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Resumo
Nosso objetivo é investigar como Jerônimo Vingt-un Rosado Maia fez uso da
Coleção Mossoroense como meio para produziu para si mesmo a imagem de
intelectual a serviço de Mossoró. Para respondermos ao nosso objetivo,
dialogaremos com Pierre Bourdieu (1996, 2002), Jean-François Sirinelli (1996),
Roger Chartier (1990, 2002) e usaremos como fonte de o livro Vingt-un (1980)
publicado pela Coleção Mossoroense.
Palavras-chave: Vingt-un. Escrita de si. Coleção Mossoroense.
Resumé
Notre objectif est d'étudier comment Jérôme Vingt-un Rosado Maia, à travers
de la Collection Mossoroense, fait usage comme un moyen de produire pour
lui-même l'image de Mossoró de services intellectuels. Pour répondre à notre
objectif, dialogaremos avec Pierre Bourdieu (1996, 2002), Jean-François
Sirinelli (1996), Roger Chartier (1990, 2002) et va utiliser le livre comme une
source de Vingt-un (1980) publié par collection Mossoroense.
Mots-clés: Vingt-un. Écriture elle-même. Mossoroense Collection.
*
Professora efetiva do IFBA e doutorando em História na UFES.
10
2- A Coleção Mossoroense
falta de recursos não impedia que isso fosse feito, pois a paixão que
Vingt-un nutria pelos livros fazia com que ele pagasse a impressão das
obras usando recursos próprios. Na ausência de recursos, pegava
dinheiro emprestado com agiotas. De acordo com o site da Coleção
Mossoroense, Vingt-un chegou a dever mais de 20 mil reais a agiotas.2
Dizer que Vingt-un pedia dinheiro emprestado para produzir
livros ajuda a produzir a representação de que o intelectual era uma
pessoa que se sacrificava pela ciência, pela cultura, pela cidade de
Mossoró. Por sua vez, esta representação ajudava a criar uma nova
representação, sendo esta, a de que ele era o único a se preocupar
com Mossoró, o único a conhecer cuidadosamente a história da cidade,
por isso, deveria ser visto como o guardião da memória da mesma.
Somado a isso, afirmar que pegava empréstimos para publicar livros,
reforçava publicamente o seu amor por Mossoró e mostrava como a
sua paixão pela cidade era algo que estava acima do seu interesse
financeiro.
Para as autoras Maria Cristina Guimarães Oliveira e Glessa
Celestino de Santana (2011), a Coleção Mossoroense não deve ser vista
apenas como a paixão de um intelectual, mas principalmente como
registro de uma memória científica impressa a respeito de Mossoró e
da região Nordeste que auxilia na produção de identidades regionais.
Por entenderem que a Coleção representa a memória impressa, as
autoras consideram a Fundação Vingt-un Rosado como sendo um lugar
de memória uma vez que esta é responsável por assegurar a
manutenção e continuidade da Coleção Mossoroense. As mesmas
pensam o conceito de lugar de memória a partir de Pierre Nora (1993).
Para este, os lugares de memória começam a ser criados a medida que
as sociedades deixam de ser tradicionais e passam a entrarem na
modernidade e vivenciarem a história. Como forma de fugir da
mudança, as sociedades criam espaços de conservação da memória,
como museus, bibliotecas, livros. Tais locais de conservação são
4- Vingt-un
5- Encerrando o texto
6- Referências bibliográficas
1
Ver o site http://www.itaucultural.org.br/rumos/webreportagem/fotos.htm
Acesso em 2 de julho de 2013.
2
Idem.