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Resumo
Este artigo busca apresentar algumas questõ es relacionadas à s teorias e prá ticas arquivı́sticas e
à s tecnologias da informaçã o e da comunicaçã o (TICs), com o intuito de demonstrar de forma
introdutó ria trê s bases teó ricas utilizadas para a concepçã o do que chamamos de gestã o da
preservaçã o de documentos arquivı́sticos digitais. Abordamos como bases da gestã o da
preservaçã o: nossa definiçã o de documento arquivı́stico digital; a preservaçã o do documento
arquivı́stico digital desde sua produçã o; o conceito de cadeia de custó dia ininterrupta aplicado aos
documentos arquivı́sticos digitais.
Abstract
This paper presents some questions facing the theories and archivist’s practices and information
and communications technology (ICTs), presents three theorical bases to concept the theory of
the management of digital records preservation. The bases of the management of digital records
preservation are: digital records; digital records preservation policies; chain of custody
uninterrupted applied to the digital records.
Keywords: Unbroken chain of custody. Digital records. Management of the digital records
preservation. Digital records preservation. Principles of the management of the digital records
preservation.
Introdução
Os documentos arquivı́sticos sã o produzidos para apoiar e comprovar as
atividades no â mbito institucional ou pessoal,2 neste momento – para o produtor – nã o há
uma relaçã o direta com a gestã o e a preservaçã o destes documentos, pois os produtores –
a princı́pio – nã o estã o preocupados com as caracterı́sticas arquivı́sticas e nem com o valor
somente a produçã o dos documentos em â mbito institucional, por considerarmos este nosso foco.
3 “Valor atribuı́do a um documento em funçã o do interesse que possa ter para a entidade
produtora e usuá rios, tendo em vista a sua utilidade para fins diferentes daqueles para os
quais foi originalmente produzido” (CONARQ, 2005, p. 172).
4 “Valor atribuı́do ao documento em funçã o do interesse que possa ter para a entidade
produtora, levando-se em conta a sua utilidade para fins administrativos, legais e fiscais”
(CONARQ, 2005, p. 171).
5 També m chamado de documento convencional ou documento analó gico.
6Já existem vá rios documentos té cnicos da á rea de Arquivologia que tratam e normatizam vá rias temá ticas
da gestã o e preservaçã o dos documentos arquivı́sticos digitais. O Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ)
atua diretamente nesta temá tica atravé s da Câ mara Té cnica de Documentos Eletrô nicos (CTDE) – ver:
http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/index.php/documentos-eletronicos-ctde.
O que causa mais indignaçã o é que parte das tecnologias que geram e gerenciam
a documentaçã o digital, é concebida e idealizada por administradores,
informá ticos e burocratas, e que toda essa documentaçã o digital está sendo
gerida por esses profissionais, os quais nã o estã o preparados para fazer a gestã o
documental e a preservaçã o digital (INNARELLI, 2011).
Para melhor entendimento da fó rmula conceitual, mas sem entrar em detalhes,
segue o que cada um dos itens contidos na Figura 2 representa: Informaçã o digital
7 A Câ mara Té cnica de Documentos Eletrô nicos define o documento arquivı́stico digital como “documento
digital reconhecido e tratado como um documento arquivı́stico” (CONARQ, 2016).
8 Ressaltamos que a objetividade necessá ria para artigo, nã o nos permite detalhar as caracterı́sticas
apresentadas na formulaçã o. Por este motivo, sugerimos a leitura de nossa tese em referê ncia.
9 No contexto apresentado: TICs = Informaçã o digital registrada + Recursos computacionais e; Arquivologia
A partir da verificaçã o que o uso das TICs representa uma mudança de paradigma
– estamos naturalmente substituindo o registro analó gico pelo registro digital – para a
Arquivologia e do reconhecimento da necessidade de elaboraçã o e implementaçã o de
polı́ticas de gestã o10 e preservaçã o dos documentos arquivı́sticos digitais nas instituiçõ es,
entendemos que novos e complexos desafios sã o lançados aos arquivistas. E isso, é o que
vamos discutir agora.
O menosprezo em relaçã o aos documentos arquivı́sticos pode, no caso dos digitais,
ser mais crı́tico, pois, diferentemente dos nã o digitais, os documentos sã o “pulverizados”
na forma de dı́gitos biná rios tornando-se “virtuais” e incompreensı́veis nas mã os de seus
gestores e preservadores, fator que, atualmente, é motivo de preocupaçã o por parte dos
10Neste tó pico, vamos deixar de explicitar a importâ ncia da gestã o na elaboraçã o e implementaçã o de
polı́ticas de gestã o e preservaçã o de documentos arquivı́sticos digitais, pois, alé m de enfatizarmos as
questõ es relacionadas à preservaçã o, entendemos que está claro para o leitor que a gestã o e a preservaçã o
andam “de mã os dadas” no processo de preservaçã o dos documentos arquivı́sticos digitais. Ou seja, nã o é
possı́vel fazer preservaçã o sem gestã o.
11Neste caso, consideramos que a instituiçã o em questã o já tenha polı́ticas de preservaçã o dos documentos
nã o digitais bem definidas, pois nã o é possı́vel elaborar polı́ticas de preservaçã o de documentos
arquivı́sticos digitais sem ter a polı́ticas dos nã o digitais.
Conclusão
Referências
DURANTI, L. The long-term preservation of the authentic electronic records: findings of the
PAES, M. L. Arquivo: teoria e prá tica. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2004.
Recebido em 15.04.2018
Aprovado em 02.07.2018