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• SO3 ;
• K2O ;
• Na2O ;
• Cl
Quase todos os elementos de circulação saem do sistema capturados pela estrutura cristalina
do clinquer. Isto, nos casos onde se forma antecipadamente um ciclo interno de elementos
voláteis. Como tais elementos condensam sobre as partículas de matéria – prima e nas paredes
próximas, a formação de sais fundidos é capaz de reduzir a fluidabilidade da matéria – prima e,
se presente em quantidade suficiente, gruda nas paredes. De tempos em tempos,
especialmente durante a mudança de perfil de temperatura, pedaços de colagem depositam –
se, bloqueando a saída dos ciclones.
Uma pequena parte dos elementos de circulação saem do forno com o pó do gás de exaustão.
Este pó é eficientemente precipitado numa unidade de despoeiramento e é reintroduzido no
sistema. Isto se chama circulação externa dos elementos voláteis. Em casos normais, uma
quantidade insignificante de voláteis é emitida pela chaminé à atmosfera. Todavia, a emissão
de SO2 não é desprezível quando o enxofre na matéria – prima está presente na forma de
sulfetos ( PbS, ZnS, FeS2 ) ou compostos orgânicos. Neste caso, os sulfetos são volatilizados em
temperaturas da ordem de 400 a 600°C, saindo do sistema como emissão gasosa de SO2.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
MATERIAL
Abaixo são mostrados alguns limites para um forno SP de 4 e 5 estágios. Outros sistemas de
forno toleram valores mais altos.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
• Forno de 4/5 estágios SP com précalcinador → os dois últimos estágios mais baixos,
seus dutos superiores e área de entrada do forno ;
• Forno SP com três estágios → último ciclone mais baixo e seu duto superior de saída,
entrada do forno, primeira seção do forno rotativo.
Os cloretos são tão voláteis que dificilmente são capturados pela estrutura cristalina do
clinquer. Apenas em casos especiais, quando a zona de sinterização está bastante fria ou
quando incrustados em grandes pedaços de material, os cloretos talvez sejam capturados em
maior quantidade. De qualquer forma, normalmente os cloretos formam um grande ciclo dentro
do sistema do forno e precisam ser extraídos por um by – pass.
O enxofre e os álcalis saem do forno, normalmente, capturados pela estrutura do clinquer. Tais
elementos formam os seguintes compostos :
Além de formar tais compostos, enxofre e álcalis podem ser capturados em solução sólida nos
minerais de clinquer :
O by – pass também é utilizado para produzir clinquer com baixo teor de álcalis ( cerca de 20 a
50 % dos gases do forno ). Desta maneira se pode produzir clinquer com teor de álcalis abaixo
de 0,6 %. A volatilização dos álcalis se dá por queima severa e por injeção de cloretos dentro
do forno.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
O pó retirado pelo by – pass precisa ser descartado. Em alguns casos, pode ser utilizado como
aditivo no cimento, ou em outros casos, vendido.
Outra possibilidade para a retirada dos elementos de circulação do sistema do forno é via ciclo
externo. O enriquecimento do pó do forno por elementos de circulação depende do sistema do
forno. Enquanto o pó de longos fornos via úmida apresentam – se altamente enriquecidos, no
caso dos fornos SP a composição do pó é quimicamente muito semelhante à da matéria –
prima.
Nos gases de exaustão normalmente não há emissão de elementos de circulação. O SO2 que
não condensa a baixas temperaturas é eficientemente absorvido pelo CaO livre nos ciclones
mais baixos ( 4ª e 5ª etapas ). A origem da emissão do SO2, provém da pirita que entra com
a matéria – prima. ( FeS2 ). Os sulfetos se decompõem em temperaturas entre 400 e 600°C,
formado SO2. Aproximadamente 70 % deste SO2 reage imediatamente com CaCO3 da
alimentação do forno, forma CaSO3 e, finalmente a altas temperaturas, forma CaSO4. Os 30 %
residuais são parcialmente absorvidos no caminho até a chaminé, principalmente no moinho de
cru e na torre de arrefecimento. De qualquer forma, uma certa porção deste SO2 é emitido pela
chaminé.
Ccl
ϕ = 1−
Chm
onde,
• ϕ - Fator de volatilização, %
• Ccl – concentração do elemento de circulação na farinha de entrada do forno, %
• Chm – concentração do elemento de circulação no clinquer, %
Os elementos de circulação apresentam uma grande afinidade por outros elementos e formam
compostos químicos. A seguinte ordem de afinidade tem sido observada na prática :
• Cloreto se combina primeiramente com álcalis, formando KCl e NaCl. Cloreto residual combina
– se com cálcio, formando CaCl2 ;
• Álcalis residuais combinam – se com enxofre, formando K2SO4, Na2SO4. Formam também sais
duplos, tais como, Ca2K2(SO4)2, K3Na(SO4)2 ;
No forno, os álcalis são liberados a partir do mineral argila. Eles são parcialmente dissociados
na fase gás e combinam – se com outros elementos de acordo com a ordem de afinidade
apresentada anteriormente. O restante, combina – se com cloretos ou enxofre ou é capturado
na estrutura cristalina dos minerais do clinquer, especialmente o sódio ( Na ) que é pouco
volátil.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Os álcalis precipitados viajam através do forno novamente, passam pela zona de sinterização, e
são parcialmente capturados na estrutura cristalina dos minerais de clinquer, enquanto que
uma parte permanece circulando.
O CaSO4 é formado como resultado da reação entre SO2 e CaO. Está presente já na matéria –
prima ou é formado preferencialmente entre 800 e 900°C. Acima de 1000°C, o sulfato de cálcio
inicia decomposição lenta, porém, acima de 1300°C, esta decomposição se torna rápida.
Dióxido de enxofre é novamente liberado. Se a concentração de álcalis na alimentação do forno
não for suficiente para se combinar com todo o enxofre, o SO2 estará presente no gás do
forno. Em circunstâncias iguais, o CaSO4 pode passar sem se decompor pela zona de
sinterização do forno, saindo embutido na estrutura do mineral belita.
a
b=
(1 − ε )
onde,
O gráfico abaixo demonstra a relação entre a pressão de vapor de vários compostos alcalinos
para diferentes temperaturas. Isto demonstra que o mecanismo de volatilização é dependente
da forma de combinação do elemento volátil.
Entre 1200 e 1300°C, os cloretos já estão praticamente volatilizados. Nas temperaturas da zona
de sinterização, os cloretos estão quase que totalmente volatilizados, de forma que o fator de
volatilização é 0,97.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Basicamente os sulfatos de álcalis são pouco volátil, enquanto que, o CaSO4 é altamente volátil.
Desta forma, um critério importante para determinar a volatilidade do enxofre é a razão molar
entre os álcalis e o enxofre, corrigido pelo cloro.
K 2 O Na 2 O Cl
+ −
Alcali
= 94 62 71
SO3 SO3
80
mmHg
Temperatura
Se existir álcalis suficientes disponíveis para se combinar com o enxofre presente ( proveniente
da matéria – prima e do combustível ), a volatilidade do enxofre ficará entre 0,3 e 0,5. Por
outro lado, se há excesso de enxofre em relação aos álcalis, a volatilidade do CaSO4 é grande,
em torno de 0,9, mas pode chegar ao valor 1, dependendo das condições do processo.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
m
Me n ( SO 4 ) ⇔ nMeO + mSO 2 + O2
2
A pressão parcial do dióxido de enxofre ( SO2 ) diminui a volatilização do enxofre. Isto significa
que se a circulação do enxofre no forno é grande o suficiente, a dissociação dos sulfatos
diminui. Desta forma, os sulfatos podem gradualmente sair do forno juntamente com o
clinquer. De qualquer forma, isto não ajuda muito, pois uma grande circulação de enxofre já
causa problemas de incrustação.
COMPOSTO TEMPERATURA ( °C )
NaCl 881
KCl 776
CaCl2 772
Na2SO4 884
K2SO4 1069
CaSO4 1280
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Na fase líquida, compostos secundários são formados, sendo tão complexos quanto os
elementos voláteis e seus compostos. Alguns compostos secundários são:
• K3Na(SO4)2 ;
• Ca2K2(SO4)3 ;
• 2C2S.CaCO3 ;
• 2C2S.CaSO4 .
Além disso, investigações tem revelado que sulfato de cálcio, óxido de cálcio e sulfato de álcalis
formam pontos eutéticos, os quais podem ter temperaturas de fusão menores que os
compostos simples. Sob a presença de cloretos, estas temperaturas de fusão podem ficar
abaixo de 700°C. Estes pontos, quando presentes em quantidades suficientes, levam a
formação de colagens no pré – aquecedor e na entrada do forno.
Estudos tem revelado que a circulação de cloretos impede a combustão completa. Isto facilita o
incremento na circulação de enxofre.
• Posição das colagens – se as colagens são encontradas acima do segundo ciclone mais baixo
ou até no terceiro ciclone mais baixo, o problema geralmente é causado por circulação de
cloretos. Em casos raros este problema é causado por circulação de álcalis. Se as colagens são
encontradas principalmente no ciclone mais baixo e na entrada do forno, geralmente são
provocadas por circulação de enxofre.
• Combustão completa – CO > 0,1 % e O2 < 1,5 a 2 % na entrada do forno, causam alta
circulação de enxofre. Se não há queimador secundário ou pré – calcinador, as concentrações
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
de CO e O2 podem ser tomadas após o pré – aquecedor para avaliar a combustão ( CO abaixo
de 0,1 % e O2 usualmente entre 3 e 4 %, dependendo da quantidade de ar falso na torre ).
• Perfil de pressão – o perfil de pressão após o pré – aquecedor indica onde as colagens estão
localizadas.
• Limpeza inteligente → limpeza do pré – aquecedor e da entrada do forno são quase sempre
necessárias. Pode apresentar maior ou menor facilidade, quando se observa algumas regras :
c. a saída dos ciclones para farinha quente devem ser suficientemente largas. Se
freqüentemente ocorre transbordamento de matéria – prima, a seção de saída pode ser
equipada com desagregadores. Se esta medida não ajudar, o diâmetro da mesma pode ser
aumentado ;
d. cantos mortos nos dutos, ciclones e câmaras de transição devem ser evitados ;
e. nos locais críticos onde sempre há depósito de material podem ser instalados
desagregadores. Tais desagregadores sempre devem atirar na direção do fluxo de material;
f. Para uma eficiente limpeza uma bomba especial de alta pressão, tipo bomba Woma, pode
ser aplicada. A utilização desta bomba é perigosa e necessita treinamento especial aos
operadores. Há também perigo em destruir o revestimento refratário ;
g. Limpeza deve ser feita apenas quando o perfil de pressão ou inspeções rápidas indicarem a
necessidade. A abertura das portas de acesso causam distúrbios no forno e a entrada de
ar frio favorece a formação de colagens ;
• Medidas contra problemas por cloretos → a utilização do ciclo externo, retirada de cloretos
através do pó do forno, não é muito eficaz. Porém como a formação de colagem, em geral, é
provocada pela circulação de cloretos em conjunto com o enxofre, pode – se tentar reduzir a
circulação deste último elemento. Se a concentração de cloretos alimentada ao forno for maior
que 0,02 a 0,03 %, um by – pass pode ser instalado. A regra para calcular o by – pass
requerido é dada por :
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
• Medidas contra problemas por enxofre → primeiramente, a relação álcalis – enxofre deve ser
ajustada para o valor ideal de 1,2. Como segunda medida, deve – se controlar o teor de O2 na
entrada do forno em 2 %. Note que a medida de O2 na entrada do forno é um valor pontual,
não representando a seção como um todo. O teor de 2 % de O2 é apenas um valor de
referência.
A terceira medida é assegurar uma adequada preparação do combustível para haver uma
combustão completa, com um teor de CO na entrada do forno variando de 0 a 0,05 % no
máximo. Isto significa correta finura para o carvão e correta temperatura para o óleo ( por
exemplo, 150°C ). É também importante uma dosagem estável do carvão.
O maçarico deve ser o mais atualizado, gerando uma chama curta e estável, para que o tempo
de retenção do material na zona de alta temperatura seja pequeno. A carga térmica na zona de
sinterização deve ser a menor possível. Para este propósito, um queimador secundário ou pré –
calcinador pode ser aplicado. Outra medida é evitar a sobrequeima do clinquer.
Para fornos tipo SP, a instalação de um by – pass para o gás pode tornar – se necessária
quando não se tem álcalis suficientes para extrair o enxofre do forno.
• Medidas contra problemas com álcalis → na ausência de enxofre, a volatilidade dos álcalis é
muito alta e cria problemas no pré – aquecedor. Em um caso semelhante, a matéria – prima
pode ser sulfatada pela adição de gesso.
Se se deve produzir um clinquer com baixo teor de álcalis, deve – se tomar todas as medidas
para incrementar a volatilização destes elementos, como :
Anéis são materiais sólidos acumulados em seções rotatativas ou estáticas da linha de produção
de clinquer. Tem sido encontrados desde os primeiros dias de produção dos fornos. Como
resultado direto de anéis e formação de depósitos, o gás e o fluxo de material através do forno
ficam restritos, resultando em redução da produção. Especialmente na zona de sinterização, a
presença de anéis pode interferir na combustão. De tempos em tempos, anéis instáveis podem
quebrar, conduzindo a bloqueios ou danos mecânicos no resfriador.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Em casos piores, um completo desligamento é necessário para que se tenha acesso à área
afetada e possa se remover a colagem mecanicamente. Este desligamento enfraquece os
refratários da zona de sinterização e acelera a parada para troca destes mesmos refratários.
Por outro lado, existem incrustações que são benéficas. As incrustações na zona de queima
protegem os tijolos refratários. Do controle desta incrustação depende a vida útil do refratário.
Desta forma, consegue – se uma redução de custos pois a vida útil do refratário é aumentada e
também consegue – e garantir mais produção pois o tempo de campanha do forno é maior.
Entretanto, a colagem em refratários não é permanente. Alguns pedaços podem cair, levando
consigo pedaços do refratário. A formação desta colagem protetora na zona de queima
depende de dois fatores : condutividade do tijolo refratário e da fase líquida formada. Quanto
melhor a condutividade dos revestimentos, menor será a temperatura da superfície,
favorecendo a ancoragem. Um elevado teor de fase líquida também facilita a formação de
colagem.
É evidente que a chama também desempenha um papel importante. Uma perfil de chama curto
e largo pode corroer a colagem, devido ao intenso calor. Uma chama fria dificulta a formação
de colagem pois não haverá fase líquida suficiente.
Colagens podem ser classificadas com respeito ao material que as formam, em sinterizadas ou
não sinterizadas. Dentro destes dois grupos, os vários tipos podem ser classificados como
segue :
• não sinterizado
• sinterizado
- anéis médios ;
- anéis na zona de sinterização ;
- “ homem de neve “ no resfriador de grelha ;
- formação de bolas no forno.
As forças, segundo Rumpf, responsáveis pela formação de depósitos podem ser agrupadas com
segue :
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
• Ventiladores de exaustão → nos casos de fornos com sistemas de filtro pressurizado, nos
quais o gás não filtrado ( carregado de pó ) passa pelo ventilador de exaustão, a formação de
colagens causa problemas. Isto aparece quando a colagem cai e causa desbalanceamento no
ventilador. Tais colagens compostas por finas partículas de farinha são usualmente marrom –
avermelhadas, duras e bastante frágeis. Este tipo de colagem se apresenta estruturada em
camadas compactas e com baixa porosidade.
Partículas de pó, devido à rotação do ventilador, batem na superfície da colagem com alta
velocidade e também são compactadas. Como a textura da superfície, mesmo após pequeno
tempo de operação possui ondulações, as partículas menores do pó podem ser mecanicamente
“ trancadas “.
• Anéis de cimento → este fenômeno ocorre em longos fornos via úmida e são compostos de
material do forno parcialmente seco, um pouco enriquecidos com álcalis e SO3. São frágeis e
usualmente podem ser quebrados com correntes pesadas. O conteúdo de água fica entre 20 e
30 %, um range no qual materiais argilosos exibem uma consistência pegajosa e plástica. O
conteúdo de álcalis, que aumenta muito a tendência à adesão ( influi nas propriedades
reológicas ), pode ser superior a 10 % ( mais ou menos o mesmo nível de SO3 ).
• Ciclones → os depósitos são formados no teto, paredes, saída e tubos de ascensão dos
ciclones, variando consideravelmente em aparência e homogeneidade. Em geral, tais depósitos
apresentam uma coloração clara variando de creme a marrom, indicando que seus
componentes não foram aquecidos a temperaturas acima de 1200°C. Em alguns casos, zonas
perigosas de material muito queimado podem ser observadas. Dependendo do lugar de
deposição, formam uma densa e compacta estrutura em camadas, porosa e difícil de quebrar.
Do ponto de vista químico, estes depósitos são usualmente caracterizados pela concentração de
elementos voláteis, de acordo com o range abaixo :
• K2O → 1 – 30 % ;
• SO3 → 1 – 35 % ;
• Cl → 1 – 25 % ;
• Na2O → 0 – 2 %.
A composição mineralógica dos depósitos no pré – aquecedor difere, como seria esperado, da
composição da farinha.
Nos primeiros estágios devem ser encontrados, com bastante freqüência, os minerais calcita e
CaO livre. Os cloretos podem aí se depositar, formando halita ( NaCl ) e silvita ( KCl ). No 4° ou
5° ciclone, como a temperatura é mais alta, pode – se encontrar spurrita ( Ca5(SiO4)2CO3
As substâncias presentes nos depósitos são compostos de baixo ponto de fusão, tais como
Na2O, K2O, SO3 e Cl. Eles se apresentam fundidos no gás do forno e são depositados nas
paredes dos ciclones e tubos, ou primeiramente sobre as partículas de pó, as quais são
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
• Anéis intermediários em grandes fornos com pré – aquecedor → ao contrário dos chamados
anéis de farinha, os anéis intermediários são densos, pouco porosos, muito duros e raramente
caem durante a operação do forno. Embora sejam chamados de anéis, são particularmente
mais alongados ( 15 – 20 metros ). Geralmente ocorrem numa região equivalente a 7 - 11
diâmetros do forno a partir da saída. Tal depósito apresenta coloração semelhante ao clinquer,
indicando que é composto de material queimado.
A composição química dos anéis intermediários é muito similar à do clinquer. Isto é surpresa
pois considerando o longo tempo de retenção do material no forno, um não aumento na
concentração de álcalis ou SO3 é pouco esperado.
Os minerais encontrados nos anéis intermediáros são os minerais de clinquer, alita, belita,
aluminita e CaO livre. A alita é frequetemente decomposta em belita e CaO livre, resultado da
temperatura do lugar onde o anel existe, que é uma temperatura abaixo da temperatura de
estabilidade da alita ( aproximadamente 1260°C ).
Durante o período de uma longa chama fria, o clinquer tem uma tendência de ser fino, e as
pequenas partículas de clinquer são carregadas pela chama e depositadas nas paredes do forno
em zonas onde a temperatura está abaixo de 1250°C. As partículas imediatamente refriam no
local e como a carga do forno é ainda fina, não possue ação abrasiva suficiente para remover o
crescimento do anel.
Do ponto de vista mineralógico, minerais normais de clinquer como alita, belita, aluminita,
ferrita e CaO livre são observados, com reações de formação de belita e CaO livre por
decréscimo da temperatura ( caso similar ao dos anéis intermediários ).
• Anéis de cinza de carvão → em fornos que queimam carvão com alto teor de cinza, anéis
podem ser formados a 7 - 8,5 diâmetros do forno a partir da saída. São anéis densos,
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Gotas de carvão fundido aderem ao revestimento do forno no ponto e temperatura onde estão
parcialmente fluidas e pegajosas. Quando esta camada pegajosa passa sob o material do forno
em cada rotação, uma fina camada de material do forno adere. Isto ocorre porque se tem a
presença de pequenos cristais de alita e também ocorrência de fase líquida. Os cristais de alita
são muito pequenos e certamente menores do que os do clinquer. Por esta razão, pode – se
dizer que o anel não é formado por pó de clinquer que retorna ao forno.
• Homen de neve → tais depósitos são formados a partir de grãos normais de clinquer, tendo
uma alta porosidade e contendo muitos vazios. Normalmente não prejudicam a operação do
forno e podem ser removidos facilmente. Sua composição mineralógica é semelhante à do
clinquer, mas em alguns casos, anéis com 3,5% de K2O e 3,0% de SO3 são observados.
• Formação de bolas → a formação de bolas ocorre em casos onde uma tendência para
formação de anel já existe. A composição química é um importante fator. Geralmente são
formadas de material já calcinado e podem ter uma porosidade acima de 55%, consistindo de
poros muito finos. Freqüentemente consistem de um centro poroso e duro, circundado
majoritariamente por material poroso.
• a volatilidade dos álcalis, que começa numa temperatura entre 800 – 1000°C, aumenta com a
a temperatura e tempo de residência do material ;
• ao aumentar o conteúdo de SO3 com a farinha e/ou o conteúdo de SO2 no gás do forno, a
volatilidade dos álcalis diminui ;
• os álcalis de clinquer – ferroso volatilizam – se com maior dificuldade, visto que esse clinquer
possui um grande conteúdo de material fusível.
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FORNO ROTATIVO – MÓDULO TEÓRICO
Um fato relativamente definido é a formação de sais alcalinos. O sal fundido cristaliza, unindo
as partículas do cru por pontes de sal, formando uma estrutura mais ou menis forte. Como
resultado do processo cíclico, a concentração de sais de cru torna – se maior, reduzindo sua
fluidez e facilitando sua aderência. A solidificação ocorre em temperaturas acima de 900°C,
porém, na presença de cloro, este fenômeno pode começar a ocorrer em temperaturas de
680°C.
Quando se utilizam combustíveis com teor mais alto de enxofre, os problemas de incrustração e
a formação de depósito aumentam.
A tendência de formar anéis e bolas é reduzida pela diminuição da carga de pó no gás do forno.
Anéis e bolas que são formadas como conseqüência de altas concentrações de elementos
voláteis podem ser evitados pela redução dos ciclos de volatilização.
• controle da moagem da matéria – prima para reduzir a concentração de partículas muito finas
( abaixo de 20 µm ) ;
A entrada de ar falso no pré – aquecedor e pelo selo do forno deve ser evitado, assim como
áreas frias que atuam como lugares pereferencias para formação de colagens.
Em fornos que queimam carvão, um conteúdo normal de cinza deveria ser empregado. Carvão
contendo 40% de cinza apresenta uma alta tendência à formação de anel.
Anéis de clinquer podem ser evitados trazendo a chama para trás, aumentando a temperatura
na saída do forno. Como resultado disto, o clinquer torna – se pegajoso apenas na entrada do
resfriador. Colagens , então, podem ser formadas na calha de entrada do resfriador. Isto é
particularmente problemático para o caso de resfriadores tipo Unax. Colagens formadas na
calha de entrada do refriador de grelhas podem ser eliminadas com injeção de água.
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