difícil. A separação da mãe ou de outra pessoa querida que cuide dela, geralmente provoca no rebento, diversas sensações associada ao medo, insegurança, tristeza entre outros, oriundo do rompimento dos laços afetivos, capaz de marcar para a sempre a sua vida adulta. Bowlby (1998, p. 234) a esse assunto refere que: [...] provavelmente será difícil conviver e trabalhar com elas, pois não compreendem bem os outros, nem a si mesmas, [...] seus sentimentos de isolamento e falta de amor podem ser extremamente tristes; especialmente nos anos de maturidade, correm os riscos de depressão, alcoolismo e suicídio. O rompimento dos laços afetivos, principalmente, durante esse período pode ser extremamente prejudicial, já que a criança precisa da presença materna, não se refere exatamente somente a mãe biológica, mas, a pessoa que cuida do infanto na falta da mãe, a quem ela estabeleceu um vínculo afetivo e social. Ao se ver longe da pessoa querida, pode causar no rebento sofrimento imenso de insegurança como já mencionado, aliado ao sentimento de abandono, em que geralmente se sente perdida num meio totalmente desconhecido para ela. A ignorância dos pais e o descaso das instituições infantis no caso da creche, em compreender esses aspectos tidos como de fundamental importância, pode trazer graves interferências para o desenvolvimento infantil, que pode ser caracterizados desde as simples até as mais complexas. Sobre esse assunto Bowlby (1982, p.66) nos elucida que: É comprovadamente produtivo considerar muitos distúrbios psiconeuróticos e da personalidade nos seres humanos como um reflexo de um distúrbio da capacidade para estabelecer vínculos afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância ou de um transtorno subseqüente. [...] aqueles que padecem de distúrbios psiquiátricos – psiconeuróticos, sociopáticos ou psicóticos manifestam sempre deteriorização da capacidade para estabelecer ou manter vínculos afetivos [...] Esse quadro mencionado acima parece demasiadamente assustador, mas, mostra o quanto o afeto é essencial para a vida principalmente na infância. Onde é alicerçado todo o equilibro emocional e social do rebento que carregará para a sua vida. Uma vez que implicará na formação do caráter. A falta de sensibilidade vinda por partes das educadoras que trabalham na creche durante esse período são como principais fatores determinantes que pode interferir negativamente nessas dimensões. O choro, birra, que a maioria das crianças fazem nesse tempo, resulta na falta de paciência das professoras, que muitas vezes levam a agir por impulso e elevar a voz rigidamente contra essa pobre criança, que talvez esteja pedindo socorro pela ausência de carinho da mãe. Outro fator que pode interferir é o privação da criança se relacionar de maneira espontânea com seu grupo, ser impedido de ver o seu irmão, que esta em outra turma.
Considerando a análise da pesquisa de campo durante
os cinco anos em que eu trabalhei na função de pajem na antiga creche e reflexões a partir dos referenciais e aulas do curso de psicopedagogia, pude perceber que muitas crianças sofreram bastante para conseguirem se adapatar a nova realidade. Isto é, a conviver com pessoas estranhas num ambiente totalmente diferente do que estavam até, então, acostumadas. Houve crianças que ficaram doentes por não comer e nem beber nada, exceto água, durante esse árduo período. Por passar quase o dia inteiro aos prantos de choro e pedindo pela mãe. Na minha turma entrou uma menina com dois anos de idade, filha única, que somente se relacionava com pessoas adultas. Para ela o período adaptativo foi de quase dois meses, onde chorava incansavelmente e bebia somente água. Seu rosto resplandecia a sua aflição, e o desespero a consumia a cada dia, até que ficou doente. Todavia, mesmo assimcontinuou frequentando a creche onde o medicamento era administrado pelas profissionais da instituição. Cenas que até hoje me emociona ao lembrar. Também houve relatos de alguns pais que foram obrigados a tirarem os filhos da instituição porque estavam ficando traumatizadas de tal forma, que entravam em desespero só de passar perto aos finais de semana em que a creche encontrava fechada. O rompimento temporário dos laços afetivos das mães ou pessoas que eram apegadas fazia com que muitos infantis mudassem de comportamento, às vezes tornavam mais sensíveis e/ou agressivas. Atitudes percebidas tanto pelos pais como pelas “tias” da creche. Profissionais que apesar de serem más remuneradas e de não terem capacitação adequadas para trabalhar com crianças na época, eram na sua maioria pessoas dedicadas que desempenhavam seus trabalhos com responsabilidades e muito carinho com os rebentos, pessoas essas dignas de muito respeito. Algumas continuam até hoje exercendo o mesmo trabalho na chamada nova creche Portanto, diante desses relatos acima mencionados se percebe a importância da atuação do psicopedagogo com mediador desse maravilhoso trabalho na educação Infantil em todos os âmbitos de aprendizagem, referente ao relacionamento interpessoal e intrapessoal entre os profissionail da instituição. Que tem o papel de oferecer apóio e segurança as crianças nesse período juntamente com orientações aos pais. Trabalha de forma preventiva ou terapêutica através de uma equipe multidisciplinar após uma análise de todos os aspectos implicadores para um diagnóstico coerente, que vai além do espaço escolar, a fim de amenizar os sofrimentos causados pelo o rompimento do lado afetivo e social inesperado aos rebentos nessa fase de adaptação. O psicopedagogo é um profissional que trabalhava com uma visão holística partindo da queixa problemática, que não fica meramenta limitado as paredes de uma escola ou as necessidades físicas de uma criança. Mas, o que abrange as suas outras dimensões: como o afetivo e social que deve ser igualmente contemplado, já que somos um todo. Acredito que tanto naquela época, como hoje o trabalho de um psicopedagogo competente numa instituição infantil é capaz de contribuir de forma satifatória e eficaz para diminir os sofrimentos dos rebentos, decorrentes dessa fase adaptativa que pode acarretar desequilíbrio para a vida adulta, de maneira a contribuir significadamente para o equilibrio harmônico entre todos os aspectos da vida. Assim, constituir uma sociedade mais justa com uma educação de qualidade desde infância.