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Conferencia dos Aliados: A Carta de Atlântico e as

Cimeiras de, Terão e Yalta

José Muchanga;1

Índice
1. Introdução ........................................................................................................................................... 2
2. Contextualização ................................................................................................................................. 3
3. Conferência de Teerã, 1943 ................................................................................................................ 4
5.Conclusão............................................................................................................................................. 7
6. Cronologia........................................................................................................................................... 8
7. Anexos ................................................................................................................................................ 9
8. Bibliografia ....................................................................................................................................... 10

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Historiador
1. Introdução

Durante 1943 e 1945 ocorreram diversos encontros e conferências entre os Aliados para tratar
dos rumos da guerra e do novo ordenamento mundial do pós-guerra. Seis desses encontros
tiveram especial importância. Em Janeiro de 1943, o presidente norte-americano Franklin
Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill encontraram-se em Casablanca,
no Marrocos, para tratar, entre outros assuntos, do desembarque na Sicília e da intensificação
do bombardeio norte-americano sobre o território alemão. (PENHA, 2007: 280).

Em Novembro de 1943 foi a vez de Roosevelt e Churchill reunirem-se com Chiang Kai-chek
no Cairo, no Egipto, para acertar as operações militares contra o Japão. Entre Novembro e
Dezembro de 1943, Roosevelt, Churchill e Stalin reuniram-se em Teerã, no Irã, para discutir
detalhes do desembarque aliado na França, a ofensiva soviética contra a Alemanha e as novas
fronteiras da Polónia. (Ibidem 283)

Carta do Atlântico, declaração conjunta emitida em 14 de agosto de 1941,Segunda Guerra


Mundial, pelo primeiro-ministro britânico, Winston Churchill e Pres. Franklin D. Roosevelt,
dos ainda não-beligerantes Estados Unidos, após quatro dias de conferências a bordo de
navios de guerra ancorados na baía de Placenta, na costa da Terra Nova. (Ibidem)

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2. Contextualização

O primeiro envolvimento dos Estados Unidos nas conferências de guerra entre as nações
aliadas que se opunham às potências do Eixo na verdade ocorreu antes de a nação entrar
formalmente na Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1941, (KISSINGER, 1994: 658).O
presidente Franklin Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill se reuniram
secretamente e elaboraram uma declaração de oito pontos de guerra conhecida como Carta do
Atlântico, que incluía uma promessa de que os aliados não aceitariam mudanças territoriais
resultantes da guerra na Europa. Após o ataque japonês a Pearl Harbor, as conferências de
guerra concentraram-se em estabelecer uma segunda frente. (PENHA, 2007: 287).

A carta do Atlântico foi uma declaração de objectivos comuns, a carta sustentava que: (1)
nenhuma nação buscava qualquer engrandecimento; (2) não desejavam mudanças territoriais
sem o consentimento livre dos povos interessados; (3) eles respeitavam direito de cada povo
de escolher sua própria forma de governo e queria soberana direitos e autogoverno
restaurados àqueles que foram forçados a privá-los; (4) eles tentariam promover a igualdade
de acesso de todos os estados ao comércio e às matérias-primas; (5) eles esperavam promover
a colaboração mundial para melhorar os padrões de trabalho, o progresso económico e a
seguridade social; (6) após a destruição da “tirania nazista”, eles procurariam uma paz sob a
qual todas as nações pudessem viver seguramente dentro de suas fronteiras, sem medo ou
carência; (7) sob tal paz, os mares devem ser livres; e (8) na pendência de uma segurança
geral por meio da renúncia à força, os agressores em potencial devem ser desarmados.
(PENHA, 2007: 289).

A Carta do Atlântico foi posteriormente incorporada por referência na Declaração das Nações
Unidas (1º de Janeiro de 1942). (ibidem: 290).

Em Casablanca, em Janeiro de 1943, Roosevelt e Churchill concordaram em lutar até que as


potências do Eixo se rendessem incondicionalmente. Em uma reunião em Novembro de 1943
no Egipto com o líder chinês Chiang Kai-shek , Roosevelt e Churchill concordaram com um
papel preeminente para a China na Ásia do pós-guerra. (KISSINGER, 1994: 390).

A próxima grande conferência de guerra incluiu Roosevelt, Churchill e o líder da União


Soviética, Joseph Stalin. Reunidos em Teerã após a Conferência do Cairo, os “Três Grandes”
garantiram a confirmação do lançamento da invasão através dos canais e a promessa de Stalin
de que a União Soviética acabaria entrando na guerra contra o Japão. (Ibidem)

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3. Conferência de Teerã, 1943

A Conferência de Teerã foi uma reunião entre o presidente dos EUA, Franklin Delano
Roosevelt, o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill , e o primeiro-ministro soviético,
Joseph Stálin, em Teerã, no Irã, entre 28 de Novembro e 1º de Dezembro de 1943.

Segundo Kissinger durante a Conferência, os três líderes coordenaram sua estratégia militar
contra a Alemanha e o Japão e tomaram uma série de decisões importantes relativas à era
pós-Segunda Guerra Mundial. As conquistas mais notáveis da Conferência concentraram-se
nas próximas fases da guerra contra as potências do Eixo na Europa e na Ásia. (p. 308).

Roosevelt, Churchill e Stalin se engajaram em discussões sobre os termos pelos quais os


britânicos e americanos finalmente se comprometeram a lançar a Operação Overlord, uma
invasão do norte da França, a ser executada em Maio de 1944. Os soviéticos, há muito tempo
pressionados pelos Aliados abrir uma segunda frente, concordou em lançar outra grande
ofensiva na frente oriental que iria desviar as tropas alemãs da campanha aliada no norte da
França. Stalin também concordou em princípio que a União Soviética declararia guerra
contra o Japão após uma vitória aliada sobre a Alemanha. (Ibidem 310)

Kissinger (p.618) afirma que em troca de uma declaração soviética de guerra contra o Japão,
Roosevelt concordou com as exigências de Stalin para as Ilhas Curilas e a metade sul de
Sakhalin, e o acesso aos portos livres de gelo de Dairen (Dalian) e Port Arthur (Lüshun Port)
localizados no Península de Liaodong no norte da China. Os detalhes exactos relativos a este
acordo não foram finalizados, entretanto, até a Conferência de Yalta de 1945.

Em Teerã, os três líderes aliados também discutiram questões importantes sobre o destino da
Europa Oriental e da Alemanha no período pós-guerra. Stalin pressionou por uma revisão da
fronteira oriental da Polónia com a União Soviética para coincidir com a linha estabelecida
pelo ministro britânico das Relações Exteriores, Lord Curzon, em 1920. (Ibidem).

Para compensar a Polónia pela perda de território, os três líderes concordaram em mudar a
fronteira entre a Alemanha e a Polónia para os rios Oder e Neisse. Essa decisão não foi
formalmente ratificada até a Conferência de Potsdam de 1945. Durante essas negociações,
Roosevelt também assegurou de Stalin sua garantia de que as repúblicas da Lituânia, Letónia
e Estónia seriam reincorporadas à União Soviética somente depois que os cidadãos de cada
república votaram a questão em um referendo. (Ibidem 620)

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Stalin enfatizou, no entanto, que o assunto teria que ser resolvido “de acordo com a
constituição soviética”, e que ele não consentiria com qualquer controle internacional sobre
as eleições. Roosevelt, Churchill e Stalin também abordaram a questão da possível divisão da
Alemanha no pós-guerra nas zonas aliadas de ocupação e concordaram em fazer com que a
Comissão Consultiva Europeia "estudasse cuidadosamente a questão do desmembramento"
antes que qualquer decisão final fosse tomada. (WAACK, 2008: 53).

A cooperação internacional mais ampla também se tornou um tema central das negociações
em Teerã. Roosevelt e Stalin discutiram em particular a composição das Nações Unidas.
Durante a Conferência de Moscou dos Ministros das Relações Exteriores em Outubro e
Novembro de 1943, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a China e a União Soviética
assinaram uma declaração de quatro poderes cujo quarto ponto pedia a criação de uma
“organização internacional geral” destinada a promover “paz e segurança internacional”.
(Ibidem 55)

Em Teerã, Roosevelt delineou para Stalin sua visão da organização proposta na qual as
futuras Nações Unidas seriam dominadas por “quatro policiais” (Estados Unidos, Grã-
Bretanha, China e União Soviética) que “ teria o poder de lidar imediatamente com qualquer
ameaça à paz e qualquer emergência súbita que requer acção ”.(Ibidem 67)

Finalmente, os três líderes emitiram uma “Declaração dos Três Poderes em relação ao Irã”.
Dentro dela, eles agradeceram ao Governo iraniano por sua assistência na guerra contra a
Alemanha e prometeram fornecer assistência económica durante e depois da guerra. Mais
importante ainda, os governos norte-americanos, britânico e soviético afirmaram que todos
compartilhavam um “desejo pela manutenção da independência, soberania e integridade
territorial do Irã”.(Ibidem)

Roosevelt assegurou muitos de seus objectivos durante a Conferência. As União Soviética


haviam-se comprometido a entrar na guerra contra o Japão e expressou apoio aos planos de
Roosevelt para as Nações Unidas. Mais importante ainda, Roosevelt acreditava que ele havia
conquistado a confiança de Stálin ao provar que os Estados Unidos estavam dispostos a
negociar directamente com a União Soviética e, mais importante, garantindo a abertura da
segunda frente na França na primavera de 1944. No entanto, Stálin também ganhou
concessões provisórias sobre a Europa Oriental que seriam confirmadas durante as últimas
conferências de guerra. (WAACK, 2008: 84).

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4. Conferência de Yalta (de 4 a 11 de Fevereiro de 1945)

Conferência da Segunda Guerra Mundial dos três chefes Líderes aliados, Pres. Franklin D.
Roosevelt dos Estados Unidos, primeiro-ministro Winston Churchill da Grã-Bretanha e
Premier Joseph Stalin, da União Soviética, que se reuniu em Yalta, na Crimeia, para planejar
a derrota final e ocupação do nazista Alemanha. (CONTE, 1986: 59).

O último encontro de Roosevelt com Stalin e Churchill ocorreu em Yalta, na Crimeia, de 4 a


11 de Fevereiro de 1945.O objectivo era de saber como lidar com os países derrotados ou
liberados da Europa Oriental foi o principal problema discutido na conferência. Os acordos
alcançados, que foram aceitos por Stalin, pediam “autoridades governamentais interinas
amplamente representativas de todos os elementos democráticos da população e o
estabelecimento mais precoce possível através de eleições livres de governos que respondem
à vontade do povo”. (Ibidem 58-60).

Grã - Bretanha e os Estados Unidos apoiaram um Governo polonês exilado em Londres,


enquanto o governo soviéticos apoiaram um comité polonês de libertação nacional dominado
pelos comunistas em Lublin.

Segundo Conte, nem os Aliados Ocidentais nem a União Soviética mudariam sua lealdade,
então eles só poderiam concordar que o comité de Lublin seria ampliado para incluir
representantes de outros grupos políticos poloneses, sobre os quais os Aliados o
reconheceriam como um governo provisório de unidade nacional realizar eleições livres para
escolher um governo sucessor. As futuras fronteiras da Polónia também foram discutidas,
mas não decididas.( p. 87).

Em relação ao Extremo Oriente, um protocolo secreto estipulava que, em troca da entrada


da União Soviética na guerra contra Japão dentro de “dois ou três meses” após a rendição da
Alemanha, a URSS obteria do Japão as Ilhas Curilas e recuperaria o território perdido na
Guerra Russo-Japonesa de 1904–05 (incluindo a parte sul da Ilha Sakhalin ), e o status quo na
Mongólia Exterior pró-soviética seria mantida. Stalin concordou em assinar um pacto de
aliança e amizade com China. (CONTE, 1986: 90).

Depois que os acordos alcançados em Yalta foram tornados públicos em 1946, foram
duramente criticados nos Estados Unidos. Isso porque, Stalin não cumpriu sua promessa de
que eleições livres seriam realizadas na Polónia, Checoslováquia , Hungria , Roménia e
Bulgária . Em vez disso, governos comunistas foram estabelecidos em todos esses países,

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partidos políticos não-comunistas foram suprimidos e eleições genuinamente democráticas
nunca foram realizadas. (MAGNOLI, 2008: 167).

Na época da Conferência de Yalta, tanto Roosevelt quanto Churchill haviam confiado em


Stalin e acreditavam que ele manteria sua palavra. Nenhum dos líderes suspeitava que Stalin
pretendia que todos os governos da frente popular na Europa fossem tomados pelos
comunistas. (Ibidem)

Roosevelt e Churchill inclinavam-se ainda mais a concordar com os acordos de Yalta


porque supunham, erroneamente, que a assistência soviética seria extremamente necessária
para derrotar os japoneses no Pacífico e na Manchúria. Em todo caso, a União Soviética era o
ocupante militar da Europa Oriental no fim da guerra, e assim havia pouco que as
democracias ocidentais pudessem fazer para reforçar as promessas feitas por Stalin em Yalta.
(KISSINGER, 1994: 567).

A formulação pelo membro da delegação americana James F. Byrnes, que logo seria
secretário de Estado (1945-1947), estava apto a: "Não era uma questão do que permitiríamos
aos russos fazer, mas do que poderíamos fazer os russos fazerem".(Ibidem 580)

5.Conclusão

Em Novembro de 1943, na Conferência de Teerã, os aliados traçaram planos para


materializar a derrota dos alemães e organizar as primeiras divisões territoriais das tropas de
ocupação de cada país. Churchill, portanto a Conferência de Yalta Em Fevereiro de 1945,
quando as forças do Eixo já estavam praticamente abatidas, as forças aliadas reuniram-se para
reafirmar o princípio de autodeterminação dos povos e o favor à expansão de regime de
carácter democrático na Conferência de Yalta. (MAGNOLI, 2008: 100). As zonas de
influência previamente conversadas em Teerã tiveram confirmação e, desse modo, já era
possível reconhecer previamente o desenvolvimento de uma ordem bipolar protagonizada
pelos Estados Unidos e a União Soviética.

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6. Cronologia
1937-1945- Diplomacia e o caminho para outra guerra Japão, China, Estados Unidos e o
caminho para Pearl Harbor.

1941- Empréstimo-Empréstimo e Ajuda Militar aos Aliados nos Primeiros Anos da Segunda
Guerra Mundial.

1941-1945- Aliança EUA-União Soviética.

1941–1945- Conferências de guerra.

1943- Conferência de Teerã.

1945- A Conferência de Yalta.

_______A Conferência de Potsdam

_______A formação das Nações Unidas

3 de Setembro de 1939 - 8 de Maio de 1945 Batalha do Atlântico

De Junho de 1940 a Abril de 1941Batalha da Grã-Bretanha

Campanhas do Norte da África- De Junho de 1940 a 13 de Maio de 1943

Vichy France- Julho de 1940 - Setembro de 1944

Operação Barbarossa- 22 de Junho de 1941

Ataque de Pearl Harbor- 7 de Dezembro de 1941

Guerra do Pacífico- 8 de Dezembro de 1941 - 2 de Setembro de 1945

Batalha de Stalingrado- 22 de agosto de 1942 - 2 de Fevereiro de 1943

Invasão da Normandia- 6 de Junho de 1944 - 9 de Julho de 1944

Conferência de Yalta- 4 de Fevereiro de 1945 - 11 de Fevereiro de 1945

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7. Anexos
Divisão entre EUA, França, Grã-Bretanha e União Soviética/ a Alemanha invade a Polónia.

Zonas de influência democrática e comunistas definidos a cimeira de Ialta

Fonte: op cit. The Memoirs of Cordell Hull, cit/ I. Deutscher – “Stalin” vol. II, pag.470,
RJ, 1970

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8. Bibliografia

CONTE, Artur. Yalta ou a partilha do mundo. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1986.

MAGNOLI, Demétrio. O mundo contemporâneo: os grandes acontecimentos mundiais da


guerra fria aos nossos dias. 2.ed. São Paulo: Atual, 2008.

PENHA, Eli Alves. Geopolítica das Relações Internacionais. In: LESSA, Monica Leite;
GONÇALVES, Williams da Silva. História das Relações Internacionais: teoria e processos.
EDUERJ: Rio de Janeiro, 2007.

KISSINGER, Henry. Diplomacia. New York: Simon & Schuster, 1994.

WAACK, William. Conferência de Yalta e Potsdam (1945). In: MAGNOLI, Demétrio (org).
História da Paz: os tratados que desenharam o planeta. São Paulo: Contexto, 2008.

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