Você está na página 1de 1

Letras & Companhia 9.

º Ano – ASA
Carla Marques e Inês Silva
Para estudar Os Lusíadas
Proposição (Canto l, estâncias 1-3)

Estrutura externa: Canto I, est. 1-3


Estrutura interna: Proposição

O poeta apresenta ao Leitor o assunto que vai tratar ao longo do poema. Por isso, o texto está escrito
na primeira pessoa (quem fala é o próprio poeta): «Cantando espalharei [eu] por toda parte, / Se a tanto
me ajudar o engenho e arte.» (est. 2).

1.ª parte (est. 1-2)


O poeta apresenta a matéria do seu canto: ele propõe-se celebrar os heróis portugueses:
• pessoas de grande valor que
 navegaram para além dos mares conhecidos («Por mares nunca de antes navegados» - est. 1);
 venceram perigos e guerras («Em perigos e guerras esforçados» - est. 1);
 construíram um reino novo no Oriente («E entre gente remota edificaram / Novo Reino» - est. 1);
• os reis que, nas terras de homens não crentes, de Ásia e de África, expandiram o Império e difundiram a
religião crista: «foram dilatando / A Fé, o Império» (est. 2);
• os que se tornaram imortais pelos seus feitos, ou seja, que se libertaram da «lei da Morte» (est. 2) - a lei
da morte mais não é do que o esquecimento dos que morrem.
O herói d'Os Lusíadas é, portanto, um herói coletivo: o povo português, o «peito ilustre Lusitano»
(est. 3). Este herói é constituído por homens reais, de carne e osso, que são, assim, superiores aos heróis
míticos de outras epopeias.

2.ª parte (est. 3)


Camões afirma que a nova epopeia (a sua) superará as epopeias antigas que cantavam
• heróis fantasiosos - Ulisses e Eneias: «Sábio Grego e do Troiano» (est. 3);
• heróis reais cujos feitos foram suplantados pelos dos portugueses: Alexandre Magno e o
Imperador Trajano (est. 3).
O valor dos portugueses suplanta todos os feitos até agora cantados. O herói d'Os Lusíadas
destaca-se também na guerra (venceu Marte) e no mar (venceu Neptuno): «eu canto o peito ilustre
Lusitano, / A quem Neptuno e Marte obedeceram» (est. 3).
O poeta apresenta os feitos dos seus heróis como uma novidade, como algo nunca alcançado por
seres humanos, o que é destacado por expressões como: «mares nunca de antes navegados» (est. 1);
«Passaram ainda além da Taprobana» (est. 1); «Mais do que prometia a força humana» (est. 1); «outro
valor mais alto se alevanta» (est. 3).

RECURSOS EXPRESSIVOS

Emprego dos tempos e modos verbais


• Pretérito perfeito: marca as ações passadas concluídas - «Passaram», «edificaram», «sublimaram» (est.
1).
• Presente: contrasta com o valor do pretérito; o poeta passa a referir-se aos heróis do presente ou do
futuro - «Se vão da lei da morte libertando» (est. 2).
• Gerúndio: marca a duração das ações, pois apresenta-as no seu decurso, a realizarem-se gradualmente -
«dilatando», «devastando», «libertando» e «Cantando» (est. 2).

Figuras
Sinédoque: «ocidental praia Lusitana» (est. 1) - usa-se a parte (a praia) pelo todo (Portugal).

Você também pode gostar