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CAMPINAS
2015
i
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E URBANISMO
ASSINATURA DO ORIENTADOR(A)
_________________________________________________________
CAMPINAS
2015
iii
iv
v
vi
RESUMO
SOUZA, Ellen Priscila Nunes de. Qualidade e Percepção do Ambiente Construído: Influência nas
características psicofisiológicas dos usuários. Campinas: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo -
UNICAMP, 2015. 271p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UNICAMP, 2015.
viii
ABSTRACT
SOUZA, Ellen Priscila Nunes de. Quality and Perception of the built environment: Influence in human’s
psycho-physiological characteristics. Campinas: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UNICAMP, 2013.
271p. Thesis (Doctorate) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UNICAMP, 2013.
The quality of the built environment involves spatial characteristics that affect the perception and the
behaviour of its users. Factors such as ventilation, temperature, lighting, shape and volume must be
worked out in order to provide appropriate environments that promote a good quality of life. Because
environmental perception is derived from the processing of sensory stimulus, the premise of this
doctorate thesis is that the biological rhythm and the psychological state of users are directly influenced
by spatial variables. Thus, the hypothesis of the research is that the hospital environment, controlled
exclusively by artificial lighting and climate control, and associated to the intense pace of work, alter the
biological rhythm of resident physicians increasing the occurrence of psychological diseases and
increasing the chances of them making diagnostic errors. The goal is to identify how the hospital
environment under artificial conditions, especially lighting and temperature, affect the quality of life and
the perception of medical residents through the analysis of physiological and psychological variables.
Therefore, the evaluated environmental variables were; i. quantitative gauging of the temperature,
lighting, relative humidity, air velocity and physical aspects; ii. qualitative questionnaires regarding visual
perception, thermal, acoustic and use of space. Psycho-physiological aspects of resident physicians were
evaluated according to; i. emotional variables with validated instruments in Brazil for the demarcation of
anxiety, depression, stress and psychiatric disorder in the workplace, in addition to sleep and its quality;
ii. hormonal variables by saliva collection and the use of ELISA test for cortisol and melatonin dosage. The
research is characterized as exploratory and prospective due to the observed outcome variables and
follows the design of experimental research. The study was conducted in real conditions in the Radiology
Department of the Hospital at UNICAMP/Campinas. Among the results found with resident doctors were
ix
different psycho-physiological responses according to the environmental conditions; also that these same
conditions did not reach values able to fully interfere in the psycho-physiological health of physicians
whatever the year of residency. This research contributes to the advance of the state of the art, adding
information to the data already collected on the influence of artificial environmental conditions on the
perception and psycho-physiological health of a proportion of the hospital population, contributing to the
development of the quality of the environment through architectural design.
Key Words: Quality of Built Environment; Environment Perception; Physiological and Psychological
Aspects; Hospital Space.
x
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 OBJETIVOS 4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 7
3 MATERIAIS E MÉTODOS 89
5 CONCLUSÃO 247
REFERÊNCIAS 255
xii
GLOSSÁRIO CD
APÊNDICES CD
ANEXOS CD
xiii
xiv
AGRADECIMENTOS
Embora uma tese seja um trabalho individual, ela não é feita sozinha. Há pessoas que se fizeram
presentes desde o início de sua jornada até sua conclusão. E é para estas pessoas que gostaria de
Aos meus pais, Ronaldo S. de Souza e Maria Áurea N. de Souza, pelo suporte incondicional em todos os
anos não somente do doutoramento, mas de minha vida. Por terem participado de momentos tanto de
felicidade quanto de tristeza. Por terem me apoiado e me ensinando a ser quem eu sou. Por terem me
mostrado que eu posso ser quem eu quiser, basta querer. E por me amarem acima de tudo. São poucas
as linhas aqui para agradecer tudo o que fizeram por mim. Eu os amo mais que tudo.
Ao meu esposo, Illk Asj, pelo amor, compreensão e suporte todos estes anos. Por ter me ouvido
pacientemente tantas e tantas horas tagarelando empolgadamente sobre a pesquisa e seus resultados.
Por sempre procurar livros da minha área em segredo e me surpreender presenteando-me com eles. Por
ter me presenteado com um filhotinho da raça Pug, o nosso Don, para não me deixar sozinha e ter um
companheiro fiel e amoroso junto a mim. E por estar sempre ao meu lado em todos os momentos, sejam
eles de alegria ou de tristeza. Por me fazer sorrir e esquecer, nem que fosse por alguns instantes, a
À minha orientadora, Profª Drª Silvia A. Mikami G. Pina, que mesmo antes de se tornar minha
ensino superior. Por sua competência, disponibilidade, críticas, correções e sugestões relevantes ao
xv
longo destes anos de trabalho. Por me trazer um mundo novo sobre a percepção ambiental e qualidade
do ambiente construído. E também por se divertir e entender meu sotaque por vezes confuso aos
ouvidos paulistanos.
À minha co-orientadora, Profª Drª Lucila C. Labaki, por ter me ouvido horas a fio sobre a vida, sobre a
pesquisa, sobre minha terra. Mas também por ter me orientado nas questões ambientais. Por sua
competência, disponibilidade, críticas, correções e sugestões dadas, bem como pela amizade
demonstrada.
À Profª Drª Dora M. Grassi-Kassisse, farmacêutica responsável pelo Laboratório de Estudo do Estresse
(LABEEST) do IB/UNICAMP, por ter sido amiga, ouvinte e orientadora nas questões referentes à fisiologia
humana. Por ter me passado o sentimento de amor à pesquisa na área da saúde e o interesse em
continuar meu aprendizado na área. Também por sua competência, disponibilidade, críticas, correções e
Profª Drª Elisabete Abib P. de Souza, psicóloga da FCM/UNICAMP, pelas horas de conversas acerca dos
mais variados assuntos, pela vontade em me ver bem e me ajudar com isto. Pelas horas dedicadas em
me ensinar sobre sua profissão e pesquisas realizadas na área. Por ter sido amiga e psicóloga (por que
À Profª Drª Tânia Marchiori O. Cardoso, médica neurologista, especialista em sono, da FCM/UNICAMP,
por ter sido amiga, médica e orientadora nas questões referentes ao sono. Por sua dedicação e
Ao Me. Aglécio Souza, biológo do Laboratório de Unidade Metabólica (LUM) da FCM/UNICAMP, pelo
conhecimento repassado acerca da dosagem hormonal e pelo suporte nos procedimentos finais para
dosagem hormonal.
xvi
Ao Reginaldo do Carmo Aguiar e à Me. Sara Regina Meira Almeida, por terem me ajudado na aplicação e
Aos médicos residentes por terem acreditado e participado da pesquisa com tanto empenho e
dedicação.
Ao Arqtº Isac Lopes e o Eng. Eletricista Jun Tanaka, ambos da Divisão de Engenharia e Manutenção
(DEM) do HC/Campinas, pelo suporte dado nas minhas inúmeras idas em busca de plantas, visitas e
Ao Sr. Carlos Souza, responsável pela infraestrutura do Setor da Imaginologia do HC/Campinas, por ter
À Profª Drª Inês Minniti Pereira, radiologista do Setor da Imaginologia do HC/Campinas e responsável
pelos médicos residentes no momento da avaliação psicohormonal dos mesmos, por acreditar na minha
Ao Prof. Dr. João Batista de Miranda, superintendente do HC/Campinas, por ter acreditado e
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo suporte financeiro a esta
pesquisa.
E a todos os amigos que aqui não foram listados, mas que têm lugar especial em meu coração.
Eu poderia listar muito mais o que todos vocês fizeram por mim. Perdoem-me se esqueci de algo.
xvii
xviii
"Tú no puedes comprar el viento
Tú no puedes comprar el sol
Tú no puedes comprar la lluvia
Tú no puedes comprar el calor
(Calle 13 em LatinoAmerica)
xix
xx
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Diagrama do campo dos sentidos. Fonte: adaptado de Malnar e Vodvarka (2004) 10
Figura 2.2 Integração entre necessidades e aspectos descritos pela IESNA (2000). Fonte: adaptado de
IESNA (2008) 14
Figura 2.3 Conforto térmico e balanço de calor do corpo mediante variação de temperaturas. Fonte:
adaptado de Iida (2005) 16
Figura 2.4 Equilíbrio térmico corpo humano. Fonte: adaptado de Iida (2005). 18
Figura 2.5 Interações térmicas do corpo humano com o ambiente. Fonte: adaptado de ASHRAE (2001). 18
Figura 2.6 Curva de audibilidade humana. Fonte: adaptado de Bevigliero et al. (2006) 20
Figura 2.7 Início das mudanças: assepsia da enfermaria. Fonte: AJN [200-] 25
Figura 2.8 Sistema de pavilhão com luz natural. Fonte: AJN [200-] 25
Figura 2.11 Eixo circadiano humano. Fonte: adaptado de Machado (2004) e Afifi (2005) 36
Figura 2.12 Sistemas de padrões biológicos (azul escuro) e visuais (azul claro) no cérebro. Fonte: adaptado
de Putz e Pabst (2006), Van Bommel (2004) e Boyce (2003) 38
Figura 2.13 Estrutura do olho humano. Fonte: adaptado de Guyton e Hall (2011) e Planeta Deagostini (2005) 38
Figura 2.14 Relações entre hora do dia e a. ritmos circadianos de melatonina plasmática, b.
temperatura corporal, c. alerta subjetivo, d. tempo de reação em seres humanos sob
condições rotineiras constantes. Fonte: adaptado de Rajaratnam e Arendt (2001) 41
Figura 2.15 Localização da glândula supra-renal. Fonte: National Cancer Institute [200-] 43
Figura 2.18 Termorregulação do corpo humano. Fonte: adaptado de Frota e Schiffer (2001); Carlson (2002) e
Grandjean e Kroemer (2005) 49
Figura 2.19 Variação da temperatura interna humana de acordo com o meio: a. temperatura
confortável; b. exposição ao frio; c. exposição ao calor. Fonte: adaptado de Vasey (2010) 50
xxi
Figura 2.20 Zeitgeber social. Fonte: adaptado de Grandin et al. (2006). 54
Figura 2.21 Relação entre os níveis de excitação e captação de estímulos. Fonte: adaptado de Iida (2005) 55
Figura 2.22 Relação entre alerta e desempenho. Fonte: adaptado de Diamond et al. (2007) 56
Figura 2.23 Relação entre dificuldade de tarefas. Fonte: adaptado de Diamond et al. (2007) 56
Figura 2.24 Risco relativo por turnos. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.25 Risco relativo ao longo do turno noturno. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.26 Risco relativo no turno noturno. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.27 Risco relativo no turno matutino. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.28 Risco relativo por hora trabalhada. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.29 Risco relativo após intervalos. Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003) 58
Figura 2.30 Relação entre os neurotransmissores. Fonte: adaptado de Hospital Santa Lúcia 2011 e Medical works
(2014) 61
Figura 2.31 "They rule our lives". Fonte: adaptado de Pinterest (2013) e Science Forums (2013) 61
Figura 2.32 Reações físicas e sintomas derivados do transtorno de ansiedade. Fonte: adaptado de Merck
(2010) e Zygote (2011) 62
Figura 2.33 Natureza e resposta ao estresse segundo modelo de Seyle. Fonte: adaptado de Seyle (1956) 64
Figura 2.34 Curva de resposta humana de Nixon. Fonte: adaptado de Nixon (1979) 64
Figura 2.35 Fontes de estresse. Fonte: adaptado de Iida (2005) 65
Figura 2.37 Alternância dos estágios do sono. Fonte: adaptado de Carlson (2002) 68
Figura 2.38 Fadiga visual vs. rendimento visual. Fonte: adaptado de Iida (2005) 74
Figura 2.39 Ofuscamento e diminuição da capacidade visual. Fonte: adaptado de Iida (2005) 75
Figura 2.40 Framework conceitual da Iluminação. Fonte: adaptado e traduzido de Boyce (2006) 76
Figura 2.41 Transporte de calor pela corrente sanguínea. Fonte: adaptado de Grandjean e Kroemer (2005) 79
Figura 2.42 Avaliação de conforto térmico com apontamentos objetivos e subjetivos. Fonte: adaptado de
Batiz e Goedert (2006) 80
Figura 2.43 Localização da cóclea (em azul) e o trajeto das ondas sonoras. Fonte: adaptado de Schiffman
(2005) 82
Figura 2.44 Correlação entre reações fisiológicas e níveis de ruído típicos. Fonte: adaptado de OMS (1997),
Pimentel-Souza (2000) e Bevigliero et al. (2006) 85
xxii
Figura 3.3 Entorno do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. Fonte: adaptado de GOOGLE (2013) 96
Figura 3.4 Situação, em vermelho, do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. Fonte: adaptado de
IPGE [200-] 97
Figura 3.14 Luxímetro digital modelo MLM-1010. Fonte: Minipa (2012) 111
Figura 3.15 DataLogger HOBO U12-012. Fonte: ONSET Brasil (2012) 112
Figura 3.16 Tela do launcher dos parâmetros: temperatura, umidade relativa e intensidade da luz.
Fonte: ONSET, 2009 113
Figura 3.17 Anemômetro digital de fio quente Testo 405 - V1. 115
Figura 3.18 Tripé composto por registrador Testo 175-H1, registrador Testo 175-T2, sonda externa de
temperatura do ar Testo 0613 1712 e globo cinza. 115
Figura 3.19 Espaços aferidos e locação dos equipamentos térmicos no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas 115
Figura 3.20 Tela de entrada de dados do software Conforto 2.0.3. Fonte: Ruas (2002) 116
Figura 3.21 Escala de sensação térmica. Fonte: ISO 7730 (2005) 117
Figura 3.22 Correlação entre PMV e PPD, e seus limites. Fonte: adaptado de ISO 7730 (ABNT, 1994) 117
Figura 3.23 Módulos de referência para deslocamentos em linha reta. Fonte: adaptado de ABNT (2004) 119
Figura 3.26 Procedimentos iniciais - Eppendorfs: a. demarcação das peças com auxílio de base de 135
xxiii
isopor; b. eppendorfs demarcados; e c. caixa para armazenamento e congelamento das
amostras.
Figura 3.27 Procedimentos para congelamento: a. centrifugadora; b. interior da máquina; c. processo
de pipetamento; d. amostras em cestas para pesagem; e e. raque, ponteiras, base de
isopor e pipeta. 136
Figura 3.28 Kit Cortisol Saliva ELISA Ref. CAN-C-290. Fonte: DBC (2013) 138
Figura 3.29 Checklist dos componentes do Kit Cortisol Saliva ELISA Ref. CAN-C-290 para inicialização do
procedimento de dosagem. 138
Figura 3.30 Poços de reação: a. placa ELISA antes da dosagem; b. cor azul no início de reação do
cortisol; c. cor rosa para início de reação da melatonina; d. cor amarela de reação final
para leitura em aparelho específico. 139
Figura 4.1 Escala de plantão dos médicos residentes do Setor da Imaginologia no Hospital de Clínicas
da UNICAMP/Campinas. 145
Figura 4.2 Quantidade de plantões por semana dos médicos residentes do Setor da Imaginologia no
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 145
Figura 4.3 Nível de relacionamento entre os médicos residentes e seus chefes no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 146
Figura 4.4 Nível de relacionamento entre os médicos residentes e seus colegas no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 146
Figura 4.5 Médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. uso de cafeína; b. realização de atividade física; e c. consumo de
cigarro. 146
Figura 4.6 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Corredor de espera
1, vista norte. 147
Figura 4.7 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de espera 2. 147
Figura 4.8 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Corredor interno 1,
vista norte. 148
Figura 4.11 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa da sala de
espera 3. 148
Figura 4.12 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa do corredor
interno 1, vista norte. 149
Figura 4.13 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa do corredor 149
xxiv
interno 3.
Figura 4.14 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista
sudeste. 149
Figura 4.15 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista sul. 149
Figura 4.16 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista
noroeste. 150
Figura 4.18 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, cor falsa
da vista sudoeste. 150
Figura 4.19 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, cor falsa
da vista sudeste. 150
Figura 4.20 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US,
vista sudeste. 151
Figura 4.21 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US,
vista noroeste. 151
Figura 4.22 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US, cor
falsa da vista oeste. 151
Figura 4.23 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7],
vista sul. 152
Figura 4.24 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7]:
vista sudoeste. 152
Figura 4.25 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7], cor
falsa da vista sul. 152
Figura 4.26 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7], cor
falsa da vista sudoeste. 152
Figura 4.27 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9],
vista norte. 153
Figura 4.28 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9],
vista oeste. 153
Figura 4.29 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], cor
falsa da vista norte. 154
Figura 4.30 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], cor
falsa da vista sudoeste. 154
xxv
Figura 4.33 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM
1,5T, cor falsa da vista norte. 155
Figura 4.34 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM
1,5T, cor falsa do detalhe do piso. 155
Figura 4.35 Curva isolux obtida in loco do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 157
Figura 4.36 Curva isolux recomendada pela NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013) do Setor da Imaginologia
do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 158
Figura 4.40 PMV e PPD: sala de Laudo US do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 163
Figura 4.41 Temperatura e umidade relativa: sala de laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 165
Figura 4.42 PMV e PPD: sala de Laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 164
Figura 4.43 Temperatura e umidade relativa: sala de laudo [9] do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 165
Figura 4.44 PMV e PPD: sala de Laudo [9] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 165
Figura 4.45 Temperatura e umidade relativa: sala de laudo RM 1,5T do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 166
Figura 4.46 PMV e PPD: sala de Laudo RM 1,5 do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 166
Figura 4.47 Mapa das zonas de conflitos de fluxos e uso do espaço no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 169
Figura 4.48 Corredor de acesso interno 1 ao Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 170
Figura 4.51 Câmara clara do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 172
Figura 4.52 Corredor interno 1 como sala de espera do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da 172
xxvi
UNICAMP/Campinas.
Figura 4.53 Dimensionamento do acesso à sala do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. 173
Figura 4.57 Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Laudo US do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 174
Figura 4.58 Sala de Laudo US: disposição de mobiliário vs. Deficiente físico. 174
Figura 4.59 Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 175
Figura 4.60 Sala de Laudo [7]: disposição de mobiliário vs. Deficiente físico. 175
Figura 4.61 Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Laudo [9] do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 176
Figura 4.62 Sala de Laudo [9]: disposição de mobiliário vs. Deficiente físico. 176
Figura 4.63 Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Laudo RM 1,5T do Setor da Imaginologia do Hospital
de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 177
Figura 4.64 Sala de Laudo RM 1,5T: disposição de mobiliário vs. Deficiente físico. 177
Figura 4.65 Sensação térmica dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas
da UNICAMP/Campinas no momento da avaliação. 180
Figura 4.68 Ruídos incômodos detectados pelos médicos residentes do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 182
Figura 4.69 Iluminação: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital
de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 183
Figura 4.70 Temperatura: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 183
Figura 4.71 Ruído: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas. 183
Figura 4.72 Síntese das soluções para melhorias no ambiente de trabalho dadas pelos médicos
residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 185
Figura 4.73 Turno de ocorrência de acidentes segundo médicos residentes R1 do Setor da Imaginologia 186
xxvii
do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.74 Objeto causador de acidentes segundo médicos residentes R1 do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 186
Figura 4.75 Regiões do corpo afetadas por acidentes segundo médicos residentes R1 do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 186
Figura 4.76 Influência das variáveis ambientais na ocorrência de acidentes segundo médicos residentes
R1 do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 187
Figura 4.78 Classificação por fases do ISS para os médicos residentes do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 194
Figura 4.79 PSQI: a. qualidade do sono; b. eficiência do sono; e c. uso de medicamentos para dormir. 195
Figura 4.80 Comparativo da concentração de cortisol salivar (ng/mL) entre os comportamentos das
rotinas identificadas no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. médicos residentes R1; b. médicos residentes R2; c. médicos
residentes R3. 199
Figura 4.81 Comparativo da concentração de cortisol salivar (ng/mL) entre os grupos de médicos
residentes de acordo com as rotinas identificadas no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. atividade; b. repouso; c. plantão; e d. pós-plantão. 202
Figura 4.83 Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de percepção ambiental por grupo no
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. percepção
ambiental R1 vs. R2; b. percepção ambiental R1 vs. R3; c. percepção ambiental R2 vs. R3. 206
Figura 4.84 Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de percepção ambiental por grupo no
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. percepção
ambiental R1 vs. iluminância; b. percepção ambiental R2 vs. iluminância. 206
Figura 4.85 Gráfico de correlação de Spearman entre os horários de coleta hormonal, variáveis
emocionais e variáveis ambientais para a rotina de atividade dos R1 no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 12h vs. depressão,
b. cortisol 12h vs. estresse, c. cortisol 18h vs. transtorno psiquiátrico, d. cortisol 18h vs.
temperatura diurna, e. melatonina AA vs. A-Estado, e f. melatonina AA vs. T-Estado. 207
Figura 4.86 Gráfico de correlação de Spearman entre o estresse e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. estresse vs. transtorno psiquiátrico e b. estresse vs.
iluminância diurna. 208
Figura 4.87 Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. depressão vs. T-Estado, b. depressão vs. transtorno 208
xxviii
psiquiátrico, c. depressão vs. estresse, e d. depressão vs. iluminância diurna.
Figura 4.88 Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade A-Estado e variáveis emocionais,
ambientais e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. A-Estado vs. T-Estado; b. A-Estado vs.
temperatura diurna; e c. A-Estado vs. umidade relativa diurna. 209
Figura 4.89 Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade T-Estado e variáveis emocionais,
ambientais e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. T-Estado vs. temperatura diurna; e b. T-
Estado vs. umidade relativa diurna. 209
Figura 4.90 Gráfico de correlação de Spearman entre o transtorno psiquiátrico e variáveis emocionais,
ambientais e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. transtorno psiquiátrico vs. A-Estado; b.
transtorno psiquiátrico vs. T-Estado; c. transtorno psiquiátrico vs. temperatura diurna; e d.
transtorno psiquiátrico vs. umidade relativa diurna. 209
Figura 4.91 Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna e variáveis emocionais,
ambientais e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. depressão; e b.
sonolência diurna vs. estresse. 210
Figura 4.92 Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e variáveis emocionais,
ambientais e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. cortisol 12h; b.
qualidade do sono vs. estresse; c. qualidade do sono vs. T-Estado; d. qualidade do sono vs.
iluminância diurna; e e. qualidade do sono vs. sonolência diurna. 211
Figura 4.93 Gráfico de correlação de Spearman e Pearson entre os escores de cortisol AA e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol AA vs. depressão;
b. cortisol AA vs. A-Estado; c. cortisol AA vs. T-Estado; d. cortisol AA vs. iluminância diurna;
e. cortisol AA vs. temperatura diurna; e f. cortisol AA vs. cortisol 22h. 212
Figura 4.94 Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de cortisol 22h e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão;
b. cortisol 22h vs. A-Estado; c. cortisol 22h vs. T-Estado; e d. cortisol 22h vs. iluminância
diurna. 212
Figura 4.95 Gráfico de correlação de Spearman e Pearson entre a melatonina 22h e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. melatonina 22h vs.
transtorno psiquiátrico; e b. melatonina 22h vs. melatonina AA. 212
Figura 4.99 Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 o no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: : a. sonolência diurna vs. cortisol 22h; b.
sonolência diurna vs. depressão; c. sonolência diurna vs. A-Estado; d. sonolência diurna vs.
T-Estado; e e. sonolência diurna vs. temperatura diurna. 214
Figura 4.102 Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna excessiva e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs.
cortisol AA; b. sonolência diurna vs. cortisol 18h; c. sonolência diurna vs. cortisol 22h; d.
sonolência diurna vs. depressão; e. sonolência diurna vs. estresse; f. sonolência diurna vs.
transtorno psiquiátrico; g. sonolência diurna vs. A-Estado; e h. sonolência diurna vs. T-
Estado. 217
Figura 4.103 Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. melatonina 22h; e b.
qualidade do sono vs. umidade relativa diurna. 218
Figura 4.104 Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 18h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de repouso dos R2 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 18h vs. depressão; b. cortisol 18h
vs. estresse; c. cortisol 18h vs. transtorno psiquiátrico; d. cortisol 18h vs. A-Estado; e e.
cortisol 18h vs. T-Estado. 219
Figura 4.105 Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 22h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de repouso dos R2 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão; b. cortisol 22h
vs. estresse; c. cortisol 22h vs. transtorno psiquiátrico; d. cortisol 22h vs. A-Estado; e e.
cortisol 22h vs. T-Estado. 219
Figura 4.106 Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 12h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do 220
xxx
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 12h vs. transtorno psiquiátrico; b.
cortisol 12h vs. iluminância diurna; c. cortisol 12h vs. sonolência diurna; e d. cortisol 12h vs.
qualidade do sono.
Figura 4.107 Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 18h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 18h vs. depressão; b. cortisol 18h
vs. estresse; c. cortisol 18h vs. A-Estado; e d. cortisol 18h vs.T-Estado. 220
Figura 4.114 Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. transtorno
psiquiátrico; b. qualidade do sono vs. estresse; c. qualidade do sono vs. depressão; d.
qualidade de sono vs. A-Estado; e. qualidade do sono vs. T-Estado; f. qualidade do sono vs.
iluminância diurna; e g. qualidade de sono vs. temperatura diurna. 224
Figura 4.115 Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 22h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão; b. cortisol 22h
vs. estresse; c. cortisol 22h vs. A-Estado; d. cortisol 22h vs. T-Estado; e e. cortisol 22h vs.
sonolência diurna. 225
xxxi
Figura 4.116 Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas a. depressão vs. estresse; b. depressão vs. A-
Estado; c. depressão vs. T-Estado; e d. depressão vs. temperatura diária. 226
Figura 4.117 Gráfico de correlação de Spearman entre o estresse e as variáveis ambientais, psicológicas
e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. estresse vs. A-Estado; b. estresse vs. T-Estado; e c.
estresse vs. temperatura diária. 226
Figura 4.119 Gráfico de correlação de entre a sonolência diurna excessiva e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. depressão; b.
sonolência diurna vs. estresse; c. sonolência diurna vs. transtorno psiquiátrico; d.
sonolência diurna vs. A-Estado; e f. sonolência diurna vs. T-Estado. 228
Figura 4.120 Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. cortisol 22h; e b.
qualidade do sono vs. temperatura diária. 228
Figura 4.121 Interação entre ambiente construído e respostas esperadas para a realidade dos médicos
residentes do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 229
Figura 4.122 Síntese da percepção ambiental dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 231
Figura 4.123 Síntese da relação entre percepção ambiental dos médicos residentes do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas e as condições ambientais
aferidas. 232
Figura 4.124 Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R2 do
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 234
Figura 4.125 Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R1 do
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 236
Figura 4.126 Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R3 do
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 237
Figura 4.127 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R1 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 239
Figura 4.128 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 240
Figura 4.129 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de plantão dos médicos
residentes R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 240
Figura 4.130 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de repouso dos médicos 241
xxxii
residentes R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.131 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R3 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 242
Figura 4.132 Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de plantão dos médicos
residentes R3 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 242
Figura 4.133 Síntese do grau das correlações entre as variáveis estudadas. 243
xxxiii
xxxiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Mapa de riscos de acidentes. Fonte: adaptado de ABNT (1999) 123
QSG particionado por fator dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Tabela 4.5 Clínicas da UNICAMP/Campinas. 190
BDI dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
Tabela 4.6 UNICAMP/Campinas. 191
Tabela 4.8 ISS total dos médicos residentes: a. FT; b. PT e c. TT. 192
PSQI: a. tempo para iniciar o sono e b. tempo de sono por noite em médicos residentes do
Tabela 4.9 Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. 194
xxxv
UNICAMP/Campinas.
ESE dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
Tabela 4.12 UNICAMP/Campinas. 197
xxxvi
LISTA DE ABREVIATURAS
xxxvii
Faculdade de Ciências Médicas FCM
Grupo de Trabalho de Humanização GTH
High Dinamic Range HDR
Hospital de Clínicas HC
Instituto de Biologia IB
International Center of Nutritional Research ICNR
International Organization for Standardization ISO
Inventário de Ansiedade Traço-Estado IDATE
Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos ISS
Laboratório de Eficiência Energética em Edificações LABEEE
Lei Orgânica da Saúde LOS
Linha horizontal (horizontal line) HL
Linha vertical (vertical line) VL
Média M
Mediana Med
Médicos Residentes de Nível 1 R1
Médicos Residentes de Nível 2 R2
Médicos Residentes de Nível 3 R3
Melatonina coletada ao acordar MAA
Melatonina coletada às 22h M22h
Ministério da Saúde MS
Ministério do Trabalho MT
National Aeronautics and Space Administration NASA
Nível de significância α
xxxix
xl
xli
As cidades e os edifícios têm diversas implicações na qualidade de vida e de trabalho das
pessoas. O cuidado com o projeto, a avaliação dos ambientes e o rigor na construção se configuram
como estratégicos para aprimorar a qualidade do ambiente construído e constituem os momentos nos
quais outras soluções e tecnologias podem ser concebidas, desenvolvidas e avaliadas, com repercussão
para todas as demais etapas do ciclo de vida do ambiente. Neste contexto, os diversos agentes
intervenientes, os usuários e suas necessidades, demandam ampla compreensão quanto à sua satisfação
e à hierarquização das demandas em relação ao ambiente. As pesquisas sobre o processo de projeto nas
suas várias fases, bem como a gestão das atividades e a avaliação do ambiente em uso são fundamentais
para o avanço na qualidade do projeto e devem ser inter-relacionadas de maneira a responder e orientar
Desta forma, a qualidade pretendida vai além do progresso de ordem projetual, também
afetando a percepção e o comportamento dos usuários. Segundo Guzowski (1999), as pessoas se sentem
biológicas que podem afetar a saúde psicofisiológica dos seus ocupantes (BREVIGLIERO et al., 2006;
SASSI, 2006). Assim, a promoção da qualidade em saúde deve dispor de ambientes onde fatores físicos e
espaciais, por exemplo, devem ser considerados e trabalhados corretamente. A atenção a esses fatores
influenciam diretamente a percepção ambiental. Tal percepção pode ser compreendida como resultante
2
experiências anteriores (CARLSON, 2002; IIDA, 2005). Quando considerado o espaço arquitetônico, suas
variáveis induzem em diferentes graus o ritmo biológico e o estado psicológico dos usuários, alterando
também a qualidade de vida destes. Hoje, são diversos os estudos que lidam com esse ritmo e estado
mental em ambientes como shopping centers e escolas, mas ainda são escassos aqueles que considerem
O espaço hospitalar brasileiro atual traduz o equívoco existente entre espaço de cura e espaço
como suporte para provimento de saúde por aqueles que nele trabalham. Muitos hospitais brasileiros,
principalmente os públicos, retratam uma realidade precária de como são tratados enquanto edificação
e cuidado do ambiente. E a isto se tem não somente os espaços onde o paciente é cuidado e o
acompanhante espera – espaços estes que são focos de preocupação de grande parte dos arquitetos
contemporâneos –, mas também daquele que serve de apoio para a equipe de profissionais da saúde.
Um destes espaços que tem ganhado destaque devido à sua importância no diagnóstico precoce de
doenças é o setor de Imaginologia, o qual tem desenvolvido novos procedimentos e tecnologias para
diagnósticos, tendo maior responsabilidade dentro da própria Medicina. E em meio aos funcionários de
saúde que compõem esse setor estão os médicos residentes, futuros especialistas na área e incumbidos
pelos pareceres em exames médicos. O preparo de um médico especialista desta área exige cuidados
que vão além do conhecimento repassado em salas de aula, pois ao chegarem à residência médica já
estão presentes, em diferentes graus, o estresse, a estafa mental, o cansaço físico, dentre outros.
Sintomas estes que podem provavelmente ser amenizados ou agravados, juntamente com o ritmo
biológico, pelas variáveis ambientais, alterando o desempenho e qualidade de vida no trabalho. Tais
informes fomentam a hipótese desta pesquisa, a qual associa a ocorrência de alteração dos ritmos
biológicos dos médicos residentes por meio de ambientes hospitalares controlados exclusivamente por
3
sistemas artificiais ao intenso ritmo de trabalho, ampliando a vulnerabilidade desses usuários a
Neste cenário, o objetivo principal desta tese de doutorado visou identificar como o ambiente
ambiental e a saúde psicofisiológica dos médicos residentes nos três níveis de residência médica2 do
uso e ambiência) e quantidade (temperatura, temperatura radiante, velocidade do ar, umidade relativa e
Para tanto, realizaram-se quatro avaliações convergentes em situações de uso real do espaço: i.
ar e aspectos físicos do local; e ii. avaliação qualitativa do espaço com aplicação de questionário de
1
De acordo com as condições ambientais, o erro médico pode vir a ocorrer em diferentes graus, mas devido ao recorte dado
nesta pesquisa ele não foi estudado. Porém, indica-se a necessidade de estudos futuros nesta direção.
2
A residência médica em Imaginologia possui duração de três anos entre aprofundamento da temática e aplicação prática,
podendo alcançar quatro anos.
4
percepção ambiental junto à amostra populacional selecionada; iii. avaliação das variáveis psicológicas,
instrumentais validados pelas áreas de psicologia e psiquiatria no Brasil; e iv. avaliação da variável
salivar e uso do procedimento ELISA (Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay) do tipo competição. Frente a
esta complexidade, a pesquisa foi caracterizada como: analítica, uma vez que foram testadas
também variáveis comparativas; e experimental, por possuir caráter exploratório devido às variáveis de
desfecho observadas.
básicas são os baixos índices de iluminância e temperatura culminou em dados relevantes acerca do
comportamento dos usuários estudados frente seu tempo de vivência naquele ambiente. Foram
ambientais e o nível de residência médica; ainda assim verificou-se que estas mesmas condições não
alcançaram valores capazes de interferir integralmente na saúde psicofisiológica dos médicos residentes.
Constatando-se também que o pouco contato dos médicos residentes com o meio externo no horário do
almoço contribuiu para uma sincronização parcial de seus ciclos claro-escuro. Demonstrando que apesar
precisa ser rigorosamente discutido e revisado. Para tal, é preciso a deliberação de itens como a
humanização e estética do ambiente visando não somente o paciente, mas também seus funcionários,
suprindo algumas das carências de ordem projetual encontradas. Assim, a pesquisa realizada além de
5
influência do ambiente sob condições artificiais de seus sistemas ambientais na percepção e saúde
Isto posto, esta pesquisa de doutoramento está estruturada nas seguintes partes:
fundamentação teórica (capítulo dois) a qual traz o estado-da-arte referente à temática da pesquisa,
hormonal (cortisol e melatonina) (capítulo três). E por fim, a apresentação e discussão dos resultados
6
7
2.1 AMBIENTE CONSTRUÍDO
A revolução industrial ocorrida nos séculos XVIII e XIX (1760 a 1830) e todas as mudanças
decorrentes desse período1 permitiram não somente uma transformação no setor de trabalho, como
agora industriais acarretaram em modelos de organização territorial e urbana como os propostos por
Patrick Guedes, Tony Garnier, Ebenezer Howard, dentre outros. As reformas relacionadas às condições
higienistas e sanitaristas englobaram a criação de leis sanitárias e de saúde pública visando padrões de
saúde e qualidade ambiental como a Towns Improvement Act de 1847, a Public Health Act de 1848 e a
Comissão Sanitária Real de 1869, todas inglesas. Já as pertinentes à medicina do trabalho englobaram o
O estudo do trabalho por métodos científicos iniciou quando da ocorrência de greves por parte
dos trabalhadores devido às condições precárias das indústrias no fim do século XIX e começo do século
XX. A partir dessas paralisações surgiram novas ciências que visavam estudar os efeitos de diversas
variáveis ambientais na produtividade daqueles trabalhadores. Exemplo disto são os estudos de Elton
Mayo na Fábrica Hawthorne da Western Eletric Company entre os anos de 1920 e 1930, onde foram
1
Mudanças tecnológicas, impactos no processo produtivo, superação da agricultura, novas relações trabalhistas e entre as
nações e introdução da cultura de massa.
8
fadiga humanas. A ciência do ambiente construído teve suas raízes edificadas neste período,
questão da saúde humana dentro daqueles espaços. Tal avanço continuou no pós-guerra com o objetivo
maior do desempenho humano e lucro de produção, mas também devido à pressão populacional por
preferências dentro e fora das edificações. A crescente ênfase na importância de cidades, casas e
ambientes de trabalho adequados a novas necessidades fez com que aumentasse também a
responsabilidade por um projeto mais elaborado, mesmo não se tendo ainda um conhecimento bem
desenvolvido acerca do que é qualidade de projeto ou como medi-lo corretamente (GANN e WHYTE,
2003).
Contudo, apesar dos avanços acerca da importância do corpo, esta foi parcialmente renegada
pela arquitetura durante o período moderno. As questões sobre corpo e lugar não eram consideradas
devido ao foco no coletivo e não no individual. Era a linguagem de universalidade que predominava.
Exemplos disso podem ser observados não somente na arquitetura de Le Corbusier, Escola da Bauhaus e
Gropius, mas também nos projetos de interiores e design de mobiliário deste período, os quais
celebravam a máquina e o minimalismo com seu geometrismo rígido, pureza e brancura extremas, tudo
Tal euforia acerca daquele pensar a arquitetura como máquinas de morar e o corpo como
objeto foi sendo substituída pela inserção efetiva do corpo na arquitetura no período pós-moderno.
Neste novo período, o corpo foi considerado como terreno de investigação por ser o meio principal
9
através do qual o sujeito se conecta com o mundo. A partir deste pensamento a arquitetura, propôs sua
experiência e leitura do espaço arquitetônico desde sua concepção. Ela passou a ser pensada mais em
experiência corporal e interação humana e menos em termos de função, mas não ignorando este
como a pele, tato, cheiro, visão, audição e até mesmo a cinestesia – passaram a ter suas relações e
espaço, luz, geometria, cor, temperatura, textura, dentre outros. Todas as relações identificadas até
então foram ilustradas sucintamente em um diagrama do campo dos sentidos, observado na figura 2.1.
10
Ao ponderar o uso dos sentidos sensoriais deve-se considerá-lo integrado e não distinto, pois o
corpo humano vivencia a experiência sensorial de forma simultânea e total. Somente assim, segundo
Pallasma (2011), a arquitetura consegue ser verdadeiramente vivida em sua completa característica
multissensorial e com todo o caos resultante desses estímulos. Diversos arquitetos como Bernard
Tschumi, Peter Eisenman, Anthony Vidler, Juhanni Pallasma, Perez-Gomez, Steven Holl, Diller & Scofidio,
dentre outros, inseriram em seus projetos essa preocupação com o corpo, iniciando um período de
VODVARKA, 2004).
A experiência sensorial vivida pelo usuário no ambiente construído ajuda a estabelecer uma
considerada o modo de arte mais completo e rápido a alcançar o usuário, pois além de elementos como
a iluminação, temperatura, cores, sons, textura, espaço, geometria, dentre outros, apenas ela em si
“oferece a experiência tátil da textura de uma superfície de pedra ou de madeira polida, a experiência da
luz movendo-se ao longo do dia, os cheiros e os sons ressonantes do espaço, as relações corporais de
escala e proporção” (HOLL, 2011, p.41, tradução nossa). Ou seja, a produção arquitetônica se torna cada
vez mais complexa à medida que considera a experiência corporal e que esta é a referência de toda ação
empreendida no espaço. É interessante observar os dois espaços definidos por Bollnow (2008) e que
mensurável em três dimensões e que ainda é referenciado nos dias atuais; e o vivenciado, que é
destaque para o espaço vivenciado, pois é através dele que se resulta a formulação do significado do
objeto arquitetônico, o qual favorece a experiência estética resultante de uma arquitetura arte
11
A união do corpo com a arquitetura auxiliou, além da evolução do conhecimento acerca da
ambiente construído; e fora dela como a filosofia, psicologia, teoria das comunicações, ciências
cognitivas e teoria da arte, além das áreas da medicina, psiquiatria, fisiologia, biologia, dentre outras. A
partir do avanço dessas discussões e especialmente acerca da consideração do corpo humano e seus
conceituar o que seria um ambiente ideal. Assim, questionamentos como: quais variáveis ambientais
deveriam ser consideradas? Quais os valores dessas variáveis deveriam ser postos de modo que se
tivesse melhor desempenho, saúde, percepção e cognição? Como unir arquitetura arte e arquitetura
funcional? Respostas mais eficazes começaram a ser obtidas por meio do avanço nas conceituações e
respectivas teorias daquelas novas áreas dentro do espaço acadêmico a partir da década de 1960,
resultando em importantes contribuições para a sociedade (AZEVEDO et al., 2000; RHEINGANTZ, 2000).
No final da década de 1990 e começo de 2000 se assistiu maior esforço direcional para
pelos usuários e quando do caráter e intensidade dos elementos ambientais (DEMPSEY, 2008; CANDIDO
e DEAR, 2012). A ciência do conforto ambiental entra neste cenário pela sua preocupação crescente com
a quantidade e qualidade do ambiente construído e por sua ligação com a influência da edificação na
saúde humana, especialmente a psicofisiológica. Sua real difusão ocorreu a partir da década de 1970,
com a crise do petróleo e o resgate do termo conforto. Dentre os pesquisadores do conforto ambiental,
Schmid (2005) se destaca ao demonstrar a complexidade desse termo ao delimitar quatro contextos que
devem ser observados quando se define conforto: i. físico, mecanismos fisiológicos; ii. psico-espiritual,
motivação, autoestima; iii. sociocultural, relações interpessoais, cultura, tradições, religião; e iv.
12
ambiental, luz, temperatura, som, umidade relativa, velocidade do ar, qualidade do ar interno, dentre
outros. A união de todos estes aspectos faz com que o conforto alcance não somente as esferas
ambientais, as quais as normas técnicas geralmente se limitam, mas também a esfera da transcendência
para o corpo e para o espírito. É evidenciada a multidisciplinaridade envolvida e engajada para alcançar
compõem o conforto ambiental tentam abordar essas concepções, mas por vezes usam conceitos rígidos
O primeiro deles é o conforto visual, o qual tem seu início marcado com a crise energética da
década de 1970. Neste período a iluminação foi repensada como uma ciência, porém ficou restringida a
termos quantitativos até a década de 1990. Somente em meados daquela década e começo do ano 2000
é que a qualidade também entrou em pauta. Hoje espera-se que a luz seja projetada de forma a permitir
que o sistema visual extraia as informações necessárias para o bom entendimento do ambiente,
iluminação. Apesar de ambos conceitos parecerem semelhantes são definições bem distintas. Segundo
diversos autores como Phillips (2000), Schmid (2005) e Sassi (2006), o conforto visual se aproxima cada
vez mais do âmbito do usuário, considerando o design, a quantidade de luz e o bem estar, indo além do
que se vê. Contudo, ele está visivelmente atrelado ao conceito de qualidade de iluminação, que passou a
ser oficialmente incorporado na primeira década do século XXI mediante pesquisa pela IESNA
13
A qualidade de iluminação, segundo a IESNA (2008), é dada através da interação de três
aspectos gerais. O aspecto referente a arquitetura considera a forma, composição, estilo, códigos e
padrões da legislação. Preconiza o uso de iluminação natural sempre quando apropriado; além da
iluminação das superfícies internas de forma a prover uma melhor satisfação de uso e conforto. A
segurança e integridade física do usuário são suas prioridades. O aspecto econômico e ambiental se
refere à instalação, manutenção, operação, energia e meio ambiente. Recomenda a escolha de fontes
naturais de iluminação e sistemas mais eficientes, como o uso de dimmers, aumentando a flexibilidade e
desempenho de tarefas, comunicação social, humor e atmosfera, segurança, bem-estar e saúde. Aqui a
iluminação a ser provida deve ser suficiente para a realização e inteligibilidade de tarefas visuais
primárias, como modelar rostos e objetos através de luz e sombra, além da presença de fontes com bons
Figura 2.2. Integração entre necessidades e aspectos para qualidade de iluminação descritos pela IESNA (2000).
14
A qualidade proposta visa ajudar o usuário a desenvolver suas atividades e também a se sentir
iluminação amplia sua complexidade ao incorporar conceitos multidisciplinares que transitam entre
eficiência energética e saúde dos usuários. Apesar da semelhança conceitual, é visível a correlação
existente entre os conceitos conforto visual e qualidade de iluminação, mas não são necessariamente
inseparáveis, a depender do grau da subjetivação tomada como base. Tais conceituações demonstram
como a iluminação é subjetiva, considerando que é difícil delinear o quanto e o que é necessário para
uma pessoa se sentir confortável e satisfeita visualmente. A neutralidade que se busca muitas vezes não
é alcançada e em muitos casos não é desejada devido, por exemplo, à possibilidade de monotonia que
quesito quantitativo de acordo com a atividade a ser desenvolvida. A NBR ISO/CIE 8995:1 – Iluminação
de ambientes de trabalho Parte 1: Interior (ABNT, 2013) trata unicamente de números, prezando
somente a velocidade e precisão das tarefas. A norma não considera a disponibilidade de luz natural em
diferentes regiões brasileiras, o que fica a critério da sensibilidade do responsável pelo projeto de
iluminação. Contudo, a NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013) é largamente utilizada em território nacional
por ser a única referência normativa brasileira a trazer esse tipo de dado. Outra norma é a NR 17 –
Ergonomia (ABNT, 2007) que recomenda ao projetista buscar os valores de iluminância na NBR ISO/CIE
8995:1 (ABNT, 2013)3, além de aconselhar o uso de iluminação natural uniformemente distribuída e
difusa.
2
As NR (normas regulamentadoras) são normas desenvolvidas e divulgadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Enquanto
as NBR (normas brasileiras) são normas concebidas e publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
3
A NR 17 remete no item “17.5.3.3” uso de níveis mínimos de iluminância estabelecidos pela NBR 5413:1992, cancelada pela
ABNT em 21 de março de 2013. A partir desta data os valores preconizados passam a ser os fornecidos pela norma substituta
ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013.
15
Além da iluminação, a arquitetura também tem um papel muito importante frente ao conforto
térmico. É através dela que são oferecidas as condições ambientais térmicas necessárias para o ser
humano trabalhar adequadamente, sem fadiga, estresse ou outras doenças acarretadas da exposição ao
calor ou frio.
De acordo com vários autores como Fanger (1970), ASHRAE (2001), Ruas (2002), Schmid
(2005), o conforto térmico é aquele estado da mente que reflete satisfação com o ambiente térmico.
Esse conforto está ligado a fatores pessoais (vestimenta e atividade desenvolvida) e a fatores ambientais
diretamente nas trocas de calor entre o organismo humano e o ambiente. Caso o balanço de todas as
trocas de calor a que está submetido o corpo seja nulo e considerando que a temperatura da pele e suor
estão dentro de determinados limites, o usuário se encontrará em estado de neutralidade térmica, onde
Figura 2.3. Conforto térmico e balanço de calor do corpo mediante variação de temperaturas.
16
Com base no conhecimento obtido até então, em 1997 a American Society of Heating,
Refrigerating and Air Conditioning Engineers (ASHRAE, 2001) propôs uma equação que demonstrasse o
Onde:
Segundo essa equação, o corpo entra em equilíbrio térmico quando S = 0 e não há necessidade
de uso de mecanismo de termorregulação (RUAS, 2002). Quando S > 0, o corpo está em estado de
hipertermia e hipotermia quando S < 0 (BREVIGLIERO et al., 2006). Por exemplo, quando a temperatura
ambiente for de 23°C, o ser humano perde calor de acordo com o processo: i. condução = 10% de perda,
a condutibilidade do ar é fraca; ii. radiação = 67% de perda, calor transportado sob a forma de ondas
eletromagnéticas, destaque para o infravermelho; iii. evaporação = 20% de perda, a taxa de evaporação
substituição do ar quente por ar frio. Quando a temperatura é 31°C, a evaporação elimina 100% do calor
produzido, chegando a perder 1000 g/h de água a depender da umidade relativa. Já com temperatura
ambiental de 25°C, mesmo sem vestimentas não se consegue perder calor facilmente pelos processos de
convecção e radiação, apenas por evaporação. Ou seja, quanto mais quente for o ambiente, maior é a
17
sudorese. E a depender da atividade desenvolvida com/sem exercícios físicos (W=0 e W<0) o
metabolismo acelera mais/menos, produzindo mais energia térmica Q quando realiza esforço. Quando
W=0, há velocidade de metabolismo para manutenção da temperatura corporal (figura 2.4) (ASHRAE,
2001; RUAS, 2002; GRANDJEAN e KROEMER, 2005; SCHMID, 2005). Assim, quando se análise esta
fórmula e somando-se variáveis como superfície de pele exposta, pele, roupa, suor, superfície no
ambiente, dentre outros, obtém-se a interação térmica entre o corpo com o ambiente, demonstrando o
quão complexas são as relações entre as variáveis envolvidas no equilíbrio e conforto térmicos (figura
2.5).
18
Figura 2.5. Interações térmicas do corpo humano com o ambiente.
as variáveis térmicas de modo que: i. se tenha um maior desempenho; e ii. sejam consideradas as
características psicofisiológicas. A NR 17 (MTE, 2007) traz níveis mais simplificados quanto às variáveis
térmicas e também recomenda ao projetista buscar valores mais detalhados, como a taxa de
metabolismo, índices de vestimenta, dentre outros, em normas como: NBR 12538 – Grandezas e
unidades de termodinâmica (ABNT, 1992); ISO 7726 – Thermal environments: Instruments and methods
for measuring physical quantities (ISO, 1998); Ashrae Standard 55/2001 – Thermal environmental
conditions for human occupancy (ASHRAE, 2001); e ISO 7730 – Moderate thermal environments:
Determination of the PMV and PPD indices and specification of the conditions for thermal comfort (ISO,
2005) – norma esta que fornece os limites de ± 0,5 como adequados para o PMV (Voto Médio Estimado)
ambiente com temperatura ótima ele deve ser neutro. Entretanto, até que ponto essa neutralidade é
19
conveniente? Assim como o conforto visual e sua monotonia causada pela iluminação constante e o uso
de uma única cor, também não é interessante que a experiência térmica seja 100% neutra, devendo-se
evitar o chamado tédio térmico ou "thermalboredom" (SCHMID, 2005; FRANSSONA et al., 2007). O
conforto térmico se faz presente quando uma parcela dos indivíduos se sente bem com os valores
encontrados e a outra consegue se adequar sem maiores danos, pois a unanimidade térmica é
A busca pelo bem-estar humano não se restringe aos confortos visual e térmico, ela adentra
também no conforto acústico, pois o espaço arquitetônico é também um espaço sonoro. Um dos
motivos para o avanço desta ciência está no aumento da complexidade e exigências tanto projetuais
quanto de seus usuários. A acústica vem neste sentido complementar a visão, pois "muitos dos sons que
nos interessa ouvir são provocados fora de nosso campo visual" (SCHMID, 2005, p.255), caracterizando a
audição como um dispositivo de sensibilidade razoável, capaz de receber informações compactas sobre
o ambiente. O conforto acústico visa à redução ou eliminação de qualquer ruído existente que possa
comprometer a audição humana ao mesmo tempo em que busca controlar os sons para que não criem
interferências excessivas como as reverberações de forma que haja uma boa comunicação entre os
A partir do espectro sonoro é delimitado o conjunto de todos os sons audíveis e inaudíveis pelo
ser humano. Sons estes que dependem da sensibilidade do ouvido, determinando a inteligibilidade da
voz e o volume/intensidade. Junto àquele espectro tem-se a audibilidade, a qual ilustra como o ouvido
relacionadas a variações de frequência – sensações auditivas (FERNANDES, 2010). Como seus valores são
subjetivos, diversos estudos foram feitos visando determinar a sensibilidade média da audição de
20
Figura 2.6. Curva de audibilidade humana.
Contudo, a preocupação das normas nacionais é maior para com a produtividade e problemas
ambiente é de extrema importância para a informação que precise ser passada seja ouvida com clareza.
O hospital é uma das edificações onde o cuidado com este aspecto deve ser considerado, pois há
ambiente com sons agradáveis, livre de ruídos desnecessários, favorece a diminuição de doenças e
A pesquisa em questão considera que o projeto deve ser trabalhado desde sua concepção
tendo a percepção e a condição ambiental como base necessária à construção de ambientes. Para um
projeto atingir o grau de qualidade almejado, incluindo a dimensão subjetiva, ele deve ser claro e
21
especificado. De forma a evitar o que comumente é visto nas revistas de arquitetura e decoração: o
império de ambientes sem apelo humano, universal e com conceitos preconcebidos, apresentando um
“*...+ espaço precipuamente estético, tal como o corpo performático e esportivo que se molda e
se reifica nas academias atuais, alienado de suas várias outras dimensões. [...] Vemos nas revistas
aquilo que o arquiteto prevê ao projetar suas imagens: o espaço vazio. Mas não vemos aquilo
que ele também não vê: a imersão do corpo em sua totalidade viva neste espaço. Vemos o
espaço como fim em si mesmo, e não como meio.” (BRANDÃO, [201-], p.1)
O arquiteto deve fazer uso dos elementos básicos que constituem a arquitetura, utilizando a
forma como matéria-prima para a concepção de ambientes que serão sentidos e percebidos pelos
usuários. O modo como ela é moldada, planejada e edificada garante o quão sensitivo o espaço
construído é (GANN e WHYTE, 2003), estimulando sensações diversas. Tais sensações (consideradas
negativa, e acaba por transformar os espaços em lugares (ELALI, 1997; LAKI e LIPAI, 2007), reforçando a
ideia de que o ser humano seja o elemento base para o qual é pensada e projetada uma edificação.
Percebe-se assim que o objetivo da arquitetura de ser “fruída na sua dimensão artística,
usufruída na sua dimensão funcional e construída na sua dimensão tecnológica” (MALARD, 2006, p. 13)
pode ser ilustrada pela união dos atributos, imagem e processamento, dados acima. O ambiente
construído assume importante papel dentre os quais se exaltam os aspectos que influenciam
tese em questão admite como qualidade do ambiente construído aquele que promove a cognição, o
aconchego e a sensação de bem estar para a realização das diversas atividades previstas, além da
proteção no dia-a-dia (BLUYSSEN et al., 2011; OCHOA et al., 2012), fornecendo espaços harmoniosos e
equilibrados também com as questões ambientais. Desta forma, a edificação se apresenta como um
complexo produto devido às suas atribuições, multiplicidade de funções e o papel que assume na vida
dos usuários. O que leva a questionar: o que significa o ser humano dentro dos ambientes? Qual sentido
22
é esperado desses espaços? O que é almejado para as edificações hoje? O que será levado para os
ambientes futuros? Responder isso é tarefa que a arquitetura sozinha não pode fazer.
A metamorfose sentida em todos os campos nos dias atuais também atinge o campo do
trabalho. As diversas manifestações alcançadas por ele transformam o ser humano, o qual também é
transformado, em uma relação mútua (BRASIL, 2010a). O sentido obtido desse “exercer atividade” está
hoje relacionado a duas esferas específicas, que se complementam, apesar de serem díspares: a
resultado da percepção individual de uma pessoa referente à sua vida, considerando sua cultura,
trabalho, esta contribui para o aumento ou diminuição daqueles itens, seja através das relações
como: cobranças, coordenação, cumprimento das atividades, salário e espaço de trabalho (ABEN, 2006).
respostas individuais que têm peso positivo ou negativo tanto no estado mental quanto no estado físico,
ou até mesmo em ambos (ABEN, 2006). Tais relações, neste ponto, caracterizam a evolução da QV em
acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (CASAS e KLIJN, 2006), o ambiente de trabalho se
tornou um dos principais meios para a promoção da saúde no século XXI, pois favorece o aumento da
23
produtividade, maiores satisfação do uso do espaço, da QV e QVT. Hoje, em meados de 2010, dois
ambientes de trabalho são identificados: o ambiente de trabalho tradicional com todas as qualidades,
atributos e características que são percebidas, sentidas e experimentas pelos usuários; e o ambiente de
trabalho saudável, onde todas as suas condições são voltadas para o bem estar dos trabalhadores como
ambiente físico favorável (postos de trabalho, iluminação, temperatura, dentre outros), existência de
boas relações interpessoais, boa organização e saúde emocional, proteção contra riscos (CASAS e KLIJN,
2006). De acordo com Mininel et al. (2011), por causa daquelas razões o espaço deve ser estruturado em
prol do usuário. E aqui se tem uma das instituições que mais sofrem com deficiências em relação às
instituições de cuidado à saúde, individual ou coletiva, com equipe médica capacitada e diversificada, e
estrutura que deve atender à população 24 horas por dia durante 07 dias da semana. Quando se
investiga as origens desses edifícios datados desde a época da Babilônia e Egito antigos, tem-se que sua
função primeira era receber indivíduos pobres com doenças graves para que pudessem morrer com
dignidade. A morte era comum devido à medicina rudimentar e à contaminação hospitalar, assim como
as condições de trabalho.
com o trabalho da enfermeira inglesa Florence Nightingale. Ela acreditava que ao prover melhorias no
espaço físico haveria uma contribuição para a rápida recuperação do paciente e isto incluía aquecimento
ruídos, iluminação natural, visualização do ambiente externo, bem como dimensionamento do espaço
arquitetônico (figuras 2.7 e 2.8). Convicta de suas ideologias devido a experiências in loco, Nightingale
lançou o livro Notes on Hospitals em 1859, onde foram descritas ações sanitaristas para construção de
24
hospitais. É interessante notar sua profunda preocupação com a questão do condicionamento
ambiental, sobre a qual descreve sua importância para o processo de cura. Contudo, sua preocupação
principal era somente para com o paciente, poucos foram os itens referentes às condições de trabalho
dos agentes de saúde, mas as ações descritas podem ajudar a QV e QVT destes trabalhadores.
Figura 2.7. Início das mudanças: assepsia da enfermaria. Figura 2.8. Sistema de pavilhão com luz natural.
Os hospitais do século XX e início do século XXI tomaram uma dimensão maior devido ao
como a da construção civil e aparelhagem hospitalar, por exemplo. O hospital passa a ser uma das
edificações com o programa arquitetônico mais complexo, unindo seção de cuidados diversificados com
a vida, seção industrial (alimentação, limpeza, lavanderia) e alta tecnologia (GÓES, 2004; GUIMARÃES,
2007), incorporando a partir dai conceitos como qualidade, equidade, satisfação e autonomia do usuário
(FORTES, 2004). Contudo, poucos são os avanços dentro dessa edificação que visem a total melhoria nas
condições de trabalho dos agentes de saúde. Que há uma necessidade de ambiente acolhedor tendo em
vista a fragilidade imposta pelas doenças dos enfermos é fato, porém esta não deve ser exclusiva no
25
Além das recomendações normalmente colocadas para a construção de todos os tipos de
particularmente o de hospitais, deve considerar a interação dada entre pacientes e staff médica, bem
como as necessidades de cada classe, criando um ambiente dinâmico e interessante, ao mesmo tempo
confortável e afável. No Brasil há uma tentativa de pôr em prática melhorias nessa tipologia através da
Política Nacional de Humanização (PHN), criada em 2003 pelo Ministério da Saúde e com publicação de
cadernos e cartilhas.
inicial do programa engloba uma nova e melhor relação entre usuários, redes sociais e profissionais da
saúde, valorizando o trabalho coletivo e individual e permitindo a busca por melhores condições de
trabalho. São usados dispositivos específicos para o alcance dessas premissas, como o grupo de trabalho
[200-]a; BRASIL, 2010a). Dentre estes, merece destaque o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH),
presente em todo hospital de porte4, seu principal objetivo é discutir os serviços que são fornecidos, as
trabalho injustas, os ambientes degradados e precários, além de condições diversas que venham a
interferir no cuidar (BRASIL, 2010a). A partir dai, são delineados conceitos sobre a qualidade e
(BRASIL, 2010b) é tratada a "Ambiência" que visa tornar mais acolhedor e humano o "espaço social,
profissional e de relação interpessoais" (BRASIL, 2010b, p.121). Para tal, esse espaço deve (BRASIL,
4
O Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas possui um GTH, porém o mesmo encontra-se estagnado, segundo a presidente
da gestão do ano de 2011, devido às dificuldades encontradas como liberação de verbas para execução dos projetos definidos
nas reuniões do grupo.
26
1. Prover conforto ambiental, dando privacidade e individualidade aos pacientes, ao mesmo
tempo em que atende às necessidades dos profissionais de saúde. São elementos que
o Luz: contribui para realização de atividades e para que o ambiente se torne agradável
visualmente. Quando separada por tipo, é colocado que: a iluminação natural deve
existir pelo direito à noção do tempo, além dos aspectos positivos adotados por
Nightingale (1859); e a iluminação artificial deve focar na privacidade com focos de luz
o Cheiro;
que o caracterize e preserve sua identidade, sem ferir os limites territoriais pessoais;
O programa de humanização proposto tem como foco principal a relação usuário - profissional
de saúde. De todos os cadernos e cartilhas divulgados pelo Ministério da Saúde, dois trazem a questão
do ambiente de trabalho em si. O Caderno HumanizaSUS nº1 - Formação e intervenção (BRASIL, 2010a)
diz que o espaço deve ser adequado de forma que o trabalho não seja comprometido, valorizando as
27
2010b) elabora melhor esse conceito, desenvolvendo tópicos de sua importância dentro do hospital,
Conclui-se que humanizar não é somente melhorar o convívio dentro do hospital. O hospital
humanizado deve ser capaz de integrar atendimento de qualidade à estrutura física (BACKES et al.,
2006), reduzindo os níveis de estresse resultantes do contato diário com a doença, o sofrimento, a dor e
a morte, ao mesmo tempo em que promove e melhora a sensação de bem-estar e as qualidades de vida
de lugares hostis para lugares receptivos e acolhedores não é tarefa das mais simples, pois além de
envolver crenças e culturas próprias de seus projetistas, as opiniões das pessoas que vivenciam o
hospital devem ser consideradas, principalmente daqueles que nele trabalham. Englobando e analisando
a disposição do processo de trabalho na saúde, mediante espaços adequados para a realização das
atividades previstas.
As cidades e os edifícios têm diversas implicações nas qualidades de vida e de trabalho dos
seres humanos. Segundo Guzowski (1999), as pessoas se sentem saudáveis mediante atendimento de
aspectos das necessidades físicas e psicológicas do corpo, espírito e mente. O ambiente é um dos
elementos que influenciam esse sentimento de salubridade, uma vez que os edifícios possuem
28
características físicas, químicas e biológicas que podem afetar a saúde de seus ocupantes (BREVIGLIERO
et al., 2006; SASSI, 2006). Neste contexto, é demandada uma ampla compreensão sobre os usuários e
sua satisfação e hierarquização das necessidades em relação à qualidade do ambiente construído, mas
comportamentos diversos. Para que a percepção ocorra são necessários antes os processos de sensação.
No que se refere à questão ambiental, a sensação é uma reação física do corpo frente a uma
ação de estímulos ambientais (luz, calor, frio, som, dentre outros) ativando áreas específicas do córtex
cerebral. Ou seja, mediante processos biológicos, a energia ambiental é captada através das células
Nervoso Central5 (cérebro) de acordo com o elemento e/ou sentido relacionado, para serem
processadas e se obterem sinais que são destinadas ao organismo (CARLSON, 2002; BAKER, 2005; REIS e
LAY, 2006; BRANDALISE et al., 2009). São identificadas seis sensações principais do corpo humano: visual,
auditiva, olfativa, gustativa, tátil e espacial (sentido do equilíbrio – ocorre no ouvido interno). A figura
2.96 ilustra em cores as regiões onde estão localizados os itens aqui estudados.
5
O Sistema Nervoso Central (SNC) desempenha o papel de controlar o corpo. É a partir dele que são destinadas ordens aos
músculos e às glândulas de acordo com o processo biológico realizado.
6
A área visual considerada na figura 2.9 refere-se à região onde o sentido da visão é processado. Não é mostrada a glândula
pineal onde ocorre o processo dos padrões biológicos, como a produção da melatonina e melanopsina, por exemplo.
29
Figura 2.9. Anatomia do cérebro.
necessários são interpretados. Este processo de decodificação depende de cada ser humano, mudando
apenas a percepção individual. A percepção é uma função cerebral que confere significados àqueles
informações previamente obtidas (CARLSON, 2002). É classificada em sete tipos: a visual e auditiva –
tátil, além da percepção temporal e espacial. Cada uma compreende uma série de percepções menores
volume, percepção rítmica (percepção temporal), localização auditiva (percepção espacial). A olfativa de
discriminação de odores, alcance olfativo. A gustativa envolve a discriminação de sabores. A tátil permite
de objetos em contato com o corpo, além do posicionamento deste (percepção espacial) e a proteção
30
física (percepção da dor). A percepção temporal engloba a passagem do tempo (ritmo biológico),
produção dos ritmos; e a espacial inclui a estimativa das distâncias entre os objetos (percepção da
distância e do tamanho relativo dos objetos), esta última percepção é considerada supra modal, pois
utiliza elementos da percepção auditiva, visual e temporal (CARLSON, 2002; REIS e LAY, 2006; NÓBREGA,
anteriores registradas e que agora servem como base de dados de conjecturas, comparações e
definições (TOURINHO et al., 2000; CARLSON, 2002; BAKER, 2005; REIS e LAY, 2006; NÓBREGA, 2008;
BRANDALISE et al., 2009). De acordo com Bowditch e Buono (1992), Bennet e Kassarjian (1975) e
Brandalise et al. (2009), cada ser humano interpreta de forma individual os significados, reagindo
diferentemente, formando um processo inicialmente linear com a estimulação corporal, leitura elétrica
(sensação), interpretação sensorial (percepção) para então serem dadas as respostas a cada estímulo
provocado (figura 2.10). Deve-se advertir que a percepção também está ligada às relações sociais, às
saúde física e mental, o desempenho e a satisfação no trabalho (FERNANDES e ROCHA, 2009; BECKERT et
al., 2012). Tudo isto torna distintos os comportamentos e preferências dos usuários nos espaços
31
Sabe-se que o estudo da percepção ambiental tem sido fundamental para a compreensão das
relações entre o ser humano e o ambiente. Ele possibilita antever manifestações como vandalismo em
edificações que apresentem pouca qualidade espacial, como expressão de descontentamento para com
o ambiente construído das cidades. Entretanto, é no uso cotidiano dos espaços, equipamentos e serviços
que as pessoas sentem diretamente os impactos (positivos ou negativos) da qualidade ambiental e reage
a isto de maneira consciente ou não, psicológica e fisiologicamente (DEL RIO e OLIVEIRA, 1999; REIS e
LAY, 2006). O governo norte americano, por exemplo, passou a exigir pesquisas que considerassem a
percepção e as expectativas da população para aprovação de projetos de grande porte (ZUBE, 1980),
espaços são interpretados e usados. De acordo com Kuhnen (2011) são estudadas três dimensões que as
mesclam: cognição, onde são reconhecidas, registradas e extraídas informações do ambiente; afeto,
apego e apropriação do espaço; e preferências relacionadas ao ambiente. Por isso que ao se atribuir
qualidades ao ambiente, as características físicas são sobrepostas com as simbólicas e faz com que as
Para analisar tais itens, as ciências do ambiente, projeto e conforto surgem como os principais
requisitos para obtenção de uma arquitetura de excelência ao procurar parâmetros mais adequados
para cada projeto e para a avaliação do desempenho do espaço construído (GARROCHO, 2005). Toda
esta fase de preocupação e pesquisas visam à sensação de bem estar de seus usuários através de um
ambos (IIDA, 2005; REIS e LAY, 2006). Além da ciência do conforto ambiental tem-se a psicologia
32
especialmente o de trabalho. Para ela, o ambiente é um meio físico real (natural ou construído) onde as
pessoas vivem (CAMPOS-DE-CARVALHO et al., 2011). Este compreende três componentes: i. físico,
iluminação, temperatura, qualidade do ar, umidade relativa do ar, acústica, decoração; ii. não-físicos,
expectativas dos usuários, suas motivações, crenças; e iii. sociais, atividades desenvolvidas, cultura,
aspectos econômicos e políticos. Mediante a relação obtida através dessas variáveis, a apropriação do
espaço ocorre. Ela surge como um dos processos fundamentais para a formação do lugar, este sendo a
biológicas, psicológicas, sociais e culturais; reforça sua identidade pessoal e adquire a sensação de
pertencimento ao meio” (KUHNEN et al., 2010, p.540). Assim, de acordo com Kuhnen et al. (2010), se o
meio não for bem gerido ou bem projetado, ele pode gerar conflitos que vão desde estresse psicológico
e físico, condutas inadequadas, esgotamento e inabilidade para lidar com este tipo de espaço.
A percepção ambiental atua de forma mais consciente através de necessidades tangíveis que
carecem estar presentes no meio físico real, ocorrendo em todos os tipos de ambientes, inclusive nos de
trabalho. Segundo Bechtel (1997), os espaços de trabalho mudam a depender de alguns elementos: i.
janelas no local de trabalho, a visão externa além de ajudar no ciclo biológico, ajuda a descansar a mente
(a personalização do espaço também aparece aqui, principalmente quando não se tem essa visão,
através de quadros com imagens da natureza ou plantas em pequenos vasos); ii. luz natural, cujo projeto
é deficiente na maioria das construções; iii. ruído, que reduz o desempenho, atrapalhando a
concentração e tomada de decisões; e iv. escritório aberto, cujo conceito inicial era eliminar os cubículos
comportamento positivo vindo de seus usuários. Salienta-se ainda que estes espaços não devem ser
33
considerados como modificadores do comportamento humano, transformando personalidades, mas
podem e devem favorecer a percepção e a cognição dos espaços, proporcionando a satisfação de uso
(KOWALTOWSKI et al., 2000; ALVES et al., 2010). A ligação entre ambiente construído, comportamento
humano, estruturas sociais, culturais e tecnológicas ficam evidentes a partir do momento em que todas
Segundo Anthes (2009) e Kuhnen et al. (2010), há tempos os arquitetos perceberam que os
multidisciplinaridade que une estudos de padrão cultural, necessidades dos usuários, estudo
variáveis de estudo, percebe-se que ainda são poucas as pesquisas que unem àquelas ao ritmo biológico,
O século XXI marca com intensidade a ocorrência de estudos que enfatizam tais elementos no
projeto de ambientes de trabalho (ELALI, 2006; BATIZ et al., 2009). As pesquisas do processo de projeto
nas suas várias fases bem como a gestão das atividades e a avaliação do ambiente em uso são
A ciência da fisiologia admite que o cérebro seja a base de todos os processos de sensações,
sentimentos, cognições e movimentos, demonstrando o intrínseco vínculo entre corpo e mente. Visando
34
a aquisição de conhecimento no sentido da integração das bases biopsicológicas do desenvolvimento
humano e suas relações com o meio e interações sociais, o ambiente construído e a percepção
ambiental se unem em prol do desenvolvimento de pesquisas referentes ao corpo e mente e como sua
relação responde ao espaço edificado. Desta forma, para melhor compreender os impactos causados
pelo ambiente no ser humano faz-se necessário entender como alguns dos principais fenômenos
corporais ocorrem em condições ideais como o ritmo biológico, a atividade e o repouso, o ritmo social,
usuários.
Os seres humanos possuem muitos processos biológicos, a maioria regulada pelos ciclos solares
e organizada por um relógio interno exclusivo, o relógio biológico. Este relógio se responsabiliza pela
disposição interna do corpo, organizando qualquer mudança que se faça presente, ao mesmo tempo em
que alarma a ocorrência de variações ambientais para que o organismo se antecipe e se prepare para as
Tal relógio é ligado ao ritmo biológico que, segundo Grandjean e Kroemer (2005) e Mello et al.
(2008), pode ser dividido em três categorias, as quais variam de indivíduo para indivíduo: i. ritmo
circadiano, com um ciclo entre 22 e 25 horas, e uma frequência por dia; ii. ritmo ultracircadiano,
frequência maior que um ciclo de 20 horas; e iii. ritmo infradiano, frequência menor que um ciclo de 28
horas. Desses três ritmos, o mais importante para esta pesquisa é o primeiro: o ritmo circadiano.
Este ciclo metabólico diário influencia as funções corporais relacionadas à fisiologia e psicologia
humanas, como: o sono, a prontidão para o trabalho, a atividade digestiva, o alerta subjetivo, o
et al., 2008). Em condições ideais esses processos ocorrem e se repetem diariamente com correta
precisão independente, das mudanças externas do ambiente, mas são sincronizáveis por vezes às
condições ambientais no período de 24 horas e dependem dos contatos sociais, a noção do relógio do
Uma das regiões cerebrais responsável por esse ritmo é o hipotálamo. Localizado sob o tálamo,
esta área tem como principais funções: regulação dos processos metabólicos e a homeostase corporal ao
controlar os ciclos circadianos, a temperatura corporal, fome e sede; neurosecreção; regulação dos
dentre outros (CARLSON, 2002; HAERTEL e MACHADO, 2013; AFIFI e BERGMAN, 2005). Para a regulação
do ciclo circadiano, o hipotálamo juntamente com o Núcleo Supraquiasmático (NSC), glândula pineal e
retina formam o eixo circadiano (figura 2.11). Este eixo é responsável pela produção7 e liberação da
7
Pela glândula pineal, localizada no cérebro (CLAUSTRAT et al., 2005), um pouco acima do aqueduto de Sylvius e abaixo do
bordelete do corpo caloso (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004; GUYTON e HALL, 2011).
36
Percebe-se desta forma que a luz é o principal regulador e sincronizador do ritmo circadiano.
Denominada zeitgeber8 (CARLSON, 2002), ela ativa o sistema da visão que "traduz para o organismo os
sinais do mundo externo e [alinha] o relógio biológico endógeno a ele" (MELLO et al., 2008, p.16), assim
como também modifica a fase e a amplitude do sistema que o sincroniza. Este processo ocorre quando a
luz que alcança a retina fornece sinais específicos, um para cada conexão neural referente a dois
sistemas específicos existentes: i. sistema de padrão visual e ii. sistema de padrão biológico (BOYCE,
No sistema de padrão visual é identificado o caminho percorrido pela luz desde a retina,
passando pelos fotorreceptores (figura 2.13) (três cones para cada fotopigmento - vermelho, verde e
azul - e um bastonete) até chegar ao córtex visual através das fibras "radiações ópticas" onde a
Já o sistema de padrão biológico (linha azul escuro) mostra o percurso feito para a
regularização do ritmo circadiano, a qual também começa a partir da retina e as células fotorreceptoras,
mas ao invés de seguir para o córtex visual, a luz segue para o Trato Retino-Hipotalâmico (TRH), seguindo
pelo Núcleo Supraquiasmático (NSQ) até chegar na glândula pineal (círculo verde na figura 2.12) (BOYCE,
2003; VAN BOMMEL, 2004; SCHIFFMAN, 2005) onde a melatonina é produzida e sintetizada em
condições noturnas (ausência da luz). Em 1998 foi descoberto o fotorreceptor responsável pela
transmissão da luz por este sistema: a melanopsina. Ela é uma proteína sensível à luz, produzida pelas
2.13). Sua principal função é processar a informação luminosa e a conduzir à área principal do cérebro
responsável pelo ciclo circadiano (NEWMAN et al., 2003; SERRANO et al., 2006; BACK et al., 2007; PÉREZ-
8
Palavra alemã que significa "regulador do tempo".
37
Figura 2.12. Sistemas de padrões biológicos (azul escuro) e visuais (azul claro) no cérebro.
Fonte: adaptado de Putz e Pabst (2006), Van Bommel (2004) e Boyce (2003).
38
A melatonina pode ser considerada a "molécula chave" do corpo humano por regular vários
processos fisiológicos, não todos ao mesmo tempo, mas quando necessários no decorrer do intervalo de
um dia (GUZOWSKI, 1999; RAJARATNAM e ARENDT, 2001; BOYCE, 2003; CAJOCHEN et al., 2003; GUPTA
et al., 2003; RODRIGUEZ et al., 2003; JOU et al., 2007; MAGANHIN et al., 2008; MELLO et al., 2008;
variações ambientais, por exemplo, foi demonstrado em mulheres que as concentrações de melatonina
e progesterona são alteradas de acordo com as estações do ano. Há também a inibição da produção do
sendo relacionada também ao ciclo claro-escuro, isto causa um acréscimo da sonolência e decréscimo da
temperatura corporal. A curva de secreção do hormônio depende do cronotipo de cada pessoa, mas em
geral o pico de sua produção se dá no meio da ausência de luz, decaindo na segunda metade da noite;
Regulação do sistema imunológico: durante a noite ocorre uma maior estimulação com
aumento da velocidade de locomoção e uma maior atividade das células de defesa, que são formadas e
39
humanos sob condições rotineiras constantes (figura 2.14). Percebe-se que as concentrações de
melatonina aumentam por volta das 21h, atingindo o pico às 5h, quando decresce chegando a um valor
mínimo às 14h, onde permanece constante até o ciclo ser novamente iniciado. Ao mesmo tempo, nota-
se uma baixa na temperatura corporal a partir das 20h, chegando à temperatura mínima às 6h, voltando
a aumentar a partir daí. Processo semelhante ocorre com o alerta subjetivo, que tem o valor mínimo
detectado às 10h. Este age inversamente com o aumento do tempo de reação do desempenho da tarefa,
onde às 24h o ser humano começa a responder lentamente às atividades as quais lhe são impostas e ele
permanece nesse estado até às 8h, quando começa a ficar atento novamente. Assim, o período
correspondente ao sono de um ser humano em condições normais, das 24h às 7h, corresponde a uma
40
Figura 2.14. Relações entre hora do dia e a. ritmos circadianos de melatonina plasmática, b. temperatura corporal,
c. alerta subjetivo, d. tempo de reação em seres humanos sob condições rotineiras constantes.
contínua de luz no período em que a melatonina está para ser liberada atrasa sua síntese, fazendo com
que o indivíduo permaneça em estado de alerta e com a temperatura corporal específicos àquele
padrão.
Algumas pesquisas revelam que a melatonina pode ser suprimida mediante altos índices de
iluminância, como a dos doutores Al Lewy e George Brainard, os quais identificaram em 1988 que a
41
exposição por duas horas de 2.500lx inibem a produção desse hormônio, concluindo que há uma relação
indireta entre quantidade de luz e concentrações hormonais (GUZOWSKI, 1999). Segundo alguns
pesquisadores como Dawson e Campbell (1990) e Brainard et al. (1997), a quantidade de luz que
interfere no ritmo circadiano é aquela que alcançar a retina e passar por ela, a qual também está
intimamente atrelada à: distribuição da luz no espaço, direção do olhar e refletâncias das superfícies
internas. Boyce (2003) acrescenta ainda que a quantidade de melatonina a ser suprimida é determinada
também pelo fator conhecido como irradiação da retina, a qual varia individualmente.
Estudos que comprovem estas quantidades de luz e valores padrões desse tipo de irradiação
ainda estão sendo realizados, seja para se saber índices de supressão do hormônio da melatonina, seja
para se ter níveis mais humanos de luz a serem recomendados por normas específicas.
Outro hormônio que compõe o ciclo metabólico diário, ou ritmo circadiano, é o cortisol ou
hidrocortisona. Ele é um hormônio corticosteróide produzido pela glândula suprarenal no córtex adrenal
diariamente (figura 2.15) apresentando uma ritimicidade típica, ou seja, com picos de liberação nas
primeiras horas do dia. O aumento na liberação deste hormônio é dada em situações onde o organismo
sofre ameaças, sendo predominantemente acentuada sob estresse crônico. Assim, juntamente com as
42
Figura 2.15. Localização da glândula supra-renal.
organismo para responder à ameaça do estresse, porém em altas concentrações ele causa depressão no
Também, em altas concentrações por períodos prolongados compromete o funcionamento das células
cerebrais, desencadeando efeitos deletérios sobre a memória humana (KREIGER, 1975; SCHMIDEK e
CANTOS, 2008). Ainda segundo Schmidek e Cantos (2008), o declínio destas funções altera a produção
cerebrais e fornecem fácil acesso às informações nele guardadas. Sua quantidade no organismo deve
então ser equilibrada, pois se suas concentrações permanecerem altas por muito tempo o sistema se
tornará, por exemplo, ineficiente (VAN BOMMEL, 2004). Já sua baixa produção pode levar à fadiga,
aumento de peso e uma sobrecarga do sistema imunológico, associando-se a alergias e asma (BLUYSSEN
et al., 2011).
Assim como a melatonina, o cortisol exerce funções importantes no corpo humano, estando
também relacionado ao ritmo circadiano o que faz com que a sua quantidade varie no sangue de acordo
com o horário do dia, promovendo a adaptação do ser humano (MELLO et al., 2008). Suas concentrações
43
são altas pela manhã, preparando o corpo para as atividades diárias, havendo decréscimo ao longo do
dia com valores mínimos à noite, quando a melatonina é liberada (CHERNOW et al., 1987; VAN
As produções do cortisol e melatonina são contrárias em um ciclo de 24h, porém não são
constantes durante todo o dia, enquanto o cortisol alterna, não chegando a ficar constante em nenhum
momento do ciclo. A temperatura corporal também tem forte relação com esses dois hormônios. À noite
ela diminui devido ao estado de stand by que o corpo humano atinge: os batimentos cardíacos e
respiração são abrandados para reaver a energia gasta durante o dia. No início da manhã ela volta a
aumentar, preparando o corpo para as atividades a serem realizadas no decorrer do mesmo. Deve-se
ressaltar que a temperatura a ser considerada é a interna e não a externa (superficial), pois esta tem
uma grande variação e está atrelada às condições climáticas externas, temperatura ambiente interna e
Figura 2.16. Relação entre as concentrações de cortisol, melatonina e temperatura corporal em um ciclo de 24h.
também possui outras funções (DRUCKER e NEW, 1987; MIGEON e LANES, 1990; FISCHBACH, 1992; VAN
44
BOMMEL, 2004; MELLO et al., 2008; GUYTON e HALL, 2011): regulação da absorção do cálcio;
manutenção da pressão sanguínea para que fique constante; efeito anti-inflamatório, aumentando a
velocidade da regeneração; contribui com a secreção do ácido gástrico e da pepsina; assiste na função
imunológica do corpo; viabiliza açúcar ao sangue para manter a energia corporal; dentre outras.
Uma das formas de manter uma saúde apropriada é a manutenção do equilíbrio das
dessincronização desse ritmo acarreta uma série de consequências prejudicando a qualidade do sono, o
alerta subjetivo, o desempenho e a produtividade (GUYTON e HALL, 2011). Ambos os hormônios, cortisol
e melatonina, estão sendo dosados em pesquisas acadêmicas visando à avaliação do estresse, ritmo
circadiano e ciclo sono-vigília, como feito nesta e em diversas outras pesquisas dentro e fora do Brasil.
temperatura corporal humana. O ser humano é homeotérmico, pois possui a capacidade de conservar
sua temperatura corporal por um intervalo de tempo mesmo quando há mudanças térmicas no meio em
que se encontra. Além desta capacidade, diariamente ocorre também um fenômeno interno chamado
de variação térmica circadiana: a temperatura corporal é menor ao acordar pela manhã, aumentando ao
longo do dia, atingindo seu pico no início da noite (figura 2.17) – ela é medida pelo reto (YODER, 2004).
com os termorreceptores da pele, o que fornece efeitos e respostas de acordo com as condições
térmicas do ambiente e do corpo humano. Para entender como esses processos ocorrem é necessário
45
Figura 2.17. Variação térmica circadiana humana.
entre a produção, perda e ganho de calor. O processo de desenvolver e regular calor para o corpo
termogênese. Este está inserido no mecanismo de termorregulação, bem como está também
O metabolismo corporal é o conjunto de reações químicas que ocorre nas células para obter
energia dos elementos combustíveis orgânicos, a qual é convertida em calor (80%) e trabalho (20%)
(HOYLE, 1997; RUAS, 2002; ONLINE ETYMOLOGY DICTIONARY, 2013). O calor gerado é dissipado para
manter a temperatura interna corporal em equilíbrio, ou seja, aproximadamente 37°C, podendo variar
entre 36,1°C e 37,2°C. Há 4 componentes que auxiliam tanto na produção quanto no consumo
energético: i. metabolismo basal, emprego de 60% a 70% do gasto calórico9 para conservação do
funcionamento das atividades corporais humanas vitais, como batimentos cardíacos, temperatura
corporal, pressão arterial, dentre outros, tanto no estado de vigília quanto no de repouso; ii. digestão de
alimentos, digestão e assimilação dos alimentos ingeridos; iii. atividade física, esforço físico de qualquer
9
É a energia necessária para a realização das tarefas diárias, bem como dos próprios processos biológicos. O gasto calórico total
depende de 04 fatores: gasto energético basal; gasto energético com atividades físicas; gasto energético com digestão, absorção
e armazenamento de nutrientes; e o gasto energético com a termogênese adaptativa (OMS, 1998).
46
natureza, voluntário ou não; iv. crescimento das crianças, síntese e manutenção dos novos tecidos
(RAVUSSIN e SWINBURN, 1993; HOYLE, 1997; OLIVEIRA e MAIA, 2001; VASCONCELLOS e ANJOS, 2001).
Parte da eliminação do calor excedente se dá através da pele. A pele é o maior órgão do corpo
e possui funções importantes, algumas delas relacionadas diretamente ao conforto térmico, como: i.
órgão dos sentidos, transmite a informação do meio externo (tátil, térmico e dor) para o corpo através
de terminações nervosas; ii. troca, transmissões entre o corpo e o exterior para regulação de
organismo; iii. proteção física, produção de melanina para proteger contra a radiação, em especial os
raios ultravioletas; iv. proteção contra a desidratação; v. função metabólica, síntese da vitamina D
(RUAS, 2002; GRANDJEAN e KROEMER, 2005; IIDA, 2005; SCHMID, 2005; BREVIGLIERO et al., 2006).
É igualmente importante considerar a questão da vestimenta, pois ela funciona como uma
barreira para a troca de calor. Além de ponderar também o esforço físico realizado, alimentos ingeridos,
estação do ano, características corporais, idade, sexo e hábitos (GRANDJEAN e KROEMER, 2005). Se o
ambiente proporcionar condições térmicas que sejam inadequadas, o sistema termorregulador humano
será ativado mediante redução ou aumento das perdas de calor com auxílio de mecanismos de controle
mensagem neural ao hipotálamo, que, a depender da temperatura, tem diferentes partes ativadas: o
10
Efeito térmico dos alimentos, taxa metabólica basal, atividade muscular, meio ambiente, hormônios.
11
Radiação, condução, evaporação, convecção.
47
qual é sensível à diminuição daquela, além de ser responsável por toda informação referente à
temperatura corporal como um todo. A depender da condição térmica, diferentes mensagens neural e
respostas e efeitos que objetivam amortecer e/ou reverter os danos causados por aquela variação.
corporal. Assim, ocorre a vasodilatação, as glândulas sudoríparas passam a produzir mais suor, forçando
a evaporação, além da diminuição da atividade muscular de forma que não seja produzido calor interno
internamente com vasoconstrição, início das contrações musculares para geração de calor, bem como o
aumento na produção de hormônios pela tireoide para que haja um aumento no metabolismo (figura
48
Figura 2.18. Termorregulação do corpo humano.
Quando os processos de termorregulação não são suficientes para que o corpo humano entre
em equilíbrio térmico, observa-se nesse uma variação no calor irradiado (figura 2.19). Em uma
temperatura confortável são distinguíveis as zonas central e periférica com variação de temperatura
interna entre 36°C a 37°C. Quando o indivíduo é exposto ao frio (menor que 20°C), percebe-se uma
redução da zona central com temperatura abaixo de 31°C nas extremidades corporais (mãos, pés,
orelhas, nariz e lábios). Já quando essa exposição é ao calor (maior que 40°C) ou no caso de febre, há a
expansão da zona central, a qual sobrepõe inclusive a zona periférica (VASEY, 2010).
49
Figura 2.19. Variação da temperatura interna humana de acordo com o meio: a. temperatura confortável; b.
exposição ao frio; c. exposição ao calor.
A B C
variações de acordo com situações ambientais e pessoais específicas e são ajustadas às variações
fisiológicas.
temperatura corporal compõem uma parte do ciclo circadiano ideal e almejado para a manutenção
primordial da vida. Tal equilíbrio é dado por meio do adequado funcionamento dos mecanismos
corporais que resultam em efeitos benignos para todo o corpo, auxiliando na prevenção de alguns
transtornos psicológicos, cooperando também para a QV e QVT e favorecendo à qualidade do sono, uma
50
2.3.2 ATIVIDADE E REPOUSO
A atividade e o repouso constituem outra espécie de ritmo, mas relacionados aos hábitos
humanos diurnos e noturnos. Isto divide as funções corporais relacionadas a estas tarefas em duas: a
primeira é a fase correspondente ao dia ou fase ergotrópica, nela todos os órgãos e funções estão
preparados para qualquer atividade que o corpo exija; a segunda acontece à noite, fase trofotrópica, os
órgãos e funções estão amortecidos, o organismo está em fase de recuperação e renovação de energia,
A maioria das pessoas tem dificuldade em desempenhar tarefas específicas no turno noturno
porque seu sistema circadiano as induz ao sono (BOYCE, 2003). Contudo, existem pessoas que são
suscetíveis à inversão desses hábitos, conseguindo realizar trabalhos noturnos. Segundo Grandjean e
Kroemer (2005), Iida (2005) e Mello et al. (2008), há diversos fatores que carecem ser levados em
consideração neste tipo de trabalho, independente se o trabalhador tem uma predisposição natural para
Ritmo circadiano não é invertido por completo, sofre pequenas alterações, as quais levam quase
duas semanas para acontecer - pelo fato da luz do sol ainda regê-lo. O ritmo biológico relacionado às
o grau desta adaptação, bem como a predisposição a doenças resultantes dessa inversão;
Saúde, maior chance de cansaço físico e mental, irritação, transtorno neural, úlcera e distúrbios
intestinais. Favorece maior consumo de drogas para dormir ou se manter acordado como café, cigarro e
álcool;
51
Desempenho, aumento de erros e acidentes causados pela redução da concentração mental e
por condições de trabalho inadequadas, e também por serem realizadas na fase trofotrópica.
uma vez que o período de trabalho é o oposto aos períodos onde ocorrem naturalmente o ciclo claro-
escuro e os contatos sociais humanos. Isto faz com que o corpo humano entre em um modo automático
de trabalho à noite e repouso durante o dia, afetando a qualidade do sono que se torna "insuficiente
tanto em quantidade quanto em qualidade, com recuperação inadequada, resultando em fadiga crônica
com seus sintomas associados" (GRANDJEAN e KROEMER, 2005, p. 207). Ou seja, ele é fragmentado e
curto até mesmo pela própria dificuldade da família em ajustar seu comportamento visando o descanso
daquele trabalhador, por exemplo, crianças brincando dentro de casa, esposa ou secretaria do lar
fazendo as atividades domésticas diárias como limpeza e cozimento de alimentos, aparelhos de som e
televisão ligados.
mesma durante o repouso. A busca por soluções tanto trabalhistas quanto ambientais que respeitem
esse sistema natural e estimulem seus usuários em ambas as fases (ergotrópica e trofotrópica) necessita
ser considerada uma vez que a diminuição da probabilidade de acidentes e melhoria do desempenho
Todo ser humano possui um ritmo social único caracterizado pelas atividades realizadas
diariamente, bem como o nível de frequência e contato social que estão atrelados a essas tarefas (MONK
52
et al., 1990). De acordo com Grandin et al. (2006), o ritmo social não pode ser qualificado como ritmo
biológico, mesmo ajudando na sincronização deste com a regularização da temperatura, do sono e das
concentrações hormonais.
Muitos estudos têm trazido também a relação deste ritmo com transtornos de humor,
explicando que eventos relacionados ao estresse podem causar mudanças nos zeitgebers sociais
DOHRENWEND, 1981; EZQUIAGA et al., 1987; EHLERS et al., 1988; GRANDIN et al., 2006). Desta forma, o
ritmo social sofre influência de causas tanto internas quanto externas ao ser humano e que em um
determinado momento conversam entre si. Como causas externas, têm-se os eventos que ocorrem na
vida do indivíduo, as mudanças nos zeitgebers sociais, a interrupção dos ritmos sociais e dos ritmos
biológicos, sintomas somáticos (como a mudança de humor) e episódios afetivos, todos estes ocorrendo
53
Figura 2.20. Zeitgeber social.
Outros autores como Ehlers et al. (1988) e Malkoff-Schwartz et al. (1998) também confirmam
que mudanças nos ritmos sociais ou nas rotinas dos indivíduos alteram os ritmos circadianos e provocam
episódios afetivos. Essa alteração no ritmo é facilmente obtida na atual organização da sociedade, onde
o comportamento humano está ligado às inúmeras exigências diárias desde a vida pessoal-social à
A investigação dos ritmos sociais ajuda a entender qual nível de interação social é feito pelos
indivíduos e se ela é prejudicada em algum ponto. Convívio insuficiente alerta para possíveis doenças
como a depressão, ocasionando em falta de prazer o pelas atividades diárias, motivação pessoal e
profissional (há casos onde os indivíduos trabalham excessivamente para suprir déficits pessoais).
humanas que exijam ação. O primeiro, alerta subjetivo, é compreendido como estado de lucidez ou de
54
alerta em que o indivíduo se encontra, reconhecendo a realidade externa e devendo ser capaz de
responder aos estímulos apresentados. Enquanto o segundo, tempo de reação, corresponde ao tempo
de reflexo de um indivíduo, o qual inicia com envio de mensagem ao cérebro e finaliza quando há uma
resposta ou reação física advinda do corpo (K1-KAPLAN e SADOCK, 1991; ATKINSON e REILLY, 1996).
Caso haja a desregulação do ritmo biológico seja através da melatonina ou do cortisol, eles também são
prejudicados.
De acordo com Iida (2005), tanto o alerta subjetivo quanto o tempo de reação dependem do
estado de excitação em que o ser humano se encontra, determinando a qualidade da captação dos
estímulos. Esta captação é mínima na sonolência e aumenta à medida que o estado de alerta cresce,
alcançando um estado "ótimo" (figura 2.21). Ultrapassar esse valor, ainda segundo o autor, é prover
acidentes ocorre também a depender do horário em que é realizado, principalmente a noite (ATKINSON
e REILLY, 1996; REILLY et al., 1997; MELLO et al., 2008), onde a velocidade do desempenho é menor e a
probabilidade de erros maior (MELLO et al., 2008). A lei de Yerkes-Dodson, dois fisiologistas do início do
55
século XX, traz a relação entre alerta e desempenho, explicando que o desempenho do indivíduo
progride junto com o aumento do alerta mental e psicológico. Entretanto, isto se dá até determinado
momento, decrescendo quando aquele alerta for demasiado (figura 2.22). Ao analisar as dificuldades na
realização das tarefas, Yerkes e Dodson (1908) concluíram que: i. para tarefas mais simples o
memória ainda se encontra vívida (memória relâmpago ou flashbulbmemory); e ii. para tarefas mais
complexas o desempenho inicia em ritmo gradual e declina à medida que: diminui a capacidade de
56
Diferentes tarefas requerem diferentes níveis de alerta para sua realização com melhor
desempenho e isto influencia os níveis de erros e acidentes de trabalho. De acordo com Folkard e Tucker
(2003) há cinco momentos críticos nos quais as chances de erros são maiores: i. período vespertino e
noturno: quando se comparam os acidentes ocorridos em diferentes períodos, a tarde fica com 18,3% a
mais de risco do que a manhã e a noite com 30,4% (figura 2.24); ii. período noturno: quando se trabalha
a noite, após cada hora de trabalho o risco aumenta em 20% para a segunda hora, havendo uma queda
desta percentagem para as horas subsequentes, com um breve aumento durante às 3 e 4h, declinando
logo em seguida (figura 2.25); iii. turnos sucessivos: noturno e matutino. Para o período da noite, as
percentagens aumentam com o passar dos dias trabalhados quando se relaciona o primeiro dia/noite, as
chances de risco são de 6% para a segunda noite, 17% para a terceira e 36% para a quarta (figura 2.26).
O período da manhã traz um gráfico similar, mas com percentagens menores: 2% para a segunda manhã,
7% para a terceira e 17% para a quarta (figura 2.27); iv. horas trabalhadas: durante o próprio horário
para a realização das tarefas há um aumento nas chances dos riscos e acidentes ocorrerem, sendo
maiores entre a segunda e quinta horas, e mais ainda após oito horas conseguintes, dobrando na décima
segunda hora de trabalho (figura 2.28); e v. pausas durante o expediente: como os riscos tendem a
aumentar numa jornada contínua, quando se insere períodos de pausas há uma diminuição dos riscos,
57
Figura 2.24. Risco relativo por turnos. Figura 2.25. Risco relativo ao longo do turno noturno.
Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003). Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003).
Figura 2.26. Risco relativo no turno noturno. Figura 2.27. Risco relativo no turno matutino.
Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003). Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003).
Figura 2.28. Risco relativo por hora trabalhada. Figura 2.29. Risco relativo após intervalos.
Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003). Fonte: adaptado de Folkard e Tucker (2003).
58
Os indivíduos não conseguem manter um bom desempenho por longas jornadas de trabalho
devido à monotonia e consequente sono, distração e outros fatores. Além disso, o excesso de horas não
só eleva as probabilidades de riscos e acidentes, declínio do alerta subjetivo e tempo de reação, mas
também contribui para a insatisfação com o trabalho, resultando em absenteísmo, doenças, dentre
As doenças psicossociais são cada vez mais estudadas, principalmente aquelas relacionadas ao
trabalhador. Segundo o setor Employment, Social Affairs and Inclusion, da Comissão Européia, o
estresse, a violência e o assédio têm importante papel na qualidade do bem estar social e produtividade
no trabalho e estão previstos até o ano de 2020 como as principais causas para o afastamento do
Grandjean e Kroemer (2005), acarreta em uma supra capacidade mental e física, fornecendo por vezes
trabalhos monótonos e que não geram estímulos positivos nos operários. Isto contribui para que as
doenças psicossociais ganhem força e importância de estudo, dentro e fora das academias.
É necessário promover uma cultura onde a prevenção deve ser dada desde dentro do espaço
de trabalho, não apenas considerando o ser humano como ente único e separado do meio, mas também
analisando o meio físico onde ele interage. Muitos ambientes provêm más condições e adequações de
trabalho.
59
Vários são os distúrbios psicológicos desenvolvidos pelos indivíduos frente às condições
inadequadas de trabalho. Dentre estes distúrbios podem ser citados: depressão, ansiedade, estresse e
má qualidade de sono. Estes podem ser avaliados de forma indireta (utilizando questionários) ou de
forma direta (avaliando material biológico humano ou avaliação objetiva do sono). Nos subitens
subsequentes são explanados esses distúrbios que mantêm relações diretas ou indiretas com o ambiente
e o corpo humano.
2.3.5.1 DEPRESSÃO
como Transtorno Afetivo Maior (CARLSON, 2002). Este transtorno é caracterizado por: humor triste e
contínuo; perda tanto no interesse quanto no prazer de tarefas cotidianas; sensação de fadiga;
culpa; desesperança; sentimento de não ser útil; pessimismo; ideias e/ou atos suicidas; sono
Estes sintomas variam entre eles em um mesmo período de tempo. O diagnóstico é dado
quando diagnosticada a presença de cinco ou mais sintomas dos anteriormente citados por mais de duas
semanas (KAPLAN et al., 1997; GUZOWSKI, 1999; PHILIPS, 2000; BOYCE, 2006; SASSI, 2006; BRASIL, 2011)
(MELLO et al., 2007). A figura 2.30 traz a relação entre esses três hormônios, cuja responsabilidade
figura 2.31 ilustra a quantidade necessária de hormônios como a dopamina, serotonina, oxitocina,
Dopamina
Serotonina
Noradrenalina
Adrenalina
de trabalho e são provenientes de decepções relacionadas a este. De acordo com Mello et al. (2007) e
Brasil (2011) tem-se como motivos para o aparecimento da depressão os trabalhos que frustram o
indivíduo, a exigência de produtividade que não condiz com a carga que o funcionário suporta, o excesso
61
2.3.5.2 ANSIEDADE
A ansiedade é qualificada como transtorno afetivo, um distúrbio psicológico que gera tensão,
sensação contínua de perigo e desastres, além de atividade excessiva no sistema nervoso autônomo
(CARLSON, 2002). Os indivíduos com este transtorno são caracterizados por terem emoções extremas e
na maioria das vezes inapropriadas, como medo e ansiedade sem fundamento. Diferente do que se é
pensado pela sociedade, esse distúrbio é um dos mais comuns entre a população e pode se manifestar
TOC, entre outras), os pesquisadores da área concordam quanto às reações físicas e os sintomas
sintetiza as reações físicas e os sintomas que ocorrem em diversas partes do corpo humano, lembrando
que suas ocorrências variam de pessoa para pessoa, assim como sua intensidade.
62
Apesar de ser frequente em diversos transtornos psiquiátricos como a depressão e a psicose, a
ansiedade não deriva desses (CASTILLO et al., 2000), pois um de seus comportamentos é a fuga ou a
evitação. Segundo Andrade e Gorenstein (1998) e Castillo et al. (2000), ela é diagnosticada como doença
quando atinge um alto grau de exagero, interferindo na qualidade de vida, no conforto emocional, no
2.3.5.3 ESTRESSE
O estresse é um termo introduzido na medicina pelo endocrinologista Hans Seyle no século XX.
Segundo Seyle (1956), o organismo responde a situações do meio externo que possam lhe causar danos
de qualquer natureza mediante reações e estas definem o estresse. Conceituação esta mundialmente
aceita, mas com ressalvas. Com o tempo, o termo foi necessitando mais especificações e após estudos
Stress is the state manifested by a specific syndrome which consists of all the nonspecifically-
induced changes within a biologic system. Thus, stress has its own characteristic form and
composition, but no particular cause. The elements of its form are the visible changes due to
stress, which are addictive indicators expressing the sum of all the different adjustments that are
12
going on in the body at any time (SEYLE, 1956, p.324).
O estresse não consegue ser de todo evitado, pois para ele ocorrer bastam existir fontes
estressoras cuja gravidade varia de pessoa para pessoa, resultando em esforços, alertas, excitações e
respostas dadas a eles, obtêm-se diferentes níveis de desempenho (do ótimo ao ruim), caracterizando
variações comportamentais individuais (CARLSON, 2002). A figura 2.33 ilustra o encadeamento gerado
12
O estresse é um estado manifestado por uma síndrome específica a qual consiste em todas as mudanças influenciadas não
especificamente pelo sistema biológico. Desta maneira, o estresse tem sua própria característica e composição, mas não tem
uma causa única. Os elementos da sua forma são as mudanças visíveis por causa do próprio estresse, os quais são indicadores
aditivos expressando a soma de todos os diferentes ajustes que vão ocorrendo dentro do corpo a qualquer momento (tradução
nossa).
63
pelas fontes de estresse até sua interferência no desempenho, seja ela positiva ou negativa. Já segundo
Nixon (1979), o desempenho pode também ser caracterizado pelo nível de alerta do estresse o qual varia
entre saudável e estado de fadiga (figura 2.34). Ao ultrapassar a zona de conforto humano é
64
Já a figura 2.35 ilustra as fontes estressoras que acometem os trabalhadores, como: o
deficiente ou demasiada, calor, ruído excessivo, cheiros desagradáveis, postura inadequada, estação de
trabalho mal desenhada, dentre outros; fatores de cunho organizacional; e até mesmo pressão
econômico-social (IIDA, 2005). Acrescendo-se ainda suporte social; segurança no trabalho; divisão de
tarefas e demanda não condizentes com a capacidade do trabalhador; e responsabilidade pela vida
(GRANDJEAN e KROEMER, 2005). À medida que os sintomas do estresse forem acumulando, aumenta-se
o número de doenças derivadas desse. Cada indivíduo, contudo, tem predisposição específica para
determinada doença quer seja ela de origem cardiovascular, metabólica, gastrointestinal ou relacionada
ao sistema imunológico.
pressão que se coloca em um ser humano determina a resposta individual para a qualidade do bem-
65
estar, percepção do ambiente físico e social, efeitos na saúde e performance (GRANDJEAN e KROEMER,
2005). Quando negativo, o grau de estresse a ser imposto precisa ser ajustado individualmente de modo
que o sujeito adentre novamente na sua zona de conforto. Mas caso esse ajuste não ocorra e haja o
prolongamento de situações que gerem estresse – chegando ao estresse crônico -, o estado de saúde
produção do hormônio cortisol (CARLSON, 2002). Segundo Carlson (2002) e Iida (2005), os sistemas
2.3.5.4 SONO
2002), que compõe uma atividade biológica multifuncional que ajuda a consolidar a memória, a
O organismo humano possui sistemas que regulam suas funções e um deles controla os
respiração e batimentos cardíacos (IIDA, 2005). Este relógio possui dois processos específicos: o primeiro
é homeostático, que está relacionado ao funcionamento do organismo frente às alterações dele mesmo;
e o segundo é circadiano, que responde às alterações do meio ambiente como tempo em horas do ciclo
66
claro/escuro em um dia, o qual varia a depender da estação do ano (inverno com dias mais curtos e
Desta forma, considera-se que a homeostasia predomina no estado de vigília, período em que
o ser humano se encontra desperto e no qual o processo circadiano pode sofrer interferências
considerando o tempo de permanência do estado do sono (MELLO et al., 2008). O sono possui 2 tipos
fisiologicamente distintos: o NREM (Non Rapid Eye Movement ) composto por 4 estágios; e o REM (Rapid
Eye Movement). A figura 2.3613 ilustra os 5 estágios alcançados durante um ciclo de sono, expondo o
13
Figura construída pela pesquisadora a partir de informações e gráficos de sono dispostos em Carlson (2002).
67
Cada ciclo do sono possui em torno de 90 minutos de duração, englobando todos os estágios
descritos. Segundo Carlson (2002) e Grandjean e Kroemer (2005), uma pessoa adulta normal tem de
quatro a cinco ciclos para um período de 6 a 8 horas de sono, variando entre indivíduos. A figura 2.37
mostra a alternância entre os estágios descritos, bem como os picos da fase REM e o estado de vigília,
que é observado no gráfico ao se iniciar o estágio 1 (adormecer) e ao se fechar o sono REM na última
hora do ciclo. Deve-se lembrar que há normalmente breves períodos de despertar também durante a
noite.
A maior parte da população possui hábitos diurnos e sua mudança desses hábitos provoca
dessincronização dos relógios que ditam os aspectos fisiológicos e psicológicos, causando danos como
como a apneia do sono e a insônia (GUZOWSKI, 1999; MELLO et al., 2008). Se a realização de tarefas e a
vigília (concentradas ao longo do dia) fossem invertidas com o estado de repouso e sono (originalmente
feitos à noite), como acontece no trabalho noturno, haveria uma inversão parcial na produção hormonal
da melatonina, contudo sua adaptação não seria duradoura (GUZOWSKI, 1999; IIDA, 2005; MELLO et al.,
68
2008). Os trabalhadores noturnos são prejudicados com essa alteração. A falta de repouso no horário
correto prejudica: a saúde, as qualidades de vida e de sono (que passa a ser curto e fragmentado), o
Em estudo realizado por Carvalho e Vieira (2002) sobre erros médicos em pacientes
hospitalizados, constata-se que no período noturno ocorre a maioria dos acidentes e falhas, tendendo a
percentagem a aumentar de acordo com o grau de complexidade dos procedimentos. Além dos aspectos
iluminação. Ainda segundo os autores, o desempenho, seja de um médico ou enfermeiro, após um turno
corrido de 24 horas, é similar ao de uma pessoa legalmente bêbada. Somado a isto se têm alguns grupos
com maiores tendências a sofrerem com a sonolência e dentre eles estão os homens, os quais
apresentam duas vezes mais chances do que as mulheres de se envolverem em acidentes de trabalho no
Procedimentos para os Serviços de Saúde" (BRASIL, 2011), elege o transtorno do ciclo vigília-sono como
uma das doenças de trabalho que devem ser tratadas devido à sua relação com as jornadas noturnas em
regime fixo ou em alternância de turnos. Sua importância no manual advém de 3 aspectos clínicos a
queixas de insônia ou hipersonia em quase todos os dias durante um mês ou em períodos curtos de
tempo; e iii. queixas de dores de cabeça, fadiga e distúrbios gastrointestinais causados pela quantidade e
qualidade de sono insatisfatórios (BRASIL, 2011). A partir do diagnóstico do usuário, a cartilha fornece
recomendações baseadas em cada caso, aconselhando-se por vezes a mudança de horário de trabalho.
69
A privação do sono causa efeitos negativos no ser humano além da possibilidade de graves
implementação de estratégias que visem melhorias tanto na qualidade de vida, na qualidade de vida no
trabalho e na qualidade de sono dos trabalhadores de qualquer turno precisa ser considerada, devido às
implicações diretas com a saúde do trabalhador e sua relação com o ambiente construído.
existência de resposta frente às condições ambientais por parte dos usuários. Contudo, grande parte dos
profissionais da arquitetura e áreas afins desconhecem as ações típicas causadas pelos elementos do
item, todos os outros são também alterados em maior ou menor grau. Nas páginas seguintes são
delineados, para a pesquisa em questão, os principais impactos do ambiente construído nos aspectos
2.4.1 ILUMINAÇÃO
Na década de 1980 foram desenvolvidos muitos estudos que correlacionavam a privação da luz
com doenças de cunho depressivo (HOBDAY, 2007). Ao longo da década de 1990 e início do século XXI,
70
essa ligação foi comprovada, demonstrando os impactos positivos da presença da luz natural no interior
também em que as paisagens externas são modificadas ao longo do dia, do tempo, do clima, das
estações, das cores e da quantidade de luz (GUZOWSKI, 1999; IIDA, 2005; SASSI, 2006).
A presença da luz natural e o contato com o exterior são parte dos itens de preferências dos
usuários em seus locais de trabalho (PHILLIPS, 2004; VELARDE et al., 2007), o que, segundo Guzowski
(1999), torna esses itens um direito humano e não apenas um privilégio dado por alguns arquitetos.
Philips (2000) lista quatro elementos que fazem alusão ao meio natural e que devem ser considerados
quando da construção de ambientes: i. direção da luz, ajustando e modelando o espaço interno e seus
elementos; ii. visão para o exterior; iii. cor natural real que é impressa no espaço; e iv. humor, o qual
varia durante o dia de acordo com o tempo e o clima. Estes quatro aspectos interligam-se,
demonstrando a dinâmica adquirida pela luz natural quando bem trabalhada e que, segundo Sassi
(2006), quando projetada junto às outras linhas do conforto ambiental contribuem para edifícios mais
funcionários quanto os pacientes apoiam e caracterizam como positiva a experiência com a iluminação
natural dentro desses espaços (BUCHANAN et al., 1991; NEWHOUSE, 2005; LOCKEY et al., 2006;
GUIMARÃES, 2007; EDELSTEIN et al., 2008). Guimarães (2007) lista as preferências de iluminação: luz
suave nos quartos e enfermarias; controle do sistema de iluminação artificial; iluminação adequada à
atividade da leitura e escrita; e peitoril acessível à visualização externa mesmo quando o paciente estiver
deitado. A qualidade do que é visto e da luz a ser captada depende dos arredores da edificação, como
colocado por HSE (2002), Phillips (2004) e Grandjean e Kroemer (2005). Segundo estes autores, quando a
visão externa não for permitida ou adequada - por exemplo: vista para um cemitério -, áreas internas
71
com abertura zenital podem ser usadas para satisfazer os requerimentos psicológicos e fisiológicos.
Atentando-se ainda que a quantidade da luz natural está subordinada ao posicionamento, orientação,
com o uso.
altera-se o desempenho humano para a realização da tarefa. De acordo com Boyce (2003), há três
mudanças para essa alteração: i. mudança no estímulo da tarefa a ser realizada: se negativa, o
desempenho visual decai prejudicando o desempenho final; ii. mudança no humor e motivação: quando
os usuários estão bem psicologicamente, eles respondem melhor ao trabalho, às relações interpessoais e
ao ambiente. Mas na presença do mau humor são encontrados comportamentos que comprometem o
desempenho e alerta esperados para a realização de atividades, e até mesmo doenças como enxaquecas
e astenopia (fadiga visual acompanhada de dores nos olhos e cabeça e visão turva); e iii. falta de luz
Quando se relaciona ritmos biológicos, aspectos psicofisiológicos e iluminação tem-se que a luz
natural contribui positivamente para o corpo humano, ajudando a: aliviar a depressão sazonal, aumentar
de produção de melatonina, por exemplo. Entretanto, sua falta resulta em depressão, sonolência,
melancolia, irritabilidade, desinteresse pelas atividades habituais, dentre outros (FOSTERVOLD et al.,
é liberada em quantidades normais durante a noite e o dia. O ciclo claro-escuro também não é afetado o
que faz com que não haja deslocamento de turno desse ciclo, auxiliando o sono e a manutenção da
72
temperatura corporal mínima durante a noite. Quando a iluminação é deficiente não são percebidos
grandes danos na supressão do ciclo sono-vigília, porém alguns indivíduos se sentem mais sonolentos em
seus espaços de trabalho. Quando a quantidade de luz é excessiva os ritmos hormonais desestabilizam-
se, especialmente a melatonina que tem sua concentração suprimida parcialmente. Essa alteração
desencadeia uma série de efeitos, como: deslocamento do turno do ciclo sono-vigília a depender do
horário de aplicação da luz brilhante (no meio tarde ou no começo da noite), comprometendo a
qualidade do sono e alterando a temperatura corporal interna (GUZOWSKI, 1999; CARLSON, 2002;
BOYCE, 2003; PHILLIPS, 2004; GRANDJEAN e KROEMER, 2005; IIDA, 2005; HOBDAY, 2007).
Ainda no quesito de deficiência da iluminação tem-se a fadiga visual, a qual é provocada pela
exaustão dos músculos do globo ocular, responsáveis pela fixação, focalização e movimentação dos
olhos. Tal exaustão é causada por: iluminação inadequada, pouco contraste e definição do objeto visual,
fixação de detalhes, objetos em movimento, dentre outros (BOYCE, 2003; GRANDJEAN e KROEMER,
2005; IIDA, 2005; HOBDAY, 2007). Mas a fadiga visual também está relacionada ao rendimento visual e à
acuidade visual: quanto mais iluminância se tem, menor a fadiga visual e maiores o desempenho e
acuidade visuais; contudo, em um determinado nível de iluminância (próximo aos 800 lx), esse cansaço
tem sua curva ascendente iniciada com princípio de queda do desempenho visual, e consequentemente
da acuidade visual (figura 2.38) (IIDA, 2005). Dentre as implicações observadas estão: tensão,
náuseas, dores de cabeça, irritabilidade, depressão e o ato involuntário de piscar pode aumentar ou
diminuir dependendo da atividade que está sendo realizada (BOYCE, 2003; HOBDAY, 2007).
73
Figura 2.38. Fadiga visual vs. rendimento visual.
comuns em projetos de iluminação e é resultante da luz indesejada no campo visual devido à presença
de uma ou mais fontes luminosas demasiadamente brilhantes (com valor de luminância acima de 200
cd/m²), como: lâmpadas, céu, janela, farol de um carro a noite, monitores, dentre outros. A depender do
posicionamento da fonte luminosa há uma diminuição da capacidade visual (figura 2.39), causando
desde um leve desconforto, distrações a uma cegueira total momentânea, resultando em acidentes
dentro do ambiente de trabalho, nas rodovias, dentre outros. Dos sintomas visuais que ocorrem têm-se:
ardência; lacrimejamento; avermelhamento das pálpebras; visão dupla; fotofobia; redução da força de
percepção (GANSLANDT e HOFFMANN, 1992; PHILLIPS, 2002; MCINTYRE, 2002; WILKINS, 2002; BOYCE,
74
Figura 2.39. Ofuscamento e diminuição da capacidade visual.
podem mudar o humor e a motivação do usuário (BOYCE, 2003). Este não é o único motivo para essa
mudança, mas contribui para: a percepção negativa do ambiente, aumento da fadiga, depressão e
ansiedade patológica, baixa taxa de satisfação, menor cognição espacial, comportamento antissocial,
Boyce (2003) explica que para se entender a relação da luz com o ser humano, mais
especificamente para a realização de suas tarefas, é importante saber que há um link entre iluminação,
desempenho visual, desempenho de tarefa e desempenho humano. Para que haja um desempenho
humano adequado às necessidades atuais a partir da iluminação deve-se considerar uma série de
elementos que causam efeito dominó. Quando se propõe o sistema de iluminação é importante
ponderar o sistema visual + sistema circadiano + sistema de percepção (figura 2.40). Teoria esta também
75
Figura 2.40. Framework conceitual da Iluminação.
Percebe-se que a iluminação não é a única variável responsável pela má performance seja
visual, de tarefa ou humano, mas ela tem uma parcela de responsabilidade significativa por ser um dos
fatores físicos mais influentes na qualidade do ambiente construído (DAWSON e CAMPBELL, 1990;
BRAINARD et al., 1997; CARLSON, 2002; BOYCE, 2003; HOBDAY, 2007). Hobday (2007) faz ainda uma
crítica ao uso da luz puramente artificial em projetos: ela foi desenvolvida e aprimorada com o propósito
único de fazer com que os humanos enxergassem, nada além. Por isto a necessidade de se reconhecer os
impactos que a luz causa nos indivíduos para que projetos luminotécnicos sejam humanamente
76
2.4.2 AMBIENTE TÉRMICO
partir da década de 1960, pesquisas como a de Olgay (1963) e Fanger (1970) foram responsáveis pelo
cada vez mais presente no conforto térmico. De acordo com Nicol (1993) várias são as áreas envolvidas,
como: a fisiologia, estudo dos processos internos e das respostas dos usuários ao calor; a psicologia,
análise do comportamento e do sentimento das pessoas nos ambientes; e os físicos, pesquisas sobre as
emocionais tem-se que o corpo fornece dois sinais: o primeiro é aquele associado à temperatura da pele
pele e do corpo (GAGGE, 1979). A união desses dois sinais leva a uma rede complexa de relações que
são diagnosticadas diminuições das atividades digestivas e produtividade, bem como o aumento e/ou
alteração da(o): frequência cardíaca, pressão sanguínea, fadiga, fluxo sanguíneo (aumenta de poucos
pele pode aumentar de 32°C para 36°C ~ 37°C), produção de calor (aumenta proporcionalmente ao
Já quando a temperatura cai e torna-se muito baixa, o principal objetivo é a redução das perdas
de calor, pois há uma diminuição contínua e constante das atividades fisiológicas, como pressão arterial,
frequência cardíaca e metabolismo interno, além da presença de uma superatividade e redução dos
77
estados de alerta e concentração. Os tremores sentidos pelas pessoas são uma resposta do corpo ao frio
psicológicas do corpo que vão desde a um aumento na eficiência à exaustão e perigo físico, passando por
no coração e circulação sanguínea, fadiga e esgotamento tanto físico quanto mental (RUAS, 2002;
GRANDJEAN e KROEMER, 2005; IIDA, 2005; BREVIGLIERO et al., 2006). A tabela 2.1 ilustra sucintamente
esses efeitos de acordo com os desvios da temperatura para execução adequada do trabalho.
Parte daqueles sintomas ocorre devido ao transporte, por vezes comprometido, de calor
temperatura do ambiente. A figura 2.41 representa com setas em diferentes tamanhos a intensidade
daquele fluxo a depender dos fenômenos e das condições climáticas presentes no ambiente.
78
Figura 2.41. Transporte de calor pela corrente sanguínea.
Para identificar como o ambiente térmico influencia o corpo humano é necessário, segundo
Batiz e Goedert (2009), observar uma série de itens como: estímulos físicos recebidos do ambiente no
qual se está inserido, com a evaporação (temperatura, velocidade e umidade relativa do ar, e
evaporação do suor), condução (temperatura das superfícies de contato), radiação (temperatura das
fontes de calor) e aclimatização; os órgãos sensoriais e suas relações com os fatores pessoais (idade,
sexo, estado de saúde e constituição corporal) mais vestimenta e o metabolismo (oxidação de alimentos,
atividade física e termorregulação); e a mente humana com sua atribuição de significado mais
experiência prévia e a noção de qualidade referente ao que é quente e frio (figura 2.42). Mediante
79
Figura 2.42. Avaliação de conforto térmico com apontamentos objetivos e subjetivos.
O desconforto térmico gera várias alterações funcionais corporais como o ajuste vasomotor do
(quente e frio, respectivamente) e da necessidade de resistência contra a mesma. Tais ajustes se dão
mediante uma gama de variáveis que se comunicam o tempo todo e dependem de como os próprios
usuários entendem e sentem a temperatura. Assim, o conforto térmico se origina do arranjo de todas
80
indivíduo. Isto corrobora para a necessidade do cuidado para com as variáveis térmicas e suas influências
2.4.3 RUÍDO
Estudos sobre a poluição sonora e suas influências na saúde humana cada vez mais ganham
envolvida. Através de diversas pesquisas ao longo do século passado estabeleceu-se que o ruído era um
dos principais causadores, juntamente com as variáveis de iluminação e térmica, das diversas mazelas
duas vertentes: a saúde psicofisiológica e a audição. Tal informação contraria o senso comum de que
excesso de ruído lesiona as células capilares da cóclea14 (terminações nervosas) (figura 2.43) causando a
perda auditiva neurossensorial. Esta é o tipo de perda mais comum e causa, dentre outro, a dificuldade
em separar fala do ruído e o pedido para que sejam repetidas as falas não compreendidas quase sempre
é necessário. É permanente e não pode ser ajustada mediante uso de medicamentos, contudo aparelhos
auditivos são muito recomendados (OMS, 1997; ARAUJO, 2002; PEREIRA et al., 2006; FARIA e SUZUKI,
2008). Em diversos países, tal perda é a doença profissional mais predominante (FARIA e SUZUKI, 2008).
14
Lesão esta também conhecida por patologia coclear e retrococlear (OMS, 1997; ARAUJO, 2002; FARIA e SUZUKI, 2008).
81
Figura 2.43. Localização da cóclea (em azul) e o trajeto das ondas sonoras.
Outro dano é referente aos efeitos fisiológicos. Dentre as alterações percebidas têm-se:
cardíaca e contração dos vasos sanguíneos, aumentando sua pressão; distúrbios hormonais e mudanças
bioquímicas com produção dos hormônios cortisona, hormônio da tireoide e adrenalina, fracionamento
dos lipídios do sangue, glicose sanguínea e proteína do sangue; redução da velocidade de digestão,
O sono é outro elemento prejudicado com o ruído excessivo, especialmente porque quando o
ser humano dorme a audição assume o controle para detectar sinais de perigo, uma vez que a maioria
das pessoas dorme de olhos fechados e a percepção visual é perdida neste momento. A necessidade de
silêncio para o sono se torna presente de forma crítica, pois perturbações através do ruído faz com que o
organismo reaja, acordando o indivíduo. Segundo Pimentel-Souza (2000), há uma variação no limiar
relativo para o ser humano acordar de acordo com a profundidade e estágio do sono em que se encontra
mediante estímulo auditivo aplicado acima do ruído de fundo (tabela 2.2). Nos estágios de sono I e II, os
limites do estímulo auditivo são 3 dB e 5 dB, respectivamente, sobre o ruído de fundo. Caso esses valores
82
sejam maiores a duração desses estágios superficiais é aumentada, o que faz com que o indivíduo leve
mais tempo para iniciar os estágios seguintes. À medida que o sono vai entrando em estágios mais
estágio III, 35 dB no estágio IV e 31 dB no estágio REM. Contudo, o despertar total costuma acontecer
com picos de ruído de 8 ~ 19 dB acima do ruído de fundo e quando este mesmo ruído alcança 65 dB é
anunciada a sensação de insegurança pelo sistema auditivo, o que faz com que haja a diminuição da
vigília e a demora em (re) iniciar o processo do sono (PIMENTEL-SOUZA, 2000). Desta forma, quando o
sono não ocorre de forma adequada são percebidos alguns efeitos negativos, como: redução do tempo
total de sono e da quantidade de sono profundo; aumento do tempo acordado, ou em sono leve, e do
adormecer (quando são permitidas pausas para esta atividade dentro do ambiente de trabalho ou até
mesmo em suas casas, pois em alguns casos o efeito do ruído torna-se prolongado em forma de
zumbido, por exemplo); dentre outros (PIMENTEL-SOUZA, 2000; MURGEL, 2007; NETO et al., 2010;
Tabela 2.2. Variação do limiar relativo do estímulo auditivo para o despertar através do
ruído de acordo com a profundidade e estágios do sono.
Estágio Limiar relativo (em dB)
I 3
II 5
III 26
IV 35
REM 31
Fonte: adaptado de Pimentel-Souza (2000).
Efeitos psicológicos também são sofridos por aqueles que são expostos a níveis elevados de
ruído. Algumas dessas implicações são: dores de cabeça; fadiga; perda da concentração; perda dos
reflexos; irritação permanente; insegurança quanto a eficiência dos atos; embaraço nas conversações;
perda da inteligibilidade das palavras; vertigens; náuseas e vômito (devido à influência no vestíbulo ou
83
labirinto, órgão este responsável pelo equilíbrio); zumbido; produção de adrenalina; dentre outros
(GRANDJEAN e KROEMER, 2005; BREVIGLIERO et al., 2006; MURGEL, 2007; NETO et al., 2010; OLIVA et
al., 2011; SILVA et al., 2012). Há ainda a possibilidade de diminuição da libido, impotência e infertilidade
no caso dos homens; e alteração do ciclo menstrual com possibilidade de suspensão da ovulação,
Nos ambientes de trabalho, a exposição ao ruído pode até certo ponto ser positivo,
especialmente quando melhora o desempenho se o trabalho for enfadonho. Em muitos casos são
comprovados o estímulo causado pela existência de música ao fundo, em uma intensidade menor de
modo que seja quebrada a monotonia, diminuindo a sensação de sonolência e ajudando a melhorar o
desempenho. Mas quando aquele ruído age de forma negativa, interferindo nas atividades a serem
desenvolvidas ele precisa ser minimizado ou eliminado. São exemplos de seus efeitos no ambiente de
trabalho: interposição nas atividades mentais complexas ou naquelas que exijam interpretação da
(independente do local onde ocorra, exceto em espaços onde este item não se faça importante);
irritação; aumento da intolerância a qualquer tipo de ruído; cansaço; estresse; ansiedade; depressão;
Todos os sintomas colocados causam três efeitos específicos no ser humano: i. danos à
audição, quando há uma exposição continuada (de 4 a 8 hr por dia) a níveis acima de 85 dB(A) e 90
dB(A); ii. prejuízos à saúde, danos em exposições continuadas e longas com níveis de 70 dB(A) de dia e 60
dB(A) a noite; e iii. perturbação, causada pelo ruído de baixa intensidade (MURGEL, 2007). Se a condição
de níveis elevados de ruído persistir continuamente e diariamente, além de impedir o sono adequado e
causar todos os problemas colocados, ela também prejudica as atividades diárias dos usuários nos
84
âmbitos produtivos e sócio afetivos. A figura 2.44 sintetiza aquelas implicações, correlacionando-as com
O ruído não só prejudica a audição, mas também uma série de outros elementos que
caminham entre o psicológico e fisiológico. Desta forma, torna-se necessária a adoção de medidas de
proteção ao ruído, mas não sua completa eliminação, pois, como foi visto, o ruído pode ser positivo
quando bem controlado. Faz-se interessante também o conhecimento das sensações auditivas para cada
tipo de atividade a ser desenvolvida, seus limiares, percepção de intensidade e frequência do som, para
85
A arquitetura atual por vezes ignora o lado humano de suas construções, esquecendo que elas
devem ser feitas para seres humanos e não para salões de exposição. De acordo com Bechtel (1997), os
arquitetos estão acostumados a projetar edificações sem observar vários agravantes (estressores
ambientais, eventos cotidianos, entre outros), os quais somente são percebidos em momentos de crise.
Teorias de conforto ambiental e qualidade do ambiente construído ganham cada vez mais
espaço nas discussões acadêmicas desde a década de 1960 (AZEVEDO et al., 2004; RHEINGANTZ, 2004),
devido às estritas relações de seus elementos espaciais com os aspectos psicofisiológicos humanos. Isto
ajudou no avanço da ciência e na conscientização por parte dos profissionais envolvidos da necessidade
de conhecimento da causa. A crescente relação entre ambiente construído, saúde (variáveis fisiológicas
e psicológicas) e desempenho forma um padrão complexo onde interações e efeitos diversos são
encontrados, resultando em inúmeras perguntas, muitas ainda sem respostas ou que nem se quer foram
questionadas profundamente.
ambientais, com áreas como a medicina, psiquiatria e psicologia, por exemplo, para a correta
no ambiente podem beneficiar os usuários, principalmente aqueles que nele trabalham, pois
“experimentarão menos cansaço e menos estresse psicológico” (OTENIO et al., 2007, p.246),
aumentando a sensação de bem-estar e conforto ao mesmo tempo em que as atividades não são
comprometidas.
86
Isto posto, como planejar um ambiente considerado habitável e que traga todos os itens acima
colocados? Para Lantrip (1997) é necessário seguir 03 fases: i. identificar as necessidades humanas; ii.
iii. verificar o desempenho do ambiente após sua ocupação. Considerando também 03 níveis de
convidativo; ii. funcionalidade, onde o ambiente acomoda diversas atividades e diferenças entre si; e iii.
capacitar o ambiente com conforto e como refúgio, através da comodidade biológica, proteção e defesa.
Percebe-se claramente a evidência da inserção tanto da qualidade quanto da quantidade das variáveis
A implementação de estratégias que visem melhorias nas qualidades de vida e no trabalho dos
colaboradores de qualquer turno deve ser considerada e isso tem implicações diretas no ambiente de
trabalho. A arquitetura como um todo deve perder um pouco da sua objetividade, da sua dureza, para se
adequar aos sujeitos, transformando os espaços habitados em locais onde os usuários se sintam bem,
física e mentalmente.
87
88
89
A área do ambiente construído é por si só ampla, cabendo várias possibilidades de abordagens.
Ao unir a essa área a medicina, o leque cresce, necessitando de um recorte melhor definido. A presente
edificação, como comumente são encontradas. Ao esquecer-se daquele que usará a edificação,
esquecem-se também das particularidades humanas como a saúde física e mental, e consequente bem-
estar e conforto. Assim, a medicina com as subáreas da neurologia e fisiologia humana, bem como a
psicologia, vêm servir como guia e base para o estabelecimento de correlações entre essas ciências e a
desfecho, ou seja, preditoras e variáveis comparativas através das quais foram obtidos dados em um
espaço de tempo curto, sem acompanhamentos futuros, tornando-o um estudo prospectivo quando
classificado de acordo com o eixo temporal adotado (LIMA-COSTA e BARRETO, 2003). A verificação da
influência do ambiente construído nos aspectos psicofisiológicos humanos e percepção se deu mediante
esquema hipotético baseado no experimentalismo (NICOLAO, 2002) dos fenômenos (propostos nas
Para sua adequada delimitação fez-se necessário esboçar os elementos a serem estudados, suas relações
90
3.1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
variáveis emocionais (depressão, ansiedade e estresse) foi considerada a partir da hipótese de que
aquelas condições quando exclusivamente controladas por sistemas artificiais influenciam a saúde
psicofisiológica de usuários que vivenciam o espaço. Para a averiguação desta hipótese buscou-se uma
instituição onde uma parcela de seus usuários estivesse na maior parte do tempo inserida em ambientes
sem contato com variáveis ambientais externas. O Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas contém
dois setores nestas condições: o da Medicina Nuclear e o da Imaginologia, tendo sido este último o
escolhido. Após esta escolha, foi selecionado o grupo de usuários a ser estudado: médicos residentes
pelo caráter de vivência durante a residência médica, em geral de 1 a 4 anos. Isto concluído, os
questionamentos da pesquisa foram desdobrados de acordo com a hipótese a ser testada, resultando
Com relação às condições ambientais, questionou-se: os baixos índices das variáveis ambientais
aumentariam os riscos de estresse, ansiedade e depressão por parte dos médicos residentes no Setor da
positiva ou negativa?
globo, umidade relativa e velocidade do ar; e avaliação do transtorno psiquiátrico, sintomas depressivos
91
acidentes. A qualidade do sono e a sonolência diurna excessiva foram consideradas. É comum encontrar
na literatura que altos níveis de iluminância e índices extremos de temperatura (alta ou baixa) afetam a
liberação do hormônio melatonina, assim como fazem com que o hormônio cortisol continue sendo
liberado (NICOL, 1993; BOUBEKRI, 2008; FOSTERVOLD et al., 2010; SATER, 2010; VEITCH et al., 2010).
HC/Campinas? Ela favorece a ocorrência de acidentes? A metodologia para esta hipótese constituiu-se
além da aferição das variáveis ambientais, a avaliação das condições de sono. A medição da
concentração do cortisol e melatonina poderiam demonstrar como eles reagiam às condições ambientais
no hospital objeto de estudo. Questionou-se de quanto foi essa alteração hormonal nas condições
encontradas nos médicos residentes do setor escolhido. Os índices obtidos estariam próximos ou além
daqueles almejados pela área médica? Para tal, o método escolhido foi o ELISA através da coleta salivar.
A escolha dos hormônios cortisol e melatonina se deu por serem dos mais correlatos aos
objetivos pretendidos, o que não impede a futuros estudos abordarem outros tipos de hormônios já
serotonina e leptina os quais são relacionados à temperatura do corpo, sono e variáveis emocionais
humanas, mas que não foram abordados pelo fato da coleta ser feita de forma dolorosa e invasiva, e
pelo próprio recorte dado à pesquisa devido ao grau de complexidade já alcançado. A temperatura
corporal tem sua parcela de influência na pesquisa pretendida, mas assim como os hormônios
serotonina e leptina, sua medição não foi possível pela forma como deve ser feita (medição anal).
cada qual contendo atividades sequenciadas que buscavam produtos que respondessem às indagações
iniciais. As fases mais complexas e com maior exigência de planejamento na definição e delimitação de
92
métodos foram: II - Avaliação da qualidade do ambiente construído, III - Avaliação das variáveis
permitida pela tese admitindo métodos das áreas da arquitetura, medicina, biologia/ fisiologia humana e
da psicologia/ psiquiatria. A fase I visou descrever o ambiente e seus sistemas, analisando sua qualidade
estresse e condições de sono. Para tal, foram utilizados instrumentais validados pelas áreas da medicina
e psicologia. Já a fase III lidou com a dosagem de cortisol e melatonina no ciclo claro-escuro através de
Todas as fases estavam relacionadas intrinsicamente. A fase II é aquela para a qual todas as
outras responderam. A avaliação do ambiente tem dois eixos (qualidade e quantidade). As variáveis
psicológicas relacionavam-se diretamente com a qualidade quando analisada sua influência e como o
espaço era configurado. A dosagem de cortisol e melatonina estava ligada à quantidade da iluminância.
Enquanto o estresse e as condições de sono estavam submetidos tanto à qualidade quanto à quantidade
das variáveis ambientais. A figura 3.1 ilustra o fluxograma concebido, sintetizando as fases e subfases
deste estudo.
93
Figura 3.1. Fluxograma da pesquisa.
94
3.2 FASE I: PROCEDIMENTOS INICIAIS
procedimentos: i. definição dos locais a serem estudados; ii. seleção da amostra de sujeitos e
A programação da amostra para esta pesquisa partiu do refinamento das variáveis colocadas
para análise: homem + ambiente, formando o sistema a ser estudado. A seguir descreve-se o ambiente,
espaço como suporte para provimento de saúde por aqueles que nele trabalham. Muitos hospitais
brasileiros, principalmente os públicos, retratavam uma realidade decadente de como eram tratados em
termos de edificação e cuidado do ambiente. E a isto se teve não somente o espaço onde o paciente era
cuidado e o acompanhante esperava – espaço este que é foco de preocupação de grande parte dos
arquitetos contemporâneos –, mas daquele que serve de apoio para a equipe de profissionais da saúde.
situado na cidade de Campinas/SP, tornou-se potencial local de estudo tendo em vista seu grande porte
95
e importância nacional. O atendimento por ele realizado era exclusivamente pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) com suporte de profissionais e docentes da UNICAMP. Segundo dados disponibilizados no
Campinas entre 1963 e 1966 como Hospital–Escola da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da
UNICAMP, foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia de Campinas naquele último ano, onde
funcionou por 20 anos. Em 1975 foi iniciada a primeira etapa da construção de uma sede própria no
perímetro da universidade (figuras 3.3 e 3.4) com transferência gradativa dos setores médicos. Mediante
conclusão das obras, o contrato até então mantido com a Santa Casa de Misericórdia de Campinas foi
N
Fonte: SIARQ/UNICAMP [200-]. Fonte: adaptado de GOOGLEMAPS (2013).
96
Figura 3.4. Situação, em vermelho, do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
atendessem áreas de estudos implementadas pelo avanço da medicina no Brasil. Assim, nas duas
primeiras décadas do século XXI, o Hospital de Clínicas contava com 07 blocos físicos distribuídos em
apoio técnico e administrativo, enfermarias, centros cirúrgicos e unidades de tratamento intensivo (UTI),
Contudo, apenas um setor foi selecionado para a realização do estudo: a Imaginologia (figura
3.5). Este setor estudava órgãos e sistemas do corpo humano a fim de se detectarem patologias através
magnética. A escolha por este ambiente deveu-se a: i. o nível de estresse no quadro de médicos
residentes tendia a ser mediano pela natureza das atividades desenvolvidas; ii. o ambiente era bastante
97
precário em termos de qualidade do ambiente construído; iii. o ambiente não possuía acesso às variáveis
ambientais externas, como luz e ventilação naturais; e iv. a associação entre ambiente construído e
hospitalares e médicos residentes ainda não foram suficientemente abordados em pesquisa científica.
Figura 3.5. Setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas, em azul, localizado no segundo pavimento do
hospital.
Legenda:
1. Radiologia (Imaginologia) – com borda destacada, 2. Cardiologia-imagem, 3. Ambulatório, 4. Órtese e prótese, 5. Centro
Cirúrgico Ambulatorial (CCA), 6. Broncoscopia, 7. Gastropediatria, 8. Fisioterapia, 9. Medicina à laser, 10. Hemocentro, 11.
Eletro-encéfalo, 12. Laboratório Vascular, 13. CDMAC (Central de Infusão de Medicamentos de Alto Custo), 14. Hepatite, 15.
Hemodiálise, 16. Pneumologia, 17. Eco-cardio, 18. Medicina Nuclear, 19. Radioterapia, 20. UER (Unidade de Emergência
Referenciada), 21. UTI 01 (Unidade de Tratamento Intensivo), 22. Banco de Sangue, 23. UTI 02 (Unidade de Tratamento
Intensivo), 24. UTI Anestesia (Unidade de Tratamento Intensivo da Anestesia), 25. Dormitório Anestesia, 26. Centro Cirúrgico,
27. Endócrino, 28. UR (Unidade Respiratória), 29. Central de Desinfecção, 30. Laboratório de Anatomia Patológica (LAP), 31.
Anatomia, 32. Superintendência, 33. Laboratório de Patologia Clínica (LAC), 34. Elevadores.
98
O setor constava de salas de espera, salas para preparo pré-exames, salas para realização de
dormitórios, diretoria, salas para médicos, ante-salas, salas para preparo de chapas de raio-x. Tudo isto
situado em uma área de aproximadamente 1.941,00 m². Devido ao tamanho e repetitividade dos
elementos arquitetônicos no setor, foram eleitos ambientes específicos para estudo detalhado. Eles
foram delimitados em grau de importância de acordo com o uso que os médicos residentes faziam: i.
áreas primárias, onde havia maior permanência para desenvolvimento de atividades diárias, estudar,
analisar casos clínicos e descansar; ii. áreas secundárias, corredores de circulação ou regiões de
interligação entre as áreas principais. Havia também as áreas terciárias, mas estas não foram estudadas
por serem ambientes com pouco acesso e/ou permanência dos médicos residentes como recepção,
banheiros, setor administrativo, dentre outros. Assim, dentro da área primária foram ainda pré-
dormitório, sala de laudo US, sala de laudo [7], sala de laudo [9] e sala de laudo da Ressonância
Magnética 1,5T (RM). Esta escolha deveu-se ao fato dos espaços possuírem características que os
que devido à importância apresentada os tornavam significativos para a pesquisa (figura 3.6).
99
Figura 3.6. Planta de uso de áreas: Setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Legenda:
1. Dormitório, 2. Sala de laudo US, 3. Sala de laudo [7], 4. Sala de laudo [9], 5. Sala de laudo da Ressonância Magnética 1,5T.
3.2.1.2 SUJEITOS
equipe de enfermagem, equipe técnica geral, médicos, professores, médicos residentes, alunos de
medicina e enfermagem. Mediante determinação do significado de cada grupo para a pesquisa, foram
selecionados os médicos residentes devido a: níveis de estresse atenuados, estafa mental, cansaço físico,
responsabilidade para com a vida de terceiros, necessidade de estudo contínuo, sistemas de plantão,
responsabilidades de estudante, vida social, dentre outros. As características gerais adotadas para a
admissão dos voluntários foram: faixa etária entre 20 e 40 anos, moradores da Região Metropolitana de
Campinas (RMC), quadro de saúde estável com audição e visão conservadas (boas acuidade visual e
100
percepção de cores), sem doenças psiquiátricas, Alzheimer, Parkinson, acidente vascular cerebral,
paraplegia, doenças sistêmicas não controladas e não usuários de drogas. Todos os sujeitos não
O setor possuía um total de 20 médicos residentes, dos quais 06 R11, 05 R22 e 05 R33 aceitaram
ser voluntários na pesquisa, 01 desistiu e 03 foram descartados por estarem em estágio em outros
hospitais ou em compromissos pessoais fora da cidade de Campinas. Resultando em uma população final
residência: alunos do primeiro ano ficaram no grupo R1, segundo ano no R2 e terceiro ano no R3. Este
exigidas e também para que as análises feitas comparassem melhor os efeitos e as relações entre
ambiente construído e saúde psicofisiológica. Não houve diferenciação entre sexo masculino e feminino
A definição da programação amostral (ambientes e voluntários) teve seu ciclo finalizado com o
preparo dos termos usados na tese, dando suporte necessário à pesquisadora e aos médicos residentes
voluntários quanto à correta identificação e instrução dos participantes. Eles foram redigidos com os
objetivos e procedimentos da pesquisa de forma clara e simples, eliminando qualquer influência pessoal
1
Nível de Residência 01 – Primeiro ano.
2
Nível de Residência 02 – Segundo ano.
3
Nível de Residência 03 – Terceiro ano.
101
3.2.2.1 ANAMNESE OCUPACIONAL
Esta ferramenta foi um questionário que objetivou compreender possíveis riscos à saúde no
ambiente de trabalho, segundo Brasil (2006) e Brasil (2011), a partir de: história clínica do voluntário,
história ocupacional, hábitos e estilo de vida daqueles indivíduos, dentre outros. A compilação de seus
riscos à saúde no local de trabalho, bem como das relações e condições de trabalho e sua jornada.
Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde: Doenças Relacionadas ao Trabalho (BRASIL, 2011)
foram adaptados com apoio de profissionais qualificados. Questionou-se: dados pessoais gerais; dados
de residência médica (local, atividade desenvolvida, nível de residência médica e turno), dentre outros;
relações interpessoais; deslocamento para o hospital (carro, transporte público, dentre outros); e
histórico de saúde geral (Apêndice 01: Anamnese ocupacional | Dados de identificação e histórico geral
de saúde). Estes dados ajudaram a perfilar e quantificar o histórico de saúde dos sujeitos em dados
Conselho Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL, 1996), a concordância do sujeito na pesquisa após sua
completa explicação: objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e incômodos que
possam surgir. O TCLE desenvolvido para esta pesquisa seguiu as exigências postas por aquela resolução
e se deu a partir do delineamento do objetivo principal. Ele foi aprovado pelo Comitê de Ética em
102
Pesquisa (CEP) da FCM/ UNICAMP sob parecer nº 790/2011 (Anexo 01: CEP 01) e alteração temática,
avanço do conhecimento tanto para a arquitetura quanto para a medicina. Foi explanado também que o
voluntário responderia 10 questionários (01 para identificação e histórico de saúde, 07 para avaliação
pesquisadora responsável ao setor; além do kit para coleta salivar que ele receberia e a realizaria
durante 01 semana, 04 vezes ao dia (ao acordar, às 12h, às 18h e às 22h), guardando as amostras em
geladeira comum até serem recolhidas a cada 24hr por responsável identificado. Caso ele, o médico
residente voluntário, não se sentisse apto a responder os questionários ou a fazer coleta salivar sozinho,
reservado e distinto do seu local de permanência diária; e realizar a coleta salivar. Não havendo medidas
qualidade do ambiente construído tinha sido cada vez mais considerada nos projetos arquitetônicos,
relacionando-a também à saúde dos usuários, pois o ambiente sempre exerceu forte influência sobre o
Foi colocado, por fim, que este estudo seria interrompido no caso de identificação de fatores
que gerassem algum tipo de prejuízo ao voluntário, como situações imprevistas ou o não cumprimento
das recomendações pré-estabelecidas. Toda e qualquer publicação feita a partir desta pesquisa manteve
103
os dados de identificação pessoal preservados. A participação foi voluntária e a retirada do
consentimento pôde ser feita a qualquer momento desde que o pesquisador responsável fosse
devidamente avisado. Cada sujeito que aceitou participar recebeu uma cópia do TCLE, onde constavam
essas informações e contatos do pesquisador responsável (Apêndice 02: Termo de Consentimento Livre
seus respectivos sistemas (iluminação, térmica, mobiliário e lay out). Visou-se ainda a demonstração da
distribuição e qualidade da luz no espaço do hospital, mediante análise de pontos de ofuscamento nas
cenas. Para tal, foi usada uma tecnologia recente na fotografia: a geração de imagens de grande alcance
A técnica HDR captura imagens, em qualquer condição climática, com maior precisão e
detalhamento visual (JACOBS, 2007). E não são somente máquinas fotográficas profissionais que podiam
realizá-la, diversos estudos como os apresentados por Inanici e Galvin (2004) e Faria e Nascimento
(2009) difundiram a utilização de máquina fotográfica digital amadora para retirada de fotografias tanto
para uso pessoal quanto para análise de distribuição de luminâncias. Segundo Inanici e Galvin, a margem
de erro para esse tipo de análise é de 10% quando comparada com medidas físicas.
104
De acordo com Inanici (2005) e Jacobs (2007) há a necessidade de realizar uma série de
procedimentos para a correta tomada fotográfica visando análise de luz, pois o intervalo desta
capturado pela máquina digital era muito curto quando comparado ao encontrado in loco. Para corrigir
esse "erro" e aumentar a precisão das imagens, várias fotografias deveriam ser retiradas alterando a
exposição à luz. A isto se tinha a função compensação da exposição (EV), a qual controla a entrada da luz
na máquina, variando entre -2,0 a +2,0. A EV negativa permite menor entrada da luz (usado, por
exemplo, quando se deseja retirar fotos contra-luz), enquanto a EV positiva admitia o contrário (utilizada
em locais com pouca luz e buscava aumentar a captura da luz mesmo que seja por reflexão) (JACOBS,
2007). Com a retirada dessas fotografias, há a compilação em softwares específicos, como o Picturenaut
(HDRLAB, 2010) e RadDisplay (DE LUMINAE LAB, 2010), gerando a imagem final HDR.
Para a realização do estudo proposto, utilizou-se a máquina fotográfica digital Sony Cyber-Shot
DSC-W180 fixada no tripé da marca Greika, modelo WT 3750, havendo a necessidade de calibrar a
máquina fotográfica digital visando obter sua curva de resposta referente à luz. Para tal, foi feita uma
tomada de 05 fotografias (figura 3.7) em quadro com diferentes pontos de cinzas variando suas EV's (de -
2,0 a +2,0), segundo método proposto por Inanici e Galvin (2004) e Jacobs (2007).
EV - 2 EV - 1 EV - 0
EV + 1 EV + 2
105
O processamento destas imagens, feito no websoftware WebHDR Home de Jacobs (2010),
gerou: i. curva de resposta (figura 3.8), a qual usa curvas polinomiais para cada canal de cor
(MITSUNAGA e NAYAR, 1999) e ii. imagem em cores falsas da HDR (figura 3.9) que serviu de base para o
Figura 3.8. Curva de resposta da máquina Sony Cyber-Shot Figura 3.9. Imagem em cor falsa da HDR base.
DSC-W180.
Foram usados dois softwares para finalização das imagens: o Picturenaut (HDRLAB, 2010) que
compilou as 05 imagens em uma única, gerando a HDR final (figura 3.10); e o RadDisplay (DE LUMINAE
LAB, 2010) o qual processou a imagem gerada, transformando-a em cores falsas (figura 3.11), na qual o
vermelho representou os maiores níveis de luminância e o roxo os menores níveis. Desta forma, foram
feitas 64 tomadas (320 fotografias) ao longo das áreas principais e secundárias do Setor de Imaginologia
Figura 3.10. Imagem HDR compilada. Figura 3.11. Imagem em cores falsas na HDR compilada.
106
Figura 3.12. Pontos de tomadas fotográficas para HDR: Setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
elementos causadores. Segundo Ganslandt e Hofmann (1992) e a OSRAM [200-], o valor de luminância
que causa ofuscamento se dá a partir de 200 cd/m², valor máximo da escala. O tratamento das imagens
fotográficas dos ambientes dentro do Hospital de Clínicas em HDR se deu em dois momentos: i.
107
levantamento iconográfico correspondente à cena real, ilustrando o ambiente para melhor
demonstração da análise espacial do mesmo e todos os seus sistemas; e ii. imagens em cores falsas, para
O levantamento dos sistemas presentes no ambiente construído foi necessário para perfilar o
Setor de Imaginologia, demarcando suas principais características e configurações. Para tal, o checklist
descrito no livro The Lighting Handbook (ZUMTOBEL, 2008) foi adaptado para esta pesquisa e aplicado
ultrassonografia, sala de laudo [7], sala de laudo [8], sala de laudo [9], sala de preparo para tomografia,
coeficientes de reflexão e de absorção; áreas das janelas (aqui consideradas internas pelo fato de não
haverem aberturas para o meio externo); áreas de portas e circulação; áreas de múltiplas tarefas; tipo de
demarcação do mobiliário; tipos de proteção contra corpos estranhos e umidade; classes de proteção
108
3.3.3 AFERIÇÃO DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS
A aferição consistiu na medição in loco por instrumentais adequados das seguintes variáveis
ambientais: iluminância (lux), temperatura (°C), temperatura de globo (°C), umidade relativa (%) e
os ambientes de permanência (áreas primárias) dos médicos residentes no setor escolhido, além dos
corredores de circulação (áreas secundárias). Para esta aferição utilizou-se o método de malha citado na
NBR ISO/CIE 8995:1 – Iluminação de ambientes de trabalho Parte 1: Interior (ABNT, 2013). As
características e configurações de cada área foram consideradas, resultando em três tipologias: i. campo
de trabalho retangular com iluminação regular e luminárias espaçadas simetricamente em duas ou mais
fileiras; ii. área com luminária central; e iii. área retangular com linha única de luminárias centrais e
individuais. Pontos foram incluídos para melhor composição da curva isolux, resultando em 228 pontos
109
Figura 3.13. Pontos aferidos de iluminância no Setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Pontos aferidos
N
reais de uso do ambiente. O instrumento utilizado foi o luxímetro digital modelo MLM-1010 do
fabricante Minipa (figura 3.14), com registros em lux. O aparelho encontrava-se calibrado de fábrica e
certificado. Toda esta etapa foi feita após tratamento da planta baixa para o recebimento dos dados.
110
Figura 3.14. Luxímetro digital modelo MLM-1010.
A iluminância foi aferida no período de almoço (das 12h às 14h) por solicitação do responsável
pelo setor, em um dia da semana (por se tratar de um espaço artificialmente controlado e sem variações
externas), de forma que não prejudicasse a realização das atividades no setor e maiores aglomerações
de pacientes, que poderiam vir a comprometer a qualidade dos dados obtidos devido a possíveis
sombreamentos. O tempo entre medições foi de 05 min para que houvesse estabilização do luxímetro.
Os valores aferidos foram comparados com os fornecidos pela NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013) de
A aferição do sistema de iluminação artificial contribuiu para entender qual a iluminância real
nos locais onde os médicos residentes executavam suas funções e se eles conseguiam realizar suas
tarefas de forma satisfatória com os níveis medidos. Como se dava a distribuição da luz artificial em
malha nos espaços mais usados pelos médicos residentes nos ambientes estudados? Quais eram esses
valores? Quais eram as diferenças entre as iluminâncias medidas e as recomendadas por norma? Os
valores obtidos foram organizados em gráficos e tabelas para cada subárea e traçadas as curvas de
isolux.
selecionados: dormitório, sala de laudo [7], sala de laudo [9] e sala de laudo da Ressonância Magnética
111
1,5T (RM). O instrumental usado foi o DataLogger HOBO Launch Dialog modelo U12-012 da fabricante
Onset (figura 3.15). Ele mediu e gravou dados de iluminância (lx), umidade relativa (%) e temperatura
(°C). Os índices de luminosidade possuíram precisão de ± 5%, variando entre 10 a 30.000 lx, com
resolução de 10 lx. O intervalo de aquisição programável esteve entre 1 s a 18 h, tendo sido utilizado
para o estudo em questão o intervalo de 5 min. Em cada ambiente usou-se 01 aparelho a altura do chão
Os dados foram descarregados no software HOBOware LITE, versão 3.1.0 (ONSET, 2009),
certificado pela 21 CRF PART11. Aferiu-se: a iluminância (lux), a temperatura (°C) e a umidade relativa
(%) (figura 3.16). A medição pelo DataLogger foi programada para ser realizada minuto a minuto, em um
intervalo de 24 h, contador iniciado a partir das 14 h. Com posterior visualização de todas as variáveis e
importação dos dados para os software Excel 2010 (MICROSOFT, 2010) e Statistical Package for Social
Science – SPSS Statistics v. 22.0 (IBM, 2013) para tratamento gráfico e estatístico.
112
Figura 3.16. Tela do launcher dos parâmetros: temperatura, umidade relativa e intensidade da luz.
umidade relativa e velocidade do ar). Para efeito de valores de base da NR 17 (MTE, 2007), as mínimas e
velocidade do ar ≤ 0,75 m/s. O trabalho no Setor de Imaginologia era considerado insalubre pelo
Ministério da Saúde tanto pelo ambiente hospitalar quanto pela constante radiação presente.
12 da OnSet e TESTO para medições de temperatura e umidade relativa; ii. anemômetro digital de fio
quente Testo 405 - V1, faixas de medição entre 0 e 5 m/s de - 20 a 0 °C e 10 m/s de 0 a + 50 °C, precisão:
± 5 % de velocidade média ± 0.10 m/s (até 2 m/s); ± 5% de velocidade média ± 0.3 m/s (mais de 2 m/s); ±
0.5 °C temperatura; usado para medir a velocidade do ar, sem registro (figura 3.17); iii. registrador Testo
113
175-H1, faixa de medição entre 0 a 100 % de UR e -10 a 50 °C de temperatura, precisão entre ± 3 % na
umidade e ± 0,5º C na temperatura, usado para aferir a temperatura do ar e a umidade relativa; e iv.
registrador Testo 175-T2 com sonda externa de temperatura do ar Testo 0613 1712 e globo cinza
(composto por bola oficial de tênis de mesa pintada com tinta azul burguês da Coral), faixa de medição
entre -35 a 70 °C (canal interno) e -40 a 120 °C (canal externo/globo), precisão ± 0,5 °C (canal interno) e
± 0,3 °C (canal externo/globo) (figura 3.18). Os equipamentos ficaram nos ambientes pré-selecionados
Figura 3.17. Anemômetro digital de fio quente Figura 3.18. Tripé composto por registrador Testo 175-H1, registrador Testo
Testo 405 - V1. 175-T2, sonda externa de temperatura do ar Testo 0613 1712 e globo cinza.
Os pontos de medição foram definidos pela norma ISO/DIS 7726 - Ambientes Térmicos -
Instrumentos e Métodos para medições das quantidades físicas (ISO, 1996), resultando na locação dos
equipamentos térmicos mostrada na figura 3.19. Cada equipamento teve um cartaz contendo: aviso de
não mover, número da estação de medição térmica, nome do ambiente e dados da pesquisa (Apêndice
114
Figura 3.19. Espaços aferidos e locação dos equipamentos térmicos no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
Legenda:
1. Dormitório, 2. Sala de laudo US, 3. Sala de laudo [7], 4. Sala de laudo [9], 5. Sala de laudo da Ressonância Magnética 1,5T.
Os dados obtidos foram usados para cálculo do PMV (Voto Médio Estimado, em português) e
térmico da roupa e da taxa de metabolismo dos usuários para a atividade desenvolvida durante a
residência médica. O software usado foi o Conforto 2.0.3 (RUAS, 2002) (figura 3.20). A taxa de
metabolismo adotada foi de 1,3 met – atividade sedentária ou trabalho leve: sentado, movimentos
moderados com braços e tronco (Anexo 03: Taxas metabólicas) (ISO, 2005; ABNT, 2011). O isolamento
115
térmico das roupas (Anexo 04: Índice de resistência térmica das vestimentas) (ISO, 2005) admitiu dois
valores, os quais foram obtidos através do somatório dos índices de resistência térmica das vestimentas
mínimo de 0,81 clo4 e máximo de 1,16 clo5. Com isto, foram simuladas, juntamente com os dados
S 01, temperatura ambiental no valor máximo para cada caso, isolamento térmico de 0,81 clo;
S 02, temperatura ambiental no valor mínimo para cada caso, isolamento térmico de 0,81 clo;
S 03, temperatura ambiental no valor máximo para cada caso, isolamento térmico de 1,16 clo;
S 04, temperatura ambiental no valor mínimo para cada caso, isolamento térmico de 1,16 clo.
relativa | Ambientes primários” e “Apêndice 07: Resultados PMV e PPD | Software Conforto 2.0.3”
trazem todos os valores/resultados obtidos para a formação dos gráficos mostrados abaixo. Foi usada a
escala térmica da ISO 7730 (ISO, 2005) (figura 3.21) para indicar a sensação térmica dos usuários.
4
Composição de vestimentas predominantemente masculina: camiseta manga longa + cueca + calça jeans + suéter leve + meias
+ sapatos de sola fina + jaleco.
5
Composição de vestimentas predominantemente feminina: calcinha +sutiã + camisa leve de mangas longas + calça jeans +
meias + sapatos de sola fina + suéter pesado + jaleco.
116
Figura 3.21. Escala de sensação térmica.
Os resultados dados pelo software permitiram a marcação em gráfico que correlacionou o PMV
e o PPD (figura 3.22), bem como os limites fornecidos pela literatura: PMV dentro do intervalo ± 0,5.
Através dele ilustraram-se os limites de conforto térmico esperados para os índices das variáveis
inseridas.
residentes conseguiam realizar as atividades previstas de forma satisfatória nas condições ambientais
encontradas? Quais os ambientes foram considerados problemáticos e quais foram os mais adequados
ao trabalho previsto? Os produtos desta etapa foram gráficos e tabelas para cada ambiente aferido.
117
3.3.4 AVALIAÇÃO DO USO DO ESPAÇO
e desenho universal. Para tal foram analisados os lay-outs e fluxos, disposição do mobiliário e fluidez
tanto das áreas primárias quanto das secundárias mediante aplicação da norma NBR 9050 –
ambiente hospitalar: aquele portador de deficiência e aquele com mobilidade reduzida. Mesmo esta
sendo uma condição comum aos pacientes e o fato de que não havia médico residente com mobilidade
integrante da staff ficar em tal condição, seja ela momentânea ou permanente. Foram obtidos então os
pé; e ii. instrumento cadeira de rodas. Para este último módulo, admitiram-se ainda dois
dimensionamentos: i. o deslocamento em linha reta com largura de corredor para um cadeirante, para
um cadeirante e uma pessoa, para dois cadeirantes (figura 3.23); e ii. manobras com deslocamento 90º e
118
Figura 3.23. Módulos de referência para deslocamentos em Figura 3.24. Manobras de cadeirantes com deslocamento: a.
linha reta. deslocamento de 90º; b. deslocamento de 180º; c.
Fonte: adaptado de ABNT (2004). deslocamento consecutivo de 90º com percurso
intermediário (caso I); e d. deslocamento consecutivo de 90º
com percurso intermediário (caso II).
Fonte: adaptado de ABNT (2004).
A B
C D
Os 05 ambientes pré-selecionados (dormitório, sala de laudo US, sala de laudo [7], sala de
laudo [9] e sala de laudo da Ressonância Magnética 1,5T) foram analisados frente à NBR 9050 (ABNT,
2005) visando o atendimento simultâneo de forma autônoma, segura e confortável para todos os
os seguintes itens: possibilidades de uso, flexibilidade no uso, uso simples e intuitivo, captação da
informação do ambiente por parte dos usuários, mínimo esforço físico a ser realizado, e dimensão e
espaço para uso e interação. Esses itens foram analisados também sob a ótica da segurança, sinalização,
ocorrência de incêndio e questões similares que pudessem causar pânico ou situações diversas que
uso do espaço sob condições de uso reais e até que ponto elas eram consideradas fontes estressoras. Os
119
produtos dessa análise foram mapas de zonas de conflitos de fluxos e uso do espaço mediante
A avaliação de qualidade em qualquer área sempre foi um item sempre polêmico e difícil de ser
determinada, pois, as pessoas comumente distorciam suas impressões por serem influenciadas pelas
próprias experiências pessoais ou pelo que era ditado pela "moda" ou ainda por seu estado de humor no
momento em que eram arguidas a respeito. Ferramentas que quantificassem essas medidas subjetivas
O instrumento eleito para realizar essa avaliação na pesquisa em questão foi o questionário
foram realizados ensaios e pré-testes, alterando e adequando o modelo inicial até atingir uma versão
final onde houvesse uma correta interpretação dos questionamentos. A avaliação de percepção
ambiental (Apêndice 05: Avaliação de Percepção Ambiental | Avaliação Subjetiva) foi estruturada a partir
dos objetivos e questionamentos da pesquisa acerca da percepção ambiental, conferindo uma divisão
em quatro blocos: iluminação; térmica; acústica; e espaço e mobiliário. Todos esses com respostas
O questionamento referente à percepção visual tomou como base modelos já usados pela área
da iluminação para verificar pontos positivos e negativos do conforto visual e qualidade da iluminação
sob a ótica dos usuários: Baker e Steemers (2002); Zumtobel (2008); Zumtobel (2010) com o Ergonomic
Lighting Indicator (ELI)6, desenvolvida por Peter Dehoff; e o framework conceitual proposto por Boyce
(2006). A partir dos conceitos e modelos propostos foram questionados através de múltipla escolha
6
Ou Indicador Ergonômico de Iluminação (tradução nossa).
120
(sim/não): as condições e características do sistema de iluminação no local de execução das atividades;
as características do projeto de iluminação; e a opinião dos usuários sobre iluminação geral. Com relação
às perguntas abertas (ou de resposta livre) foram solicitadas as queixas e ideias para melhorar a
empregados por área específica para averiguar pontos positivos e negativos do sistema de
questionamentos colocados por Batiz e Goedert (2006) (figura 3.24), seguindo as especificações da
norma ISO 10551 - Ergonomics of the thermal environment - Assessment of the influence of the thermal
environment using subjective judgement scales (ISO, 1995). Também se empregou o critério de
insatisfação desenvolvido por Fanger (1970): ± 2 e ± 3 (escala de Likert). Foram arguidos: o tipo de
ocupacional e higiene e segurança do trabalho (RUNDMO, 1996; NELSON et al.., 1999; RABINOWITZ,
gerado e a durabilidade do mesmo, bem como as perguntas abertas: queixas e ideias para resolução do
E por fim a avaliação de uso do espaço e mobiliário feita em conjunto com a NBR 9050 -
Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos (ABNT, 2005), onde foram
121
O questionário completo foi aplicado juntamente com as outras avaliações (psicológicas e
textos explanativos.
A avaliação de riscos de acidentes analisou os aspectos de trabalho que poderiam causar lesões
campos físicos ambientais (luz, calor, frio e ruído), químicos (medicamentos diversos), biológicos
(bactérias e vírus), além de problemas ergonômicos (como o de postura), estresse, fadiga, dentre outros
(ALMEIDA et al., 2005). Este mapa foi recomendado pela NR 9 - Programa de prevenção de riscos
ambientais (MTE, 1999) e pela NR 5 - Comissão interna de prevenção de acidentes (MTE, 2007), onde
especificaram que o mapa de riscos deveria ser feito com os trabalhadores locais, pois estes conhecem
seu processo de trabalho e consequentemente sabem onde riscos de acidentes podem ocorrer nos locais
A partir desse pressuposto foi montada uma avaliação de ocorrência de acidentes de trabalho
pesquisas sobre acidentes em ambientes de trabalho na área de saúde de pesquisadores como Tomazin
e Benatti (2001), Sarquis e Felli (2002), Nishide et al. (2004) e Oliveira et al. (2008). Foram examinados:
tipo de acidente sofrido, turno, objeto causador, região afetada, área dentro do setor e influência do
ambiente. Juntamente com essa avaliação, as avaliações ambientais descritas anteriormente forneceram
dados importantes para a composição do mapa de riscos de acidentes no Setor da Imaginologia. Para sua
formação final usou-se a classificação de riscos fornecida pela NR 9 (MTE, 1999) dada na tabela 3.1.
122
gráfica adotada na planta baixa tratada do local de trabalho para cada grupo de risco de acidente foi
intervenção em curto prazo; ii. médio, necessidade de atenção e intervenção à médio prazo; e iii. baixo,
conhecimento dos médicos residentes e pessoal responsável dos riscos existentes no setor, além de
gerados nesse item foram o mapa de riscos de acidentes, gráficos e textos explanativos.
construído, foram descritos e delimitados os métodos usados na avaliação das variáveis psicológicas.
Foram elas: avaliação de transtorno psiquiátrico, Questionário de Saúde Geral de Goldberg; avaliação
123
dos sintomas depressivos, Escala de Depressão de Beck; avaliação dos sintomas de ansiedade, Inventário
de Ansiedade Traço-Estado; avaliação das condições de sono, Pittsburgh Sleep Quality Index e Avaliação
de sonolência diurna de Epworth; avaliação do grau de estresse, Inventário de Sintomas de Estresse para
Adultos de LIPP; e avaliação do sistema temporizador, Social Rhythm Metric. A aplicação desses
instrumentais foi feita por dois grupos de profissionais especializados: psicologia – Profª Drª Elisabete
comportamental; e neurocientista do sono – Profª Drª Tânia Marchiori O. Cardoso, médica neurologista,
A avaliação de transtorno psiquiátrico usou dois instrumentais. O primeiro foi o SQR, composto
por 20 perguntas para determinação de sintomas psicossomáticos (GONÇALVES et al., 2008) com
respostas de "sim" e "não" para: você tem dores de cabeça com frequência? Tem falta de apetite?
Dorme mal? Fica com medo com facilidade? Suas mãos tremem? Sente-se nervoso, tenso ou
preocupado? Tem problema digestivo? Não consegue pensar com clareza? Sente-se infeliz? Chora mais
que o comum? Acha difícil gostar de suas atividades diárias? Acha difícil tomar decisões? Seu trabalho
diário é um sofrimento/ tormento? Não é capaz de ter um papel útil na vida? Dentre outros. Segundo
Aiken (2002), um de seus problemas era que algumas pessoas quando o respondiam costumavam ou
exagerar nos sintomas forçando uma situação ou escondendo esses sintomas para não ser tratado.
Mesmo assim, a própria Organização Mundial de Saúde recomendou esse questionário para estudos em
larga escala devido à facilidade de uso e custo muito reduzido (OMS, 2011).
124
O segundo foi o questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) (Anexo 05: Questionário de
Saúde Geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental). Ele foi originalmente construído a partir de
hipocondria; e abrange cinco fatores: F1, estresse psíquico; F2, desejo de morte; F3, falta de confiança na
questionário de saúde geral desenvolvido por Goldberg em 1972 visava identificar o nível de gravidade
do distúrbio psiquiátrico nas pessoas ao mesmo tempo em que identificava, dentro da população,
potenciais casos de estudo (GOLDBERG, 1996). Ainda segundo o seu idealizador, uma das vantagens de
aplicação deste instrumental era o fato dele poder ser aplicado a um grande número de sujeitos ao
mesmo tempo utilizando somente papel e lápis para responder, tornando-o barato e rápido (GOLDBERG,
1996).
O BDI ou Beck Depression Inventory era um dos instrumentos usados para aferir a intensidade
da depressão desde 1961 (CUNHA, 2001; BECK, 2006). Foi inicialmente desenvolvido para diagnosticar
esse transtorno mediante uso de uma escala sintomática, evoluindo para uma escala de auto relato
composta de 21 itens, com 4 alternativas cada (CUNHA, 2001; BECK et al., 1996): i. tristeza; ii.
pessimismo; iii. sentimento de fracasso; iv. insatisfação; v. culpa; vi. punição; vii. auto aversão; viii. auto
acusações; ix. ideias suicidas; x. choro; xi. irritabilidade; xii. retraimento social; xiii. indecisão; xiv.
mudança na autoimagem; xv. dificuldade de trabalhar; xvi. insônia; xvii. fatigabilidade; xviii. perda de
apetite; xix. perda de peso; xx. preocupações somáticas; e xxi. perda de libido. O objetivo foi analisar e
classificar a gravidade dos sintomas de acordo com as problemáticas colocadas, podendo ser aplicado
125
Para a pesquisa em questão, o inventário coletou as descrições textuais dos médicos residentes
sobre seus sintomas e os utilizou para estruturar uma escala que refletisse a intensidade e severidade de
um dado sintoma, tomando como base a tríade de cognições negativas relacionadas ao mundo, ao
futuro e a si mesmo. A importância desta visão sob as cognições negativas intrusivas teve particular
O Inventário da Ansiedade Traço-Estado (IDATE) era uma ferramenta que visou desde sua
idealização na avaliação da ansiedade. Este inventário sempre possuiu uma concepção dualística: de um
lado ele media o estado de ansiedade (A-Estado), do outro o traço de ansiedade (T-Estado)
(SPIELBERGER et al., 2003). Tal intuito veio das diferenças individuais encontradas na propensão à
ansiedade e no modo como reagir a situações que intensifiquem esse transtorno (ANDRADE e
algum momento da sua vida, marcado com um nível específico de ansiedade, ou seja, media a
personalidade, foco na autoimagem, além da tendência de perceber algumas circunstâncias como sendo
ameaçadoras. Enquanto o T-Estado era como este indivíduo estava disposto a manifestar determinada
reação a depender da tensa experiência que está vivendo, ou seja, o estado temporário o qual dependia
da ação dos estímulos ambientais (ANDRADE e GORENSTEIN, 1998; SPIELBERGER et al., 2003). Assim, o
IDATE é composto por um questionário de auto avaliação com essas duas partes: A-Estado e T-Estado.
126
A aplicação do IDATE (Anexo 06: Inventário de Ansiedade Traço-Estado | Avaliação de sintomas
de ansiedade) na pesquisa admitiu a ordem recomendada por Spielberger et al. (2003): primeiramente
Para avaliar a qualidade do sono foram usados 02 instrumentais. O primeiro foi o Pittsburgh
Sleep Quality Index ou PSQI (Anexo 07: Escala de Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) | Avaliação das
condições de sono) que foi validada em 1989 por Buysse. Segundo Buysse et al. (1989), Backhaus et al.
(2002) e Souza et al. (2008), sua maior finalidade era avaliar qualitativamente as condições do sono de
forma subjetiva por um período de um mês de acordo com 07 componentes: i. qualidade subjetiva; ii.
latência; iii. duração; iv. eficiência habitual; v. distúrbios; vi. uso de medicamentos; e vii. sonolência e
distúrbios diurnos (BUYSSE et al., 1989; BACKHAUS et al., 2002; SOUZA et al., 2008). A pontuação podia
variar entre 0 a 21 pontos, onde quanto maior o escore pior era a qualidade do sono.
O segundo instrumental foi a Escala de Sonolência de Epworth ou ESE (Anexo 08: Escala de
Epworth | Avaliação de sonolência diurna) o qual era um instrumental que observava e avaliava a
ocorrência e a natureza da sonolência durante o dia (JOHNS, 1991; BERTOLAZI et al., 2009). Questionário
autoaplicável caracterizado como avaliação de medida subjetiva por conter uma série de perguntas
padronizadas relacionadas a 08 situações diárias e sua probabilidade de causar sono (JOHNS, 1991;
MELLO et al., 2008; BERTOLAZI et al., 2009): sentado e lendo; vendo TV; sentado em algum lugar público;
como passageiro de algum veículo; descansando à tarde; sentado após o almoço; e enquanto está
parado no trânsito.
127
3.4.5 AFERIÇÃO DO GRAU DE ESTRESSE
O Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de LIPP (ISS LIPP) identifica os sintomas de
estresse dos indivíduos, qual o tipo deste sintoma e em que grau ele visou possíveis prevenções nos
momentos de tensão (LIPP, 2005). Existiam dois tipos de inventários de sintomas do estresse: ISS e ISSL.
Este último foi o selecionado para a pesquisa em questão, pois engloba uma fase a mais que o original:
alerta, resistência, quase exaustão e exaustão (LIPP, 2005). Isto fez com que o instrumento fosse
psicológicos. Ferramenta de fácil aplicação para indivíduos com idade a partir de 15 anos.
A escala de ritmo social ou Social Rhythm Metric (SRM-S) (Anexo 09: Social Rhythm Metric
(SRM-S) | Avaliação de ritmo social) foi desenvolvida em 1990 pela Universidade de Pittsburg (EUA)
contato social referentes àquelas atividades (MONK et al., 1990; SCHIMITT e HIDALGO, 2009; SCHIMITT
et al., 2010). Instrumento composto por um questionário com 15 atividades fixas e 02 opcionais, onde
deviam ser marcados: i. se fez ou não a tarefa; ii. a hora em que foi realizada; iii. se foi feita sozinho; iv.
se foi feita com esposa/marido ou companheira(o); v. se foi feita com crianças; vi. se foi feita com outro
contendo: 01 caderno de QSG, 01 caderno BDI, 01 caderno IDATE, 01 caderno Pittsburg, 01 caderno
128
Epworth, 01 caderno ISSL e 01 caneta. Este foi entregue para os médicos residentes em envelope
timbrado da FEC/UNICAMP. Posteriormente foram explicados cada instrumento, bem como seu objetivo
A aplicação dos instrumentais foi feita em 02 dias, com duração aproximada de 03 hr totais.
Todo o processo foi acompanhado pela pesquisadora responsável, psicólogo (avaliações psicológicas) e
fisioterapeuta (avaliações de sono), os quais permaneceram no local para possíveis dúvidas. O voluntário
então respondeu, de forma individual e auto administrada, fazendo uma autoleitura e preenchendo os
cadernos em seguida. Os questionários foram analisados individualmente por cada equipe competente
(psicologia e sono) e os resultados repassados à autora para avaliação final e organização em gráficos e
tabelas.
O único instrumental aplicado separadamente foi o SRM-S, o qual foi entregue aos médicos
residentes na forma impressa em 07 cópias compondo um diário a ser preenchido durante 07 dias
consecutivos (tempo este referente ao período em que foi feita a coleta hormonal) e que deveriam ser
devolvidos ao final desse processo. Ele foi analisado juntamente com os dados numéricos do cortisol e
da melatonina.
Esta fase corresponde à última etapa referente ao trio de avaliação proposta: Fase II + Fase III +
Fase IV. Nela foi explicado como foi dosado os hormônios cortisol e melatonina. O processo de coleta foi
feito sob colaboração e supervisão da Profª Drª Dora Maria Grassi-Kassisse, responsável pelo Laboratório
129
de Estudo do Estresse (LABEEST) do IB, juntamente com o biólogo Me. Aglécio Souza do Laboratório de
Um dos hormônios mais importantes do corpo, o cortisol, segundo ROBIN et al. (1977),
encontrava-se livre somente de 1 a 15% no sangue em sua forma ativa, seu restante ligado a proteínas
séricas. O qual não afetou sua quantidade devido ao fluxo ou quantidade da saliva ou até mesmo pelas
enzimas encontradas nessa (VINING et al., 1987; PAZIKAS et al., 2005; PIZARRO e TROSTER, 2007; SILVA
Isto levou a vários estudos, os quais reportaram, ainda na década de 1980, a relação positiva
entre o soro e as concentrações de cortisol na saliva, como os realizados por Hiramatsu (1981) e Vining
et al. (1983¹) e Francis et al. (1987). Na década de 2000, alguns dos mais importantes laboratórios de
análise mundiais, como o americano Salimetrics, já faziam tanto a medição do cortisol quanto da
o ciclo claro-escuro e consequentemente a produção do hormônio: como se dava essa influência? Quais
valores das variáveis ambientais interferiam na quantidade diária ou a ritimicidade diária de produção de
cortisol? Os produtos resultantes foram gráficos e tabelas que trouxeram a curva hormonal por
atividades de acordo com o nível de residência médica: plantão, pós-plantão, dia de atividade normal e
dia de descanso.
130
3.5.2 DOSAGEM DE MELATONINA
(1998), a melatonina encontrada no plasma humano estava ligada 61 a 85% com proteínas, causando
sua livre circulação na saliva na qual entra por meio de difusão passiva ou transporte ativo (FIDELEF et
al., 2004; ESCAMES e ACUÑA-CASTROVIEJO, 2009; GRÖSCHL et al., 2008; ADANA, 2009; RAMOS, 2014).
Sua medição na saliva vem sendo estudada há anos, pois a acrofase da saliva e os ritmos
plasmáticos da melatonina eram correlatos (VAKKURI, 1985; VOULTSIOS et al., 1997). O que o tornou
melatonina, foram questionados: altos níveis de iluminância no período noturno diminuíam e atrasavam
a produção da melatonina? Isto dificultou a chegada aos estágios iniciais do sono e comprometeu a
qualidade do mesmo? Quais esses valores para a realidade encontrada nessa pesquisa? Eles
influenciaram até que ponto a liberação da melatonina? Havia diferenças entre as iluminâncias
fornecidas pela NBR ISSO/CIE 8995:1 e as aferidas? Os produtos obtidos, assim como o cortisol, são
gráficos e tabelas que trazem a curva individual para este hormônio bem como as medidas ponto a
A dosagem hormonal se deu através de duas etapas distintas. A primeira constou da coleta da
saliva e protocolos iniciais. A segunda descreveu e justificou o método, discorrendo também sobre como
131
3.5.3.1 COLETA SALIVAR E PROTOCOLOS INICIAIS
A técnica para esta coleta se deu através do recolhimento da saliva humana mediante uso de
um pequeno rolo de algodão esterilizado, que ficou na lateral da boca por um tempo estimado de 2 a 5
minutos. Após este período, o algodão foi colocado em tubo plástico específico. Conjunto esse
conhecido como salivette®. As coletas foram realizadas em quatro períodos do dia: ao acordar, 30min
antes do almoço – aqui considerado às 12h, 30min antes do jantar – às 20h, e antes de dormir – às 22h.
Como procedimento inicial, houve a identificação das peças, em cores de canetas diferentes e
com auxílio de uma base de isopor. Em cada salivette® foram inseridos o número do voluntário, o
horário e o dia a ter a saliva recolhida, resultando em um mini kit composto por 04 salivettes®, um para
cada horário determinado acima, além de protocolo (Apêndice 07: Protocolo de coleta) a ser preenchido
no dia da coleta. Cada voluntário obteve um kit completo constituído por 07 mini kits, 07 protocolos de
132
Figura 3.25. Procedimentos iniciais - Salivette®: a. salivette® desmontado; b. demarcação das peças com suporte de base de
isopor; c. salivette® demarcado; d. composição do mini kit; e e. kit completo.
A B
7 7
C D
7 7
E
7
Para a realização desta etapa, os voluntários precisaram seguir uma série de recomendações
para a validação da coleta. Foi-lhes explicado o protocolo utilizado na pesquisa com posterior entrega
133
c. Antes da coleta não se poderia escovar os dentes e/ou usar fio dental (pois ambos podem causar
d. No caso de prática de atividade física, a coleta deveria ser feita antes da mesma;
f. Após a coleta, o salivette® deveria ser colocado em geladeira comum até a pesquisadora
Cartazes como forma lembrete foram espalhados pelo setor (Apêndice 08: Cartaz lembrete). As
amostras foram coletadas no dia posterior ao início da coleta e assim sucessivamente. O material
recolhido foi transportado em caixa de isopor com gelo e guardado em geladeira no LABEEST/IB à espera
Para adiantar o processo de reconhecimento dos horários foram adquiridas peças em cores
diferentes: verde, correspondendo ao período da manhã; branco, às 12h ou antes do almoço; rosa, às
18h ou antes do jantar; e roxo, às 22h ou antes de dormir. Cada uma foi demarcada, também com auxílio
de uma base de isopor, com o número do voluntário e o dia da coleta, uma vez que a cor já correspondia
ao horário. A cada 01 amostra de 01 salivette® foram obtidas 03 amostras: uma para o hormônio
cortisol, outra para o hormônio melatonina e outra como cópia de segurança para o caso de alguma
amostra apresentar problemas. Para o congelamento da saliva em freezers, as peças foram armazenadas
134
em caixas colmeias com grades de 09 x 09 linhas em ordem de amostragem: cortisol, melatonina e cópia
Figura 3.26. Procedimentos iniciais - Eppendorfs: a. demarcação das peças com auxílio de base de isopor; b. eppendorfs
demarcados; e c. caixa para armazenamento e congelamento das amostras.
A B
7 7
C
7
armazenamento do material biológico. A centrifugação das amostras se deu a uma rotação de 2.800
rolete de algodão para a parte abaixo do salivette® através de um pequeno orifício encontrado na
primeira parte daquele, decantando a saliva pura em seu fundo. Realizada esta ação, as amostras foram
dispostas em raques para pipetagem nos eppendorfs dispostos em base de isopor, a qual ocorreu com
uso de ponteiras para pipeta (tamanho 50 µl) e pipeta multicanal (figura 3.27). Com o material biológico
135
distribuído nas respectivas peças, estas foram guardadas em caixas identificadas, lacrando-as e pondo-as
Figura 3.27. Procedimentos para congelamento: a. centrifugadora; b. interior da máquina; c. processo de pipetamento; d.
amostras em cestas para pesagem; e e. raque, ponteiras, base de isopor e pipeta.
A B
C E
Alguns voluntários não coletaram saliva em quantidade o suficiente para preenchimento dos
03 eppendorfs para cada 01 salivette® previamente preparados, o que não comprometeu previamente a
qualidade das amostras. As amostras encontraram-se em espera para procedimento final com uso de
136
reagente específico no método ELISA até ser realizado no Laboratório de Unidade Metabólica da
FCM/UNICAMP.
O material somente foi descongelado no dia da análise, pois uma vez iniciado o processo ele
não poderia ser interrompido (IBL, 2011). O método usado foi o ELISA ou Enzyme Linked ImmunoSorbent
Assay do tipo "competição". Este procedimento utilizou um antígeno biotinilatado que concorreu com
um antígeno não-biotinilatado por locais onde as ligações dos anticorpos eram feitas na microplaca com
poços da placa de polímero de carbono recobertas com anti-cortisol de coelho. Com o equilíbrio dessa
incubação, a placa foi lavada e o antígeno biotinilatado que se ligou ao anticorpo foi determinado por
reagentes marcadores e substratos fornecidos por kits específicos (LENG et al.; 2008; ADLER et al., 2010;
IBL, 2011).
O método imunoenzimático usado nesta pesquisa utilizou kit de reagentes recomendados pelo
LABEEST: para o cortisol, o Cortisol Saliva ELISA Ref. CAN-C-290, e para a melatonina, o Melatonin Direct
Saliva ELISA RE54041. De forma geral, os kits contêm: microplaca com poços; conjugado concentrado de
cortisol-peroxidase de rábano para o cortisol (figura 3.28) e conjugado enzimático com estreptavidina
conjugado com HRP para a melatonina; solução de biotina para a melatonina; calibradores; controles;
tampão de lavagem; tampão de ensaio; substrato TMB e solução de parada (figura 3.29).
137
Figura 3.28. Kit Cortisol Saliva ELISA Ref. CAN-C-290. Figura 3.29. Checklist dos componentes do Kit Cortisol Saliva ELISA
Fonte: DBC (2013). Ref. CAN-C-290 para inicialização do procedimento de dosagem.
reagentes (cortisol conjudado com peroxidase para dosagem do cortisol e conjugado enzimático com
estreptavidina conjugado com HRP para a melatonina) juntamente com o anti soro de coelho,
competiram pelo sítio de ligação. A lavagem da placa de cortisol foi realizada para remover o material
que não se ligou. No caso da melatonina, houve um período de incubação de 20h com uso de película
aderente, para então a placa ser lavada. Após este procedimento foi acrescentado nos poços o substrato
fazendo com que os reagentes degradassem o material. A partir deste processo obtiveram-se os
resultados, os quais foram visualizados e mensurados pela produção de coloração específica visível
(figura 3.30) e quantificados mediante comparação da atividade enzimática observada com uma curva de
resposta padrão em g/dl obtidos inicialmente através de leitora a laser de absorbância (figura 3.31)
(GARCIA et al., 2005; LENG et al., 2008; ADLER et al., 2009; IBL, 2011).
138
Figura 3.30. Poços de reação: a. placa ELISA antes da dosagem; b. cor azul no início de reação do cortisol; c. cor rosa para
início de reação da melatonina; d. cor amarela de reação final para leitura em aparelho específico.
A B
C D
A análise estatística se deu pela Análise de Variância7 (Analysis of Variance - ANOVA) seguidos
por: i. teste de Tukey8 para amostras com distribuição considerada normal; e ii. teste de Mann-Whitney9
7
De acordo com Hair et al. (2005) e Montgomery e Runger (2011) o ANOVA é usado para fazer testes de regressão, verificando
a existência de uma diferença significativa entre as médias e fatores que influenciam determinada variável dependente.
8
Teste para comparação de médias dos tratamentos, complementando o ANOVA (BERTOLDO et al., 2008).
9
Teste não-paramétrico o qual é usado para comparar amostras de dois grupos diferentes, não exigindo que esses tenham as
mesmas variâncias (POCINHO, 2010).
139
para amostras que tiveram distribuição não gaussiana10. Além destes testes foi utilizado o software com
Ao final dessa etapa, os valores obtidos foram organizados em gráficos e tabelas com os níveis
hormonais para cada grupo de residência médica (R1, R2 e R3) de acordo com as 04 rotinas identificadas:
Ao término da obtenção dos resultados das fases II, III e IV, avaliaram-se os resultados em
blocos: i. perfil dos sujeitos; ii. perfil e avaliação do ambiente construído com a iluminação, térmica e uso
do espaço; iii. percepção e preferências ambientais dos sujeitos; iv. riscos e acidentes no ambiente de
residência médica; v. perfil e avaliação dos transtornos psicofisiológicos com transtorno psiquiátrico,
depressão, ansiedade, estresse, qualidade do sono e sonolência diurna excessiva; e vi. perfil e avaliação
a integração dos aspectos qualitativos das variáveis ambientais na qualidade do espaço hospitalar
10
Distribuição gaussiana ou distribuição normal é uma forma comum das distribuições de probabilidade, apresentado um
formato de sino simétrico (MONTGOMERY e RUNGER, 2011).
140
2. O ambiente construído do Setor da Imaginologia do HC da UNICAMP/Campinas, nas atuais
condições de qualidade e quantidade, altera a qualidade do sono e causa a sonolência diurna excessiva
3. Há alteração dos níveis hormonais? Se sim, de quanto é a alteração do cortisol nas condições de
ambientais encontradas?
5. Há uma percepção ambiental positiva ou negativa por parte dos médicos residentes do Setor da
Imaginologia do HC da UNICAMP/Campinas?
saúde psicofisiológica de médicos residentes que vivenciam um setor dentro do hospital que não
contivesse contato com variáveis ambientais externas e por curto período de tempo (de 01 a 04 anos).
Contribuindo com o estabelecimento de uma parcela da coleção de dados que aos poucos vem sendo
psicofisiológicas dos ocupantes, indicando os limites a serem observados para a garantia de diagnósticos
A obtenção dos dados formou um banco com auxílio do software Excel 2010 (MICROSOFT,
2010) que foi analisada estatisticamente no software Statistical Package for Social Science – SPSS
Statistics v. 22.0 (IBM, 2013) e no software GraphPad Prism v.6.0 (GRAPHPAD SOFTWARE INC., 2014). A
descrição estatística da amostra se deu através de estudo das variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas mediante cálculo de valores de porcentagem (%), estatística descritiva com desvio padrão
141
(S_D), valores mínimos (Mi)11, máximos (Ma)12, média (M) e mediana (Md). A estatística descritiva
Para comparação numérica entre os grupos foram usados os testes: i. U de Mann-Whitney; ii.
coeficiente de correlação de Pearson; e iii. Bonferroni – ANOVA; iv. Fisher (LSD); v. correlação não
paramétrica de Spearman. Para teste de distribuição gaussiana foram usados: i. teste de normalidade de
em gráficos e tabelas, quando cabíveis e para melhor visualização alguns gráficos foram tratados no
11
Demonstrado em esquema de intervalo.
12
Demonstrado em esquema de intervalo.
142
143
4.1 PERFIL DOS SUJEITOS
A amostra conteve voluntários na faixa etária entre 24 a 35 anos (nT=16). O estado civil foi
composto de 94% (n=15) de solteiros e 06% casados (n=1). Com relação a ter filhos, 06% (n=1) alegaram
que os possuíam. Ao questioná-los sobre o turno de atividades da residência médica no hospital, 100%
(n=16) afirmaram que frequentavam o hospital nos períodos da manhã e da tarde, a noite somente
62,5% (n=10). Com relação aos dias para realização das atividades 100% (n=16) respondeu que iam de
segunda a sexta ao hospital, enquanto 18,75% (n=3) disseram que também o frequentava aos sábados e
domingos.
Quanto ao sistema de plantão, 6,25% (n=1) deles afirmou não realizar plantões, pois dedicava-
se a outras atividades dentro da própria residência médica (figura 4.1). E assim como permitido pelo
Manual do Residente (BRASIL, 2002), a escala de plantão de 12 h foi a mais realizada (83%, n=13, dos
voluntários), seguida de 6 h (12%, n=2) e 24 h (05%, n=1). Contudo, a quantidade semanal de plantões
não estava de acordo com o manual 1: a maioria realizava de 02 a 04 plantões (figura 4.2).
1
O Manual do Residente (BRASIL, 2002) expõe que o médico residente deve realizar somente um plantão por semana com
carga horária de 12 h.
2
Para visualização das oscilações de temperatura e umidade 144
relativa em box plot ver “Apêndice 05: Temperatura | Ambientes
Figura 4.1. Escala de plantão dos médicos residentes do Figura 4.2. Quantidade de plantões por semana dos
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital
UNICAMP/Campinas. de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
16 16
Voluntários (n=16)
Voluntários (n=16)
12 12
8 8
4 4
0 0
6h 12h 24h Um Dois Três Quatro
Escala de Plantão Quantidade de Plantões
maioria dos médicos residentes relatou sentir receio de seus supervisores e que grande parte destes não
provia espaço para uma relação amigável, sendo “sempre diretos e de pouca conversa”, fazendo-os se
sentirem inferiores e tímidos com relação a muitas dúvidas que poderiam ser tiradas. Contudo, isto
contradisse o nível de relacionamento com os chefes marcado no questionário, onde 94% (n=15) afirmou
ser boa essa relação e 6% ruim (n=1) (figura 4.3). Já a relação entre os próprios médicos residentes se
mostrou melhor, com 53% (n=9) apontando para o “muito bom” e 41% (n=6) para o “bom”; entretanto,
aqui obteve-se 6% (n=1) para o “muito ruim” (figura 4.4). Esta porcentagem foi justificada pela falta de
145
Figura 4.3. Nível de relacionamento entre os médicos Figura 4.4. Nível de relacionamento entre os médicos
residentes e seus chefes no Setor da Imaginologia do residentes e seus colegas no Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
0% 6% 0%
Ruim Ruim
41%
Bom Bom
53%
94%
Muito bom Muito bom
Houve queixas de sonolência diurna, levando a um abuso de cafeína (53%, n=16) durante as
rotinas hospitalares. A realização de atividade física também esteve atrelada à queixa do sono. Nos
horários livres, nos quais poderiam se exercitar, houve a troca desta atividade pelo sono mais
prolongado ou outras tarefas, assim, 65% (n=16) não se exercitavam apesar de saberem sua importância.
Percebeu-se preocupação para com a própria saúde, pois o fumo não se tornou válvula de escape para
94% (n=16) dos voluntários, compensando, segundo relatos dos próprios médicos residentes, a falta de
Figura 4.5. Médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. uso de
cafeína; b. realização de atividade física; e c. consumo de cigarro.
A B C
146
4.2 PERFIL E AVALIAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO
4.2.1 ILUMINAÇÃO
A iluminação foi aferida e analisada desde as áreas secundárias até às áreas primárias visando
entender como se deu a visualização do ambiente e dos pacientes, por exemplo, além das áreas onde os
piso em concreto polido verde de alta resistência e piso de concreto polido de alta resistência preto; teto
em gesso branco; e paredes (alvenaria e divisórias) em bege (figura 4.6 a 4.9). Constaram-se os seguintes
coeficientes de reflexão (CR) e absorção (CA): para o piso verde 32% e 68% e preto 12% e 88%; para as
paredes de alvenaria 83% e 17%; para as paredes com divisória 55% e 45% e de alvenaria 83% e 17%; e
para o teto 74% e 26%. As áreas mobiliadas constaram de cadeiras de plástico ou madeira em tom
Figura 4.6. Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas Figura 4.7. Setor da Imaginologia do Hospital de
da UNICAMP/Campinas: Corredor de espera 1, vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de espera 2.
norte.
147
Figura 4.8. Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas Figura 4.9. Setor da Imaginologia do Hospital de
da UNICAMP/Campinas: Corredor interno 1, vista norte. Clínicas da UNICAMP/Campinas: Corredor interno 2,
vista sul.
OSRAM ([200-]) e a Ganslandt e Hoffmann (1992), a luminância incômoda se dá a partir de 200 cd/m². A
lâmpada fluorescente, por exemplo, atinge 10.000 cd/m² (GANSLANDT e HOFFMANN, 1992). Assim, foi
averiguada como maior problema do setor a luminária, mesmo esta possuindo aletas de proteção, e seu
posicionamento próximo às paredes laterais provocou pontos de brilho (160 cd/m²) (figuras 4.10 a 4.13).
Figura 4.10. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.11. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa do corredor de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa da sala de
espera 1, vista norte. espera 3.
148
Figura 4.12. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.13. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa do corredor Clínicas da UNICAMP/Campinas: Cor falsa do corredor
interno 1, vista norte. interno 3.
Os médicos residentes usavam o dormitório para guardar seus pertences e descansar nos
intervalos permitidos (figuras 4.14 a 4.17). Seu padrão de cores seguiu o identificado no setor: piso de
concreto polido de alta resistência verde, CR=22%, CA=78%; teto em gesso branco, CR=74%, CA=26%;
parede de alvenaria em bege, CR=53%, CA=47% e parede de alvenaria verde, CR=64%, CA=36%
Figura 4.14. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.15. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista sul.
sudeste.
149
Figura 4.16. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.17. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, vista norte.
noroeste.
valores das superfícies variaram entre 0 cd/m² a 116 cd/m² (figura 4.18 e 4.19). Apenas na parede
próxima ao beliche, a luminância alcançou 180 cd/m² devido à proximidade da luminária. Devido ao pé
direito alto, a luminária não ofuscou e iluminou adequadamente o plano de trabalho (0,75 m). As únicas
Figura 4.18. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.19. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, cor falsa da Clínicas da UNICAMP/Campinas: Dormitório, cor falsa da
vista sudoeste. vista sudeste.
150
A sala de laudo da Ultrassonografia manteve o já padrão de cores: piso de concreto polido de
alta resistência verde, CR=44%, CA=56%; teto em gesso branco, CR=74%, CA=26%; divisória de madeira
bege, CR=55%, CA=45% (figura 4.20 e 4.22) (Apêndice 13: Sala de laudo da Ultrassonografia). Ao analisar
a distribuição de luminância constatou-se valores entre 0 cd/m² a 126 cd/m², este recorrente nos planos
de trabalho, não causando desconforto visual, mas gerando áreas de sombreamento. Por exemplo, ao
usar o armário de madeira marrom, o usuário sombreava o seu interior, interferindo na busca por
material específico.
Figura 4.20. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.21. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US, vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US, vista
sudeste. noroeste.
Figura 4.22. Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo US, cor falsa da
vista oeste.
151
A sala de laudo [7] apresentou padrão de cores distinto: piso de concreto polido de alta
resistência verde, CR=35%, CA=65%; teto em gesso branco, CR=74%, CA=26%; parede de alvenaria em
branca, CR=74%, CA=26% (figuras 4.23 e 4.24) (Apêndice 14: Sala de laudo [7]). Contudo, quando a luz se
encontrava acesa e o negatoscópio não estava em uso, os valores de luminância não aumentaram,
variando de 0 cd/m² a 74 cd/m². Quando acesa, suas luminárias causavam ofuscamento nas telas dos
computadores e negatoscópios. Não havia iluminação de tarefa para quando o sistema de iluminação
artificial estivesse desligado e fosse necessária a realização de outra atividade (figura 4.25 e 4.26).
Figura 4.23. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.24. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7], vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7]: vista
sul. sudoeste.
Figura 4.25. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.26. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7], cor Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [7], cor
falsa da vista sul. falsa da vista sudoeste.
152
Última das salas de laudo independentes do setor, a sala de laudo [9] foi a única totalmente
reformada do piso aos sistemas de iluminação e temperatura. Possuindo os seguintes CR e CA: piso de
concreto polido de alta resistência verde, CR=37%, CA=63%; teto em gesso branco, CR=74%, CA=26%;
parede de alvenaria em branca, CR=90%, CA=10% (figura 4.27 a 4.28) (Apêndice 15: Sala de laudo [9]). Os
níveis de iluminância quando o sistema estava acionado chegaram a 189 cd/m² na parede para qual os
spots estavam voltados, causando ofuscamento junto às telas dos negatoscópios digitais quando os
mesmos se encontravam ligados (figuras 4.29 e 4.30). Os pontos de ofuscamento permaneceram iguais
aos já identificados: lâmpadas e computador, além da parede para a qual estava voltado o spot. Também
não foram identificadas áreas de sombreamento quando as luzes estavam acionadas. Aqui também não
constou iluminação de tarefa para quando da necessidade de estudos com material impresso no
momento enquanto o sistema de iluminação estivesse desligado para leitura e preparo de laudos no
Figura 4.27. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.28. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], vista Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], vista
norte. oeste.
153
Figura 4.29. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.30. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], cor Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo [9], cor
falsa da vista norte. falsa da vista sudoeste.
construída anexa ao Setor da Imaginologia. O padrão de cores permaneceu, mas com algumas mudanças
nos valores de CR e CA: piso de concreto polido de alta resistência verde, CR=29%, CA=71%; teto em
gesso branco, CR=74%, CA=26%; parede de alvenaria em bege, CR=71%, CA=29% e parede de alvenaria
verde, CR=67%, CA=33% (figuras 4.31 e 4.32) (Apêndice 16: Sala de laudo RM 1,5T). No tocante ao
contínua, além de luminária de tarefa. Isto fez com que toda a sala obtivesse valores altos (137 cd/m²)
predominantes nas paredes, pisos e bancadas. As luminárias foram o ponto máximo deste fenômeno
(figuras 4.33 e 4.34). Neste ambiente não foram encontradas sombras ao usar os computadores.
154
Figura 4.31. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.32. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM 1,5T, Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM 1,5T,
vista sudeste. vista oeste.
Figura 4.33. Setor da Imaginologia do Hospital de Figura 4.34. Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM 1,5T, Clínicas da UNICAMP/Campinas: Sala de laudo RM 1,5T,
cor falsa da vista norte. cor falsa do detalhe do piso.
Quando se tratou da intensidade da luz, os níveis de iluminância obtidos no setor (figura 4.35)
também variaram dentre os valores recomendados (figura 4.36) pela NBR/ISO 8995:1 (ABNT, 2013). No
dormitório, os níveis oscilaram entre 100 lx a 350 lx, alcançando valor médio preconizado por norma:
150 lx. Em alguns pontos estes valores passaram os valores recomendados em torno de 200 lx, com
concentração no meio do ambiente. Para o médico residente que descansava na primeira cama do
beliche havia proteção contra a luz da cama superior, mas para aquele que fazia uso da segunda cama, a
155
quantidade de luz foi maior pela proximidade com a luminária, não contribuindo para um repouso
adequado. Para assistir televisão, guardar/retirar material dos armários ou fazer leituras sem
A Sala de laudo US apresentou iluminâncias entre 200 lx a 400 lx. Tais valores estavam acima
100% do valor regulamentado por norma (200 lx). A sensação de muita luz era diminuída pela presença
de mobiliários que a absorviam. Os níveis encontrados foram altos para um ambiente cuja finalidade era
parecida com a de um escritório, porém com controle de luz para diminuí-la e conseguir visualizar as
A quantidade de luz da Sala de laudo [7] obteve valores que variaram entre 10 lx e 60 lx,
estando abaixo do recomendado: 200 lx, ou seja, são 5% a 30% a menos do nível médio. Relembrando a
crítica feita à NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013) de somente adaptar valores muito baixos para vias
questão.
também abaixo dos indicados pela norma: 200 lx. Por fim, a Sala de laudo RM 1,5T obteve valores de
iluminância altos, variando entre 400 lx e 700 lx. Novamente, foi estabelecido um valor médio de 200 lx,
o que fez com que este espaço ficasse no mínimo 50% abaixo do valor real encontrado. O “Apêndice 17:
Gráficos de iluminância” ilustrou o comportamento dessa curva isolux ao longo de um dia para os 05
ambientes selecionados.
156
Figura 4.35. Curva isolux obtida in loco do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
157
Figura 4.36. Curva isolux recomendada pela NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013) do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
158
Os problemas recorrentes em todo o setor foram: posicionamento das luminárias, sua
localização próxima às paredes e o tipo de acabamento usado tornaram a distribuição da luz não
uniforme, o que fez com que as paredes virassem potenciais superfícies de ofuscamento; humanização,
os espaços não apresentaram elementos que os tornassem mais agradáveis e receptivos pelos seus
usuários; iluminância, a maior parte das áreas possuíam níveis abaixo dos recomendados por norma,
enquanto alguns os possuíam em excesso, tornando o ambiente fora do contexto normativo; fluxo
Apesar destes pontos negativos, um ponto positivo destacou-se: o padrão de tons usado nas
paredes não era cansativo visualmente e remetia às cores comumente utilizadas em ambientes
hospitalares, além de, se usado em conjunto com o sistema de iluminação artificial, poderia favorecer
conceitos de conforto ambiental, bem-estar e estética espacial. Após análise dos ambientes primários e
secundários foi feita uma síntese parcial (tabela 4.1) de seu sistema de iluminação com as iluminâncias e
luminâncias encontradas in loco e as preconizadas pela literatura especializada. Ilustrando também quais
ambientes se encontravam dentro, nos limites ou fora da norma referente à iluminação: NBR ISO/CIE
159
Tabela 4.1. Síntese parcial I das condições ambientais do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: Iluminação.
Iluminância Luminância (ofuscamento)
Ambiente
Real NBR 5413 Sim Não Ponto
ÁREAS SECUNDÁRIAS
ÁREAS PRIMÁRIAS
Dentro da NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, Nos limites da NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT, Fora da NBR ISO/CIE 8995:1 (ABNT,
2013) 2013) 2013)
160
4.2.2 Ambiente Térmico
dormitório, sala de laudo da Ressonância Magnética, sala de laudo [7], sala de laudo [9], sala de laudo da
O dormitório apresentou temperatura dentro dos limites da NR 17 (MTE, 2007), mas com
maior aproximação da Tmax. A mínima foi de 21,6 °C e máxima de 22,8 °C3 (linhas azuis) A umidade
relativa também não excedeu os limites ditados por norma, aproximando-se do estabelecido em 70%
(linhas laranja). A mínima chegou a 62% e máxima a 70%4,5 (figura 4.37). Quando se analisou o PPD6
percebeu-se boa aceitação, especialmente nas situações 01, 03 e 047. Nestas, o PMV e PPD chegaram a
0,28 e 6 %, 0,01 e 5 %, e 0,45 e 9 %, respectivamente (figura 4.38). O único momento em que houve
insatisfação foi na situação 02 quando da presença de baixas temperaturas com uso de 0,81 clo,
2
Para visualização das oscilações de temperatura e umidade relativa em box plot ver “Apêndice 05: Temperatura | Ambientes
primários” e “Apêndice 06: Umidade relativa | Ambientes primários”.
3
M=22,18, Md=22,2 e S_D=0,36.
4
As temperaturas máxima e mínima (23 °C e 20 °C, respectivamente) e as umidades relativas máxima e mínima (70% e 30%,
respectivamente) marcadas nos gráficos apresentados correspondem aos valores postos pela NR 17 (MTE, 2007) de acordo com
a metodologia descrita no capítulo 3.
5
M=65, Md=65 e S_D=1,74.
6
Os gráficos apresentados trouxeram os limites admitidos pela ISO 7730 (ISO, 2005) contornados por linha laranja: ± 0,5. A área
colorida em azul corresponde aos limites obtidos através da aplicação do software, conforme posto na metodologia descrita no
capítulo 3.
7
As situações simuladas foram: S01, temperatura ambiental no valor máximo para cada caso, isolamento térmico de 0,81 clo;
S02, temperatura ambiental no valor mínimo para cada caso, isolamento térmico de 0,81 clo; S03, temperatura ambiental no
valor máximo para cada caso, isolamento térmico de 1,16 clo; e S04, temperatura ambiental no valor mínimo para cada caso,
isolamento térmico de 1,16 clo.
161
Figura 4.37. Temperatura e umidade relativa: dormitório do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
Figura 4.38. PMV e PPD: dormitório do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
A sala de laudo da US foi um dos ambientes que permaneceu com a temperatura acima do
recomendado em 84% do dia, com máxima de 25,4 °C e mínima de 22,8 °C8. Os períodos de baixa
temperatura ocorreram entre às 19h e 8h quando não haviam usuários no local. Com relação à umidade
relativa, ela permaneceu dentro dos valores máximo e mínimo permitidos: 57,7% e 51% 9 ,
respectivamente (figura 4.39). Este também foi um dos ambientes com maiores taxas de rejeição por
parte dos médicos residentes, pois valores de PMV e PPD excederam os limites postos como satisfeitos
8
M=24, Md=24 e S_D=0,66.
9
M=53, Md=53 e S_D=1,25.
162
pela área do conforto térmico, acima de + 0,5, em 03 das 04 situações: 01, 0,89 e 21%; 03, 1,18 e 34%; e
04 com 0,63 e 13%. Somente na situação 2 obteve-se valores de PMV e PPD de 0,23 e 06% (figura 4.40).
Para este caso e devido à variação térmica ao longo do dia, as sensações de calor e frio ficaram bem
presentes especialmente quando: i. a temperatura esteve alta e houve uso de 0,81 clo, causando calor; e
ii. a temperatura esteve alta com este mesmo valor de isolamento causando sensação de calor.
Figura 4.39. Temperatura e umidade relativa: sala de laudo da US do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas
da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.40. PMV e PPD: sala de Laudo US do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
163
Na sala de laudo [7], a temperatura ao longo do dia acima da temperatura máxima
recomendada com mínima de 23,3 °C e máxima de 25,2 °C10. A umidade relativa permaneceu dentro dos
limites estabelecidos: máxima de 64,1% e mínima de 55,2%11 (figura 4.41). Foi o segundo ambiente mais
criticado pelos voluntários, obtendo índices de insatisfação em 03 das 04 situações simuladas: 01, 0,85 e
20%; 03, 1,14 e 32%, e 04, 0,78 e 17%. A única situação satisfatória foi a 02 em que a temperatura foi a
máxima obtida com 0,81 clo, resultando em PMV=0,4 e PPD=08% (figura 4.42).
Figura 4.41. Temperatura e umidade relativa: sala de laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
Figura 4.42. PMV e PPD: sala de Laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
10
M=24, Md=24 e S_D=0,51.
11
M=59, Md=59 e S_D=1,55.
164
A temperatura da sala de laudo [9] ficou abaixo do mínimo preconizado em 83% do dia:
máxima de 20,2 °C e mínima de 18,5 °C12, enquanto a umidade relativa esteve alta e variou entre 74,4 %
e 68,3 %13 (figura 4.43). Este ambiente foi considerado satisfatório em 75% das situações: 01, -0,37 e
07%; 03, 0,13 e 05%; e 04, -0,2 e 05%. Na pior situação, S 02, obteve-se PPD de 17% e PMV de -0,77,
Figura 4.43. Temperatura e umidade relativa: sala de laudo [9] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
Figura 4.44. PMV e PPD: sala de Laudo [9] do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
12
M=18,6, Md=18 e S_D=0,57.
13
M=71, Md=71 e S_D=1,03.
165
A sala de laudo RM 1,5T apresentou temperaturas dentro dos limites, atingindo máxima de
22,4 °C e mínima de 21,4 °C14. A umidade relativa ficou próxima do limite máximo com valores entre
54,1% e 71,4%15. Assim, o PMV e o PPD permaneceram dentro do satisfatório em 03 das 04 situações
simuladas: 01, 0,16 e 5%; 02, -0,01 e 5%; e 04, 045 e 9% (figuras 4.45 e 4.46). Na pior situação, S 03,
PMV=0,57 e PPD=11%.
Figura 4.45. Temperatura e umidade relativa: sala de laudo RM 1,5T do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.46. PMV e PPD: sala de Laudo RM 1,5 do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
14
M=22, Md=22 e S_D=0,23.
15
M=65, Md=67 e S_D=3,77.
166
Vários foram os problemas recorrentes nos ambientes selecionados. Não havia controle da
temperatura por parte dos médicos residentes, ficando isto a cargo do Setor da Manutenção do
HC/Campinas. As temperaturas não eram constantes ao longo do dia, evitando o tédio térmico, mas
atrapalhando a concentração e o desempenho dos usuários por distrações pelas sensações causadas.
Não havia ajuste da temperatura de acordo com as roupas usadas pelos médicos residentes, como
jalecos, roupas e sapatos fechados, o que aumentava o isolamento térmico das vestimentas. Também,
não havia resfriamento sobre as fontes de calor. Essa inconstância na temperatura podia causar elevação
e diminuição do ritmo cardíaco visando ajustar a temperatura do corpo à ambiental, pois o calor gerado
pelo organismo devia ser dissipado em igual proporção ao ambiente, evitando sensações
desconfortáveis. Desta forma, os ambientes com maiores índices de reprovação e insatisfação, segundo
cálculos de PMV e PPD, foram as salas de laudo da US e a [7]. Os ambientes que não atenderam os
valores propostos por norma, segundo medições realizadas in loco, foram as salas de laudo US e a [7],
consideradas quentes, e a sala de laudo [9], considerada fria para os padrões propostos.
Com relação à umidade relativa, somente nos ambientes mais frios (sala de laudo [9] e sala de
laudo RM 1,5T) obtiveram-se UR com valores próximos ou pouco acima do preconizado. Apesar da
percentagem de pessoas insatisfeitas estar dentro dos limites na maioria das situações simuladas, foi
perceptível a falta de preocupação com a integração dos elementos do sistema térmico para as pessoas
que ali frequentavam, especialmente os médicos residentes que usam vestimentas específicas. A tabela
4.2 a seguir sintetizou todas estas informações usando o sistema de cores para melhor visualização dos
ambientes de acordo com a norma NR 17 (MTE, 2007): dentro desta, nos limites ou fora.
167
Tabela 4.2. Síntese parcial II das condições ambientais do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: Ambiente térmico.
Sala de laudo
Variáveis térmicas Dormitório Sala de laudo US Sala de laudo [7] Sala de laudo [9]
RM
Temperatura radiante (°C)
In loco 21,4 – 23 22,9 – 25,6 23,1 – 25,6 17,8 – 19,7 21,2 – 22,5
Média 22,1013 24,0202 24,0149 18,5691 21,6511
Desvio padrão 0,3765 0,6641 0,5111 0,5672 0,2273
Mediana 22,1 23,9 24 18,4 21,6
Nível de significância* 0,0426 0,0751 0,0578 0,0642 0,0257
Temperatura (°C)
In loco 21,6 – 22,8 22,8 – 25,4 23,3 – 25,2 18,5 – 20,2 21,4 – 22,4
Média 22,18 23,88 24,00 19,22 21,73
Desvio padrão 0,3579 0,6791 0,3958 0,5417 0,2039
Mediana 22,2 23,8 24 19 21,7
Nível de significância* 0,0405 0,0768 0,0448 0,0613 0,0231
NR 17 20 - 23 20 - 23 20 - 23 20 - 23 20 – 23
Umidade relativa (%)
In loco 62 - 70 51 – 57,7 55,2 – 64,1 68,3 – 74,4 54,1 – 71,4
Média 64,62 53,34 59,12 70,84 65,25
Desvio padrão 1,7362 1,2537 1,5540 1,0314 3,7738
Mediana 65,1 53 59,4 70,9 66,6
Nível de significância* 0,1965 0,1418 0,1758 0,1167 0,4270
NR 17 30 - 70 30 - 70 30 - 70 30 - 70 30 – 70
Velocidade do ar (m/s)
In loco 0,1 0,03 0,03 0,11 0,06
Taxa de metabolismo (met)
In loco 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3
Isolamento térmico da vestimenta (clo)
In loco 0,81 – 1,16 0,81 – 1,16 0,81 – 1,16 0,81 – 1,16 0,81 – 1,16
Situação 1 | PMV (s/u) PPD (%)
PMV (x) 0,28 0,89 0,85 -0,37 0,16
PPD (y) 6 21 20 7 5
Situação 2 | PMV (s/u) PPD (%)
PMV (x) 0,66 1,18 1,14 0,13 0,57
PPD (y) 14 34 32 5 11
Situação 3 | PMV (s/u) PPD (%)
PMV (x) 0,01 0,23 0,4 -0,77 -0,01
PPD (y) 5 6 8 17 5
Situação 4 | PMV (s/u) PPD (%)
PMV (x) 0,45 0,63 0,78 -0,20 0,45
PPD (y) 9 13 17 5 9
168
Situação esperada | PMV (s/u) PPD (%)
PMV (x) -0,5 < X < +0,5
PPD (y) Y < 10
PMV e PPD
Dentro da situação esperada Nos limites da situação esperada Fora da situação esperada
Visando a adequação das dimensões e movimentos do corpo, este item avaliou no Setor da
conflitos gerais, os quais serão descritos nas páginas a seguir (figura 4.47).
Figura 4.47. Mapa das zonas de conflitos de fluxos e uso do espaço no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
169
No conflito 1 destacaram-se pequenas passagens de acesso ao interior do setor (figuras 4.48 e
4.50). Isto causava complicações na passagem de macantes e cadeirantes (estes últimos podendo ser
também os próprios funcionários do setor) devendo fazer uso de passagens nos limites externos do setor
como pode ser visto na figura 4.47 acima. Quando analisados os dimensionamentos desses corredores
frente às necessidades dos cadeirantes, a dimensão do corredor de acesso interno 01 foi, na parte de
rotação (centro da figura 4.50), de 2,3 m (1,25 m + 1,05 m) x 1,05 m, estando em desacordo com a NBR
9050 (ABNT, 2004) quando do deslocamento consecutivo de distâncias com rotação de 90º. O corredor
de acesso interno 02 possuía valores dentro daquela norma, mas com possibilidade de causar
claustrofobia devido ao seu dimensionamento (1,1 x 6,15 m). Ao analisar sob a ótica de incêndio ou
problemas diversos que exijam escoamento dos usuários, ambos corredores apresentaram dificuldades
para escoamento, principalmente quando se considerou o pânico normalmente gerado: eram passagens
Figura 4.48. Corredor de acesso interno 1 ao Setor da Figura 4.49. Corredor de acesso interno 2 ao Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. UNICAMP/Campinas.
170
Figura 4.50. Dimensionamento do corredor de acesso interno 1 do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
com medicamentos para o exame de tomografia. Macas e pacientes bloqueiam o fluxo do corredor,
O nº 3 se referiu à Sala de Almoxarifado que ficava entre o Corredor interno 02 a Sala de laudo
[9]. Tal sala dificultava o fluxo para a sala de laudo para usuários cadeirantes devido ao próprio
O 4º conflito referiu-se à Câmara Clara (figura 4.51). A falta de privacidade para concentração
na atividade de laudar neste local foi a maior dentre todas as outras salas de laudo, além da equipe de
profissionais fazendo uso do espaço havia o trânsito de funcionários e pacientes. Não era um ambiente
encontraram-se dificuldades na circulação tanto dos funcionários quanto dos pacientes mais enfermos e
com menor capacidade de locomoção, além da falta de privacidade destes. No caso de emergência, tais
16
As imagens neste local não puderam ser feitas devido à fragilidade dos pacientes.
171
corredores ficavam perto das circulações principais, favorecendo o escoamento dos usuários, mas passar
pelas recepções até aqueles geraria dificuldades, aumentando o pânico e tumulto típicos.
Figura 4.51. Câmara clara do Setor da Imaginologia do Figura 4.52. Corredor interno 1 como sala de espera do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
O 6º conflito referiu-se a uma estreita passagem entre o banheiro e a entrada da sala de laudo
da RM 1,5T. Um profissional cadeirante não teria fácil acesso à sala quando analisada sob o ponto de
vista normativo, identificaram-se problemas para entrar e sair desses ambientes devido ao
dimensionamento de 0,9 m x 2,1 m, diferente da rotação mínima de 90º preconizada (figura 4.53).
sensação de apatia. O acesso à Sala de preparação para a Tomografia apresentou dimensões adequadas
172
Figura 4.53. Dimensionamento do acesso à sala do Figura 4.54. Dimensionamento do acesso à sala do
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas. UNICAMP/Campinas.
acessibilidade, layout, fluxos e uso do espaço. O dormitório possuía distribuição inadequada de seus
móveis, gerando pelo menos 04 conflitos (figura 4.55). O posicionamento dos armários junto à poltrona
bloqueava o fluxo e a acessibilidade no ambiente (figura 4.56). O espaço entre a poltrona e o beliche era
muito curto, incomodando quem tentava descansar e quem conversava/estudava nos sofás. Outro
problema identificado foi a posição do frigobar que disputava espaço de abertura com o beliche e com a
tv, assim como o armário disputava com a tv. Quando os médicos residentes se reuniam, eles ficavam
acumulados entre as 02 poltronas e a parte debaixo do beliche. O ambiente foi considerado inadequado,
Figura 4.55. Mapa de conflitos de fluxos do dormitório Figura 4.56. Dormitório: disposição de mobiliário vs.
do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da Deficiente físico.
UNICAMP/Campinas.
173
A sala de laudo da US possuía várias problemáticas, sendo a principal a composição do
mobiliário. Esta era tão distinta que aparentemente foi colocado no ambiente pela necessidade de ter
superior, quando aberto bloqueava quem estava na estação de trabalho próxima; ii. estação de trabalho
mesa – cadeira – armário grande, a movimentação comprometida do usuário e limitada pelo armário e
tipo de cadeira usada; iii. estação de trabalho mesa – cadeira – porta, além da distração causada por
cada vez que a porta era aberta, ainda podiam ocorrer pequenos acidentes no caso da mesma ser aberta
em um momento em que usuário se encontrasse com os braços para trás da cabeça ou estivesse
afastado da mesa; e iv. estação de trabalho mesa – cadeira – armário pequeno, este último também teve
sua passagem dificultada e os movimentos limitados para trás (figuras 4.57 e 4.58). Outro empecilho
identificado foi o tamanho da mesa de trabalho: 0,5 m de largura. Pelo fato dos computadores serem
antigos, eles ocupavam bastante espaço na mesa, fazendo com que teclado e mouse ficassem no limite e
o usuário não tivesse apoio para as mãos e cotovelos. Não havia também apoio para os pés, onde abaixo
Figura 4.57. Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Figura 4.58. Sala de Laudo US: disposição de mobiliário
Laudo US do Setor da Imaginologia do Hospital de vs. Deficiente físico.
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
174
Na sala de laudo [7] foram identificadas as mesmas situações da sala de laudo da US. A mesa de
trabalho era pequena, faltava espaço de apoio para as mãos: os computadores ficavam inclinados e as
mesas não possuíam chanfros nas quinas para facilitar sua colocação. O espaço de estudo conflitava com
a localização dos negatoscópios tradicionais (figura 4.59). Também não havia luminária de tarefa. No
caso da acessibilidade, o único problema identificado foi o dimensionamento da porta de acesso à sala
com 0,57 m de largura. Contudo, uma vez dentro, o deficiente físico conseguiria locomover-se. No caso
de incêndio, sua largura ficou aquém da norma (figura 4.60). Tentou-se manter o mobiliário em
harmonia com relação aos materiais usados (bancadas e paredes brancas), mas possuía cadeiras de
várias cores (vermelho, azul marinho e preto) e piso verde manchado em vermelho. A sala de laudo [7]
não apresentou boas condições de trabalho e não permitia a entrada de deficientes físicos. Outro ponto
Figura 4.59. Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Figura 4.60. Sala de Laudo [7]: disposição de mobiliário
Laudo [7] do Setor da Imaginologia do Hospital de vs. Deficiente físico.
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
A sala de laudo [9] era um dos ambientes mais novos e já apresentava problemas. As estações
de trabalho não permitiam estudar nos computadores e laudar concomitantemente. Algumas estações,
apesar de possuírem áreas adequadas, tinham posicionamento dos computadores incongruente uma vez
175
que não havia chanfro no local do maquinário, comprometendo a ergonomia (figura 4.61). Quanto à
acessibilidade, não foram identificados problemas pontuais para deficientes físicos (figura 4.62). Para
este ambiente foram identificados menos problemas que nos demais analisados: possuía mobiliário e
maquinário novos; e demonstrou senso no uso das cores, mas mesmo assim conseguiu ser monótono.
Comparando com as outras áreas, esta sala de laudo foi considerada a mais adequada às atividades.
Figura 4.61. Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Laudo [9] Figura 4.62. Sala de Laudo [9]: disposição de mobiliário vs.
do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da Deficiente físico.
UNICAMP/Campinas.
Na sala de laudo RM 1,5T foram encontrados 03 problemas. O primeiro era referente à área de
circulação, neste o fluxo era bloqueado quando havia grupos de médicos residentes analisando casos e
ao mesmo tempo algum usuário estivesse procurando arquivos com uso ou não de escada. O segundo
problema identificado foi a abertura das portas, atrapalhando quem estivesse nos arquivos ou nos
computadores. E o terceiro referiu-se à falta de área de estudo, pois os computadores foram dispostos
próximos uns dos outros (figura 4.63). Com relação à acessibilidade, uma vez dentro da sala de laudo, o
cadeirante não encontraria dificuldades de locomoção referente à restrição de sua circulação (figura
4.64). Esta sala foi considerada a melhor de todos os espaços aqui analisados.
176
Figura 4.63. Mapa de conflitos de fluxos da Sala de Figura 4.64. Sala de Laudo RM 1,5T: disposição de
Laudo RM 1,5T do Setor da Imaginologia do Hospital de mobiliário vs. Deficiente físico.
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
espaço: grande parte não favorecia a acessibilidade, pois portas e corredores eram estreitos, não
problema vinha do posicionamento de alguns ambientes, como a recepção e as salas de laudo, bem
(ANVISA, 2002) descreve 03 tipos de corredores e que os mesmos devem possuir larguras suficientes
para circulação confortável e segura, estando livres de obstruções como pacientes em cadeiras de espera
Com relação ao mobiliário, houve grandes falhas. A maioria era antiga e se encontrava
sucateada com ferrugem, tinta descamada, fórmica solta, alturas inadequadas, cadeiras sem apoio para
os braços e/ou ajuste de altura. As estações de trabalho não possuíam espaço para estudo e seu
tamanho (largura e profundidade) era incompatível para uso de equipamentos e execução de atividades
177
usados nos mobiliários não eram constantes, havendo por vezes a impressão de entulhamento de
móveis para não ter que se desfazê-los e também pela necessidade dos mesmos.
era falha e confusa. O plano arquitetônico não possuía layout claro, confundindo usuários que por ali
pouco circulavam. Isto também esteve ligado à preocupação com possíveis episódios de incêndios ou
situações que provocassem pânico. O setor tinha acesso direto a uma das circulações principais do HC da
confuso do Setor da Imaginologia não contribuía para uma adequada evacuação. A tabela 4.3 abaixo deu
continuidade à síntese parcial, mas com dados relacionados ao uso do espaço. Com a finalidade de filtrar
os espaços, foram tabelados somente os 05 espaços escolhidos para análise mais aprofundada.
Tabela 4.3. Síntese parcial III das condições ambientais do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: Uso do espaço.
Sala de laudo Sala de laudo Sala de laudo Sala de laudo RM
Espaços Dormitório
US [7] [9] 1,5T
Layout
Circulação Fluxos
Acessibilidade
Ergonomia
Mobiliário Material
Quantidade
Sinalização
Incêndio
Incêndio
Dentro da NR 17 (MTE, 2007) e NBR 9050 Nos limites da NR 17 (MTE, 2007) e NBR Fora da NR 17 (MTE, 2007) e NBR 9050
(ABNT, 2004) 9050 (ABNT, 2004) (ABNT, 2004)
178
4.3 PERCEPÇÃO E PREFERÊNCIAS AMBIENTAIS DOS SUJEITOS
residentes percebiam seu ambiente de trabalho de acordo com o grupo os quais estavam inseridos.
temperatura, ruído e uso do espaço do setor, bem como críticas e sugestões pessoais.
sistema de iluminação favorecia a existência de sombras, responderam que sim: R1 66,7 % (n=3), R2 40%
(n=2) e R3 40% (n=2) por causa do não ajustamento da luz de acordo com o layout dos ambientes. Com
relação ao ofuscamento, sentiram desconforto: R1 16,7% (n=1), R2 0% (n=0) e R3 0% (n=0). Esses dois
problemas levaram a: condições de iluminação disponíveis não favoreciam uniformidade da luz com R1
83,3% (n=5), R2 80% (n=4) e R3 80% (n=4); e iluminação não diferenciada nas zonas de atividades dentro
sobre suas preferências mostrou um lado específico de quem trabalha na Imaginologia: 100% (n=16) dos
03 grupos afirmaram não preferir uso de luz natural dentro das salas de laudo devido à natureza das
atividades realizadas, mesmo 83,3% dos R1 (n=5) e 60% dos R2 (n=3) preferindo a luz natural, eles
gostariam que ela fosse aproveitada dentro do espaço do setor. Todos os voluntários do grupo R3 não
tinham preferência pela luz natural. Quanto à luz local ser estimulante a maioria dos médicos residentes
foram enfáticos ao afirmar que não: R1 83,3% (n=5), R2 100% (n=5) e R3 100% (n=5). Assim, 66,7% (n=4)
dos R1, 60% (n=3) dos R2 e 20% (n=1) dos R3 se encontravam satisfeitos com a condição real, pois a
179
baixa iluminação das salas de laudos para a execução da atividade de laudar era necessária porque
vestimentas usadas (que variaram entre 0,81 a 1,16 clo) foram identificadas as seguintes sensações
térmicas. R1: 100% (n=6) relataram estarem neutros. R2: 20% (n=1) muito frio, 20% (n=1) com frio, 20%
(n=1) neutro e 40% (n=2) com calor. R3: 20% (n=1) com frio, 60% (n=3) neutro e 20% (n=1) com calor
(figura 4.65). Quando perguntados como estava o ambiente térmico junto a eles naquele momento, 50%
dos R1 (n=3) afirmaram estarem neutros, enquanto os 50% restantes disseram estarem confortável. Dos
R2, 40% (n=2) estavam desconfortáveis e 60% (n=3) neutros. Os R3, 20% (n=1) desconfortáveis, 60%
(n=3) neutros e 20% (n=1) confortáveis (figura 4.66). Resultados estes compatíveis em como os médicos
residentes preferiam o ambiente térmico naquele momento: dos R1, 50% (n=3) gostariam que o
ambiente continuasse neutro, 33,3% (n=2) quente e 16,7% (n=1) bem mais quente; R2, 40% (n=2)
ambiente permanecesse igual (neutro), 20% (n=1) quente e 40% (n=1) mais quente; já os R3, 60% (n=3)
preferiam o ambiente neutro, enquanto 40% (n=2) gostariam do ambiente frio (figura 4.67).
Figura 4.65. Sensação térmica dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas no momento da avaliação.
6
5
4
3
2
1
0
Muito frio Frio Neutro Calor Muito calor
R1 (n=6) 0 0 6 0 0
R2 (n=5) 1 1 1 2 0
R3 (n=5) 0 1 3 1 0
180
Figura 4.66. Situação do ambiente térmico do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas no momento da avaliação segundo os médicos residentes.
6
5
4
3
2
1
0
Extremamente Extremamente
Desconfortável Neutro Confortável
desconfortável confortável
R1 (n=6) 0 0 3 3 0
R2 (n=5) 0 2 3 0 0
R3 (n=5) 0 1 3 1 0
Figura 4.67. Preferência térmica dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
6
5
4
3
2
1
0
Bem mais
Quente Neutro Frio Bem mais frio
quente
R1 (n=6) 1 2 3 0 0
R2 (n=5) 2 1 2 0 0
R3 (n=5) 0 0 3 2 0
A terceira parte referiu-se ao ruído. Ele foi detectado por: 100% dos R2 (n=5) e 60% para os R3
(n=3), apenas 33,3% (n=2) dos R1 afirmaram presenciar ruídos no ambiente do setor. Sua constância
também foi detectada por: 50% dos R1 (n=3), 100% dos R2 (n=5) e 40% (n=2) dos R3. Seu alcance no
dormitório foi constatado por 33,3% dos R1 (n=2), 80% dos R2 (n=4) e 20% dos R3 (n=1). Os ruídos
detectados por cada grupo foram: i. conversas externas, 83,3% R1 (n=5), 100% R2 (n=5) e 40% R3 (n=2);
conversas internas, 83,3% R1 (n=5), 60% R2 (n=3) e 20% R3 (n=1); máquinas, 83,3% R1 (n=5), 20% R2
(n=1) e 60% R3 (n=3); ruídos externos, 66,7% R1 (n=4), 80% R2 (n=4) e 0% R3 (n=0); ruídos internos,
66,7% R1 (n=6), 40% R2 (n=5) e 0% R3 (n=5) (figura 4.68). Houve reclamações quanto à falta de silêncio
181
Figura 4.68. Ruídos incômodos detectados pelos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
6
5
4
3
2
1
0
Conversas Conversas internas Máquinas Ruídos externos Ruídos internos
externas
questionaram-se quais efeitos negativos os mesmos sentiam de acordo com a variável ambiental.
Iluminação, para os R1 os efeitos mais presentes foram a dor de cabeça (33,3%, n=2) e a irritação
(33,3%, n=2), seguidos da fadiga, cansaço e diminuição da produtividade, todos com 16,7% (n=1); para os
R2 foram o cansaço, (60%, n=4), fadiga (40%, n=2) e irritação (20%, n=1) – não foram identificadas
pontuações nos quesitos dor de cabeça e diminuição de produtividade; e para os R3, cansaço 40% (n=2)
diminuição de produtividade, todos com 16,7% (n=1); os R2 consideraram o cansaço (80%, n=4) e a
fadiga (40%, n=2) como os principais efeitos sentidos; e os R3 a fadiga (40%, n=2) e irritação (20%, n=1)
(figura 4.70).
Ruído, os R1 foram os que mais sentiram os efeitos desta variável, 50% (n=6) declaram ter
irritação, 33,3% (n=2) cansaço, 16,7% (n=1) dor de cabeça e zumbido; os R2 revelaram efeitos específicos
como o cansaço e irritação, ambos com 60% (n=4), e dor de cabeça (20%, n=1); já os R3 afirmaram sentir
somente irritação (60%, n=3) (figura 4.71). Dos 03 grupos analisados, os médicos residentes do primeiro
182
ano foram os que mais sentiram os efeitos negativos do ambiente, seguidos dos R2 e R3. Demonstrando
Figura 4.69. Iluminação: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas
da UNICAMP/Campinas.
6
5
4
3
2
1
0
Dor de cabeça Irritação Vertigem Cansaço Zumbido
R1 (n=6) 1 3 0 2 1
R2 (n=5) 1 3 0 3 0
R3 (n=5) 0 3 0 0 0
Figura 4.70. Temperatura: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
6
5
4
3
2
1
0
Diminuição da
Dor de cabeça Irritação Fadiga Cansaço
produtividade
R1 (n=6) 1 0 1 1 1
R2 (n=5) 0 0 2 4 0
R3 (n=5) 0 1 2 0 0
Figura 4.71. Ruído: efeitos negativos nos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
6
5
4
3
2
1
0
Diminuição da
Dor de cabeça Irritação Fadiga Cansaço
produtividade
R1 (n=6) 2 2 1 1 1
R2 (n=5) 0 1 2 3 0
R3 (n=5) 0 0 1 2 0
183
A seção final referiu-se ao espaço e mobiliário dos ambientes primários. A maioria dos
voluntários afirmou que o tamanho dos espaços era adequado à realização das atividades: R1 50% (n=6),
R2 100% (n=5) e R3 40% (n=2). A disposição existente do mobiliário também foi questionada e neste
ponto as opiniões convergiram: apenas 16,7% dos R1 (n=1) consideraram a disposição adequada,
enquanto 80% de ambos R2 (n=4) e R3 (n=4) responderam que sim. Conflitando com a análise de uso
apresentada anteriormente. Com relação à agradabilidade do espaço interno do setor, 100% dos R1
(n=6), 80% dos R2 (n=4) e dos R3 (n=4) responderam que não gostavam da aparência.
queixas e soluções referentes aos 04 temas abordados. Foi perceptível o grau de cobrança espacial
ambiente de trabalho, tendo sido os mais críticos dos 03 grupos, os R2 listaram 09, enquanto os R3 06.
Este último grupo apresentou soluções concisas e próprias daqueles com maior vivência no ambiente,
conhecedor das deficiências e burocracia locais. Das 06 soluções dadas pelos R3, 05 repetiram-se entre
os R1 e R2. Foram elas: inserção de luz de tarefa nas estações de trabalho; ajuste manual e progressivo
do ar condicionado, uma vez que o controle da temperatura estava sob responsabilidade do Setor de
e melhorias espaciais com adequação e reforma dos ambientes, inserindo elementos necessários à
184
Figura 4.72. Síntese das soluções para melhorias no ambiente de trabalho dadas pelos médicos residentes do
Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
análises da qualidade do ambiente construído até então. Elas se repetiram pelo descaso demonstrado
para com o setor, e o hospital em si, mas que até certo ponto não influenciavam em como os exames
A avaliação de riscos e acidentes analisou os aspectos de trabalho que poderiam causar danos à
saúde. Sua aplicação se deu nos 03 grupos, contudo somente os R1 (n=6) alegaram terem sofrido
acidente. Os dados mostrados refletiram as respostas fornecidas apenas por esse grupo.
185
Quando perguntados se sofreram acidentes, 79% (n=6) dos médicos residentes responderam
que não. Destes, 100% (n=6) deles sofreram acidentes do tipo “típico”, ou seja, dentro do Setor da
Imaginologia. Os turnos onde mais aconteceram as lesões foram o da tarde (67%, n=5) e no da manhã
(33%, n=2) (figura 4.73). Os objetos causadores relatados foram: objeto perfurocortante (67%, n=5)17 e
produto químico (33%, n=2)18 (figura 4.74). As regiões mais afetadas foram os membros superiores
(braços) com 67% (n=5) e a cabeça e pescoço com 33% (n=2) das respostas (figura 4.75).
Figura 4.73. Turno de ocorrência de acidentes segundo Figura 4.74. Objeto causador de acidentes segundo
médicos residentes R1 do Setor da Imaginologia do médicos residentes R1 do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas. Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Perfuro cortante
33% Quedas e traumas
Matutino
33%
Vespertino Material biológico
67% Noturno
Doenças
Plantão
ocupacionais
67% Acidente de
trajeto
Figura 4.75. Regiões do corpo afetadas por acidentes segundo médicos residentes R1 do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Membros
superiores
33% Membros
inferiores
Cabeça e pescoço
(n=6) dos voluntários responderam que o ambiente não influenciava. Dos que responderam que sim,
17
São considerados objetos perfucortantes: lâminas, agulhas, pinças, seringas, escalpes, utensílios de vidro, ampolas ou qualquer outro material
pontiagudo ou com fios de corte que perfure ou corte os usuários (BRASIL, 1993).
18
São considerados produtos químicos aqueles usados na limpeza, esterilização e desinfecção, soluções medicamentosas utilizadas em
pacientes como os contrastes aplicados em exames de ressonância magnética e tomografia, produtos para manutenção de equipamentos e
instalações gerais (BRASIL, 1993).
186
33% (n=2) deles alegaram que o ruído de conversas externas causava distração nas atividades. O layout
veio em segundo lugar com 33% (n=2), reclamações sobre item estavam sempre presentes aliadas ao
descaso do mobiliário e maquinário. A iluminação teve 22% (n=1) dos votos, mas não devido à sua falta
na iluminação geral e sim com relação à ausência de iluminação focal nas estações de trabalho das salas
de laudo. A temperatura, com 11% (n=1), foi marcada devido aos baixos valores apresentados em alguns
Figura 4.76. Influência das variáveis ambientais na ocorrência de acidentes segundo médicos residentes R1
do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
22%
33%
Iluminação
Temperatura
11%
Ruído
34% Lay-out
Tais dados aliados às avaliações feitas contribuíram para o mapeamento de locais que
favoreciam a ocorrência de acidentes de acordo com a gravidade. O nível alto, representado pela cor
vermelha, correspondeu àqueles espaços que ofereciam riscos eminentes, necessitando de intervenção
em curto prazo. O nível médio, na cor amarela, propiciava menores ameaças, mas que mesmo assim
precisava de atenção e intervenção em médio prazo. Já o nível baixo, cor verde, foram as áreas onde se
187
Figura 4.77. Mapa de possibilidade de ocorrência de acidentes no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas de acordo com o nível de gravidade.
Nível alto
Nível médio
Nível baixo N
No nível alto, a prioridade foi com os locais onde havia manuseio de materiais perfurocortantes
e produtos químicos. Assim, parte do sub-setor da US (corredor, sala de espera, salas de exames e sala
tomografia foram os ambientes que se enquadraram nesse perfil de urgência. Espaços como a câmara
maior parte dos ambientes pelos quais os médicos residentes circulavam, como as salas de laudo [7], [8]
e [9], as salas de exames de raio-x e tomografia, e dormitório. Estes locais eram naturalmente escuros
devido à natureza das atividades desenvolvidas, porém não havia iluminação de emergência e luz de
tarefa. A exigência por cuidados se fazia presente, mas devido à defasagem parcial do setor e com
diversos ambientes em estado mais crítico, as áreas demarcadas de amarelo poderiam aguardar
intervenção em médio prazo com correções e ajustes de iluminação, temperatura, ruído e equipamentos
loco. Os locais eleitos com maiores chances de lesões foram as regiões próximas à subárea da US,
enquanto as menores na subárea da RM 1,5T, contudo esta fica numa região reformada recentemente,
mas que mesmo assim apresentava problemas projetuais desde sua concepção.
do nível 2 (R2) apresentaram valor acima do dito normal pela literatura médica (x ≥ 07: indícios de
sofrimento mental), obtendo pontuação máxima de 11. Dos médicos residentes de nível 3 (R3), apenas
Tabela 4.4. SRQ-20 dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 0 ├┤ 2 1,00 1,00 1,00 1,38
R2 4 ├┤ 11 4,00 3,50 7,50 4,85
R3 0 ├┤ 5 2,00 2,16 1,00 2,44
* p < 0,05
19
O “Apêndice 18 – Avaliação psicológica – Boxplots” expôs os gráficos em Boxplot de todos os instrumentais analisados,
demonstrando a distribuição empírica de cada grupo.
189
O segundo instrumental relacionado ao transtorno psiquiátrico foi o QSG. Em um primeiro
momento, o QSG foi analisado particionado em seus 05 fatores: F1, estresse psíquico; F2, desejo de
morte; F3, falta de confiança na própria capacidade de desempenho; F4, distúrbios do sono; e F5,
distúrbios psicológicos. As pontuações obtidas foram mostradas em ordem decrescente dos valores
obtidos para cada fator e comparadas com o valor padrão base: 1,89. O F1 – Estresse: i. R2, 03 de 04
valores acima do padrão; ii. R1, 02 de 05 valores acima do padrão; iii. R3, 02 de 05 valores acima do
padrão. F2 – Desejo de morte: i. R2, apesar dos valores obtidos, este grupo não apresentou valores
acima do limite padrão; ii. R3, obteve um único valor acima do padrão; iii. R1, assim como os R2 não
tiveram valores acima do padrão. F3 – Baixa autoestima: i. R2, todos os voluntários deste grupo
obtiveram valores acima do padrão; ii. R1, 04 dos 05 valores acima do padrão; iii. R3, 02 dos 05 valores
acima do padrão. F4 – Distúrbios do sono: i. R2, 03 dos 04 valores acima do padrão; ii. R3, apesar de ter
ficado em segundo lugar neste item, este grupo obteve 02 de 05 valores acima da média; iii. R1, 03 dos
05 valores acima do padrão. E para o F5 – Distúrbios psicológicos: i. R2, 02 de 04 valores acima da média;
ii. R1, 03 de 05 valores acima do padrão; iii. R3, 01 de 05 valores acima do padrão. Com os dados obtidos,
conclui-se que o grupo R2 teve destaque em 100% dos fatores, mesmo quando seus valores não
Tabela 4.5. QSG particionado por fator dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
a. F1: Estresse psíquico
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 2,08 ├┤ 1,08 1,47 0,41 1,30 0,36
R2 2,3 ├┤ 1,69 1,99 0,22 1,99 0,21
R3 2,08 ├┤ 1,23 1,47 0,33 1,23 0,29
b. F2: Desejo de morte
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 1,5 ├┤ 1 1,14 0,18 1,12 0,16
R2 1,75 ├┤ 1,35 1,55 0,19 1,56 0,19
R3 2,37 ├┤ 1 1,27 0,54 1,00 0,48
190
c. F3: Baixa autoestima
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 2,29 ├┤ 1,7 2,06 0,25 2,23 0,22
R2 3,29 ├┤ 2,12 2,48 0,47 2,26 0,46
R3 2,76 ├┤ 1,47 1,89 0,45 1,70 0,39
d. F4: Distúrbios de sono
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 2 ├┤ 1,33 1,69 0,24 1,83 0,21
R2 2,66 ├┤ 1,83 2,08 0,34 1,91 0,33
R3 3 ├┤ 1,17 1,73 0,67 1,33 0,58
e. F5: Distúrbios psicológicos
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 2,9 ├┤ 1,4 2,00 0,51 2,00 0,45
R2 2,2 ├┤ 1,7 1,95 0,20 1,95 0,20
R3 2,4 ├┤ 1,3 1,64 0,4 1,50 0,34
* p < 0,05
obtiveram as maiores pontuações, mas abaixo do limite: 10 e 15, respectivamente (50% do n=4). Os R3
apresentaram valores médios abaixo do limite. Já os R1 tiveram pontuação baixa, com pontuação
Tabela 4.6. BDI dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 0 ├┤ 6 3,20 1,94 3,00 1,69
R2 1 ├┤ 15 8,00 5,14 8,00 5,04
R3 2 ├┤ 8 4,00 2,19 4,00 1,92
* p < 0,05
apresentaram maiores escores tanto para o A-Estado quanto para o T-Estado. Metade da população
deste grupo obteve valores acima da pontuação limite de 40 pontos em ambos os traços (entre 53 e 60
pontos), enquanto a outra metade obteve valores muito próximos a esta (entre 38 e 39 pontos). Os R1
191
tiveram 40% (n=5) de sua população com valores acima da pontuação limite (entre 41 e 50 pontos) e
20% com valores muito próximos (36 e 38 pontos) nos dois traços. Já os R3 tiveram apenas 20% de sua
população com valores acima do limite (52 e 55) em ambos os traços, e 20% em apenas um dos traços, o
A-Estado (42), o que fez com que a média e mediana para este ficasse acima dos valores obtidos para os
R1 (tabela 4.7).
Tabela 4.7. IDATE dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
a. A-Estado
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 29 ├┤ 50 37,40 7,91 38,00 6,93
R2 39 ├┤ 60 47,75 9,09 46,00 8,91
R3 27 ├┤ 55 39,60 9,20 39,00 8,06
b. T-Estado
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 25 ├┤ 44 36,60 6,82 36,00 5,98
R2 38 ├┤ 60 48,75 10,75 48,50 10,54
R3 29 ├┤ 52 36,80 8,01 33,00 7,02
* p < 0,05
encontraram mais propensos ao estresse do que os R3 e R1, em ordem decrescente, segundo dados
192
b. PT
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 0 ├┤ 5 2,00 1,67 2,00 1,46
R2 1 ├┤ 15 7,75 5,89 7,50 5,77
R3 0 ├┤ 6 1,40 2,33 0,00 2,04
c. TT
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 1 ├┤ 10 5,20 3,60 3,00 3,15
R2 7 ├┤ 27 16,50 8,26 16,00 8,09
R3 0 ├┤ 12 5,00 3,89 4,00 3,41
* p < 0,05
A classificação em porcentagem por fase (alarme, resistência e exaustão) ilustrou como se deu
a distribuição por níveis de residência médica (figura 4.78). Onde os R2 apareceram com maiores
frequência e intensidade quando se tratava dos limites para cada fase (25% + 50% + 50%). Em segundo
lugar estavam os R3 (40% + 25%) e por último os R1 (25%). A fase de alarme identificada não apresentou
complicações por ser o estresse motivador à ação, que tira o indivíduo da inércia e ajuda na produção da
cortisol, por exemplo. Houve também a somatização de problemas físicos e psicológicos. E na última, a
exaustão, o corpo estava totalmente exaurido e doenças graves se fizeram presentes. Dos 03 grupos, os
193
Figura 4.78. Classificação por fases do ISS para os médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Voluntários (n=16)
Sono e Sonolência Diurna Excessiva. A análise da qualidade do sono através do PSQI verificou-
se que os R2 apresentaram sonolência para o sono muito alto, demorando em média cerca de 36,6
minutos, com média de sono por noite de 6h e 24min. Os R3 levaram menos tempo para dormir: média
12,8min para iniciar o sono, o qual durou em média 7h e 12min (tabela 4.9). Estando os R2 e os R3
abaixo da média da população adulta em geral e os R1 um pouco acima desta média de duração de sono
por noite: 7h e 9h. Contudo, deve-se lembrar que a quantidade de horas de sono necessária para o
Tabela 4.9. PSQI: a. tempo para iniciar o sono e b. tempo de sono por noite em médicos residentes do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
a. Tempo para iniciar o sono dos médicos residentes
Tempo para
Grupo M (h) S_D Md α*
Dormir (min)
R1 4 ├┤ 30 12,80 9,45 10,00 8,28
R2 3 ├┤ 60 36,60 21,50 30,00 18,84
R3 5 ├┤ 30 12,00 9,79 5,00 8,58
194
b. Tempo de sono por noite dos médicos residentes
Tempo de Sono
Grupo M (h) S_D Md α*
por noite (min)
R1 420 ├┤ 480 432,00 24,00 420,00 21,03
R2 360 ├┤ 420 384,00 29,39 360,00 25,76
R3 300 ├┤ 480 360,00 65,72 360,00 57,61
* p < 0,05
Com relação à qualidade subjetiva do sono, 80% dos R1 a possuíram entre muito boa e boa e
20% como muito ruim. Os R2 classificaram 20% como boa e 80% como ruim e muito ruim. E os R3, 25%
deles classificaram a qualidade do sono como boa e 75% como ruim. Quanto à eficiência do sono, 40%
dos R2 a classificaram como boa e 60% como muito boa. Enquanto 100% dos R1 e R3 a consideraram
como muito boa. O uso de medicamentos apareceu somente nos R2 com 20%. Os R1 e R3 não
Figura 4.79. PSQI: a. qualidade do sono; b. eficiência do sono; e c. uso de medicamentos para dormir.
195
Figura 4.10. PSQI: a. qualidade do sono; b. eficiência do sono; e c. uso de medicamentos para
dormir dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas.
a. Qualidade do sono
Grupo M S_D Md α*
R1 1,4 0,8 1 0,7012
R2 2 0,6324 2 0,5543
R3 1,75 0,4330 2 0,4243
b. Eficiência do sono
Grupo M S_D Md α*
R1 0 0 0 0
R2 0,4 0,4899 0 0,4294
R3 0 0 0 0
c. Uso de medicamentos para dormir
Grupo M S_D Md α*
R1 0 0 0 0
R2 0,4 0,8 0 0,7012
R3 0 0 0 0
* p < 0,05
diárias na residência médica, os R1 responderam que: tinham um leve problema (80%, n=4)) e um
problema razoável (20%, n=1). Os R2: problema leve (20%, n=1), problema razoável (60%, n=3) e grande
problema (20%, n=1). Já os R3: afirmaram ter nenhuma dificuldade (20%, n=1), problema leve (60%, n=3)
Desta forma, o PSQI total obteve: R1 com valores entre 4 e 10 pontos; R2 entre 5 e 12; e os R3
entre 4 e 8 pontos. Observou-se que dentre os 03 níveis de residência, os R3 foram os que possuíram a
pior qualidade de sono, tendo o dobro do valor mínimo admitido para não possuir problemas
196
Tabela 4.11. PSQI total dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 4 ├┤ 10 6 2,0976 5 1,8386
R2 5 ├┤ 12 9,8 2,4819 11 2,1754
R3 4 ├┤ 8 5,5 1,6583 5 1,6251
*p ≤ 0,05
valores acima de 10 (80% do total), contribuindo para o diagnóstico de Sonolência Diurna Excessiva
(SDE). Quando separados por nível de residência médica obteve-se: R1, 80% (n=5) deles apresentaram
valores acima de 10. Os R2 tiveram 100% (n=5) de sua amostra com valores superiores a 11. Já os R3,
Tabela 4.12. ESE dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas
Grupo Intervalo M S_D Md α*
R1 5 ├┤ 19 12,8 4,6647 14 4,0888
R2 11 ├┤ 18 15,2 2,3152 16 2,0293
R3 5 ├┤ 15 11,25 3,8971 12,5 3,8191
* p < 0,05
distribuição do hormônio nas curvas das 04 rotinas identificadas. Os R1, dentre os 03 grupos,
apresentaram maior dosagem e variação na distribuição hormonal, comportamento este que ilustrou a
suscetibilidade prevista para alunos do primeiro ano devido ao estresse e ansiedade por ter passado no
processo para residência médica; expectativa de novo conhecimento, colegas, professores, rotina
197
hospitalar, dentre outros; além das cobranças pessoais. O corpo estava se ajustando à nova realidade e
ambiente físico, deparando-se com vários problemas também de ordem estrutural e funcional (DRUCKER
e NEW, 1987; MIGEON e LANES, 1990; FISCHBACH, 1992; VAN BOMMEL, 2004; MELLO et al., 2008;
Os R2 tiveram gradual diminuição da concentração hormonal frente aos R1, com curvas melhor
definidas e próximas umas das outras, demonstrando contínua adaptação do corpo às condições
impostas. O médico residente deste ano conhecia a rotina hospitalar, as deficiências ambientais, bem
Comportamento este semelhante aos R3, os quais apresentaram a menor variação e intervalo
hormonais dentre todas as curvas das rotinas identificadas. A rotina hospitalar, a realidade e a
presente e consequente autoestima neste sentido. Percebeu-se, assim, o gradual ajuste hormonal na
médicos residentes de acordo com as rotinas identificadas. A curva laranja delineou o comportamento
esperado, e semelhante, para o cortisol no dia de atividade, não havendo aqui referências a valores
padrões de concentração.
198
Figura 4.80. Comparativo da concentração de cortisol salivar (ng/mL) entre os comportamentos das rotinas
identificadas no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. médicos residentes R1; b.
médicos residentes R2; c. médicos residentes R3.
Concentração µg/dL
B
Concentração µg/dL
C
Concentração µg/dL
A análise separada das 04 rotinas apresentou dados referentes em como cada grupo se portava
em sua respectiva rotina. No dia de atividade, o corpo se preparava para o trabalho, ficando em estado
de alerta e pronto para o trabalho a ser realizado. Apesar da alta concentração obtida pelos médicos
residentes R1 (n=6)20, sua curva decaiu satisfatoriamente, com leve alteração de concentração às 12h. Os
20
R1 – Dia de Atividade. AA: M=25,47, S_D=21,82, α=7,43 (p < 0,05); 12h: M=24,99, S_D=22,53, α=5,68 (p < 0,05); 18h: M=8,3,
S_D=2,33, α=3,21 (p < 0,05); 22h: M=6,94, S_D=2,91, α=2,24 (p < 0,05).
199
médicos residentes R2 (n=5)21 apresentaram comportamento semelhante para esta rotina: com menores
concentrações, a curva decaiu de forma regular com presença do estado de alerta e leve alteração
hormonal no período das 12h. Enquanto os R3 (n=5)22 expuseram concentrações de cortisol muito
próximas, com também leve aumento no horário de 12h, voltando a decrescer normalmente ao longo do
O dia de repouso trouxe dados relevantes que demonstraram a vida social dos voluntários em
seu período de residência médica. Apesar dos exercícios físicos, participação em churrascos, festas de
aniversários e estudos em grupo, os R1 (n=6) 23 tiveram curva de cortisol com menor concentração
dentre os 03 grupos. Com vida social mais dinâmica que os outros médicos residentes (passeios em
Shopping Center com amigos, feira de decoração, festas de aniversário com ou sem bebida alcóolica,
exercícios físicos, participação em churrascos, estudos em grupo e viagens para locais próximos), os R2
(n=5) 24 apresentaram os maiores índices de concentração hormonal para todo o dia, declinando
satisfatoriamente ao final deste. Os R3 (n=5)25 tiveram comportamento social semelhante ao dos R2,
mas comportamento de curva análogo ao dos R1 e concentração maior, além de pequeno deslocamento
esperada para o dia de atividade (AA ~ 18h); e ascendência com maior concentração no período noturno
demonstrando o estado de alerta típico para a ocasião, mas com concentração de 22h semelhante à do
21
R2 – Dia de Atividade. AA: M=20,15, S_D=11,48, α=9,61 (p < 0,05); 12h: M=18,34, S_D=8,22, α=8,23 (p < 0,05); 18h: M=11,48,
S_D=2,97, α=6,72 (p < 0,05); 22h: M=10,63, S_D=11,66, α=3,59 (p < 0,05).
22
R3 – Dia de Atividade. AA: M=11,56, S_D=3,47, α=6 (p < 0,05); 12h: M=12,26, S_D=4,45, α=5,6 (p < 0,05); 18h: M=8,65,
S_D=3,6, α=3,84 (p < 0,05); 22h: M=4,63, S_D=2,44, α=1,85 (p < 0,05).
23
R1 – Dia de Repouso. AA: M=11,74, S_D=0, α=23,01 (p < 0,05); 12h: M=7,76, S_D=0, α=15,21 (p < 0,05); 18h: M=2,26, S_D=0,
α=3,13 (p < 0,05); 22h: M=4,09, S_D=0, α=5,67 (p < 0,05).
24
R2 – Dia de Repouso. M=22,46, S_D=5,66, α=18,52 (p < 0,05); 12h: M=23,96, S_D=13,17, α=13,16 (p < 0,05); 18h: M=13,84,
S_D=5,5, α=9,67 (p < 0,05); 22h: M=12,65, S_D=9,25, α=5,66 (p < 0,05).
25
R3 – Dia de Repouso. M=11,94, S_D=14, α=15,84 (p < 0,05); 12h: M=11,87, S_D=11,5, α=11,27 (p < 0,05); 18h: M=7,32,
S_D=7,33, α=7,19 (p < 0,05); 22h: M=3,57, S_D=3,97, α=3,89 (p < 0,05).
26
R1 – Dia de Plantão. M=26,31, S_D=8,43, α=4,63 (p < 0,05); 12h: M=17,93, S_D=7,42, α=16,76 (p < 0,05); 18h: M=8,58,
S_D=0,33, α=9,94 (p < 0,05); 22h: M=23,99, S_D=19,77, α=14,46 (p < 0,05).
200
acordar. Os R2 (n=5)27 obtiveram valores baixos – menores até do que os obtidos no dia de repouso. Os
motivos identificados referiram-se à menor ansiedade quando em plantão uma vez que eram familiares
motivos estes equivalentes aos dos R3 (n=5)28, que apesar do preparo detectado para o dia de
descostume dos R1 (n=6) 29 visualizada na curva hormonal, onde se observou uma elevação na
concentração atípica frente às demais atividades. Além dos altos valores detectados ao acordar, a curva
não se deu de forma harmoniosa: houve abrupto decréscimo da concentração entre os períodos AA às
12h e entre 18h às 22h, enquanto entre 12h e 18h os valores permaneceram semelhantes e constantes.
Contudo, mesmo com este comportamento, a concentração hormonal decresceu ao longo dia
cortisol três vezes menor que os R1 ao acordar. Tal diferença diminuiu no período de 12h quando se
verificou aumento na produção hormonal. O valor encontrado às 22h, entretanto, correspondeu a uma
concentração maior que ao acordar. Com as menores concentrações e variações hormonal entre os 03
grupos, os R3 (n=5)31 exibiram leve dessincronização no período das 18h, gerando curva não satisfatória.
salvo aqueles que justificaram alteração hormonal como no dia do descanso dos médicos residentes R2.
27
R2 – Dia de Plantão. M=19,4, S_D=8,2, α=11,31 (p < 0,05); 12h: M=12,69, S_D=4,34, α=9,32 (p < 0,05); 18h: M=7,79,
S_D=1,79, α=6,34 (p < 0,05); 22h: M=9,54, S_D=9,02, α=3,71 (p < 0,05).
28
R3 – Dia de Plantão. M=15,56, S_D=5,35, α=11,1 (p < 0,05); 12h: M=10,81, S_D=2,09, α=7,05 (p < 0,05); 18h: M=8,37,
S_D=2,16, α=5,27 (p < 0,05); 22h: M=6,5, S_D=2,23, α=4,22 (p < 0,05).
29
R1 – Dia de Pós-Plantão. M=24,62, S_D=12,06, α=34,12 (p < 0,05); 12h: M=24,68, S_D=0, α=48,37 (p < 0,05); 18h: M=17,61,
S_D=6,87, α=24,41 (p < 0,05); 22h: M=11,24, S_D=2,4, α=15,58 (p < 0,05).
30
R2 – Dia de Pós-Plantão. M=10,35, S_D=5,03, α=11,56 (p < 0,05); 12h: M=17,43, S_D=7,5, α=14,34 (p < 0,05); 18h: M=12,89,
S_D=0,98, α=12,44 (p < 0,05); 22h: M=12,03, S_D=8,75, α=6,95 (p < 0,05).
31
R3 – Dia de Pós-Plantão. M=12,93, S_D=0,6, α=17,92 (p < 0,05); 12h: M=8,7, S_D=1,22, α=12,06 (p < 0,05); 18h: M=9,62,
S_D=0,61, α=13,34 (p < 0,05); 22h: M=7,88, S_D=3,54, α=10,92 (p < 0,05).
201
Todos os grupos apresentaram comportamentos anormais, seja com valores altos ao acordar como os
R1, queda abrupta da concentração como os R2 e R3, o primeiro produzindo às 22h valores maiores que
ao acordar, tornando o pós-plantão a rotina com a produção mais desordenada do cortisol para os 03
níveis de residência médica, cada qual reagindo distintamente. A figura 4.81 ilustrou os comparativos
Figura 4.81. Comparativo da concentração de cortisol salivar (ng/mL) entre os grupos de médicos residentes de
acordo com as rotinas identificadas no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a.
atividade; b. repouso; c. plantão; e d. pós-plantão.
constatou semelhanças na quantidade e distribuição do hormônio nas curvas das 04 rotinas conhecidas
(figura 4.82). O grupo R132 apresentou, para o período AA, relação de secreção hormonal (cortisol e
melatonina) dentro do esperado, com CAA > MAA. Aqui, a concentração do cortisol esperada se mostrou
32
R1 – Melatonina. Dia de Atividade. AA: M=1,43, S_D=1,03, α=0,44 (p < 0,05); 22h: M=1,93, S_D=1,06, α=0,7 (p < 0,05). Dia de
Repouso. AA: M=0,74, S_D=0, α=1,44 (p < 0,05); 22h: M=1,34, S_D=0, α=2,63 (p < 0,05). Dia de Plantão. AA: M=2,84, S_D=2,02,
α=1,74 (p < 0,05); 22h: M=1,84, S_D=11,36, α=2,41 (p < 0,05). Dia de Pós-Plantão. AA: M=1,52, S_D=0, α=2,99 (p < 0,05); 22h:
M=0,72, S_D=0, α=1,42 (p < 0,05).
202
muito acima da de melatonina, enquanto esta se encontrava muito abaixo do previsto para esse horário.
Às 22h, percebeu-se a dessincronização e inversão das curvas: o cortisol obteve maior dosagem que a
melatonina em todas as rotinas analisadas. Constatou-se 03 problemas iniciais para este horário: i. a
concentração de melatonina deveria ser maior que a de cortisol; ii. a concentração de cortisol não
deveria estar tão alta; e iii. a concentração de melatonina não deveria estar tão baixa. Tais dados podem
estar associados aos valores obtidos nos instrumentais ESE e PSQI, onde 100% dos R1 (n=6)
apresentaram problemas tanto com a sonolência diurna quanto com a qualidade do sono por estarem,
às 22h, com concentrações de cortisol maiores que as de melatonina, deixando-os despertos mesmo em
dias de rotina onde isto não era necessário, como o dia de atividade e o pós-plantão. No período de
repouso, as curvas se encontravam invertidas com maior variação do cortisol frente à melatonina ao
acordar, constatando que mesmo o repouso de um dia não foi o suficiente para ressincronizar o ciclo.
O grupo R233 também apresentou para o AA a relação da secreção CAA > MAA conforme
esperado. As dosagens do cortisol dos R2 foram menores que as dos R1, mas ainda assim maiores que as
identificados para os R1 também ocorreram aqui, com concentração de melatonina que deveria ser
maior que a de cortisol nesse horário, mesmo com leve aumento em sua quantidade. Os dados obtidos
poderiam estar associados à sonolência diurna e à má qualidade do sono, uma vez que valores altos de
cortisol estavam presentes em horário que deveriam se encontrar baixos para iniciar o efeito do sono.
Com vida social mais agitada que os demais médicos residentes, os R2 tiveram alto valor do cortisol às
33
R2 – Melatonina. Dia de Atividade. AA: M=1,75, S_D=1,38, α=0,75 (p < 0,05); 22h: M=1,98, S_D=1,88, α=0,73 (p < 0,05). Dia de
Repouso. AA: M=0,79, S_D=0,24, α=0,61 (p < 0,05); 22h: M=1,54, S_D=0,6, α=1,37 (p < 0,05). Dia de Plantão. AA: M=2,82,
S_D=1,72, α=1,96 (p < 0,05); 22h: M=9,63, S_D=11,36, α=4,67 (p < 0,05). Dia de Pós-Plantão. AA: M=1,82, S_D=1,15, α=1,76 (p <
0,05); 22h: M=2,94, S_D=2,52, α=1,63 (p < 0,05).
203
22h no dia de repouso justificado pelas atividades de lazer, o que contribui para dessincronização da
curva.
No grupo R334, novamente, a relação CAA > MAA se fez presente, mas com as menores
Contudo, mesmo com esta realidade, as curvas às 22h também se apresentaram inversas para os R3,
deixando-os alertas em horário que o início do sono deveria ser prioridade. No dia de repouso,
percebeu-se que mesmo com as baixas concentrações tanto de cortisol quanto de melatonina, a
Figura 4.82. Comparativo da concentração de melatonina e cortisol salivares (ng/mL) entre os comportamentos
das rotinas identificadas no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. médicos
residentes R1; b. médicos residentes R2; c. médicos residentes R3.
A B
34
R3 – Melatonina. Dia de Atividade. AA: M=1,56, S_D=1,38, α=0,79 (p < 0,05); 22h: M=1,18, S_D=1,88, α=0,57 (p < 0,05). Dia de
Repouso. AA: M=0,61, S_D=0,61, α=1,2 (p < 0,05); 22h: M=0,72, S_D=0,72, α=0,99 (p < 0,05). Dia de Plantão. AA: M=1,82,
S_D=0,93, α=1,01 (p < 0,05); 22h: M=2,4, S_D=1,81, α=1,05 (p < 0,05). Dia de Pós-Plantão. AA: M=0,7, S_D=0, α=1,37 (p < 0,05);
22h: M=6,85, S_D=0, α=13,43 (p < 0,05).
204
Todos os grupos apresentaram deslocamento de curva quando relacionados o cortisol e a
melatonina às 22h, no entanto houve decréscimo na concentração do cortisol dos R1 para os R3, a qual
mesmo ainda estando em valores maiores que os da melatonina. Mediante a sempre presença da alta
concentração de cortisol e baixa de melatonina, questionou-se se tais valores são considerados habituais
e presentes em todos os médicos residentes devido à natureza das atividades exercidas desde a
negativo de controle do ritmo circadiano, mantendo a secreção de cortisol aumentada durante todo o
tempo necessário e de acordo com as características fisiológicas de cada indivíduo, criando novos
emocional. Tais características também poderiam estar relacionadas ao atraso da fase do sono.
Suposições estas que carecem de estudos mais aprofundados referentes à análise psicofisiológica desta
população não somente nas condições estudadas, mas em outras como com a presença de luz natural,
por exemplo.
percepção ambiental indicou correlação positiva entre os escores de percepção ambiental por grupo: a.
nenhuma relação foi encontrada. Contudo, encontrou-se associação negativa entre a percepção
205
ambiental dos grupos R1 e R2 com a iluminância do setor: a. percepção ambiental R1 vs. iluminância (r
4.84). Constatando a preferência pela quantidade de baixa iluminância in loco devido a sua necessidade
Figura 4.83. Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de percepção ambiental por grupo no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. percepção ambiental R1 vs. R2; b. percepção
ambiental R1 vs. R3; c. percepção ambiental R2 vs. R3.
Figura 4.84. Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de percepção ambiental por grupo no Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. percepção ambiental R1 vs. iluminância; b.
percepção ambiental R2 vs. iluminância.
Grupo R1. Com relação aos horários de coleta hormonal, os três grupos apresentaram dados
distintos de acordo com a rotina analisada. Para o dia de atividade dos R1, a análise de correlação entre
positiva para: a. cortisol 12h vs. depressão (r de Spearman = +0,0006), b. cortisol 12h vs. estresse (r de
Spearman = +0,0017), c. cortisol 18h vs. transtorno psiquiátrico (r de Spearman = +0,0321), d. cortisol
206
18h vs. temperatura diurna (r de Spearman = +0,0446), e. melatonina AA vs. A-Estado (r de Spearman =
+0,0112) e f. melatonina AA vs. T-Estado (r de Spearman = +0,0044) (figura 4.85). Estes resultados
demonstraram que quanto maiores eram as concentrações hormonais, seja de cortisol ou melatonina,
Figura 4.85. Gráfico de correlação de Spearman entre os horários de coleta hormonal, variáveis emocionais e
variáveis ambientais para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 12h vs. depressão, b. cortisol 12h vs. estresse, c. cortisol 18h vs. transtorno
psiquiátrico, d. cortisol 18h vs. temperatura diurna, e. melatonina AA vs. A-Estado, e f. melatonina AA vs. T-Estado.
correlações positivas: a. estresse vs. transtorno psiquiátrico (r de Spearman = +0,0124) e b. estresse vs.
iluminância diurna (r de Spearman = +0,0010) (figura 4.86). A depressão obteve maior número de
vs. estresse (r de Spearman = +<0,0001), e d. depressão vs. iluminância diurna (r de Spearman = +0,0078)
(figura 4.87).
207
Figura 4.86. Gráfico de correlação de Spearman entre o estresse e variáveis emocionais, ambientais e fisiológica
para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a.
estresse vs. transtorno psiquiátrico e b. estresse vs. iluminância diurna.
Figura 4.87. Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e variáveis emocionais, ambientais e fisiológica
para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas: a.
depressão vs. T-Estado, b. depressão vs. transtorno psiquiátrico, c. depressão vs. estresse, e d. depressão vs.
iluminância diurna.
vs. temperatura diurna (r de Spearman = +<0,0001); e negativamente com c. A-Estado vs. umidade
relativa diurna (r de Spearman = -<0,0001) (figura 4.89). Para o transtorno psiquiátrico foram
208
correlação negativa se deu com d. transtorno psiquiátrico vs. umidade relativa diurna (r de Spearman = -
Figura 4.88. Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade A-Estado e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. A-Estado vs. T-Estado; b. A-Estado vs. temperatura diurna; e c. A-Estado vs. umidade
relativa diurna.
Figura 4.89. Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade T-Estado e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. T-Estado vs. temperatura diurna; e b. T-Estado vs. umidade relativa diurna.
Figura 4.90. Gráfico de correlação de Spearman entre o transtorno psiquiátrico e variáveis emocionais, ambientais
e fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. transtorno psiquiátrico vs. A-Estado; b. transtorno psiquiátrico vs. T-Estado; c. transtorno
psiquiátrico vs. temperatura diurna; e d. transtorno psiquiátrico vs. umidade relativa diurna.
209
A análise da sonolência diurna excessiva demonstrou, além das relações já identificadas,
(figura 4.91). Já a análise da qualidade do sono encontrou correlações positivas com as 03 variáveis
estudadas: a. qualidade do sono vs. cortisol 12h (r de Spearman = +0,0006), b. qualidade do sono vs.
qualidade do sono vs. iluminância diurna (r de Spearman = +0,0078), e e. qualidade do sono vs.
As altas concentrações de cortisol no período de meio dia associaram-se com uma pior
qualidade do sono, demonstrando a relação com o estresse e o T-Estado identificados. Dos médicos
aparição de sonolência durante o dia. Contudo, a baixa iluminância esperada colaborou negativamente
para a qualidade do ambiente devido ao estresse e depressão relacionados aos baixos índices presentes.
O descostume com as condições ambientais impostas pela Imaginologia provocou sensação de apatia
nos R1, justificando os altos índices de cortisol dosados. As rotinas de repouso, plantão e pós-plantão
não tiveram suas correlações finalizadas por possuírem n insuficiente aos cálculos necessários.
Figura 4.91. Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. depressão; e b. sonolência diurna vs. estresse.
210
Figura 4.92. Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e variáveis emocionais, ambientais e
fisiológica para a rotina de atividade dos R1 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. cortisol 12h; b. qualidade do sono vs. estresse; c. qualidade do sono
vs. T-Estado; d. qualidade do sono vs. iluminância diurna; e e. qualidade do sono vs. sonolência diurna.
psicológicas e fisiológicas apresentaram valores específicos para os médicos residentes R2. O cortisol
secretado ao acordar obteve correlação negativa com: a. cortisol AA vs. depressão (r de Spearman = -
0,0003), b. cortisol AA vs. A-Estado (r de Spearman = -0,0008), c. cortisol AA vs. T-Estado (r de Spearman
= -0,0008), d. cortisol AA vs. iluminância diurna (r de Spearman = -<0,0001); e correlação positiva com: e.
cortisol AA vs. temperatura diurna (r de Spearman = +0,0071) e f. cortisol AA vs. cortisol 22h (r de
Pearson = +0,0145) (figura 4.93). O cortisol às 22h apresentou correlações negativas com as mesmas
identificadas para o CAA: a. cortisol 22h vs. depressão (r de Spearman = -0,0262); b. cortisol 22h vs. A-
Estado (r de Spearman = -0,0270); c. cortisol 22h vs. T-Estado (r de Spearman = -0,0270); e d. cortisol 22h
vs. iluminância diurna (r de Spearman = -<0,0001) (figura 4.94). Já a análise da melatonina às 22h
apresentou correlação negativa com o transtorno psiquiátrico (r de Spearman = -0,0339) e positiva com
211
Figura 4.93. Gráfico de correlação de Spearman e Pearson entre os escores de cortisol AA e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. cortisol AA vs. depressão; b. cortisol AA vs. A-Estado; c. cortisol AA vs. T-
Estado; d. cortisol AA vs. iluminância diurna; e. cortisol AA vs. temperatura diurna; e f. cortisol AA vs. cortisol 22h.
Figura 4.94. Gráfico de correlação de Spearman entre os escores de cortisol 22h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão; b. cortisol 22h vs. A-Estado; c. cortisol 22h vs. T-Estado; e d.
cortisol 22h vs. iluminância diurna.
Figura 4.95. Gráfico de correlação de Spearman e Pearson entre a melatonina 22h e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. melatonina 22h vs. transtorno psiquiátrico; e b. melatonina 22h vs. melatonina AA.
212
A relação da depressão com as variáveis ambientais, psicológicas e fisiológicas resultou em
duas correlações positivas: a. depressão vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0008) e b. depressão vs. T-
Estado (r de Spearman = +0,0008) (figura 4.96). Enquanto o estresse apresentou correlação positiva e
outra negativa: a. estresse vs. transtorno psiquiátrico (r de Spearman = +0,0008), b. estresse vs. umidade
relativa diurna (r de Spearman = -0,0037). Umidade esta que se relacionou inversamente com o
Figura 4.96. Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. depressão vs. A-Estado; e b. depressão vs. T-Estado.
Figura 4.97. Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão, o transtorno psiquiátrico e as variáveis
ambientais, psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas: a. estresse vs. transtorno psiquiátrico; b. estresse vs. umidade relativa diurna; e c.
transtorno psiquiátrico vs. umidade relativa diurna.
esperadas: a. qualidade do sono vs. depressão (r de Spearman = -<0,0001), b. qualidade do sono vs.
213
qualidade do sono vs. T-Estado (r de Spearman = -<0,0001) (figura 4.98). A sonolência diurna excessiva,
contudo, obteve relações significativas com variáveis específicas: a. sonolência diurna vs. cortisol 22h (r
diurna vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0079), d. sonolência diurna vs. T-Estado (r de Spearman =
+0,0079) e e. sonolência diurna vs. temperatura diurna (r de Spearman = -0,0017) (figura 4.99).
Figura 4.98. Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. depressão; b. qualidade do sono vs. estresse; c. qualidade do sono
vs. A-Estado; e d. qualidade do sono vs. T-Estado.
Figura 4.99. Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R2 o no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: : a. sonolência diurna vs. cortisol 22h; b. sonolência diurna vs. depressão; c. sonolência
diurna vs. A-Estado; d. sonolência diurna vs. T-Estado; e e. sonolência diurna vs. temperatura diurna.
214
Na rotina de plantão, os R2 apresentaram dados específicos com um maior número de
correlações, sejam elas positivas ou negativas. O cortisol AA demonstrou correlação negativa com a
umidade relativa diária (r de Spearman = -0,0028) e linha horizontal (HL) com a iluminância diária. Os
valores coletados do cortisol às 12h, às 18h e às 22h também apresentaram HL com a iluminância diária.
O cortisol 22h possuiu, além da HL, correlação positiva com a temperatura diária (r de Spearman =
+0,0333). Já ambas coletas da melatoninas AA e 22h expuseram correlações iguais com as mesmas
Estado (r de Spearman = -<0,0001) e f. melatonina AA vs. melatonina 22h, único com relação positiva (r
de Spearman = +0,0333). E na figura 4.101: a. melatonina 22h vs. depressão (r de Spearman = -<0,0001),
b. melatonina 22h vs. estresse (r de Spearman = -<0,0001), c. melatonina 22h vs. transtorno psiquiátrico
215
Figura 4.100. Gráfico de correlação de Spearman entre a melatonina AA e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. melatonina AA vs. depressão; b. melatonina AA vs. estresse; c. melatonina AA vs.
transtorno psiquiátrico; d. melatonina AA vs. A-Estado; e. melatonina AA vs. T-Estado; e f. melatonina AA vs.
melatonina 22h.
Figura 4.101. Gráfico de correlação de Spearman entre a melatonina 22h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. melatonina 22h vs. depressão; b. melatonina 22h vs. estresse; c. melatonina 22h vs.
transtorno psiquiátrico; d. melatonina 22h vs. A-Estado; e e. melatonina 22h vs. T-Estado.
216
A depressão, o estresse, o A-Estado e o T-Estado apresentaram as mesmas correlações
negativas com umidade relativa diária (r de Spearman = -<0,0001) e HL com a iluminância diária. A
sonolência diurna do plantão encontrou correlação negativa com grande parte das variáveis analisadas:
a. sonolência diurna vs. cortisol AA (r de Spearman = -<0,0001), b. sonolência diurna vs. cortisol 18h (r de
Spearman = -<0,0001), c. sonolência diurna vs. cortisol 22h (r de Spearman = -<0,0001), d. sonolência
diurna vs. depressão (r de Spearman = -<0,0001), e. sonolência diurna vs. estresse (r de Spearman = -
diurna vs. A-Estado (r de Spearman = -<0,0001) e h. sonolência diurna vs. T-Estado (r de Spearman = -
<0,0001) (figura 4.102). Foi identificada HL com a iluminância e correlação negativa com a temperatura
diária (r de Spearman = -<0,0001). Já a qualidade do sono obteve correlação negativa com a melatonina
às 22h (r de Spearman = -<0,0001) e com a umidade relativa diária (r de Spearman = -<0,0001) (figura
Figura 4.102. Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna excessiva e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. cortisol AA; b. sonolência diurna vs. cortisol 18h; c. sonolência diurna
vs. cortisol 22h; d. sonolência diurna vs. depressão; e. sonolência diurna vs. estresse; f. sonolência diurna vs.
transtorno psiquiátrico; g. sonolência diurna vs. A-Estado; e h. sonolência diurna vs. T-Estado.
217
Figura 4.103. Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais, psicológicas
e fisiológicas para a rotina de plantão dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. melatonina 22h; e b. qualidade do sono vs. umidade relativa diurna.
Na rotina de repouso dos R2 foram identificadas menos relações que nas outras duas rotinas já
descritas, especialmente relacionadas com os horários de coleta salivar. O cortisol às 18h apresentou
correlações negativas com todos os transtornos psicológicos estudados: a. cortisol 18h vs. depressão (r
de Spearman = -<0,0001), b. cortisol 18h vs. estresse (r de Spearman = -<0,0001), c. cortisol 18h vs.
Spearman = -<0,0001), b. cortisol 22h vs. estresse (r de Spearman = -<0,0001), c. cortisol 22h vs.
<0,0001) e e. cortisol 22h vs. T-Estado (r de Spearman = -<0,0001) (figura 4.105). Demonstrando que o
processo iniciado na hora do jantar perdurou até meados do horário de dormir. A qualidade do sono
também apresentou correlações negativas: a. qualidade do sono vs. cortisol AA (r de Pearson = -0,0042)
e b. qualidade do sono vs. cortisol 12h (r de Spearman = -0,0222). A rotina de pós-plantão não teve suas
218
Figura 4.104. Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 18h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de repouso dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 18h vs. depressão; b. cortisol 18h vs. estresse; c. cortisol 18h vs. transtorno
psiquiátrico; d. cortisol 18h vs. A-Estado; e e. cortisol 18h vs. T-Estado.
Figura 4.105. Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 22h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de repouso dos R2 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão; b. cortisol 22h vs. estresse; c. cortisol 22h vs. transtorno
psiquiátrico; d. cortisol 22h vs. A-Estado; e e. cortisol 22h vs. T-Estado.
Grupo R3. A rotina de atividade dos R3 apresentou correlações contrárias entre o cortisol
liberado às 12h e o liberado às 18h, demonstrando inversão entre horários sequenciados. O cortisol às
de Spearman = -<0,0001), c. cortisol 12h vs. sonolência diurna (r de Spearman = +0,0357) e d. cortisol
O cortisol teve correlações especificamente com variáveis psicológicas: a. cortisol 18h vs.
depressão (r de Spearman = +0,0333), b. cortisol 18h vs. estresse (r de Spearman = +0,0333), c. cortisol
18h vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0333) e d. cortisol 18h vs.T-Estado (r de Spearman = +0,0333)
(figura 4.107). A melatonina ao acordar somente correlacionou-se com duas variáveis psicológicas: a.
Figura 4.106. Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 12h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 12h vs. transtorno psiquiátrico; b. cortisol 12h vs. iluminância diurna; c. cortisol 12h
vs. sonolência diurna; e d. cortisol 12h vs. qualidade do sono.
Figura 4.107. Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 18h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 18h vs. depressão; b. cortisol 18h vs. estresse; c. cortisol 18h vs. A-Estado; e d.
cortisol 18h vs.T-Estado.
220
Figura 4.108. Gráfico de correlação de Spearman entre a melatonina ao acordar e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 o no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. melatonina AA vs. qualidade do sono; e b. melatonina AA vs. transtorno psiquiátrico.
+<0,0001), c. depressão vs. T-Estado (r de Spearman = +<0,0001) e d. depressão vs. iluminância diurna (r
de Spearman = +0,0091) (figura 4.109). O estresse, contudo, obteve correlações positivas com: a.
estresse vs. A-Estado (r de Spearman = +<0,0001), b. estresse vs. T-Estado (r de Spearman = +<0,0001) e
Figura 4.109. Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. depressão vs. estresse; b. depressão vs. A-Estado; c. depressão vs. T-Estado; e d.
depressão vs. iluminância diurna.
221
Figura 4.110. Gráfico de correlação de Spearman entre o estresse e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. estresse vs. A-Estado; b. estresse vs. T-Estado; e c. estresse vs. iluminância diurna.
Estado vs. T-Estado (r de Spearman = +0,0001) e b. A-Estado vs. iluminância diurna (r de Spearman =
+0,0091) (figura 4.111). O transtorno psiquiátrico também obteve correlação positiva com duas variáveis
Figura 4.111. Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. A-Estado vs. T-Estado; e b. A-Estado vs. iluminância diurna.
222
Figura 4.112. Gráfico de correlação de Spearman entre o transtorno psiquiátrico e as variáveis ambientais,
psicológicas e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. transtorno psiquiátrico vs. iluminância diurna; e b. transtorno psiquiátrico vs. temperatura
diurna.
diurna vs. estresse (r de Spearman = -<0,0001), sonolência diurna vs. transtorno psiquiátrico (r de
diurna vs. T-Estado (r de Spearman = -<0,0001) e f. sonolência diurna vs. iluminância diurna (r de
Correlações estas inversas às que se apresentaram para a qualidade do sono, as quais foram
Spearman = +0,0357), b. qualidade do sono vs. estresse (r de Spearman = +0,0357), c. qualidade do sono
vs. depressão (r de Spearman = +0,0357), d. qualidade de sono vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0357),
e. qualidade do sono vs. T-Estado (r de Spearman = +0,0357), f. qualidade do sono vs. iluminância diurna
(figura 4.114).
223
Figura 4.113. Gráfico de correlação de Spearman entre a sonolência diurna e as variáveis ambientais, psicológicas
e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. depressão; b. sonolência diurna vs. estresse; sonolência diurna vs.
transtorno psiquiátrico; d. sonolência diurna vs. A-Estado; e. sonolência diurna vs. T-Estado; e f. sonolência diurna
vs. iluminância diurna.
Figura 4.114. Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais, psicológicas
e fisiológicas para a rotina de atividade dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. transtorno psiquiátrico; b. qualidade do sono vs. estresse; c.
qualidade do sono vs. depressão; d. qualidade de sono vs. A-Estado; e. qualidade do sono vs. T-Estado; f.
qualidade do sono vs. iluminância diurna; e g. qualidade de sono vs. temperatura diurna.
Comportamento semelhante foi obtido na rotina do plantão dos R3. O cortisol nos 04 horários
coletados apresentou correlações sejam elas positivas, negativas ou HL. O cortisol ao acordar trouxe
224
apenas uma correlação em HL com a iluminância diária. Os valores coletados de cortisol às 12h e 18h
às 22h expôs 05 correlações positivas e 01 negativa conforme visto na figura 4.115: a. cortisol 22h vs.
depressão (r de Spearman = +0,0119), b. cortisol 22h vs. estresse (r de Spearman = +0,0119), c. cortisol
22h vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0119), d. cortisol 22h vs. T-Estado (r de Spearman = +0,0119) e e.
cortisol 22h vs. sonolência diurna (r de Spearman = +0,0119). Aqui também se obteve HL entre o cortisol
22h e a iluminância diária. Conduta esta análoga às concentrações de melatonina ao acordar e às 22h e
Figura 4.115. Gráfico de correlação de Spearman entre o cortisol 22h e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. cortisol 22h vs. depressão; b. cortisol 22h vs. estresse; c. cortisol 22h vs. A-Estado; d.
cortisol 22h vs. T-Estado; e e. cortisol 22h vs. sonolência diurna.
temperatura diária (r de Spearman = -0,0476) (figura 4.116). Contudo, a relação entre a depressão e a
225
iluminância diária foi em HL. O estresse também expôs este tipo de comportamento, mas com menos
variáveis: a. estresse vs. A-Estado (r de Spearman = +0,0119), b. estresse vs. T-Estado (r de Spearman =
+0,0119) e c. estresse vs. temperatura diária (r de Spearman = -0,0476) (figura 4.117), bem como a
Figura 4.116. Gráfico de correlação de Spearman entre a depressão e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas
a. depressão vs. estresse; b. depressão vs. A-Estado; c. depressão vs. T-Estado; e d. depressão vs. temperatura
diária.
Figura 4.117. Gráfico de correlação de Spearman entre o estresse e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. estresse vs. A-Estado; b. estresse vs. T-Estado; e c. estresse vs. temperatura diária.
diária, assim como relação positiva entre o A-Estado vs. T-Estado (r de Spearman = +0,0119) e negativa
entre: A-Estado vs. temperatura diária (r de Spearman = -0,0476) e T-Estado vs. temperatura diária (r de
226
Figura 4.118. Gráfico de correlação de Spearman entre a ansiedade e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. A-Estado vs. T-Estado; b. A-Estado vs. temperatura diária; e c. T-Estado vs. temperatura
diária.
apresentou todas as correlações negativas com as variáveis psicológicas: a. sonolência diurna vs.
sonolência diurna vs. transtorno psiquiátrico (r de Spearman = -<0,0001), d. sonolência diurna vs. A-
Estado (r de Spearman = -<0,0001) e f. sonolência diurna vs. T-Estado (r de Spearman = -<0,0001) (figura
4.119). Foi identificada também correlação em HL entre a sonolência diurna e a iluminância diária.
negativas com as variáveis ambientais e fisiológicas: a. qualidade do sono vs. cortisol 22h (r de Spearman
= -<0,0001) e b. qualidade do sono vs. temperatura diária (r de Spearman = -<0,0001) (figura 4.120).
Assim como nos outros casos, identificou-se correlação em HL entre a qualidade do sono e a iluminância
diária.
227
Figura 4.119. Gráfico de correlação de entre a sonolência diurna excessiva e as variáveis ambientais, psicológicas e
fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. sonolência diurna vs. depressão; b. sonolência diurna vs. estresse; c. sonolência diurna vs.
transtorno psiquiátrico; d. sonolência diurna vs. A-Estado; e f. sonolência diurna vs. T-Estado.
Figura 4.120. Gráfico de correlação de Spearman entre a qualidade do sono e as variáveis ambientais, psicológicas
e fisiológicas para a rotina de plantão dos R3 no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da
UNICAMP/Campinas: a. qualidade do sono vs. cortisol 22h; e b. qualidade do sono vs. temperatura diária.
A exposição dos dados ao longo do capítulo auxiliou a perfilar tanto o ambiente físico do Setor
da Imaginologia do HC/campinas quanto à saúde psicofisiológica dos médicos residentes dos 03 anos.
ambiente construído hospitalar influenciava a saúde psicofisiológica dos médicos residentes aqui
228
estudados. A análise dos resultados permitiu a discussão dos questionamentos inicialmente feitos e a
Figura 4.121. Interação entre ambiente construído e respostas esperadas para a realidade dos médicos residentes
do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
A análise ambiental contribuiu para a visualização das condições em que o setor se encontrava.
A variável da iluminação teve como problemática o posicionamento das luminárias e a intensidade das
iluminação de tarefa e dimmerização do sistema nas salas de laudo. Na parte térmica constatou-se
sobre as fontes de calor. A umidade relativa apresentou problemas nos ambientes mais frios (sala de
laudo [9] e sala de laudo RM 1,5T), mas não foram relatadas reclamações dos voluntários. No item de
uso do espaço, o setor não favoreceu a acessibilidade com esquadrias, tamanho e disposição tanto do
229
mobiliário quanto do espaço. Houve falha na sinalização e clareza do desenho do setor, tornando-se
estar e estética espacial. Tal falha foi percebida pelo grau de cobrança e percepção espacial entre os
médicos residentes. Os R1 foram os mais críticos, seguidos dos R2 e R3. Os médicos residentes do
primeiro ano expuseram problemas advindos do(a): ruído e sua constância; iluminação com
iluminação e diferenciação de zonas de atividades dentro dos ambientes; espaço sem adequada
uniformidade. No item de espaço e mobiliário, o único tópico que gerou incômodo foi a agradabilidade
visual do setor.
específicos, resultantes de uma vivência maior no ambiente e conhecedores das burocracias e carências
desconforto ambiental sentido decresce à medida que o ambiente é vivenciado e suas falhas
230
Figura 4.122. Síntese da percepção ambiental dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do Hospital de
Clínicas da UNICAMP/Campinas.
231
Frente à percepção ambiental obtida constatou-se correlação positiva entre os 03 grupos de
voluntários: à medida que crescia a percepção positiva do ambiente para os R3, aumentava também as
dos R2 e R1. Contudo, associação negativa entre percepção ambiental dos grupos R1 e R2 com a
positivas, comprovando a preferência pela quantidade presente da iluminância in loco devido a sua
necessidade para a realização das atividades no setor, apesar dos R1 estranharem tal condição no início
Figura 4.123. Síntese da relação entre percepção ambiental dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas e as condições ambientais aferidas.
Ao analisar os resultados das variáveis emocionais por grupo constatou-se que o grupo R2
apresentou dados diferenciados frente aos demais grupos. Em todos os instrumentais aplicados, os R2
alcançaram seja aproximando, igualando ou ultrapassando as pontuações ditas como limites para as
variáveis: depressão, estresse (nas 03 fases: alarme, resistência e exaustão), transtorno psiquiátrico,
ansiedade (nas 02 fases), sonolência diurna excessiva e qualidade do sono (figura 4.124). Os voluntários
cortisol em grandes quantidades uma vez que nesse estágio iniciava-se o esgotamento dos recursos
232
Na rotina de atividade, a concentração de cortisol influenciou inversamente 04 variáveis
diferença observada entre os R1 e os R2. A ansiedade também se destacou ao interferir nas variáveis
psicológicas estudadas. Sua presença associou-se à depressão, estresse, sonolência diurna excessiva e
qualidade do sono.
Na rotina de plantão, o cortisol pouco teve relação com as variáveis ambientais e psicológicas,
constatando-se que a concentração encontrada referiu-se à liberação esperada para a realização das
às 18h e às 22h, aumentava os índices de sonolência, indicando preparo do corpo para o sono à noite. Já
transtorno psiquiátrico e ansiedade. Tal correlação inversa também foi observada entre a sonolência
diurna excessiva e as variáveis psicológicas: quanto maiores essas variáveis, menores a sonolência diurna
psicológicas, ou seja, quanto maiores os índices dessas variáveis, menores as taxas de cortisol às 18h e às
233
Figura 4.124. Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R2 do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
ansiedade (T-Estado), sonolência diurna excessiva e qualidade do sono, com presença significativa de
desenvolvimento de possíveis transtornos psiquiátricos dentro desta população (figura 4.125). Contudo,
tais dados não foram capazes de justificar a alta concentração de cortisol e a desorganização na
distribuição, uma vez que a ansiedade e depressão são os transtornos capazes de liberar a ACTH,
justificassem a elevada dosagem, pois todas as informações passadas mostraram um quadro dentro da
normalidade. A quantidade aferida das variáveis ambientais não foi suficiente para interferir nas
variáveis psicológicas e fisiológicas. Contudo, a qualidade apresentou-se como uma das controladoras
impotência por não serem capazes de proverem melhorias no espaço daquele que é o hospital objeto de
234
desejo para a residência médica, o desconforto com as condições ambientais prevaleceu. E ao consagrar
a qualidade do ambiente construído como fonte estressora juntamente com sentimentos diversos como
a expectativa pela nova etapa de vida, insegurança, cobranças pessoais e mudanças (de cidade, de casa,
de amigos, dentre outros), a secreção do cortisol intensificou-se visando adaptar o organismo, mantendo
também se questionou se tais valores seriam considerados habituais e presentes em todos os médicos
residentes devido à natureza das atividades exercidas desde a graduação, ou seja, se a exposição
circadiano, mantendo a secreção de cortisol aumentada durante todo o tempo necessário e de acordo
com as características fisiológicas de cada indivíduo, criando novos registros de feedback hormonal e até
estudos aprofundados referentes à análise psicofisiológica desta população, não somente nas condições
estudadas, mas em outras como com a presença de luz natural para comparação dos resultados aqui
235
Figura 4.125. Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R1 do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
constante de sintomas psicossomáticos, mas ainda assim com melhores condições de saúde e bem-estar
índice de transtorno psiquiátrico; ii. quanto maior a concentração do cortisol às 18h, maiores eram os
valores de depressão, estresse e ansiedade; iii. a qualidade do sono, por conseguinte, sofreu influência
direta de todas as variáveis emocionais, quanto maiores seus valores, pior a qualidade do sono à noite; e
iv. a sonolência diurna excessiva teve seus valores diminuídos à medida que os índices das variáveis
no referencial teórico.
236
Na rotina de plantão, a secreção hormonal apenas teve o cortisol de 22h influenciando a
depressão, o estresse e a ansiedade: quanto maior a concentração hormonal, maiores os valores dessas
variáveis emocionais. Contudo, mesmo com esta correlação, ela não se associou com a qualidade do
sono ruim e a sonolência diurna excessiva também se relacionou diretamente com a depressão, o
estresse e a ansiedade, ou seja, quanto maior um aspecto, maior o outro. Contudo, tais relações
contribuíram com o questionamento “será então a privação do sono a causa de todas essas
filtrar ameaças auxiliaram a criar novos registros de feedback hormonal, remodelando os antigos e
ao meio e às condições impostas, favorecendo a homeostasia e a menor secreção do cortisol mesmo nas
rotinas identificadas.
Figura 4.126. Síntese dos resultados das variáveis emocionais e fisiológicas dos médicos residentes R3 do Setor da
Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
dessincronização total do ciclo claro-escuro. A iluminância teve suas médias variando entre 14,65 lx e
152,64 lx no período diurno, não suprimindo a secreção da melatonina dos médicos residentes nas
rotinas de atividade, plantão (durante o dia) e pós-plantão. Para este item também não foi alterada a
secreção do cortisol, uma vez que a luz no ambiente de trabalho não provocou sensação de apatia nem
por excesso e nem pelos baixos valores. A iluminância noturna, presente para aqueles que se
encontravam em plantão e com médias entre 12,31 lx e 59 lx, igualmente não foi capaz de suspender a
Quando analisado por grupo de residência médica, constatou-se que para os R1, na rotina de
atividade, a quantidade das variáveis ambientais aferidas não foi o suficiente para interferir de forma
intensiva nas variáveis psicológicas e fisiológicas. Mas constatou-se relação entre: i. o cortisol das 18h e a
temperatura, onde quanto maior a temperatura, maior a concentração de cortisol, mas não em
quantidades capazes de ocasionar problemas de saúde; e ii. a qualidade do sono e a iluminância, este
comprovando que quanto maior for seu índice (iluminância), pior será o sono de restauro. Apesar dessas
correlações, a qualidade das variáveis ambientais demonstrou ser a maior influenciadora da percepção
A figura 4.127 ilustrou a síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de
atividade dos R1, demonstrando maior relação entre as variáveis psicológicas e as fisiológicas. Já as
com as variáveis psicológicas devido ao descostume com as condições ambientais típicas e necessárias à
Imaginologia.
238
Figura 4.127. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R1 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Os R2, na rotina de atividade, assim como os R1, a quantidade aferida não foi capaz de
influenciar totalmente as variáveis psicológicas. A iluminância teve correlação inversa com o cortisol:
quanto menor o índice de iluminância, maiores as concentrações do cortisol ao acordar e às 18h, não
interferindo no sono à noite. A umidade relativa também apresentou relação inversa: com menores
em regiões com baixos índices de umidade do ar. Já a temperatura, quanto maior seu valor, maior o
cortisol ao acordar: quando seu valor diminuía, aumentava a taxa de sonolência diurna. Na rotina do
plantão, as condições aferidas trouxeram uma maior gama de correlações, especialmente das condições
térmicas. Quando a temperatura apresentava valores menores, a sonolência diurna excessiva alcançava
maiores índices; mas quando aqueles valores cresciam, o cortisol às 22h também tinha seus valores
aumentados. A umidade relativa esteve atrelada às variáveis emocionais: quanto menores seus valores,
As correlações entre todas essas variáveis puderam ser visualizadas nas figuras 4.128 a 4.130,
constatando-se maior fluxo de relações entre as variáveis psicológicas e fisiológicas. Destaca-se que em
239
alguns momentos o valor da correlação das variáveis ambientais era mínimo ao ponto de praticamente
não haver relação, como: no dia de atividade, temperatura vs. CAA, temperatura vs. sonolência diurna,
UR vs. estresse, UR vs. transtorno psiquiátrico; no dia de plantão, UR vs. qualidade do sono. Lembrando-
Figura 4.128. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.129. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de plantão dos médicos residentes
R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
240
Figura 4.130. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de repouso dos médicos
residentes R2 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
contribuíram para menores concentrações de cortisol às 12h e a sonolência diurna; quando aqueles
mesmos índices aumentavam, maiores também eram os valores de depressão, estresse, transtorno
necessárias à Imaginologia.
melhor qualidade do sono e maior a pontuação do transtorno psiquiátrico. Na rotina do plantão, apenas
a temperatura obteve correlação, e inversa, com as variáveis psicológicas: quanto mais frias as salas de
qualidade do sono de restauro à noite. Assim como nos casos dos R1 e R2, os R3 apresentaram maior
aferida das condições ambientais proporcionarem algumas correlações, a temperatura, assim como no
caso dos R2, apresentou correlações com valores mínimos na maioria de suas relações, como: no dia de
241
atividade, temperatura vs. qualidade do sono e temperatura vs. transtorno psiquiátrico; no dia de
plantão, temperatura vs. A-Estado, temperatura vs. T-Estado, temperatura vs. depressão, temperatura
vs. estresse e temperatura vs. qualidade do sono (figuras 4.131 e 4.132). Demonstrando a baixa relação
Figura 4.131. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de atividade dos médicos
residentes R3 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
Figura 4.132. Síntese das correlações entre as variáveis estudadas para a rotina de plantão dos médicos residentes
R3 do setor de Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas.
242
Constatou-se, desta forma, a forte correlação entre as variáveis psicológicas e fisiológicas para
exercerem suas atividades, salvo exceções. Com dados aferidos possuindo valores iguais, menores ou
pouco maiores que os preconizados por normas regulamentadoras como a NR 17 (MTE, 2007) e a NBR
ISO/CIE 8995:1 (ABNT, 2013), averiguou-se que, para as condições encontradas, os valores aferidos não
ambientais foi responsável pela repulsa ao ambiente pelos R1, a qual diminuía ao longo da jornada da
residência médica. A figura 4.133 ilustrou como se deu o grau de correlação entre as variáveis estudadas.
abaixo das normas regulamentadoras, aferição dentro dos limites máximos e mínimos e aferição acima
dos valores preconizados. Os baixos índices aferidos nas condições ambientais (iluminação, temperatura
hormônios: melatonina e cortisol; assim como as sensações de apatia e medo apareceram no grupo R1
humanizações, provocaram desconfortos diversos que diminuíram à medida que a vivência no espaço
era maior como os sentimentos de impotência, decepção pela alta expectativa por se encontrar em uma
esperado. Esta mesma qualidade, nas atuais condições ambientais, possivelmente contribuiu para a
alteração da qualidade de sono dos médicos residentes especialmente dos R1 e R2 tendo em vista o
desconforto provocado por aquela somado seja aos transtornos psicológicos seja pela rotina
sobrecarregada.
suscetibilidade prevista para alunos do primeiro ano devido à ansiedade do processo para residência
médica; expectativa de novo conhecimento, colegas, professores, rotina hospitalar, dentre outros;
mudanças; insegurança; além das cobranças pessoais. O corpo se ajustava à nova realidade e ambiente
físico, deparando-se com problemas também de ordem estrutural e funcional. Os R2 tiveram gradual
diminuição da concentração hormonal frente aos R1, aproximando-se e gerando curvas melhor definidas
35
As variáveis emocionais dependem de uma série de fatores que extrapolam o meio ambiental como as relações interpessoais,
satisfação profissional, dentre outros, conforme visto no item 2.3.5 Transtornos psicofisiológicos.
244
e próximas, demonstrando contínua adaptação do corpo às condições impostas. O médico residente
deste ano conhecia a rotina hospitalar, as deficiências ambientais, bem como a burocracia existente.
Comportamento este semelhante aos R3, os quais apresentaram a menor variação e intervalo hormonais
entre todas as curvas das rotinas identificadas. A rotina hospitalar, a realidade e a burocracia locais eram
adquirido estava presente e consequente autoestima neste sentido, além de maior vivência no
ambiente.
Desta forma, para o setor estudado, os índices ambientais que promoveriam bem-estar e
satisfação de uso do ambiente de trabalho foram aqueles qualificados como baixos no caso da
iluminância no plano de trabalho só eram requeridas quando da necessidade de estudos nas salas de
laudo por meio de material impresso. Devido a não integração dos ambientes com conceitos de conforto
desfavoreceu a cognição espacial por parte dos usuários, especialmente entre os R1.
saúde psicofisiológica de médicos residentes que vivenciavam espaços de trabalho sem contato com
variáveis ambientais externas e por curto período de tempo (de 01 a 04 anos). Averiguou-se que as
claro-escuro dos usuários, uma vez que com as baixas iluminância e temperatura causariam sensações
de apatia, medo, rejeição, dentre outros, pois esta seria a condição natural do ambiente. Devendo-se
estar presente a harmoniosa correlação entre qualidade e quantidade das variáveis ambientais,
245
246
247
Com o desenvolvimento de novos procedimentos e tecnologias para diagnósticos em imagem,
um médico especialista desta área exige cuidados que vão além do conhecimento repassados em salas
de aula e que deve ser iniciado antes mesmo da residência médica, ainda na graduação de medicina.
acumulado por anos junta-se à adaptação ao novo hospital da residência médica, a novas
responsabilidades, rotinas, estabelecimento de novos vínculos socioafetivos – o que por vezes não é bem
recepcionado pelos veteranos e a competição já instaurada –, dentre outros. Além disto, há por vezes o
provocando o desejo de abandono do curso e/ou crise de identidade. Uma dessas frustrações está no
ambiente físico hospitalar com condições ambientais deficientes que dificultam a realização adequada
do trabalho previsto, mas que é esperado que os recém-admitidos executem suas tarefas
Cresce a preocupação com o ambiente hospitalar além do paciente. Seus espaços alcançam a
esfera dos profissionais da saúde de acordo com as atividades previstas. Para a Imaginologia não basta
apenas projetar espaços que comportem máquinas como as de ressonância magnética ou tomografia,
devem-se conhecer o que os profissionais da saúde realmente fazem nesse setor, os tipos de atividades
que precisam ser facilitadas, o tipo de ambiente mais indicado para a realização daquelas, dentre outros
248
questionamentos. Tal espaço de trabalho não deve envolver somente questões de custos, mas também
parte do princípio de que a empresa fornece um ambiente adequado para tal, respeitando normas
comportamentais, evitando que o ambiente agrida o indivíduo, pois cada ambiente é compreendido,
foco na atividade de laudar, exigindo um ambiente livre de distrações e ruídos desnecessários. Contudo,
mesmo espaços com privacidade social e visual necessitam de projeto que favoreça ambientes que
estimulem a troca de ideias, a liberdade do pensar e o modo de agir dos usuários, além de aparência e
atmosfera que causem impacto positivo nos usuários. E isto se torna importante quando o hospital é
visto como local idealizado, onde o desejo de ser médico especialista será satisfeito.
emocionais dos médicos residentes? Como? A qualidade proporcionada do ambiente construído do Setor
249
medida que se aumentava a vivência no espaço. Assim, sentimentos como o de impotência e frustração
pela alta expectativa por se encontrar em um hospital de renome e não ter as condições mínimas de
trabalho dissiparam-se.
de qualidade e quantidade, altera a qualidade do sono e causa a sonolência diurna excessiva dos médicos
residentes? Esta mesma qualidade ambiental possivelmente cooperou para a alteração da qualidade de
sono dos médicos residentes especialmente dos R1 e R2. As baixas iluminância e temperatura
juntamente com a rotina hospitalar também se enquadraram como possíveis causadores para a
presença constante da sonolência diurna excessiva em todos os grupos estudados ao longo de toda
3. Há alteração dos níveis hormonais? Se sim, de quanto é a alteração do cortisol nas condições de
ilustrando a suscetibilidade esperada para médicos residentes do primeiro ano devido à ansiedade do
processo para residência médica; expectativa de novo conhecimento, colegas, professores, rotina
hospitalar, dentre outros; mudanças; insegurança; além das cobranças pessoais. Os R2 tiveram
demonstrando contínua adaptação do corpo às condições impostas. O médico residente deste ano já se
apresentaram menor variação e intervalo hormonais entre todas as curvas das rotinas analisadas. Além
250
4. Quais índices de iluminância, luminância, temperatura e umidade relativa promovem o bem-estar e
satisfação de uso do ambiente de trabalho? Os índices ambientais aferidos foram baixos para a
eram requeridas quando da necessidade de estudos nas salas de laudo por meio de material impresso.
Devido a não integração dos ambientes com conceitos de conforto ambiental, bem-estar e estética
espacial, a percepção ambiental se deu de forma fragmentada, pendendo negativamente para o caráter
da qualidade. A falta de humanização e cuidados ambientais desfavoreceu a cognição espacial por parte
5. Há uma percepção ambiental positiva ou negativa por parte dos médicos residentes do Setor da
conceitos de conforto ambiental, bem-estar e estética espacial. Tal falha foi percebida pelo grau de
cobrança e percepção espacial entre os médicos residentes. Os R1 foram os mais críticos, seguidos dos
R2 e R3. Constatando-se que o desconforto ambiental sentido decresce à medida que o ambiente é
residência médica. Assim, frente à percepção ambiental obtida constatou-se correlação positiva entre os
03 grupos de voluntários: à medida que crescia a percepção positiva do ambiente para os R3, aumentava
influenciou a saúde psicofisiológica de médicos residentes que vivenciavam espaços de trabalho sem
contato com variáveis ambientais externas e por curto período de tempo. Averiguou-se também que as
condições ambientais do setor estudado, a priori, contribuiriam para a dessincronização do ciclo claro-
escuro dos usuários, uma vez que com as baixas iluminância e temperatura causariam sensações de
apatia, medo, rejeição, dentre outros, pois esta seria a condição natural do ambiente. Devendo-se estar
251
presente a harmoniosa correlação entre qualidade e quantidade das variáveis ambientais, constituindo a
saúde em geral, o tema ainda precisa ser rigorosamente discutido. Há diversas carências de ordem
projetual que devem ser incorporados de forma adequada como o conforto ambiental, as necessidades
paciente, mas também auxiliando a saúde mental de seus funcionários. Projetos de reforma também
devem ser feitos sob essa ótica, sempre visando melhorias e não a criação ou até mesmo agravamento
de problemas como no caso do setor estudado. Existe ainda a necessidade de discussão acerca da saúde
universidades ou hospitais onde as residências médicas são realizadas carecem de maior controle neste
quesito, por isso muitas destas instituições são consideradas ambientes de “toxicidade psicológica” a
seus alunos. É função delas (es) prezar pela saúde mental, prover atendimento e auxílio psicológico a
Estudos tendo como amostra principal os médicos residentes são poucos, mas aqueles feitos
com outras tipologias populacionais vêm demonstrando importantes resultados que auxiliam a
compreensão da saúde psicofisiológica em diversas rotinas. Ainda se faz necessário estudar de forma
as variáveis ambientais para cada tipologia de atividade e edificação, correlacionando-as para além das
questões usualmente abordadas pela arquitetura, mas também às respostas psicofisiológicas humanas.
Estes estudos que auxiliarão a reorganizar novas e específicas diretrizes que ultrapassam o conceito de
salubridade ambiental.
252
LIMITAÇÃO DA PESQUISA
fase de aprofundamento pela área de arquitetura e áreas de suporte como a medicina, especialmente a
tema, referências hormonais e estudos de caso ainda são insuficientes para comparação entre as
condições ambientais.
para dosagem hormonal) fez com que a amostra de sujeitos e a tipologia estudada fossem limitadas nos
seguintes aspectos: i. o valor elevado do reagente da melatonina reduziu a análise diária das amostras
dos voluntários desta pesquisa de 04 coletas para 02 (AA e 22h); ii. a seleção do Setor da Imaginologia do
Hospital de Clínicas da UNICAMP/Campinas como único espaço, naquele momento, sem influência de
controlados artificialmente; iii. a escolha dos médicos residentes como única população estudada devido
às suas peculiaridades e ao número total de amostra; iv. a tipologia e a quantidade de material biológico
humano coletado.
O recorte dado visou manter o foco inicial do estudo dentro dos limites orçamentários ao
mesmo tempo em que esteve ciente das limitações inicialmente previstas e outras a serem deparadas ao
longo da pesquisa.
253
FUTUROS ESTUDOS
Vários são os possíveis estudos que podem derivar da pesquisa em questão, explanando e
estendendo as diversas questões levantadas, bem como outras derivadas dessas. Alguns dos novos
estudos sugeridos contam com, por exemplo, a ampliação dos sujeitos dentro e fora do Setor da
Imaginologia, ainda dentro do ambiente hospitalar, como: médicos, enfermeiros, técnicos, funcionários
Outro ponto considera a expansão desta mesma pesquisa para outras áreas hospitalares,
dentre outros) e cidades (turísticas, industriais, polos comerciais, dentre outras) – aqui considerando
latitude e longitude, dentro e fora do Brasil, e sua influência na saúde psicofisiológica. Por exemplo,
existem diferenças em como os médicos residentes em diferentes regiões do Brasil percebem ambientes
sem acesso ao meio externo e em que grau isso condiciona a saúde psicofisiológica. Pode-se unir
também a pesquisa aqui realizada com variáveis da nutrição, desempenho humano, ambientes
O aumento nas amostras tanto de sujeitos quanto de edificações neste tipo de pesquisa visa à
ampliação do banco de dados referente às diversas influências do ambiente construído e suas variáveis
na saúde psicofisiológica dos seres humanos. Possibilitando um leque de estudos cada vez mais
aprofundado devido à comparação entre tais dados, além da melhor compreensão da temática com
254
255
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Granada: Faculdade de Odontologia – Universidade de Granada, 2009. 121p. Tese (Doutorado) -
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Acetilcolina: neurotransmissor que ajuda a manter o caracterizando-o como uma avaliação de medida subjetiva
cérebro e a fornecer fácil às informações nele guardadas. por conter uma série de perguntas padronizadas
relacionadas a 8 situações diárias e sua probabilidade de
Acuidade visual: capacidade do olho em discriminar causar sono: sentado e lendo; vendo TV; sentado em
detalhes, formas e contornos. algum lugar público; como passageiro de algum veículo;
descansando à tarde; sentado após o almoço; e enquanto
está parado no trânsito.
Adaptação do sistema visual: capacidade da pupila de
adequação à luminosidade externa.
Bastonete: célula fotorreceptora localizada na retina.
Devido a sua alta sensibilidade à luz é responsável pela
Alerta subjetivo: está interligado ao tempo reação e está
visão noturna pois esta tem baixa luminosidade.
presente em todas as atividades humanas que exijam ação.
Permitindo a formação somente de imagens em tons cinza
Depende do nível de excitação em que o ser humano se
e com baixa nitidez.
encontra, determinando a qualidade da captação dos
estímulos e preparando o ser humano para trabalhos
específicos e muitas vezes exaustivos. Célula fotorreceptora: são células que recebem a luz e a
transforma em informação luminosa, levando-a ao córtex
visual e à glândula pineal de acordo com o padrão que está
Ansiedade patológica: ocorre quando não há mais
ativo no momento: biológico ou visual.
controle sobre as emoções, que se descontrolam mais
facilmente e sobre situações que normalmente não teriam
efeito algum. Neste ponto, o cérebro deixa de produzir Célula ganglionar: célula responsável pela produção da
neurotransmissores. melanopsina.
Ansiedade: distúrbio psicológico que gera tensão, Ciclo sono-vigília: ciclo em que se alterna os estados de
sensação contínua de perigo e desastres, ou seja, é sono (com seus 5 estágios) e o de vigília ou despertar.
caracterizado por emoções extremas e na maioria das
vezes inapropriada, além de atividade excessiva no sistema Cintilamento: é a variação da intensidade da luz devido à
nervoso autônomo. flutuação da tensão de rede.
Atividade: ritmo humano correspondente ao hábito diurno Complexo K: ondas abruptas típicas que ocorrem no
relacionado à fase ergotrópica, onde todos os órgãos e estágio 2, ocorrendo uma vez por minuto.
funções estão preparados para qualquer atividade que o
corpo exija. Condução: transferência de energia térmica através de
átomos/moléculas devido à diferença de temperatura, ou
Audibilidade humana: determina os limites de seja, haverá um fluxo de calor do corpo de maior
audibilidade, que varia de acordo com a pressão sonora e a temperatura para o de menor temperatura, tornando-se
frequência. nulo no momento em que se igualam.
Avaliação de sonolência diurna de Epworth: instrumental Cone: célula fotorreceptora localizada na retina que tem
que observa e avalia a ocorrência e a natureza da por capacidade reconhecer as cores e por isso caracteriza a
sonolência durante o dia. Questionário autoaplicável visão diurna.
Conforto Acústico: é a ciência que busca reduzir ou Descolamento de turno: quando o ciclo sono-vigília é
eliminar qualquer ruído existe que possa comprometer a adiado ou adiantado de forma não natural.
audição humana ao mesmo tempo em que busca controlar
os sons para que não criem interferências excessivas como Desconforto visual: é a falta de conforto visual, ou seja,
as reverberações e os ecos. quando há a presença de ofuscamento, cintilamento,
confusão perceptual, distração etc..
Conforto Térmico: é o estado onde há neutralidade
térmica, comodidade, sem intenção para mudança de Desempenho de tarefa: vai ocorrer quando o alerta
temperatura e unidades afins. subjetivo, o tempo de reação forem bons e o indivíduo
estiver motivado e tiver as devidas condições ambientais,
Conforto Visual: conceito subjetivo relacionando a sociais, trabalhistas etc..
iluminação à percepção e aparência do ambiente,
resultando em experiências emocionais e intelectuais Desempenho humano: atuação ótima do indivíduo quando
individuais, as quais são por vezes tornam difícil delinear o todas as condições favorecem à sua realização, inclusive os
quanto e o que se faz necessário para um usuário se sentir desempenhos de tarefa e visual.
confortável visualmente.
Desempenho visual: irá ocorrer quando os sistemas visual,
Confusão de percepção: ocorre quando o padrão de circadiano e de percepção favorecerem sua ocorrência.
luminâncias é parecido com o padrão de luminâncias
relacionado às refletâncias das superfícies.
Distração visual: ocorre quando há muita iluminância nas
áreas adjacentes à visão, tornando difícil para o indivíduo
Contraste LEstímulo/LFundo: relação entre o contraste do não tentar sempre observá-lo.
estímulo visual recebido e o contraste do plano de fundo.
Equilíbrio térmico: é conseguido através da igualdade
Contraste: propriedade visual que faz com que o olho entre a quantidade de calor produzido no corpo e o calor
distinga um objeto de outro objeto ou até mesmo do plano cedido para o meio ambiente, seja através da pele ou da
de fundo. respiração.
Controle: discussão e definição de medidas de eliminação Ergonomia: estuda a adaptação do homem ao trabalho,
e planejamento de medições periódicas de manutenção. abrangendo desde o planejamento das atividades a serem
desenvolvidas, mediante projetos e testes, até a realização
Convecção: troca de calor entre dois corpos, mas neste do mesmo, com avaliação de controle de riscos.
caso um deles é fluido, líquido ou gás.
Ergonomic Lighting Indicator (ELI): no português (Brasil),
Córtex visual: camada externa ao cérebro a qual estão Indicador Ergonômico de Iluminação. Especifica aspectos
atreladas fibras chamadas "radiações ópticas", através das da qualidade de iluminação, sejam eles normativos,
quais chegam e são processadas as informações ópticas. subjetivos e/ou criativos, fazendo uso de cinco critérios:
desempenho visual, vista, conforto visual, vitalidade e
Cortisol: hormônio corticosteróide produzido pela glândula autonomia.
suprarenal no córtex adrenal para agir contra o estresse
crônico, por isto sendo conhecido como o "hormônio do Espectro sonoro: é o conjunto do todos os sons audíveis e
estresse". Está relacionado também ao ritmo circadiano, inaudíveis pelo ser humano.
tendo níveis altos pela manhã, preparando o corpo para as
atividades diárias, decaindo ao longo do dia, adquirindo Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS): toda e
valores mínimos a noite, quando a melatonina é liberada. qualquer edificação destinada à prestação de assistência à
saúde da população, em regime de internação ou não,
Depressão: doença de transtorno psiquiátrico de humor. independente do seu nível de complexidade.
Caracterizado por: humor triste e contínuo; perda tanto no
interesse quanto no prazer de tarefas cotidianas; sensação Estado de vigília: é o período em que se encontra
de fadiga; dificuldade de concentração em qualquer acordado. Complementa o estado do sono.
atividade; baixas estima e autoconfiança; sentimento de
culpa; desesperança; sentimento de não ser útil;
Estresse: estado manifestado por síndrome específica a
pessimismo; idéias e/ou atos suicidas; sono comprometido
qual consiste em todas as mudanças influenciadas não
e/ou insônia; diminuição e/ou perda de apetite; sintomas
especificamente pelo sistema biológico. Tem sua própria
de ansiedade; sintomas de angústia; lentidão ou agitação;
característica e composição, mas não tem uma causa
dentre outros.
única. Os elementos da sua forma são as mudanças visíveis diferenças individuais encontradas na propensão à
por causa do próprio estresse, os quais são indicadores ansiedade e no modo como reagir a situações que
aditivos expressando a soma de todos os diferentes ajustes intensifiquem esse transtorno.
que vão ocorrendo dentro do corpo a qualquer momento.
Ou seja, o organismo responde a situações do meio Inventário de Depressão de Beck (BDI): instrumento usado
externo que possam lhe causar danos de qualquer para aferir a intensidade da depressão desde 1961.
natureza mediante reações e estas definem o estresse. Desenvolvido com a finalidade de diagnosticar esse
transtorno mediante uso de uma escala sintomática, tendo
Evaporação: ocorre quando os átomos/ moléculas de um evoluído e hoje constituindo de uma escala de auto-relato
corpo líquido recebe calor o suficiente para transpor para o composta de 21 itens, com 4 alternativas cada: i. tristeza;
estado gasoso. ii. pessimismo; iii. sentimento de fracasso; iv. insatisfação;
v. culpa; vi. punição; vii. auto aversão; viii. auto acusações;
Fadiga fisiológica: é uma resposta a esforços físicos ix. idéias suicidas; x. choro; xi. irritabilidade; xii.
pesados ou mal feitos, afetando músculos de diferentes retraimento social; xiii. indecisão; xiv. mudança na auto-
partes do corpo. imagem; xv. dificuldade de trabalhar; xvi. insônia; xvii.
fatigabilidade; xviii. perda de apetite; xix. perda de peso;
xx. preocupações somáticas; e xxi. perda de libido.
Fadiga psicológica: é uma resposta ao estresse emocional
e/ou privação do sono.
Inventário de Sintomas de Stress (ISS)/ LIPP: instrumento
que identifica os sintomas de estresse dos indivíduos, qual
Fadiga: sensação de fraqueza, exaustão atrelada à falta de
o tipo deste sintoma e em que grau ele está visando
energia, concentração que ocorre devido ao
possíveis prevenções nos momentos de tensão. Composto
prolongamento uma tensão extenuante.
de 3 quadros: o primeiro corresponde a 12 sintomas físicos
e 3 sintomas psicológicos; o segundo possui 10 sintomas
Fluxo luminoso: é a radiação total emitida por uma fonte físicos e 5 psicológicos; já o terceiro apresenta 12 sintomas
luminosa em todas as direções. Unidade: lúmen (Lm). físicos e 11 psicológicos.
Glutamato: neurotransmissor que ajuda a manter o Leitura do estímulo: quando o estímulo visual consegue
cérebro e a fornecer fácil às informações nele guardadas. ser lido e interpretado de forma correta pelo cérebro.
Grau de Penosidade: índice relacionado à insalubridade ou Leptina: hormônio relacionado à nutrição. Tem efeito
periculosidade, onde são dispostos os riscos à saúde ou direto sobre o controle do apetite e da massa corporal,
integridade física do ser humano em trabalhos insalubres, atividade sexual, sistema cardiovascular, cicatrização,
perigosos e penosos. imunidade, dentre outros.
Hospital: instituição de cuidado à saúde integral, individual Luminância: quantidade de luz que é refletida para uma
ou coletiva, com equipe médica capacitada e diversificada, determinada direção. Unidade: candela por metro
além de uma estrutura que deve atender à população 24 quadrado (cd/m²).
horas do dia nos 7 dias da semana, respondendo ainda a
serviços de ação preventiva através de campanhas
Melanopsina: proteína sensível à luz, produzida pelas
educacionais e supervisão de unidades de saúde menores.
células ganglionares da retina, ocorrendo de forma
independente do mecanismo de formação de imagens. Sua
Iluminação: efeito ou ato de iluminar, difundindo luz por principal função é processar a informação luminosa e a
ambientes diversos de forma ponderada conduzir à área principal do cérebro responsável pelo ciclo
quantitativamente e qualitativamente. circadiano.
Iluminância: quantidade de luz que chega em uma Melatonina: hormônio produzido pela glândula pineal,
superfície. Unidade: lux (Lx). localizada no centro do cérebro. É considerada a "molécula
chave" do corpo humano por regular vários processos
Intensidade luminosa: valor de energia radiante que uma fisiológicos, como: regulação endócrina e metabólica, ciclo
fonte de luz emite. Unidade: candela (Cd). sono-vigília, sistema imunológico, sistema cardiovascular,
dentre outros.
Inventário de Ansidedade Traço-Estado (IDATE):
inventário com concepção dualística: de um lado ele mede Metabolismo humano: processo humano que transforma
o estado de ansiedade (A-Estado), do outro o traço de a energia proveniente de elementos combustíveis
ansiedade (T-Estado). O intuito desse caráter vem das orgânicos em calor.
Monotonia térmica: ou Thermal Boredom, em inglês. É a Incorpora conceitos multidisciplinares que transitam entre
ausência de gradações na temperatura, constância. eficiência energética e saúde dos usuários.
Movimento do ar: fenômeno causado pelas diferenças de Qualidade de sono: resultado da forma como os cinco
temperatura e de pressão atmosférica. estágios do sono são realizados de acordo com a
sincronização de dois processos: o é homeostático,
Nível de pressão sonora: grandeza relativa que mede o relacionado ao tempo de vigília (período em que se
grau de potência sonora em um ponto específico no encontra acordado); e o é circadiano, com início e
espaço, caracterizando uma sensação subjetiva de permanência do estado do sono.
intensidade de sons.
Qualidade de Vida (QV): resultado da percepção individual
Nível hormonal: são todas as substâncias produzidas pelo de uma pessoa referente à sua vida, considerando sua
corpo humano com finalidades específicas como o cultura, expectativas, objetivos pessoais, medos e
crescimento corporal, regulação do sono, liberação de preocupações.
adrenalina para execução de tarefas diárias comuns ou de
risco, sensação de saciedade, dentre outros. Qualidade de Vida no Trabalho (QVT): resultado da
percepção individual referente ao ambiente de trabalho, às
Núcleo Supraquiasmático: regulador dos ritmos relações interpessoais, a realização profissional, às
circadianos e estimulador da glândula pineal para liberação cobranças, à coordenação, ao cumprimento das atividades,
do hormônio melatonina. ao salário, dentre outros.
Nutrição: processo biológico onde, através da ingestão de Qualidade do ar interno: corresponde à presença de gases
alimentos, são retirados os nutrientes necessários para a e variação de temperatura e umidade do ar dentro das
realização de tarefas vitais do corpo humano. edificações, também está relacionada à saúde e bem estar
dos usuários.
Ofuscamento: ocorre quando há luz indesejada dentro do
campo visual do indivíduo, dificultando a realização de Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG):
tarefas por pouco tempo ou interferindo completamente identifica o nível de gravidade do distúrbio psiquiátrico nas
na realização da mesma. pessoas ao mesmo tempo em que identificava, dentro da
população, potenciais casos de estudo. Uma das vantagens
de aplicação deste instrumental é por poder ser aplicado a
Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI): avalia
um grande número de sujeitos ao mesmo tempo utilizando
qualitativamente as condições do sono de forma subjetiva
somente papel e lápis para responder, tornando-o barato e
por um período de um mês. Sete componentes são
rápido.
analisados: i. qualidade subjetiva; ii. latência; iii. duração;
iv. eficiência habitual; v. distúrbios; vi. uso de
medicamentos; e vii. sonolência e distúrbios diurnos. Radiação: forma de transferência de energia de ondas
eletromagnéticas com alta velocidade. Quando dois corpos
com diferentes temperaturas são colocados juntos há a
Política Nacional de Humanização (PNH): política que
emissão de radiação infravermelha do corpo de maior
engloba uma nova e melhor relação entre usuários, redes
temperatura para o de menor temperatura.
sociais e profissionais da saúde, valorizando o trabalho
coletivo e individual e permitindo a busca por melhores
condições de trabalho. Rapid Eyes Moviments (REM): Movimento Rápido dos
Olhos, em português. Quinto estágio do sono caracterizado
pelo rápido movimento dos olhos, paralisia muscular, não
Processo homeostático: processo de regulação do corpo o
reação a ruídos, secreção vaginal/ ereção peniana,
qual faz com que o organismo mantém constante o seu
aumento tanto das batidas cardíacas quanto da respiração,
equilíbrio.
fase dos sonhos.
Ritmo ultracircadiano: um dos três ritmos biológicos Sistema de padrão visual: demonstra o caminho
comumente delineados. Possui frequência maior que um percorrido pela luz desde a retina, passando pelos
ciclo de 20 horas. fotorreceptores (três cones para cada fotopigmento -
vermelho, verde e azul - e um bastonete) até chegar no
Ruído: ocorre quando o som desagrada e perturba, apesar córtex visual, onde a informação é transmitida diretamente
do nível da intensidade de incômodo ser totalmente por ser onde as fibras intituladas "radiações ópticas"
subjetivo. terminam, formando a imagem processada.
Questionário de Auto-Avaliação |
Nome Legível:
Idade: anos e meses Data de nascimento:
Naturalidade Estado civil: Sexo:
Nível de instrução:
Ocupação atual:
INSTRUÇÕES:
Neste questionário é apresentada uma serie de 60 (sessenta) afirmações sobre o
estado de saúde das pessoas em geral. Sua tarefa consiste em dizer se as afirmações se
aplicam ou não a você. RESPONDA, por obséquio, A TODAS AS PERGUNTAS nas paginas que se
seguem, marcando com um circulo o numero que corresponde a alternativa que você acha
que se aplica a você.
É NECESSARIO QUE VOCE RESPONDA A TODAS AS QUESTOES. Se porventura nenhuma das
alternativas corresponderem a resposta que você gostaria de dar, mesmo assim escolha
aquela que mais se aproxime do que sente. Mas lembre-se que o interesse esta em saber
como você tem se sentido ultimamente e não como você se sentia no passado.
Pode Começar!
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Anexo 05
Questionário de saúde geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental
Você ultimamente:
1. Tem se sentido perfeitamente bem e com boa saúde? 8. Tem sentido medo de que você vá desmaiar num lugar
1 Melhor do que de costume publico?
2 Como de costume 1 Não, absolutamente
3 Pior do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito pior do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
2. Tem sentido necessidade de tomar 9. Tem sentido sensações (ondas) de calor ou de frio pelo
fortificantes(vitaminas)? corpo?
1 Não, absolutamente 1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
3. Tem se sentido cansado (fatigado) e irritadiço? 10. Tem suado (transpirado) muito?
1 Não, absolutamente 1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
4. Tem se sentido mal de saúde? 11. Tem acordado cedo (antes da hora) e não tem
1 Não, absolutamente conseguido dormir de novo?
2 Não mais do que de costume 1 Não, absolutamente
3 Um pouco mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
5. Tem sentido dores de Cabeça? 12. Tem levantado sentindo que o sono não foi suficiente
1 Não, absolutamente para lhe renovar as energias?
2 Não mais do que de costume 1 Não, absolutamente
3 Um pouco mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
6. Tem sentido dores na cabeça? 13. Tem se sentido muito cansado e exausto, ate mesmo
1 Não, absolutamente para se alimentar?
2 Não mais do que de costume 1 Não, absolutamente
3 Um pouco mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
7. Tem sido capaz de se concentrar no que faz? 14. Tem perdido muito sono por causa de preocupações?
1 Melhor do que de costume 1 Não, absolutamente
2 Como de costume 2 Não mais do que de costume
3 Menos do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito menos do que de costume 4 Muito mais do que de costume
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Anexo 05
Questionário de saúde geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental
Você ultimamente:
15. Tem se sentido lúcido e com plena disposição mental? 22. Tem gasto mais tempo para executar seus afazeres?
1 Melhor do que de costume 1 Mais rápido do que de costume
2 Como de costume 2 Como de costume
3 Menos lúcido do que de costume 3 Mais tempo do que de costume
4 Muito menos lúcido do que de costume 4 Muito mais tempo do que de costume
16. Tem sentido cheio de energia (com muita disposição)? 23. Tem sentido que perde interesse em suas atividades
1 Melhor do que de costume diárias?
2 Como de costume 1 Não, absolutamente
3 Com menos energia do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Com muito menos energia do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
17. Tem se sentido dificuldade de conciliar o sono? 24. Tem sentido que está perdendo interesse na sua
1 Não, absolutamente aparência pessoal?
2 Não mais do que de costume 1 Não, absolutamente
3 Um pouco mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
18. Tem tido dificuldade em permanecer dormindo após 25. Tem tido menos cuidado com suas roupas?
ter conciliado o sono (após ter pegado no sono)? 1 Mais cuidado do que de costume
1 Não, absolutamente 2 Como de costume
2 Não mais do que de costume 3 Menos cuidado do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 4 Muito menos cuidado do que de costume
4 Muito mais do que de costume
19. Tem tido sonhos desagradáveis ou aterrorizantes? 26. Tem saído de casa com a mesma frequência de
1 Não, absolutamente costume?
2 Não mais do que de costume 1 Mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 2 Como de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Menos do que de costume
4 Muito menos do que de costume
20. Tem tido noites agirtadas ou mal dormidas? 27. Tem se saído tao bem quanto acha que a maioria das
1 Não, absolutamente pessoas que sairia se estivesse em seu lugar?
2 Não mais do que de costume 1 Melhor do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 2 Mais ou menos igual
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco pior
4 Muito pior
21. Tem conseguido manter-se em atividade e ocupado? 28. Tem achado que de um modo geral tem dado boa
1 Melhor do que de costume conta de seus afazeres?
2 Como de costume 1 Melhor do que de costume
3 Um pouco menos do que de costume 2 Como de costume
4 Muito menos do que de costume 3 Pior do que de costume
4 Muito pior do que de costume
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Anexo 05
Questionário de saúde geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental
Você ultimamente:
29. Tem se atrasado para chegar ao trabalho ou para 36. Tem se sentido capaz de tomar decisões sobre suas
começar seu trabalho em casa? coisas?
1 Não, absolutamente 1 Mais do que de costume
2 Não mais do que de costume 2 Como de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Menos do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito menos do que de costume
30. Tem se sentido satisfeito com a forma pela qual você 37. Tem sentido que você não consegue continuar as
tem realizado suas atividades (tarefa ou trabalho)? coisas que começa?
1 Mais satisfeito do que de costume 1 Não, absolutamente
2 Como de costume 2 Não mais do que de costume
3 Menos satisfeito do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito menos satisfeito do que de costume 4 Muito mais do que de costume
31. Tem se sido capaz de sentir calor humano e afeição 38. Tem se sentido com medo de tudo que tem que fazer?
por aqueles que o cercam? 1 Não, absolutamente
1 Mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
2 Como de costume 3 Um pouco mais do que de costume
3 Menos do que de costume 4 Muito mais do que de costume
4 Muito menos do que de costume
32. Tem achado fácil conviver com outras pessoas? 39. Tem se sentido constantemente sob tensão?
1 Mais fácil do que de costume 1 Não, absolutamente
2 Tao fácil como de costume 2 Não mais do que de costume
3 Mais difícil do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais difícil do que de costume 4 Muito mais do que de costume
33. Tem gasto muito tempo batendo papo? 40. Tem se sentido incapaz de superar suas dificuldades?
1 Mais tempo do que de costume 1 Não, absolutamente
2 Tanto quanto de costume 2 Não mais do que de costume
3 Menos do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito menos do que de costume 4 Muito mais do que de costume
34. Tem tido medo de dizer alguma coisa as pessoas e 41. Tem achado a vida uma luta constante?
passar por tolo(parecer ridículo)? 1 Não, absolutamente
1 Não, absolutamente 2 Não mais do que de costume
2 Não mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
35. Tem sentido que esta desempenhando uma função 42. Tem conseguido sentir prazer nas suas atividades
útil na vida? diárias?
1 Mais do que de costume 1 Mais do que de costume
2 Como de costume 2 Como de costume
3 Menos útil do que de costume 3 Um pouco menos do que de costume
4 Muito menos útil do que de costume 4 Muito menos do que de costume
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Anexo 05
Questionário de saúde geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental
Você ultimamente:
43. Tem tido pouca paciência com as coisas? 50. Tem perdido a confiança em você mesmo?
1 Não, absolutamente 1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
3 Menos paciência do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito menos paciência do que de costume 4 Muito mais do que de costume
44. Tem se sentido irritado e mal-humorado? 51. Tem se considerado como uma pessoa inútil (sem
1 Não, absolutamente valor)?
2 Não mais do que de costume 1 Não, absolutamente
3 Um pouco mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
45. Tem ficado apavorado ou em pânico sem razoes 52. Tem sentido que a vida é completamente sem
justificadas para isso? esperanca?
1 Não, absolutamente 1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
46. Tem se sentido capaz de enfrentar seu problemas? 53. Tem se sentido esperançoso quanto ao seu futuro?
1 Mais capaz do que de costume 1 Mais do que de costume
2 Como de costume 2 Como de costume
3 Menos capaz do que de costume 3 Menos do que de costume
4 Muito menos capaz do que de costume 4 Muito menos do que de costume
47. Tem sentido que suas atividades tem sido excessivas 54. Considerando-se todas as coisas, tem se sentido
para você? razoavelmente feliz?
1 Não, absolutamente 1 Mais do que de costume
2 Não mais do que de costume 2 Assim como de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Menos do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito menos do que de costume
48. Tem sentido a sensação de que as pessoas olham para 55. Tem se sentido nervoso e sempre tenso?
você? 1 Não, absolutamente
1 Não, absolutamente 2 Não mais do que de costume
2 Não mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
49. Tem se sentido infeliz e deprimido? 56. Tem sentido que a vida não vale a pena?
1 Não, absolutamente 1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume 2 Não mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume 3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume 4 Muito mais do que de costume
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Anexo 05
Questionário de saúde geral de Goldberg | Avaliação geral de saúde mental
Você ultimamente:
58. Tem achado algumas vezes que não pode fazer nada
porque esta muito mal dos nervos?
1 Não, absolutamente
2 Não mais do que de costume
3 Um pouco mais do que de costume
4 Muito mais do que de costume
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Anexo 06
Inventário de ansiedade traço-estado (IDATE) | Avaliação de sintomas de ansiedade
Nome Legível:
Idade: anos e meses Data de nascimento:
Naturalidade Estado civil: Sexo:
Nível de instrução:
Ocupação atual:
INSTRUÇÕES:
Trata-se de algumas afirmações que têm sido usadas para descrever sentimentos
pessoais.
Nas páginas seguintes há dois questionários para você responder.
Não há respostas certas ou erradas.
Leia com toda atenção cada uma das perguntas da Parte I e assinale com um círculo
um dos números (1, 2, 3 ou 4), à direita de cada pergunta, de acordo com a
instrução no alto da página.
AVALIAÇÃO:
Quase sempre 4
Freqüentemente 3
Às vezes 2
Nunca 1
1. Sinto-me bem 1 2 3 4
2. Canso-me facilmente 1 2 3 4
6. Sinto-me descansado 1 2 3 4
18. Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá-los da cabeça 1 2 3 4
AVALIAÇÃO:
Muitíssimo 4
Bastante 3
Um pouco 2
Absolutamente não 1
1. Sinto-me calmo 1 2 3 4
2. Sinto-me seguro 1 2 3 4
3. Estou tenso 1 2 3 4
4. Estou arrependido 1 2 3 4
5. Sinto-me a vontade 1 2 3 4
6. Sinto-me perturbado 1 2 3 4
8. Sinto-me descansado 1 2 3 4
9. Sinto-me ansioso 1 2 3 4
ESCALA DE PITTSBURG SLEEP QUALITY INDEX (PSQI) | Avaliação das Condições de Sono
Nome:
Dia: Horário: Local de trabalho:
Checklist
As seguintes perguntas são relativas ao seu hábito de sono durante o ÚLTIMO MÊS somente. Suas respostas devem
indicar a lembrança mais exata da MAIORIA dos dias e noites do último mês.
Por favor, responda a todas as perguntas.
4. Durante o último mês, quantas horas de sono você teve Horas de sono por noite:
por noite? (Este pode ser diferente do número de horas que você ficou
na cama)
Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor, responda a todas as questões.
5. Durante o último mês, com que freqüência você teve dificuldade de dormir porque você...
6. Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral?
7. Durante o último mês, com que freqüência você tomou medicamento (prescrito ou "por conta própria") para lhe
ajudar a dormir?
8. No último mês, com que freqüência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou participava
de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)?
9. Durante o último mês, quão problemático foi pra você manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as coisas (suas
atividades habituais)?
[__] Não
[__] Parceiro ou colega, mas em outro quarto
[__] Parceiro no mesmo quarto, mas não na mesma cama
[__] Parceiro na mesma cama
Se você tem um parceiro ou colega de quarto, pergunte a ele/ela com que freqüência, no último mês, você teve...
B - Longas paradas na respiração enquanto dormia E - Outras alterações (inquietações) enquanto você
dorme; por favor, descreva:
[__] Nenhuma no ultimo mês
[__] Menos de 1 vez/semana
[__] 1 ou 2 vezes/semana
[__] 3 ou mais vezes/semana
[__] Nenhuma no ultimo mês
C - Contrações ou puxões nas pernas enquanto você [__] Menos de 1 vez/semana
dormia
[__] 1 ou 2 vezes/semana
[__] Nenhuma no ultimo mês
[__] 3 ou mais vezes/semana
[__] Menos de 1 vez/semana
[__] 1 ou 2 vezes/semana
[__] 3 ou mais vezes/semana
Anexo 08
Escala de Epworth | Avaliação de sonolência diurna
Nome:
Qual é a probabilidade de você "cochilar" ou dormir, e não apenas se sentir cansado, nas seguintes situações?
Considere o modo de vida que você tem levado recentemente. Mesmo que você não tenha feito algumas destas
coisas recentemente, tente imaginar como elas o afetariam.Escolha o número mais apropriado para responder
cada questão.
AVALIAÇÃO:
Nunca cochilaria 0
Pequena probabilidade de cochilar 1
Probabilidade Média de cochilar 2
Grande probabilidade de cochilar 3
Sentado e lendo 0 1 2 3
Assistindo TV 0 1 2 3
Nome:
Dados
Nome completo:
Idade: Data de nascimento: / / Peso: Kg Altura: m
Estado civil: [__] solteiro(a) [__] casado(a)/ companheiro(a) [__] viúvo(a) [__] divorciado(a)
Possui filhos? [__] Sim [__] Não Quantos?
Endereço:
Bairro: Cidade: Estado:
Telefone: ( ) Celular: ( )
E-mail:
Nível de residência: [__] R1 [__] R2 [__] R3
Atividades que desenvolve:
Em qual (quais) turno (s) você desenvolve suas atividades: [__] manhã [__] tarde [__] noite
Dias da semana nos quais exerce a residência: [__] seg [__] ter [__] qua [__] qui [__] sex [__] sab
Horários: entrada _________ h; intervalo __________ h às _________ h; saída __________ h
Você faz sistema de plantão? [__] Sim [__] Não Quantas horas por plantão?
Quantos dias por semana?
Qual o seu nível de relacionamento com:
1. Seu chefe: [__] Muito ruim [__] Ruim [__] Bom [__] Muito bom
2. Seus colegas de residência: [__] Muito ruim [__] Ruim [__] Bom [__] Muito bom
Quanto tempo você leva da sua casa até o hospital?
Como você se desloca de casa - hospital - casa?
[__] Carro próprio ou com carona
[__] Transporte público
[__] A pé
[__] Parte a pé, parte em transporte público
Se for mulher, no momento, você está gestante? [__] Sim [__] Não
Se for mulher, no momento, você está menstruada? [__] Sim [__] Não
Qual a data do primeiro dia da sua última menstruação?
Se for mulher, você toma anticoncepcional? [__] Sim [__] Não Qual?
Você tem alguma doença diagnosticada? [__] Sim [__] Não
Qual ou quais?
Você fez alguma cirurgia? [__] Sim [__] Não
Apêndice 01
Anamnese ocupacional | Dados de identificação e histórico geral de saúde
Acesso Funcionários
Tomografia Tomografia
Raio-X
Acesso Pacientes
US
Raio-X
US US US US
Raio-X
Raio-X
Raio-X
Título da pesquisa: Qualidade da Iluminação. Influência dos fatores humanos na percepção do espaço arquitetônico.
Pesquisadores responsáveis: Arq. MSc. Ellen Priscila Nunes de Souza e Dra. Tânia Marchiori O. Cardoso (FCM).
Departamento/ Instituição: FEC/FCM/UNICAMP
Contato (Ellen). Telefone: (19) XXXX-XXXX ou (82) XXXX-XXXX E-mail: ellensouza.arq@gmail.com
O(A) senhor(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa cujos termos são descritos a seguir.
1. OBJETIVO DO ESTUDO
O estudo pretende estudar e compreender a relação do ambiente com a percepção e comportamento dos residentes
médicos no Setor da Imaginologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP, por meio da análise de variáveis fisiológicas
e psicológicas, devido à associação entre as condições do ambiente de trabalho, eficiência profissional e qualidade de
vida pessoal.
demonstrar resultados importantes sobre as condições de iluminação, temperatura e umidade relativa e suas
influências na sua saúde em seu ambiente de residência.
5. INTERRUPÇÃO DO ESTUDO
A pesquisa poderá ser interrompida no caso de identificação de fatores que possam vir a gerar algum tipo de prejuízo
a sua pessoa, como situações imprevistas ou o não cumprimento das recomendações pré-estabelecidas.
6. DIREITO DE DESISTÊNCIA
A participação do(a) senhor(a) é voluntária e podendo retirar o consentimento a qualquer momento desde que os
pesquisadores responsáveis sejam devidamente avisados.
7. CONFIDENCIALIDADE
Toda e qualquer publicação que seja feita a partir desta pesquisa manterá os dados de identificação pessoal
preservados, sem identificação do(a) senhor(a). O material biológico recolhido através da coleta salivar será de uso
exclusivo desta pesquisa e não será armazenado para estudos futuros, nem da pesquisadora responsável e nem de
outrem.
8. CONSENTIMENTO
Caso o(a) senhor(a) precise de outras informações, a pesquisadora responsável Arq. M.Sc. Ellen Priscila Nunes de
Souza poderá e deve ser consultada agora ou a qualquer momento (durante ou após a realização da pesquisa).
O(A) senhor(a) receberá ainda uma cópia do termo em questão onde constam as informações aqui apresentadas bem
como os dados da pesquisadora e formas de contato:
Arq. MSc. Ellen Priscila Nunes de Souza
Av. Albert Einstein, 951. FEC/ UNICAMP. Campinas – SP. CEP: 13083-852.
Fone (19) XXXX-XXXX E-mail: ellensouza.arq@gmail.com
Em caso de abuso ou conduta não-ética por parte do pesquisador entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa através de:
Rua: Tessália Vieira de Camargo, 126 - Caixa Postal 6111 13083-887. Campinas – SP
Fone (19) 3521-8936 Fax (019) 3521-7187 E-mail: cep@fcm.unicamp.br
Afirmo ter lido – ou que me foram lidas – as informações dadas acima antes de assinar o termo em questão.
Foi-me dada a oportunidade de fazer perguntas, esclarecendo minhas dúvidas no momento presente. Assim,
aceito fazer parte de forma voluntária do presente estudo.
________________________________________
Nome e assinatura do participante
Apêndice 03
Ambiente hospitalar | Checklist
Local de avaliação:
Dia: Horário: Condição de céu:
Condições gerais
(Planta ambientada)
Uso do ambiente
Dimensão do ambiente Largura:
Comprimento:
Altura:
Área total:
Estrutura do teto
Coeficiente de reflexão: Coeficiente de absorção:
Teto: Teto:
Parede 1: Parede 1:
Parede 2: Parede 2:
Parede 3: Parede 3:
Parede 4: Parede 4:
Piso: Piso:
Áreas de janelas internas*
Áreas de portas e caminhos de circulação
Áreas de tarefas múltiplas [__] Sim [__] Não
Tarefas desenvolvidas:
Composição do mobiliário
Tipos de proteção (corpos estranhos e umidade) [__] Sim [__] Não
Sistemas de proteção:
Classes de proteção (instalações elétricas) [__] Sim [__] Não
Sistemas de proteção:
Influência de substâncias químicas [__] Sim [__] Não
Substâncias possivelmente encontradas:
Proteção a fogo [__] Sim [__] Não
Apêndice 03
Ambiente hospitalar | Checklist
Sistemas de proteção:
Iluminação de emergência [__] Sim [__] Não
Local:
Consumo limite de energia (kWh/ano)
Máxima energia requerida (W/m²)
* Ambiente sem aberturas voltadas para o exterior do edifício.
Fotos
Apêndice 04
Cartaz de estação térmica
0
0
63,6 52 59 70 68,1 30 70
63,6 51,8 59,1 70 67 30 70
63,7 52,1 58,9 70,1 69,4 30 70
64,3 52,1 58,7 70,2 68,4 30 70
64,5 52,2 59 70,1 66,8 30 70
64,4 52,3 59,1 70,2 69,1 30 70
64,8 52,1 58,9 70,2 68,3 30 70
64,8 52,3 58,9 70,4 66,4 30 70
0:0
0
0
0
Nome:
1. Iluminação
2.
Você consegue ajustar a luz através de interruptor ou dimmer? [__] Sim [__] Não
Os interruptores estão localizados de maneira a serem achados facilmente? [__] Sim [__] Não
Em termos de iluminação do espaço:
Quais suas queixas?
Como você acha que deveria melhorar? (Idéias para tornar a iluminação mais adequada às suas necessidades)
Apêndice 08
Avaliação de Percepção Ambiental | Avaliação subjetiva
Térmica
Como você acha que deveria melhorar? (Idéias para tornar a temperatura mais adequada às suas
necessidades)
Apêndice 08
Avaliação de Percepção Ambiental | Avaliação subjetiva
Acústica
Você considera seu ambiente de ambiente de trabalho médica barulhento?
[__] Sim [__] Não
Quais os tipos de ruídos que atrapalham você?
[__] Conversas externas
[__]Conversas internas
[__] Máquinas
[__] Ruídos externos
[__] Ruídos internos
A ocorrência de ruído é constante ao longo do dia?
[__] Sim [__] Não [__] Não há ruído
Você se sente incomodado pela presença de ruído?
[__] Sim [__] Não [__] Não há ruído
Como você acha que deveria melhorar? (Idéias para tornar o espaço menos ruidoso)
3. Espaço e Mobiliário
O tamanho do espaço é adequado para a realização de suas atividades?
[__] Sim [__] Não
A disposição do mobiliário é adequada para a realização de suas atividades?
[__] Sim [__] Não
Apêndice 08
Avaliação de Percepção Ambiental | Avaliação subjetiva
Como você acha que deveria melhorar?(Idéias para tornar o espaço mais adequado às suas necessidades)
Como você acha que deveria melhorar?(Idéias para tornar o espaço mais atraente e bonito)
Apêndice 09
Avaliação de ocorrência de acidentes de trabalho | Avaliação subjetiva
Nome:
1. Acidentes de trabalho
2.
Em qual área do seu setor onde você sofre (u) mais acidentes?
O ambiente contribui (u) de alguma forma para ocorrência de acidentes? [__] Sim [__] Não
Protocolo de coleta
Projeto: Qualidade do ambiente construído e percepção | Influência nas características psico-fisiológicas dos usuários.
Comitê de Ética em Pesquisa Parecer CEP nº 790/2011 | FAPESP Processo nº 2010/18381-2
Nome:
Contato:
Ellen - (19) XXXX-XXXX | ellensouza.arq@gmail.com
Laboratório responsável LABEEST/IB (19) 3521-6186
Comitê de Ética em Pesquisa - (19) 3521-8936
Apêndice 11
Cartaz lembrete
Cartaz lembrete
Apêndice 12
Dormitório
Condições gerais
Parede 1
Parede 2
Parede 4
Parede 3
Fotos
Apêndice 12
Dormitório
Apêndice 13
Sala de laudo US
Condições gerais
Parede 1
Parede 4
Parede 2
Parede 3
Fotos
Apêndice 13
Sala de laudo US
Apêndice 14
Sala de laudo [7]
Condições gerais
Parede 1
Parede 4
Parede 2
Parede 3
Fotos
Apêndice 15
Sala de laudo [9]
Condições gerais
Parede 1
Parede 2
Parede 4
Parede 3
Fotos
Apêndice 15
Sala de laudo [9]
Apêndice 16
Sala de laudo RM 1,5T
Condições gerais
Parede 4 Parede 1
Parede 2
Parede 3
Fotos
Apêndice 17
Gráficos de Iluminância
GRÁFICOS DE ILUMINÂNCIA
Ap.17-1: Dormitório.
Ap.18-1: Boxplot: QSG particionado por fatores dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do HC/Campinas.
Ap.18-5: Boxplot: ISS de LIPP Total (TT) dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do HC/Campinas.
Ap.18-6: Boxplot: ISS de LIPP | Fase de Exaustão (T3) dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do HC/Campinas.
Ap.18-7: Boxplot: tempo em minutos para iniciar o sono de acordo com o nível de residência.
Apêndice 18
Avaliação Psicológica | Boxplots
Ap.18-9: Boxplot: PSQI total dos médicos residentes do Setor da Imaginologia do HC/Campinas.