Deleitar Ensinar
Comover
Objetivos:
• Pretende agitar as consciências (abrir os olhos),
conduzir à reflexão.
• Pretende evitar o mal e preservar o bem (sal que tenta
salgar).
1. INTRODUÇÃO – CAPÍTULO I
Pregadores:
Difundem a doutrina Doutrina Ouvintes
de Cristo. Funções: Aqueles que
recebem a doutrina.
Conserva Purifica
Aqueles que já estão Converter os corruptos,
convertidos. hereges.
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PREGADORES “SAL” OUVINTES “TERRA”
“SAL NÃO SALGA” “TERRA NÃO SE DEIXA SALGAR”
Falsa doutrina “ Não pregam a Recusa da verdadeira doutrina “(…)
verdadeira doutrina” ouvintes, sendo verdadeira a doutrina
que lhes dão, a não querem receber”
Palavras = comportamento: Imitação de comportamentos
”Dizem uma coisa e fazem outra” incorretos “querem antes imitar o que
eles fazem, que fazer o que dizem”
Vaidade dos pregadores (“Se Egocentrismo, satisfação das
pregam a si e não a Cristo”) vontades (“em vez de servir a Cristo,
servem a seus apetites”)
1.3 Recursos
o QUESTÕES RETÓRICAS:
• Efeito rítmico
• Retardamento da solução para aguçar a curiosidade
• Induz à reflexão
• Captar a atenção do auditório - “CAPTATIO
BENEVOLENTIA”
o ARGUMENTO DE AUTORIDADE – solução de Cristo para
os pregadores que não pregam a verdadeira doutrina
o ALEGORIA – figura de estilo que consiste na
apresentação de metáforas ou comparações que servem
para concretizar um pensamento ou uma realidade
abstrata. (sal – doutrina, terra – ouvintes/auditório
o ANÁFORA, METÁFORA, REPETIÇÃO…
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"(...) para que procedamos com alguma clareza, dividirei,
peixes, o vosso sermão em dois pontos: no primeiro louvar-
vos-ei as vossas atitudes, no segundo repreender-vos-ei os
vossos vícios.
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COMPARAÇÃO
Sto. Sto. Sto. Pregador
António António António - O peixe
- Abria a - A língua - 22 ensinou o
boca contra de Sto. pescadores pregador a
os hereges. António tremeram ao olhar para
- Curava a domou as ouvir as cima (Céu) e
cegueira. paixões palavras de para baixo
- Lançava humanas. Sto. António e (Inferno).
fora os converteram-
demónios. se.
2.2.1. Recursos:
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o Ironia: "Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não
prego a vós, prego aos peixes!"
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Pilatos
muita arrogância,
pouca firmeza
Os parasiti vivem na Toda a
Pegador smo dependência dos família da
es grandes, morrem com corte de
eles Herodes
morrem queimados
O Polvo traição ataca sempre de Judas
emboscada porque se
disfarça
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Peixes Santo António
Os Roncadores: soberbos e tendo tanto saber e tanto
orgulhosos, facilmente poder, não se orgulhou disso,
pescados antes se calou. Não foi
abatido, mas a sua voz ficou
para sempre
Os Pegadores: parasitas, pegou-se com Cristo a Deus
aduladores, pescados com os e tornou-se imortal
grandes
Os Voadores: ambiciosos e tnha duas asas: a sabedoria
presunçosos natural e a sabedoria
sobrenatural. Não as usou por
ambição; foi considerado leigo
e sem ciência, mas tornou-se
sábio para sempre
O Polvo: traidor Foi o maior exemplo da
candura, da sinceridade e
verdade, onde nunca houve
mentira
Episódio do Polvo
Divisão em partes:
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No camaleão, o mimetismo é um artifício de defesa contra os
agressores, no polvo é um artifício para atacar os peixes
desacautelados.
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ser sacrificado ofereçam a Deus não pecado mortal.
ser sacrificados Assim, Deus
ofereçam a Deus o não os quer.
sangue e a vida ofereçam a Deus o
respeito e a obediência
Orador Peixes
o Apostrofes:
Estes e outros louvores, estas e outras excelências de vossa
geração e grandeza vos pudera dizer, ó peixes..."
"Ah moradores do Maranhão..."
"Esta é a língua, peixes, do vosso grande pregador (...)"
"Peixes, contente-se cada um com o seu elemento."
"Oh alma de António, que só vós tivestes asas e voastes sem
perigo (...)"
"Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a tua maldade (...)"
o Antíteses:
Tanto pescar e tão pouco tremer!"
"No mar, pescam as canas, na terra pescam as varas (...)"
"(...) deu-lhes dois olhos, que direitamente olhassem para
cima (...) e outros dois que direitamente olhassem para baixo
(...)"
"A natureza deu-te a água, tu não quiseste senão o ar (...)"
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"(...) traçou a traição às escuras, mas executou-a muito às
claras."
"(...) António (...) o mais puro exemplar da candura, da
sinceridade e da verdade, onde nunca houve dolo,
fingimento ou engano."
"Oh que boa doutrina era esta para a terra, se eu não
pregara para o mar!"
o Comparações:
Certo que se a este peixe o vestiram de burel e o ataram
com uma corda, parecia um retrato marítimo de Santo
António."
"O que é a baleia entre os peixes, era o gigante Golias entre
os homens."
"(...) com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge;
com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela;
com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma
brandura (...)"
"As cores, que no camaleão são gala, no polvo são malícia
(...)"
"(...) e o salteador, que está de emboscada (...) lança-lhe os
braços de repente, e fá-lo prisioneiro. Fizera mais Judas?"
"Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a tua maldade, pois Judas em
tua comparação já é menos traidor
o Paralelismos e Anáforas:
Ou é porque o sal não salga, e os pregadores...;
ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes...
Ou é porque o sal não salga, e os pregadores...;
ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes...
Ou é porque o sal não salga, e os pregadores...;
ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes..."
"Deixa as praças, vai-se às praias;
deixa a terra, vai-se ao mar..."
"Quantos, correndo fortuna na Nau Soberba (...), se a língua
de António, como rémora (...)
Quantos, embarcados na Nau Vingança (...), se a rémora da
língua de António (...)
Quantos, navegando na Nau Cobiça (...), se a língua de
António (...)
Quantos, na Nau Sensualidade (...), se a rémora da língua de
António (...)"
"(...) com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge;
com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela;
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com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma
brandura (...)"
"Se está nos limos, faz-se verde;
se está na areia, faz-se branco;
se está no lodo, faz-se pardo (...)"
o Enumeração:
No mar, pescam as canas, na terra pescam as varas (e tanta
sorte de varas); pescam as ginetas, pescam as bengalas,
pescam os bastões e até os cetros pescam (...)"
"(...) que também nelas há falsidades, enganos, fingimentos,
embustes, ciladas e muito maiores e mais perniciosas
traições."
"Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com palavras; eu
lembro-me, mas não ofendeis a Deus com a memória; eu
discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento;
eu quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade."
o Metáforas
"Esta é a língua, peixes, do vosso grande pregador, que
também foi rémora vossa, enquanto o ouvistes; e porque
agora está muda (...) se veem e choram na terra tantos
naufrágios."
"(...) pois às águias, que são os linces do ar (...) e aos linces
que são as águias da terra (...)"
"(...) onde permite Deus que estejam vivendo em cegueira
tantos milhares de gentes há tantos séculos?!"
" (...) vestir ou pintar as mesmas cores (...)"
"(...) e o polvo dos próprios braços faz as cordas
o Paradoxos:
a terra e o mar tudo era mar."
"E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia
tão santa (...) o dito polvo é o maior traidor do mar."
"hipocrisia tão santa"
o Trocadilhos
Os homens tiveram entranhas para deitar Jonas ao mar, e o
peixe recolheu nas entranhas a Jonas, para o levar vivo à
terra."
"E porque nem aqui o deixavam os que o tinham deixado,
primeiro deixou Lisboa, depois Coimbra, e finalmente
Portugal."
"(...) o peixe abriu a boca contra quem se lavava, e Santo
António abria a sua contra os que se não queriam lavar."
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o Interrogações retóricas
qual será, ou qual pode ser, a causa desta corrupção?"
"Não é tudo isto verdade?"
"(...) que se há de fazer a este sal, e que se há de fazer a
esta terra?"
"Que faria neste caso o ânimo generoso do grande António?
(...) Que faria logo? Retirar-se-ia? Calar-se-ia? Dissimularia?
Daria tempo ao tempo?"
"(...) onde permite Deus que estejam vivendo em cegueira
tantos milhares de gentes há tantos séculos?!"
o Ironia
Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não prego a vós,
prego aos peixes."
"E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia
tão santa (...) o dito polvo é o maior traidor do mar."
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