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1-INTRODUÇÃO

O seguinte trabalho irá discorrer sobre um período que marcou o Brasil entre
os anos de 1964 a 1985 e ficou conhecido como Ditadura militar. O Regime
militar foi o período da política brasileira em que militares conduziram o país. Essa
época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos
Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a
supressão de direitos constitucionais, a falta total de democracia e a repressão
àqueles que eram contrários ao regime militar.

A Ditadura militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 de


março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João
Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado,
caracterizado por personagens afinados como uma revolução instituiu no país uma
ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares
na época justificaram o golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista
no país.

Através de uma pesquisa bibliográfica buscou-se mostrar os fatos que


incidiram na época. Serão apresentados em três momentos, entre uma breve
contextualização do governo de João Goulart, o cenário político e internacional da
época e o golpe militar em si. Esse texto servirá de critério avaliativo para as
disciplinas de Economia Política e Ciência Política do curso de Serviço Social.
2-DESENVOLVIMENTO

2.1- O contexto histórico do Golpe militar: Governo João Goulart.

No começo da década de 60, o Brasil atravessava uma profunda agitação


política. Depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, assumiu seu
vice João Goulart, conhecido como Jango, um homem que defendeu medidas
consideradas de esquerda para a então política brasileira.

Faziam parte de seus planos as reformas de base, que pretendiam reduzir


as desigualdades sociais brasileiras. Entre estas, estavam as reformas bancária
(para ampliar crédito aos produtores, eleitoral (ampliar o voto aos analfabetos e
militares de baixa patentes), educacional (valorizar os professores, oferecer ensino
para os analfabetos e acabar com as cátedras vitalícias nas universidades) e agrária
(democratizar o uso das terras).

O perfil de Jango logo preocupou as elites, que temiam uma alteração social
que ameaçasse seu poder econômico. A crise econômica e a instabilidade política
se propagavam no país. Jango propôs, então, reformas constitucionais que
aceleraram a reação das elites, criando as condições para o golpe de 64. Ele
desenvolvia um governo voltado para a promoção da justiça social e da soberania
nacional. Sua política de valorização dos direitos trabalhistas, de defesa das
reformas e de independência nas relações exteriores, juntamente com a tentativa de
limitar a remessa dos lucros do capital estrangeiro para fora do país, desagradou
aos interesses da burguesia brasileira associada ao capital imperialista. O estopim
para o golpe militar aconteceu em Março de 1964, quando Jango, após um discurso
inflamado no Rio de Janeiro, determinou a reforma agrária e a nacionalização das
refinarias estrangeiras de petróleo. Em 31 de Março daquele ano, os militares
iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango.

“O golpe civil-militar foi a resistência capitalista às possibilidades de reforma


e avanços sociais. Por meio da violência, os setores reacionários atuaram com
prisões de lideranças, torturas, assassinatos, expulsão de lideres esquerdistas do
país e intervenção em sindicatos. Sob o contexto da Guerra Fria e em nome do
anticomunismo, as forças reacionárias do país instituíra uma ditadura civil-militar que
objetivou promover a internacionalização da economia e a reconcentraçãode renda,
poder e propriedade nas mãos de corporações transnacionais, monopólios estatais e
privados e grandes latifundiários, aprofundando sua integração como mercado
mundial e suas ligações com o capital financeiro e industrial internacionais”. (Petras,
1999)

João Goulart se exilou no Uruguai e assume a presidência interinamente,


Ranieri Mazilli. A partir de então, baixa-se um decreto que depôs o presidente e
iniciou as cassações dos mandatos políticos. Entre arbitrariedades e um regime
radical, a presidência do Brasil passa por sucessivos governos militares entre os
anos de 1964 a 1985.
2.2- A geopolítica e o cenário internacional durante o período militar.

Grande parte do que aconteceu na política brasileira, em meados de 1960


até a metade da década de 1980, deu-se em função do que se verificava nas
proximidades e no quadro mais amplo do sistema mundial.

Quando ocorreu o golpe militar, em Abril de 1964, as forças armadas


brasileiras fizeram uma aliança com os EUA, que claramente tinha interesses no
gigante território brasileiro. Os Estados Unidos e a União Soviética estavam dando
os primeiros passos da Guerra Fria. O EUA e a URSS eram as superpotências
dessa década, e vários países, principalmente na América do Sul giravam ao redor
das ações dessas potências. Haviam duas discordâncias no marco ideológico, de
um lado estava os EUA que representava a ordem mundial capitalista, e do outro
lado a URSS, que apoiou o socialismo. As ditaduras militares começaram a ser
populares na América Latina. Com a grande influência dos EUA, o Brasil começou
defender este sistema capitalista. Nesse primeiro momento, houve uma grande
expansão do socialismo pelo mundo. Aconteceu a Revolução Cubana que produziu
um paro na história do continente.

Nesse cenário a disputa entre as duas potências se apertava. Os EUA e a


URSS estreavam várias estratégias de dominação, como exemplo, o
aperfeiçoamento de armas nucleares, exploração espacial, tecnologia de ponta, para
comprovar a eficiência do sistema econômico que cada uma defendia. Com o
crescimento do socialismo, vários países começaram implementar governos
militares ditatoriais. Segundo Benevides (2006), a implantação do regime civil-militar
no Brasil teve relação direta com os interesses norte-americanos, objetivando
fortalecer uma política econômica que favorecesse a entrada e consolidação das
empresas multinacionais no Brasil. Além disso, os EUA tinham como intenção
bloquear a expansão dos ideiais comunistas e de esquerda que poderiam ameaçar
sua dominação econômica sobre os países periféricos. Os EUA foram os emissores
desta consolidação e foi nesse contexto que a ditadura militar se instaurou no Brasil
a partir de um golpe de estado em 1964.

Não há mais como negar que os americanos tiveram conhecimento prévio,


interesse e participação no golpe. [...] Os Estados Unidos, principal potência militar,
não admitiam sequer a hipótese de novo Vietnã ou de uma Cuba gigantesca na
América do Sul (COUTO apud BENEVIDES,2006,p.53)

Durante esses governos a vida de muitas pessoas foi impactada, os


parlamentos foram desfeitos, cidadãos tiveram seus direitos políticos suspensos e
funcionários públicos civis e militares foram demitidos ou forçados a se
aposentarem. O governo dos EUA estava satisfeito com o governo instalado no
Brasil, que não seguiu o caminho de Cuba e garantiu sua hegemonia sobre o
continente Americano.
3- O governo autocrático: o golpe militar de 1964.

Em 31 de Março de 1964, militares contrários ao governo de João Goulart


destituíram o então presidente e assumiram o poder por meio de um golpe. O
governo comandado pelas forças armadas durou 21 anos e implantou um regime
ditatorial. A ditadura restringiu o direito do voto, a participação popular e reprimiu
com violência todos os movimentos de oposição.

“O golpe não foi puramente um golpe militar, à moda de tantas


quarteladas latino-americanas[...]--- foi um golpe civil-militar e o regime
dele derivado, com a instrumentalização das Forças Armadas pelo
grande capital e latifúndio, conferiu a solução que, para a crise do
capitalismo no Brasil à época, interessava aos maiores empresários e
banqueiros, aos latifundiários e às empresas estrangeiras(seus
agentes, ’gringos’ e brasileiros” ( Netto, 2014, p. 74)

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