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História da América II
O vigente resumo tentará exclarecer como o populismo foi algo que ajudou o governo de
Batista e, anos depois, se tornou algo que viria a afastar as massas do poder de Fulgencio.
Parte inicial:
No entanto, para poder incorporar a massa ao seu governo, Mendieta e Batista não se
livraram do sentido de revolução de 1933. Com isso, o autor utiliza o termo "populismo
autoritário" - já que usou a força do Estado junto das reformas para manter-se no poder -
para definir e explicar o regime vigente após o golpe de 1933.
Com o fim precoce do governo de Mendieta, Fulgencio Batista chega ao poder. O mesmo
tinha poucas chances de se manter na presidência. Porém, o mesmo fortaleceu o "pacto
populista" em Cuba durante a emergência da Segunda Guerra Mundial e isso juntou o útil
ao agradável.
Batista não tinha um governo tão distinto daqueles populistas que vieram após a crise de
1929. Afinal, o mesmo se apoiava nas forças armadas que esmagavam qualquer
movimento independente do governo e buscava atender algumas demandas trabalhistas
de operários e camponeses para obter apoio dentre as massas. Assim sendo, graças à essa
"atenção" com o povo, tal regime pode ser chamado de populista; criando inclusive o
Ministério do Trabalho de Cuba. Com isso, o "populismo é sempre uma combinação de
força e persuasão" (p. 4) que Batista usou para conter as massas após os acontecimentos
de 1933.
Por fim, o artigo vem a mostrar como o mundo bipolar criado após o fim da Segunda
Guerra Mundial fez com que o pacto pulista de Cuba enfraquecesse. Mostra também que
apenas os grandes líderes do país recebiam apoios federais craindo uma aversão ao
regime por grande parte das pessoas e um aumento do uso das forças armadas. Isso tudo
junto a outros fatores culminaram na vitória da Revolução de 1959.
Seguindo, algo que fez muito bem ao governo foi a divisão de poder entre a elite civil e a
elite militar criando o "populismo autoritário". Isso fez com que ambos os grupos fossem
favorecidos, algumas demandas populares fossem atendidas e que não apenas os líderes
recebessem vantagens. Com isso, aos poucos Mendieta ampliou o alcance político,
econômico e jurídico do Estado e inflitrou os militares em diversos segmentos da
sociedade da ilha como, por exemplo, a "reserva militar" que foi usada como fura-greves
em 1935. Porém, como era uma forma autoritária de regime, foi declarado um estado de
sítio a greve que realmente ocorreu recebeu punições do governo além de uma repressão
militar que deixou mais de cem mortos. Além disso, foi durante tal estado de sítio que
Batista tomou vários cargos civis para seu exército, apenas aperfeiçoando a política de
Machado que já enviava militares para serem líderes municipais, fechando os vácuos
deixados por Machado e usando o exército como meio de propagando política.
Além disso, mesmo tendo conquistado o exército graças aos olhos fechados para a
corrupção e à Batista, Mendieta perdia a confiança de diversos ministros que se demitiam
pois eram contra esta crescentes das forças armadas no pilar político do país e isso
culminou na sua renúncia. Com isso, Fulgencio Batista finalmente se torna o líder de
estado em 1935.
O primeiro grande desafio de Batista foi fazer com que as massas aderissem ao seu
governo. O mesmo usou das forças armadas como meio de contensão e disciplina, leis
que eram "pequenas reformas" que, na realidade, apenas seguravam o movimento
trabalhista com o ato de ceder algo aos trabalhadores de vez em quando. No entanto, os
líderes do movimento trabalhista logo perceberam o caráter autoritário dessas "reformas"
e alguns grupos como os comunistas já estavam contra o pacto populista.
Seguindo, para não desapontar tais patrões, Batista manda suas tropas para controlar
esses sindicatos. Todavia, para se opor à essa repressão de não possírem mais sindicatos
legítimos, os trabalhadores aumentaram o número de sabotagens e motins. Porém, como
resposta, a repressão ficou ainda maior e até os sindicatos de pequenas usinas foram
fechados e tornados ilegais. Com isso, o Estado de Batista virou algo que não se poderia
mais ser chamado de populista já que ele governava em prol das elites e já que o governo
recebia bastante dinheiro por assegurar o poder dos empresários. Isto posto, o Ministério
do Trabalho ficou cheio de membros apoiadores do governo e as petições dos
trabalhadores eram diversas vezes negadas.
Para finalizar, em relação aos trabalhadores, os produtores de cana estavam numa posição
relativamente melhor pois tinham representantes de classe média nos corredores do
governo central de Havana., chegando até mesmo a ter assentos na câmara dos deputados.
Os mesmos conseguiram manter alguns direitos e ainda tinham poucas obrigações como
apenas ter que bater umas quotas de produção que não atrapalhavam as suas economias;
Já no caso dos trabalhadores do campo, a vida era bem amarga mesmo. Eles tinham
menos meios que os da cidade para se oganizarem e eram mais dispersos, fazendo com
que seus movimentos trabalhistas fossem mais fracos e mais fáceis de serem contidos.
Fica claro que mesmo com suas limitações, o populismo cubano obteve certas melhorias
aos trabalhadores e aos produtores de cana, além de uma (pouco) maior distribuição de
renda. Isto ficou claro na lei de Coordenação do Açúcar e ela era claramente de ideologia
populista, sendo fundamental até 1959. Isto posto, com tal lei, a produção de cana do país
ficou em sua quase totalidade com os próprios cubanos e as usinas nem com 5% desta
produção. Além disso, o governo estadunidense não ligava para essa "falência" das
empresas dos EUA pois os cubanos começavam a aumentar a sua renda e podiam virar
consumidores dos produtos feitos nos Estados Unidos. Com isso, podemos dizer que em
detrimento a alguns donos de usinas e com as alianças político-econômicas (um tratado
de reciprocidade!), os EUA continuaram dominando a economia cubana.
Seguindo, este tratado de reciprocidade ocorreu porque as elites cubanas ainda achavam
que o açúcar seria extremamente importante para as suas economias e assim teriam um
mercado seguro. Além disso e das obrigações da lei de Coordenação do Açúcar, o salário
dos trabalhadores desse meio dependeria do valor médio do açúcar vendido e as empresas
só fizeram isso até 1947, quando graças à Guerra Mundial o preço subiu absurdamente.
Assim sendo, as greves começaram a se alastrar pelo país mas o surgimento de um clima
de Guerra Fria, mesmo antes da derrota do Eixo, fez com que reivindicar algo por parte
dos trabalhadores fosse algo difícil.
Fatores internacionais e internos explicam por que o clima era favorável aos
trabalhadores em 1937. Batista ia se direcionando à esquerda enquanto os líderes pediam
o centro, código do trabalho no ano seguinte, anistia aos presos políticos e o trabalho não
era mais uma questão privada para a Suprema Corte.
Esta ida de Batista para a esquerda pode ser explicada pelo seguinte: pressão de grupos
comunistas, anarcossindicalistas e "Auténticos"; conhecer o regime populista mexicano; a
aliança entre EUA e URSS contra o fascismo junto a proximidade geográfica com os
Estados Unidos. Esta "aliança contra o fascismo" e o pacto populista fizeram com que os
cubanos conseguissem várias reformas em dez anos.
Continuando, após fracassar ao tentar uma aliança com os Auténticos, assim como os
comunistas, Batista tentou se agarra ao povo ainda mais. Legalizou o Partido Comunista
e a rádio do mesmo para que este grupo apoiasse-o, além deles terem que trazer as
massas para o apoio ao governo. Isto posto, os líderes dos partidos de esquerda se
alinharam ao novo "democrata". Com isso, deixou as forças armadas para se candidatar
novamente em 1940.
Além disso, a CTC utilizou a política internacional para evitar que ocorressem certos
abusos aos trabalhadores, ainda mais após o fracasso da greve geral que ocorrera anos
atrás. Com isso, os comunistas se infiltram ainda mais em orgãos trabalhistas e nos
sindicatos para tentar legalizá-los, além de ensinar como combater empresas abusadoras.
Por outro lado, os líderes cubanos começaram a se juntar aos sindicatos, deixando ambos
mais fortes, com o intuito de combater a legislação vigente. Essa união e a vontade de
combater a legislação tornou Cuba "populista" nesse tempo. Isso fez, por exemplo, com
que os trabalhadores do açúcar tivessem diversos progressos nas suas questões
trabalhistas como um salário maior e essa classe unida fez com que tais trabalhadores
fossem fortes o suficiente para pressionar os presidentes populistas da ilha.
Isto posto, Grau San Martín (eleito em 1944) buscou o apoio de antigos rivais que agora
estavam ameaçando um greve geral caso fossem substituídos por Auténticos. Afinal, os
comunistas lideravam um número expressivo de trabalhadores em divesas áreas e ser
rival deles daria um motivo para Batista aplicar um golpe militar. Com isso, Grau cedeu
algumas reivindicações e dividiu o governo com os comunistas.
Com este cenário, a figura de Menéndez volta a aparecer. Após a sua morte, multidões
foram saudá-lo e ecoaram as suas falas de união e solidariedade entre os trabalhadores.
No entanto, a Guerra Fria chegou e a unidade começou a ser destruída afinal a Doutrina
Truman chega à América Latina para ajudar os rivais dos comunistas antes mesmo do
assassinato de Menéndez e, graças a isto, os Auténticos ganham forças para atacar os
líderes sindicalistas e tomar a CTC para eles em 1947 com apoio do governo e Grau.
Com isso, o governo passou a usar a força contra os sindicatos.
Esta desordem causada pelos Auténticos fez com que Batista quisesse voltar ao poder já nas
eleições seguintes. No entanto, ficou atrás dos canditados dos Auténticos e dos Ortodoxos
(partido criado pelo falecido Chibás, que de Auténtico virou rival dos mesmos) e tentou um golpe
de que culminou na sua volta ao poder.
Este governo seria diferente do seu período na década de 1940. Agora ele era aliados dos EUA e o
golpe fez com que a população não o apoiasse como outrora. Além disso, ele eliminou algumas
reformas trabalhistas para conquistar investidores para a ilha. Por outro lado, agora as alianças
com comunistas eram 100% inviáveis para Batista e isso fez com que seu governo fosse ainda
mais turbulento. Ou seja, seu governo dependia das forças armandas e dos EUA apenas.
Batista representou uma volta à política de favorecimento individualista e destruia o pouco que
sobrava do pacto populista, como a CTC e a Associação dos Plantadores de Cana, ao governar
para poucos grupos. Além disso, ele ainda dava cargos a amigos e parentes advogados e
jornalistas para tentar aumentar seu apoio nas mídias afastando os grandes personagens do
populismo que são as pessoas do povo.
Batista continuava mantendo a violência das forças armadas nas usinas e plantações já que não
tinha tanto apoio do povo, além das invasões nas cidades. As usinas começaram a não ligar para
as conquistas trabalhistas por conta de corrupção, desmoralização e violência. Grandes greves e
sabotagens ocorriam. O ministro do trabalho era intransigente. Ou seja, o caos reinava sobre
Cuba.
Os trabalhadores lutavam contra o desemprego e chegavam a apelar para a suprema corte. Isso
incluía lutar contra a mecanização fabril. O golpe de Batista representou a derrota das reformas
feitas até a constituição de 1940. Por haver mais lutas pelos trabalhadores, a repressão feita por
Batista foi maior do que a feita em qualquer outro governo.
Isto posto, em meados da década de 1950, a luta contra a ditadura aumentou. Incluive com greves
que chegavam a meio milhão de participantes de classes média e baixa, incluindo estudantes. Os
grevistas queriam que pagassem os diferenciais, fim das restrições de colheita, aumento do
salário, melhores condições, dentre outras coisas. Paralizaram mais de 15 usinas mas foram
reprimidos e Batista efetuou o "Natal Sangrento" que foi uma grande chacina em diversas usinas.
No entanto, a antigas instituições populistas como a CTC estavam agora nas mãos da ditadura e
dos ricos e agora não representavam mais as classes trabalhadoras, mas sim as elites. Com isso, o
que era populista, deixou de ser. Isso mostra que a ditadura e o clientelismo destruíram o
populismo cubano.