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V — CAPÍTULO 4: Marcial na França e nos Países Baixos

Pormenores introdutórios.

Cabe dizer que as páginas a seguir não tencionam realizar um longo estudo sobre
os movimentos literários sendo realizados em solo francês ou alemão. O objetivo das
informações apresentadas abaixo é oferecer ao leitor um catálogo de autores que leram a
Marcial do período renascentista aos estudos atuais nos locais propostos no título deste
capítulo.
Dito isto, as primeiras manifestações marciálicas em solo francês data do início
dos mil e quinhentos, favorecidas pelo gosto francês pela civilização clássica e o
Renascimento italiano. Tal movimento ocorreu na França durante os séculos XV e
XVII, da invasão francesa da Itália, ocorria em 1494, durante o reinado de Carlos VIII
até a morte de Henrique IV, em 1610. O seu grande ápice ocorre durante os reinados de
Francisco I (1515 a 1547) e de seu filho, Henrique II, de 1547 a 1559. Assim, floresce
na França a proliferação de panfletos, folhetos, sátiras, contos, anedotas, tragédias e
livros religiosos, além do teatro humanista. Na literatura, em especial, tem-se destaque
os escritos de Montaigne e Rabelais, como também o grupo Plêiade, tendo como
integrantes os autores Pierre de Ronsard, Joachim du Bellay e Jean-Antoine de Baïf, que
se destacaram na emulação da literatura Greco-romana. Do renascimento, advém o
movimento barroco francês, no início do século XVII, influenciado ainda pela cultura
maneirista, tendo sua origem dentro da corte francesa, ainda muito apegado ao passado
clássico. Muitos artistas franceses consideram uma viagem a Roma como essencial para
o seu treinamento na arte que lhes cabia. Ali, estudavam diretamente os clássicos e,
entre tantos, figurava Marcial. Entre os ideais iluministas, a efervescência da Revolução
Francesa, a ascensão burguesa, Marcial encontra leitores, como uma das principais
figuras do Iluminismo, Voltaire, como estas páginas mostrarão a seguir. Marcial
também achou descanso nos escritos dos autores românticos franceses durante o século
XIX, com os escritos de Victor Hugo, por exemplo. Adentrando ao século XX, Marcial
encontra uma França tumultuada, marcada por duas guerras mundiais, pela experiência
totalitarista, mas seus escritos ainda resistiram aos tempos e achou leitores dedicados,
mesmo com todas as interpéries e da larga evolução tecnológica.
Das terras francesas, a viagem, neste capítulo, aporta em solo alemão e nos
países, do renascimento até o final do século XIX. Perpassando por toda história
literária alemã: do renascimento, tendo seu início com o autor Konrad Celtir (1459-
1508), pode assim dizer, deu o pontapé inicial no movimento renascentista alemão ao
viajar pela Itália recolhendo alguns manuscritos Greco-latinos. Chegando ao barroco e o
século XVII, onde surgiram histórias que recontavam sobre uma série de combates
ocorridos nas nações europeias. Após o barroco, a literatura alemã adentra ao século das
luzes, refletindo os ensinamentos dos pensadores iluministas. Depois disto, a literatura
alemã se volta aos antigos grecos-romanos, realizando uma emulação de seus autores,
mas logo assim, as letras alemãs conhecem o movimento do romantismo, já no fim do
século XVIII. Após este período, esta pesquisa não encontrou mais resultados relevantes
ao tema central desta tese. A seguir, os autores que leram a Marcial e, de alguma forma,
o emularam.

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