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CURSO CIENTÍFICO-HUMANÍSTICO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Prova escrita de Biologia e Geologia – 11ºAno – Turma C – V1

Ano letivo 2017/2018

Grupo I

As Portas de Ródão constituem um geomonumento de grande beleza, que resulta da interação do rio Tejo com as rochas que
atravessa nesta região. Caracteriza-se por um relevo estreito e alongado (mais de 50 km de comprimento), que se destaca na
paisagem, em especial a crista quartzítica.
Algumas das principais formações rochosas que existem nesta região caracterizam-se, de forma simplificada por:
• Grupo das Beiras – é a unidade litostratigráfica mais antiga da região (pré-Câmbrico e Câmbrico inferior). É formada
predominantemente por filitos e metagrauvaques. Estes são os equivalentes dos grauvaques (rochas clásticas, formadas por
fragmentos de outras rochas), mas que sofreram diagénese no limite do metamorfismo.
• Formação do Quartzito Armoricano – possui cerca de 80 metros de espessura e no topo pode conter marcas de bioturbação,
nomeadamente icnofósseis de Skolithos (pequenos cilindros verticais) e Cruziana (rastos deixados pela deslocação de trilobites
no fundo marinho);
• Ordovícico–Silúrico indiferenciado – inclui rochas variadas muito deformadas, onde se incluem pelitos escuros e que constitui
a Formação do Brejo Fundeiro. Os pelitos são rochas sedimentares detríticas formadas por argilas e siltes, com origem na
litificação de lamas. O ambiente de deposição correspondia a uma plataforma marinha pouco profunda.

As forças tectónicas deformaram as rochas anteriores durante a orogenia Varisca (Hercínica), originando uma série de
dobramentos em resultado do fecho de um oceano primitivo e a formação do supercontinente Pangeia.

Adaptado de: Metodiev, D., et al. (2009) – Sinclinal de Vila Velha de Ródão (Zona Centro-Ibérica,
Portugal): litostratigrafia, estrutura e modelo de evolução da tectónica Varisca. Comun. Geol., 96, pp. 5-17.

1. Com base na carta geológica, a dobra de Vila Velha de Rodão pode ser classificada como ___, pois no seu centro encontram-se as rochas
mais ___ da sequência estratigráfica.
(A) anticlinal (…) recentes (C) sinclinal (…) recentes
(B) anticlinal (…) antigas (D) sinclinal (…) antigas
2. A dobra da figura 1 possui uma direção ___, resultante de forças de ___ com direção NE-SW.
(A) NW-SE (…) distensão (C) NE-SW (…) distensão
(B) NW-SE (…) compressão (D) NE-SW (…) compressão

3. Os icnofósseis e os estratos quartzíticos formaram-se em resultado de uma transgressão marinha, num ambiente _________ .
(A) lacustre. (C) desértico.
(B) aluvial-lagunar. (D) de plataforma litoral.

4. O contacto entre as rochas do Grupo das Beiras e a Formação do Quartzito Armoricano a NE revela uma discordância angular, resultante __
(A) da interseção de um filão quartzítico.
(B) da ação de seres vivos como, por exemplo, as trilobites.
(C) das modificações das condições de sedimentação e um evento erosivo.
(D) de um cavalgamento.

5. A formação da dobra decorreu num ambiente ___, em que as rochas estavam sujeitas a condições de pressão e temperatura ___ às do
momento em que o cavalgamento representado no corte geológico se instalou.
(A) dúctil (…) superiores (C) frágil (…) inferiores
(B) dúctil (…) inferiores (D) frágil (…) superiores

6. Algumas formações rochosas detetadas na dobra de Vila Velha do Ródão foram correlacionadas com a sucessão estratigráfica da sinforma
Amêndoa-Carvoeiro, que já tinha sido caracterizada noutro estudo científico.
Nestes estudos é possível estabelecer uma correlação estratigráfica, com base numa datação _______ .
(A) relativa, baseada no decaimento radioativo dos minerais e no conteúdo fossilífero.
(B) absoluta, baseada na litologia e no conteúdo fossilífero.
(C) absoluta, baseada apenas no conteúdo fossilífero.
(D) relativa, baseada na litologia e no conteúdo fossilífero.

7. As cristas quartzíticas são o relevo que mais se destaca na paisagem de Vila Velha de Ródão. Relacione este aspeto com as propriedades
litológicas dos quartzitos e o seu ambiente de formação.

Grupo II

O fitoplâncton, composto por microalgas, é vital para o controlo do clima. Para além de produzir o O 2 necessário para a
nossa respiração e de constituir a base da cadeia alimentar para a pesca, também desempenha um papel importante no ciclo do
carbono, uma vez que remove cerca de 50% do CO2 da atmosfera durante a fotossíntese, armazenando-o no fundo do mar e
isolando-o da atmosfera durante séculos.
Um estudo europeu denominado Artic Tipping Points (ATP), que contou com a participação do investigador Gareth
Pearson da Universidade do Algarve, mostra que a temperatura da água afeta o fitoplâncton dos oceanos ao modificar as suas
necessidades em nutrientes, como o nitrogénio ou o fósforo. Nos resultados publicados em setembro de 2013 na revista Nature
Climate Change, verifica-se que com o aumento da temperatura há um aumento da síntese proteica, apesar da diminuição no
número de ribossomas e de rRNA.
Esta investigação mostra que o aquecimento dos oceanos irá afetar a utilização de recursos pelo plâncton, o que, por
sua vez, terá consequências nos ciclos biogeoquímicos do planeta, levando a um ciclo vicioso nas alterações climáticas.
Adaptado de Público, 09-09-2013

1.Na cadeia alimentar aquática, onde se localiza o fitoplâncton, os seres que o ingerem são ____
(A) consumidores secundários. (C) produtores.
(B) consumidores primários. (D) decompositores.

2.Durante o processo de obtenção de matéria pelo fitoplâncton, a fonte de carbono é _____


(A) libertada durante a fase fotoquímica. (C) fixada durante a fase química.
(B) fixada durante a fase fotoquímica. (D) libertada durante a fase química.

3.Para que se processe a fase química do processo fotossintético, são necessários ribulose difosfato e
(A) fonte de carbono, ADP e NADP+. (C) fonte de luz, ATP e NADP+.
(B) fonte de carbono, ATP e NADPH. (D) fonte de luz, ATP e NADPH.

4.Os seres que constituem o zooplâncton dependem _____


(A) indiretamente do dióxido de carbono que o fitoplâncton produz.
(B) diretamente do dióxido de carbono que o fitoplâncton produz.
(C) indiretamente do oxigénio que o fitoplâncton produz.
(D) diretamente do oxigénio que o fitoplâncton produz.
5.Os seres quimioautotróficos, como as bactérias que vivem em fontes hidrotermais, têm a capacidade de produzir compostos orgânicos a
partir de ______, utilizando como fonte de energia ______.
(A) substâncias minerais (…) a luz
(B) substâncias orgânicas (…) a luz
(C) substâncias minerais (…) as reações de oxidação de substratos minerais
(D) substâncias orgânica (…) as reações de oxidação de substratos minerais

6.Ordene as letras de A a E de modo a reconstituir a sequência cronológica de acontecimentos relacionados com o processo em que os seres
que pertencem ao fitoplâncton removem e utilizam o dióxido de carbono que existe na atmosfera.
A – Excitação de moléculas de clorofila.
B – Redução de dióxido de carbono.
C – Libertação de oxigénio.
D – Cisão de moléculas de água.
E – Formação de hidratos de carbono.

7.O fitoplâncton, composto por microalgas, é fundamental no nosso planeta dado que intervém em processos como a regulação do clima e a
produção de oxigénio. Relacione o processo de nutrição fotoautotrófica, característico destes seres vivos, com a função por eles
desempenhada nos ecossistemas.

Grupo III

Na praia de Lavadores, a sul do rio Douro, aflora um maciço granítico, que se instalou ao longo da falha de desligamento
Porto-Tomar, sendo visível, por vezes, o seu contacto com gnaisses. O granito apresenta-se de grão grosseiro, evidenciando
fenocristais (cristais de grandes dimensões) de feldspato potássico e encraves (fragmentos) de rochas quer gnáissicas, quer
intrusivas máficas. Os encraves apresentam-se, por vezes, em relevo devido à erosão diferencial.
A Figura 1 representa, de forma simplificada, a relação espacial entre os corpos granitoides – graníticos e afins – e os
locais de ocorrência de caulino (um recurso geológico onde predomina a caulinite – mineral argiloso), associados a uma zona de
fraturação profunda. O depósito de caulino da Telheira, junto a Lavadores, constitui um recurso geológico que, em tempos,
forneceu matéria‑prima para a indústria de cerâmica em Portugal.
Baseado em M. Silva, «O granito de Lavadores e seus encraves», in J. Neiva et al., Geologia Clássica,
Lisboa, Associação Portuguesa de Geólogos, 2010

Baseado em A. Coelho et al., «Depósitos de caulino associados à faixa metamórfica de Espinho-Albergaria-a-Velha»,


Cadernos Lab. Xeolóxico de Laxe, Vol. 34, 2009

1. O maciço granítico de Lavadores apresenta fragmentos de rochas gnáissicas e é cortado por filões. O maciço é mais ____ do que as rochas
gnáissicas e mais _______ do que os filões.
(A) antigo … antigo (C) recente … recente
(B) antigo … recente (D) recente … antigo
2. O maciço que aflora na praia de Lavadores
(A) contacta com rochas características de alto grau de metamorfismo.
(B) possui encraves em relevo menos resistentes à erosão do que o granito.
(C) resulta de um magma que arrefeceu rapidamente à superfície.
(D) apresenta uma orientação perpendicular à falha Porto-Tomar.

3. As plagióclases dos encraves máficos do maciço granítico de Lavadores, comparativamente às do granito hospedeiro, são _______ cálcicas
e terão cristalizado a temperaturas _______ elevadas.
(A) mais … menos (C) menos … mais
(B) mais … mais (D) menos … menos

4. Na região a sul do Porto, ocorrem falhas inversas, as quais se caracterizam por uma _______ do teto relativamente ao muro, em resultado
de um campo de tensões _______.
(A) subida … distensivas (C) subida … compressivas
(B) descida … distensivas (D) descida … compressivas

5. Comparativamente às falhas, as dobras são deformações normalmente resultantes ________ .


(A) de processos lentos de atuação de tensões, em regime frágil.
(B) de processos rápidos de atuação de tensões, em regime dúctil.
(C) da atuação de tensões a temperaturas e a pressões mais baixas.
(D) da atuação de tensões a temperaturas e a pressões mais elevadas.

6. Faça corresponder cada uma das descrições de rochas expressas na coluna A ao termo que identifica a respetiva rocha na coluna B.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

Coluna A Coluna B
1) Basalto
a) Rocha magmática plutónica, com quartzo e plagióclases sódicas. 2) Granito
b) Rocha sedimentar associada a processos de precipitação de carbonato de cálcio. 3) Carvão
c) Rocha biogénica carbonatada. 4) Calcário
5) Calcário conquífero
6) Travertino

7. Explique a formação da caulinite do depósito da Telheira, tendo em conta a composição mineralógica das rochas da região, as deformações
existentes e a ação da água.

Grupo IV

Em 11 de abril de 2012, ocorreram dois sismos, de magnitudes 8.6 e 8.2, na costa oeste da ilha de Samatra, no arco
insular da Indonésia. De acordo com um estudo, os sismos terão resultado da rutura de múltiplos segmentos de um conjunto de
falhas de desligamento, perpendiculares entre si, na litosfera oceânica da placa Indo-Australiana. Os epicentros localizaram-se,
respetivamente, a cerca de 100 km e de 200 km a sudoeste da extensa zona de subdução da placa Indo-Australiana, sob a placa
de Sunda.

1. Os sismos de 2012, na região de Samatra, terão resultado diretamente


a) do movimento vertical dos blocos rochosos ao longo dos planos de falha.
b) de tensões em falhas inversas perpendiculares entre si.
c) de tensões de cisalhamento exercidas sobre os blocos rochosos.
d) do movimento convergente de placas constituídas por materiais de diferentes densidades.

2. Na litosfera oceânica, em zonas de limites divergentes de placas ocorre


a) formação de uma cadeia orogénica de bordadura continental. c) destruição de crosta de natureza granítica.
b) formação de vales de rifte com ascensão de lavas básicas. d) destruição de crosta de natureza basáltica.

3. A atividade vulcânica explosiva, bem presente nos vulcões da Indonésia, estará, geralmente, relacionada com a elevada
a) fluidez de uma lava proveniente de um magma básico. c) quantidade de sílica de uma lava basáltica.
b) temperatura a que ocorre a solidificação da lava. d) viscosidade do tipo de lava gerada nesse contexto tectónico.

4. Os sismos de Samatra originaram ondas L, que


a) se deslocam paralelamente ao raio sísmico e se propagam em qualquer meio físico.
b) provocam movimentos de torção nas partículas e têm origem no foco.
c) se propagam no interior da geosfera e apresentam uma velocidade constante.
d) apresentam grande amplitude e se propagam à superfície terrestre.
5. De acordo com a escala de Richter, a magnitude
a) quantifica os danos causados pelo sismo nas construções. c) quantifica a energia libertada no foco sísmico.
b) varia de forma direta com a profundidade do hipocentro. d) varia de forma inversa com a amplitude das ondas sísmicas.

6. As primeiras ondas registadas num sismograma são


a) longitudinais, provocando a vibração das partículas numa direção perpendicular ao raio sísmico.
b) longitudinais, provocando a vibração das partículas paralelamente à direção de propagação da onda.
c) transversais, provocando a vibração das partículas paralelamente à direção de propagação da onda.
d) transversais, provocando a vibração das partículas numa direção perpendicular ao raio sísmico.

7. Faça corresponder cada uma das descrições relacionadas com a atividade vulcânica, expressas na coluna A, à respetiva designação, que
consta na coluna B. Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.

COLUNA A COLUNA B
1) Domo vulcânico
a) Material piroclástico, muito fragmentado, de pequenas dimensões. 2) Escoada
b) Estrutura arredondada resultante da consolidação de lava viscosa. 3) Lapilli
c) Estrutura originada pela consolidação de lavas básicas em meio subaéreo. 4) Nuvem ardente
5) Pillow lava

8. Na Indonésia, em 2004, ocorreu um tsunami decorrente de um sismo interplacas associado a uma falha inversa. Após os sismos de Samatra
de 2012, foi emitido um aviso de alerta de tsunami. No entanto, apenas se verificaram ondas de um metro junto à costa. Explique o facto de
não se ter formado um tsunami após os sismos de Samatra de 2012.

FIM

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