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PTE Real oT Col 18) (= que consagrou o meést Henri Cartier-B eames : Co Ce etre ee eet ee tea ay Peer saree eres Sc ee Ie UV eae cae - ee = = r ' eee ese ee brea cra Ereercn ace gale Yongnuo Ring Light YN6OB Pe Ultra HO e Full HI = Nikon Coolpix P1000 3) _SUPERZOOM com 200M OTICO. 7 DE 125X + Video em 4K Ultr Kit Camera Instanténea Fujifim Instax Mini 9 + Bolsa Especial «Filme com 10 fotos. @ Tripés Manfrotto Cartées de meméria Co. ANGEL EQUPAMENTOS FOIOGRARCOS . 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ENTRE EM CONTATO CARTA AO LEITOR air ua para fotografar é sempre um praze, em qualquer cidade de < 24 cualquerlugardo mundo. Quando | \ijamos e caminhamos porruas que nunca vieos antes 05 olhosfcam mais agurados. Tudo énovidade. Ecenasincrvis podem surgi ante dos olhos, mas nem sempre 6 possivel enquadré-las no momento cetto, do jeto que imaginarnesJ8 perdi muitos desses "momentos decisivos" — concetoatribuido ao mestre Cartier Bresson, mas que ele nega solenemente (liana edigho 240 de Fotograte 2 ‘entrevista péstumar que iz com ele Bresson ald, € a propria encarnacio da fotografia de ua, o eter flineur 4quaseinvsivel com sva Leica a espreitar 0 istaides pela cidade. Como ele, si0 muitos 0s fotdgrafos que passaram a vids com os olhos no diaa dia urbano, alguns no total anonimato até {ue suas obras fossem descoberts, cas0 da baba americana Vivian Maier, exploradora das vias de Chicago com uma Rollfix a racoo (lia aincrvel histvia dela na edicdo 216 de Fotografe) ‘Mesmo quando ndo saims 3s ruas para fotograar, muita vezes aimagem se apreseta dante do olharpecind pora ser regitrada, Em outros tempos, 6 me restava lamentar"caramba, se tvesse com a cimera agora. Hoje, basta sacar o smartphane do balsa e ter agjiidade para que nenhuma cena sea perc, sana minha visio, a maior vantagem do aparehar estar sempre disponivl para que © momento nao sja perdido “Aconteceu néo faz muito tempo comigo passando pelasruas do Bris, barro de cométio forte na cidade de Sdo Paulo. De repente, 20 var uma esquina, Geparei:me com um caregamento enorme de manequins de loa ote acima). Nao fosseo smartphone, a cena estara apenas ra memoria, pos justamente naquele dia a minha machila nao estava no carro — nla cartego semore a compacta Canon G1X, minha companhira de (quase) todos 0s dias desde 2013 ‘Amatéia de cpa desta edicio, escrita pelo JomalisaErco Elias, reine quatro especaists no que (0 ringos chamam de street photography. Confira os que eles tem a dizer sobre esta que é uma das mois delciosas areas da fotografi. Soa letra Sérgio Branco Diretor de Redacao branco@europanet.com.br EDICOES DIGITAIS Euroclube we r aSue* wreangah on UoLBanca Liagio GRaTUITA FALE com a REDACAO SITEEDITORA EUROPA ee a 0800 8888 508 (17) 3038-5114 europanet.com.br “Mis Banca GRANDE SAO PAULO SITE REVISTA FOTOGRAFE ica (11) 3038-5050 FOTOGRAFE@EUROPANET.CON.BR fotografemetho.com.br books NA COMPRA DE UM EQUIPAMENTO FUJIFILM VOCE TEM 1 ANO DE GARANTIA OFICIAL FUJIFILM + 1 ANO DE GARANTIA ESTENDIDA PORTSSAR COMO CORTESIA EQUIPAMENTOS NOVOS E USADOS COM PREQO JUSTO E TOTAL GARANTIA ASSISTENCIA TECNICA OFICIAL FUJIFILM WWW.LOJAPORTSSAR.COM.BR VISITE 0 NOSSO NOVO SITE Canon ©] GRANDE ANGULAR Comédia da vida selvagem ‘A imagem vencedora, de Sarah Skinner, ‘mostra brincadeira de um filhote com tum ledo adulto em Botsuana, Africa Imagem de lontra desajeitada que deu a Harry Walker os prémios dda publica e Olympus Criaturas Aquaticas BY Foroarafe Methor re 279 fotégrafa briténica Sarah Skinner foia grande vencedora do Comedy Wildlife Photography Awards 2019, concursa voltado a fotografias engracadas de vida sselvagem. A imagem vencedora foi feita ‘em Botsuana e & intitulada "Agarre a vida pelo ..", Mostra o momento em que um filhote e um lego adulto estao brincando,, ‘deixando em suspense 0 que aconteceu ‘depois ~ a imagem de Sarah também sganhou 0 prémio Criaturas da Terra 36 o prémio do publico foi pare o americano Harry Walker, por foto que flagra uma lontra levemente confusa, realizada no Alasca e inttulada "Oh My’. ‘A imagem também ganhou o prémio Olympus Criaturas Aquaticas, provando ser igualmente uma das favoritas do jar. Entre as outras imagens vencadoras esti a do croata Viado Pirsa, intitulada ‘Desacardo em Familia, feita na Croacia ce que retrata dois passaros que pparecem discutir,a melhor na categoria Criaturas do Ar. A fotégrafa Elaine Kruer foi vencedora do prémio Portfdlio, por conjunto de quatro imagens que retratam a relacdo amorosa de esquilos na Africa do Sul (Outros 11 fotografos tiveram imagens consideradas como altamente recomendadas:Tilakra Nagaraj, Corey Seeman, Geert ‘Weggen, Tom Mangelsen, Mike Rowe, Alastair Marsh, Martina Gebert, Eri Keller, mar Weiss, Roi Flagrante do que parece uma discussio acalorada deu a Vlado Pirsa 0 prémio. Criaturas do Ar Relacio amorosa de esquilos na Africa do Sul, em série de Elaine Kruer, vencedora do prémio Portfolio Galitz e Thema Garcia Laseca. 0. Comedy Wildlife Photography ‘Awards 2019 recebeu cerca de 4 mil inscrig6es de 68 paises. O concurso 6 global, online e gratuito. Tem como principal meta fomentar @ conservacao da vida selvagem, Fotografe Melhor né 279) ©] GRANDE ANGULAR FoIoDelves NA MIRA DO CHEFE Encontros de autoridades esto sempre cercados de ceriménias e de contengées corporais. Para obter uma imagem com grande carga informativa é preciso estar por dentro dos acontecimentos e, 20 ‘mesmo tempo, ligado nas feicBes e gestos dos personagens em cena. Gabriela Bil6, fotojornalista de O Estado de S. Paulo baseada fem Brasilia, conseguiu esse feito 20 registrar o encontro de Jair Bolsonaro com dois de seus principais ministros, Sérgio Moro e Paulo Guedes. Bilé capturou 0 momento em que Bolsonaro brincava ‘com Moro, apontando para ele 0 dedo de uma maneira que faz recordar sua tradicional pose de arminha. Moro esté cabisbaixo, em uma posi¢go submissa, Brincadeira entre presidente e ministro gerou foto inusitada de Gabriela Bild enquanto Guedes olha para ele sortindo. A cena da a entender, simbolicamente, que o presidente faz um gesto de executar seu Ministro da Justica. Foi realizada em um momento em que comentaristas politicos diziam que a relagdo entre (08 dois passava por alguns atritos e Bolsonaro fazia questo de afirmar sua posico de mando. ‘A imagem viralizou de maneira instantanea, gerando debates entre apoiadores e opositores do presidente e muitos aplausos para o trabalho da fot6grafa. "Logo depois de fazer a sequéncia, iguei para a redagio avisando que acrecitava ter conseguido uma boa imagem para © contexto politico do momento. Nao imaginava que seria a foto de capa, pois a gente nunca sabe o que os colegas estdo fazendo e se a nossa foto é a melhor. Fiquei muito feliz com a repercussao’, relata Bild ECOS DE UMA REVOLUGAO ESQUECIDA 3 ‘Acima e ao lado imagens presentes em exposicao sobre Revolucéo Esquecida Uma exposigo do coletivo Garapa, em cartaz na Casa da Imagem, em Sao Paulo (SP), permite revisitar um conflito ‘ocorrido na capital paulista no inicio do século 20. Intitulada “Sob ‘Ataque’, a exposicao parte de imagens da Revolucao Paulista de 1924, também conhecida como Revolucdo Esquecida. A revolta fol iniciad no dia $ de julho por militares descontentes com a crise ‘usave Prgrer BY Foxografe Melhor ne 279, econémica e os umas politicos do Brasil Perdurou por 23 dias de bombardeios, que atingiam principalmente a populagao civil ‘Ao se apropriar de imagens desse conflto para retrabalh-las © a0 criar novas imagens baseadas ‘em seus acontecimentos, 0 Garapa promove uma reflexao acerca do presente. O conflto se deu em tomo da regio préxima a Estacio da Luz hoje conhecida como Cracolandia, que tem sido avo de bombas reais e simbélicas, utlizadas na repressao dos Usuarios de crack. mostra fica aberta atéo dia 12 cde marco de 2020, ‘A Casa da Imagem fica na Rua Roberto Simonsen, 136, no centro de Sio Paulo. MORRE ROBERT FREEMAN, FOTOGRAFO DOS BEATLES Imagem que gerou a capa do album With the Beatles, de 1963 em um hotel, ele usou apenas a luz lateral de uma janela. Como todos 60s integrantes vestiam fotégrafo optou por fazer 0 fotografo brritanico Robert Freeman, a captura com filme P&B. A luz lateral Relate de Robert Freeman, que conhecido como fotégrafo dos Beatles, —_criou sombras nos rostos, gerando uma morreu aos 82 amos morreu 20s 82 anos de idade em 7 de sensacao sombria, A imagem ganhou novembro de 2019, A historia de sua ‘© mundo junto com os Beatles. Depois relacdo com a banda remonta 0 ano disso, Freeman trabalhou intensamente de 1963, quando o grupo comecava com a banda até 1965, gerando novas fa despontar. Freeman fez as pressas capas marcantes para os dlbuns A Hard ‘a imagem de capa para o LP With the Days Night, Beaties for Sale, Help! @ Beatles, langado no mesmo ano, Feita Rubber Soul SystemGoPlus TRIPE VERSATIL COMPACTO PARA VIAGEM =) BENRO’ Let's go! *Coluna central versatil *Leve e resistente, com liga de magnésio *Maior estabilidade *Conversivelem monopé +Ideal para longas exposicées, macro-fotografia e fotos em dngulo baixo + Acompanha bolsa para transporte Distribuidor exclusivo: wwnwtecnocroma.com.br- tel:(11) 3258 2332 ©] GRANDE ANGULAR FUJI APRESENTA A g MIRRORLESS X-PRO3 A Fujifilm ancou a X10, mires com sensor CMOS de 26 megapivels dotada de um Modelo visor hibrido, 6ptico e eletrénico, mantémo projetado para funcionar como sual ete tum visor de telémetro.O modelo Sagaug tem corpo vedado contra cone intemperes eest8 montado ——_intempéries sobre bate de tno, Na parte taser, a X-Pro3 conta com um monitor ‘empresa, como Provia e Superia basculante de 3 polegadas ‘O modelo oferece também, ‘que, quando fechado, exibe as captura de video em resolucdo ragulagens e otipo de“filme” 4k 30p, traz conexes Wi-Fi selecionados —jé que existem ose Bluetooth e esta disponivel mods de captura baseados em em duas versbes. Na verso filmes cléssicos produzidos pela tradicional preta, chega com 0 valor de US$ 1.800 no mercado dos EUA, enquanto na versio DR, com acabamento resistente a arranhoes, esté disponivel nas cores preta e prata e custa US$ 2,000. Nao ha previsdo ainda de vvenda no Brasil, Peers UMA LENTE PLANA E UM LENTE Ail apresentou o novo drone Mavic Mini, menor e mais leve modelo pproduzido pela marca, com apenas 249 gramas, 0 peso do produto tem ‘emvista a legislagdo americana, que, assim como a brasileira, dispensa Co registro de drones com menos cde 250 gramas junto & agéncia de: aviagao responsavel (© Mavic Mini ter camera com sensor de 12 megapixels e grava videos com resolucéo de até 27K ‘em 30p ou full HD em 60p. 0 ‘médulo da camera € mentado em bbase com ts eixos, permitindo grande mobilidace. A Dil garante ue o Mavic Mini oferecera até 30 minutos de tempo de voo para 0 ‘modelo, que conta com Wi-Fi e GPS comm aleance maximo de 4 km em ‘reas abertas. © Mavic Mini chega ao mercado dos EUA custando USS 400, apenas ‘drone, € US$ 500, avendo, acompanhado dos acessorios € de duas baterias sobressalentes. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Utah apresentou uma grande inovagao fem éptica a0 desenvalver um novo tipo de lente plana com apenas dez microns de espessura, tornando-a mil vezes mais fina que as lentes ‘comuns~e, aparentemente, sem sacrficar 0 desempenho. O avango esta sendo comemorado principalmente pare aplicagao fem drones e fotografia movel ~ ppoclem substtuir a ptica atual dos smartphones, perritindo que os fabricantes tenham um conjunto de camera e lentes ainda menores Comparado com os elementos milimétricos no interior do novo sistema de camera tripla do iPhone 11 Pro, o professor Rajesh Menon diz que a lente desenvolvida na universidade & "20 vezes mais fina que o cabelo hhumano, mas 0 desempenho pode ser tao bom quanto 0 das lentes convencionais". Menon e Co restante da equipe chegaram & = nova lente usando microestruturas ee Em vez de um grande 3 elemento curvo, hé mihares de { microestruturas que, juntas, focam Detalhe da lente ultrafina desenvolvida nosEUA a luzem.um sensor de imagem no ‘mesmo grau das lentes traccionais rmaiores e mais grossas. Voc pode pensarna microestrutura como pixels muito pequenos de uma lente, pia o professor. A equipe ‘eve que desenvoher um processo Ge abrcacBo com um novo tipo de polimeroe algortmos que pudessem calulara geometria das ieroestrturas para que focaizassem a luz adequadamente. 0 resuitado uma lente que pode ser feita de plistico para reir os custos. hia Refletor Cob LED de Tra EA a dimerizavel! ® we mm anakostore.comor Elet X47 3641 6908 » Mako =: G mako.tighting STORE yy ime nersi MREVELE-SE Ponte para as estrelas Vict 13 tb corheio como Vo do (0) beets tents ree dear :09 mers extenfa rag en 1078 ora dto fore da Aaa otecero do murda. Tem se torn bor te orale auvsaursiee aR Vespa Caren nad eva Tiga noo Grande Goa oar ss ora Gti Sato fea eto ds Vase pate sap aca Bol oct ora V Autor: Gustavo Barreto ¥ Cidade: Porto Alegre (RS) \V CAmera: Canon EOS 6D \V Objetiva: Canon 24-70 mm Y Exposigao: f/2.8, 205 ¢ ISO 3.200 ——- As brumas das Missdes ¥ Autor: Edegar Cavalheito, ¥ Cidade: Santo Angelo (RS) roogatewehor 279 BEREVELE-SE Vermelho teatral ‘oma cdmera no tripé, Théo Bortolin se posicionou lateralmente ao Theatro Municipal de So Pav, 4 um cartio-postal da cidade dif de fotogratar a4 Cobertura ampla, Peron RR ccs rr Facil de contratar, Brent intnten eer Crreiir Pra a Con eae ors Are 11 3259-2244 kertzmann@kertzmann.com.br eee ee reo et meio) O DESAFIO DO TELEMETRO ‘Apesar de ser uma cémera bsica, a Electro 35 vinha com 0 sistema de foco por telémetro, usual nas rangefinder da época,visivel no visor como uma “mancha’ amarela, Quando a objetiva esta desfocada, lenxerga-se uma imagem dupla. Deve -se entéo girar 0 anel de foco até que {as duas imagens coincidamy, formando uma sé —0 que indica foco perfeito. Nao 6 preciso dizer que os fotégrafos iniciantes tinham grande dificuldade ‘em regular 0 telémetro, um sactificioa ‘cada novo enquadramento. Um pouco mais tarde, a Yashica langou © modelo Electro 35 MC (menor que a Electro 35) na qual o telémetro foi substituido por um sistema por zona com trés simbolos = busto, pessoas e montanha— visiveis no visor. Bem mais pratic, mas nada que se pereca coma eficiéncia do telémetro, desde que corretamente usado. 0 foco por telémetro era ‘operacional mesmo em situacées de baixas condicbes de luz e dava 8 Electro 35 uma ritidez comparavel a das cameras profissionais. ambém favorecia o uso com pouca luz a excelente luminosidade da objetiva 1717, os indicadores luminosos de exposido, mais uma grande novidade, a iluminacao propria AYashica Electro 35 foi fabbricada ate 1975 ¢ teve as versbes G.GS, GT GSN eGIN do contador de exposigéo, que acumulava também a fungao de indicador de carga da batera ‘Ap6s 0 langamento,a Yashica Electra 35 ganhou novas versées com algumas mudancas em relaggo 20 original como os modelos G (1968) GS, GT (1970), GSN e GIN (1973). Ela durou até 1975, quando perdeu espace interesse no mercado com o surgimento das cémeras compactas eletrnicas com autofoco. ° (ornerretsscrety Até o final de 2019, a cada edicio de Fotografe, uma ‘camera que marcou épcca na fotografa sera destacada nesta sseg80 com um breve hist6rico, ‘Ao mesmo tempo sera lancada a caneca da Coleco Cameras lissicas com modelo do mes, Para adquirit esse produto exclusiva, acesse: wwuw.colecao camerasclassicas.com.br, YONGNU® Ultra-thin LED 7 Luz de LED | para video YN300Air | ' SAN Ete} Luz LED de beleza “a Paixao pela a SU) sal CJ eT eR Wek ni ex-agente da Policia Feder 4 1Ca CoM) [cmsteme (eC cacy registrar a vida selvagem Y ) by eB a 2 eee Cee) autoria do conterraneo Luiz Claudio Marigo Reenter eee ee ee eee ee ee ee as Cee eee tcr) 2 qual passou 2 se dedicar totalmente a partirde cord na quel ele se segurou firmemente para seit Eee ee ee do fundo do poco depots de um drama que marcou pee ce ese eee Pee segmento, lembra as imagens de animals ivestres agente de um grupo especial da Policia Federal e eee tee tee Peco he See c eee Ste ae eee eee ne ates ees ea are Res Re ee ee ee igor) ty a he A Cau in eter tar ee ee os Saree ee, Ss sbelapehteioles pee tere age ee ee Cre mens) _adaptacso, que é continua, Mais um desafio a nee eee ee mene epee Peecrert Neresciett Prey ety pea Peery eee Pier PAIXAO AO PRIMEIRO SAFARI Além de Marigo, do qual ting, © ‘Acima, pér do sol iNhava os artigos tipico na savana afticana com um gnu em primeiro. plano; abaixo, detalhe de elefante no Parque Nacional ‘Amboseli, no Quénia FOTOGRAFIA DE NATUREZA umes) referéncias, ma ene marcantes € Rene rcul Luiz Claudio TEM} NOI) ee ete Dru hae) tografe Melhor ne 279 6 preciso criar um estilo préprio e ter uma postura de muito respeito pela natureza, prezar a ética acima de tudo, pois so assim © trabalho é pleno’, comenta. ‘Ainda longe do prafissionalismo, ele partiu para o primeiro safari em 2011. Levava uma cdmera compacta Nikon com superzoom, equipamen pratico, leve, mas que lo ria nao ser to adequado quanto imaginava. Era realizagao de um sonho viajar pela Africa do Sul, naquele clima de fllme da sesso da tarde: veiculos 4 x 4 cruzando a savana, onde leses, elefantes, leopardos, zebras e rinocerontes estavam ao alcance de um disparo certeiro no foco da teleobjetiva. A experiencia no Parque Nacional Kruger, regio norde: sul-africana, foi muito marcante. “Veio luma vontade louca de ficar por Ia conhecer mais paises africanos, estudar afar muito’, recorda. Coma aposentaderia compul PF em 2014, comegou a pensar em ser um profissional de fotografia, Passou a se dedicar muito, a praticar mais, a estudar @ a pesquisare, claro, a viajar tanto pelo Coleg Peet or peered Brasil (Pantanal e Amaz6nia) quanto para o exterior. Em 2016, rodou 4 mil km pela Namibia, costa oeste da Africa, tendo fotografado no Parque Nacional de Etosha e na zona litoranea, ‘de onde Amyt Klink ppartiu em 1984 para atravessar 0 Atlantic sazinho num barco a remo’, lembra ele, Com os amigos fotégrafos Eduardo Campos, Frederico Sotero e Stephano Pirozi fez uma expedicao ao Quéniae& ‘Tanzania em 2018, exploranda 2 regio dos pparques Masai Mara, Amboseli e Samiburu Foram 20 dias percorrendo estradas e trilhas para fotografar guepardos, bufalos, babuinos e girafas. 8 em 2019, retornou 20 Quénia com um grupo de cito pessoas para registrar um dos grandes espetaculos do planeta no Masai Mara: a migracao de 1.2 milhio de mamiferos quadripedes (anus, zebras e antilopes) que se deslocam para a Tanzania por causa do periodo de ‘chuvas, uma jomada de cerca de 1.000 km. E.a famosa travessia do Rio Mara, quando los, lees, leopardos, uepardos & hienas ficam & espreita para o banquete. No alto, ataque de um crocodile a uma zebra na travessia do Rio Mara, durante a grande migracio de nimais da Tanzania ppara 0 Quénia; acima, criancas da vila de Kamanjab, na Namibia Fotografe Melhor ne 278 FOTOGRAFIA DE NATUREZA ‘cima, tubarées fotografados no Havai: Julius Dadalti ‘mergulhou em’ ‘apneia para fazer as imagens BA] ctcarate Melhor #279 ATE DEBAIXO D’AGUA Formado pela Escola de Offciais dda Marinha Mercante, em 1992, foi fazer faculdade de Oceanografia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UER), mas deixou-a no sexto periodo a0 ser aprovado no concurso da PF."A agua tem uma presenca forte na minha vida. Entdo, me dedico também a fotografia subaquatica’, explca ele, que, em 2018, foi ao Havai, EUA, mergulhar ao lado de tubar6es e tartaruigas marinhas. Mais recentemente, em outubro de 2079, viajou para 0 arquipélago de Tonga, também no Pacifico, para registrar as baleias jubarte na itha de Vava'u. “Minha primeira camera foi uma Pentax Spotmatic herdada do meu pai, as 15 anos. Ele também foi meu primero professor, dando dicas de composigao, luz.” recorda Dadalt, que ¢ flho de Jomalistas. A me, a mineira Solange Dadalt esteve por 50 anos em redac como Jornat do Bras, Radio Roquete Pinto e Agéncia France Presse (AFP).O pai, 0 alagoano Paulo Granja, comecou ra United Press International (UP) e fez carrera no Jornal do Brasil, onde chegou a editor-chefe. Hoje, Julius Dadaltitrabalha com duas Canon £05, 2 5D Mark V ea 7D Mark I No jogo de lentes, conta coma fish eye 8-15 mm 1/4, a zoom grande angular -35 mmm /28, a verstil 24-70 mm f/28, a telezoom 100-400 1/4 5-5.6 a tele fxa 300 mm f/2.8 e asupertele 500 mm f/4 ~além de um teleconversor1.4x fitros ‘cima, baleia jubarte registrada na ilha de \Vava'u, em Tonga: 20 lado, guia afticana ‘em acio no Lago polarizadores e de densidade neutra fotos no Lightroom: Na ‘mesmo de paisagens', informa, 10 voltar para 0 Quénia, depois seguir para Ruanda, Uganda e Tanzania, nessa ‘ordem, Botsuana, Zimbabue e nbia devem ficar para 2{ ainda planeja retornar & Namibia depois vsitar Etiépia, Sudao, Mogambique e Zanzibar. Mas 0 Brasil também esté no roteiro: estava terminando o planejamento para ir 4 Amazénia. O Pantanal Sul esta no roteiro de 2020, assim como os sertées de Minas Gerais fe da Bahia, “Preciso manter a alma bem alimentada’, diz = Fotografe Melhor né 273 ML VIDA DE FOTOGRAFO Dt Ned Foco na inclusao POR LIVIA CAPELI Maria Paula Vieira, profissional cadeirante, supera as limitagdes fisicas e encara a rotina de registrar ensaios de criangas e de sensualidade com viés inclusivo Ell eset chor re279 adeirante desde os 13 anos, aos 18, Maria Paula Vieira decidiu posar para um ensaio fotogréfico para elevar a autoestima. A experiencia mexeu coma cabeca da entio caloura de Jornalismo que praticava fotografia fa faculdade enquanto arquitetava um olhar mais voltado a diversidade, Entre os proprios medos e receios, percebeu que poderia retratar pessoas ‘que estavam em situacao parecida coma dela: cheias de inseguranca, fora do padrao que a sociedade impoe & buscando 0 préprio espaco. Hoje com 26 anos, hé quatro ela decidiu apostar ne ideia de oferecer ensaios para familias, criancas e mulheres com ou sem limitagées fisicas, voltando seu olhar para a diversidade e a incluso, dedicando- -se a um nicho ainda pouco explorado no mercado. A forca de vontade e a perseveranga foram fundamentais para que ela superasse barreiras na hora de trabalhar profissionaimente com m de mostrar que pode tivo para muita gente. Maria Paula sai quase diariamente dirigindo um carro adaptado pela regio do Grande ABC paulistarumoa _tem a fungio de ajudé-la na locomot locac6 lade de So Paulo para transferindo-a da cadeira de rodas para atender a clientela, Os lo u até de colocé-la nos ombros geralmente contam com ai para que ela tenha um angulo s feminino, ela prefere a sala, a cozinha ou (© quarto de uma casa ou apartamento aluga ss nas regio trais da capital paulista (O cima intimista das locacdes intemas 6 trocado pelo gramado e sombra das Ibirapuera ou Villa sm familias, ‘gestantes e criangas. Quase sempre Maria Paula conta com a ajuda de assistentes, ‘que a acompanham para ajudé-la na *mocio pela cidade, com acessibilidad ainda pouco amigével. Ela prefere a presenga de assistente ferin rafia sensual pera preservar a da cliente e a dest 6 por um ajudante masculino, pois ele ‘PARQUES eco familia, gestantes Ceres Po accd Coren ‘Acima, uma crianga ‘cadeirante, publico ‘que interessa a Maria Paula; abaixo, a fotografa em aco nas ruas de Sao Paulo Para tirar Pelee ORe (cy (oe Kee Oty entéo sobe nos loess 0 Ty TT Bld coca wahor e279 LIMITES SAO SUPERADOS Diferentemente de um fotégrafo sem limitagées fisicas, que pode mostrar a pose & modelo usando 0 proprio corpo, Maria Paula conta que precisa ser muito objetiva para transmitir verbalmente suas ideias & cliente, Muitas vezes, o assistente também ajuda nisso, pois estudou antecipadamente com a fotégrafa 0 cconceito do trabalho para colaborar. ‘A fotégrafa conta com assistente quando precisa sair da cadeira de rodas Cereal Perea Petco Ela também usa muito as maos para indicar comandos. "Quando fotografo pessoas cadeirantes, também necessito entender as limitacdes fisicas delas para ctiar as poses e saber a forma como vou dirigi-las’, explica. Maria Paula gosta de tirar proveito de diversos angulos: desde ‘© mais baixo, quando costuma ficar deitada no chao, passando pela visdo no nivel da cadeira, até 0 angulo superior, sobre os ombros do assistente Como usa 2 DSLR Canon EOS 6D Mark 11, que tem monitor articulado, consegue brrincar com os enquadramentos mais rasantes e superiores com faciidade Com a objetiva 50 mm de f/1.4, aposta nos efeitos de desfoques e dé preferéncia para imagens subexpostas, depois trabalhadas no Lightroom com presets de tons criados por ela, finalizando tom de pele e nitidez no Photoshop. Em geral, Maria Paula prefere a iluminagao natural suave da manha 0 do entardecer, e quando necessério Usa um LED ou flash com softbox como, luz de preenchimento. Nos ensaios sensual, explora bastante a luz lateral vinda da janela “DIREGAO Weer utiliza muito a LUTA CONTRA O PRECONCEITO A fotografa avalia que ainda As criangas que tém limitagées diferengas humanas desde a infancia ‘existe um olhar preconceituoso fisicas nao se diferem de outrasno —_e vera beleza de tudo isso", diz ela, sobre as pessoas com necessidades _comportamento, cada uma tem seu Cacula de trés irmaos, a especias, seja no mercado de jeito, sua personalidade, A questéo _fotégrafa se viu envolvida com trabalho, na midia, na arte ou 6 saber conversar, ter paciéncia, a necessidade de celebrar a vida na sociedade, ‘Procuro trazer a E preciso saber reconhecer as ea familia. Quando tinha 3 anos» diversidade para 0 meu trabalho. Quero abrir espaco para a incluso e mostrar do que nos, deficientes, somos capazes’, comenta. Ela admite ‘que no inicio da carrera teve receio sobre como os clientes poderiam encaré-la como profissional por conta da condicSo de cadeirante Pouco a pouco entendeu que, por estar no lugar de uma pessoa fora do padrao imposto pela sociedade, poderia proporcionar um olhar tinico a um determinado pblico. Assim, passou a oferecer tensaios voitados para pessoas com deficiéncia e, com isso, ganhou mais, Visibilidade. "Infelizmente, muitos adultos e criancas sao excluidos domercado fotogrticoe pecen ARES ‘momentos da vida. Meu projeto & pple eet voltado para sessées com gestantes aay e criangas com ou sem deficiencia, Ell erste chor 279 A IMPRESSORA DE SUBLMACAO MAIS RAPIDA DA HISTORIAL FOTOS 10X15 cm EM 1.5 SEGUNDOS Qualidade comparada ade laboratério! Fotos panordmicas de até 15 cm x 1,40 metros! 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Maria Paul, que fol até modelo, Nessa fase, ela diz ter criado participando de comerciais de TV “asas” para poder ter uma rotina € clipes musiais, diz que as Uinicas independente. Dali em diante péde _limitacdes envolvem apenas a acessibilidade nas ruas da cidade. “A sociedade, as empresas, as cidades 6 que so deficientes e dificultam ‘o acessa. A sociedade ainda caloca 2s pessoas com deficiéncia como incapazes, e, ao contrario, somos muito capazes e eficientes, desde {que nos sejam oferecidos espaco e oportunidades iquais’, arma ela. @ Making of de ensaios realizados por Maria Paula ‘mostra sua forma de dirigir as poses e sua busca por um angulo diferente Ell rtcoat mtr re279 Flash Godox TTL V1 Flash Godox Thinklite TTL T7685 Para Canon e Nikon Para Canon, Nikon, Sony e Fujii txAlanténec instax mini 9 Flash Godox VINC TTL VBSOIC aa Os kits de Camera Instantanea Al ocr - S Fujifilm Instax mini 9, acompanham 7 SD estojo.e filme com 10 fotos. 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ON Flagrante nas ruas de Londres realizado por David Gibson explora relacdo entre as criangas e 0 aviso. escrito no muro Para obter boas folografias de rua 6 preciso andar muito, perder-se pela cidade e, a0 encontrar um cenario propicio, parare saber esperar pelo momento ideal 8B) Fotografe Melhor ne 279 del eel Aol ATT TT ha aa piety PAVEMENT ee eee aT ae ae | le ae rn iw Pat hd r ea O ATO DE SABER ESPERAR Noh outra forma de se deservolver na fotografia de rua sendo andar muito, boater muita perna em busca de imagens. € preciso se perder pelas vias para encontrar cenastnias,instigantes, engracadas ou inusitadas. Ao descobrir um cenario de interesse, 60 momento de parar e observar ‘© movimento 20 redar, buscar se antecipar aos acontecimentos, saber esperar. ‘As saidas a campo dever ser intercaladas com uma constante busca por referéncias, tanto no universo da fotografia de ua como provenientes de outras reas ce mesmo de outras artes. E essencial possuir uma cultura visual para consequie encontrar um caminho proprio. As boas imagens nao surgem apenas do acaso ¢ da sorte, mas principalmente de um olhar treinado e educado para captar 0 “algo a mais" no cotidano. Para Gibson, a receita para um bom fotégrafo de rua retne ingredientes como técnica, faro, paciéncia e sorte, Lembra ainda que a propria palavra “rua inspira alicia, asticia € attude, e que os espaco ppablicos também podem ser repletos cde momentos humanos comovertes, engracados e até violentos. ‘Para mim, a fotografia de rua & qualquer tipo de imagem feita em um espaco pablico. £m gera, evolve pessoas comuns em suas Vidas cotiianas. A importanca fundamentral & que ea nunca é encenada é real’ defend. ‘A fotografia de rua também envolve questées étcas. A principio, no é necessiio solicitarautorizagdo para uso de imagem de pessoas fotogratadas em espacos piblcos. Porém, 0 fotdgrato estard suscetivel a agdesjudicais caso ja algum tipo de dano & imagem do cidado, que no deve ser fotografado em uma situagdo constrangedora ou degradante. Gibson ja sofeu citicas por fotos que fez, como a de um velhinho que caminha arquejado, escorado por uma bengala, dlante de uma vitrine onde se Ie “ast few days’, ou “iltimos cias’ em portugues (veja a foto na pagina 44), "Nao fz flagrante com intencéo de ser engragado, de me divertir& custa do personagem, mas de provocar um reflexéo sobre a fintude da vida, pois todos ‘vamos ervelhecer e morrer. Porém, algumas pessoas me citicaram, dizendo que fu cruel 0 coisa parecida’, arma ele Dawa Gibson E/MATERIA DE CAPA i rd Ao lado, flagrante do francés Henri Cartier-Bresson, 0 grande mestre da fotografia de rua A fotogratia comegou a ganhar as ruas com a chegada das cameras compactas e dos filmes em rolo.O grande inspirador foi o francés Cartier-Bresson 0) Foroarafe Melhor re 279 O COTIDIANO NO VISOR Consagrada pelo grande mestre francés Henri Cartier-Bresson (1908-2004), a fotografia de rua ganhou impulso a partir do inicio do século 20, quando as cameras passaram a ser menores e portateis. 0 ‘movimento Photo-Secession, nos Estados Unidos, foi um dos primeiros a voltar aaatengao para as cenas do cotidiano, transitando do pictariaismo para a fotografia direta por meio das imagens de Alfred Stieglitz e Paul Strand realizadas nas ruas de Nova York No Brasil, destacaram-se nesse perfodo ‘Augusto Malta, grande cronista da vida carioca na virada do século passado, e Vincenzo Pastore, que salu do ambiente controlado do estudio e ganhou as ruas de Séo Paulo na década de 1910, revelando (0 fosto dos transeuntes com uma espontaneidade inédita Visto pelo viés historico, a fotografia filha da revolucéo industrial assim coma as grandes cidades. Mas foram necessérias algumas décadas de desenvolvimento tecnolgico para que a fotografia chegasse realmente 3s 1uas. [sso realmente ocorreu com o langamento da Leica | ern 1925, primeira «mera para roles de filme de 35 rom. A camera alers trouxe duas caracteristicas fundamentais pare a especialidade: leveza e aciidade, Com ela em punho, Cartier-Bresson ‘Acima, imagens de German Lorea (esq) Vivian Maier (di) captam a dinamica inusitado do ambiente urbano Ao lado, o olhar ber-humorad de Eliott Erwitt, que ‘tem uma séie de ‘fotos de rua com ces e seus donos foi o primeiro grande nome a encamar essa transtormacéo, assumindo-se como fot6grafo dda espontaneidade, aquele que perambula na ‘busca de captarinstantes tinicos pelas ruas de Paris ou de qualquer lugar do mundo, Fotografe Melhor 279 (A PIMATERIA DE CAPA 4a Sao intimeros os fot6grafos que seguiram carinho aberto por ele. Dentre os nomes mais conhecidos da fotografia de rua esto Robert Doisneau, Walker Evans, Robert Frank, William Klein, Helen Levitt, tografe Melhor ré 279 Lee Friedlander, Elliott Erwitt, ruc iden, Daido Moriyama, Garry Winogrand e Vivian Maier. No Brasil, destacaram-se fotégrafos mo German Lorca, Hildegard Rosenthal e Carlos Morei ‘Acima e ao lado, imagens feitas em Brasilia (DF) por Gustavo Minas, fotagrafo faz parte do coletivo internacional Burn my Eye de interesse vieram coletivos e comunidades de fotdgrafos de rua tanto intemacionais como locais, que se multipicaram. Observe, Burn my ye, Ful Frontal, The Street Collect Light sao alguns exemplos de coletivos interna Burn my Eye desde 2018 a partir do fe de alguns membros. Conta {que no conhece nenhum dele: pessoalmente, mas troca idelas, nstantemente por meio de um tat no Facebook e um grupo no Flickr. “Como em todos os coletivos dese tipo, a maior dificuldade fazer as col do mundo virtual. Publicacé zines, exposicoes sido discutidos desde que entre mas ainda no sairam do papel. Ha membros na Europa, Asi EUA e aqui. Tem sido uma boa experiencia’, comenta, ‘Acima, cena captada por Helen Levitt feita em Nova York, em 1972: ela foi pioneira no uso da cor para registrar ‘cenas de rua; abaixo, foto feita em Sao Paulo por Carlos Moreira, um dos expoentes da fotografia de rua no Brasil DAVID GIBSON INSPIRACAO NOS LIVROS Cenascovnas engracadas flagrades por David Gibson em Brighton {ecima}e Henley {20 a), na Inglatera ambos em 1998 A fotografia de rua invadiu a vida do inglés David Gibson jando ele entrau em contato com 0 trabalho de fotdgrafos como Henri Cartier-Bresson ¢ Eliott Erwitt durante um curso superior em Fotografia de Publicidade e Eltorial, lescoberta dessa rua como um género circunscrito dentro do universo mais ampla tografia documenta Gibson conta que seu trabalh 0 anos, do fotografias sem Talvez minha coma fotografia de rua da ideia do fldneur, uele que flana pelas ruas na bu das proprias imagens, Algumas foto: minhas podem ser reunidas em eno de temas ou sentimentos, mas no geral vejo meu trabalho como Duas imagens captadas em Londres por David Gibson: para o fotdgrafo britanico, (© equipamento deve ser pequeno, para nao chamar a atencao, e simples de usar ‘uma grande bagunga’, comenta. Gibson ainda néo “organizou" o préprio trabalho em livros autorais ou ‘exposigdes. A dimensio comercial de sua atividade estéligada & curadoria a0 ensino. Ele dé cursos sobre fotografia de rua e tem publicacdes paradidaticas sobre o tema, Também auxilia fotdgrafos a editarem seus trabalhas. Seu estilo e sua abordagem mudaram bastante ao longo dos anos. “Estou sempre buscando escapar do que j fiz, tento experimentar novas formas Atualmente tenho me envolvido bastante coma abstracao, inspirado por fot6grafos ‘como Est Haas, Mario Giacomell e, ‘mais recentemente, Saul Leiter e Gueorgui Pinkhassov. A fotografia abstrata é um ‘escape e uma experimentacdo", avalia, CAMERA COMPACTA ‘Atualmente, 2 cimera que David Gibson usa com mais frequéncia é a compacta FujiX100T. Ble iniciou na fotografia com uma Nikon FIM2 e, com a chegada do digital, migrou para cameras DSLR da ‘Canon. “Acho que as cimeras dgitais trazem mutas reguiagens. As vezes parece que estou na cabine de controle de uma aeronave, tamanha a quantdade de botées e alavancas. Para mim 0 equipamento tem de ser simples de usar. Migrei para a X100T por ser uma cérera menor, que néo chama muito a atencdo. Mas nenhuma camera David Gibson recomenda aos interessados em se especializar na fotografia de Tua gue tirem os olhios dos monitores € busquem por referéncias impressas Fotografe Melhor ne 279 (iB) acer perriees tata perfeita. Essa, por exemplo, me faz perder algumas fotos por causa do sistema de foco automatico e do mode macro, que as vezes sto dificeis de usar’, explica Coma dica aos interessados na area Gibson recomenda tirar um pouco os clos do monitor e buscar por referéncias impresses. Os livros de fotografia sao importantes por trazerem uma edicao coerente. "Vocé pode julgar um fotégrafo por seu trabalho, mas também pelos liveos ‘ue jé publicou. Esse interesse pode ser estendido & arte em geral, ao cinema e até A literatura, A mente e os olhos precisam de estimulos, Por fim, nao fique muito preocupado com regras e definicoes. Somente se deixe inspirar pelo trabalho dos outros’ indica Gibson conta que ja houve casos de pessoas que se identificaram com suas fotos. “Na maioria das vezes, a reacso fo positiva. Gosto de pensar que a minha fotografia de rua nunca é cruel ou injusta de maneira alguma’, afirma. Te eee eres tics peers Com 62 anos, David Gibson & bitnico e vive em Kent, préximo a. Landres, onde reliza a maioia de suas fotografi de rua. Gibson comegou a se interassar pela fologratia de rua nos ans 1990. ‘Alem de fotdorato e membro fundador do cole n-Publi, atua como curador e jd escreveu trés los paracidatics sobre 0 tema, dentra alas 0 Manual do Fotdgrato de Fv, publicado n0 Brasil pala edtora Gustavo Gil Site: worw.gibsonstreet.com / @udevidgibsonstreetphotography, Fotografe Melhor ni 279 (AE a6 ‘Acima, mulher flagrada enquanto fazia seffie; abaixo, o vidro estilhacado se sobrepde ao rosto de usuaria do metré ALEXANDRE URCH: A RUA COMO ELAE Paulistano da gema, Alexandre Urch cresceu na "selva de pedra’ da megalopole brasileira, Desde o inicio de sua trajetéria na fotografia, em meados dos anos 1990, ele busca na rua a matéria-prima para sua criacdo, Seu principal objetivo € 0 cde mostrar a rua como ela realmente 6."Arua é um ambiente hosti, duro € sujo, mas também humano, para quem abre seus olhos para ela. Gost de tomar Visivel aquilo que passa por invisivel para @ ‘maioria das pessoas’, explica Urch. Seu trabalho & composto por séties, ‘a maioria delas surgidas do embate com ‘ambiente urbano. A série Everyday People, ganhadora da categoria Ensaio do Concurso Leica-Fotagrafe, em 2012, foi totalmente feita com um iPhone 3GS no rmetré de Sao Paulo, em uma época em ‘que poucos pensavam ser possivel realizar um trabalho fotografico profissional usando um smartphone. Dentre outras séries urbanas que ele destaca esto Babilénia Zero Onze, com imagens do dia a dia de Sao Paulo, e O Cheiro da Rua, na qual busca exprimir os odores da cidade por meio de imagens. As grandes referéncias para Urch so 05 fotégrafos americanos Bruce Davidson e Bruce Gilden, que fotografaram as ruas. Cena de rua explora jogo de luze sombras econtrapde os humanos ao. ‘manequim et ens Cs de forma “nua e crua’, os brasileiros + FOTOGRAFO INVISIVEL German Lorca e Carlos Moreira, que uma ‘regra! na fotografia de rua Para Urch, a discricao € a principal que diz que o equipamento tem jaram na busca de mostrar ter de ser pequeno e discreto, mas ‘algo mais além da fotografia la forma como 9 principal fator para o resultado para turista ver". Atualmente, as utiizado, “Se final é 0 fotdgrafo, que tem de referéncias que mais influenciam seu sa que nao define meu passar praticamente in trabalho é equipamento. Ut desde um celular até uma agrafite e a misica, full frame de tikima geracio. Existe Cenas registradas em Séo Paulo por Alexandre Ureh: a rua nao é um playground, ensina ele ‘Alexandre Urch, 42 anos, asceu € fol criado em So Paulo, onde realza a meior parte de seu trabalho. Uiiza a rua como materia-prima criativa desde (que comecou a leva a fotografia mais a sétio, em 1996. Ficou ‘em primetro lugar na categoria Ensaio do 9° Concurso Leica: -Fotografe em 2012, com uma série realzada no metro da capital paulista. wwwvalexandreurch. com.br / @aurch. BO) Fotografe Melhor ne 279 de que a fotagrafia de rua teria menor Viabilidace comercial do que outras {reas de atuacio. “O grande magazine de roupas, a marca de tenis famosa, a modelo para o editorial da revista, o filme no cinema, a marca de carro, todos esses produtos geram suas imagens tendo 0 ambiente urbano como pano de fundo. ‘Quando um fotdgrafo de rua cria uma identidade em seu trabalho, aquilo que seria apenas uma documentagao do dia dia urbano acaba sendo alvo de marcas que o contratam para campanhas publicitéria, como ja aconteceu comigo Muitas fotos e séries que fiz também foram comercializadas em galerias ou diretamente por mim’, informa, As dicas de Alexandre Urch para quem quer se aventurar nessa area passam pela sequranca e pi sidade de se deslocar, “Primeiro, coloque seu equipamento e celular no seguro, a rua no é um playground, Em segundo luger, ande, ande muito, respeite a rua e a rua respeitara vocé, Ande sempre no sentido contrério dos turistas e da maioria das pessoas, pois € nesse sentido contrario que 8 fotografia de rua se encontra’, aposta, ceed ans Cre fotografia derua Guillermo Franco s0 fotografa com filme P&B e sua Nikon FM2. Para ele, ha uma espécie de magica na imagem latente, no suspense entre o clique & 0 resultado final ‘Acima, a curiosidade do ‘menino flagrado por Franco quando olhava para dentro de um bueiro BB) rorografe Melhor r+ 279 ©)MATERIA DE CAPA No primeiro cia do ano de 2009, Guillermo Franco carregou sua Nikon F¥M2 com um rolo de fie PBB ISO 400 «salu para fotografar algo que sempre 0 maravilhou:a vida cotidana de Cordoba, reajdo centro-ceste da Argentina, Foi assim ‘que nasceu a série Ali mis Pequeros Ojos, formada por imagens capturadas nas ruas «repletas de graca, ironia,sensiblidade e afeto.A série segue até hoje em aberto e ja ‘gerou diversas exposicbes. Franco € dono de um estilo potico «e descontraido. Suas fotos de rua quase ‘sempre contam a historia de uma interagdo inesperada e ambigua. “0 real se revela ficca0. 0 invsivel pode ser apreciado gragas ‘a imaginago.O trivial, 0 banal, o supérfluo ‘se tornam validos quando ha uma surpresa. So tomadas diretas, espontaneas,vividas, (Q agora se transforma em para sempre e 0 ‘efemero se torna etemo’, define ele acerca do seu trabalho. ‘Até hoje, Franco sé utiliza sua mesma O REAL COMO FICCAO FRANCO: [Nikon FM2, sem se importar muito com a qualidade Optica da objtiva, sem uma distancia focal prediletae utiizando, segundo suas proprias palavas,°oroko de fime mais barato que encontrar Sua escolha tem a ver ‘como suspense criado pela imagem latente, "Gosto da fotografia analégica porque cela mantém a chama do segredo acesa. Faz perduraro instante e a emocio da tomada, do clique. Centenas de instantes inacreditaveis pululam pelo labirinto de minha meméria, Talvez alguns jamais Virdo 3 luz, Quanto mais demoro a revelar 2 ampliar um negativo, mais duradouro meu prazer’ brinca Quando solicitado a dar dicas para quem quer seguir na fotogratia de rua Franco responde de maneira evasiva e ppoética, com algumas citagbes, terminando ppor uma frase de sua propria autoria °O real éinapreensivel tanto quanto o.essencialéinvsivel. Eno entanto, a fotografia € verdadeira, como a vida ‘A.busca pela interagdo entre seres vivos e as inscrigBes encontradas no espaco urbano est no ceme do trabalho de Guillermo Franco: acima, exemplo do humor que desestabiliza; 20 lado e abaixo, as relacées inusitadas entre um gato e um homem com grafite nos muros Fotografe Melhor n# 279 (a! EB reroarafe Methor ne 279 . Re cide go a FOTOGRAFO POR AMOR (© uso do analigico e o prazer sentido lem postergar a revelacao dos negativos tornam visveis na medida em que Guillermo Franco nao desenvolve seu trabalho tendo em vista a difuso nas redes ciais ou a comercializacio. Seu sustento vvern do trabalho como programador no Cineclube Municipal de Cérdoba, como eiiticoe professor de cinema. Assim, 0 tempo ests do seu lado "Vivo da fotografia no melhor sentido do expresso vver de. Ea fotografia que ‘me anima, que funciona como uma pulsio ida, eno 0s retornos monetarios Nao busco me inserr no mercado ecitoral, pois ndo me considero ddocumentarsta, muito menos no ‘mercado de arte, pois tampouco me vejo como artista Sou feliz por ser um simples fot6grafo, no profissional, ‘mas lteralmente amador, pois pratco por amor’, conta Franco, que ro Brasil em 2017 para apresentar seu trabalho no Festival de Fotografia Paraty em Foco. Quando se trata de referencias, Guillermo Franco é generoso e ‘menciona uma série de fotégrafos que admirae estuda: Helen Levitt Robert Frank, Willy Ronis Sabine Weiss, Ed van der Ekken, Garry Winagrand, ‘André Kertés, Tony Ray-Iones, Jacques Hen Lartigue, Raman Masts, Sergio Lanain, Shirley Baker, Tish Murtha, Eliott Erwit, sette Model, zs, Martine Franck, Edouard Boubat, Viktor Kolar «Diane Arbus em sua primeira fase. Dentre os argentinos, sua obra Guillermo Franco nasceu em Cérdoba, Argentina, ¢ tem 52 anos. Formou-se em Comunicagio «Fotografia, Tabalha desde 2000 como programadar do ineclube Municipal Hugo del Cari, na cidade onde vive, da aulas e escreve sobre cinema, tecnologias, nunca fotogratou com celuar, ndo tem site nem peril em cea) Cees Neeson favorita é a de Jorge Aguirre. as referéncias vlo muito além da fotografia. Bastam algumas mengbes para se ter uma ideia. “O que leio de John Berger, 3 ‘ipogtafia das maquinas de escrever, o som das caixinhas de musica, algum verso de Garcia Lorca, o humor cordiovés, uma estrofe de Alfredo Le Pera, o enquadramenta nas pinturas de Edgar Degas, algum desfoque de Wiliam Klein, recordar do meu pai, os romances de John Fante, as mentiras de Federico Felin..” A deciinagao termina com uma referéncia bastante pessoat “também, & claro, o que facam e digam Julieta e Joaquim, meus filhos’ argentino Guillermo Franco faz suas fotos pprincipalmente em Cordoba, onde vive Fotoorafe| MATERIA DE CAPA Cena de estilo bbressoniano ‘captada por ‘Quaresma MELVIN QUARESMA: A IMPORTANCIA DOS COLETIVOS A fotografia de rua surgiu como algo natural na vida de Melvin Quaresma Na infancia, ele morou em Florianépolis, (SC) ese divertia quando ia ao centro da Cidade olhar o movimento, Na época em que comecou a fotografar, ‘em Curitiba (PR), 0 prime ode pegar a cimera e sa centro da cidade. Sou muito timido. Para mim, comegar a fotografar na rua foi um desafio, uma forma de superar a timidez. Com o tempo, fui me sentido cada vez ‘mais a vontade para experimentar e comecei a fazer algumas coisas mais Meninos conversam no interior de um 6nibus: 0 cotidiano é o combustivel da fotografia de rua smo chamar esse tipo de produgao de fotografia do cotidiano, pois é realizada no dia a dia e sem a pretensao imediata de 2 tomar uma série au algo mais aprofundado’, conta Quar as incursées pelas r¥ aranaense, surgiu a ideia de fazer uma série de retratos, intitulada retrata compact ombrinha, fora da camera, atadas foram encontrad yafados na rua grafos de rua cujo Quaresma mais admira ‘rabalhava toarata ixado um de ruae yerto” apenas depois de sua morte, Ao lado, cena ‘aptada no interior de um comercio; abalxo, senhora e seu ‘quarda-chuva em ‘composicao dinamica ©) MATERIA DE CAPA FLASH > Sa A fotografia de rua também pode envolver luz artificial e retratos ‘Acima e ao lado, retratos da serie Centra, eta Curitiba (PR) com, flash compacto dedicado usado fora da camera 0 jovem Mebin Quaresma, de 24 anos, vive em Cuntiba PR) Comegou fotografia hd sete anos ¢ fo revelado pelo Concurso Universi de Fotourafi promovdo por Fotograte, do qual fo: vencedor em 2013. Desde 0 ill se interessou pela fotgrtia era, pos semore gostou muito de equentaro cento da cidade, Tamm reazasies documents sobre tas cversos, \wwew.melvinquaresma.com / @melvinquaresma ABORDAGEM DISCRETA ‘Melvin Quaresma fotografa com uma Fujfilm X100F, compacta premium com ‘bjetva fia ce 35 mm, e uma Panasonic GX7, mirrorless que costuma usar em ‘conjunto com uma objetiva de 40 mm, *Prefiro usar equipamentos pequenos, justemente por conta da abordagem iscreta, Nao gosto de chamar a atencao quando estou fotografando’,relata, Pera Quaresma a fotografia de rua é algo ‘que surge por paixao, pela pura vontade de fazer, distinta de seu trabalho documental, ‘que é mais elaborado e aprofundadio, e de sua atuagdo comercial. "Comercialmente, {aco fotografia para empresas. Tem um pouco de fotografia de rua nsso, de tudo © ‘que aprendi na rua essa coisa de observer BB) Fotografe Melhor ne 279 bastante e de interferr pouco’,explica. Ele Ltiizao lnstagram como principal ferramenta para dar vazio a essas imagens do ia a dia e dei o site para publicar as séries documentais mais elaboradas Quaresma destaca a importincia das comunidades e dos coletivos de fotografos de rua surgidos em anos recentes. "No Flickr tem uma comunidade que refiete muito do que é a fotografia de rua contemporanea para mim. Ha referencias ‘muito boas, grupos muito fortes, com uma boa curadoria. O meu preferido é 0 Hardcore Street Photography. Existe um ‘movimento de globalizaco que acho ‘muito interessante, coletivos que reunem fotSgrafos de varias nacionalidades, como o Burn my Eye", aponta, se tomar um fotégrafo de rua 6 pe equipamento e sair a campo, na busca de descobrir, por conta prépria ena pratica, borage me pecsod ‘O meu trabalho na fotagrafia de rua foge dos padres mais praticados hoje “Trabalho bastante em Pé fazer comps de luz e sombra, foto rublados e gosto de Contraste entre dois, personagens que dividem o mesmo banco no centro de (Curitiba (PR) Tudo que vocé precisa para valorizar ainda mais o seu trabalho esta no mesmo espaco. ESPACO VISUAL FINE PRINT, BY. sTupIO Impressdes em qualquer tamanho Revelacées em qualquer quantidade Certified Studio Para fotdgrafos amadores e profissionais Atendimento especializado Tudo em molduras e acabamentos O melhor preco do mercado OOOQ®OO® Qualidade certificada O prazo que vocé precisar Revelacao de fotos do celular Recebemos arquivo via site ou app Entrega em domicilio Acabamento especial Metacrilato © @ a Rua Tangara, 337 - V. Mariana 11 5084-2008 - 11 5084-6255 11 96339-8237 espacovisualicom =) FOTOGRAFIA DE SENSUALIDADE 0 especialista Fabio Hashimoto mostra de maneira descomplicada como planeja, ilumina e dirige 0s ensaios com suas clientes Apose eaatitude {acima) podem gerar tum efeito melhor em fotos sensuais do que apenas mostrar o| ‘corpo nu da mulher Fotografe Melhor ré 279, POR LIVIA CAPELI ‘ouve tempo em que a fotografia sensual era artigo exclusivo de revista masculina, coisa ‘apenas para modelo profissional ou celebridade. Atualmente, 0 segmento very se popularizando e cada vez mais mulheres comuns desejam ser personagens de producées corn poses mais calients, explica 0 fot6grafo paulista Fabio Hashimoto, 38 anos, que atende a esse publico. Ele usa sua habilidade para encontrar a iluminacio natural ideal que evidencie a beleza de todos 0s tipos de mulher. Hashimoto comecou na fotografia de sensualidade em 2003 e confessa que, 10 inicio, ndo se sentia muito satisteito cam os resultados obtidos. Foi entio que ele percebeu a necessidade de fazer uma “despoluicao cultural’, abanclonando alguns habitos."Parei de ver televisio ede acompanhar grupos de fotégrafos fem redes sociais. Me isolei um pouco ppassel a acompanharo trabalho de alguns estrangeiros. Percebi que precisava focar a sensualidade das mulheres evidenciando expresses e sentimentas, e no por meio de nudez explicit’, diz A principaisinspiragoes na fotografia sensual vm de fot6grafos como o alemo Stefan Beutler, o austriaco Ingo Kremme Tir TTC vei ‘© australiano Peter Co Frank de Mulder eo teuto-austaliano Helmut Newton (1920-2004). Além, 3s ce Hashimoto ros obras do period bbarroco e renascentista, como as dos pintores hola rembrandt e Johann Depois da mudanca radical de especialisia iderando referéncias visuais, comecou a fotogratarc 1s menos emocionais. racionais. Apostou no que define yma uma “diregdo sentimental ou seja, ajudar as clientes a se sas sob a luz que le escolhe para registré-las Algo que el do veterano fotograf revista National Geographic, quando rmorau no Japa, é ser mais ponderad ahora de clicar, Hashimoto passou cad eres Pees Peery fluéncia do ensaio tentdo a se perguntartrés coisas antes de acionar 0 disparador. “por qué, para qué e para quem’ toda luz, todo ges erada por fotografica correta deve ter um "por qué’, um ‘para qué" e um “para quem Ele acredita que dessa maneira a imagem tera um sentido, uma "alma um significado impliita, eno sera ‘apenas mais uma simples foto posada, =) FOTOGRAFIA DE SENSUALIDADE LUZ NATURAL ACIMA DE TUDO Luz indoor ou outdoor de janela ou porta, filtrada por cortinas, direcionada por frestas, luz indireta e suavizada. Essas S80 apenas algumas das maneiras como Hashimoto usa os recursos da iluinacao natural nos ensaios sensuais que produz Ele confessa que se transformou em um "escravo da luz" por se tomar muito dependente de lacais em que haja somente iluminagéo natural: “por diversas vezes, a composicao da cena renderia bbons cliques, mas, devido a luz atender { minha expectativa, acabo optando Fabio Hashimoto (a0 lado com uma modelo) prefere usar aluz do sol {0 produzir ensaios de sensualidade (acima) Fotografe Melhor 279 por locals nao convencionais, como corredores, cantos ou banheitos", diz ele. Para obter bons resultados com a ‘luminacao natural, ele usa algumas ferramentas importantes, como 0 tripe 0 disparador por controle remoto sem fio. Isso garante estabilidade na hora de fotografar em baixa velocidade ~ recurso ‘muito usado por ele, que costuma clicar (8 ensaios com ajustes no obturador variando entre 1/10s e 1/60s. AAlém disso, 0 uso do tripé leva a enquadramentos equilibrados e mais bem pensados, alem de assegurar mais nitidez, principalmente porque ele usa sensibllidades de ISO baivas para no

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