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O lócus MHC contém dois tipos de genes polimórficos do MHC, os genes do MHC da classe I da
classe II, que codificam dois grupos de proteínas estruturalmente distintas, mas homólogas, e
outros genes não polimórficos, cujos produtos estão envolvidos na apresentação de antígenos.
As moléculas do MHC da classe I apresentam peptídios e são reconhecidos por células T
CD8+, e as moléculas do MHC da classe II apresentam peptídios para as células T CD4+; estes
tipos de células T possuem diferentes funções na proteção contra microrganismos.
Os genes do MHC da classe I e classe II são os genes mais polimórficos presentes em
qualquer genoma de mamífero.
Os resíduos polimórficos de moléculas do MHC determinam a especificidade da ligação de
peptídios e o reconhecimento de antígenos pelas células T , o que levou à questão de por que
os genes do MHC são polimórficos. O polimorfismo do MHC pode ter se desenvolvido porque
garante que os indivíduos serão capazes de lidar com a diversidade de microrganismos e que
as populações serão protegidas contra a perda devastadora da vida devido a infecções
emergentes. Mas as pressões seletivas que preservaram um número tão grande de alelos
como na população não são compreendidas. Os genes do MHC são expressos de modo
codominante em cada indivíduo. Em outras palavras, para determinado gene do MHC, cada
indivíduo expressa os alelos que são herdados de cada um de seus progenitores. Para o
indivíduo, isto aumenta o número de moléculas do MHC disponíveis para ligarem-se a
peptídios para apresentação às células T.
Aumento da expressão do MHC da classe II pelo IFN-γ. O IFN-γ, produzido pelas células NK e por outros
tipos de células nas reações imunes inatas a microrganismos ou por células T nas reações imunes
adaptativas, estimula a expressão do MHC da classe II nas APCs e, desta forma, aumenta a ativação de
células T CD4+. O IFN-γ e interferons
do tipo I têm efeito semelhante na expressão de moléculas do MHC da classe I e na ativação de células T
CD8+.
MHC da Classe I
As moléculas da classe I são compostas por duas cadeias polipeptídicas ligadas de forma não
covalente, por uma cadeia α (ou cadeia pesada) de 44 a 47 kD codificada no MHC e uma por
uma subunidade de 12 kD não codificada no MHC chamada de microglobulina β2.
Estrutura de uma molécula do MHC da classe I. O diagrama esquemático (esquerda) ilustra as diferentes
regiões da molécula do MHC (não apresentado em escala). As moléculas da classe I são compostas por
uma cadeia α polimórfica não covalentemente ligada à microglobulina β2 não polimórfica (β2m). A
cadeia α é glicosilada; os resíduos de carboidratos não foram ilustrados. O diagrama de fitas (direita)
apresenta a estrutura da porção extracelular da molécula HLA-B27 ligada a um peptídio, elucidada por
cristalografia de raios X.
MHC da Classe II
As moléculas do MHC da classe II são compostas por duas cadeias polipeptídicas não
covalentemente associadas, uma cadeia α de 32 a 34 kD e uma cadeia β de 29 a 32 kD. Ao
contrário das moléculas da classe I, os genes que codificam ambas as cadeias de moléculas da
classe II são polimórficos e estão presentes no lócus do MHC.
Estrutura de uma molécula do MHC da classe II. O diagrama esquemático (esquerda) ilustra as
diferentes regiões da molécula do MHC (não apresentado em escala). As moléculas da classe II são
compostas por uma cadeia α polimórfica não covalentemente ligada a uma cadeia β polimórfica. Ambas
as cadeias são glicosiladas; os resíduos de carboidratos não foram mostrados. O diagrama em fitas
(direita) mostra a estrutura da porção extracelular da molécula do HLA-DR1 com um peptídio ligado,
elucidada por cristalografia de raios-X.
Em moléculas humanas da classe II, a maior parte dos polimorfismos se encontra na cadeia β.
Os segmentos α2 e β2 das moléculas da classe II, como o α3 e a microglobulina β2 da classe I,
são dobrados em domínios de Ig e são não polimórficos, isto é, não variam entre alelos de um
gene particular da classe II. Os domínios α2 e β2 das moléculas da classe II formam uma
concavidade que acomoda uma protrusão da proteína CD4, permitindo assim que ocorra a
ligação.
A molécula da classe II totalmente montada corresponde a um trímero constituído por uma
cadeia α, uma cadeia β e um peptídio antigênico ligado, e a expressão estável das moléculas
da classe II na superfície das células requer a presença de todos os três componentes do
trímero.
Ligação de Peptídeos às Moléculas do MHC
- As moléculas do MHC mostram uma ampla especificidade de ligação a peptídios, em
contraste com a fina especificidade de reconhecimento de antígenos dos receptores de
antígenos dos linfócitos.
- Cada molécula do MHC da classe I ou da classe II tem uma única fenda de ligação do peptídio
que se liga a um peptídio de cada vez, mas cada molécula do MHC pode se ligar a diversos
peptídios diferentes.
- Um número muito pequeno de complexos peptídio-MHC é capaz de ativar linfócitos T
específicos. Como as APCs apresentam continuamente peptídios derivados de todas as
proteínas que encontram, apenas uma fração muito pequena de complexos peptídio-MHC da
superfície celular irá conter o mesmo peptídio.
- As moléculas do MHC de um indivíduo não discriminam entre peptídios exógenos (p. ex.,
aqueles derivados de proteínas microbianas) e peptídios derivados de proteínas do próprio
indivíduo (autoantígenos). Desta forma, as moléculas do MHC apresentam tanto peptídios
próprios como peptídios exógenos, e as células T monitoram estes peptídios apresentados
para a presença de antígenos estranhos. Na verdade, se os peptídios normalmente
apresentados pelas APCs fossem purificados, a maioria deles seria derivada de proteínas
próprias. A incapacidade das moléculas do MHC de discriminar entre peptídios
próprios e estranhos levanta duas questões. Em primeiro lugar, como uma célula T é capaz de
reconhecer e ser ativada por qualquer antígeno estranho se, normalmente, todas as APCs
apresentam principalmente complexos peptídio próprio-MHC? A resposta, como mencionado
anteriormente, é que as células T são muito sensíveis e precisam reconhecer especificamente
poucos complexos peptídio-MHC para serem ativadas. Desta forma, um antígeno
recentemente introduzido pode ser processado em peptídios que se associarão a um número
suficiente de moléculas do MHC das APCs para ativar as células T específicas para esse
antígeno, embora a maioria das moléculas do MHC esteja ocupada com os peptídios próprios.
Além disso, os microrganismos (a fonte natural da maioria dos antígenos estranhos)
aumentam a eficiência da apresentação de antígenos e induzem a expressão dos sinais
secundários. Em segundo lugar, se os indivíduos processam suas próprias proteínas e
apresentam-nas em associação a suas próprias moléculas do MHC, por que nós não
desenvolvemos normalmente respostas imunes contra as proteínas próprias? A resposta a
esta pergunta é que embora os complexos de peptídio próprio-MHC sejam formados, eles não
induzem a autoimunidade, porque as células T específicas para tais complexos são mortas ou
inativadas. Portanto, as células T não podem responder normalmente a antígenos próprios.
Apresentação de Antígenos