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Resumo do Ato I de “Frei Luís de Sousa”

A obra “Frei Luís de Sousa”, escrita por Almeida Garrett, é considerada como sendo uma
obra-prima do teatro romântico e umas das principais obras da literatura portuguesa. O enredo
obra passa-se 21 anos após a Batalha de Alcácer Quibir, onde desapareceu o rei D. Sebastião,
deixando Portugal entregue à governação espanhola.
“Frei Luís de Sousa” inicia-se com uma didascália, ou seja, indicação cénica para mostrar
como determinada ação, como determinada cena, como determinado espaço ou como
determinada fala devem ser feitos numa peça de teatro. Neste caso, a primeira didascália indica-
nos o tempo e o espaço da ação. Assim, o enredo da obra ocorre no século XVII, numa casa
nobre, rica e luxuosa – “Câmera antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância
portuguesa dos princípios do século dezassete”.
Assim, é neste tempo e local que encontramos Madalena – uma das personagens
principais da ação e a protagonista da cena I. Madalena teve um primeiro casamento com D.
João de Portugal, sendo que este desapareceu na mesma batalha em que desapareceu o rei D.
Sebastião. Passados sete anos do seu desaparecimento, Madalena volta a casar com D. Manuel
de Sousa Coutinho, de quem tem uma filha – Maria. No momento da ação, já se passaram vinte
e um anos desde o desaparecimento de D. João mas, D. Madalena vive atormentada com a
possibilidade do primeiro marido regressar. Com efeito, D. Madalena encontra-se, na cena I,
sozinha a ler “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões, mais concretamente o episódio de Inês de
Castro (“Naquele engano de alma ledo e cego que a fortuna não deixa durar muito…”). Ao ler a
passagem do episódio, Madalena compara-se a Inês de Castro mas dizendo que é mais
desgraçada do que ela, já que não consegue viver em paz com o segundo marido, devido ao
facto de se sentir atormentada com a incerteza da morte do primeiro. O episódio de “Os
Lusíadas” que Madalena está a ler é, desde logo, um indício da tragédia iminente – Madalena
sente que a sua própria felicidade não durará muito tempo e será ensombrada por uma
desgraça.
De seguida, entra em cena Telmo, fiel criado de D. João de Portugal que, após o
desaparecimento deste, se manteve ao serviço de D. Madalena. Telmo fala a Madalena de D.
Manuel de Sousa Coutinho, dizendo que este é um homem com muitas qualidades mas que não
sente por ele grande admiração, já que este veio tirar o lugar que pertencia ao seu amo.
Contudo, Telmo nutre grande amor pela filha de D. Madalena e D. Manuel – Maria, embora
quando esta nasceu, o criado não conseguia olhar para ela pois considerava-a como filha do
pecado. Nesta cena, é feita uma breve caracterização dela: é uma jovem de treze anos, alta para
a idade, com bom coração mas muito fraquinha. Telmo afirma, contudo, que Maria há-de
crescer e ficar mais forte, desde que fique longe daqueles “ares apestados de Lisboa” (na altura,
a cidade de Lisboa sofria com a peste negra).
Durante a conversa inicial de Telmo com D. Madalena, o criado aterroriza a dama com
as suas profecias e agouros, como por exemplo, quando diz “E veremos: tenho cá uma coisa que
me diz que, antes de muito, se há-de ver quem é que quer mais à nossa menina nesta casa.”.
Estas afirmações de Telmo são como premonições da tragédia que irá ocorrer. Mais ainda, fá-
la sofrer com alguns comentários que diz, como quando afirma que Maria merecia ter nascido
em melhor estado, ou seja, merecia ser filha de D. João. Contudo, logo de seguida, arrepende-
se das palavras ditas e pede perdão.
De seguida, D. Madalena e Telmo falam abertamente sobre o passado, sendo que a
dama diz a Telmo que ele é muito importante na sua vida, que o tem sido desde que entrou na
família, ao casar com D. João. Mais ainda, afirma que sempre lhe obedeceu, exceto num único
momento – quando decidiu casar novamente.

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