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Itajubá, MG
2019
Sumário
Introdução................................................................................................................................... 5
O Nível do Mar..................................................................................................................... 15
Tempo de residência............................................................................................................. 20
Temperatura.......................................................................................................................... 21
Precipitação .......................................................................................................................... 23
Evaporação ........................................................................................................................... 24
Ventos....................................................................................................................................... 25
Obras Costeiras......................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 29
Lista de Figuras
Figura 1 - Recifes de corais da Baía de Todos os Santos ........................................................................ 5
Figura 2 - Baía de Todos os Santos, BA, Brasil ...................................................................................... 6
Figura 3 - Mapa da Baía de Todos os Santos com indicação da localização das comunidades de seu
entorno..................................................................................................................................................... 7
Figura 4 - Bacia Sedimentar do Recôncavo Tucano-Jatobá.................................................................... 7
Figura 5 - Geologia do entorno e do fundo da BTS e seção geológica transversal à subbacia do
Recôncavo, mostrando o empilhamento das unidades estratigráficas..................................................... 8
Figura 6 - Mapa geológico da área em superfície ao redor da BTS ........................................................ 9
Figura 7 - Mapa hipsométrico da área estudada - Baía de Todos os Santos e entorno ......................... 10
Figura 8 - Mapa clinográfico da área estudada – Baía de Todos os Santos e entornos ......................... 10
Figura 9 - Mapa preliminar de compartimentação geomorfológica da Baía de Todos os Santos e entornos
............................................................................................................................................................... 11
Figura 10 - Perfis topográficos da área estudada, com respectivas indicações das Unidades
Geomorfológicas ................................................................................................................................... 11
Figura 11 - Sub bacia que abriga a Baía de Todos os Santos ................................................................ 12
Figura 12 - Descarga fluvial média mensal afluente à BTS .................................................................. 13
Figura 13 - Batimetria da Baía de Todos os Santos .............................................................................. 14
Figura 14 - Distribuição de fácies texturais na Baía de Todos os Santos.............................................. 15
Figura 15 - Localização das estações de monitoramento de marés e correntes na BTS. Os números
referem-se à numeração das estações .................................................................................................... 16
Figura 16 - A amplificação progressiva da maré em toda a baía .......................................................... 17
Figura 17 - Registro simultâneo da maré no oceano e em três estações dispostas ao longo do eixo
longitudinal da BTS .............................................................................................................................. 18
Figura 18 - Campo de correntes na BTS a meia maré vazante e a meia maré enchente, em situação de
sizígia, de acordo com os resultados do modelo RMA2 ....................................................................... 18
Figura 19 - Variação vertical dos valores médios e dos desvios padrões de temperatura e salinidade em
três estações (#8, #5 e #4) (Figura 15) alinhadas longitudinalmente à BTS. ........................................ 19
Figura 20 - Zoneamento do tempo de residência na BTS, obtido através de simulação numérica do fluxo
em condição de verão (maré e vento).................................................................................................... 20
Figura 21 - Classificação climática de Köppen-Geiger para a costa Brasileira .................................... 21
Figura 22 - Temperaturas máximas e mínimas médias locais............................................................... 22
Figura 23 - Temperatura média horária................................................................................................. 22
Figura 24 - Precipitação e temperaturas médias .................................................................................... 23
Figura 25 - Médias de umidade em 2019 .............................................................................................. 24
Figura 26 - Balanço entre evaporação (linha) e precipitação (barras) mensal na entrada da Baía de Todos
os Santos................................................................................................................................................ 24
Figura 27 - Rosa dos ventos da Baía de Todos os Santos. a) verão e b) inverno .................................. 25
Figura 28 - Complexo Portuário da Baía de Todos os Santos............................................................... 26
Figura 29 - Principais Características dos Terminais Privados do Complexo Portuário da Baía de Todos
os Santos................................................................................................................................................ 27
Introdução
Conhecida por ser a segunda maior baía do Brasil, a Baía de Todos os Santos (BTS) abriga, em
seu entorno, aproximadamente três milhões de pessoas e está localizada no estado da Bahia nos
contornos de sua capital Salvador, uma das metrópoles mais sustentáveis do Nordeste (BRELSFORD
et al., 2017). Além de Salvador, outros 15 municípios delineiam a baía que é considerada uma das
regiões mais atrativas para o turismo no Brasil pois possui um enorme e riquíssimo patrimônio cultural
e cede espaço para maior festa de rua do mundo: o Carnaval (BAHIA, 2019).
Possui uma rica uma rica e diversificada fauna e flora marinha provindas uma expressiva
extensão de corais (Figura 1), mangues e regiões estuarinas que são fundamentais para o
desenvolvimento econômico local. Além disso, seu entorno é composto por uma zona industrial extensa
que abriga o maior polo petroquímico do hemisfério sul (HATJE; ANDRADE, 2009).
Figura 5 - Geologia do entorno e do fundo da BTS e seção geológica transversal à subbacia do Recôncavo,
mostrando o empilhamento das unidades estratigráficas.
Fonte: MAGNAVITA et al., 2005
Tabela 1 - Índices de dissecação obtidos para a Baía de Todos os Santos e entornos, escala 1:100.000, curso
médio dos rios de 2ª e 3ª ordem identificados.
Figura 10 - Perfis topográficos da área estudada, com respectivas indicações das Unidades Geomorfológicas
Fonte: DE JESUS, 2007
Bacia de drenagem, aporte fluvial e carga sedimentar
A bacia de drenagem da BTS é composta principalmente pelos rios Paraguaçu (contribuinte
majoritário), Jaguaripe e Subaé (Figura 2) que juntos transportam uma vazão média de
aproximadamente 101 m³/s e compõem uma área de drenagem de aproximadamente 60.000 km²
(CIRANO; LESSA, 2007). A BTS está localizada na região hidrográfica do Atlântico Leste na bacia
Itapecuru-Paraguaçu em sua sub bacia Jequiriçá, Paraguaçu e outros (Figura 11) e recebe ainda, nos
meses úmidos, a contribuição fluvial de outras 91 pequenas bacias inseridas na referida sub bacia
(HATJE; ANDRADE, 2009).
A Tabela 2 mostra a distribuição das áreas de drenagem da BTS de acordo com o corpo hídrico
responsável pela descarga e o gráfico da Figura 12 traz a média mensal de toda a descarga fluvial
afluente à BTS.
Tabela 2 - Contribuição da descarga fluvial na BTS por rio
Corpo Hídrico Área de drenagem (Km²) Contribuição (%)
Paraguaçu 56.300 92,13
Jaguaripe 2.200 3,60
Subaé 660 1,08
Outros 1.950 3,19
Fonte: Adaptado de HATJE e ANDRADE, 2009
Figura 12 - Descarga fluvial média mensal afluente à BTS
Fonte: HATJE e ANDRADE, 2009
É possível observar que o aporte do rio Paraguaçu equilibra a média anual com o aporte dos
outros rios, ou seja, enquanto no verão o rio Paraguaçu é o principal afluente da baía e os rios menos
expressivos possuem vazões menores, no inverno a situação se inverte e tem-se o rio Paraguaçu
transportando uma vazão menor do que os outros rios. Uma possível justificativa para esta constatação
é a existência da represa Pedra do Cavalo, situada no rio Paraguaçu à 15km de sua foz, que em épocas
mais secas acabam por verter um volume menor de água à jusante.
Comparado às vazões de maré na saída da BTS, o aporte fluvial medido é considerado pequeno
se comparado com as vazões de maré médias em sizígia, logo, as condições estuarinas são vistas apenas
nas desembocaduras dos rios principais, onde a coluna d’água é bem misturada. No restante da BTS as
condições encontradas são predominantemente marinhas (HATJE; ANDRADE, 2009).
Apesar de 94% da BTS possuir profundidades acima de 25m, nas proximidades à jusante do
Rio Paraguaçu, a reentrância chega a atingir até 70m de profundidade, contudo, conforme é possível
visualizar na Figura 13 (nas proximidades do ponto de medição 18), essa profundidade encontra-se
preenchida por sedimentos (CIRANO; LESSA, 2007), o que justifica a profundidade máxima de 41,8m
encontrada por Tricart e Cardoso (1968).
Figura 13 - Batimetria da Baía de Todos os Santos
Fonte: Cirano e Lessa (2007)
De fato, os sedimentos terrígenos da BTS provem das drenagens afluentes (como a do rio Baué)
e da plataforma continental, por meio das marés, correntes costeiras etc. Através da Figura 13 nota-se
que há predominância de sedimentos mais argilosos (finos) nas desembocaduras dos rios e que, na
entrada da baía, há predominância de areia.
Correntes de Maré
Conforme Xavier (2002), as variações das velocidades ocorrem entre marés de quadratura e
sizígia, mas não entre os períodos de verão e de inverno. As maiores magnitudes foram encontradas nos
canais de Salvador e Itaparica (ver estações #8 e #7) e próximo ao canal de Madre de Deus (ver estação
#15). As marés de vazante são de menor duração e associadas às maiores velocidade de fluxo costuma
ser localizadas principalmente próximo à superfície. A Figura 18 apresenta-se a distribuição da direção
e intensidade máxima das correntes (média na coluna d’água).
Figura 18 - Campo de correntes na BTS a meia maré vazante e a meia maré enchente, em situação de sizígia, de
acordo com os resultados do modelo RMA2
Fonte: XAVIER, 2002
As maiores intensidades de corrente ocorrem na maré vazante, onde o fluxo mais vigoroso
ocorre ao longo do eixo conecta o canal de Salvador ao canal de São Roque e ao rio Paraguaçu, com
uma segunda área de aceleração do fluxo próxima à embocadura do canal de Itaparica se situa ao norte
da Ponte do Funil (Figura 15) (XAVIER, 2002).
Variações nos Campo de Temperatura, Salinidade e Densidade
As perfilagens de temperatura e pressão foram realizadas em dois dias consecutivos, em marés
de quadratura e sizígia pelo CRA (2000). Para o interior da baía, enquanto os valores de salinidade
diminuem gradativamente para o interior, os valores de temperatura aumentam tanto no verão quanto
no inverno, assim como em marés de sizígia e quadratura. As maiores variações longitudinais e verticais
de temperatura ocorrem no verão. Contrário à temperatura, a salinidade apresentou as maiores variações
verticais e longitudinais no inverno, período úmido nas bacias costeiras (LESSA, 2001).
Figura 19 - Variação vertical dos valores médios e dos desvios padrões de temperatura e salinidade em três
estações (#8, #5 e #4) (Figura 15) alinhadas longitudinalmente à BTS.
Fonte: Cirano e Lessa, 2007
Tempo de residência
As variações espaciais na batimetria da baía canalizam fluxos diferenciados de enchente e
vazante. A variação de densidade da água gera direções preferenciais no escoamento residual da BTS.
As zonas de escoamento preferencial de vazante para toda coluna d’água na maior parte da baía, sendo
que algumas regiões, com fluxo preferencial de enchente, induziriam à formação de vórtices (XAVIER,
2002). A porção central da BTS possui um tempo de residência inferior a 1,5 dia, sendo que valores
extremos, entre 5 a 30 dias, estariam restritos às margens de áreas mais internas, como a região entre as
ilhas de Maré e Madre de Deus e o interior da Baía de Iguape (Figura 20) (LESSA, 2007).
Figura 20 - Zoneamento do tempo de residência na BTS, obtido através de simulação numérica do fluxo em
condição de verão (maré e vento).
Fonte: XAVIER, 2002
Padrões climáticos
De acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger é possível notar dois tipos
climáticos na BTS: Clima Equatorial (Af) e Clima Monçônico (Am), sendo o primeiro o predominante
(Figura 21) (KOTTEK et al., 2006). Esta classificação confere a BTS um clima quente e úmido por ser
caracterizado por altas temperaturas e pluviosidade, o que ocasiona elevada evapotranspiração, é comum
em regiões de florestas tropicais, próximas a linha do equador (aproximadamente 10º de latitude). Se
encontra no ramo ascendente da célula de Hadley, na Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que
atua transferindo calor e umidade dos oceanos dos níveis inferiores da atmosfera para os superiores da
troposfera e ocasiona as precipitações nos trópicos (MASTER, 201-).
Os dados a seguir são referentes a metrópole de salvador, admitindo-se que, por se tratar de uma
região pertencente a BTS e de mesma tipologia climática, não há grandes discrepância entre os valores
apresentados e toda a região complementar da BTS.
Temperatura
A gráfico da Figura 22 traz um resumo das temperaturas médias mensais e o da Figura 23 traz
a média horária para o ano de 2019. As maiores temperaturas ocorrem entre dezembro e março e atingem
valores superiores a 30ºC, enquanto as menores temperaturas são registradas entre junho e setembro
tendo uma média mínima de 22ºC. Já em relação as temperaturas diárias, o horário mais agradável (entre
18ºC e 24ºC) se dá no início dos dias, entre 4 e 8 horas.
Ademais, o gráfico da Figura 25 mostra as médias de umidade no presente ano onde é possível
verificar que a região possuí umidades elevadas durante todo o ano e que os meses mais úmidos deste
ano foram exatamente os de maior precipitação média.
Figura 25 - Médias de umidade em 2019
Fonte: Weatherspeack, 2019.
Evaporação
O gráfico das Figura 26, além das médias de precipitação, mostra também a evaporação média
ao longo do ano, assim, é possível notar um balanço positivo ao longo do ano na entrada da baía.
Figura 26 - Balanço entre evaporação (linha) e precipitação (barras) mensal na entrada da Baía de Todos os
Santos
Fonte: Hatje e Andrade, 2009
Ventos
Na BTS há predominância de ventos de ENE verão, com velocidades de até 8,8 (m/s) e de ESE
no inverno, com médias de velocidade menores do que no verão podendo, porém, atingir velocidade
máxima semelhante. Em todo o ano é preponderante a presença de ventos de Leste, conforme é possível
verificar na Figura 27.
Obras Costeiras
Utilizadas para diminuição do processo de sedimentação, amenização dos efeitos de ondas e
variações de marés e proteção das costas litorâneas, as obras costeiras são fundamentais nos processos
e atividades que fazem interface entre o continente terrestre e marinho, principalmente devido ao
aumento da atividade antrópica das últimas décadas, que por sua vez é dada pelo contínuo
desenvolvimento econômico das regiões costeiras. Este desenvolvimento está atrelado não só a fatores
internos e locais como também a fatores externos como o fluxo de mercadorias internacionais por meio
dos portos, que no Brasil são responsáveis por 95% do escoamento e recebimento de cargas.
As regiões portuárias, são bases constantes para a implementação de obras costeiras, que podem
ser realizadas tanto na implementação, quanto na manutenção e ocorrência de processos logísticos de
seus terminais. Todas essas etapas podem ocasionar processos erosivos, modificações na hidrodinâmica
local, entre outras problemáticas que necessitam de obras de remediação e/ou prevenção. Sendo assim,
neste tópico os dois portos presentes na BTS serão abordados e ajudarão a compor, posteriormente, a
problemática da reentrância estudada.
O Sistema Portuário da Baía de Todos os Santos (Figura 28) é formado por dois portos públicos:
Salvador e Aratu, e sete terminais de uso privado (TUP): Terminal Madre de Deus, TUP Ponta da Laje,
Terminal Marítimo Dow Aratu, Terminal Portuário Cotegipe, TUP Usiba, Terminal de Regaseificação
da Bahia e Estaleiro Paraguaçu (BRASIL, 2015).
Figura 28 - Complexo Portuário da Baía de Todos os Santos
Fonte: Elaborado por LabTrans. Brasil, 2015
Figura 29 - Principais Características dos Terminais Privados do Complexo Portuário da Baía de Todos os Santos
Fonte: Elaborado por LabTrans. Brasil, 2015
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