Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SÉRIE / FILOSOFIA
Procurar estabelecer uma beleza real, ou uma deformidade real, é uma investigação tão
infrutífera como procurar determinar uma doçura real ou um amargor real. Conforme a
disposição dos órgãos do corpo, o mesmo objeto tanto pode ser doce como amargo, e o
provérbio popular afirma com muita razão que gostos não se discutem. É muito natural, e
mesmo absolutamente necessário, aplicar este axioma ao gosto mental, além do gosto
corpóreo, e assim o senso comum, que tão frequentemente diverge da filosofia [...], ao menos
num caso está de acordo em proferir idêntica decisão.
(HUME, David. Do padrão do gosto. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,1992, p. 262).
O trecho acima corresponde a uma passagem na qual Hume procura descrever a posição de
alguns filósofos seus contemporâneos para os quais o gosto é uma expressão de certos
sentimentos e, desse modo, não comporta uma decisão em termos de verdade ou falsidade,
como ocorre no caso de outros juízos nos quais emitimos nossas opiniões. Essa posição, caso
fosse correta, impossibilitaria o estabelecimento de um padrão de gosto, ou seja, de uma regra
capaz de conciliar as diversas opiniões dos homens no que diz respeito ao valor de uma obra
de arte, por exemplo. Segundo Hume, essa posição coincide com o famoso provérbio de que
gosto não se discute, o qual, por sua vez, parece refletir o pensamento da maior parte das
pessoas, ou seja, do senso comum.
a) A partir do que foi dito acima, e com base em outras informações contidas no texto,
APRESENTE os argumentos de Hume que problematizam esse famoso provérbio.
b) Com base em suas próprias experiências, APRESENTE e JUSTIFIQUE a sua posição
pessoal em relação a esse mesmo provérbio.
1
A figura acima mostra um recurso usado para conter um processo natural agravado pelas
ações antrópicas, no qual 1a combinação da ação mecânica do ar, da temperatura e da água,
juntamente com as ondas e as correntes marinhas, 2envolvidas no transporte de sedimentos,
atinge a praia do Icaraí, no Ceará. Como o problema apresentado envolve os moradores do
local, a articulação de ações relativas à política governamental com o conhecimento técnico
não pode estar desvinculada da participação da comunidade, engajada em sanar o problema.
Um tipo de engajamento político é o que ocorre por meio da cultura, em particular, por meio da
arte. Diversos diretores teatrais já abordaram o tema dos efeitos das ações humanas sobre a
natureza. Antunes Filho, renomado diretor teatral brasileiro, na montagem da peça Medeia, de
2001, apresenta a personagem Medeia como símbolo de Gaia (a Terra), que se revolta contra
sua própria criação, devido aos abusos cometidos contra ela. Nessa peça, o cenário
compunha-se dos quatro elementos considerados constitutivos da natureza na Antiguidade
Grega.
a) No mundo ocidental, por influência de Aristóteles, a técnica não é considerada algo positivo,
visto que sua primazia, na relação com o espaço geográfico, contribui para o aumento da
ação antrópica destrutiva da natureza, como o aludido na figura.
b) Uma das características do teatro contemporâneo, como indica o exemplo da peça referida
no texto, é a busca pela pureza de estilo, que implica a manutenção de textos em sua forma
e seu conteúdo integrais, o que é coerente com o caráter universal das peças teatrais
contemporâneas.
A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de
atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por
isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às
ideias universais que os pressupõem.
2
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam
perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um
fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que
veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte
poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a
aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas
segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e
a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
3
A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da Acrópolis – onde ficavam os
templos como o Parthenon –, o Teatro de Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça
Pública) e as casas dos moradores.
Para Aristóteles, a boa convivência entre os habitantes da cidade ideal não seria nunca obtida
com a mera apathia (ausência de paixões) platônica, mas somente através de uma boa medida
entre razão e afetividade. Enfim, a arte não apenas é capaz de nos trazer saber, ela tem
também uma função edificante e pedagógica.
(FEITOSA, C. Explicando a filosofia com arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p.123.)
Com base na figura, no texto, nos conhecimentos sobre Aristóteles e na ideia de que os
espaços do Teatro, da Ágora, dos Templos na cidade de Atenas foram imprescindíveis para a
vocação formativa da arte na Grécia Clássica, considere as afirmativas a seguir.
I. A catarse propiciada pelas obras teatrais trágicas apresentadas na cidade grega operava uma
transformação das emoções e tornava possível que os cidadãos se purificassem e saíssem
mais elevados dos espetáculos.
II. A obra poética educava e instruía o cidadão da cidade grega, e isso acontecia por
consequência da satisfação que este sentia ao imitar os atos dos grandes heróis que eram
encenados no teatro.
III. O poeta demonstrava o universal como possível ao criar modelos de situações exemplares,
que permitem fortalecer o sentimento de comunidade.
IV. O belo nas diversas artes, como nos poemas épicos, na tragédia e na comédia,
desvinculava--se dos laços morais e sociais existentes na polis, projetando-se em um
mundo idealizado.
4
6. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no
mundo contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na
contemporaneidade por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos limites
determinados por Platão e afirma que
a) a arte não tem como fim a verdade.
b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social terapêutica.
c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das coisas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
8. (Ueg 2012) Aristóteles é considerado por muitos estudiosos como o primeiro crítico literário.
Sua vasta produção, além de abordar Política, Biologia, Metafísica e Ética, também trata de
Poética. Acreditava que um grande poeta, como Homero, deveria ser considerado também um
filósofo. Nesse sentido, Aristóteles defendia que a Poesia é superior à História porque
a) a beleza formal dos versos poéticos não poderia ser igualada ao texto informativo dos
historiadores.
b) a poesia lida com conceitos universais, enquanto a narrativa histórica precisa focar um tema
específico.
c) a poesia poderia ser transformada em peças dramáticas, enquanto textos de história só
poderiam ser lidos.
d) o número de leitores de poesia era muito superior ao de leitores de textos sobre história, na
Grécia Antiga.
9. (Uem 2012) “Para os filósofos gregos, a poesia, a pintura, a escultura e até mesmo a
música são artes miméticas, que têm por essência a imitação”
(NUNES, Benedito. Introdução à filosofia da arte. 5ª. ed. São Paulo: Ática, 2010, p.37).
10. (Unicentro 2012) A alternativa que não é uma expressão artística brasileira é a indicada em
5
a) o quadro Abapuru, de Tarsila do Amaral.
b) o Teatro do Oprimido, de Augusto Boal.
c) a Semana de Arte Moderna de 1922.
d) o quadro Guernica, de Picasso.
e) os Profetas, de Aleijadinho.
11. (Uem 2012) “A Estética, enquanto reflexão filosófica, busca compreender, num primeiro
momento, o que é beleza, o que é belo. A preocupação com o belo, com a arte e com a
sensibilidade” é própria da reflexão estética. Não se trata de “uma discussão de preferências,
simplesmente com o fim de uniformizar os gostos. Então, ela não poderá ser normativa,
determinando o que deve ser, obrigatoriamente, apreciado por todos.”
Ainda assim, a tentativa de uma definição do belo vem acompanhando a História da Arte há
muito tempo, sendo correto afirmar que
01) os padrões clássicos de beleza, como harmonia, simetria, equilíbrio e proporcionalidade
exerceram uma influência tão acentuada em todos os períodos da História, que só viriam a
ser confrontados nos anos 60 do século XX, com a Pop Art de Andy Warhol.
02) o desenvolvimento da sociedade industrial e as inovações nas tecnologias de
comunicações passaram a interferir na formação e no redimensionamento dos padrões de
beleza. O poder dos veículos de comunicação de massa buscou uniformizar, cada vez
mais, esses ideais de beleza, direcionando-os para o consumo.
04) Sócrates, já na antiguidade, lançava mão de um conceito familiar aos tempos modernos,
algo como uma estética funcionalista, ao associar o belo ao útil pois, para ele, sempre que
um objeto cumpria sua função era belo. Desta forma, o filósofo refletia, em parte, o
pensamento artístico grego.
08) na Idade Média, com a valorização da fé e da espiritualidade trazida pelo cristianismo, o
corpo humano foi associado ao mundo material e aos valores terrenos. Em consequência
disso, passou a ser visto como oposto à busca do divino, tornando-se símbolo do pecado e
contrário ao que se considerava belo.
16) Aristóteles associava o conceito de belo ao conceito de bom, e, para ele, as artes tinham
uma função moral e social, ao reforçarem os laços da comunidade. Por esse motivo,
preferia a tragédia, pois, nela, a imitação das ações humanas (boas ou más) reproduziriam
um efeito chamado de catarse, ou seja, uma purificação dos sentimentos ruins a partir da
sua visualização na arte.
12. (Unicentro 2012) Em relação às funções da Arte, analise as afirmativas e marque com V as
verdadeiras e com F, as falsas.
A partir da análise dessas afirmativas, a alternativa que indica a sequência correta, de cima
para baixo, é a
a) V V F F F
b) F V V V F
c) F V F V V
d) V F V F F
e) F F V F V
6
efetivamente, o belo é ligado tão intimamente a subjetividade humana que se define, no limite,
pelo prazer que proporciona, pelas sensações ou pelos sentimentos que suscita em nós.
(…) Com o nascimento do gosto, a antiga filosofia da arte deve, portanto, ceder lugar a uma
teoria da sensibilidade”.
Luc Ferry.
Assinale a alternativa que não está relacionada com a Estética como disciplina filosófica.
a) Estética e a tradução da palavra grega aisthetiké que significa “conhecimento sensorial,
experiência sensível, sensibilidade”; só na modernidade, por volta de 1750, foi utilizada para
referir-se aos estudos das obras de artes enquanto criações da sensibilidade tendo como
finalidade o belo.
b) Desde seu nascimento como disciplina específica da filosofia, a Estética afirma a autonomia
das artes pela distinção entre beleza, bondade e verdade.
c) Ainda que a obra de arte seja essencialmente particular, em sua singularidade única ela
oferece algo universal. Eis a peculiaridade do juízo de gosto: proferir um julgamento de valor
universal tendo como objeto algo singular e particular.
d) A Estética não cabe apenas ocupar-se com o sentimento de beleza, mas também com o
sentimento de sublime.
e) Considerando que tanto o gosto do artista quanto os gostos do publico são individuais e
incomparáveis e que, portanto, “gosto não se discute”, a Estética como disciplina da filosofia
está destinada ao fracasso, pois não é possível dar universalidade ao juízo de gosto.
14. (Ufsm 2012) Tolstoi apelava para a moral por achar óbvio que o fato de gostarmos de uma
obra de arte ou a apreciarmos de um jeito ou de outro era uma questão exclusivamente
subjetiva. Qualquer tentativa de prescrever padrões objetivos de gosto está condenada ao
fracasso. Mas havia um modo de julgar objetivamente uma obra de arte: quanto ao seu
conteúdo moral. Assim, por exemplo, ao avaliar se um romance é bom ou ruim, estamos
apenas manifestando as nossas opiniões. Mas quando indagamos se o romance transmite uma
mensagem moralmente virtuosa, podemos chegar a uma conclusão com que todos os
julgadores sensatos podem concordar. Esse argumento é importante, porque tem
consequências para a subvenção pública da arte. Tolstoi achava injustificável subvencionar as
artes se o valor delas estava apenas no prazer que proporcionavam. Por que subsidiar alguns
prazeres, como a ópera e a dança, e não outros, como a bebida?
I. Segundo o texto, o conteúdo moral de uma obra de arte é uma questão objetiva.
II. Segundo o texto, o conteúdo estético de uma obra de arte não é uma questão subjetiva.
III. Segundo o texto, o Estado deve subvencionar a bebida.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e II.
e) apenas II e III.
7
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter mimético das narrativas poéticas e sua
relação com a alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada superior e responsável pela capacidade de
pensar, é elevada pela natureza mimética da poesia à contemplação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para controlar e dominar a parte irascível da alma
é considerado excelente prática propedêutica na formação ética do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racionalidade e sabedoria, deve ser
incorporada ao Estado ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é justamente aquele que estimula, na alma
humana, os elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos miméticos das narrativas poéticas permite ao
indivíduo alcançar a visão das coisas como realmente são.
8
Gabarito:
Resposta da questão 1:
Para Hume, a) existe muita razão no provérbio que afirma os gostos não serem discutíveis,
isso porque a busca pelo estabelecimento de uma beleza real, de uma feiura real, é tão
inapropriada quanto a busca pelo doce real ou o amargo real, quer dizer, é tão inapropriada
quanto a busca pela definição exata daquilo que se define unicamente em relação com algo. O
doce nunca é exatamente doce, mas doce enquanto se tem uma percepção sensível que
nomeia isso doce. O belo funcionaria do mesmo modo e, por conseguinte, seria algo relativo ao
momento da percepção e não a uma qualidade essencial.
Observando a experiência comum, b) posso constatar como sempre em uma discussão entre
amigos, ou até desconhecidos, surge a impossibilidade de definições fundamentais de acordo
com as quais reconheceríamos conjuntamente o belo universal. E a simples existência de
inúmeros tipos de arte (variadas pinturas, esculturas, músicas, etc.) já apresenta o sublime de
múltiplas maneiras dependentes de contextualizações e da relação entre o homem e o
universo. Dizendo de maneira direta, o sublime é resultado de processo construído de modo
empírico através da mudança do relacionamento entre indivíduo e coisa que se transforma em
um relacionamento particular, talvez comunicável, entre sujeito e obra de arte.
Resposta da questão 2:
a) Incorreto. No mundo ocidental, a técnica é muito valorizada. O Ocidente herda do
positivismo e do cientificismo o entusiasmo pela técnica, que passa a funcionar de maneira
ambígua na sociedade contemporânea. Ainda que tenha sido o avanço da técnica a
possibilitar esse cenário de degradação ambiental, espera-se que essa mesma técnica
possa trazer as soluções para os males gerados ou agravados pela ação antrópica.
b) Incorreto. O teatro contemporâneo, da forma como é apresentado no texto, visa ao
engajamento político e não à pureza estética.
Resposta da questão 3:
[A]
Resposta da questão 4:
[B]
Não pode ser submetida aos mesmos critérios que regem a razão, diferentemente da
autonomia libertária na qual o uso da razão conduz o indivíduo para um fim. Este fim é
intencional e serve para tornar o homem mais consciente de si e promover sua independência
racional, criando assim, condições para agir de forma direcionada e intencional. Já autonomia
estética não possui um fim em si, ela serve como forma de fruição, ou seja, sua apreciação não
direciona a uma elevação, a uma intenção para algo. Desta forma, quando tornamos a arte
9
racional, desprovemo-la de suas qualidades intrínsecas e a tornamos um instrumento que não
promove uma autonomia por si. Quando se direciona a arte por meio da razão instrumental,
descaracteriza-se sua fruição. Em outras palavras, para que a arte seja preservada, não
submeter à arte ao mercado (razão instrumental), pois se tem aí o empobrecimento de sua
capacidade representativa e expressiva.
Resposta da questão 5:
[D]
Inicialmente, vale lembrar que Platão não nunca afirmou que o cidadão deveria ser apático, o
filósofo afirmava que o cidadão e a cidade ideais eram aqueles cuja razão dominava a parte da
alma relativa aos desejos. Se Platão triparte a alma, e uma dessas partes é a parte
desiderativa, então como ele poderia negar a existência dessa parte dizendo que o homem
deve ser apático? O homem deveria amputar sua alma? E, também, Platão nunca negou a
importância do amor e o seu páthos. Em segundo lugar, lembremos que a teoria política de
Aristóteles não preconiza exatamente uma cidade ideal, pois ele argumenta que cada
agrupamento possui suas peculiaridades próprias e necessita das leis mais convenientes
segundo a ciência política.
Resposta da questão 6:
Questão anulada no gabarito oficial.
Mímesis é basicamente, para esses filósofos antigos, imitação da natureza. Para Platão, toda
criação é imitativa, ou seja, faz uma referência vaga e repleta de falhas àquilo que é perfeito, à
ideia. Para Aristóteles, a criação é imitação no sentido de representação e, sobre a arte
dramática, por exemplo, ele afirmará que esta representação possui um efeito catártico.
Portanto, ambos viam a arte a partir do viés da imitação da natureza, porém o primeiro de
acordo com uma posição negativa e o segundo de acordo com uma posição positiva.
Resposta da questão 7:
02 + 04 + 08 = 14.
Discussões sobre juízo de gosto são extremamente complexas. Não apenas pelas disputas
normais entre o que cada indivíduo considera ser belo, mas também pelas complexas relações
estruturais envolvidas na realização de um juízo de gosto. A estética, criação de Baumgarten
(1714-1762), é a ciência da experiência sensível e, por conseguinte, o maior conhecimento
possível neste âmbito é o conhecimento do belo. Seguindo em parte Baumgarten, Kant
considerava a possibilidade de um conhecimento sobre o belo que permitisse um juízo
universal de gosto que definisse a beleza indiscutível de algo. Porém, as discussões dos
iluministas sobre o belo não são resumidas tão simplesmente em uma ciência sobre a
experiência sensível ou em uma teoria sobre o ato contemplativo. Ao contrário, elas são
desenvolvidas em variadas teorias sobre a relação entre o sujeito e o objeto artístico e tornam-
se mais complexas de tal maneira que atingem o nível da pós-modernidade, envolvendo, por
exemplo, em Walter Benjamin o caráter cultural da arte e o papel da indústria na produção
desses novos objetos artísticos.
Resposta da questão 8:
[B]
Segundo Aristóteles, a diferença básica entre a história e a poesia é que a primeira trata de
acontecimentos particulares, que já ocorreram, enquanto que a poesia trata do universal, do
que poderia ocorrer. É por esse mesmo motivo que a poesia é considerada superior à história.
Resposta da questão 9:
01 + 02 + 16 = 19.
As alternativas [01], [02] e [16] são corretas e correspondem à concepção de Arte dos três
principais filósofos da Grécia Clássica: Sócrates, Platão e Aristóteles. No caso de Heráclito, sua
10
visão é crítica em relação à arte e ele não considera a natureza como uma harmonia. Já sobre
o teatro, é também falso dizer que o ator representa a sua verdadeira personalidade.
Somente a alternativa [D] é correta. Este painel, do espanhol Pablo Picasso, foi feito para
evidenciar o sofrimento da cidade Guernica por ter sido bombardeada por aviões nazistas em
1937, durante a Guerra Civil Espanhola.
Dentre as afirmativas, somente a primeira é falsa. As críticas aos padrões clássicos de beleza
são anteriores aos trabalhos de Andy Warhol. Um dos principais críticos a esse padrão foi
Pablo Picasso que, já no início do século XX, desenvolveu, juntamente com outros artistas, o
movimento do cubismo, que corresponde a uma forma de manifestação estética bastante
diversa daquela clássica.
1. (F) - Como bem afirma a quarta afirmativa, a arte possui ao menos três funções e, dentre
elas, a função utilitária;
2. (V) - O naturalismo se associa à arte grega clássica na medida em que a arte era vista como
imitação da Natureza;
3. (V) - O Barroco está muito relacionado com o movimento de Contrarreforma, implementado
pela Igreja Católica;
4. (V) - Estas três funções são apresentadas no livro Temas de Filosofia. Deve-se considerar
que as três funções não são necessariamente excludentes entre si;
5. (F) As funções das obras de arte variam conforme o tempo, a intenção, e a cultura.
A alternativa [E] é a incorreta. Esta apresenta a visão de senso comum a respeito do gosto, o
que é bem diferente da investigação filosófica a respeito da estética. Afirmar que a estética está
destinada ao fracasso utilizando-se do argumento de que “gosto não se discute” corresponde a
um erro metodológico.
Somente a afirmativa I é correta. Segundo o texto, o conteúdo estético é uma questão subjetiva
("o fato de gostarmos de uma obra de arte ou a apreciarmos de um jeito, ou de outro, era uma
questão exclusivamente subjetiva"). Já o conteúdo moral de uma obra de arte corresponde a
uma questão objetiva ("Mas havia um modo de julgar objetivamente uma obra de arte: quanto
ao seu conteúdo moral"). Por fim, a afirmação de que o Estado deve subvencionar a bebida
não possui qualquer relação com o texto.
Em todas as suas expressões (poesia, arte pictórica e plástica), a arte constitui, do ponto de
vista ontológico, uma “mimesis”, uma “imitação” de realidades sensíveis. Em Platão, as coisas
sensíveis representam, sob o aspecto ontológico, uma “imagem” do eterno “paradigma” da
Ideia e, por isto, se afastam do verdadeiro à medida que a cópia destoa do original.
11