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THAISA GONÇALVES DA SILVA

O EMPREGO DA ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO


POTÁVEIS

Governador Valadares
2019
THAISA GONÇALVES DA SILVA

O EMPREGO DA ÁGUA PLUVIAL PARA FINS NÃO


POTÁVEIS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de bacharel em
Engenharia Ambiental e Sanitária.

Orientador: Danielle de Oliveira

Governador Valadares
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 4

1.1 O PROBLEMA 5

2 OBJETIVOS 6

2.1 OBJETIVO GERAL 6

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS 6

3 JUSTIFICATIVA 7

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 8

4.1 TIPOS DE SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA. 10

5 METODOLOGIA 12

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO 13

REFERÊNCIAS 14
1 INTRODUÇÃO

O recuso natural a água é o mais importante para a sobrevivência da


humanidade, e todos os seres vivos que depende dela. Em algumas regiões do país
e do mundo, há uma dificuldade climatológica ao acesso à água.
Ultimamente a alta demanda por água, ocasionado pelo crescimento
demográfico, desordenado nos grandes centros urbanos, tem impactado no
aumento do consumo por habitante, impondo a adoção de programas para
conservar a água (TUCCI, 2008).
Dentre os programas de conservação de água, estuda-se meios de
substituição das fontes tradicionais de abastecimento, para novas fontes que busca
utilizar recursos hídricos em substituição às existentes (IPARDES, 2001).
O Brasil, embora possua um grande potencial hídrico, não possui programas
governamentais que promovam o aproveitamento da água da chuva. Visto que ainda
há abundância de água, pequena valorização econômica, a água é considerada bem
de uso comum do povo, e no país ainda persiste uma cultura de desperdício.
Vemos em alguns outros países no mundo como México e Alemanha onde já
existe uma consciência para redução de disponibilidade hídrica, e políticas de
abertura para o aproveitamento da água pluvial.
O intuito do estudo é mostrar quais são os benefícios do aproveitamento da
água da chuva para fins não potáveis?
1.1 O PROBLEMA

1.1 O PROBLEMA

A rápida taxa de urbanização produz um dos principais impactos no ciclo


hidrológico, alterando substancialmente a drenagem e a infiltração da água, além de
gerar impactos como: enchentes, deslizamentos e desastres provocados pelo
desequilíbrio no escoamento das águas.
O intuito deste é como promover o consumo consciente de água potável e
reduzir esse consumo através da utilização da água da chuva para fins secundários?
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo é apresentar a utilização da água da chuva para fins não potáveis,


como: a lavagem de automóveis rega de jardim, lavagem de calçadas, entre outros,
no intuito de reduzir o consumo da água potável em fins desnecessários.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS

Analisar práticas adotadas para a utilização da água da chuva;


Reduzir custo com de água tratada, capitando água da chuva;
Conscientizar a sociedade sobre a viabilidade do aproveitamento da água da
chuva no Brasil;
3 JUSTIFICATIVA

A água é um dos recursos naturais mais importate para a sobrevivência, e


manutenção dos seres vivos desse planeta. A escassez pelo uso irracional desse
recurso natural vem trazendo grande preocupação mundial. Conforme o tempo
passa esse recurso vai se limitando cada vez mais. E nesse cenário de busca de
alternativas para suprir a demanda de água para consumo diário da sociedade, o
emprego da agua pluvial para fins não potáveis, surge como uma das possíveis e
sustentáveis formas de obter agua além dos lençóis freáticos, e superfície dos rios.
O emprego da água da pluvial para usos descriminados em residências,
empresas como, em bacias sanitárias, rega de jardins, limpeza em geral, pode
promover a sustentabilidade dos recursos hídricos, diminuindo a dependência
excessiva das fontes superficiais/ subterrâneas de água potável. Além reduzir a
intensidade de escoamento o escoamento superficial, mitigando problemas de
alagamentos nos centros urbanos.
A utilização da água da pluvial traz benefícios porque reduz a demanda nas
águas de superfície e subterrâneas além de proteger o meio ambiente, economizar
energia e reduzir investimentos em infraestrutura. O uso da água da chuva para fins
secundários representa uma efetiva economia para consumidores, empresas e a
sociedade de um modo geral.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O aproveitamento da água de chuva é feito desde a antiguidade. O primeiro


registro que se tem do uso da água de chuva é verificado na pedra Mohabita, en-
contrada na antiga região de Moabe perto de Israel, datada de 830 A.C., com inscri-
ções de determinações do rei Mesa para que em cada casa fosse construída uma
cisterna para uso próprio. (GNADLINGER, 2000)
A prática da coleta da água de chuva é comum em diversas regiões, princi-
palmente em zonas áridas e semiáridas do mundo onde a escassez se faz sentir de
forma mais aguda. Em zonas com precipitações reduzidas e distribuídas de forma
irregular tem utilizado a captação da água de chuva para o fornecimento de água
para consumo humano. (TAVARES, 2009).
O reservatório historicamente mais antigo é provavelmente a cisterna de
Istambul, na Turquia, arquitetada durante o Império Romano, com capacidade de
80.000 m³ para água proveniente das chuvas. Na África, o registro mais antigo é
encontrado no norte do Egito, com cisternas cuja capacidade de armazenamento
entre 200 e 2.000 m³, muitas ainda se encontram em operação. (WERNECK, 2006)
No Planalto de Loess, na China (Província de Ganzu), existiam cacimbas e cisternas
subterrâneas, revestidas de argila vermelha impermeável, para coleta de água de
chuva há mais de dois mil anos, sendo naquela época fundamentais para a
sobrevivência da população. Nessa mesma época, no deserto de Negev, hoje
território de Israel e da Jordânia, foi encontrado um sistema integrado de manejo de
água de chuva para a agricultura. (WERNECK, 2006).
A civilização maia também deixou registro do aproveitamento da água de chuva em
diferentes tipos de cisternas construídas no subsolo calcário, revestidas com
rebocos impermeáveis, com capacidade entre 20 a 45 m3. (GNADLINGER, 2000
apud CARLON, 2005).
Também há relato dessas pratica na Europa, precisamente em Portugal no
Forte dos Templários, nos anos de 1160 d.C., as águas pluviais já eram utilizadas
para manutenção da sobrevivência.
No Brasil O Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934, decreta o Código das
Águas, que no Título V, - referencia as águas pluviais, em seu artigo 103, preconiza
que as águas pluviais pertencem ao dono do prédio onde caírem diretamente,
podendo o mesmo dispor delas à vontade, salvo existindo direito em contrário.
Devendo ser ressaltado que a Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, regulamentado o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal,
não modificou o artigo 103 do Código das Águas.
Existem Associações Internacionais em prol do Aproveitamento de Águas de
Chuvas, com congressos que acontecem a cada dois anos desde junho de 1982
(Internacional Raiwater Catchement Sustems Association IRCSA).
As conferencias foram sediadas, em 1984, nas Ilhas Virgens no Caribe. Em
1987, na Tailândia; em 1989, nas Filipinas; em 1991 em Tauwan; no Quênia foi feita
em 1993; China em 1995; Irã em 1995; no Brasil em 1999 e a última na Alemanha
em setembro de 2001. Segundo Cohim, Garcia e Kiperstok (2008): “ A captação
direta de águas pluviais nas edificações pode ser considerada como uma fonte
alternativa, reduzindo a demanda dos sistemas públicos de abastecimento”. “A
utilização das águas pluviais é uma ação de responsabilidade internacional, visto o
desenvolvimento sustentável das cidades, preconizado na Agenda do Século 21”
(FENDRICH e OLIYNIK, 2002) Segundo Bruni (1993), a humanidade ainda continua
enfrentando problemas relativos ao abastecimento de água, cometendo os mesmos
erros que levaram as civilizações romanas a declinarem em relação ao
abastecimento de água na época.
A busca por novas, e utilização de técnica do uso de águas pluviais, em
muitas regiões do mundo tem diminuído o interesse para continuidade da pratica
sustentável com o surgimento de tecnologias voltadas ao tratamento e
abastecimento. Já em países desenvolvidos a prática de aproveitamento de água da
chuva vem se destacando, principalmente nas grandes centros urbanos, onde a
demanda de consumo é maior (BONA, 2014). O emprego do aproveitamento de
água de chuva, em termos de beneficio da prática de utilização, deixa de ser
avaliado como uma opção de economia de água nos países, e regiões com pouca
disponibilidade hídrica,tornando-se uma forma de reduzir o uso de água potável para
fins menos nobres, banhos, descargas e pias,como é praticado em Bangalore na
Índia onde projetos de captação vão suprir até 20% de toda água utilizada
(TIBAYUKA, 2008). A construção de novos empreendimentos, tanto públicos ou
privados, residenciais ou empresariais deve atentar durante a elaboração do projeto
executivo formas de implantar a utilização de água da água da chuva e das
chamadas “águas cinza”. Para fins de uso no vaso sanitário, na irrigação dos jardins
e na lavagem de calçadas e demais utilizações externas. (VAGHETTI et. al., 2011)
Em temos de avanços de uso de água da chuva no meio rural no Brasil mais
se destacam os principais programas e atuação de governo nesse contexto. D’Alva
e Farias (2007) registraram histórico breve das mais abrangentes ações de
implantação de cisternas para captação de água de chuva no meio rural do Brasil
nos últimos anos.Em novembro de 1999,no decorrer do evento onde aconteceu
encontro paralelo à Terceira Convenção de Combate à Desertificação e à Seca da
ONU, foi elaborada uma documentação intitulado “Declaração do Semi-árido”,
estabelecendo compromissos de fomentar a sustentabilidade para a sobrevivência
do semi-árido.que posteriormente levou a criação da Articulação no Semi-árido
Brasileiro (ASA) propondo garantir o acesso á água para as famílias rurais do semi-
árido por meio de capitação e armazenamento de água da chuva.

4.1 TIPOS DE SISTEMAS DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA.

Os sistemas para aproveitamento de água de chuva podem ser definidos


como aqueles que captam a água da superfície na qual esta escoa, encaminhando-a
para um tratamento, quando necessário, para uma preservação e posterior uso.

De acordo com Santos (2002), a configuração básica de um sistema de


aproveitamento de água de chuva consta da área de captação (telhado, laje e piso),
dos sistemas de condução de água (calhas, condutores verticais e horizontais), da
unidade de tratamento da água (reservatório de auto-limpeza, filtros, desinfecção) e
do reservatório de acumulação. Podem ainda ser necessários uma tubulação de
recalque, reservatório superior e rede de distribuição.
Segundo Campos & Amorim (2004), estes sistemas dependem de alguns
fatores, podendo ser dos mais simples aos mais sofisticados tecnologicamente, de
acordo com o uso ao qual a água se destinará e do recurso disponível. E os autores
ainda complementam que, os elementos constituintes de um sistema de
aproveitamento de água de chuva estruturam-se em componentes essenciais: área
de captação, calhas e condutores de descida e o reservatório, e dos acessórios:
filtros, freios de água, bombas, esterilizadores de UV, entre outros.
Segundo estudos de Annecchini (2005), a água da chuva sofre perda de
qualidade ao passar pela área de captação, pois acumula sujeira e folhas de árvore,
durante o período de estiagem. Ainda em seus estudos Annecchini (2005), verificou
que quanto maior o volume de água da chuva descartada, melhor a qualidade da
água que será direcionada ao reservatório.
Visto isso, faz-se necessário a utilização de um reservatório de eliminação da
primeira chuva, também conhecido por autolimpeza de água da chuva, um
procedimento simples para remoção dos primeiros milímetros de precipitação que
retém, descartando ou armazenando, a chuva inicial carregada de materiais como
folhas, Tomaz (2003).
O sistema de coleta da água pluvial para fins não potáveis não precisa
necessariamente ser de difícil solução técnica ou de alto valor. O reservatório, na
maioria dos projetos, o item mais oneroso, pode ser de diferentes volumes ou de
materiais acessíveis.
Segundo Frendich; Oliynik (2002) ocorrem dificuldades em construir um
sistema de coleta de águas pluviais em edificações já existentes. O problema está
no reservatório de armazenamento, pois é difícil de instalar um reservatório de
grande dimensão, devido a limitações de espaço. Estes mesmos autores
consideram que qualquer recipiente, vaso ou container pode vir a ser um
reservatório de armazenamento, se atender a três condições básicas:

 Não apresentar vazamentos;


 Ser construídos com material não poluente, para não ocorrer à poluição da
água pluvial armazenada ou propicie o aparecimento de algas;
 Ter uma tampa para evitar a evaporação da água e prevenir a entrada de
sujeiras, e que não dificulte a limpeza do seu interior.
5 METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho será revisão bibliográfica, descritiva e


qualitativa (RODRIGUES, 2007), com análise de diversos trabalhos que
versam sobre o tema “Aproveitamento da Água de Chuva”, este certamente
diminuirá o consumo da água potável acarretando em economia, redução de
enchentes, entre outros.
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

Quadro 1 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do


Trabalho de Conclusão de Curso.
2019 2019
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema.
Definição do problema
de pesquisa x
Definição dos objetivos,
justificativa. x x x x x
Definição da
metodologia. x x x x
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da
fundamentação teórica. x x x x x x x
Entrega da primeira
versão do projeto. x
Entrega da versão final
do projeto. x
Revisão das
referências para
elaboração do TCC. x x x x x x
Elaboração do Capítulo
1.
Revisão e
reestruturação do
Capítulo 1 e elaboração
do Capítulo 2.
Revisão e
reestruturação dos
Capítulos 1 e 2.
Elaboração do Capítulo
3.
Elaboração das
considerações finais.
Revisão da Introdução.
Reestruturação e
revisão de todo o texto.
Verificação das
referências utilizadas.
Elaboração de todos os
elementos pré e pós-
textuais.
Entrega da monografia.
Defesa da monografia.
14

REFERÊNCIAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Água da Chuva:


Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis –
requisitos. NBR 15527. Rio de Janeiro, 2007.

 ACBMAC. Associação Brasileira de Manejo e Captação de Água de


Chuva. Disponível em: <http://www.abcmac.org.br>. Acessado em abril de
2019.

 ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. . Atlas Brasil: Abastecimento


Urbano de Água. Brasília, DF. 2010.

ANNECCHINI, K. P. V. Aproveitamento da água de chuva para fins não


potáveis na região metropolitana de Vitória (ES). Dissertação de mestrado,
Universidade Federal de Espírito Santo, Vitória, 2005.
BELLA CALHA. Disponível em: <http://www.bellacalha.com.br>. Acessado em
fev. de 2019.
BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília: Senado Federal, 1988.

 FENDRICH, R.; OLIYNIK, R. Manual de utilização das águas pluviais – 100


maneiras práticas. 1ª Ed. Curitiba: Livraria do Chain, 2002.

GNADLINGER, João. Colheita de água de chuva em áreas rurais. Juazeiro,


BA: IRPAA, 2000. Disponível em< http://www.abcmac.com.br. > acessado em
abril de 2019.

 GHISI, E. Potential for Potable Water Savings by Using Rainwater in the


Residential Sector of Brazil. Building and Environment, v. 41, 2006.

GROUP RAINDROPS. Aproveitamento da Água de Chuva. Editora Organic


Trading, 1ª Edição, Curitiba, 2002.
15

INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E


SOCIAL. Agenda 21. Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. Curitiba: Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e social – IPARDES, 2001.

 MONTIBELLER A.; SCHMIDT R. W. Análise do Potencial de Economia de


Água Tratada Através da Utilização de Água Pluvial em Santa Catarina.
Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Florianópolis, 2004.

 SANTOS, D. C. Os sistemas prediais e a promoção da sustentabilidade


ambiental. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 2, n. 4, p. 7-18, 2002.
Disponível em: <http://www.antac.org.br/ambienteconstruido/pdf/revista/
artigos/Doc11030.pdf>. Acesso em: 22 mar. de 2019.

 TAVARES, A.C. Aspectos físicos, químicos e microbiológicos da água


armazenada em cisternas de comunidade rurais no semiárido paraibano.
Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade
Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2009.

 TOMAZ, Plínio. Aproveitamento de Água de Chuva para Áreas Urbanas e


Fins não Potáveis. 2º Edição. São Paulo: Editora Navegar, 2003.

 TOMAZ, P. A Economia de Água para Empresas e Residências – Um


Estudo Atualizado sobre o Uso Racional da Água. Navegar Editora, São
Paulo, 2001.

 TUCCI, C.E.M. Águas urbanas. Estudos Avançados, 2008.

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