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Laboratório de Dinâmica e Vibrações 

 
 

Experimento 5 
 

Vinicius Monte Rabechi, RA:178294 

Henrique Hungari Rodrigues, RA: 169606 

Thiago Sewastjanow Cordeiro, RA:177659 

Gabriel Seixas Disselli, RA:146165 

Prof. Dr. Paulo Roberto Gardel Kurka 

 
 
 
 
● Sumário 
 

Análise teórica 3

Procedimento experimental 5

Resultados e discussão 5

Conclusões 9

Referências bibliográficas 10

   

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1) Introdução  
 
Os  relatórios  anteriores  versaram  sobre  o  comportamento  vibratório  de  um 
sistema  mecânico  quando  o  mesmo  é  excitado  inicialmente,  ou  seja,  tendo  uma 
condição  inicial  não  nula,  mas  posteriormente  está  em  vibração  livre,  sem  nenhuma 
força  agindo  nele.  Todavia,  em  muitos  dos  casos,  um  sistema  pode  continuar  a  ser 
excitado,  o  que  é  chamado  de  vibração  forçada.  Na  maioria  deles,  essa  vibração 
também  é  oscilatória,  e  essa  vibração  fará  com  que  o  sistema  também  vibre  na mesma 
frequência. Pode-se citar como exemplo uma máquina rotativa com desbalanceamento. 
Mesmo  assim,  com  a  análise  do  movimento  do  sistema  excitado  a  diferentes 
frequências,  é  possível  encontrar  os  seus  parâmetros,  assim  como  o  perfil  exato  da 
força excitadora.  
É  isso  que  será  feito  no  presente  experimento,  a  partir  de  dados  retirados  do 
sistema da figura 1. 
 

 
Figura 1 - Foto do sistema que foi utilizada no estudo de vibração forçada. 
 
2) Objetivo 
 
O  objetivo  do  presente  experimento  é  analisar um sistema massa-mola sujeito à 
uma  vibração  forçada  a  diferentes  frequências  de excitação a partir de dados retirados 

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do  software  Kinovea.  Deve-se,  então, obter a resposta em frequência do sistema, assim 
como seus parâmetros modais e a força a que está submetido. 
 
3) Análise teórica 
 
Primeiramente, modelou-se o sistema como mostrado na figura 2. 

 
Figura 2 - Representação esquemática do sistema a ser analisado. 
 
Equacionando o balanço de forças, tem-se: 
 

   
O  próximo  passo,  então,  será  encontrar  a  solução  para  a  equação  diferencial. 
Essa  equação  não é homogênea, logo necessita-se encontrar uma solução homogênea e 
uma  particular,  sendo  que  a  solução  total  é  dada  pela  soma  das  soluções  particular  e 
homogênea.   
Sabe-se,  a  partir  de  DIAS  [1],  que  a  solução  particular  para  essa  equação é dada 
por: 

 
A amplitude e a fase são dadas por: 
 

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Sendo  ​r  a  razão  entre  as  frequências  de  excitação  e  a  frequência  natural  do 
sistema.  
Logo,  tendo  a  solução homogênea, como já descrito no relatório do experimento 
3,  chega-se  na  solução  final  para  um  sistema  subamortecido  somando-a  com  a solução 
particular: 
 

 
 
A  fim  de  determinar  os  parâmetros  do  sistema,  utilizou-se  o  método  ​peak  point.​  
Para  tal,  deve-se  obter o gráfico do fator de ampliação do sistema, que é a razão entre o 
deslocamento da inércia e o deslocamento da excitador. O fator pode ser dado por: 

  
 
  A  frequência  natural,  que  neste  problema  pode  ser  considerada  igual  a 
frequência  natural  amortecida,  será  o  valor  de  frequência  no  qual  haverá  um  pico  na 
razão  de  amplitude.  Tendo  esse  valor  de  pico  M p ,  calcula-se  0, 707M P ,  ou  seja,  um 
decaimento  de  ​3dB  p
​ ara  ambos  os  lados  do  gráfico,  obtendo  duas  frequências 
referentes  à  esses  dois  pontos.  O  fator  de  amortecimento  é  obtido  a  partir  dessas 
frequências, com a seguinte expressão: 

 
Finalmente,  considerando  ​m=0,67  kg  ,​   pode-se  facilmente  obter  as  grandezas 
faltantes a partir das seguintes equações: 
 

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4) Procedimento experimental 
 
A  montagem  do  mecanismo  foi  realizada  de  forma  que  se  pudesse  medir  a 
resposta  em  frequência  e  calcular  a força a que está submetida. O software Kinovea foi 
utilizado  para  se  medir  as  posições  horizontais  da  inércia  durante  o  experimento  para 
as  diversas  frequências.  A  análise  se  inicia  no  instante  que  o  sistema  é  liberado  do 
repouso,  para  isso,  foi  definido  um  referencial  com  base  no  instante  t=0  da  inércia  e  o 
sistema foi calibrado com a medida de 50mm da inércia.  
Foi  utilizada  a  função  ​Tracking  em  um  ponto  na  aresta  da  inércia  para  que  o 
rastreamento  não  se  perdesse  durante  a  excitação,  e  o  vídeo  foi  analisado  em  câmera 
lenta para verificar que o ponto não se perde durante o movimento. Os dados coletados 
foram  exportados  para  o  Matlab  para  análise  da  posição,  velocidade  e  aceleração  em 
função do tempo. 
 
5) Resultados e discussão 
 
Tendo  os  dados  obtidos  no  ​Kinovea​,  é  possível  plotar  a  amplitude  dos 
deslocamento  da  inércia  em  função  do  tempo  para  cada  uma  das  frequências  de 
excitação. 
 

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Figura 3 - Gráficos de posição da inércia em função do tempo para 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 Hz. 
 

No  entanto, somente esses dados não são suficiente para calcular os parâmetros 
do  sistema.  Para  tal,  deve-se  calcular  o  fator  de  ampliação  do  sistema  para  cada  uma 
das  frequências.  Todavia,  sabendo  que  o  fator  se  altera  ao  longo  do  tempo,  tirou-se  a 
média para cada uma das frequências de excitação, resultando no gráfico da figura 4. 

 
Figura 4 - Razão de amplitude entre inércia e excitador. 

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Nota-se  claramente  um  pico  na  razão  de  amplitude  para  a  frequência  de 
excitação  de  6Hz.  Considerando,  como  recomendado,  um  baixo  amortecimento, 
pode-se concluir com certa precisão que 6 Hz é a frequência natural do sistema.  
Pelo  gráfico,  nota-se  que  a  razão  de  amplitude  para  tal  frequência  é  de 
aproximadamente  32dB.  Para  encontrar  o  fator  de  amortecimento,  utiliza-se então os 
dois  valores  encontrados  no  gráfico  para  os  quais  a  razão  de  amplitude  é  29dB,  três  a 
menos  que  os  32dB  do  pico,  como  explicitado  na  seção  de  análise  teórica.  Obteve-se 
então ω 1 = 5, 64 Hz e ω 2 = 6, 30 Hz .  
Tendo  esses  dois  valores  e ω n = 6 Hz ,  calcula-se  então  o  fator  de 
amortecimento,  que  resultou  em  ζ = 0, 055 .  Com  os  parâmetros  modais,  calculou-se  a 
rigidez  e  o  coeficiente  de  amortecimento  equivalente  do  sistema,  resultando  em 
k eq = 952, 22 N /m e c = 2, 78 N s/m . 
 

 
Figura 5 - Gráfico da fase entre inércia e excitador em função da frequência. 

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A  fase  do  deslocamento  da  inércia  com  relação à excitação é mostrada na figura 
5.  Nela  observou-se  um  comportamento  esperado  pela  teoria,  no  qual  a fase passa por 
90º na frequência natural, indo de 0º a 180º. 
Como  último  passo,  calculou-se  a  amplitude  da  força  exercida  pelo  excitador. 
Isso  foi  feito  para  cada  uma  das  frequências  de  excitação,  substituindo  os  valores  na 
equação que descreve X P . Os valores obtidos estão expostos na tabela 1. 
Tabela 1 - Amplitude média e Força harmônica atuante no sistema 

Frequência  3Hz  4Hz  5Hz  6Hz  7Hz  8Hz  9Hz 

Xp [mm]  5,33  6,97  12,66  13,06  3,02  0,22  0 

F [N]  3,82  3,72  3,85  1,37  1,10  0,17  0 


 
Pode-se  observar  uma  boa  concordância  entre  os  dados  até  a  frequência  de  ​5 
Hz.  ​Depois  disso,  os  valores  são  mais  dispersos.  O  principal  motivo  que  pode  ser 
indicado  é  a  diminuição  da  amplitude  de  movimento  do  sistema.  Tal  diminuição, 
dificulta  a  captação  de  dados  pelo   Kinovea​,  aumentando  o  erro  dos  mesmo,  e  gerando 
valores fora do esperado. 
 
6) Conclusões 
 
O  objetivo  do  experimento  realizado  era  estudar  o comportamento de sistemas 
vibratórios  em  vibração  forçada,  em  diferentes  frequências  de  excitação.  Para  isso  foi 
utilizado  um  sistema  que  pode  ser  modelado  na  forma  de  um  sistema 
massa-mola-amortecedor  com  um  grau  de  liberdade,  composto  por  uma  inércia,  duas 
vigas  conectadas  ao  bloco  (que  fornecem  o  amortecimento  e  a  rigidez  do  sistema), 
assim como uma fonte externa de excitação. 
O  sistema  foi  excitado  em  diversas  frequências  variando  de  3  a 9 Hz, e gravado. 
Utilizando  os  vídeos,  com  o  software  Kinovea,  foram  obtidos  os  deslocamentos  da 
inércia  assim  como  do  excitador  em  função  do  tempo,  para  as  diferentes  frequências. 
Através dos dados obtidos, foi possível graficar o sistema como demonstrado acima. 
Os  resultados  obtidos  foram  coerentes.  A  frequência  natural  pôde  ser 
confirmada  no  gráfico  de  fase.  Além  disso,  obteve-se  um  baixo  coeficiente  de 

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amortecimento,  assim  como  havia  se  assumido.  Por  fim, pode se considerar que a força 
també.m  foi  obtida  com  sucesso,  já  que  houveram  imprecisões  e  flutuações  para 
frequências altas. 
7) Referências bibliográficas 
 
1. DIAS, M. ​“Vibração Forçada de Sistemas de 1GL”,​ 2017. 
 
2. RAO, S. S. “​Mechanical Vibrations​”. 5a ed. Pearson, 2010. 
 

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