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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO TOCANTINS(CONCURSOS E

VESTIBULARES)

HISTÓRIA DO TOCANTINS
PROFESSOR: ALESSANDRO GORGULHO

1) DESBRAVAMENTO E POVOAMENTO DA REGIÃO

A partir das Grandes Navegações, iniciadas no século XV, começa a


constituição de impérios coloniais na América.
Os portugueses, pioneiros no processo das navegações, acabaram por
garantir para seus domínios parte das novas terras descobertas através da
assinatura, em 1494, do Tratado de Tordesilhas, onde dividiu com a
Espanha não apenas as terras americanas, mas todo o mundo a ser ainda
descoberto.
O tipo de colonização aqui implantado atendia aos interesses
mercantilistas da época, ou seja, cabia à colônia ser fornecedora de riquezas
para sua metrópole através da exploração dos recursos naturais coloniais,
tais como madeiras, especiarias, ouro e pedras preciosas, além de ser uma
área de comércio restrito (Pacto Colonial).
Além da exploração econômica, cabe ressaltar a questão da
catequese. A exploração se dava em nome do lucro e de Deus.
Foram os franceses quem descobriram o rio Tocantins ao
encontrarem sua foz, explorando-o entre os anos de 1610 e 1613. Caminho
natural em direção ao interior do Brasil, o rio Tocantins nasce no Planalto
Central e corta a região no sentido Sul-Norte. A catequese dos nativos foi
deixada a cargo do padre capuchinho frances Yves d'Evreus. Na área hoje
compreendida pelos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Amazonas e
com a ajuda dos índios Tupinambás tiveram a pretensão de colonizar a
Amazônia: foi a chamada França Equinocial. Nessa época não havia nem
a vila de Belém, nem as capitanias do Maranhão e Pará. Eles subiram o Rio
Tocantins pela foz, foram aprendendo a língua e os hábitos dos indígenas
da região e fundaram feitorias no Baixo e Médio Tocantins e Alto
Araguaia.
Só mais de quinze anos depois dos franceses foi que os portugueses
iniciaram a colonização da região pela "decidida ação dos jesuítas". Eram
as chamadas descidas, movimentos de penetração do interior
realizados pelos jesuítas e incluídos, por alguns autores, no contexto do
movimento bandeirante. E ainda no século XVII os padres da Companhia
de Jesus fundaram as aldeias missionárias da Palma (atual Paranã) e do
Duro (atual Dianópolis).
Impossibilitado de penetrar no território pela vigência do Tratado de
Tordesilhas, Portugal contratou secretamente expedições particulares, as
Bandeiras. Os bandeirantes eram mercenários que, saindo da Capitania de
São Paulo, iam em busca de riquezas, seja na forma de índios para a
escravização, seja na forma de ouro ou no pagamento por serviços
prestados.
A primeira bandeira que se dirigiu para a região estava sob o
comando de Antônio Macedo e Domingos Luís Grau; ela partiu de São
Paulo em 1590 e após três anos, provavelmente, chegou aos sertões de
Goiás, no leste do Tocantins.
Foi o bandeirante vicentino (saído da vila de São Vicente) Antônio
Rodrigues Arzão o primeiro a encontrar ouro em quantidade em Minas
Gerais, no atual município de Cataguases, em 1693; mais tarde, em 1718,
encontrou-se ouro em Cuiabá, de forma que Goiás, geograficamente
situado entre as duas capitanias, passou a ser considerado uma área
que também guardava o precioso metal em seu subsolo.
Partindo dessa idéia o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva,
chamado de Anhanguera (“diabo que põe fogo na água”]) conseguiu
licença do rei de Portugal para explorar a região. Daí vem o povoamento da
região de Goiás. Anhanguera não foi o primeiro a chegar à região, mas
sim seu primeiro povoador, já que os bandeirantes e jesuítas não se
fixaram na região.
Anhanguera não foi o primeiro bandeirante a colocar “fogo na água”.
Acredita-se que tal ardil era comum entre os bandeirantes, e que o primeiro
a fazer isso foi Francisco Pires Ribeiro.
A bandeira comandada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho
do primeiro Anhanguera) saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722,
seguindo a rota que já era conhecida até o Rio Grande. As dificuldades
climáticas e vegetacionais do cerrado fizeram muitos dos bandeirantes
morrerem de fome, além de obrigar os sobreviventes a comerem macacos,
cachorros e até alguns dos próprios cavalos. Após várias mortes, seja por
causa da fome, doenças ou ataques de índios hostis, finalmente
Anhanguera encontrou ouro nas cabeceiras do rio Vermelho, na região
da atual cidade de Goiás. Estavam descobertas as Minas dos Goyazes.
Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes
deslocamentos populacionais. Bartolomeu Bueno da Silva foi declarado
Superintendente das Minas de Goiás, ligada a São Paulo na forma de uma
Intendência. A capital era a Vila de Sant’Ana, mais tarde chamada de Vila
Boa e, depois, Cidade de Goyás. Vila Boa tinha uma densidade irregular e
instável Cabia ao Intendente manter a ordem legal e instaurar a os tributos.
No seculo XVII toda a região que é o atual Estado do Tocantins era
hábitada por índios.
Apenas três zonas povoaram-se com certa regularidade, sendo
elas: Centro-sul, que era composta por Sta. Cruz, Sta. Luzia (Luziânia),
Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila Boa e Arraias, Pirenópolis chegou
a disputar a categoria de Sede do Governo, dada sua importância como
centro de comunicações; A segunda zona era na região de Tocantins,
composta por Alto do Tocantins ou Maranhão, Traíras, Água Quente, São
José (Niquelândia), Santa Rita, Muquém, etc. Enfim mais ao norte a
capitania atingia uma extensa zona entre o Tocantins e os chapadões
limitando-se com a Bahia. Arraias, São Félix, Cavalcante, Natividade,
São José do Duro (Dianópolis), e Porto Real (Porto Nacional) o arraial
mais setentrional.
1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as
descobertas de ouro no lado norte de Goiás, formando os primeiros
arraiais no território do hoje estado do Tocantins (Natividade e Almas -
1734, Arraias e Chapada - 1736, Porto Real e Pontal - 1738). Em 1740,
Conceição, Carmo, Taboca e, mais tarde, Príncipe, este último em 1770.
Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros resistiram
ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais tarde
cidades.

Norte de Goiás

O Norte de Goiás foi visto de três formas distintas ao longo de sua


evolução histórica. Esta região (norte de Goiás) deu origem ao atual Estado
do Tocantins. Segundo a historiadora Parente (1999), esta região foi
interpretada sob três versões. Inicialmente, norte de Goiás foi
denominativo atribuído somente à localização geográfica dentro da
região das Minas dos Goyazes na época dos descobrimentos auríferos
no século XVIII. Com referência ao aspecto geográfico, essa denominação
perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás,
quando a região norte passa a ser o Estado do Tocantins.
Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas na
região, o norte de Goiás passou a ser conhecido como uma das áreas
que mais produziam ouro na capitania. Esta constatação despertou o
temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal maior que
nas outras áreas mineradoras.
Por último, o norte de Goiás passou a ser visto, após a queda da
mineração, como sinônimo de atraso econômico e involução social,
gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da população.
Essa região foi palco primeiramente de uma fase épica vivida pelos
seus exploradores, “que em quinze anos abriam caminhos e estradas,
vasculharam rios e montanhas, desviam correntes, desmatam regiões
inteiras, rechaçaram os índios, exploram, habitam e povoam uma área
imensa....” (PALACIM, Luis,1979, p.30)
Descoberto o ouro, a região passa, de acordo com a política
mercantilista do século XVIII, a ser incorporada ao Brasil. O período
aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência, quase sem transição,
sujeitou a região a um estado de abandono.
Foi na economia de subsistência que a população encontrou
mecanismos de resistência para se integrar economicamente ao mercado
nacional. Essa integração, embora lenta, foi se concretizando baseada na
produção agropecuária, que predomina até hoje e constitui a base
econômica do Estado do Tocantins (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.96)

2) Economia do ouro
Em julho de 1722 a bandeira do Anhanguera (filho) saiu de São
Paulo. Em 1725 volta com a notícia da descoberta de córregos auríferos. A
partir desse momento, Goiás entra na história como as Minas dos Goyazes.
Dentro da divisão do trabalho no império português, este é o título de
existência e de identidade de Goiás durante quase um século.
Um grande contingente populacional deslocou-se para “a região do
Araés, como a princípio se chamou essa parte do Brasil, que diziam possuir
montanhas de ouro, lagos encantados e os martírios de Nosso Senhor de
Jesus Cristo gravados nas pedras das montanhas. Era um novo Eldorado de
histórias romanescas e contos fabulosos” (ALENCASTRE, José Martins
Pereira, 1979, p. 45).
Diante dessas expectativas reinou, nos primeiros tempos, a anarquia,
pois era a mineração “alvo de todos os desejos. O proprietário, o
industrialista, o aventureiro, todos convergiam seus esforços e seus capitais
para a mineração” (ALENCASTRE, José Martins Pereira, 1979, p. 18).
Inicialmente, as minas de Goiás eram jurisdicionadas à capitania de
São Paulo na condição de intendência, com a capital em Vila Boa e sob a
administração de Bueno, a quem foi atribuído o cargo de superintendente
das minas com o objetivo de “representar e manter a ordem legal e
instaurar o arcabouço tributário”. (PALACIM, Luís, 1979, p. 33)
3) Formação dos arraiais.
“Há ouro e água”. Isto basta. Depois da fundação solene do primeiro
arraial de Goiás, o arraial de Sant'Anna, esse foi o critério para o
surgimento dos demais arraiais. Para as margens dos rios ou riachos
auríferos deslocaram-se populações da metrópole e de todas as partes da
colônia, formando à proporção em que se descobria ouro, um novo arraial
“(...) que podia progredir ou ser abandonado, dependendo da quantidade de
riquezas existentes”. (PARENTE, Temis Gomes, 1999, p.58)
Nas décadas de 1730 e 1740 ocorreram as descobertas auríferas no
norte de Goiás e, por causa delas, a formação dos primeiros arraiais no
território onde hoje se situa o Estado do Tocantins. Natividade e Almas
(1734), Arraias e Chapada (1736), Pontal e Porto Real (1738). Nos anos 40
surgiram Conceição, Carmo e Taboca, e mais tarde Príncipe (1770). Alguns
foram extintos, como Pontal, Taboca e Príncipe. Os outros resistiram à
decadência da mineração e no século XIX se transformaram em vilas e
posteriormente em cidades.
O grande fluxo de pessoas de todas as partes e de todos os tipos
permitiu que a composição social da população dos arraiais de ouro se
tornasse bastante heterogênea. Trabalhar, enriquecer e regressar ao lugar de
origem eram os objetivos dos que se dirigiam para as minas. Em sua
maioria eram homens brancos, solteiros ou desacompanhados da família,
que contribuíram para a mistura de raças com índias e negras escravas. No
final do século XVIII, os mestiços já eram grande parte da população que
posteriormente foram absorvidos no comércio e no serviço militar.
A população branca era composta de mineiros e de pessoas pobres
que não tinham nenhuma ocupação e eram tratados, nos documentos
oficiais, como vadios.
Ser mineiro significava ser dono de lavras e escravos. Era o ideal de
todos os habitantes das minas, um título de honra e praticamente acessível a
quase todos os brancos. O escravo podia ser comprado a crédito, sua posse
dava o direito de requerer uma data - um lote no terreno de mineração - e o
ouro era de fácil exploração, do tipo aluvional, acumulado no fundo e nas
margens dos rios.
Todos, uns com mais e outros com menos ações, participavam da
bolsa do ouro. Grandes comerciantes e contratadores que residiam em
Lisboa ou Rio de Janeiro mantinham aqui seus administradores. Escravos,
mulatos e forros também praticavam a faiscagem - procura de faíscas de
ouro em terras já anteriormente lavradas. Alguns, pela própria legislação,
tinham muito mais vantagens.
O negro teve uma importância fundamental nas regiões
mineiras. Além de ser a mão-de-obra básica em todas as atividades, da
extração do ouro ao carregamento nos portos, era também uma mercadoria
de grande valor. Primeiro, a quantidade de negros cativos foi condição
determinante para se conseguir concessões de lavras e, portanto, para um
branco se tornar mineiro. Depois, com a instituição da capitação (imposto
cobrado em ouro sobre cada escravo empregado na lavra) no lugar do
quinto, o escravo tornou-se referência de valor para o pagamento do
imposto. Neste, era a quantidade de escravos matriculados que determinava
o quanto o mineiro iria pagar em ouro para a Coroa. Mas a situação do
negro era desoladora. Os maus tratos e a dureza do trabalho nas minas
resultavam em constantes fugas.

4) O controle das minas


Desde quando ficou conhecida a riqueza aurífera das Minas de
Goyazes, o governo português tomou uma série de medidas para garantir
para si o maior proveito da exploração das lavras. Foi proibida a abertura
de novas estradas em direção às minas. Os rios foram trancados à
navegação. As indústrias proibidas ou limitadas. A lavoura e a criação
inviabilizadas por pesados tributos: braços não podiam ser desviados
da mineração. O comércio foi fiscalizado. E o fisco, insaciável na
arrecadação.
“Só havia uma indústria livre: a mineração, mas esta mesma sujeita à
capitação e censo, à venalidade dos empregados de registros e contagens, à
falsificação na própria casa de fundição, ao quinto (...), ao confisco por
qualquer ligeira desconfiança de contrabando” (ALENCASTRE, José
Martins Pereira, 1979, p. 18). À época do descobrimento das Minas dos
Goyazes vigorava o método de quintamento nas casas de fundição. A das
minas de Goiás era em São Paulo. Era para lá que deveriam se dirigir os
mineiros para quintar seu ouro. Recebiam de volta, depois de descontado o
quinto, o ouro fundido e selado com selo real.
O ouro em pó podia ser usado como moeda no território das minas,
mas se saísse da capitania, tinha que ser declarado ao passar pelo registro e
depois quintado, o que praticamente ficava como obrigação dos
comerciantes. Estes, vendendo todas as coisas a crédito, prazo e preços
altíssimos acabavam ficando com o ouro dos mineiros e eram os que, na
realidade, canalizavam o ouro das minas para o exterior e deviam, por
conseguinte, pagar o quinto correspondente.
O método da casa de fundição para a cobrança do quinto seria ideal
se não fosse um problema que tomava de sobressalto o governo português:
o contrabando do ouro, que oferecia alta rentabilidade.
O grande contrabando era dos comerciantes que controlavam o
comércio desde os portos, praticado (...) “por meio da conivência dos
guardas dos registros, ou de subornos de soldados, que custodiavam o
comboio dos quintos reais”. Contra si o governo tinha as dilatadas
fronteiras, o escasso policiamento, o costume inveterado e a inflexibilidade
das leis econômicas. (PALACIM, 1979, p. 49). A seu favor tinha o poder
político, jurídico e econômico sobre toda a colônia. Assim, decreta como
primeira medida, em se tratando das minas, o isolamento destas.
A partir de 1730 foram proibidas todas as outras vias de acesso a
Goiás ficando um único caminho, o iniciado pelas bandeiras paulistas que
ligavam as minas com as regiões do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Com
isso, ficava interditado o acesso pelas picadas vindas do Nordeste - Bahia e
Piauí. Foi proibida a navegação fluvial pelo Tocantins, afastando a região
de outras capitanias - Grão-Pará e Maranhão.
À proporção que crescia a importância das minas surgiram atritos
com os governadores das capitanias do Maranhão e Pará, “quando do
descobrimento das minas de Natividade e São Félix e dos boatos de suas
grandes riquezas (...). Os governadores tomaram para si a incumbência de
nomear autoridades para os ditos arraiais e outras minas que pudessem
surgir, a fim de tomarem posse e cobrarem os quintos de ouro ali
existentes” (PARENTE , 1999, p. 59). O resultado foi o afastamento dessa
interferência seguido da proibição, através de bandos, da entrada das
populações das capitanias limítrofes na região e a saída dos que estavam
dentro sem autorização judicial.

5) Decadência da produção
A produção do ouro goiano teve o seu apogeu nos primeiros dez
anos de estabelecimento das minas, entre 1726 e 1735. Foi nesse período
que o ouro de aluvião aflorava por toda a região, resultando numa
produtividade absurda. Quando se iniciou a cobrança do imposto de
capitação em todas as regiões mineiras, a produção começou a cair,
possivelmente mascarada pelo incremento do contrabando na região,
impossível de se medir.
De 1752 a 1778, a arrecadação chegou a um nível mais alto por ser o
período da volta da cobrança do quinto nas casas de fundição. Mas a
produtividade continuou decrescendo. O motivo dessa contradição era a
própria extensão das áreas mineiras, que compensavam e excediam a
redução de produtividade.
A distância das minas do norte, os custos para levar o ouro e o risco
de ataques indígenas aos mineiros justificaram a criação de uma casa de
fundição em São Félix em 1754. Mas, já em 1797, foi transferida para
Cavalcante, “por não arrecadar o suficiente para cobrir as despesas de sua
manutenção” (PARENTE, 1999, p. 51).
A Coroa Portuguesa mandou investigar as razões da diminuição da
arrecadação da Casa de Fundição de São Félix. Foram tomadas algumas
providências como a instalação de um registro entre Santa Maria
(Taguatinga) e Vila do Duro (Dianópolis). Outra tentativa para reverter o
quadro da arrecadação foi organizar bandeiras para tentar novos
descobrimentos. Tem-se notícia do itinerário de apenas duas. Uma dirigiu-
se rumo ao Pontal (região de Porto Real), pela margem esquerda do
Tocantins e entrou em conflito com os Xerente, resultando na morte de seu
comandante.
A outra saiu de Traíras (nas proximidades de Niquelândia (GO)) para
as margens do rio Araguaia em busca dos Martírios, serra onde se
acreditava existir imensas riquezas auríferas. Mas a expedição só chegou
até a ilha do Bananal onde sofreu ataques dos Xavante e Javaé, dali
retornando.
No período de 1779 a 1822, ocorreu a queda brusca da arrecadação
do quinto com o fim das descobertas do ouro de aluvião, predominando a
faiscagem nas minas antigas. Quase sem transição, chegou a súbita
decadência.
6) A crise econômica
O declínio da mineração foi irreversível e arrastou “consigo os outros
setores a uma ruína parcial: diminuição da importação e do comércio
externo, menor arrecadação de impostos, diminuição da mão-de-obra pelo
estancamento na importação de escravos, estreitamento do comércio
interno, com tendência à formação de zonas de economia fechada e um
consumo dirigido à pura subsistência, esvaziamento dos centros de
população, ruralização, empobrecimento e isolamento cultural”
(PALACIN, 1979, p. 133). Toda a capitania entrou em crise e nada foi feito
para a sua revitalização. Endividados com os comerciantes, os mineiros
estavam descapitalizados.
O desejo pelo lucro fácil, tanto das autoridades administrativas
metropolitanas quanto dos mineiros e comerciantes, não admitiu
perseveranças. O local onde não se encontrava mais ouro era abandonado.
Os arraiais de ouro, que surgiam e desapareciam no Tocantins,
contribuíram apenas para o expansionismo geográfico. Cada vez se
adentrava mais o interior em busca do ouro de aluvião, cada vez mais
escasso..
No norte da capitania a crise foi mais profunda. Isolada tanto
propositadamente quanto geograficamente, essa região sempre sofreu
medidas que frearam o seu desenvolvimento. A proibição da navegação
fluvial pelos rios Tocantins e Araguaia eliminou a maneira mais fácil e
econômica de a região atingir outros mercados consumidores das capitanias
do norte da colônia. O caminho aberto que ligava Cuiabá a Goiás não
contribuiu em quase nada para interligar o comércio da região com outros
centros abastecedores, visto que o mercado interno estava voltado ao litoral
nordestino. Esse isolamento, junto com o fato de não se incentivar a
produção agro-pecuária nas regiões mineiras, tornava abusivo o preço de
gêneros de consumo e favorecia a especulação. A carência de transportes, a
falta de estradas e o risco freqüente de ataques indígenas dificultavam o
comércio.
Além destas dificuldades, o contrabando e a cobrança de pesados
tributos contribuíram para drenagem do ouro para fora da região. Dos
impostos, somente o quinto era remetido para Lisboa. Todos os outros
(entradas, dízimos, contagens etc.) eram destinados à manutenção da
colônia e da própria capitania.
Inviabilizadas as alternativas de desenvolvimento econômico devido
à falta de acumulação de capital e ao atrofiamento do mercado interno após
o fim do ciclo da mineração, a população se volta para a economia de
subsistência.
Nas últimas décadas do século XVIII e início do século XIX, toda
a capitania estava mergulhada numa situação de crise, o que levou os
governantes goianos a voltarem suas atenções para as atividades
econômicas que antes sofreram proibições, objetivando soerguer a
região da crise em que mergulhara.

7) Subsistência da população e a integração econômica


Na segunda década do século XIX, com o fim da mineração, os
aglomerados urbanos estacionaram ou desapareceram e grande parte da
população abandonou a região. Os que permaneceram foram para zona
rural e dedicaram-se à criação de gado e agricultura, produzindo apenas
algum excedente para aquisição de gêneros essenciais (PALACIN, 1989, p.
46).
Toda a capitania entrou num processo de estagnação econômica. No
norte, o quadro de abandono, despovoamento, pobreza e miséria foi
descrito por muitos viajantes e autoridades que passaram pela região nas
primeiras décadas do século XIX.
Saint-Hilaire, na divisa norte/sul da capitania, revelou: "à exceção
de uma casinha que me pareceu abandonada, não encontrei durante todo o
dia nenhuma propriedade, nenhum viajante, não vi o menor trato de terra
cultivada, nem mesmo um único boi".
Johann Emanuel Pohl, anos depois, passando pelo povoado de
Santa Rita constatou: "é um lugar muito pequeno, em visível decadência
(...). Por não haver negros, por falta de braços, as lavras de ouro estão
inteiramente descuradas e abandonadas".
O desembargador Theotônio Segurado, que mais tarde se tornaria
ouvidor da Comarca do Norte, em relatório de 1806, deu conta das penúrias
em que vivia a região em função tanto do abandono como da falta de meios
para contrapor esse quadro: "A capitania nada exportava; o seu comércio
externo era absolutamente passivo: os gêneros da Europa, vindos em bestas
do Rio ou Bahia pelo espaço de 300 léguas, chegavam caríssimos; os
negociantes vendiam tudo fiado: daí a falta de pagamentos, daí as
execuções, daí a total ruína da Capitania".
Diante dessa situação, a Coroa Portuguesa tomou consciência de que
só através do povoamento, da agricultura, da pecuária e do comércio com
outras regiões que a capitania poderia retomar o fluxo comercial de antes.
Como saída para a crise voltaram-se as atenções para as possibilidades de
ligação comercial com o litoral, através da capitania do Pará, pela
navegação dos rios Tocantins e Araguaia (CAVALCANTE, 1999, p.39).
As picadas, os caminhos e a navegação pelos rios Tocantins e
Araguaia, todos interditados na época da mineração para conter o
contrabando, foram liberados desde 1782. Como efeito imediato o norte
começou a se relacionar com o Pará, ainda que de forma precária e
inexpressiva.
Nas primeiras décadas do século XIX, o desembargador Theotônio
Segurado já apontava a navegação dos rios Tocantins e Araguaia como
uma alternativa para o desenvolvimento da região através do estímulo à
produção para um comércio mais vantajoso tanto no norte como em toda a
Capitania, diferente do tradicionalmente realizado com a Bahia, Minas
Gerais e São Paulo. Com esse fim propôs a formação de companhias de
comércio, o estímulo à agricultura, o povoamento das margens desses rios
oferecendo isenção por dez anos do pagamento de dízimos aos que ali se
estabelecessem, e, aos comerciantes, concessão de privilégios na
exportação para o Pará (CAVALCANTE, 1999).
Com estas propostas chamou a atenção das autoridades
governamentais para a importância do comércio de Goiás com o Pará,
através dos rios Araguaia e Tocantins. Foi ele próprio realizador de viagens
para o Pará incentivando a navegação do Tocantins. Destacou-se como um
grande defensor dos interesses da região quando foi ouvidor da Comarca do
norte. A criação dessa comarca visava promover o povoamento no extremo
norte para fomentar o comércio e a navegação dos rios Araguaia e
Tocantins.

8) Criação da Comarca do Norte - 1809


Para facilitar a administração, a aplicação da justiça e,
principalmente, incentivar o povoamento e o desenvolvimento da
navegação dos rios Tocantins e Araguaia, o Alvará de 18 de março de
1809 dividiu a Capitania de Goiás em duas comarcas (regiões): a
Comarca do Sul e a Comarca do Norte. Esta recebeu o nome de
Comarca de São João das Duas Barras, assim como chamaria a vila que, na
confluência do Araguaia no Tocantins se mandaria criar com este mesmo
nome para ser sua sede. Para nela servir foi nomeado o desembargador
Joaquim Theotônio Segurado como seu ouvidor.
A nova comarca compreendia os julgados de Porto Real, Natividade,
Conceição, Arraias, São Félix, Cavalcante, Traíras e Flores. O arraial do
Carmo, que já tinha sido cabeça de julgado, perde essa condição, que foi
transferida para Porto Real, ponto que começava a prosperar com a
navegação do Tocantins. Enquanto não se fundava a vila de São João das
Duas Barras, Natividade seria a sede da ouvidoria. A função primeira de
Theotônio Segurado era designar o local onde deveria ser fundada essa
vila.
Alegando a distância e a descentralização em relação aos julgados
mais povoados, o ouvidor e o povo do norte solicitaram a D. João
autorização para a construção da sede da comarca em outro local. No lugar
escolhido por Segurado, o alvará de 25 de janeiro de 1814 autorizava a
construção da sede na confluência dos rios Palma e Paranã, a vila de
Palma, hoje a cidade de Paranã.
A vila de São João das Duas Barras recebeu o título de vila, mas
nunca chegou a ser construída. Theotônio Segurado, administrador da
Comarca do Norte, muito trabalhou para o desenvolvimento da navegação
do Tocantins e o incremento do comércio com o Pará. Assumiu posição de
liderança como grande defensor dos interesses regionais e, tão logo se
mostrou oportuno, não hesitou em reivindicar legalmente a autonomia
político-administrativa da região.
O 18 de março foi, oficialmente, considerado o Dia da Autonomia
pela lei 960 de 17 de março de 1998, por ser a data da criação da
Comarca do Norte, estabelecida como marco inicial da luta pela
emancipação do Estado.

9) Movimento Separatista do Norte de Goiás - 1821 a 1824


A Revolução do Porto no ano de 1820, em Portugal, exigindo a
recolonização do Brasil, mobilizou na colônia, especificamente no litoral, a
elite intelectualizada em prol da emancipação do país. Em Goiás, essas
idéias liberais refletiram na tentativa de derrubar a própria personificação
da dominação portuguesa: o capitão-general Manoel Sampaio.
Houve uma primeira investida nesse sentido em 1821, sob a
liderança do capitão Felipe Antônio Cardoso e do Padre Luiz
Bartolomeu Marques. Coube ao primeiro mobilizar os quartéis e ao
segundo conclamar o povo e lideranças para a preparação de um golpe que
iria depor Sampaio. Contudo, houve uma denúncia sobre o golpe e, em
seguida, foi ordenada a prisão dos principais líderes rebeldes. O Padre
Marques conseguiu fugir e novamente articulou contra o capitão-general.
Sampaio impôs sua autoridade e os rebeldes foram expulsos da capital Vila
Boa. Alguns vieram para o norte, como o capitão Cardoso, que teve ordem
para se retirar para o distrito de Arraias, e o Padre José Cardoso de
Mendonça, enviado para a aldeia de Formiga e Duro.
Mas os acontecimentos que ocorreram na capital não ficaram
isolados. A idéia da nomeação de um governo provisório, depois de
fracassada na capital, foi aclamada no norte onde já havia anseios
separatistas. O desejo do padre Luiz Bartolomeu Marques não era outro
senão a independência do Brasil. E a deposição de Sampaio seria apenas o
primeiro passo. Para este fim contavam com o vigário de Cavalcante,
Francisco Joaquim Coelho de Matos, que cedeu a direção das coisas ao
desembargador Joaquim Theotônio Segurado.
No dia 14 de setembro, um mês após a frustrada tentativa de
deposição de Sampaio, instalou-se o governo independencista do norte,
com capital provisória em Cavalcante. O ouvidor da Comarca do Norte,
Theotônio Segurado, presidiu e estabeleceu essa junta provisória até janeiro
de 1822. No dia seguinte, o governo provisório da Comarca da Palma fez
circular uma proclamação em que declarou-se separado do governo.(
ALENCASTRE, 1979). As justificativas para a separação do norte em
relação ao centro-sul de Goiás eram, para Segurado, de natureza
econômica, política, administrativa e geográfica.
A instalação de um governo independente - não necessariamente em
relação à Coroa Portuguesa, mas sim ao governo do capitão-general da
Comarca do Sul - parecia ser o único objetivo de Theotônio Segurado. A
sua posição não-independencista provocou a insatisfação de alguns dos
seus correligionários políticos e a retirada de apoio à causa separatista. Em
outubro de 1821, transfere a capital para Arraias provocando oposição e
animosidade dos representantes de Cavalcante. Com o seu afastamento em
janeiro de 1822, quando partiu para Lisboa como deputado representante de
Goiás na Corte, agravou a crise interna.
“A partir dessa data uma série de atritos parecem denunciar que a
junta havia ficado acéfala. Na ausência de Segurado, nenhuma liderança
capaz de impor-se com a autoridade representativa da maioria dos arraiais
conseguiu se firmar. Pelo contrário, os interesses particulares dos líderes de
Cavalcante, Palmas, Arraias e Natividade se sobrepuseram à causa
separatista regional” (CAVALCANTE, 1999, p.64).

10) Trajetória de luta pela criação do Tocantins


No final do século XIX e no decorrer do século XX, a idéia de se
criar o Tocantins, estado ou território, esteve inserida no contexto das
discussões apresentadas em torno da redivisão territorial do país, no plano
nacional. Mas, a concretização desta idéia só veio com a Constituição de
1988 que criou o Estado do Tocantins pelo desmembramento do estado de
Goiás.
Ainda no Império, duas tentativas: a defesa de Visconde de Taunay,
na condição de deputado pela Província de Goiás, propondo a separação do
norte goiano para a criação da Província da Boa Vista do Tocantins, com a
vila capital em Boa Vista (Tocantinópolis), em 1863; e, de modo mais
concreto, em 1889, com o projeto de Fausto de Souza para a redivisão do
Império em 40 províncias, constando a do Tocantins na região que
compreendia o norte goiano.
Nas primeiras décadas da República o discurso separatista
sobreviveu na imprensa regional, principalmente de Porto Nacional - maior
centro econômico e político da época - em periódicos como "Folha do
Norte" e "Norte de Goiás". A partir da década de 1930 que o discurso
retorna à esfera nacional.
Após a criação pela Constituição de 1937 dos territórios do Amapá,
Rio Branco, Guaporé - atual Rondônia - Itaguaçu e Ponta Porã (extintos
pela Constituição de 1946), houve também quem defendesse a criação do
território do Tocantins.
11) A criação do Estado do Tocantins - 1988
O ano era 1987. As lideranças souberam aproveitar o momento
oportuno para mobilizar a população em torno de um projeto de existência
quase secular e pelo qual lutaram muitas gerações: a autonomia política do
norte goiano, já batizado Tocantins.
A Conorte apresentou à Assembléia Constituinte uma emenda
popular com cerca de 80 mil assinaturas como reforço à proposta de
criação do Estado. Foi criada a União Tocantinense, organização supra-
partidária com o objetivo de conscientização política em toda a região norte
para lutar pelo Tocantins também através de emenda popular. Com objetivo
similar, nasceu o Comitê Pró-Criação do Estado do Tocantins, que
conquistou importantes adesões para a causa separatista. "O povo nortense
quer o Estado do Tocantins. E o povo é o juiz supremo. Não há como
contestá-lo", reconhecia o governador de Goiás na época, Henrique Santilo
(SILVA, 1999, p. 237)
Em junho, o deputado Siqueira Campos, relator da Subcomissão dos
Estados da Assembléia Nacional Constituinte, redige e entrega ao
presidente da Assembléia, o deputado Ulisses Guimarães, a fusão de
emendas criando o Estado do Tocantins que foi votada e aprovada no
mesmo dia.
Pelo artigo 13 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
da Constituição, em 05 de outubro de 1988, nascia o Estado do Tocantins.
A eleição dos primeiros representantes tocantinenses foi realizada em
15 de novembro de 1988, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, junto
com as eleições dos prefeitos municipais. Além do governador e seu vice,
foram escolhidos os senadores e deputados federais e estaduais.
A cidade de Miracema do Norte, localizada na região central do novo
Estado, foi escolhida como capital provisória. No dia 1º de janeiro de 1989
foi instalado o Estado do Tocantins e empossados o governador, José
Wilson Siqueira Campos; seu vice, Darci Martins Coelho; os senadores
Moisés Abrão Neto, Carlos Patrocínio e Antônio Luiz Maya; juntamente
com oito deputados federais e 24 deputados estaduais.
Ato contínuo, o governador assinou decretos criando as Secretarias
de Estado e viabilizando o funcionamento dos poderes Legislativo e
Judiciário e dos Tribunais de Justiça e de Contas. Foram nomeados o
primeiro secretariado e os primeiros desembargadores. Também foi
assinado decreto mudando o nome das cidades do novo Estado que tinham
a identificação "do Norte" e passaram para "do Tocantins". Foram
alterados, por exemplo, os nomes de Miracema do Norte, Paraíso do Norte
e Aurora do Norte para Miracema do Tocantins, Paraíso do Tocantins e
Aurora do Tocantins.
No dia 5 de outubro de 1989, foi promulgada a primeira Constituição
do Estado, feita nos moldes da Constituição Federal. Foram criados mais
44 municípios além dos 79 já existentes. Atualmente, o Estado possui 139
municípios.
Foi construída, no centro geográfico do Estado, numa área de 1.024
Km2 desmembrada do município de Porto Nacional, a cidade de Palmas,
para ser a sede do governo estadual. Em 1º de janeiro de 1990, foi instalada
a capital.

GEOGRAFIA DO TOCANTINS

O Tocantins é uma das 27 unidades federativas do Brasil, sendo o seu mais


novo estado. Está localizado a sudeste da Região Norte e tem como limites
o Maranhão a nordeste, o Piauí a leste, a Bahia a sudeste, Goiás a sul, Mato
Grosso a sudoeste e o Pará a noroeste. Ocupa uma área de 277 620 km².
Sua capital é a cidade planejada de Palmas.
As maiores cidades do estado são respectivamente: Palmas, Araguaína,
Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins. Juntas, estas cinco cidades
abrigavam, em 2009, cerca de 39,71% da população total do estado. O
relevo apresenta chapadas ao centro, ao sul e ao leste, a Serra Geral a
sudeste, a Serra das Traíras (ou das Palmas) ao sul, e a planície do
Araguaia, com a Ilha do Bananal, nas regiões norte, oeste e sudoeste. São
importantes o Rio Tocantins (incluindo o Rio Maranhão), o Rio Araguaia,
o Rio Javaés, o Rio do Sono, o Rio das Balsas, o Rio Manuel Alves e o rio
Paranã. O clima é tropical.
1. Criado em 05 de outubro de 1988, o estado doTocantins levou a um
redesenhamento da configuração territorial brasileira, o novo estado
passava a ter limites geográficos. Assinale a única alternativa que mostra
um estado que não faz limite territorial com o Tocantins.
a) Piauí
b) Amazonas
c) Pará
d) Maranhão
ASPECTOS FÍSICOS
Vegetação
A vegetação do Tocantins é bastante variada; apresenta desde o campo
cerrado, cerradão, campos limpos ou rupestres a floresta equatorial de
transição, sob forma de "mata de galeria", extremamente variada.
A vegetação é o espelho do clima. Em área, o cerrado ocupa o primeiro
lugar no estado do Tocantins. As árvores do cerrado estão adaptadas à
escassez de água durante uma estação do ano. Caracterizam-se por uma
vegetação campestre, com árvores e arbustos esparsos, útil à criação
extensiva do gado, por ser uma vegetação de campos naturais, em espécie
vegetal dos diferentes tipos de cerrado.

 Cerrado – Árvores de pequeno porte, poucas folhagens, raízes


longas adequadas à procura de água no sub-solo, folhas pequenas
duras e grossas, ciando grande parte na Estação seca. As espécies
nativas mais comuns são: pau-terra, pau-santo, barbatimão, pequi,
araticum e murici.
 Campo sujo – Uma divisão do cerrado, que apresenta árvores
bastante espaçadas uma das outras e, às vezes, em formação
compacta. Ex: lixeira, gramínea etc.
 Campo limpo – Caracteriza-se por se constituir uma formação
tipicamente herbácea, com feição de estepes, quando isoladas; se
em tubas deixam parcelas de terrenos descobertas, sob a forma de
praiarias; quando é contínua, reveste densamente o terreno. Está
ligada à topografia e hidrografia, notando-se uma associação nos
divisores de água, nas encostas das elevações onde o lençol
freático aflora, e, também, nas várzeas dos rios. Ex: Ilha do
Bananal – onde se dá criação extensiva do gado no estado.
 Floresta equatorial – Aparece de modo contínuo no norte do
estado, próximo ao paralelo 5º, e acompanha o curso dos rios, sob
forma de "mata de galeria". Essa formação em área de
temperatura quente e pluviosidade elevada, propicia o
aparecimento de uma forma densa bastante estratificada,
composta de espécies variadas.
 Mata dos Cocais -- As bordas litorâneas do vale do Tocantins, no
norte do estado, notadamente Tocantinópolis e Babaçulândia,
oferecem uma grande riqueza vegetal – o babaçu. O estado ocupa
o terceiro lugar, no Brasil, em relação à sua produção.

Resultantes da interação entre altitudes, latitudes, relevo, solo, hidrografia e


o clima, o estado pode ser dividido em três regiões que são:

1. Região Norte: de influência Amazônica, caracterizada pelas


florestas pluviais.
2. Região do Médio Araguaia: constituída, principalmente, pelo
complexo do Bananal – onde se encontram os cerrados associados
às matas de Galeria e à Floresta Estacional Semidecidual.
3. Região Centro-Sul e Leste: onde predomina o cerrado com
algumas variações de Floresta Estacional Decidual nas fronteiras
de Bahia- Goiás.

De maneira geral podemos afirmar que a cobertura vegetal predominante


no Tocantins é o cerrado, perfazendo um percentual superior a sessenta por
cento. O restante é composto por florestas esparsas que podem ser
identificadas, sobretudo, nas Bacias hídricas Tocantins-Araguaia – Paranã e
seus afluentes.
O recurso natural de origem vegetal que merecem maior destaque no
Tocantins são: o coco babaçu. O babaçu é rico em celulose e óleo. O coco
tem grande valor industrial, pois serve para a fabricação de gorduras,
sabões e sabonetes. A casca do coco serve como combustível e a palha do
babaçu presta-se para o fabrico de redes, cordas, cobertura de casas etc.

1. A imagem abaixo ilustra um artesanato produzido a partir do trabalho


das quebradeiras de coco babaçu.
Assinale apenas a alternativa CORRETA quanto à região do Estado do
Tocantins em que ocorre com maior intensidade a atividade de extração e
quebra de coco babaçu, estimulando, inclusive, a formação e organização
das quebradeiras de coco.
(A) Característica da região sul do estado, concentrada, sobretudo, na Serra
da Natividade, dadas às características naturais e culturais do ambiente que
propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(B) Característica da região norte do estado, concentrada, sobretudo, no
Bico do Papagaio, dadas às características naturais e culturais do ambiente
que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(C) Característica da região central do estado, concentrada, sobretudo, na
Serra do Lajeado, dadas às características naturais e culturais do ambiente
que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(D) Característica da região leste do estado, concentrada, sobretudo, no
Jalapão, dadas às características naturais e culturais do ambiente que
propiciam o desenvolvimento desta atividade.
(E) Característica da região sudoeste do estado, concentrada, sobretudo, na
Ilha do Bananal, dadas às características naturais e culturais do ambiente
que propiciam o desenvolvimento desta atividade.
Relevo
O relevo do estado do Tocantins é sóbrio. Pertence ao Planalto Central
Brasileiro. Caracteriza-se, sobretudo, pelo solo sob cerrados,
predominando, na sua maioria, superfícies tabulares e aplainadas,
resultantes dos processos de pediplanação.
Regiões geográficas

· Chapada da Bahia do Meio-Norte: fronteiras gerais Bahia - Maranhão


– são chapadas com altitudes variadas de 300 a 600 metros, representadas
pela Serra da Cangalha e Mangabeira no Município de Itacajá.

· Chapada da Bacia de São Francisco: apresenta como divisor das


águas das Bacias São Francisco/Tocantins, com altitude média de
novecentos metros. Característica fisionômica: a Serra Geral de Goiás, a
Leste do estado.

· Planalto do Tocantins: com altitude médias de setecentos metros. Os


planaltos Cristalino e Peneplanície do Araguaia se constituem em degraus
intermediários, com altitudes médias entre mil metros e trezentos metros.

· Peneplanície do Araguaia: constituída por um peneplano de colinas


suaves com altitudes de trezentos a quatrocentos metros, ao longo dos vales
dos rios Araguaia e das Mortes.
O ponto culminante do estado fica localizado na nascente do Rio Claro, em
Paranã, numa serra conhecida como Serra das Traíras (ou das Palmas). O
local possui uma altitude aproximada de 1 340 metros, estando a apenas
2,5 km da divisa com o estado de Goiás. Já o ponto mais baixo do estado,
está localizado na parte oeste da Ilha dos Bois em Esperantina e possui
noventa metros de altitude. Esta ilha se encontra localizada logo após a
confluência entre os rios Tocantins e Araguaia, na divisa com os estados do
Maranhão e do Pará. Isso pode ser explicado pelo fato de que toda a bacia
hidrográfica do estado (Bacia do Tocantins-Araguaia) converge justamente
neste ponto.

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