o Dr. Knaus: "As últimas pesquisas lançaram
bastante luz sobre a duração da vida do espermatozóide. Estes perdem sua capacidade
fecundante muito antes de sua motilidade. Isto significa que sua capacidade de
deslocamento não implica absolutamente em capacidade de fecundação. E assim, outros
mais chegaram às mesmas conclusões.
Em resumo, três casos se apresentam dignos de nota: 1o - o óvulo é expulso
entre 12 e 16 dias antes da menstruação; 2o - o óvulo não é fecundado após 24 horas de
idade; 3o - a célula masculina, ou espermatozóide, perde seu poder de fecundante após
48 horas, como dobro da vitalidade da célula feminina.
185. ESPERMATOGÊNESE
FIGURA
******
CAPÍTULO VI
Contam as lendas tibetanas que certo leproso tendo sido abandonado pela
família, dedicou-se à vida de ermitão. Depois de muitos anos, separado do mundo, um
tufão destruiu a sua ermida, indo ele ter à margem de um rio. Qual não foi a sua
surpresa, ao mirar-se no espelho das águas, ao ver que tinha desaparecido todos os sinais
das chagas que lhe corriam o corpo. Tal lenda, como outras tantas, são narradas em O
Tibet e a Teosofia, publicado na revista Dhâranâ de autoria do insigne Teósofo e
cientista, Dr. Mario Roso de Luna, de parceria com o autor do presente livro.
O segundo livro recomendado - por ser mais complexo e repleto de termos
técnicos, é mais próprio para médicos e pessoas que desejam saber um pouco mais de
tudo, ao menos para se ilustrarem. Dele extraímos as seguintes palavras, dedicadas às
esposas, como síntese do método de controle da natalidade:
"sabemos pelos trabalhos de Ogino e Knaus que a ovulação se dá 12 a 16 dias
antes da data em que é esperada a menstruação. sabemos que a célula feminina ou óvulo
vive um dia ou ainda menos. Em vosso caso, portanto, se a união sexual se realizou no
último dia em que se poderia verificar a ovulação, o óvulo, a menos que tenha sido
fecundado por essa ocasião, não poderá mais ser fecundado durante esse ciclo. Assim, o
período durante o qual se poderá dar vossa ovulação termina no 12o dia antes da
menstruação seguinte. (Note-se que contais de trás para diante, da data em que esperais
a menstruação seguinte, para trás).
A ovulação pode, porém, se dar 16 dias antes da menstruação seguinte. As
células masculinas podem viver 3 dias. A vida dos espermatozóides é, geralmente, de
dois dias, só vivendo três dias em casos excepcionais; assim, falamos em três dias para
ter absoluta segurança. Se tiverdes relações 1, 2 ou 3 dias antes do primeiro dia possível
de ovulação, podereis tornar-vos grávida. Exemplo: estamos a primeiro de março. No
dia 2 de março verifica-se a união sexual. No dia 3 começa o período fértil. suponhamos
que os espermatozóides ou células masculinas vivam os três dias que poderão viver. No
último dia de sua vida é que se vai dar a ovulação. A fecundação se realiza e fiscais
grávida. Por causa dessa possibilidade devemos acrescentar mais 3 dias ao tempo da
ovulação.
Na mulher com ciclo menstrual de 28 dias, o exemplo citado, o período vai de
12 a 16 dias antes da data em que é esperada a menstruação seguinte. Como as células
masculinas podem viver 3 dias, devemos acrescentar a estes o limite de 16 dias da
ovulação, o que perfaz 19 dias. O período em que a gravidez é possível fica sendo,
assim, de 12 a 19 dias antes da data em que se espera o início da menstruação seguinte.
Quando falamos em data da menstruação seguinte, sempre nos referimos ao
primeiro dia do fluxo. A duração do fluxo menstrual nada tem a ver com a determinação
dos períodos férteis e estéreis".
E vem nas páginas seguintes alguns exemplos para serem utilizados na prática
no referido Método, além de inúmeros gráficos dos ciclos menstruais normais, regulares
e irregulares, com variações de 4 a 5 dias etc. Sem falar num "disco-calendário"
encontrado na capa interna do mesmo livro, dentro de uma carteira ou invólucro. Por
tudo isso, termos recomendado aos casais interessados no assunto que mais de perto lhe
diz respeito.
citamos, agora, algumas teorias - na sua maior parte dentro do Ocultismo - mas
que nada tem de comum com as que vamos tratar mais adiante - embora que só de leve,
como a gaivota que tocando a superfície das águas, com as suas enormes e alígeras asas,
se eleva nos ares conduzindo no bico o pobre peixinho que lhe serve de alimento... Sim,
um tanto comum com as nossas, apenas as citações do Manava-Dharma-Shastra; diga-se
de passagem, fazendo com inteira responsabilidade, na humilde obra que hoje trazemos
a público, embora oriunda de nosso fraternal e carinhoso desejo de bem servir a Excelsa
causa da Humanidade.
Principiemos por alguns preceitos, do Manava-Dharma-Shastra (ou leis do
Manú):
"Que o marido se aproxime da mulher no momento favorável a concepção,
anunciado pelo fluxo sanguíneo, e lhe seja sempre fielmente ligado, mesmo em
qualquer outra ocasião; excetuados os dias lunares interditos, pode vir a ela com amor,
seduzido pela atração da volúpia".
São dias lunares interditos: "a noite do Novilúnio, a oitava, a do Plenilúnio e a
décima-quarta (1) que o Dwija, dono de casa, seja tão casto quanto um noviço, mesmo
na estação favorável ao amor", a qual é: Dezesseis dias e dezesseis noites, cada mês a
partir do momento em que o sangue se mostra, com quatro dias distintos interditos pelas
pessoas de bem (pelo que se vê, também no rodapé, o Dr. Ogino e outros beberam nesta
Fonte o que hoje apresentam como seu, qual acontece com outras pseudo-descobertas,
que de há muito eram conhecidas pelos referidos Iniciados aos Mistérios da Vida),
formando o que se chama a estação natural das mulheres. Como se vê, dessas 16 noites,
as 4 primeiras são proibidas, assim como a undécima e duodécima: as dez outras noites
são permitidas.
Em outros lugares:
"Seja qual for o desejo que sinta, não deve aproximar-se da mulher quando suas
regras começam a mostrar-se, nem com ela repousar no mesmo leito".
Com efeito, a ciência, virilidade, o vigor, a vista ou a decência, a própria
existência do homem que se aproxima da mulher em semelhante estado destroem-se por
completo.
(1) A tradução é errônea, como se verá mais tarde, devendo ser a décima-segunda.
Dizem as lendas sertanejas que "a cobra não morde a mulher em semelhante
estado". E quanto aos Yoguis, na Índia, procuram passar longe da mulher que estiver em
falamos, com outras palavras, dessas duas forças, às quais todas as outras estão
subordinadas: Fohat e Kundalini). O determinismo do sexo explica-se por esta lei geral:
nascerá menino ou menina conforme predominam as forças ou formas de energia YNN
ou YANG.
deixar de, com o tempo, obscurecer-se. No século XII antes de nossa era, o imperador
Uen-Uang, em primeiro lugar, o seu filho Tchéu-kong, em seguida, julgaram
conveniente oferecer, do referido livro, uma explicação sumária, redigida com os
caracteres que usavam seus contemporâneos; o conjunto de seus comentários formou o
Hi-Tsé. Mais tarde, no século VI antes de J.C., Kong-Fu-Tséu (Confúcio) deu, por sua
vez, explicações do Y-King e dos comentários precedentes; escreveu assim os Hi-tsé-
tchuan, que a bem dizer seria "a Sabedoria dos Chohans" (ou dos Arcanjos, o que
implica, finalmente, em Theoin, movimento, astros, etc., para provar que tudo na vida
aos mesmos se acha ligado). Hoje em dia, o livro primitivo e esses diversos comentários
estão englobados sob o nome de Y-King.
Os dois princípios, derivando-se do Princípio Único, são ainda representados de
outro modo com o Ynn-Yang: no círculo em que figura, o Tai-Ki, os dois princípios são
representados, como se viu, por duas espécie de vírgulas enlaçadas, uma branca e outra
negra, ou uma vermelha e outra esverdeada, simulando os elementos de um turbilhão de
larvas, ou micróbios (no caso vertente, em relação com o espermatozóide). Não se
apresenta, do mesmo modo, essa poeira cósmica, ou cauda que todos os cometas
possuem, e com à qual vão fecundando os universos. Umas circulares (ou de cabeleira)
como feminina ou negativa, e outras projetivas ou de cauda, como masculino ou
positivo.
Cada uma dessa duas formas possui dois dentes que penetram na forma oposta, e
um "olho" ou núcleo, que é da cor da forma oposta, para demonstrar que os dois
princípios se acham indissoluvelmente ligados.
No que se refere aos fatores que determinam o sexo, escreve Jorge Oshawa
Sakurazawa em 1931:
"Tomemos uma centena de ovos. Podemos dividí-los muito facilmente em duas
categorias: Ynn e Yo. Subentende-se que os primeiros são longos em comparação com
os últimos, que são mais arredondados (1). Os primeiros são machos e os últimos,
fêmeas, porque Ynn produz Yo e Yo produz Ynn (2). Não se trata de probabilidades,
pois que esta só existe para o homem. A química provará em seguida que os primeiros
são superiores aos segundos pelo teor em elementos Ynn, representados pelo potássio,
K (3) e estes, ao contrário, são superiores por seu Elemento Yo, representado pelo sódio,
Na.
Assim, também o espermatozóide é longo, enquanto o óvulo é redondo.
Se a vitalidade do óvulo é superior à do espermatozóide, sua comunhão dará o
sexo macho e reciprocamente, segundo a lei da minoria.
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(1) Na mesma razão a teoria comentada por nós apresentada: cometas projetivos ou de
cauda e circulares ou redondos.
(2) A Deusa Isis, por sua vez, não é chamada de IO ? Isis ou Lua e Osiris ou Sol, por sua
vez, representam os elementos feminino e masculino, água e fogo, etc., etc..
(3) As células masculinas não duram, como se viu, o dobro dos óvulos ?
(4) É assim que a religião dos Mormons, deve admitir a poligamia, perto do lago
Salgado. Esotericamente falando, já o dissemos: maré, o mar, Maria, Lua, água, tanto
valem...
"Uyogo-ga-Sima", a terra japonesa feminista em que o homem não trabalha e
sim a mulher, é uma pequena ilha (e isto diz tudo)...
É preciso notar que o continente Ynn pode transformar-se em país Yo pela ação
do homem, ou graças a condições especiais, por exemplo, se a alimentação comporta
muitos produtos animais Yo, ou se existe uma grande jazida de sal, fontes muito
quentes, etc.
Assim também a ilha se transforma num país, mais ou menos Ynn, graças à
humanidade, a uma corrente fria do mar, etc.
Se os habitantes de uma ilha submetida a uma temperatura média bastante
elevada, isto é, de uma ilha Yo, se nutrem em grande parte de vegetais, batata inglesa ou
da Índia, incomparavelmente ricas em K, tornam-se muito grandes, isto é, muito
desenvolvidas pela atividade Ynn, dilatadora (1); a fortiori os habitantes de um clima
frio, os ingleses, por exemplo...
devem-se contar igualmente os fatores e os agentes físicos. O calor, o frio, a
secura, a umidade, a pressão atmosférica, a excitação externa, etc. desempenham um
papel muito importante, e isto sobretudo nos seres inferiores ou simples. Uma excitação
qualquer, por mais simples que seja, pode ser o fator de Yo, ou de Ynn, conforme o
caso. Deve-se compreender aqui que a reprodução, a sexualidade, não são mais do que
uma oscilação, uma vibração das atividades Ynn e Yo.
E opina o autor de "Menino ou Menina ?" que é o ilustre cientista Dr. Jules
Regnault - a respeito de Ynn-Yang:
"Em biologia, encontraremos evoluções cíclicas que podem enquadrar-se no
esquema do Ynn-Yang. A harmonia deste corresponde no organismo ao equilíbrio vago-
simpático (2) e no ácido básico, que andam ao par e aos quais se começa a atribuir a
importância que merecem."
E mais adiante:
"A noção filosófica é bem outra: a procriação de uma criança de tal ou qual sexo
está ligada à predominância das influências de Ynn ou Yang. Uma ou outra predomina
conforme a estação, a fase da Lua, a alimentação, etc.
Na prática, aconselha-se à mulher que deseja um menino, comer a Iris
foetidissima. Pensa-se aumentar assim nela a influência de Yang ou de Ynn ? É possível
!
Pelo que se vê, e estamos de pleno acordo, a ciência oficial não conhece ainda
um método de todo eficiente, para se alcançar o êxito desejado.
(1) Embora interpretemos esse fenômeno de maneira diferente.
(2) dissemos o mesmo, em outros capítulos deste livro.
Não vamos adiante para não fatigar o mental do leitor e sua própria paciência em
saber que temos a dizer de novo a respeito de um fenômeno que à Humanidade toda
interessa. Não esqueça, porém, o leitor que não prometemos fazê-lo na íntegra, mas
apenas, os possíveis comentários, aliás de assuntos por demais tratados em nosso
primeiro livro, e em estudos esparsos, como por exemplo, no preâmbulo da Seção
dedicada a São Lourenço, na revista Dhârânâ, no 103, Dhâranâ falamos dos filho de
Amon Râ, ou sejam os de certos Faraós que, usando processos ocultos ou conservados
no Seio das Fraternidades egípcias, por isso mesmo, eram auxiliados, em tais ocasiões,
por um sacerdote e uma sacerdotisa, não que isso influísse de todo no fenômeno, mas
pelo caráter ritualístico que o mesmo tomava.
Chegamos mesmo a ensinar, no capítulo deste livro dedicado aos Tattvas, como
se pode fazer a respiração passar de uma narina para a outra, bastando deitar do lado
contrário da narina que se deseja funcionar.
Nesse caso, sem precisar fazer uso de tão complicados meios como os que foram
ensinados pelos autores citados anteriormente, dentre eles alguns dignos do maior
acatamento, bastar observar a posição ou asana - quando agir determinado Tattva... -
para que o casal obtenha uma criança do sexo masculino ou feminino, segundo seu
desejo. E isso, está subentendido, na fase fértil ou fecundante, embora varie de acordo
com o período menstrual; desde que se obedeça a semelhante processo, todas as
probabilidades serão favoráveis para que se obtenha o devido resultado. Porque, se
deitado estiver o homem sobre o lado esquerdo, conseqüentemente a mulher estará
sobre o direito, e portanto, a respiração fluirá em um pela narina direita, e em outro pela
esquerda, acontecendo, infalivelmente, o que foi preconizado por Aristóteles e pouco
mais: o testículo direito obedecerá à função respiratóriada narina do mesmo lado, e
assim, a criança que nascer de semelhante união deverá ser do sexo masculino. Nascerá
uma criança do sexo feminino se as posições forem invertidas. (1)
Mas, se não houver tanta pressa por parte do casal, basta esperar que a respiração
esteja normalmente funcionando do lado correspondente ao sexo da criança`que se
deseja (para o homem, o lado direito ou solar, masculino, e, o esquerdo ou lunar,
feminino, pois que a mulher tem as polaridades opostas, regulando assim em sentido
oposto, e com isso, a união pode ser efetuada segundo o processo pela primeira vez
apontado).
(1) Pode-se comparar tal período ao de uma "balança em fiel", isto é, as conchas em
equilíbrio, ou mesmo nível. Com justa razão lhe demos o nome de "período andrógino",
devido os dois elementos (o masculino e o feminino) estarem afins. Nesse caso, um
"mercuriano", ou mesmo, "Uraniano Perfeito". O termo Hermafrodita, no seu mais
elevado sentido, provém de Hermes (Mercúrio) e Afrodite (Vênus). O capítulo com que
se conclui o presente livro ao mesmo é dedicado.
Quanto a um filho "dotado de beleza e vigor", e até mesmo de grande
inteligência (razão por que era chamado de "filho do deus Amom") o processo é bem
outro, por isso, e além do mais, que reclamava o auxílio de "um sacerdote e uma
sacerdotisa", isto é, o rei e a rainha assentados, em um trono especial... mas, ambas as
narinas funcionando, porque, em tal período chamado de Súshumna, o homem se acha
unido à Divindade. dizem mesmo as escrituras sagradas que tratam do assunto
(inclusive a obra de Rama-Prasad, As Forças sutis da Natureza) que "nessa ocasião não
se deve tratar de assunto algum concernente ao mundo físico, isto é, às coisas comuns
da vida, mas sim às do Espírito". E como a função sexual seja caótica ou oposta a
mental ou cerebral... logo, nenhuma outra hora mais propícia para se obter um filho de
"categoria superior" ou divina.. Seria isso contrariar o Karma ? Não, porque Karma é
Ignorância ou falta dos conhecimentos superiores. E estes quando aplicados para fins
condignos, só podem exaltar o homem. Nesse caso, o mesmo Karma, como lei bem
certa, concorrerá para que nasça de um casal tão inteligente, ou conhecedor da Magia
Teúrgica, a Magia dos C, etc., a Mônada que tal direito possui, para não dizer, de
skandas ou tendências apropriadas a semelhante Lar., O mesmo Buda já dizia:
"Ninguém nasce na família ou na Pátria que não lhe estiver destinada". Para completar
tudo isso, o próprio termo "Senhores do Karma", podem lançar Adeptos da Boa Lei,
demonstra que já tendo Eles esmagado o Karma, podem lançar mão deste ou daquele
processo, desde que afastados não fiquem dessa mesma Lei. Negar tudo isso não passa
de fanatismo ou ignorância.
Não se deve esquecer, ainda, que tendo o homem a própria conformação dos
cinco Tattvas, isto é - como já dissemos em outros lugares, (******* DESENHO
DESENHO DESENHO DESENHO *******)
estando sentado ou em pé, sua cabeça representa o Akasha. Por isso quando as duas
narinas estiverem funcionando simultaneamente, são os dois Tattvas superiores que
estão em plena função. Já tivemos ocasião de citar a famosa sentença iniciática que diz:
"Aquele que ultrapassa o Akasha é fonte de toda a Riqueza" (isto é, a riqueza espiritual).
Como negar que tal processo não concorra, mesmo que carmicamente falando, para o
nascimento de uma criança privilegiada ? Não há como provar o contrário, seja cientista
ou ocultista.
O processo é antiquíssimo, pois, o conheciam certos Faraós egípcios. Sendo o
Egito, considerado "o primogênito atlante", ou herdeiro direto da Sabedoria da
Atlântida, lógico é deduzir que já procedia o mesmo da 4a Raça Atlante, para não dizer,
"já havia sido ensinado pelos Reis Divinos".
Tal como "o Ovo de Colombo", é facílimo o processo; resta, apenas, saber
manejar as forças sutis da Natureza. Para isso, necessita o homem sujeitar-se a longos
anos de exercícios. Não foi para o outro fim que nos propusemos publicar uma quarta
obra, intitulada A ciência da vida, ou como se tornar adepto, dedicado àqueles que de
fato aspiram a Luz Sublime da Verdade. Quanto aos interesseiros, os que só se dedicam
ao Ocultismo para fins pessoais, e muito pior, em detrimento do próximo, melhor que
nunca adquiram semelhante obra, mesmo porque, antes de terminar a sua leitura, já
estarão arrependidos como a "mariposa que aproxima-se da chama de uma vela". De
fato, a Luz, quando é por demais intensa, cega.
Para isso o leitor possa compreender o que vai ser dito no seguinte capítulo,
mister se faz conhecer de modo sintético, o significado do termo Cabala.
Cabala, quer dizer, em hebraico, Tradição.
Este termo, que também se escreve Quabala, possui diversos significados,
justamente por aplicar-se a diversos assuntos:
I - Doutrina oralmente transmitida. Os textos hebraicos dizem "de boca a
ouvido" e de idade em idade, de pai a filho, etc., é, pois, uma doutrina oral que os judeus
denominam Lei oral, em oposição à Lei escrita, que Deus confiou a Moisés, no Monte
Sinai. Voltando ele do referido Monte, entrou em sua tenda e comunicou a seu irmão
Aarão o que havia aprendido do céu (1) da mesma revelação tiveram conhecimento
Eleazar e Ithamar, filhos de Aarão; a seguir, os 70 anciãos que compunham o Sanhedrin,
e finalmente todos os Israelitas que desejaram conhecê-la, de sorte que os filhos de
Israel ouviram a explicação da Lei uma só vez; os setenta anciãos, duas vezes; Eleazar e
Ithamar, três vezes, e Aarão, quatro vezes (2).
II - Este termo designa, ainda, a interpretação que os Rabinos e os Doutores
Judeus deram, quer do texto da Escritura, quer das palavras ou mesmo das letras de que
se compõe o texto e seu real sentido, por meio de certas combinações. Esta espécie de
Cabala se divide em três partes: a Gematria, a Notaricon e a Themurah.
(1) Sempre a mesma lenda dos Manus, que transmitem aos de sua tribo, clã, raça, etc., o
que recebem do céu.
(2) Na razão cabalística, digamos assim, dos Espirituais merecimentos de cada um...
A - A Gematria consiste em desdobrar as letras de uma palavra em números,
explicando cada uma de acordo com seu valor numérico.
B - A Notaricon consiste em tomar cada letra de uma palavra por uma inteira
dicção, isto é, pronunciar separadamente o nome de cada letra.
C - A Themurah, isto é, mudança, troca, etc., consiste em dar um sentido
diferente a qualquer palavra, quer separando quer transpondo as letras que a compõem.
chama-se a esta espécie de Cabala, de artificial.
III - Cábala prática: - É a ciência com auxílio da qual se operam as obras
mágicas, as mesmas de que se serviram Moisés, Josué, Elias e outros Taumaturgos, e
que não estão ao alcance dos homens vulgares, por isso mesmo, tomando-as como
"milagres". foi ainda com seu auxílio que Salomão pode construir o templo de
Jerusalém. Esta Cabala foi consignada em um livro publicado pelo rabino Isaac Ben-
Abrahão, no começo do século XVIII. De todas as Cabalas, entretanto, a mais
importante é a filosófica.
IV - Cábala Filosófica: Tal espécie de Cabala contem sobre Deus, o homem e o
Universo (Aziluth) sublime metafísica. ela se divide em duas partes principais: uma
chamada Bereschit (livro dos princípios); e outra Mercabah ou o Carro, na qual se
acham todas as explicações necessárias a compreensão de todas as verdades. Existem
várias razões para ser chamada de Carro, dentre elas a relacionada com o carro (ou
charriot) de Ezequiel. Estas duas ciências são sagradas. Não se pode falar do Bereschit
10 - O mundo emanou de Deus, devendo, pois, ser olhado - com tudo quanto
nele existe - como o próprio Deus, que estando oculto, incognoscível, incompreendido
em sua própria Essência, manifestou-se e tornou-se, por assim dizer, invisível ao
homem por suas emanações (1).
Foram essas emanações que no Universo criaram três mundos diferentes, embora
ligados entre si: Aziah, Ietzirah e Briah, os quais, por sua vez, correspondem às três
divisões fundamentais do homem: Nephesch, Ruasch e Neschamah, Corpo, Alma e
Espírito (2)..
Os dez princípios acima exarados para simbolizar os Dez ramos da "Árvore
Sephirotal", são: 1 - Kether; 2 - Chochmah; 3 - Binah; 4 - Chesed; 5 - Geburah; 6 -
Tiphereth; 7 - Netzah; 8 - Hod; 9 - Yesod e 10 - Malkuth.
Tanto no universo como no homem. a Árvore Sefirotal possui diversos
simbolismos, dentre eles os desconhecidos que vão abaixo, extraído dos Livros de
Revelações da Sociedade Brasileira de Eubiose:
CAPÍTULO VII
Quando o Dragão celeste caiu do céu, arrastou com sua cauda tudo quanto foi
encontrado no seu caminho, fazendo apagar as 22 estrelas". (Dos mais antigos livros do
Oriente)
instrumentos - lhe bastariam sete ou oitavas de escalas, através das quais se pode repetir
um acorde (de três notas; exemplo: dó, mi, sol, ou mi, sol, dó; sol, dó, mi etc.), na
mesma razão da evolução da Mônada", como foi dito anteriormente, através dos sete
estados de consciência.
Quanto ao termo "estrelas", já dissemos várias vezes que o próprio homem tem a
sua conformação na razão do Pentalfa, etc. E isso obtém, ainda, mais transcendental
explicação através da resposta que deu certo "nadjorpa tibetano" à Sra. A. David-Neel,
autora de "Místicos e Magos do Tibet", quando lhe indagou o que fazia - "Vivo de
transformar esterco de cães em estrelas luminosas", respondeu. Infelizmente, a ilustre
escritora e abnegada ocultista francesa não compreendeu o sentido de semelhantes
palavras, nem tão pouco o lama Yongdem, a quem ela chamava de seu "pupilo", e que
significam: "Vivo de transformar almas (ou homens, se o quiserem) imundas em estrelas
luminosas, isto é, em Espíritos, em formas radiosas semelhantes à sua própria Origem.
Essas "22 estrelas que se apagaram com a queda do Dragão celeste" estão
expressas em constelações (e a prova é que certo Jogo de cartas, ou Taro, chamado de
Mlle. Lenormend, traz, em cima do assunto, as referidas constelações, que ninguém
sabe decifrar...), com a conformação e sentido dos alfabetos sagrados mencionados.
Haja visto a de Orion, em relação com o Alef, primeira letra do alfabeto hebraico, e o
próprio A do nosso, etc., por isso, representando o Pai, Osiris, Deus, etc, enquanto a
segunda, o Beth (nosso B), a Mãe, o aspecto feminino que toma a mesma divindade, na
razão de Isis para o egípcio, e astrologicamente falando, as duas letras e arcanos, para
expressarem Sol e Lua, como os Pais da Humanidade....
O grande iluminado Claude Bernard (citado várias vezes) disse, em tom
profético, as seguintes palavras, a respeito do mistério celeste: "Há de chegar o dia em
que os homens poderão ler ao livro aberto do Firmamento a sua própria História
passada, presente e futura" (na razão dos 3 arcanos reveladores da vida humana, a
própria Mônada, etc.)
Na Atlântida, cada um dos Sete Reis de que a mesma regiam, como dirigentes de
suas sete cidades cantões, e mais uma oitava, onde se achava o mistério do Uno e do
Trino (1) para provar que todos os nossos trabalhos de caráter iniciático dizem as coisas,
mas nem todos a compreendem) representava o mesmo Ternário, na razão de Rei-
Rainha e Valete (ou Príncipe), ou seja, Pai-Mãe-Filho. Por isso mesmo, essa tríplice
direção, multiplicada pelas referidas sete cidades dão o número 21, e mais a Unidade
representada pela Oitava, igual a 22. Em tudo e em todos... o mesmo Mistério.
O arcano 21 do Taro é representado pelo Louco, isto é, o incompreendido, o que
embora manifestado, é como se não o estivesse, porque nem todos o compreendem, vêm
ou sabem de sua existência. Donde a velada frase bíblica: "Ele já veio e vós não o
reconhecestes". E isso, através de suas sete chaves interpretativas ou cabalísticas. E não
apenas o sentido que lhe dá a Igreja.
Por isso, tal LOUCO leva no ombro um saco, o saco contendo as experiências da
Ronda, por Ele mesmo, em forma, ao mesmo tempo, Una e Trina, dirigida. Volta, pois,
ao Seio do Infinito ou Mansão Celeste. Mas falta algo ainda a decifrar: um crocodilo
negro, a sua própria sombra na razão cabalística do Daemon est Deus inversus, que
procura devorar a sua perna esquerda, por ser o lado lunar do homem. E "da Lua vieram
masculino, que é o Homem, etc. Empregado no fim das palavras se torna signo coletivo
(Mem final). Em tal estado desenvolve o ser no indefinido espaço...
A criação necessitando de uma força destruidora igual e de sentido contrário o
Mem designa todas as REGENERAÇÕES, nascidas de anteriores destruições. Por isso,
nasceu a Obra em que a S.B.E. se acha empenhada, das anteriores destruições, uma
delas, aquela por que está passando o mundo. Fala bem alto a GUERRA.. Morte, mas
também, transformação, ou passagem de um mundo ou coisa para outra.
O Mem é uma das 3 letras mães, no alfabeto hebraico, ao lado de Alef e Shim.
A 14a letra hebraica Num (ou arcano) corresponde, hieroglificamente, a
produção da mulher: o Filho. Donde os 14 pedaços daquele que, sendo Filho, é ao
mesmo tempo Pai: Osíris. Chamêmo-lo, ainda, de Maitri (o vencedor dos 3 mundos ou
Mayas) ou Maitreya, como Redentor-Síntese da Humanidade, ou o próprio Manu, que é
ao mesmo tempo SEMENTE E COLHEITA (começo e fim das coisas...)
Assim, tal letra é a imagem do ser produzido ou refletido, o signo da existência
individual e corporal.
Como letra final, é o signo aumentativos (Num final) e dá à palavra que o
recebe, toda a extensão individual de que a coisa expressa é suscetível.
O Num correspondente ao signo zodiacal SCORPIO, que está situado, no corpo
humano (como se pode verificar no diagrama expresso em outro capítulo), na região
sexual. É signo de Marte, que corresponde, simbolicamente, ao mesmo guerreiro Maitri,
Akdorge, etc. ou seja "Aquele que, em 1921 apareceu por 3 vezes aos Dois principais
fundadores da Obra, em 3 lugares diferentes, sendo que o último, no cume da Montanha
Sagrada (Cume ou Kumara, tanto vale...)
Não se deve, ainda, esquecer que, na lenda egípcia, o último pedaço (o sexual)
de Osíris, foi encontrado no bucho de um Peixe, no rio Nilo. E Peixe ou Piscis é um
signo puramente sexual, mesmo que pertença a Júpiter, Zeus, Jove, Jeove ou Jeová...
Por isso, Jeoshua o traçou no solo, quando lhe apresentaram "a mulher adúltera". e logo
pronunciou as seguintes palavras: "Aquele que estiver isento de pecado (este pecado,
deveria ter dito), que lhe atire a primeira pedra".
Diversos símbolos de Piscis ou Peixes trás o homem em seu corpo, para
demonstrar que nasceu da "queda do sexo". De fato:
Orelhas
Olhos
Lábios
Por onde passa, o Manu deixa impresso na pedra, na rocha, tão precioso
símbolo: os pés. Assim estão em S. Tomé das Letras e em diversas partes do mundo. O
peregrino, o andante, aquele que palmilha a estreita Vereda da Vida, o ÉDIPO grego,
que quer dizer "pés inchados", sim, de tanto caminhar ! Na mesma razão da Mônada,
através de dolorosa peregrinação de corpo em corpo, vida em vida.
A 15a letra (ou arcano) correspondente é o Samech, tendo por hieróglifo, uma
arma qualquer, sugerindo um circulo fechado. Tal idéia de um círculo intransponível dá
nascimento a de Destino, Fatalidade, etc. delimitando uma circunferência, em cuja área
age livremente a vontade humana (livre arbítrio). Assim, a serpente que morde a própria
cauda, alem de seus mais transcendentes sentidos, possui o de Destino ou Fatalidade.
Não foi Destino, ou melhor, a nossa ida à Srinagar, ao Norte da Índia, por sinal
que tendo por significado "Homens Serpentes" (semi-deuses, Adeptos, Iluminados, etc.)
? E Srinagar não tem por inicial a mesma letra que é Samech ? Quantas vezes o S está
envolvido na vida do autor deste livro, a começar por seu nome de família !
Para fazer jus a "Srinagar Templo Budista", onde o mesmo esteve, a Instituição
possuía a sigla S.T.B.
Astronomicamente falando, tem por signo Sagitário, que pertence - como se sabe
- a JÚPITER...
Nos três Mundos ou planos possui os seguintes significados: 1o - O Destino,
Karma; 2o - A Fatalidade, como resultado da QUEDA DE ADAM HEVE, que outra
não é senão, simbolicamente, a do SEXO; 3o - Nabash, O Dragão do Umbral, o próprio
"Seio da Terra", onde, além do mais, se acha a Agarta, ou seja o "País das Sete mais
uma Cidades", tal como era representada a mesma Atlântida...
E paremos por aqui, por já termos falado demais em Cabala, porém, fazendo suo,
ainda, das conhecidas palavras: "Deixai vir a Mim as crianças, porque delas é o Reino
do Céu".
Deixai, sim, vir aos nossos lares, quantos Filhos a Natureza vos quiser oferecer,
a menos que motivos superiores (como os vários apontados neste livro) não vos
permitam usufruir de tão valiosa dádiva.
Como conceber um Natal se uma Árvore repleta de brinquedos e cercada de
crianças ? Vendo-as assim, vós e vossa esposa, Pai-Mãe manifestado no Santuário do
Lar, acabardes por compreender, ao menos nesse dia, que a vossa vida não foi inútil na
Terra, se ali está representada a prodigiosa árvore genealógica de vossa Família...
CAPÍTULO VIII
"O estado de sexual escravidão, (diz Roso de Luna na mesma obra já citada, ou
seja "Aberraciones Psíquicas del Sexo"), em que tanto o homem como a mulher se
encontram em sua vida terrena, é assunto que não pode deixar de maravilhar o filósofo.
Sacudir semelhante escravidão, por outra parte, bendita, pois que ao sexo a saúde e a
vida devemos, é seguramente, o maior de todos os problemas e por ignorá-lo ou mal
compreendê-lo os legisladores, tem lugar todos os horrores que se conhecem no mundo,
a começar pelas guerras.
O trilema do sexo é bem claro: ou se lhe obedece, ou se lhe transcende, ou se lhe
perverte, segundo já o dissemos em nossa obra La Dama del Ensueño: porém, quase
todos que pretendem transcender seu categórico imperativo, ao contrário, não fazem
mais do que pervertê-lo. Nesse caso se encontram todos aqueles que, tomando ao pé da
letra o simbolismo da chamada "chave sexual do Mistério", o aceitam em seu morto
sentido de "união sexual mágica" com entidades "astrais", ou dos Elementos, (Tattvas),
tal como o pretende e julga Villars, embora colocando essa sua pervertida opinião nos
lábios do bom Conde de Gabalis".
Vimos a este mundo devido ao sexo, e nossa titânica prova no mesmo, em torno
do mesmo gira. Se seguirmos o caminho fisiológico, traçado pela Natureza, e melhor
interpretada que qualquer outra legislação, a da ária primitiva do Código do Manú, do
amor passarmos ao matrimônio, e deste aos filhos e a todos os cuidados e lutas do
Drama da Vida, que o vulgo procura sintetizar na poética frase de "criar os filhos". Se
seguirmos, entretanto, o caminho patológico, ou temos de buscar "o doce amargo do
pomar alheio", com enormes perigos morais e sociais, ou oferecer mais um doloroso
óbelo ao estigma social da prostituição, que logo, hipocritamente, queremos por meio do
"abolicionismo" combater ou construir "lares anormais", como falsificação dos
legítimos que a Lei ampara, em honra aos consortes e a seus preciosos frutos (os filhos),
ou viver entre aquela "mariposagem" a que se referem os sansimonianos, ou então, sem
contarmos com as nossas próprias forças, nos lançarmos à perigosa aventura dos
irrealizáveis asceticismos, seja o dos "celibatos oficiais", a respeito dos quais muito
teríamos para dizer, quer o exigido como condição indispensável à "superação", que as
Branca e Negra magias adotam".
Muito mais racional e sábia, entretanto, seguindo à própria Voz da Natureza, a
doutrina bramânica, que só considera completo o homem, por sua vez trino,
constitucionalmente falando, por si, sua esposa e filho. E que exige, também, como
condição indispensável para não nos considerarmos fracassados na vida o haver
plantado, ao menos, uma árvore (símbolo da produção que temos de oferecer à
sociedade); a oferta de um filho (símbolo, por sua vez, da reprodução com que devemos,
também, contribuir à social propagação da espécie sobre a terra), e escrever um livro,
outra dádiva ainda, e das mais preciosas (isto é, a necessidade de lutar em prol de uma
Natural, pois, se o sexo é queda, que a superação filosófica, depois de obedecido, seja a
libertação, embora não no necromântico sentido apontado por Gabalis.
III - Porém, essa mesma queda no sexo que é nossa crucificação na vida, também
exprime a nossa redenção futura, ao abandonar nossa "Pecadora" carne com a morte, por
aquele em que o ponto da roda que mais baixo cai, é logo o que mais alto se levanta,
quando ao caminhar, descreve sua epiciclóide evolutiva. Talvez por isso tivesse dito
Jesus que "no Reino do Pai os últimos serão os primeiros", e que ali não viveríamos
como homens e mulheres, mas como anjos celestes, ou seja, acima do Sexo. E, por sua
vez, S. Paulo ao dizer que "estes mesmos seres humanos, hoje caídos, chegariam a ser
juízes e senhores dos próprios anjos celestes", semelhantes àquele "império universal
dos sábios sobre todas as coisas e seres da Natureza", a que se refere o Conde de
Gabalis.
IV - Não conhecemos hoje os vulgares ou não iniciados meios legítimos de
escapar ao sexo, entre o que se denomina de Humanidade. Aqueles que fisiologicamente
o obedecem, sem profaná-lo, isto é, pondo a serviço do sexo animal, os divinos dons da
imaginação criadora (para o que já dissemos no capítulo anterior), estes são os
verdadeiros Homens. Aqueles que, mediante as leis da Boa Magia - não os execrandos
ou feiticeiros meios propostos em O Conde de Gabalis, leis hoje desconhecidas ou
conhecidas por um número muito limitado, alcançarem a sua vitoriosa exaltação,
denominam-se de super-homens ou "irracionais", quantos o pervertem ou prostituem.
Proverbial é, pois, a maldade do eunuco; do que tem hipertrofiada a glândula do timo,
como os criminosos natos, e em geral, todos os de sexo aberrado, de que hoje tão
valiosamente se preocupa a ciência médica, ou seja a das secreções internas ou
endócrinas.
V - Magia branca no sexo ? Tal coisa equivaleria em querer conservar, por um
lado, todo os traços da animalidade que o sexo possui, mas também todos os nossos
humanos lauréis, simbolizados no divino mito de Prometeu, por isso mesmo, elevar-nos,
cada vez mais, até chegarmos à condição de deuses. Cabe, sim, na Lei da Evolução,
aquele dualismo humano-animal, causa de todas as nossas torturas de seres decaídos: o
dualismo cruel da animalidade, que vamos abandonando, e a verdadeira ou pura
Humanidade que constante e vagarosamente vamos conquistando. Como tentar unir a
semelhante dualismo, uma terceira evolução super-humana, sem que o primitivo animal,
a Besta Rugidora da lenda do Baladro, de Merlim, em nós tenha morrido (ou
desaparecido) ? Pretendê-lo, como se quer por meio das "ciências secretas" e as sábias"
uniões com os seres Elementais, do Conde Gabalis, é querer abrir a Porta Celeste do
Mistério com traiçoeira gazua. Tais "ciências" são, assim, como já temos dito em outros
lugares, a falsa moeda do verdadeiro Ocultismo assexual e redentor, ou seja, dessa
Ciência das ciências transcendentes, sintetizada, acima de tudo, em nosso mais sublime
aperfeiçoamento moral e sexual, Ciência que há de destruir em nós aquela simbólica e
perigosa Besta, antes que o super-homem, o "Menino-Deus" nasça no presépio de nossa
animal miséria.
VI - O elemento propulsor de nossos referidos três estados evolutivos, é a
imaginação criadora. Ela, por necessidade orgânica, nos inicia, fisiologicamente, no
desejo sexual mediante preciosos sonhos premonitórios; quando debilitada e corrompida
por maus exemplos, condenáveis leituras eróticas e outras muitas patologias psíquicas,
precipita a diversos no abismo profundo das aberrações sexuais, entre elas, à da
imortalização de sílfides, ninfas, salamandras ou gnômidas, criminosamente
aconselhadas pelo Conde de Gabalis. Transcendida, entretanto, e vigorizada por
criadora força de vontade (algo desde já, semelhante ao poder de Krya-shakty), ou seja
aquela imaginação criadora, que é a Chave da Verdadeira Magia, dessa Ciência da
Virtude e essa virtude da Ciência, que, semelhante ao ensinado por Pitágoras, Platão e
Jesus, acaba por tornar o homem um verdadeiro Deus, como os mesmos das Teogonias.
Razão porque o radical latino virtus, virtude, provem do vir (1), varão, e do vis, força,
etc., pois que outra maior não se conhece sobre a terra.
VII - O amor físico entre os sexos reflete o místico Amor Ideal e sem Sexo,
como o próprio lago reflete as estrelas do céu; porém, quando as águas do referido lago
não estejam agitadas pelo tempestuoso desencadear do vento das paixões, mas, gozando
de serena tranqüilidade fisiológica; doloroso, sim, quando essa límpida e tranqüila
superfície se vê alterada sob os impetuosos ventos passionais, que uma aberrante
imaginação provoca. Por isso, estudar a imaginação equivale a estudar a origem humana
do sexo e suas aberrações. Razão de se dizer que "os artistas e os libertinos tudo despem
com o olhar". Por isso, o animal, desprovido de imaginação, só se ressente da atração
amorosa ou sexual quando a mesma imaginação da Natureza, a eterna Fada-Primavera,
a tal coisa o impele. No homem, pois, imaginação criadora e sexo são essencialmente
antitéticos, os dois polos da alta e da baixa sexualidade, e por isso, seus anelos
espirituais e suas paixões sexuais, lutam na arena da vida, como muito bem diz
Espronceda, com estas palavras:
"En este mundo, para estar en calma,
o sobra la materia o sobra el alma".
E finalmente, quando Pitágoras ensina aos seus discípulos:
-"Não vos entregueis ao sexo, quando o sintais inferior a vós mesmos - coisa
completamente oposta aos "delírios imortalizadores de Sílfides", do Conde de Gabalis,
isto é, quando o véu de Mayá, ou de Isis, criado pela paixão sexual reclama seus
reprodutores direitos evolutivos. Ou então, quando o mesmo Adepto de Crotona tem
estas outras palavras: "Não deveis jamais enaltecer a tão extensiva lei animal do sexo,
empregando o divino dom da Imaginação Criadora, porque realizareis, com isso, o mais
perfeito ato de Magia Negra, concorrendo para que a régia faculdade humana
imaginativa se torne escrava da animal condição inferior, e não ao contrário, como
aqueles insensatos cavalheiros de O mundo ao contrário, que carregavam seus cavalos,
ao invés de serem por estes transportados.
(1) O Viril Atlante, dizemos nós, que significa "força", e com a qual se moviam os
veículos naquele tempo, inclusive os aviatórios, pouco importa o descrédito por parte
daqueles que tudo negam, sem nada saberem... E ainda, para o próprio termo
"virilidade", potência, etc. etc.
VIII - Este é o maior crime de certas literaturas - inclusive a do Conde Gabalis -
enaltecedoras ou pervertedoras de uma sagrada função (1), pois que, igual às demais
funções naturais do organismo, jamais deveria ser comentada, muito menos, enfeitada
com vários adornos imaginativos ou artísticos, como aquele que cinzela e modela a
lápide de um sepulcro, onde jazem apodrecidos os restos mortais de nossa
animalidade...
IX - O Sexo, como o Estado, como as religiões vulgares ou exotéricas, como as
profissões (médicos, advogados, comerciantes, políticos, engenheiros, etc.) representa
um mal necessário (2). Donde o referido conselho pitagórico.
X - Do mesmo modo, o sexo é ainda uma realidade - e realidade tão dolorosa
quão perseguidora (3), a suprema arte humana, insistimos, seria preferível só se falar do
Sexo nos tratados de Medicina, Sociologia e outros similares. Além disso, aquele que só
vive a pensar no sexo, quando carmicamente o perde, grave perigo ocorre em pervertê-
lo. Coloquem-se em uma das conchas de simbólica balança, certas obras decadentes
atribuídas a Salomão e todas as da mesma espécie, de procedência grega e romana...
Continuem-se enfileirando por cima - com algumas honrosas exceções - o Decameron
de Boccacio, os Diálogos do Aretino, a Celestina, etc. etc.; do mesmo modo, devido a
seu estilo e perigosos realismo, as de certos literatos, e até acadêmicos. Ponha-se,
entretanto, na concha oposta, as super-sexuais e idealistas (4) e nosso horror chegará ao
auge... Sim, o alarmante horror de nossa sexual decadência.
XI - Quem se deleita com pensamentos dessa natureza; quem, em conversações
grosseiras, só trata de semelhante assunto, do mesmo modo que, por aberrações
imaginativas se entrega patologicamente ou excessivamente ao sexo, repetimos, corre
grande perigo de perdê-lo (5).
XII - Luxúria, no seu etimológico sentido, nunca foi o ato fisiológico sexual,
como pensa a maioria, pois que, luxúria provem de "jogo" e de "luxo", isto é, das
doentias excitações que o luxo e a ociosidade provocam na imaginação de ambos os
sexos: na mulher, quando, para atrair, mais agradar, se excede em adornos, em jóias,
etc.; no homem, quando assim contemplando o sexo oposto, contrariamente ao preceito
salomônico de "afasta teus olhos da mulher excessivamente adornada, para que não
venhas a cair em tentação", ou aquele do Evangelho, "quem olha com os olhos de
deleite à mulher do outro, com ela já cometeu adultério no coração". Donde, também, a
eterna castidade do Nú estatuário da Vênus do Milo, de Guido, de Falero ou de Medicis,
no Apolo de Belvedere, etc. A imaginação, prejudicada por enfeites e atavios, além de
outros meios com que lhe excita, ilude sempre com aquilo que se procura adivinhar por
baixo do que não aparece, na razão de "o proibido ser justamente o desejado". O famoso
suplício de Tântalo não nasceu do sentido que se julga, mas do luxo, pois que certo
famoso escritor já dizia a tal respeito: "Se a mulher mantem o presunçoso e egoísta culto
de sua própria beleza, de outra coisa não se pode ocupar. Madame de Castiglioni, que
adorava a si mesma como um Narciso, passou a maior parte de sua vida meditando na
maneira como aperfeiçoar, cada vez mais, os defeitos de seu rosto e as linhas de seu
corpo". "A história das mulheres que se fizeram célebres por sua formosura, demonstra
que essa mesma formosura as submeteu a verdadeira e doentia escravidão, que nem de
leve pode ser comparada com as mais cômodas, não menos atrativas e atuais exigências
para se conseguir agradar, diz Salomé Nunez Topete, e toda a beleza feminina, beleza
proclamada, corresponde a limitada missão de se considerar algo assim como um
espetáculo gratuito, embora que pesado ou custoso. Enquanto uma galante é duplamente
fácil, uma intelectual é ativa, incansável, desinteressada, uma grande mulher, enfim, que
não concordaria, jamais, que lhe dissessem "tua cabeça é formosa, mas sem juízo" (1).
Resignam-se, pois, as beldades e essa quebra universal do tipo ideal de outrora: aquelas
damas célebres apenas por seu rosto. Os mesmos pintores já não mais procuram
modelos "de rara beleza", e sim, "os muito interessantes". Um outro crítico, de fino
trato, preferiu dizer que, "se fácil é adquirir a formosura do rosto, em troca não é o de
aformosear o porte, a indumentária, o trato, a conversação, a força observadora, afina ou
delicada vontade. Em suma, a beleza feminina está quase aniquilada, vendida, pelas
elevadas aspirações de outras mulheres modernas, e pela indiferença, por sua vez, de
inúmeros homens, muito mais modernos ainda".
(1) O próprio termo "região sacra" o diz, acrescentamos nós.
(2) "Fruto proibido", dizemos nós, que um dia - com a própria evolução humana, ser ele
transcendido - acabará apodrecendo por si mesmo, e portanto, deixando de ser ou
existir.
(3) Ou pseudo-atraente, dizemos nós.
(4) Inclusive esta, dizemos nós, que submetemos ao estudo dos homens de boa vontade
e sedentos de luz.
(5) Mais uma vez, dizemos nós, "Uti, non abuti".
XIII - O Sexo, nas Matemáticas, esta representado pelas quantidades positivas e
negativas - as imaginárias são o luxo; em Mecânica, pela matéria e a força inteligente,
que a forma e fecunda; em Física, pelos elétricos opostos; em Química, pelos metalóides
e metais, electrons e íons; em Biologia, pelos hidrogenioentes e oxidrilos, nos quais a
água se decompõe, e também pelo anfiáster, que determina a cariocinese da célula; em
Fisiologia, pelo espermatozóide e pelo óvulo; em Astronomia, pelos duplos sóis, pares
conjugados, como o está também a Luz com a Terra e os planetas com o Sol; nas lutas
da História, pelos vencedores militares e vencidos, mais cultos que eles, quase sempre, e
que terminam por dominá-los... Em tudo quanto nos cerca, enfim o sexo está
simbolizado, como já foi dito, no ativo e no passivo; o arado e a terra, a chave e a
fechadura, a agulha e o tecido, o envolvente e o envolvido, a árvore e o solo que a
sustenta, etc.
XIV - O sexo, em todos os seres vivos, é uma organização justaposta,
francamente parasitária, agindo no organismo de maneira a assegurar, com o seu
contrário, a continuidade da espécie. O espermatozóide e o óvulo, característicos, em
uma outra forma, de todos os seres organizados, não são, senão, o limite supremo a que
chegam as sucessivas divisões ou cariocineses da célula que já não pode mais
segmentar-se, esterilizada ou impossibilitada como se encontra para uma segmentação
posterior, pela natureza química dos respectivos jogos protoplásmicos. Olhados sob o
ponto de vista cariocinético, representam ambos a Morte. E no entanto, ao conjugar-se,
geram, também, por suas próprias virtudes, a Vida. Tudo isso é simbolizado, talvez no
mito egípcio do anfiáster de Isis-Osíris, e os cromossomos nucleares representados pela
serpente Tifón que, embora divida o anfiáster, é também cortada em pedaços ou morta
pelo fenômeno cariocinético do mesmo anfiáster.
(1) A guisa da desconhecida frase de Schopenhauer as mulheres frívolas, etc. "longos
cabelos para curta inteligência".
XV - Amor e Morte - Morsamor, de Valera - não sinônimos conjugados, porém,
o Amor é mais forte do que a Morte, por ser justamente a vida.
XVI - O estado de civilização de um povo, do mesmo modo que sua cultura, não
se avalia por algo melhor do que a sua elevação moral e intelectual de suas mulheres, e
também pela maneira por que os homens as consideram.
XVII - O homem faz a mulher, e a mulher o homem. "Diz-me a quem amas e
como amas, e te direi quem és".
XVIII - O problema dos clericalismos, falsos misticismos, frivolidades e
egoísmo feminino, não é, senão, o justo karma ou retribuição do abandono do homem e
da falta de convivência dos dois sexos, segundo o mais perfeito princípio de igualdade,
desde que representam seres humanos - uma e outra - e não propriamente dito, homem e
mulher. A igreja faz o cassino e o cassino a igreja, dito isso, não no sentido religioso,
mas no de recinto, onde, tantas damas, tristonhas e abandonadas, buscam, não a
devoção, mas o divertimento ou passatempo.
XIX - Correm grandes perigos de perder ou perverter o sexo os que vivem
sempre a pensar nele, ou a falar, constantemente, nos seus escravizadores prazeres. Por
isso, a má literatura, chamada "pornográfica", vai diretamente contra o próprio sexo, sob
o grosseiríssimos pretexto de arte naturista, que nada tem de Arte, muito menos de
Verdade.
XX - Se admitíssemos o cristianismo assunto da Sonata a Kreutzer, de Tolstoi,
relacionado aos deveres de fidelidade que devem ser idênticos, tanto para o homem
como para a mulher, transformaríamos, por completo, as caducas bases de nossa atual
sociedade. Nesse caso, tem a palavra os biólogos e os moralistas. Entretanto, as
grandezas da monogamia e do lar tradicional, sancionado no primitivo Código do Manú
ou Manava-Dharma-Shastra, parecem constituir o mais alto ideal humano, não a
tendência animal contrária, que chamou de "mariposagem" um conspícuo precursor do
comunismo. E um sábio alemão houve também, que escreveu oito grossos volumes para
chegar a essa mesma conclusão, porque, de todos os males, o sexo, não brota melhor
planta redentora que um lar fecundo, enaltecido por todas as religiões, do mesmo modo
que preciosa ara de todos os redentores sacrifícios, não obstante terem elas mesmas,
desgraçadamente, produzido em seu seio, mais de uma vez, o que graficamente,
poderíamos chamar de "micróbio destruidor do próprio lar".
XXI - Como a chave sexual, diz-se, é a mais inferior do Mistério que nos cerca,
tudo no sexo, entretanto, possui algo de iniciação. Porém, a Natureza não conhece,
senão, duas maneiras de agir para iniciar os seres humanos: a evolutiva e revolucionária,
e a fisiológica e patológica. Por isso, as maiores vítimas do tempestuoso mar do sexo
são aquelas que antes e depois da puberdade, receberam a letal influência dessas
doutrinas, que julgam resolver o problema so sexo, estendendo, sobre o mesmo, como
disse Freud, um véu de mistério que o torna, precisamente, mais sedutora e apetitosa. À
criança de um outro sexo, desde a mais tenra idade, tanto no que ao mesmo sexo se
refere, como em outras tantas coisas, não se deve mentir. Os pais educadores cumprem
sua missão oferecendo-lhes, sempre, a verdade tal como se apresenta, suave, sem
adornos nem incentivos, na certeza de que o fazendo com toda decência, resvalará -
como a própria água de uma cachoeira, pela encosta abaixo - nessas mentalidades ainda
jovens ou não preparadas. Mais de uma vez se tem criticado, por agir ao contrário, o que
se passa no confessionário, justamente por inverter os termos do problema, procurando
saber o que de mau foi praticado em relação ao sexo, quando deveriam limitar-se - como
bons educadores - a só o fazerem com paternal e amorosa lealdade, a respeito daquilo a
que se limita, ainda, tão jovem consciência... "Qual de vossos filhos vos pedindo pão,
lhe dareis apenas uma pedra" ? ensinou o Evangelho.
XXII - O amor é o desconhecido... Por isso, a Divindade, que é supremo Amor,
também é supremo Incognoscível... Bendito seja, pois, tudo quanto restitua ao sexo seus
legítimos direitos, e maldito, quanto o afastam, por meio de enganosos processos, do
verdadeiro caminho, que é o natural, hoje tão sabiamente traçado, por isso mesmo,
oposto ao indicado por Gabalis, tanto quanto o Amor o é para o Ódio.
Os aforismos precedentes (1) representam o que o nosso insignificantes saber
nos ensina a respeito de tão grande problema, contrariamente a quantas "aberrações" ou
"desvios" servem de obstáculos à Humanidade, seguindo ou não o bom Conde de
Gabalis, bom dignos da atualidade, que em nada difere dos negros dias da Kali-yuga
ária, a que se refere Krishna em seu famoso diálogo com Maitréya, no Visnhu Purana,
quando diz:
"Nos dias em que os bárbaros foram senhores das margens do Indo, Casemira, e
Chandra-bhaga, aparecerão monarcas de mau espírito, gênio violento, mentirosos e
perversos. Darão morte as mulheres, às crianças e aos animais domésticos. No entanto,
limitado será o seu poder, curtas as suas vidas, embora seus desejos sejam insaciáveis...
Gentes de todos os países, confundindo-se com eles, seguirão o seu exemplo. Os puros
serão desprezados e o povo perecerá, porque os mlechchas estarão nos extremos, e os
verdadeiros ários, no centro. A riqueza e a piedade diminuirão cada vez mais, até que o
mundo entre em completa degradação... Então, só a fortuna dará valor aos homens; será
ela a única fonte de devoção; a paixão animal, o único laço de união entre os dois sexos;
a falsidade, o único meio de vencer as contendas; e as mulheres, simples objetos de
satisfações inferiores; a exterioridade, o único sinal de distinção entre as camadas
sociais; a falta de honradez o mais prático de todos os meios para se ganhar a vida; a
debilidade trará consigo a dependência; a mais desenfreada liberdade não dará lugar a
outras aspirações. A riqueza dará ao homem a reputação de puro e honesto; o
matrimônio não passará de simples negócio; a razão estará sempre do lado do mais
forte. E o povo esmagado pelo peso de enorme carga, emigrará. E assim, na Idade
Negra, a decadência moral continuará a sua marcha, até que a raça humana se aproxime
de sua extinção.
Quando o fim estiver próximo, descerá sobre a Terra uma parte daquele divino
Ser, que existe em sua própria natureza espiritual dotado das OITO faculdades
supremas. Ele restabelecerá a justiça na Terra e as mentes dos que viverem até o fim
serão tão puras como cristal. Os homens assim transformados serão somo SEMENTES
DE UMA NOVA RAÇA, que seguirá as leis da Idade de Ouro ou da pureza para
transformar o mundo. Dois elevados Seres, dois DEVAPIS, volverão à Terra para a
felicidade dos homens !!!
195. CONCLUSÃO
Schopenhauer não era inimigo das mulheres, como julga a maioria, pois, como
budista, não podia ser inimigo de pessoa alguma, e sim, de tudo quanto fosse fútil,
enganoso, prejudicial à evolução humana. Não podia, pois, suportar - como não o
suporta nenhum homem evoluído - a mulher vulgar, fútil, inimiga do lar, para não dizer,
de si mesma, a mulher a que o grande escritor ocultista francês Josephin Péladan, se
referia na sua obra "Le Vice Suprême", como tipo degenerado de Finis Latinorum, mas
em verdade, dizemos nós, do fim de toda uma civilização que definha ou morre, para
que das suas cinzas uma outra possa surgir em todo o esplendor da sua espiritual
grandeza.
A Rainha Vitória, da Inglaterra, chegava ao ponto de não permitir ao homem, em
tempo de calor, usar um leque. E àqueles que desvirtuavam por completo o verdadeiro
sentido de seu sexo, enviava ao exílio, para não servirem de exemplo a outros
indivíduos possuidores das mesmas "propensões", para não dizer, anomalias... "Vitória"
idêntica - através de pertinaz e acertada campanha - devia ser alcançada por toda a parte,
nesse sentido a começar por nosso país, com o auxílio do mundo médico, porque o caso
é mais digno de ir ter às suas mãos do que, propriamente, às das autoridades policiais.
Estas se incumbiriam de fazer cumprir as novas leis que, nesse sentido, fossem
sancionadas.
"Filhos da Evolução", entretanto, outros Homens que a caminho se acham do
"androginismo perfeito", que terá lugar na chamada "Idade de Ouro ou Satya-Yuga", os
milênio que ainda restam para se alcançar tal desenvolvimento. No fim, entretanto,
serão aqueles que, a possuindo de modo integral, conduzirão até o fim da Ronda os que
não tiverem alcançado tamanha dignidade.
Com efeito, em tal época, a reprodução será feita, entre os "andróginos
vitoriosos", pelo Poder da Vontade (o poder de Krya-Shakti), como o foi no início das
coisas, algo assim como se disséssemos "nascidos de si mesmos", portanto, sem
necessidade de união sexual. São os mais sagrados e antigos livros do mundo que
afirmam tais coisas, os mesmos que predisseram aquilo que hoje vem sendo cumprido à
risca, inclusive na própria ciência. Antes, porém, menosprezam-nas os que não
conhecem a sabedoria arcaica, para depois aceitá-las, não se envergonhando, entretanto,
quando trazidas a lume. O grande Paracelso já dizia, em seu tempo: "O que uma
Humanidade considera como do saber, considerado é pela vindoura como inútil, e até
prejudicial".
O corpo pituitário, na sua forma física, se fará o órgão dessa espiritual Vontade.
E a energia, nessa epigenesia, se expressará através dos prodigiosos fogos de
KUNDALINI. O corpo terá dois fortes condutos por onde passarão os fogos da criação,
servindo de suporte a cabeça, que será maior do que aquela que possui o homem; do
mesmo modo, canais por onde fluem os elétricos "fogos de ouro", cuja síntese é o
Sutratma.
O despertar dos fogos de Kundalini, de há muito tem sido o apanágio daqueles
que se fizerem precursores de semelhante Raça.
O fogo destruirá todas as coisas impuras, inclusive as moléstias, porque, os
"Devatas da dor e da miséria" serão transformados em Devas de outra natureza, por isso
mesmo, fiéis servidores dos homens, transformados em Deuses.
Atualmente, os canais se acham ligados, obstruídos pelas próprias formas
grosseiras dos atos e pensamentos humanos. E é a razão pela qual nem todos obtém
resultados satisfatórios da maneira de dirigir semelhantes fogos através de Ida e Píngala.
Para estes, quem sabe quantas vidas terrenas lhe serão, ainda, exigidas...
Nenhum discípulo deve perder de vista, um só instante, esse fato
importantíssimo, se representa, desde já, o fim da evolução humana. As potências
espirituais são o resultado de esforços muito acima daquilo que hoje se concebe através
do referido termo. E mesmo que tais resultados não sejam imediatos, dever é de todo o
homem praticar tão sublime quão prodigiosa Ciência. Basta a certeza de que o
fenômeno é o "Summum-bonum" da evolução terrena, para que os mais dignos e
perseverantes não se esqueçam um só dia de tão nobre quão valiosa prática.
Não se deve, ainda, esquecer, que outros homens desconhecedoras de tamanhas
verdades, no entanto se tornaram "mártires de sua ciência", somente pelo desejo de fazer
sanar os sofrimentos de seus semelhantes. São "bons e sábios", embora ainda não
Adeptos. A história está repleta de tão abnegados seres.
Não se dedicam, também, os Adeptos à verdadeira felicidade humana, que é a
espiritual, ou seja a da Superação ? Uns e outros se distinguem pelo mesmo Amor que
compartilham entre todos os seres da Terra.
Por tudo isso, o homem evoluído não deve temer o despertar desses fogos tão
sutis, prodigiosamente construtivos e realizadores, porque somente os maus atos,
palavras e pensamentos, são os três tipos de escória, que mantem obstruídos
semelhantes canais. Não são estes que se dilatam, e sim, a substância contida nos
mesmos, permitindo, assim a tais fogos se manifestarem ou despertarem. É como aquele
conto da "Bela Adormecida, à espera do príncipe encantador, que a venha despertar de
tão amargurado letargo".
Todos os homens possuem nas profundezas de seu ser, imenso tesouro que não
sabem avaliar. Com perseverança e coragem, um dia o encontrando, sentir-se-ão para
sempre felizes.
Nos primeiros momentos em que tais fogos se manifestam, aparecem as formas
grosseiras de uma evolução passada. Chamem-nas de "poderes psíquicos" (visão astral,
audição, etc.), o nome que lhe quiserem dar, contanto que aproveitadas não sejam
inutilmente, e muitíssimo pior, em detrimento alheio. Aceite-se, então, o conselho de
Buda: "guarda os teus sidhis para a tua vida futura".
A seguir, começarão a surgir os fulgurantes lampejos da Inteligência, que jamais
engana ou atraiçoa, como as que apareceram anteriormente.
Essas três exigidas etapas do Físico, do Astral e do Mental (na razão de Hatha,
Jnana, e Raja Yogas, como meios de vencê-las) estão poeticamente descritas em A Voz
do Silêncio, com estas palavras:
"Três Vestíbulos, oh! fatigado peregrino, conduzem ao termo dos penosos
trabalhos. Três Vestíbulos, oh! Vencedor de Mâra (o deus tentador), te conduzirão por
três diversos estados, ao quarto, e daí aos sete mundos; os mundos do Eterno Repouso.
Se desejas saber seus nomes, ouve e guarda contigo:
O nome do primeiro vestíbulo é Ignorância (Avidya). É aquele em que viste a
luz, onde vives e onde morrerás.
O nome do segundo é Vestíbulo da Instrução (instrução probatória). Nele
encontrará a tua alma as flores da vida, porém, debaixo de cada flor uma serpente se
acha enroscada (o mundo astral ou psíquico).
O nome do terceiro Vestíbulo é Sabedoria, além do qual se estendem as águas
sem praias do Akasha, a fonte inesgotável da Onisciência".
É, pois, desses três vestíbulos que vai tratar a nossa futura obra:
FIM
---------
Anatômicos
Mulher Homem
Primários (genitais)
a) Ovários a) Testículos
b) Trompas b) Epidídimo, canal deferente
Útero Vesículas Seminais
Vagina Próstata
Vulva (lábios, clitóris) Pênis, escroto
c) Seios bem desenvolvidos c) Seios rudimentares
Secundários (sexuais)
a) Predominância do desenvolvimento- a) Predominância do
pélvico sobre o es- vimento escapulário sobre
capulário. o pélvico
b) Sistema locomotor pouco b) Sistema locomotor muito
poderoso. poderoso.
c) Maior desenvolvimento e c) Menor desenvolvimento e
distribuição da gordura sub- distribuição da gordura
cutânea sub-cutânea
d) Sistema piloso infantil e ca- d) Sistema piloso desenvol-
beleira abundante e persis- vimento, cabelos menos abun
tente. dantes e caducos
e) Laringe com desenvolvimento e) Laringe bem desenvolvida
FUNCIONAIS
Primários (genitais)
a) Libido com o homem a) Libido com a mulher
b) Orgasmo lento e não neces- b) Orgasmo rápido e neces-
sário a fecundação. sário a fecundação.
c) Aptidão conceptual c) Aptidão fecundante
Menstruação
Gravidez. Parto.
Lactação
Secundário (sexuais)
a) Instinto maternal e cui- a) Instinto de agir social-
dado direto sobre o fi- mente (defesa e desenvol-
lho. vimento do lar)
b) Maior sensibilidade às b) Menor sensibilidade às
reações afetivas e menor reações afetivas e maior
seminífero, a função endócrina ou interna, pelo tecido intersticial. não obstante, existem
vários casos clínicos e experimentais que não se enquadram no referido esquema.
3o - As duas gônadas ( o ovário e o testículo) provêm do mesmo tecido
embrionário: a eminência uro-genital. Até a quarta semana da fecundação é impossível
discernir no embrião (que então atinge o tamanho de 11 a 13 mm), se a futura gônada
será masculina ou feminina. Não quer dizer, entretanto, que pelo fato de não se poder
fazer semelhante distinção, o sexo já não esteja determinado. É bem possível que a
razão de tal coisa esteja na insuficiência de nossos métodos de análise. Mas, em suma, é
preciso admitir que em certo estágio, o futuro tecido germinal, é ainda indiferenciado,
sem pender para o sentido testicular ou ovariano. A diferenciação não se produz senão
no fim de determinado tempo. A gônada é, pois, indiferenciada a seus fins, contendo em
poder, as duas sexualidades. É admitido, hoje, por todos os autores, que essa
diferenciação quase nunca se efetua de maneira absoluta, mas, ao contrário, subsistem
elementos masculinos no ovário e femininos no testículo, ou antes, uma aptidão bi-
funcional latente das células, susceptível de se manifestar em certas condições e de
secretar hormônios de sexo contrário. Segundo essa hipótese, toda a gônada (em um
outro sexo) seria, por conseguinte, um ovário-testículo, mas com predominância dos
elementos testiculares, entre o macho, e ovarianos entre a fêmea.
Pelo que se vê, a teoria ocultista, por nós apresentada pela primeira vez,
diferencia o testículo direito (solar ou masculino) do esquerdo (lunar ou feminino), e na
razão inversa para o ovário, é de certo modo, corroborada pelo Dr, Marañon, ainda que
suas prodigiosas teorias não estejam de todo elaboradas. Por isso mesmo, a
possibilidade da fecundação do sexo que se queira, fazendo funcionar um ou outro dos
testículos, em relação com a narina do mesmo lado (com atuação nervosa, seja para o
simpático ou solar, ou para o vago ou lunar), conforme apontamos em outros lugares,
principalmente em pessoas normais ou perfeitamente equilibradas com as forças
cósmicas.
"Em circunstâncias anormais, continua o famoso endocrinologista, essa
persistência das células dos dois sexos na mesma glândula já tem sido demonstrada em
considerável número de casos de hermafroditismo, tanto no animal como no homem.
Mas sem chegar a esses casos indiscutíveis de verdadeiro ovário-testículo (1), em
muitos outros aparecem células isoladas da gônada contrária, coincidindo com
manifestações anatômicas funcionais de inter-sexualidade. Não podemos, até agora,
determinar em que medida essa predominância da bissexualidade histológica é
frequente, porque os meios de análise são por ora imperfeitos. É provável que o tecido
intersticial, sempre menos diferenciado que o tecido germinativo propriamente dito
(folicular e seminífero), é a sede dessa confusão histológica, como pensaram Steinach e
outros.
A mais importante questão do problema está em se saber se a gônada
originalmente indiferenciada em todos os indivíduos, conserve, no decorrer do
desenvolvimento, esta virtualidade bi-sexual em um certo número de organismo, ou em
todos, a frequência dos casos intersexuais em clínicas humanas, de uma parte, e o fato
de que, em muitos casos, essa transformação intersexual sobrevenha tardiamente entre
indivíduos que anteriormente não apresentaram o menor estigma da confusão, faz crer
que a a virtualidade bi-sexual da gônada é um fenômeno universal, persistindo de modo
pode ser pressentido pelo médico entendido em assuntos ocultistas, logo ao chegar à
porta da casa do seu doente. Do mesmo modo, sabe se vai ou não morrer. Tudo isso e
muito mais ainda explicaremos em nossa próxima obra "A Ciência da Vida ou como se
tornar Adepto" (1).
Numa categoria importante de indivíduos (os hermafroditas e muitos pseudo-
hermafroditas), o exame dos órgãos genitais não permite facilmente tal distinção, sendo
impossível determinar o sexo; essa tese, muitas vezes só pode ser resolvida por exame
histológico da gônada.
Explica-se tão frequente indiferenciação se conhece a comum origem desses
órgãos em um outro sexo. O mesmo canal de Muller do embrião se desenvolverá na
mulher para formar as trompas, o útero e a vagina; no homem, ele se atrofiará, ficando
reduzido ao utrículo prostático. Por sua vez, o mesmo tubérculo genital do embrião se
desenvolverá amplamente no homem, para formar o pênis com a parte cavernosa da
uretra e as bolsas escrotais; e se atrofiará na mulher, transformando-se em clitóris e em
pequenos e grandes lábios.
Já tivemos ocasião de dizer que, esotericamente, a mulher possui
introspectivamente os órgãos genitais masculinos. E tudo isso para provar o
androginismo do começo, a que nos referimos, que se reproduzirá novamente no fim da
evolução humana. H.P.B., na "Doutrina Secreta", por sua vez, demonstra as similitudes
existentes entre o cérebro e os órgãos genitais em ambos os sexos. Donde as perturbação
que no mesmo se dão, como já dissemos, devidas ao abuso do coito e outras anomalias
relacionadas com o sexo.
É este um dos motivos porque muitos preconizam a castidade absoluta - mesmo
para a aquisição de poderes psíquicos, etc. - no que não estamos de acordo, pois no
sexo, como em tudo mais na vida, necessário se torna estudar as tendências dos
indivíduos. Assim, tanto uma abstinência total como o abuso podem ocasionar
gravíssimos distúrbios. Ninguém ignora que tanto se pode morrer por falta de alimento
como também de uma indigestão, através das respectivas complicações.
No homem e na mulher adultos, tais órgãos característicos do sexo não são, pois
rigorosamente específicos; no primeiro há órgãos femininos hipoplásticos, e na segunda,
órgãos viris, igualmente rudimentares.
(1) Certa vez, em São Lourenço, parou à porta da Residência Presidencial da S.B.E.
(Vila Helena) uma charrete para nos conduzir, segundo pedido urgente de um médico
amigo da localidade, ao Hotel Bela Vista, para vermos um doente que se achava muito
mal. Três médicos inclusive aquele que nos mandou chamar, levaram-nos à presença do
doente. Logo ao entrarmos, sem outro exame prévio, já tínhamos divulgado seu duplo
etérico baloiçando sobre o corpo, como querendo se desligar do mesmo, através do
plexo solar. Olhamos, mesmo de longe, o doente, que falava, queixava-se de uma dor do
lado, que muito o incomodava, etc., e delicadamente nos afastamos, tomando lugar em
uma das cadeiras existentes na varanda do referido Hotel. Dando por nossa falta, vieram
os 3 médicos saber por que razão não havíamos dito coisa alguma, saindo tão depressa
do quarto do doente. sim, respondemos, porque ele só durará, no máximo, uma oito a
nove horas. Viemos para casa, e no dia seguinte o próprio médico amigo, que nos havia
chamado na véspera, telefonou dizendo que o doente tinha falecido oito horas depois...
Órgãos mamários - Inútil insistir sobre o desenvolvimento tão típico dos seios na
mulher e de seu estado rudimentar no homem. Os seios são o órgão representativo da
aptidão lactária, uma das funções sexuais primárias da mulher. Por nos afastarmos de
todos os autores, é justamente que não hesitamos em fazer figurar tais órgãos entre os
caracteres anatômicos primários.
Todavia, não encontramos também nesse caso uma distinção radical entre os
dois sexos. No homem subsistem freqüentemente restos de tecido mamário pequeno,
além da morfologia atrófica, porém, constante, indicada pelo pequeno mamilo
masculino cercado por sua auréola. Tais restos mamários podem desenvolver-se de
modo eventual devido à ação de diferentes estimulantes, dando lugar à ginecomastia,
que será estudada mais adiante. É muito interessante notar a origem comum
embriológica do seio e das glândulas sebáceas e sudoríparas da região compreendida
entre as raízes dos membros superiores. Essas glândulas tem um caráter sexual muito
nítido, porque elas desprendem o odor axilar, cuja importância é inegável na atração dos
sexos.
Em algumas mulheres esse odor aumenta, consideravelmente, quando da
aproximação do período mensal; em outras, por felicidade, raras, esse chamado "odor-
femina" toma caraterísticas especiais tão profundas que se tornam as "mulheres fatais"
de que trata a própria História.
Entretanto, os indivíduos, de ambos os sexos, que abusam da alimentação
carnívora, possuem também tal odor muito pronunciado, assemelhando-se ao das
próprias feras, de cujas jaulas dificilmente nos aproximamos sem termos de levar o
lenço às narinas.
No estudo dos caracteres sexuais, o autor apresenta como o mais significativo
dos anatômicos secundários, o que se relaciona com o tamanho proporcional da bacia e
da cintura escapulária. A bacia da mulher é mais larga do que a do homem, em relação
ao tamanho do diâmetro que separa os pontos mais distantes das espáduas. Tal
privilégio na mulher está ligado à necessidade de ter de alojar na bacia os órgãos
femininos da gestação; por isso, dever-se-ia considerar, de fato, tal conformação como
um caráter primário. Basta vê-los, mesmo que vestidos, para se distinguir um sexo do
outro. No homem, as ancas são estreitas (não há regra sem exceção, dizemos nós,
principalmente em se tratando de um final de ciclo racial, onde os indivíduos
apresentam em se tratando de um final de ciclo racial, onde os indivíduos apresentam
diversas deformações, na maioria dos casos, de origem luética, etc.) indicando sua
aptidão ao esforço físico. Na mulher, o peito é nitidamente menor, em relação ao
tamanho da bacia, indicando que o plano de sua arquitetura é subordinado às
necessidades da maternidade. A acumulação da gordura peri-pélvica acentua o
contraste. Porém, mesmo entre as mulheres negras se torna evidente. A maior largura
pélvica faz com que na mulher as coxas convirjam fortemente para os joelhos. No
homem, o paralelismo das coxas é muito mais estrito. Tal diferença imprime à marcha
uma modalidade distinta, em um ou outro sexo. Se medirmos as respectivas dimensões
da bacia e das espáduas, a diferença que o simples exame visual permite constatar,
plenamente se firma. É este o quadro de Vierordt completado por Well:
Homem MulherEunucóide
Essas diferenças típicas não existem na infância, época em que a bacia dos dois
sexos é muito semelhante. A diferença se opera, certamente, sob a influência dos
hormônios genitais. Enquanto o hormônio testicular não age sobre o desenvolvimento
pélvico, e sim sobre o torácico, o hormônio ovariano estimula, especificamente, o
desenvolvimento da bacia, três ou quatro anos antes de aparecerem as primeiras regras.
Poder-se-á constar que desde o começo desse desenvolvimento começa a acumulação da
gordura pélvica, como se a natureza quisesse proteger, de avanço, essa parte do
esqueleto que vai ser a arca da maternidade.
Vê-se, no quadro de Vierordt, que, faltando a secreção genital (estado
eunucóide), a bacia fica no estado indiferenciado, assemelhando-se ao da mulher. Nos
animais castrados, tal falta de diferenciação sexual da bacia é um dos fenômenos mais
típicos e constantes. Se se enxerta em tais animais uma glândula ovariana, a bacia
desenvolve-se normalmente. E se injeta em animais jovens fortes doses de extrato
ovariano, o aumento pélvico aparece antes da idade normal. Não é, pois, duvidosos que
semelhante alteração fundamental do esqueleto não seja um verdadeiro caráter
específico do sexo.
Esses caracteres não são os únicos, no que diz respeito às respectivas proporções
do esqueleto, que diferenciam o homem da mulher. Mas, não faz parte de nosso plano
entrar em detalhes. Lembremos, entretanto, para ser mais fácil a compreensão, aqueles
que se relaciona com a altura da cabeça, do tronco e das extremidades. Se
considerarmos uma criança púbere, uma mulher e um homem, donde somente a cabeça
emerge de um plano, a altura desses três crânios é aproximadamente igual; é apenas
maior no homem que na mulher, e ligeiramente mais visível o tamanho entre esta e a
criança. Se virmos esses três indivíduos assentados no mesmo plano, a progressão
descendente do homem para a criança, se acentua sobremodo, mas sem ultrapassar os
discretos limites. Se então os três se puserem de pé, a diferença a favor do homem se
torna mais visível, a mulher tendo, como sempre, o lugar intermediário entre aquele e a
criança.
É fácil, ainda observar que, estando o homem de pé com os braços pendentes em
supinação (as palmas para diante), o braço e o ante-braço formam um ângulo médio de
173.17 graus, enquanto na mulher o ângulo é de 167,35 graus.
excesso de gordura tende a invadir o rosto, o pescoço, a região torácica e a parte alta do
ventre, deixando a perna um tanto fina.
Estudando uma síndrome muito interessante, ou seja, a lipodistrofia progressiva
de Barbaquer-Simon, ou lipodistrofia céfalo-torácica, segundo nos propusemos chamar
essa síndroma, como se sabe, consistindo na desaparição da gordura da parte superior do
corpo (cabeça, tórax e braço) enquanto que a da parte inferior do corpo (baixo ventre e
pernas) conserva seu volume ou mesmo aumenta, temos feito notar que não se age, de
fato, senão da expressão patológica de uma disposição formal entre a maioria das
mulheres de tipo astênico.
Como a morfologia astênica seja mais particularmente feminina que a pícnica,
acontece que essa distribuição adiposa se apresenta entre as mulheres mais
profundamente femininas, as astênicas, e em seguida, as que são mais próprias para
excitar o libido masculino. É interessante notar que, precisamente a lipodistrofia céfalo-
torácica - verdadeira caricatura de uma forma normal - é observada sempre na mulher, e
nunca, pelo que sabemos, no homem.
Nas crianças, a distribuição da gordura é a mesma em ambos os sexos. No
decorrer dos anos que precedem a aparição das regras, já se percebe na rapariga, quase
sempre de modo notável, o depósito adiposo peri-pélvico.
(1) Outro sinal de hermafroditismo, quer em um como em outro sexo, isto é, quando
acontece o contrário - a mulher com a parte inferior mais estreita, e o homem com a
mesma mais larga.
referida criança. De fato, em questões dessa natureza, como em tudo mais na vida, não
há regras sem exceções.
E sem citar as crianças do sexo masculino, por ele mesmo já ter afiançado que
em tal época a diferença é pouco visível (e a prova é que a criança por nós citada, ao se
tornar homem, seus cabelos tomaram outra feição, seguindo também a forma normal de
crescimento no referido sexo, sem ultrapassar os ombros, na razão dos "nazar ou
nazarenos", como eram os do próprio Jesus e todos os Adeptos da referida seita), chega
ao ponto de afirmar que "um homem possuidor de cabelos longos e bastos como os da
mulher é um monstro, uma aberração da natureza".
Convém notar que, segundo suas próprias teorias que muito tem de comum com
as ocultistas, ao menos uma grande parte delas, até os 15 anos (vide nosso diagrama ou
quadrante que divide a idade em quatro períodos) o menino possui características
feminis, enquanto a menina, masculinas; dessa idade em diante, se passa para a
característica de cada sexo e dos 45 anos em diante começam a voltar ao que eram na
infância. O vox populi diz que ambos chegam a senectude: "E virou criança", "deu para
brincar e cometer toda sorte de asneiras", etc
(1) Principalmente, dizemos, para aquelas que tiveram muitos filhos.
Mais adiante, quando fala dos atrativos eróticos para ambos os sexos, referindo-
se ainda aos cabelos, faz ver o seguinte:
"A longa cabeleira foi em todas as épocas um dos traços característicos da
atração sexual da mulher. Há diversas histórias de mulheres - na sua maioria espanholas
e italianas - que se tornaram célebres por suas magníficas madeixas: sua cabeleira
bastou, independentemente dos demais atrativos, para desencadear a paixão em muitos
homens.
Desde o Cânticos dos Cânticos, depois Catulo e Ovídio e tantos outros - quase
sempre poetas - cantaram as belezas de negras, castanhas e loiras cabeleiras, sempre
luxuriantes, da bem-amada". Contrariamente, como já dissemos em outros lugares deste
livro, a moda da jovem usar seus cabelos curtos, "à la garçom", de cigarro nos lábios,
mesmo que estes mais do que enrubecidos pelo cheiro do fumo, principalmente para os
homens que não tem semelhante vício.
"Convém ajuntar, diz o Dr. Marañon, no que diz respeito aos cabelos curtos da
mulher, que seu verdadeiro sentido não é, como se pensa, o de uma tendência
masculinizada. É bem verdade que a aparição de semelhante moda coincidir com o surto
feminista no mundo (bem que ele o diz... ! ), no decorrer da 1a Grande Guerra e dos
primeiros anos de sua conclusão, e que a mesma se aliou a um conjunto de detalhes
anatômicos e indumentários que revelavam nitidamente uma tendência inversa. Mas, a
parte das razões de comodidade e economia que representam, para a mulher, os cabelos
curtos e que influíram sobre a duração de tal moda, a verdadeira razão dessa "tosquia"
(mutilação, como ele próprio diz) sexual é menos uma tendência virilóide do que uma
aspiração juvenil.
E completa as suas afirmações através da seguinte rota:
"Com efeito, toda interpretação sexual posta de parte, os cabelos curtos dão uma
aparência de juventude e é, portanto, a principal razão de se tornar em "moda". Na época
da Revolução Francesa, a nuca rapada era, como agora, a moda, em homenagem aos
guilhotinados ("Chaveux à la sacrificiée).
O estudo da caducidade dos cabelos, mesmo que um caráter sexual viril, é
bastante interessante. Realmente, a partir da puberdade, os cabelos do mancebo, e não
da rapariga, começam a desaparecer dos ângulos fronte-parietais, até então recobertos,
dando lugar, entre um grande número de pessoas, à calvitites frontalis adolescentium.
Passados vinte e cinco ou trinta anos, tal fenômeno se torna quase geral e tende para a
forma típica da fronte "livre" do homem, não pela sua vaidosa opinião da grande
importância da massa encefálica, mas pelo banalíssimo fenômeno da queda precoce dos
cabelos.
Entre grande número de homens, a queda dos cabelos continua e a calvice, mais
ou menos espalhada, aparece até invadir, em certos casos, todo o couro cabeludo, exceto
o occipital e a região parietal. A meu ver a caducidade dos cabelos, degenerando muitas
vezes em calvice, tem pois um sentido virilóide indiscutível. Todas as experiências que
foram feitas para explicar a calvície exclusivamente por motivos locais - seborréia - ou
gerais - diátese artrítica - carecem de base, sendo que tais causas existem, igualmente,
nos dois sexos e que a mulher não se torna calva senão excepcionalmente. Não se deve,
pois, invocar senão um fator constitucional ligado ao sexo. Em todo caso, se a calvície é
uma acidente patológico, é preciso admitir que seu agente etiológico apresenta
predileção para o sexo masculino que lhe pode conferir o título de verdadeiro caráter
sexual.
Mas, o que vem provar não se tratar de um fenômeno mórbido, e sim, de um
acidente em relação com a vida sexual, é que na idade em que se produz a queda dos
cabelos da fronte, a cabeleira com tendência a se desenvolver para a nuca, desenhando a
modalidade occipital da cabeleira do homem maduro, que vamos agora descrever. De
outro modo, é muito frequente, como afirmam diversos autores, e como por nossa vez
temos verificado, que a calvície precoce coincide com uma afluência extraordinária dos
cílios, da barba e dos pelos do púbis e das axilas. Mister se faz juntar, como já dizia
Hipócrates e continuam repetindo todos os observadores, que os eunucos jamais se
tornam calvos, conservando - como eu mesmo tive ocasião de constatar, os ângulos
fronto-parientais cobertos de cabelos, tal como as senhoras e crianças.
O estudo da patologia nos oferece, também, muitos dados interessantes a
respeito da calvície, considerada como um caráter sexual viril: Quando, por efeito de um
tumor da capsula supra-renal, a sexualidade de uma mulher se torna perturbada, e que,
entre os sinais de virilismo, aparece uma forte pilosidade do tronco e da face, este
hirsutismo, tão claramente masculino, não é acompanhado, como se pensa julgar, de um
crescimento de cabeleira; muito ao contrário, os cabelos encurtam e caem, indicando
tudo isso a positiva categoria dos caracteres viris".
Mais adiante procura provar que, à caducidade dos cabelos e ao seu
comprimento, é preciso juntar, como caracteres sexuais, as modalidades da linha de
implantação sobre a fronte, a região zigomática e a nuca.
Nas crianças, qualquer que seja o sexo, os cabelos são plantados na fronte,
seguindo uma linha à concavidade inferior, porque eles cobrem inteiramente os ângulos
fronto-parietais..... Logo atingida a puberdade, esses ângulos começam a se
desguarnecer, e pouco a pouco a linha de implantação na convexidade inferior, ora
ligeiramente indicada, ora apresentando profundas entradas laterais (calvities frontalis
adolescentium).
Entre as crianças de puberdade precoce, e as senhoras de franco caráter viril,
observa-se essa mesma disposição dos cabelos. Buschke e Gumpert verificaram tal
fenômeno, além de Steins; mas não admitem senão com certa reserva seu sexual
significado.
E mais adiante:
Nas senhoras em idade de menopausa, a queda dos cabelos fronto-parietais se
produz mui freqüentemente; o que vem explicar a razão por que certos autores não
conhecendo a idade, tenham seguido diretrizes diferentes da nossa.
Na região zigomática, os cabelos da mulher terminam bruscamente. No homem,
continuam sem interrupção com a barba, que começa justamente por essa região, ao
mesmo tempo que se estende ao mento e sobre o mento. Nas mulheres francamente
viris, observa-se a tendência para a disposição masculina.
Enfim, no que diz respeito à nuca, já descrevemos a disposição dos cabelos
nitidamente distinta nos dois sexos. Em mulher adulta, terminam de modo muito
preciso, sobre a pele sempre lisa da nuca, seguindo uma linha característica por dois
prolongamentos laterais, firmes e constantes, formados por longos cabelos frisados, e
eventualmente por um prolongamento central, que infalivelmente o deve fazer através
de um outro simétrico, sobre a linha mediana da fronte.
No homem adulto, essa terminação occipital é imprecisa: ora os cabelos
terminam horizontalmente, ora os prolongamentos laterais são vagamente desenhados e
mesmo o central - mas sem a reconhecida precisão e nitidez da mulher. Contrariamente,
são sempre formados por cabelos curtos, os pelos espalhando-se em toda a região que,
passados os quarenta anos, é fartamente coberta. No adolescente, pode-se observar uma
disposição que, embora não seja idêntica, faz lembrar a observada na mulher. Esta, em
troca, conserva a mesma disposição típica até a idade avançada.
Nas crianças, a implantação dos cabelos na nuca é muito parecida em ambos os
sexos. Ela desenha uma linha horizontal, colocada mais alto do que o adulto, e
apresentando um prolongamento mediano.
Mais tarde, a partir de cinco anos, porém mais precocemente entre as meninas,
os prolongamentos são desenhados indistintamente em ambos os sexos; entre os oito e
dez anos aparecem no menino pelos um tanto atravessados que mais tarde cobrirão toda
a região; em troca, na menina, os prolongamentos laterais persistem e se espalham,
destacando-se com nitidez sobre a pele lisa da nuca.
O caráter familiar e a hereditariedade muito influem sobre todas essas
modalidades de implantação (inclusive, dizemos nós, quando de origem patológica - a
lues, etc.), donde as novas teorias das escolas anglicanas, para diferenciar as doenças
congênitas e de contágio: o sifilítico, por exemplo, que possui congenitamente a sífilis,
para o sifilítico, que contraiu essa doença após o seu nascimento; o tuberculínico, do
mesmo modo, para o tuberculoso, e assim por diante. Sabe-se mesmo, que a queda dos
cabelos, quer da cabeça, quer das pernas, e até da região pubiana, são indícios certos da
LUES. Na Homeopatia, por exemplo, onde se cogita os sintomas, embora algumas
vezes abusando mais deles do que da causa... pois nem sempre se deve olhar uma cousa
desprezando a outra. NITRI-ACID, é o medicamento aconselhado, pois que em sua
patogenia figuram os referidos sintomas, designando mesmo as regiões onde tem lugar o
desprendimento ou queda dos pelos, a ponto de, na banheira, etc. serem eles constatados
em abundância.
Quanto às sobrancelhas, no homem não mais desenvolvidas, com maior
tendência a se juntarem (sinofridia) e se espalharem até uma idade muito avançada,
coincidindo então com a abertura tardia da pilosidade corporal, que vamos estudar, o
que faz contraste com a tendência à calvície.
Entre os homens idosos as sobrancelhas crescem em desmesuradamente e se
interpenetram.
Esse fenômeno é muito mais frequente na raça semítica. Temos visto, por
exemplo entre os velhos judeus, sobrancelhas que chegam voltar nas extremidades,
como se fossem verdadeiros bigodes. Quanto mais antiga é a raça, tanto mais se constata
o referido fenômeno.
Na mulher se dá justamente o contrário: as sobrancelhas são menos espessas,
menos compridas para a linha mediana, e o crescimento cessa ao mesmo tempo que o
desenvolvimento.
Notamos que as mulheres de todos os tempos foram sempre atraídas pela
depilação, como que procurando acentuar seu desenho linear, ou seja o essencialmente
feminino.
Assim também, quer em um sexo como no outro, a abundância das sobrancelhas
segue geralmente a dos pelos das axilas e do púbis.
A significação sexual da barba e do bigode é por demais conhecida para que
insistamos a seu respeito. Sua ordem de aparição, segundo o mesmo Dr. Marañon, é a
seguinte:
Insistimos sobre o fato de que tal ordem, sendo a mais conhecida varia num
grande número de casos. Certos homens acabam por ter toda a superfície da epiderme
coberta de pelos, excetuando apenas a planta dos pés e as palmas das mãos. Tal
fenômeno tem lugar, de preferência nas raças morenas. E já foi dito que freqüentemente
esse hirsutismo exuberante coincide com uma calvície precoce.
É quase impossível descrever sistematicamente as variedades na topografia e
cronologia da pilosidade viril. É frequente, por exemplo, observar na região torácica
duas modalidades: uma, a pilosidade se acumula exclusivamente ou de modo
predominante sobre as regiões mamilares, deixando livre a zona do esterno; na outra,
acumula-se nessa região respeitando as zonas mamilares. No dorso, que entre muitos
homens é desprovida de pelos, a pilosidade adota também, quando aí se desenvolve,
duas disposições bastante típicas, ou antes, se apropria das fossas sub-escapulárias e
região deltóide, ou então, a mais dessas duas zonas, cobrindo as regiões infra-
escapulárias e o sacro, onde procura formar um verdadeiro tufo, semelhante a um
penacho (ou cauda), como já foi dito anteriormente. Muitas outras variedades poderiam
ser citadas. Uma das mais raras é a distribuição da pilosidade que denominamos de "tipo
faunesco", onde o tronco e os braços ficam lisos ou quase lisos, enquanto os membros
inferiores, o sacro e o púbis cobertos de pelos.
Aí, como no rosto, podemos distinguir dois tipos de hirsutismo: um juvenil, que
compreende as três primeiras zonas da enumeração anterior (ante-braço, pernas e tórax)
e que aparece nos primeiros anos da maturidade masculina - única que chegam a
apresentar muitos homens, o que se observa também na maioria das mulheres atingidas
de hirsutismo viril. O outro tipo, total ou adulto, é a forma final, aquela que se observa
entre os homens maduros, no hirsutismo muito completo, e entre raras mulheres
apresentando um hirsutismo intenso patológico.
A raça e a cor dos pelos influem bastante no grau de desenvolvimento desse
caráter. As formas intensas de hirsutismo são muito mais frequentes entre os indivíduos
morenos das raças do sul. Em tais raças - o mesmo se aplicando às mulheres - um
hirsutismo de primeiro grau (pernas e antebraço) é tão frequente que seu caráter
fisiológico não mais depende, em realidade, de sua presença, mas de sua intensidade.
Devo insistir sobre um caráter que me parece essencial na cronologia dessa
pilosidade e daquelas que já temos estudado: a lentidão da evolução. Nos casos normais,
essa aparição sucessiva de zonas pilosas se opera no decorrer de muitos anos, e não se
acelera senão em idade muito avançada. Mais ou menos pelos quarenta anos, sobrevém,
geralmente, em muitos homens, um impulso súbito da pilosidade, que não cessará senão
na velhice; coincide muitas vezes com a aparição ou acentuação da calvície.
Devemos lembrar que muitas crianças, de ambos os sexos, sobretudo no
feminino, apresentam, ao nascer, pilosidade no tronco, especialmente no dorso e nas
extremidades, em particular no ante-braço (1). Tal penugem persiste durante alguns
anos. nos casos de infantilismo patológico até uma idade mais adiantada, tal como já foi
observado. É preciso, pois, descobrir aí um verdadeiro sintoma desse infantilismo.
A significação desse lanuge fetal é muito discutível e não nos foi possível
estudá-lo até agora; mas, pode-se conjecturar que, quando se iniciam nas primeiras fases
do desenvolvimento as preponderâncias masculinas ou femininas, logo dessa "primeira
puberdade" de Steinach, predominam, sem dúvida, influências virilóides, que
desaparecem mais tarde, porém deixando o sinal indelével da pilosidade.
Algumas vezes, tal pilosidade precoce desaparece espontaneamente na menina,
logo que chega a verdadeira puberdade, se a influência feminina adquire o necessário
vigor. O mais provável é que essa pilosidade do recém-nascido - assim como os cabelos
anteriormente estudados - pouca relação tem com os caracteres sexuais definitivos,
propriamente post-púberos. Mas, de todos os modos, as mulheres fortemente providas
de lanugem infantil são aquelas que mais tarde, no decorrer da vida, apresentam a maior
predisposição ao hirsutismo fisiológico ou patológico.
Duas palavras sobre os cabelos anelados ou frisados:
São, desde logo, um caráter racial (cabelos encaracolados nos negros, lisos nos
amarelos, ondulados dos brancos). Em nossas raças brancas, constituem, de outro modo,
um caráter juvenil, poderíamos dizer, fetal; o feto nasce, muito comummente, com
cabelos anelados, que se alisam depois. Os cachos persistem muitas vezes durante toda a
infância, mas raramente depois da juventude, e excepcionalmente até a maturidade. Os
cachos sendo um atributo da mocidade, explica-se a sua razão de ser mais frequente na
mulher.
(1) Nem sempre, dizemos nós, obediente, muitas vezes, à questão da inter-sexualidade
por que tanto se bate o insigne Dr. Marañon, porquanto, é mesmo usual dizer-se "unha
feminina" e "unha masculina" par aos sexos inversos.
Notemos, enfim, que a propósito desse caráter sexual, como de todos os outros,
pode-se observar uma inversão parcial, isto é, que no homem uma voz nitidamente
afeminada pode coincidir com a sexualidade morfológica e funcional tipicamente
masculina. E vice-versa, uma voz grave coexistir em uma senhora com uma
feminilidade perfeita, embora que, de ordinário, a inversão da voz não se apresenta
como um caráter isolado, mas fazendo parte de um vasto conjunto de síndromes inter-
sexuais".
Sabe-se, acrescentamos nós, que outrora, os pequenos do "Coro da Capela
Sixtina" - para manterem a voz afeminada - passavam por uma intervenção cirúrgica
( castração que os transformava em verdadeiros eunucos), que lhes dava ainda outras
características feminís, como por exemplo, o desenvolvimento dos seios e dos quadris.
Convém, ainda, notar que o temor, o susto, etc. provocam momentaneamente, a
modificação do timbre da voz em certos indivíduos de qualquer sexo.
Para terminar: a um clarividente, o que é mais notável para distinguir um sexo
do outro, desde criança, o tamanho do chacra raiz ou muladara. No sexo feminino ele é
muito maior do que no masculino. E se se trata de uma senhora que já teve diversos
filhos, o tamanho é por demais notável para escapar a indivíduos possuidores de
semelhante privilégio. contrariamente, possui o homem mais desenvolvido o coronal
(ou Sahasrara) do que a mulher. E isso, para provar que o homem tem maior
desenvolvimento mental (ou inteligência) do que a mulher (com as devidas exceções de
todas as regras), cuja função principal é a da maternidade. (Veja-se o que diz, em outros
lugares, Gina Lombroso, como valioso testemunho do que acabamos de afirmar). Nada,
entretanto, de maior valor para a nítida compreensão de nossas anteriores palavras do
que as próprias vidas dos "manus raciais", onde o "Homem ensina aos de seu sexo as
coisas do espírito, enquanto sua esposa, às suas companheiras, as que dizem respeito ao
lar, à maternidade, etc."